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CPF: 860.542.154-18
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
1 
 
 DIREITO EMPRESARIAL | PONTO 8 
 Teoria Geral da Recuperação da empresa. 
Recuperação judicial e recuperação extrajudicial. 
Processo da recuperação. 
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: https://loja.mege.com.br/ 
Celular / Whatsapp: (99) 98262-2200 
Turma: Clube da Magistratura 
Material: Ponto 8 (Direito Empresarial) 
Professor: Luiz Vinicius Holanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
(Ponto 8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ...................................................................... 4 
DIREITO EMPRESARIAL ..................................................................................................... 5 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 6 
1.1. DIREITO RECUPERACIONAL ....................................................................................... 6 
1.2. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ............................................................................... 24 
3. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 27 
4. QUESTÕES ................................................................................................................... 35 
5. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 43 
 
 
 
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital Mege) 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – Professor Luiz Vinicius Holanda 
Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação judicial e recuperação 
extrajudicial. Processo da recuperação. (Ponto 8) 
 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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5 
DIREITO EMPRESARIAL (conteúdo atualizado em 14-07-2023) 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá, pessoal! 
Visto o ponto com as noções gerais sobre o direito falimentar e recuperacional, 
cabe-nos abordar a recuperação judicial. É o próximo tema seguindo a sequência da 
legislação e o mais correto para a melhor compreensão do assunto, uma vez que antes 
de entender o que é falência, seu processo e seus efeitos, deve-se compreender qual a 
possibilidade legal de salvar empresas viáveis da falência. 
Vou apenas ressaltar a importância deste assunto, que foi recentemente 
reformado e caiu EM TODAS (sim, TODAS) as provas de Magistratura Estadual de 2021 
e 2022). 
Então, vamos à RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
Luiz Vinicius 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. DIREITO RECUPERACIONAL 
 
A recuperação judicial é, em apertada síntese, o procedimento pelo qual o 
empresário busca superar a crise instalada. Veio substituindo a concordata, 
regulamentada no Decreto-Lei nº 2.661/1945. 
Para relembrar o que era a concordata, é importante dizer que concordata era 
um direito do devedor. Os credores não tinham muita participação no processo. O juiz 
verificava se o devedor preenchia os requisitos e deferia a concordata, os credores não 
tinham papel nisso. Ao contrário, na recuperação judicial, a decisão cabe aos credores. 
Após apresentação do plano de recuperação judicial pelo devedor, os credores vão 
deliberar sobre o plano e sua aprovação ou não. 
Mas qual a necessidade de existir uma lei que traz vantagens para uma empresa 
em dificuldade? Há algum ganho para a sociedade nisso? A verdade, meu amigo, é que 
sim. A doutrina aponta, em geral, quatro benefícios para esse favorecimento de uma 
empresa em dificuldade: (a) da preservação da empresa, (b) da manutenção de 
empregos e (c) da fonte produtora, bem como (d) do desenvolvimento da atividade 
empresarial na região afetada. 
Desses benefícios, para fins de concurso, é importante falar um pouco mais 
sobre o princípio da preservação da empresa. Este princípio vem citado no art. 47 da 
LFRE e possui como finalidade permitir a recuperação das empresas e/ou empresário 
em crise, preservando a empresa e reconhecendo a sua função social. 
Quem se submete à recuperação judicial? O empresário regular. 
Quais créditos podem compor a recuperação? Estão sujeitos à recuperação 
judicial todos créditos vencidos ou vincendos existentes na data do pedido. 
 
ATENÇÃO! Os créditos derivados de honorários advocatícios contratados ou 
sucumbenciais são verbas trabalhistas, sujeitos à recuperação judicial mesmo que 
decorrentes de condenação proferida após o pedido de recuperação (STJ, REsp. 
1.377.764/MS). 
 
