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UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências da Saúde Curso de Nutrição Ariadne C. Torres Ribeiro – T8635G-6 ESTUDO DE CASO – NUTRIÇÃO CLÍNICA SÃO PAULO 2020 Ariadne C. Torres Ribeiro – T8635G-6 ESTUDO DE CASO – NUTRIÇÃO CLÍNICA Estudo de caso apresentado como exigência na matéria de Nutrição Clínica para obtenção do título de graduação em Nutrição, campus Vergueiro, do Instituto de Ciência de Saúde da Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Prof.ª Luiza Antoniazzi SÃO PAULO 2020 QUESTÕES 1) Explique com as suas palavras qual a importância da classificação do nível de assistência nutricional, como essa classificação é feita e qual a relação dela com a frequência de atenção dispendida pelo nutricionista aos pacientes. A classificação do nível de assistência nutricional tem o objetivo de otimizar a atuação do nutricionista em unidades hospitalares ou prestar serviço até mesmo àqueles que já estão em domicílio, permitindo que os cuidados e condutas necessárias sejam aplicadas de acordo com a prioridade/gravidade do quadro clínico apresentado. A classificação pode ser: Primária: voltada a pacientes que não necessitam de intervenção dietoterápica específica, pois não apresentam risco nutricional. Deve ser realizada uma visita diária a fim de acompanhar a aceitação da dieta/cardápio e possíveis intercorrências. Secundária: trata-se de pacientes que apresentam algum risco nutricional OU necessitam de dietoterapia. Além da visita diária para avaliar a aceitação da dieta, também deve ser verificado o hábito intestinal do paciente e a discussão com equipe multidisciplinar para planejamento de cuidados nutricionais deve ocorrer. Terciária: compreende os pacientes que apresentam alguma forma de risco nutricional e também necessitam de tratamento dietoterápico. Além de acompanhar o estado nutricional do paciente diariamente, deve ser realizada a avaliação nutricional, colocar em prática planos de cuidados nutricionais, atuação multidisciplinar e verificar a eficácia da conduta terapêutica empregada. Referências: Material de aula dada em sala no dia 05 de março de 2020. A atuação do Nutricionista na Atenção Básica à Saúde em Um Grande Centro Urbano, Ana Maria Cervato-Mancuso et al., 2012. 2) Descreva quais são os tipos diferentes de consistências de dietas, exemplificando a sua composição (exemplos de alimentos e bebidas) e dando pelo menos 3 exemplos de indicações para cada consistência. CONSISTÊNCIA CARACTERÍSTICAS GERAL Dieta destinada a pacientes que não apresentam nenhum tipo de restrição alimentar, não apresentam problemas em deglutição/mastigação ou complicações gastrointestinais. Não há exclusão de alimentos, podendo ser ofertados alimentos ricos em fibras, bifes, sobremesas, etc – desde que se respeite os padrões para uma dieta hospitalar adequada e saudável. Pode ser instruída para pacientes que lesionaram algum músculo, fratura de membros como pé, perna e braço. BRANDA Apresenta similaridade com a dieta geral, porém sua consistência é mais macia, abrandada pela cocção, facilitando a digestão. Apresenta menor teor de fibras. Alimentos como vegetais cozidos, frutas sem a casca e restrição de cereais integrais são comuns na dieta. É orientada em alguns casos de pós-operatório, algumas afecções gastrointestinais e para pacientes com problemas de mastigação. É comumente utilizada como transição para a dieta geral. PASTOSA Caracterizada por preparações macias como pudins/flans, com alimentos moídos, triturados ou em forma de purês, para que ocorra a deglutição sem esforço. É recomendada em casos de disfagia, insuficiência cardíaca e respiratória e pacientes com limitações neurológicas. SEMI-LÍQUIDA OU LEVE Sem a presença de muitos resíduos, apresenta baixa viscosidade, não exige mastigação e é prescrita principalmente quando se quer repouso do sistema digestivo, como no caso de pré e pós operatório de cirurgias do trato gastrointestinal, pacientes com dificuldade de deglutição e mastigação e intolerância a alimentos sólidos. Em geral, se oferecem sopas, vitaminas, caldos, sucos e chás. LÍQUIDA COMPLETA Nesta consistência, pode-se utilizar preparações à base de leite, suco de frutas e caldos. Por ter baixa saciedade e baixo teor nutritivo, pode ser administrada a cada 2 horas, sendo bastante utilizada no pós-operatório, casos graves de infecção e transtornos gastrointestinais. LÍQUIDA RESTRITA Composta basicamente por líquidos claros e límpidos, comumente utilizada no pós-operatório (24-36 horas), com finalidade de hidratação e máximo repouso gastrointestinal. Também pode ser oferecida a cada 2 horas. É indicada para preparo de exames (colonoscopia e enema opaco) e preparo de cirurgias do trato gastrointestinal. Referências: Manual de Dietas Hospitalares, Adriana de Azevedo Paiva et al., 2011. Manual Para Prescrição de Dietas, Hospital ViValle. 