Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA 
Instituto de Ciências da Saúde 
Curso de Nutrição 
 
 
 
Ariadne C. Torres Ribeiro – T8635G-6 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO – NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 
Ariadne C. Torres Ribeiro – T8635G-6 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO – NUTRIÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
 
Estudo de caso apresentado 
como exigência na matéria de 
Nutrição Clínica para obtenção do 
título de graduação em Nutrição, 
campus Vergueiro, do Instituto de 
Ciência de Saúde da Universidade 
Paulista – UNIP. 
Orientadora: Prof.ª Luiza Antoniazzi 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
QUESTÕES 
 
 
1) Explique com as suas palavras qual a importância da classificação do nível 
de assistência nutricional, como essa classificação é feita e qual a relação 
dela com a frequência de atenção dispendida pelo nutricionista aos 
pacientes. 
A classificação do nível de assistência nutricional tem o objetivo de otimizar a 
atuação do nutricionista em unidades hospitalares ou prestar serviço até mesmo 
àqueles que já estão em domicílio, permitindo que os cuidados e condutas 
necessárias sejam aplicadas de acordo com a prioridade/gravidade do quadro 
clínico apresentado. 
A classificação pode ser: 
 Primária: voltada a pacientes que não necessitam de intervenção 
dietoterápica específica, pois não apresentam risco nutricional. Deve ser 
realizada uma visita diária a fim de acompanhar a aceitação da 
dieta/cardápio e possíveis intercorrências. 
 Secundária: trata-se de pacientes que apresentam algum risco 
nutricional OU necessitam de dietoterapia. Além da visita diária para 
avaliar a aceitação da dieta, também deve ser verificado o hábito intestinal 
do paciente e a discussão com equipe multidisciplinar para planejamento 
de cuidados nutricionais deve ocorrer. 
 Terciária: compreende os pacientes que apresentam alguma forma de 
risco nutricional e também necessitam de tratamento dietoterápico. Além 
de acompanhar o estado nutricional do paciente diariamente, deve ser 
realizada a avaliação nutricional, colocar em prática planos de cuidados 
nutricionais, atuação multidisciplinar e verificar a eficácia da conduta 
terapêutica empregada. 
 
Referências: 
 Material de aula dada em sala no dia 05 de março de 2020. 
 A atuação do Nutricionista na Atenção Básica à Saúde em Um Grande Centro 
Urbano, Ana Maria Cervato-Mancuso et al., 2012. 
 
2) Descreva quais são os tipos diferentes de consistências de dietas, 
exemplificando a sua composição (exemplos de alimentos e bebidas) e 
dando pelo menos 3 exemplos de indicações para cada consistência. 
 