Créditos EXCLUÍDOS da recuperação: 
a) créditos posteriores ao pedido de recuperação. 
b) dívida tributária. 
c) art. 49, § 3º: 
▪ propriedade fiduciária; 
▪ arrendamento mercantil (leasing); 
▪ compra e venda com reserva de domínio; 
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7 
▪ compra e venda de bem imóvel com cláusula de irrevogabilidade ou 
irretratabilidade. 
NÃO se permitirá, contudo, durante o prazo de suspensão das execuções, a venda ou 
a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais à sua 
atividade empresarial. 
d) ACC – Adiantamento de Contrato de Câmbio. 
e) decorrentes de repasse de recursos oficiais. 
 
NÃO se submetem aos efeitos da recuperação judicial: 
 
(a) os créditos garantidos por alienação fiduciária de bem não 
essencial à atividade empresarial (STJ, CC 131.656/PE); 
(b) os patrimônios de afetação, prevalecendo os direitos de 
propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada 
a legislação respectiva. 
 
1.1.1. PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
a) fase postulatória = inicia com o requerimento pleiteando o benefício apresentado 
pelo devedor em crise e encerra no despacho judicial mandando processar o pedido. 
LEMBRE-SE = a recuperação poderá ser requerida pelo devedor, seu cônjuge 
sobrevivente, herdeiros, inventariante ou sócio remanescente. 
b) fase deliberativa = inicia-se com o despacho judicial mandando processar o pedido, 
perpassando a verificação dos créditos e a aprovação de um plano de recuperação 
(ou reorganização); finda com a decisão concessiva do benefício. 
c) fase executória = tem gênese na decisão concessiva do benefício, transcorre a 
fiscalização do cumprimento do plano aprovado e conclui-se na sentença que encerra 
o processo. 
 
 
 
A. FASE POSTULATÓRIA 
•Requerimento
•Despacho 
ordenando o 
processament
o do pedido
POSTULAT
ÓRIA
• Verificação 
dos créditos
• Aprovação 
do plano de 
recuperação
DELIBERA
TIVA• Fiscalização 
do 
cumpriment
o do plano
EXECUTÓRIA
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8 
 
Só pode ser provocada pelo próprio devedor em crise (cônjuge sobrevivente, 
herdeiros, inventariante ou sócio remanescente) – a recuperação é SEMPRE facultativa. 
Legitimidade ativa: somente o devedor empresário individual, sociedade 
empresária em atividade regular há mais de 2 anos. O credor NÃO tem legitimidade para 
requerer recuperação do devedor. Em caso de morte do empresário individual, sua 
recuperação pode ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros ou inventariante. 
 
NÃO podem pedir recuperação: 
a) sociedades em comum. 
b) sociedade de economia mista¹. 
c) cooperativas¹. 
d) sociedades simples¹. 
e) instituições financeiras². 
f) entidades integrantes do sistema de distribuição de títulos e valores imobiliários no 
mercado de capitais². 
g) corretoras de câmbio². 
h) seguradoras². 
i) operadoras de planos privados de assistência à saúde². 
¹ não podem falir. 
² razões ligadas à regulamentação econômica. 
 
PRESSUPOSTOS para requerer recuperação (art. 48): 
a) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes. Salvo o reabilitado (teve declaradas 
extintas suas obrigações por sentença), e ainda exceto se, antes da quebra, requereu 
a recuperação judicial e não a cumpriu. 
No prazo da contestação no processo falimentar, o devedor poderá pleitear sua 
recuperação. 
b) existir regularmente há mais de 2 anos. 
É possível a desconsideração da personalidade em favor da sociedade para viabilizar 
a recuperação de pessoa jurídica constituída há menos de 2 anos, mas pertencente a 
grupo societário mais antigo (TJSP). 
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9 
c) não ter obtido recuperação judicial (tanto ordinária quanto especial de ME/EPP) há 
menos de 5 anos, contados da concessão (pode ter obtido recuperação extrajudicial, 
mesmo homologada). 
d) os sócios controladores e administradores não terem sido condenados por crime 
falimentar (art. 48, caput, e incisos I e IV). 
 