3) Explique quais são as indicações de nutrição enteral e parenteral. Discorra sobre cada característica que pode variar na nutrição enteral (via de infusão, sistema de administração, sistema e composição da fórmula enteral). NUTRIÇÃO ENTERAL CARACTERÍSTICAS A TNE consiste na administração de nutrientes pelo trato gastrointestinal, através de um tubo, sondas ou ostomias, localizadas no tubo digestivo. É empregada quando o paciente não pode ou não deve se alimentar por via oral (via oral contra-indicada) ou quando a ingestão oral é insuficiente. Para que ocorra a indicação da Terapia Nutricional Enteral (TNE) é necessário que o trato digestivo esteja total ou parcialmente funcionante e, de modo geral, utilizá-la por pelo menos 5 a 7 dias. INDICAÇÃO As aplicações dessa conduta terapêutica podem ter diversas origens, porém as mais comuns são: • Pacientes em risco de desnutrição e desnutridos, incluindo gestantes, com ingestão oral inferior a dois terços (67%) das necessidades nutricionais diárias durante os 5 dias que antecederam a indicação, sem expectativa de melhoria da ingestão; • Pacientes clínicos e cirúrgicos com: neoplasias orofaríngeas, gastrointestinais, pulmonares, esofágicas, cerebrais; inflamação; trauma; cirurgias gastrointestinais; pancreatite; doenças inflamatórias intestinais; síndrome do intestino curto; • Pacientes não cirúrgicos com anorexia grave, faringite, esofagite, caquexia cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica; • Disfagia grave secundária a processos neurológicos e megaesôfago; • Pacientes com nível de consciência rebaixado; • Pacientes submetidos a cirurgia maxilo-facial (lesão de face e mandíbula); • Doença inflamatória intestinal; • Pancreatite aguda grave com motilidade gastrointestinal preservada. VIA DE INFUSÃO A TNE deverá ser realizada por meio de sondas nasoenterais (em posição gástrica, duodenal ou jejunal) ou ostomias (gastrostomia, jejunostomia, gastrojejunostomia). A inserção da sonda deverá ser feita, manualmente, à beira do leito ou com auxílio endoscópico. Após passagem da sonda, deve-se realizar raio-X de controle. Deve-se utilizar, preferencialmente, a sonda enteral em posição gástrica. Caso o paciente apresente intolerância, deve-se posicionar a sonda no duodeno ou jejuno. Já nas unidades de terapia intensiva deve-se utilizar, preferencialmente, a sonda enteral em posição pós-pilórica. Em pacientes ostomizados as sondas de gastrostomias devem ser posicionadas através de técnicas endoscópicas. Existem dois métodos de administração: • Método intermitente gravitacional: a infusão de dieta é feita com volume, horário,SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO tempo e gotejamento pré-determinados por meio de equipo gravitacional. É mais econômica por não necessitar de bomba de infusão; • Método intermitente com bomba de infusão: a infusão de dieta é feita com volume, horário, tempo e gotejamento pré- determinados por meio de bomba de infusão. Por usar a bomba de infusão, pode ser um método mais caro, porém se mantém contínua e oferece menor risco de aspiração. SISTEMA DE FÓRMULA Os sistemas que as fórmulas de nutrição enteral se apresentam são: • Sistema aberto: mais comum em ambientes domiciliares; necessita apenas da fórmula, equipo e frasco (mais barato); pode ser administrada em etapas/frações; pode ser administrada em geladeira devido a sua embalagem tetra brick; não há custo adicional. • Sistema fechado: mais comum em ambiente hospitalar, pois possibilita a administração contínua da dieta; além da fórmula e equipo, necessita também de bomba de infusão (mais caro); fracionamento é dificultado, por isso é mais comum seguir-se o método contínuo; não é comum o armazenamento; mais seguro