CONSISTÊNCIA CARACTERÍSTICAS 
GERAL 
Dieta destinada a pacientes que não apresentam 
nenhum tipo de restrição alimentar, não 
apresentam problemas em deglutição/mastigação 
ou complicações gastrointestinais. Não há 
exclusão de alimentos, podendo ser ofertados 
alimentos ricos em fibras, bifes, sobremesas, etc – 
desde que se respeite os padrões para uma dieta 
hospitalar adequada e saudável. Pode ser 
instruída para pacientes que lesionaram algum 
músculo, fratura de membros como pé, perna e 
braço. 
BRANDA 
Apresenta similaridade com a dieta geral, porém 
sua consistência é mais macia, abrandada pela 
cocção, facilitando a digestão. Apresenta menor 
teor de fibras. Alimentos como vegetais cozidos, 
frutas sem a casca e restrição de cereais integrais 
são comuns na dieta. É orientada em alguns casos 
de pós-operatório, algumas afecções 
gastrointestinais e para pacientes com problemas 
de mastigação. É comumente utilizada como 
transição para a dieta geral. 
PASTOSA 
Caracterizada por preparações macias como 
pudins/flans, com alimentos moídos, triturados ou 
em forma de purês, para que ocorra a deglutição 
sem esforço. É recomendada em casos de 
disfagia, insuficiência cardíaca e respiratória e 
pacientes com limitações neurológicas. 
SEMI-LÍQUIDA 
OU LEVE 
Sem a presença de muitos resíduos, apresenta 
baixa viscosidade, não exige mastigação e é 
prescrita principalmente quando se quer repouso 
do sistema digestivo, como no caso de pré e pós 
operatório de cirurgias do trato gastrointestinal, 
pacientes com dificuldade de deglutição e 
mastigação e intolerância a alimentos sólidos. Em 
geral, se oferecem sopas, vitaminas, caldos, 
sucos e chás. 
LÍQUIDA 
COMPLETA 
Nesta consistência, pode-se utilizar preparações à 
base de leite, suco de frutas e caldos. Por ter baixa 
saciedade e baixo teor nutritivo, pode ser 
administrada a cada 2 horas, sendo bastante 
utilizada no pós-operatório, casos graves de 
infecção e transtornos gastrointestinais. 
LÍQUIDA RESTRITA 
Composta basicamente por líquidos claros e 
límpidos, comumente utilizada no pós-operatório 
(24-36 horas), com finalidade de hidratação e 
máximo repouso gastrointestinal. Também pode 
ser oferecida a cada 2 horas. É indicada para 
preparo de exames (colonoscopia e enema opaco) 
e preparo de cirurgias do trato gastrointestinal. 
 
 
Referências: 
 Manual de Dietas Hospitalares, Adriana de Azevedo Paiva et al., 2011. 
 Manual Para Prescrição de Dietas, Hospital ViValle. 
 
 
 
 
 
3) Explique quais são as indicações de nutrição enteral e parenteral. Discorra 
sobre cada característica que pode variar na nutrição enteral (via de infusão, 
sistema de administração, sistema e composição da fórmula enteral). 
 
NUTRIÇÃO ENTERAL 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
A TNE consiste na administração de nutrientes 
pelo trato gastrointestinal, através de um tubo, 
sondas ou ostomias, localizadas no tubo 
digestivo. É empregada quando o paciente não 
pode ou não deve se alimentar por via oral (via 
oral contra-indicada) ou quando a ingestão oral 
é insuficiente. Para que ocorra a indicação da 
Terapia Nutricional Enteral (TNE) é necessário 
que o trato digestivo esteja total ou 
parcialmente funcionante e, de modo geral, 
utilizá-la por pelo menos 5 a 7 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
INDICAÇÃO 
As aplicações dessa conduta terapêutica 
podem ter diversas origens, porém as mais 
comuns são: 
• Pacientes em risco de desnutrição e 
desnutridos, incluindo gestantes, com ingestão 
oral inferior a dois terços (67%) das 
necessidades nutricionais diárias durante os 5 
dias que antecederam a indicação, sem 
expectativa de melhoria da ingestão; 
• Pacientes clínicos e cirúrgicos com: 
neoplasias orofaríngeas, gastrointestinais, 
pulmonares, esofágicas, cerebrais; 
inflamação; trauma; cirurgias gastrointestinais; 
pancreatite; doenças inflamatórias intestinais; 
síndrome do intestino curto; 
• Pacientes não cirúrgicos com anorexia 
grave, faringite, esofagite, caquexia cardíaca, 
doença pulmonar obstrutiva crônica; 
• Disfagia grave secundária a processos 
neurológicos e megaesôfago; 
• Pacientes com nível de consciência 
rebaixado; 
• Pacientes submetidos a cirurgia maxilo-facial 
(lesão de face e mandíbula); 
• Doença inflamatória intestinal; 
• Pancreatite aguda grave com motilidade 
gastrointestinal preservada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIA DE INFUSÃO 
A TNE deverá ser realizada por meio de sondas 
nasoenterais (em posição gástrica, duodenal 
ou jejunal) ou ostomias (gastrostomia, 
jejunostomia, gastrojejunostomia). A inserção 
da sonda deverá ser feita, manualmente, à 
beira do leito ou com auxílio endoscópico. Após 
passagem da sonda, deve-se realizar raio-X de 
controle. 
Deve-se utilizar, preferencialmente, a sonda 
enteral em posição gástrica. Caso o paciente 
apresente intolerância, deve-se posicionar a 
sonda no duodeno ou jejuno. Já nas unidades 
de terapia intensiva deve-se utilizar, 
preferencialmente, a sonda enteral em posição 
pós-pilórica. Em pacientes ostomizados as 
sondas de gastrostomias devem ser 
posicionadas através de técnicas 
endoscópicas. 
 