Há uma polêmica sobre a legitimidade do produtor rural para pleitear a sua 
recuperação judicial, em virtude de ele não ser obrigado a se registrar na junta 
comercial. O STJ, pacificando o tema, decidiu, sob a sistemática dos recursos repetitivos, 
entendeu que em se tratando de sociedades ou empresários rurais, cuja inscrição 
perante o Registro Público de Empresas Mercantis é facultativa, é possível o cômputo 
do período de atividade rural anterior ao registro na Junta Comercial para fins de 
preenchimento do requisito temporal (2 anos). Ainda, fala o STJ que as dívidas 
anteriores ao seu registro na Junta Comercial também se sujeitam ao plano de 
recuperação (enunciado 96 da III Jornada de Direito Comercial). 
 
ATENÇÃO! “Ao produtor rural que exerça sua atividade de forma empresarial há mais 
de dois anos, é facultado requerer a recuperação judicial, desde que esteja inscrito na 
Junta Comercial no momento em que formalizar o pedido recuperacional, 
independentemente do tempo de seu registro.” (STJ. 2ª Seção. REsp 1.905.573-MT, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/06/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 
1145) (Info 743)). 
Explicando melhor esse julgado, o STJ definiu que o empresário rural, para fazer o 
pedido de recuperação judicial, deve estar registrado. Portanto, o registro 
empresarial deve ser anterior ao pedido de recuperação judicial. 
Porém, o prazo exigido pelo “caput” do art. 48 (2 anos) não precisa ser exercido após 
o registro. No caso de empresário rural, o exercício da atividade econômica rural pelo 
prazo de 2 anos pode ser computado somando-se ao período anterior e posterior ao 
registro. 
Dessa feita, o registro empresarial deve, sim, ser realizado antes da impetração da 
recuperação judicial (critério formal). Contudo, a comprovação da regularidade da 
atividade empresarial pelo biênio mínimo (art. 48 da Lei nº 11.101/2005) será aferida 
pela manutenção e continuidade do exercício profissional (critério material). 
Por último, podemos dizer que o registro do empresário rural, além do efeito 
constitutivo (de equipará-lo ao empresário sujeito a registro), possui efeito 
declaratório, pois apenas declara sua condição de empresário (que já existia antes do 
registro). 
 
A reforma da Lei 14.112/2020 tratou do assunto, buscando trazer uma maior 
segurança jurídica aos casos de recuperação judicial dos produtores rurais. Nos §§ 2º a 
5º do art. 48, tratam da comprovação do exercício da atividade rural; e, nos §§ 6º a 9º 
do art. 49, tratam da sujeição dos créditos aos efeitos da recuperação judicial. 
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10 
O ponto mais importante dessa novidade da reforma da LFRE, tratando do 
produtor rural, fica no § 3º do art. 48, pois ele permite que o produtor rural mesmo 
como pessoa física peça a recuperação judicial, obedecendo ao limite do art. 70-A: 
 
Art. 70-A. O produtor rural de que trata o § 3º do art. 48 desta 
Lei poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, 
nos termos desta Seção, desde que o valor da causa não exceda 
a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 
 
O procedimento falimentar pode ser colocado em marcha por requerimento: 
 
FORMALIDADE DE INSTRUÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL (art. 51): 
Exposição das causas da situação crítica. 
Demonstrações contábeis e relatório da situação da empresa (relativas aos últimos 
três exercícios sociais). 
Relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação judicial. 
Relação integral dos empregados. 
Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato 
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores 
Lista dos bens particulares do sócio ou acionista controlador e administradores. 
Extratos bancários e de investimento das contas do devedor. 
Certidões de protesto. 
Relação das ações judiciais em andamento. 
A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e procedimentos 
arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a 
estimativa dos respectivos valores demandados (NOVIDADE!). 
O relatório detalhado do passivo fiscal (NOVIDADE!). 
A relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante, incluídos aqueles 
não sujeitos à recuperação judicial (NOVIDADE!). 
 