sanitariamente. COMPOSIÇÃO DE FÓRMULA Com relação aos tipos de composição de fórmula, podemos citar: • Industrializadas (podendo ser especializadas, não especializadas e de osmolalidade): Em pó para reconstituição - acondicionadas em pacotes hermeticamente fechados, em porções individuais; Semiprontas para uso - dietas já industrialmente reconstituídas, apresentam-se em latas, frascos de vidros ou embalagens tipo longa vida em quantidades suficientes para um horário de dieta; Prontas para uso - dietas já envasadas, acondicionadas em frascos e/ou bolsas próprias que são diretamente acopladas no equipo, chamadas de “sistema fechado”. • Artesanais: são dietas preparadas em casa, são liquidificadas e coadas. Costumam fornecer os nutrientes necessários para atender os requerimentos nutricionais necessários, porém é pouco indicada pela probabilidade de contaminação cruzada. NUTRIÇÃO PARENTERAL CARACTERÍSTICAS A terapia nutricional parenteral refere-se à oferta de nutrição por via parenteral (venosa), central ou periférica, realizada quando o trato gastrointestinal está indisponível ou quando a necessidade nutricional não pode ser atendida de forma completa pelo trato gastrointestinal (via oral/enteral). Em algumas situações a Nutrição Parenteral (NP) pode ser realizada por via periférica, principalmente quando esta é indicada como complementar a nutrição enteral e quando esta é proposta por tempo breve. INDICAÇÃO As principais indicações de dieta parenteral são: • Trato gastrointestinal não funcionante ou contraindicado ou tentativa de acesso enteral fracassada; • Condições que impeçam o uso do trato gastrointestinal por mais que 7-10 dias em adultos, 5-7 dias em pacientes pediátricos e 1- 2 dias em neonatos; • Quando o aporte enteral é insuficiente a associação com NP é recomendada a após cinco dias de TNE sem sucesso; • Fístula Gastrointestinal; • Pancreatite Aguda; • Síndrome do Intestino Curto; • Necessidades nutricionais maiores que a capacidade de oferta por via oral/enteral; • Hemorragia gastrointestinal persistente; • Abdome Agudo/Íleo paralítico prolongado; • Trauma abdominal requerendo repetidos procedimentos cirúrgicos. Referências: Protocolo de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral da Comissão de Suporte Nutricional, Ana Paula Perillo Ferreira Carvalho et al., 2014. Nutrição Enteral: Sistema Aberto ou Sistema Fechado? Uma Comparação de Custo-Benefício, Mariana Fernandes Costa et al., 2013. 4) Considerando o caso de um senhor de 65 anos, sedentário com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperlipidemia mista e diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que apresenta IMC = 27,1 kg/m2 (peso= 81,0 kg, estatura = 1,73 m), responda: 4.a) Quais seriam os objetivos do cuidado nutricional nesta situação clínica? A conduta nutricional neste caso deve proporcionar perda de peso, contribuir com o controle da pressão arterial e lipoproteínas plasmáticas, além de favorecer uma oferta de alimentos que mantenham os índices glicêmicos baixos. 4.b) Descreva qual seria seu protocolo de avaliação nutricional neste caso (pode conter forma de avaliação antropométrica, laboratorial, de consumo alimentar). No caso apresentado, eu conduziria com a anamnese e coleta de dados do paciente para obter uma forma de avaliação nutricional. Verificaria o consumo alimentar do paciente para que um parecer e orientação já pudessem ser dados e mudanças nos hábitos dietéticos fossem realizados o quanto antes e se necessário, solicitaria exames bioquímicos para glicemia. 4.c) Descreva qual seria sua conduta no planejamento alimentar deste indivíduo (não deve apresentar cálculos e sim a explicação sobre qual fórmula escolheria, qual percentual de cada macronutriente, se há atenção especial para alguns micronutrientes, descrevendo os valores dos micronutrientes que seriam ofertados). • Para o cálculo de energia utilizaria a fórmula EER (“Estimated Energy Requirements” - EER) para homens (≥ 19 anos), com excesso de peso (IOM/FNB, 2002/2005), pois seria levado em conta sexo, idade, sobrepeso e o fator de atividade física, se tornando um pouco mais específica para o quadro do paciente. EER= 1086 - (10,1 x idade) + CAF x [(13,7 x peso) + (416 x altura)] O coeficiente de atividade física seria 1,0, pois o indivíduo é sedentário. • A oferta