 
 
Existem dois métodos de administração: 
• Método intermitente gravitacional: a 
infusão de dieta é feita com volume, horário,SISTEMA DE 
ADMINISTRAÇÃO 
tempo e gotejamento pré-determinados por 
meio de equipo gravitacional. É mais 
econômica por não necessitar de bomba de 
infusão; 
• Método intermitente com bomba de 
infusão: a infusão de dieta é feita com volume, 
horário, tempo e gotejamento pré-
determinados por meio de bomba de infusão. 
Por usar a bomba de infusão, pode ser um 
método mais caro, porém se mantém contínua 
e oferece menor risco de aspiração. 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE 
FÓRMULA 
Os sistemas que as fórmulas de nutrição 
enteral se apresentam são: 
• Sistema aberto: mais comum em ambientes 
domiciliares; necessita apenas da fórmula, 
equipo e frasco (mais barato); pode ser 
administrada em etapas/frações; pode ser 
administrada em geladeira devido a sua 
embalagem tetra brick; não há custo adicional. 
• Sistema fechado: mais comum em ambiente 
hospitalar, pois possibilita a administração 
contínua da dieta; além da fórmula e equipo, 
necessita também de bomba de infusão (mais 
caro); fracionamento é dificultado, por isso é 
mais comum seguir-se o método contínuo; não 
é comum o armazenamento; mais seguro 
sanitariamente. 
 
 
COMPOSIÇÃO DE 
FÓRMULA 
Com relação aos tipos de composição de 
fórmula, podemos citar: 
• Industrializadas (podendo ser 
especializadas, não especializadas e de 
osmolalidade): 
Em pó para reconstituição - acondicionadas em 
pacotes hermeticamente fechados, em porções 
individuais; 
Semiprontas para uso - dietas já 
industrialmente 
reconstituídas, apresentam-se em latas, 
frascos de vidros ou embalagens tipo longa 
vida em quantidades suficientes para um 
horário de dieta; 
Prontas para uso - dietas já envasadas, 
acondicionadas em frascos e/ou bolsas 
próprias que são diretamente acopladas no 
equipo, chamadas de “sistema fechado”. 
• Artesanais: são dietas preparadas em casa, 
são liquidificadas e coadas. Costumam 
fornecer os nutrientes necessários para 
atender os requerimentos nutricionais 
necessários, porém é pouco indicada pela 
probabilidade de contaminação cruzada. 
NUTRIÇÃO PARENTERAL 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
A terapia nutricional parenteral refere-se à 
oferta de nutrição por via parenteral (venosa), 
central ou periférica, realizada quando o trato 
gastrointestinal está indisponível ou quando a 
necessidade nutricional não pode ser atendida 
de forma completa pelo trato gastrointestinal 
(via oral/enteral). 
Em algumas situações a Nutrição Parenteral 
(NP) pode ser realizada por via periférica, 
principalmente quando esta é indicada como 
complementar a nutrição enteral e quando 
esta é proposta por tempo breve. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICAÇÃO 
As principais indicações de dieta parenteral 
são: 
• Trato gastrointestinal não funcionante ou 
contraindicado ou tentativa de acesso enteral 
fracassada; 
• Condições que impeçam o uso do trato 
gastrointestinal por mais que 7-10 dias em 
adultos, 5-7 dias em pacientes pediátricos e 1-
2 dias em neonatos; 
• Quando o aporte enteral é insuficiente a 
associação com NP é recomendada a após 
cinco dias de TNE sem sucesso; 
• Fístula Gastrointestinal; 
• Pancreatite Aguda; 
• Síndrome do Intestino Curto; 
• Necessidades nutricionais maiores que a 
capacidade de oferta por via oral/enteral; 
• Hemorragia gastrointestinal persistente; 
• Abdome Agudo/Íleo paralítico prolongado; 
• Trauma abdominal requerendo repetidos 
procedimentos cirúrgicos. 
 