ATENÇÃO! A reforma da LFRE trouxe, no novo art. 51-A, a figura da CONSTATAÇÃO 
PRÉVIA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Este instituto tem a finalidade de, através de 
um profissional apontado pelo juiz, conferir a regularidade da documentação 
apresentada pela empresa e a sua real situação fática. 
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11 
Conforme redação dada pelo art. 51-A, após a distribuição do pedido de recuperação 
judicial, o juiz pode antes de julgar pelo deferimento ou indeferimento do 
processamento da recuperação judicial, nomear profissional de sua confiança, com 
capacidade técnica e idoneidade, para promover a “constatação exclusivamente das 
reais condições de funcionamento da requerente e da regularidade e da completude 
da documentação apresentada com a petição inicial”.Estando em ordem a petição (legitimidade ativa + adequada instrução), o juiz 
mandará processar a recuperação judicial, através de despacho de processamento 
(LFRE, art. 52) pelo qual: 
 
a) nomeia administrador judicial. 
b) suspende todas as ações e execuções contra o devedor, até a deliberação sobre o 
plano de recuperação ou passado o prazo de respiro (180 dias, prorrogável uma única 
vez). 
c) intima o MP. 
d) comunica por carta as Fazendas Públicas. 
 
ATENÇÃO! Enunciado 52 da I Jornada de Direito Comercial: A decisão que defere o 
processamento da recuperação judicial desafia agravo de instrumento. 
 
O stay period ou prazo de suspiro é tratado no art. 6º da LFRE e é possível 
concluir da sua leitura que a regra é a suspensão das ações e execuções individuais 
contra o devedor que teve o processamento da recuperação judicial deferido. Contudo, 
a lei excepciona nesta regra: as ações que demandam quantia ilíquida (LFRE, art. 6º, § 
1º), as reclamações trabalhistas (LFRE, art. 6º, § 2º), as execuções fiscais (LFRE, art. 6º, 
§ 7º-B), os procedimentos arbitrais (LFRE, art. 6º, § 9º) e as ações e execuções movidas 
por credores de créditos excluídos do plano (LFRE, art. 49º, §§ 3º e 4º). 
O prazo legal é de 180 dias (contado em DIAS CORRIDOS – STJ, REsp. nº 
1.698.283/GO, j. 21/05/2019). Havia grande discussão sobre a possibilidade de 
prorrogação deste prazo. A jurisprudência do STJ admitia, especialmente quando a 
demora não pode ser atribuída ao devedor; a doutrina, por sua vez, também permitia 
(vide enunciado 42 da I Jornada de Direito Comercial). 
A reforma da LFRE alterou a redação do § 4º do art. 6º e sanou de vez qualquer 
discussão sobre o tema, permitindo a prorrogação, uma única vez, por igual período, 
em caráter excepcional e desde que o devedor não haja concorrido com a superação 
do lapso temporal. 
 
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12 
ATENÇÃO! A suspensão de que cuida o art. 6º (stay period) é temporária em relação 
à Recuperação Judicial, cessando quando ocorrer (cessa no que ocorrer primeiro): 
a) com a finalização do próprio prazo de 180 dias; 
b) após aprovação do plano de recuperação judicial, que implica novação da dívida. 
 
ATENÇÃO! Enunciado 43 da I Jornada de Direito Comercial: a suspensão das ações e 
execuções previstas no art. 6º da Lei n. 11.101/2005 não se estende aos coobrigados 
do devedor. 
 
O processo de falência é suspenso tão só pela impetração regular do pedido de 
recuperação judicial no prazo da contestação (LFRE, art. 95) – não depende do referido 
despacho. 
 
ATENÇÃO! Não confundir o deferimento do processamento da recuperação (admitir 
que se delibere a possibilidade de recuperação, com verificação da vontade dos 
credores - art. 52) com a concessão da recuperação (aceitação do plano pela 
inexistência de impugnação, aprovação em assembleia ou pelo juiz - art. 58). 
 
DEFERIR O PROCESSAMENTO (art. 52) CONCEDER A RECUPERAÇÃO (art. 58) 
Admitir que se delibere a possibilidade 
de recuperação, com verificação da 
vontade dos credores. 
Aceitação do plano pela inexistência de 
impugnação, aprovação em assembleia 
ou pelo juiz (cram down). 
 
Há 3 “sentenças”, pois ao final, o juiz decretará ainda o encerramento da 
recuperação (art. 63). 
 