de macronutrientes seria normal, com os percentuais de 50% carboidratos (normoglicídica), 20% proteína (normoproteica) e 30% de lipídios (normolipídica). Por se tratar de um indivíduo diabético, a Associação Americana de Diabetes recomenda que os lipídios sejam estabelecidos de acordo com as metas do tratamento, distribuindo-se os 30% em até 7% de ácidos graxos saturados, 10% de poliinsaturados e os ácidos graxos insaturados devem ser complementados de forma individualizada. • Como o paciente apresenta quadro de hipertensão arterial, para a manutenção do controle da pressão, a orientação seria de uma dieta hipossódicado gasto energético e redução da ingestão energética que terão que ser incorporados a longo prazo. A composição ideal de dieta para perda e manutenção de peso é ainda desconhecida. Sabe-se, no entanto, que dietas drasticamente alteradas nas proporções de nutrientes podem ser perigosas e não são mais efetivas a médio e longo prazo na manutenção de perda de peso. Dietas com composições adequadas das quantidades de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras de acordo com as especificações para idade e sexo, são mais efetivas a médio e longo prazo, além de promoverem um bom funcionamento do organismo e melhorias na saúde do indivíduo. 5.b) tratamento pré-cirúrgico Para que seja aprovada a realização do tratamento cirúrgico da obesidade (cirurgia bariátrica), o indivíduo deve possuir IMC ≥ 50kg/m², IMC ≥ 40kg/m² com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado na Atenção Básica e/ou na Atenção Ambulatorial Especializada, por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos ou então IMC ≥ 35 associado a comorbidades como: risco cardiovascular maior que 20% em dez anos, doença cardiovascular, hipertensão arterial de difícil controle, diabetes mellitus de difícil controle, síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (apneia do sono) e doença articular degenerativa. Os objetivos desse tratamento são promover a eliminação suficiente de peso pré- operatório, para que assim se diminuam os riscos cirúrgicos e tenha maior chance de sucesso pós operação. A identificação de erros e transtornos alimentares do paciente, expectativas de emagrecimento, e preparação psicológica para a adesão de novos hábitos alimentares são de suma importância para que se garanta que o paciente mantenha uma conduta adequada e boa adaptação pós cirúrgica. A preparação para os novos hábitos alimentares deve se iniciar com antecedência de cerca da 3 meses antes da realização da cirurgia. O método adotado pode ser através de uma dieta com baixo teor energético (≤ 1000 Kcal/dia ou 10 Kcal/dia de peso corporal/dia) para que ocorra redução de 10% do peso pré-cirúrgico, diminuindo assim as taxas de mortalidade e comorbidade. 5.c) tratamento pós-cirúrgico Os benefícios da cirurgia incluem resolução ou melhora acentuada de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e hiperlipidemia. Entretanto, é preciso salientar que o tratamento cirúrgico da obesidade não se resume ao ato cirúrgico. A cirurgia bariátrica pode ser dividida em dois grupos: restritivas e malabsortivas com ou sem restrição. As necessidades nutricionais variam dependendo do grau de restrição e de malabsorção causada pela cirurgia e também da área do intestino usado para o by-pass. O procedimento restritivo, como bandagem laparoscópica ajustável, tem como objetivo a perda de peso por restrição do volume total de alimento ingerido. Dos procedimentos malabsortivos, o mais utilizado é o bypass gástrico em Y de Roux que envolve o fundo gástrico, corpo e antro, duodeno e jejuno. Conseqüentemente, há maior risco de se desenvolver deficiência de ferro, vitamina B12, folato e cálcio. Isso porque é no estômago que o ácido converte o ferro da forma ferrosa em férrica e é no duodeno onde ocorre a sua absorção. A absorção da vitamina B12 fica muito prejudicada, pois há impossibilidade da ligação com fator intrínseco condicionado à integrada do duodeno. A deficiência de folato não é muito comum, mas pode ocorrer quando há baixa ingestão associada. A dieta se inicia com líquidos. Neste estágio a alimentação deve ser totalmente líquida e isenta de açúcar, com o mínimo de valor calórico. Eles devem ser ingeridos em temperatura ambiente. Esta fase pode durar de 24 a 48 