Referências: 
 Protocolo de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral da Comissão de Suporte Nutricional, 
Ana Paula Perillo Ferreira Carvalho et al., 2014. 
 Nutrição Enteral: Sistema Aberto ou Sistema Fechado? Uma Comparação de Custo-Benefício, 
Mariana Fernandes Costa et al., 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Considerando o caso de um senhor de 65 anos, sedentário com diagnóstico 
de hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperlipidemia mista e diabetes 
mellitus tipo 2 (DM2), que apresenta IMC = 27,1 kg/m2 (peso= 81,0 kg, estatura 
= 1,73 m), responda: 
 
4.a) Quais seriam os objetivos do cuidado nutricional nesta situação clínica? 
A conduta nutricional neste caso deve proporcionar perda de peso, contribuir com o 
controle da pressão arterial e lipoproteínas plasmáticas, além de favorecer uma oferta 
de alimentos que mantenham os índices glicêmicos baixos. 
 
4.b) Descreva qual seria seu protocolo de avaliação nutricional neste caso (pode 
conter forma de avaliação antropométrica, laboratorial, de consumo alimentar). 
No caso apresentado, eu conduziria com a anamnese e coleta de dados do paciente 
para obter uma forma de avaliação nutricional. Verificaria o consumo alimentar do 
paciente para que um parecer e orientação já pudessem ser dados e mudanças nos 
hábitos dietéticos fossem realizados o quanto antes e se necessário, solicitaria 
exames bioquímicos para glicemia. 
 
4.c) Descreva qual seria sua conduta no planejamento alimentar deste indivíduo 
(não deve apresentar cálculos e sim a explicação sobre qual fórmula escolheria, 
qual percentual de cada macronutriente, se há atenção especial para alguns 
micronutrientes, descrevendo os valores dos micronutrientes que seriam 
ofertados). 
• Para o cálculo de energia utilizaria a fórmula EER (“Estimated Energy Requirements” 
- EER) para homens (≥ 19 anos), com excesso de peso (IOM/FNB, 2002/2005), pois 
seria levado em conta sexo, idade, sobrepeso e o fator de atividade física, se tornando 
um pouco mais específica para o quadro do paciente. 
EER= 1086 - (10,1 x idade) + CAF x [(13,7 x peso) + (416 x altura)] 
O coeficiente de atividade física seria 1,0, pois o indivíduo é sedentário. 
• A oferta de macronutrientes seria normal, com os percentuais de 50% carboidratos 
(normoglicídica), 20% proteína (normoproteica) e 30% de lipídios (normolipídica). Por 
se tratar de um indivíduo diabético, a Associação Americana de Diabetes recomenda 
que os lipídios sejam estabelecidos de acordo com as metas do tratamento, 
distribuindo-se os 30% em até 7% de ácidos graxos saturados, 10% de 
poliinsaturados e os ácidos graxos insaturados devem ser complementados de forma 
individualizada. 
• Como o paciente apresenta quadro de hipertensão arterial, para a manutenção do 
controle da pressão, a orientação seria de uma dieta hipossódicado gasto energético e redução da ingestão 
energética que terão que ser incorporados a longo prazo. A composição ideal de dieta 
para perda e manutenção de peso é ainda desconhecida. Sabe-se, no entanto, que 
dietas drasticamente alteradas nas proporções de nutrientes podem ser perigosas e 
não são mais efetivas a médio e longo prazo na manutenção de perda de peso. Dietas 
com composições adequadas das quantidades de proteínas, carboidratos, gorduras, 
vitaminas, minerais e fibras de acordo com as especificações para idade e sexo, são 
mais efetivas a médio e longo prazo, além de promoverem um bom funcionamento do 
organismo e melhorias na saúde do indivíduo. 
 