 
 
 
É importante atentar que, conforme o art. 52, § 4º, da LFRE, após o deferimento 
do processamento da recuperação até a sentença de concessão, o autor só pode desistir 
do pedido com a concordância da assembleia geral de credores. 
O próximo passo, e que põe fim à fase postulatória, é a publicação de edital 
contendo: 
 
DEFERE O PROCESSAMENTO 
(art. 52)
CONCEDE A RECUPERAÇÃO 
(art. 58)
DECRETA O 
ENCERRAMENTO (art. 63)
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13 
- Síntese do pedido do autor. 
- Os termos do despacho de processamento. 
- A relação de credores (com valor atualizado e classificação) 
constante da petição inicial. 
- Advertência do prazo para habilitação dos créditos (15 dias da 
publicação do edital) e objeção ao plano de recuperação (30 dias 
da republicação do quadro de credores). 
 
CUIDADO para não confundir as ações não atraídas pelo juízo universal com 
aquelas que não são suspensas pelo despacho que autoriza o processamento da 
recuperação. 
 
NÃO são atraídas pelo juízo UNIVERSAL NÃO são suspensas pelo despacho de 
recuperação 
Reclamações trabalhistas. 
Execuções tributárias e débitos inscritos 
em CDA. 
Ação que demanda obrigação ilíquida. 
Reclamações trabalhistas. 
Execuções fiscais, caso não concedido o 
parcelamento (CTN, art. 155-A). 
Ações que demandem quantia ilíquida. 
Ações de conhecimento em que é parte 
ou interessada a União, autarquia ou 
empresa pública federal. 
Ações em que o recuperando é autor. 
Execuções promovidas por sujeitos 
absolutamente não adstritos à 
recuperação judicial. 
 
 
ATENÇÃO! Súmula 480 do STJ: O juízo da recuperação judicial NÃO é competente 
para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da 
empresa. 
 
B. FASE DELIBERATIVA 
 
Esta parte é a fase de verificação dos créditos e deliberação sobre o plano de 
recuperação. O procedimento de verificação e habilitação de créditos será conduzido 
pelo administrador judicial e redundará na formação do quadro-geral de credores, o 
qual apontará os legitimados a votar na assembleia-geral (LFRE, art. 39). 
 
Resumo do procedimento de verificação e habilitação dos créditos: 
1) publicação da relação de credores em diário oficial. 
CPF: 860.542.154-18
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14 
2) prazo de 15 dias para credores conferir a lista: 
a) pedidos de habilitação (pelos não constantes da 1ª lista). 
b) pedidos de divergência (pelos constantes da lista, mas que discordam do valor ou 
natureza de seus créditos). 
3) republicação do quadro de credores no prazo de 45 dias (impugnação em 10 dias). 
 
ATENÇÃO! O STJ (REsp. 992.846/PR) confere ao procedimento de habilitação de 
crédito caráter litigioso, inclusive com manifestação do devedor, comitê de credores, 
administrador judicial e instrução probatória. Desse modo, o título que o embasa não 
precisa ser um título executivo. 
 
Publicada a decisão que defere o processamento do pedido, o devedor deve 
apresentar o plano de recuperação judicial no prazo improrrogável de 60 (sessenta) 
dias. Conforme o caput do art. 53 da LFRE, o plano deve indicar: a) descrição 
pormenorizadamente dos meios empregados (na recuperação judicial), conforme o art. 
50 da Lei de Falências (rol exemplificativo); b) demonstração de sua viabilidade 
econômica; c) laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos, subscrito 
por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Lembrando que tudo 
isso deve ser apresentado, sob pena de convolação em falência. 
 
ATENÇÃO! Atualmente, ganha fôlego na jurisprudência a possibilidade da 
apresentação de “plano de recuperação judicial aditivo ou modificativo”. Trata-se, em 
síntese, da possibilidade de modificar o plano anteriormente aprovado, pela 
apresentação de um aditivo, modificando algumas cláusulas. Apesar de não haver 
previsão legal, a jurisprudência tem admitido a sua apresentação, com base no 
princípio da preservação da empresa e da soberania da vontade dos credores (STJ, 
REsp. 1.853.347). 
 