horas, de acordo com avaliação da equipe multidisciplinar. O volume de líquido ingerido deve ser de 1800 ml a 2000 ml por dia. Os alimentos sugeridos para este período são água, chá, gelatina sem açúcar, água de coco e suplemento proteico líquido. A redução de peso nesta fase, que pode durar entre 2 e 4 semanas, é intensa. Os alimentos ingeridos devem continuar sendo totalmente líquidos e isentos de açúcar, mas eles já têm mais textura que na fase anterior. As preparações devem ser liquidificadas e coadas. Iogurte líquido sem gorduras e sem açúcar, suco de frutas natural coado, bebidas de soja e suplemento proteico líquido. As refeições devem ser frequentes e totalizar 2 litros por dia. Se houver intolerância a lactose, ela deverá ser excluída da dieta. Deve-se estar atento para a síndrome de Dumping quando o piloro é afetado ou quando houver bypass do duodeno. Uma a duas semanas após a cirurgia pode-se iniciar alimentos pastosos. A transição para este estágio, que pode durar de 2 a 4 semanas, deve ser feita de acordo com a tolerância do paciente e suas necessidades individuais. O objetivo é treinar a mastigação e o tempo de refeição. Os alimentos devem ter consistência semelhante a de um pudim mole, purê ou vitaminas de leite com frutas. Nesta fase podem ser adicionados ovos mexidos moles, atum ralado sem gordura e queijos macios, tipo cottage e com baixo teor de gordura. Frutas e vegetais também podem ser incluídos na alimentação. É essencial que durante a dieta pastosa a preferência deve ser por alimentos ricos em proteínas e a suplementação proteica deve continuar. Em seguida há a evolução para a dieta branda que deve ser constituída de alimentos com textura modificada, que requerem o mínimo de mastigação e que teoricamente poderão passar facilmente pela bolsa gástrica. Conforme o paciente apresente progresso e se mantenha seguindo as orientações de sua equipe multidisciplinar, o mesmo poderá voltar a ter uma alimentação regular com a dieta geral. Entretanto, deve haver restrição de açúcar e fibras, além de suplementação nutricional e acompanhamento constante. As recomendações podem variar de um profissional para o outro, assim como a tolerância alimentar depende de cada paciente. Náuseas e vômitos são geralmente causados por superalimentação ou pela deglutição de fragmentos maiores de alimento. A desidratação é muito comum após o procedimento cirúrgico e é atribuída principalmente à baixa ingestão de líquidos. Vômito e diarreia podem exacerbar a desidratação. Como os pacientes não podem ingerir grande quantidade de líquidos, deve-se estimular a ingestão de pequenas quantidades com maior frequência. O paciente obeso deve ter a nutrição parenteral total (NPT) iniciada 3 a 5 dias após a cirurgia, se estiver impossibilitado de dieta oral. Deve-se tomar cuidado com a síndrome de realimentação; portanto, inicia-se com 50% da necessidade e do volume estimado nas primeiras 24h. Devem-se monitorar os valores de potássio, magnésio e fósforo a cada 3 dias e calcular uma solução hipocalórica e normoproteica. A quantidade de calorias a ser fornecida deve ser de 15 a 20 por quilo de peso corporal ajustado (peso atual - peso ideal x 25% + peso ideal). A proteína deve ser de 1 a 2 g por quilo de peso ajustado. Gastrostomia pode ser considerada no pós-operatório crítico prolongado. Referências: Abordagem Nutricional nos Diferentes Tipos de Cirurgia Bariátrica, Revista Brasileira de Nutrição Clínica, C C Soares et al., 2007. (MATERIAL DE AULA) Cirurgia Bariátrica: Como e Por Que Suplementar, Lívia Azevedo Bordalo et al., 2011. (MATERIAL DE AULA) Indicações e Resultados da Cirurgia Bariátrica em Adultos, Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica, M A Santo et al., 2017. (MATERIAL DE AULA) Redefine as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso e obesidade com linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, Portaria Nº424, de 19 de março de 2013. (MATERIAL DE AULA) Cuidados Intensivos Para Pacientes em Pós-operatório de Cirurgia Bariátrica, Giselle DominguesSanches et al., 2007. Tratamento Clínico da Obesidade, Carla B Nonino-Borges et al., 2006. 6. Referências AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Nutrition Recomendations and Interventions for Diabetes. 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