5.b) tratamento pré-cirúrgico 
Para que seja aprovada a realização do tratamento cirúrgico da obesidade (cirurgia 
bariátrica), o indivíduo deve possuir IMC ≥ 50kg/m², IMC ≥ 40kg/m² com ou sem 
comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado na Atenção 
Básica e/ou na Atenção Ambulatorial Especializada, por no mínimo dois anos e que 
tenham seguido protocolos clínicos ou então IMC ≥ 35 associado a comorbidades 
como: risco cardiovascular maior que 20% em dez anos, doença cardiovascular, 
hipertensão arterial de difícil controle, diabetes mellitus de difícil controle, síndrome da 
apneia e hipopneia obstrutiva do sono (apneia do sono) e doença articular 
degenerativa. 
Os objetivos desse tratamento são promover a eliminação suficiente de peso pré-
operatório, para que assim se diminuam os riscos cirúrgicos e tenha maior chance de 
sucesso pós operação. A identificação de erros e transtornos alimentares do paciente, 
expectativas de emagrecimento, e preparação psicológica para a adesão de novos 
hábitos alimentares são de suma importância para que se garanta que o paciente 
mantenha uma conduta adequada e boa adaptação pós cirúrgica. 
A preparação para os novos hábitos alimentares deve se iniciar com antecedência de 
cerca da 3 meses antes da realização da cirurgia. O método adotado pode ser através 
de uma dieta com baixo teor energético (≤ 1000 Kcal/dia ou 10 Kcal/dia de peso 
corporal/dia) para que ocorra redução de 10% do peso pré-cirúrgico, diminuindo assim 
as taxas de mortalidade e comorbidade. 
 
5.c) tratamento pós-cirúrgico 
Os benefícios da cirurgia incluem resolução ou melhora acentuada de doenças 
crônicas como hipertensão, diabetes e hiperlipidemia. Entretanto, é preciso salientar 
que o tratamento cirúrgico da obesidade não se resume ao ato cirúrgico. 
A cirurgia bariátrica pode ser dividida em dois grupos: restritivas e malabsortivas com 
ou sem restrição. As necessidades nutricionais variam dependendo do grau de 
restrição e de malabsorção causada pela cirurgia e também da área do intestino usado 
para o by-pass. 
O procedimento restritivo, como bandagem laparoscópica ajustável, tem como 
objetivo a perda de peso por restrição do volume total de alimento ingerido. 
Dos procedimentos malabsortivos, o mais utilizado é o bypass gástrico em Y de Roux 
que envolve o fundo gástrico, corpo e antro, duodeno e jejuno. Conseqüentemente, 
há maior risco de se desenvolver deficiência de ferro, vitamina B12, folato e cálcio. 
Isso porque é no estômago que o ácido converte o ferro da forma ferrosa em férrica e 
é no duodeno onde ocorre a sua absorção. A absorção da vitamina B12 fica muito 
prejudicada, pois há impossibilidade da ligação com fator intrínseco condicionado à 
integrada do duodeno. A deficiência de folato não é muito comum, mas pode ocorrer 
quando há baixa ingestão associada. 
A dieta se inicia com líquidos. Neste estágio a alimentação deve ser totalmente líquida 
e isenta de açúcar, com o mínimo de valor calórico. Eles devem ser ingeridos em 
temperatura ambiente. Esta fase pode durar de 24 a 48 horas, de acordo com 
avaliação da equipe multidisciplinar. O volume de líquido ingerido deve ser de 1800 
ml a 2000 ml por dia. Os alimentos sugeridos para este período são água, chá, gelatina 
sem açúcar, água de coco e suplemento proteico líquido. 
A redução de peso nesta fase, que pode durar entre 2 e 4 semanas, é intensa. Os 
alimentos ingeridos devem continuar sendo totalmente líquidos e isentos de açúcar, 
mas eles já têm mais textura que na fase anterior. As preparações devem ser 
liquidificadas e coadas. Iogurte líquido sem gorduras e sem açúcar, suco de frutas 
natural coado, bebidas de soja e suplemento proteico líquido. As refeições devem ser 
frequentes e totalizar 2 litros por dia. Se houver intolerância a lactose, ela 
deverá ser excluída da dieta. 
Deve-se estar atento para a síndrome de Dumping quando o piloro é afetado ou 
quando houver bypass do duodeno. 
Uma a duas semanas após a cirurgia pode-se iniciar alimentos pastosos. A transição 
para este estágio, que pode durar de 2 a 4 semanas, deve ser feita de acordo com a 
tolerância do paciente e suas necessidades individuais. O objetivo é treinar a 
mastigação e o tempo de refeição. 
Os alimentos devem ter consistência semelhante a de um pudim mole, purê ou 
vitaminas de leite com frutas. Nesta fase podem ser adicionados ovos mexidos moles, 
atum ralado sem gordura e queijos macios, tipo cottage e com baixo teor de gordura. 
Frutas e vegetais também podem ser incluídos na alimentação. É essencial que 
durante a dieta pastosa a preferência deve ser por alimentos ricos em proteínas e a 
suplementação proteica deve continuar. 
Em seguida há a evolução para a dieta branda que deve ser constituída de alimentos 
com textura modificada, que requerem o mínimo de mastigação e que teoricamente 
poderão passar facilmente pela bolsa gástrica. 
Conforme o paciente apresente progresso e se mantenha seguindo as orientações 
de sua equipe multidisciplinar, o mesmo poderá voltar a ter uma alimentação regular 
com a dieta geral. Entretanto, deve haver restrição de açúcar e fibras, além de 
suplementação nutricional e acompanhamento constante. 
As recomendações podem variar de um profissional para o outro, assim como a 
tolerância alimentar depende de cada paciente. Náuseas e vômitos são geralmente 
causados por superalimentação ou pela deglutição de fragmentos maiores de 
alimento. A desidratação é muito comum após o procedimento cirúrgico e é atribuída 
principalmente à baixa ingestão de líquidos. Vômito e diarreia podem exacerbar a 
desidratação. Como os pacientes não podem ingerir grande quantidade de líquidos, 
deve-se estimular a ingestão de pequenas quantidades com maior frequência. 
O paciente obeso deve ter a nutrição parenteral total (NPT) iniciada 3 a 5 dias após a 
cirurgia, se estiver impossibilitado de dieta oral. Deve-se tomar cuidado com a 
síndrome de realimentação; portanto, inicia-se com 50% da necessidade e do volume 
estimado nas primeiras 24h. 
Devem-se monitorar os valores de potássio, magnésio e fósforo a cada 3 dias e 
calcular uma solução hipocalórica e normoproteica. A quantidade de calorias a ser 
fornecida deve ser de 15 a 20 por quilo de peso corporal ajustado (peso atual - peso 
ideal x 25% + peso ideal). A proteína deve ser de 1 a 2 g por quilo de peso ajustado. 
Gastrostomia pode ser considerada no pós-operatório crítico prolongado. 
 
Referências: 
 Abordagem Nutricional nos Diferentes Tipos de Cirurgia Bariátrica, Revista 
Brasileira de Nutrição Clínica, C C Soares et al., 2007. (MATERIAL DE AULA) 
 Cirurgia Bariátrica: Como e Por Que Suplementar, Lívia Azevedo Bordalo et al., 
2011. (MATERIAL DE AULA) 
 Indicações e Resultados da Cirurgia Bariátrica em Adultos, Nutrição oral, enteral e 
parenteral na prática clínica, M A Santo et al., 2017. (MATERIAL DE AULA) 
 Redefine as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do 
sobrepeso e obesidade com linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à 
Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, Portaria Nº424, de 19 de março de 
2013. (MATERIAL DE AULA) 
 Cuidados Intensivos Para Pacientes em Pós-operatório de Cirurgia Bariátrica, 
Giselle DominguesSanches et al., 2007. 
 Tratamento Clínico da Obesidade, Carla B Nonino-Borges et al., 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
6. Referências 
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Nutrition Recomendations and 
Interventions for Diabetes. Diabetes Care, volume 30, supp 1, january,2007 
 
BORDALO, Livia Azevedo, et al. Cirurgia Bariátrica: Como e Por Que Suplementar. 
2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n1/v57n1a25.pdf. Acesso em 
25 maio 2020. 
 
BRASIL. PORTARIA No 424, DE 19 DE MARÇO DE 2013. Redefine as diretrizes 
para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso e obesidade 
com linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com 
Doenças Crônicas. 
 
CARVALHO, Ana Paula Perillo Ferreira, et al. Protocolo de Terapia Nutricional 
Enteral e Parenteral da Comissão de Suporte Nutricional. 2014. Disponível em: 
http://www2.ebserh.gov.br/documents/222842/1033900/Manual+de+Nutricao+Parent
eral+e+Enteral.pdf/98898f78-942a-4e5e-93be-4e13c63ee8cd. Acesso em: 29 maio 
2020. 
 
CERVATO-MANCUSO, Ana Maria, et al. A atuação do Nutricionista na Atenção 
Básica à Saúde em Um Grande Centro Urbano. 2012. Disponível em: 
https://doi.org/10.1590/S1413-81232012001200014. Acesso em: 25 maio 2020. 
 
COSTA, Mariana Fernandes, et al. Nutrição Enteral: Sistema Aberto ou Sistema 
Fechado? Uma Comparação de Custo-Benefício. 2013. Disponível em: 
http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2016/12/03-Nutricao-enteral-
sistema-aberto-ou-sistema-fechado.pdf. Acesso em: 30 maio 2020. 
 
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO E METABOLOGIA DA SBD (São Paulo). Manual 
de Nutrição: profissional da saúde. Profissional da Saúde. 2009. Disponível em: 
https://www.diabetes.org.br. Acesso em: 31 maio 2020. 
 
NONINO-BORGES, Carla B, et al. Tratamento Clínico da Obesidade. 2006. 
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/381. Acesso em: 25 maio 
2020. 
 
PAIVA, Adriana de Azevedo, et al. Manual de Dietas Hospitalares. 2011. Disponível 
em: http://www.hgv.pi.gov.br. Acesso em: 27 maio 2020. 
 
SANCHES, Giselle Domingues, et al. Cuidados Intensivos Para Pacientes em Pós-
operatório de Cirurgia Bariátrica. 2007. Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
507X2007000200011&lng=pt. Acesso em: 26 maio 2020. 
 
SANTO, M. A. et al. Indicações e Resultados da Cirurgia Bariátrica em Adultos. 
In. WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5.ed. Rio 
de Janeiro: Atheneu, 2017. 653-662. 
 
SOARES, C.C; et al. Abordagem Nutricional nos Diferentes Tipos de Cirurgia 
Bariátrica. Rev. Bras. Nutr. Clín. 2007; 22(1):59-64. 
 
VIVALLE, Hospital. Manual para Prescrição de Dietas. Disponível em: 
http://www.espacomedicovivalle.com.br/area-
aberta/documentos/download/99/Manual_de_Prescricao_de_Dietas. Acesso em: 30 
maio 2020.

Mais conteúdos dessa disciplina