Os meios de recuperação judicial são apresentados no art. 50 da LFRE, em rol 
exemplificativo, sendo muito mais amplos queuma moratória, por exemplo. Dois meios 
merecem destaque, pois foram acrescentados pela reforma da LFRE: a) conversão de 
dívida em capital social; b) venda integral da devedora. 
Ainda, o art. 60 da LFRE prevê a possibilidade de alienação judicial de filiais ou 
unidades produtivas isoladas. Conforme o art. 60-A da LFRE (novidade da reforma!), a 
alienação pode abranger bens, direitos ou ativos de qualquer natureza, tangíveis ou 
intangíveis, isolados ou em conjunto, incluídas as participações dos sócios. É importante 
ressaltar que, na mesma linha do enunciado 47 da I Jornada de Direito Comercial, o 
parágrafo único do art. 60 determina a ausência de sucessão do arrematante em 
qualquer obrigação do devedor. 
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15 
O plano, apesar de bem amplo, encontra limites na LFRE. Resumidamente, fica 
assim: 
 
Restrições legais à alteração das obrigações: 
a) os empregados com direitos vencidos na data do pedido devem ser pagos no 
máximo em 1 ano + os créditos de 3 meses anteriores à recuperação, limitados a 5 
salários por trabalhador, devem ser quitados em 30 dias. 
b) deve ser requerido o parcelamento do crédito fiscal consoante o art. 155-A do CTN. 
c) a alienação de bens com ônus real, com supressão ou substituição da garantia, 
depende de anuência dos respectivos credores. 
Se não houver previsão de alienação do bem, a autorização referida é desnecessária. 
d) o afastamento da variação cambial nos créditos em moeda estrangeira depende de 
anuência expressa do respectivo credor. 
 
Após a apresentação do plano, começa a correr o prazo de 30 dias para a 
apresentação das objecções ao plano, contados da publicação da relação preliminar de 
credores (LFRE, art. 7º, § 2º) ou da publicação do aviso de recebimento do plano (LFRE, 
art. 53, parágrafo único). 
 
NÃO HAVENDO OBJEÇÃO HAVENDO OBJEÇÃO 
O plano é considerado aprovado. O juiz convoca assembleia geral dos credores 
(indica data, local e hora) – para o máximo de 
150 dias. 
 
A lei não exige fundamentação do credor que deseje apresentar objeção ao 
plano, prevalecendo o mesmo entendimento na jurisprudência. Contudo, caso seja uma 
pergunta subjetiva, recomendo que deve ser levantado que a assembleia-geral de 
credores vai aumentar os custos da recuperação para a empresa e que o Código Civil 
veda o abuso de direito (CC, art. 167), sendo razoável exigir que o credor fundamente 
sua recusa ao plano. 
 
ATENÇÃO! A reforma da LFRE permitiu que qualquer deliberação da assembleia-geral 
de credores seja substituída por termo de adesão firmado por tantos credores 
quantos satisfaçam o quórum de aprovação específico (LFRE, art. 39, § 4º). Conforme 
o parágrafo 1º do art. 45-A, a deliberação sobre o plano de recuperação judicial pode 
ser substituída por termo de adesão. 
 
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16 
 
 
A assembleia-geral de credores pode seguir três caminhos ao votar o plano de 
recuperação judicial: a) aprovar o plano sem alterações; b) aprovar com alterações; c) 
não aprovar. No primeiro caso, elege-se os membros do comitê de credores (caso vá 
existir) e, em seguida, passa-se à fase do art. 57 da LFRE (apresentação da CDAs). No 
segundo caso, exige-se aprovação do credor e que as modificações não causem 
prejuízos aos credores ausentes e, em seguida, segue-se ao que determina o art. 57. 
No terceiro caso, antes da reforma da LFRE, a não aprovação do plano obrigava 
o juiz a decretar a falência do devedor, ante a soberania da decisão dos credores. Porém, 
com a nova redação o art. 56, § 4º, o administrador judicial pode submeter à votação a 
concessão de prazo de 30 dias para apresentação de plano de recuperação judicial 
alternativo, elaborado pelos credores. Para aprovação dessa apresentação de plano 
alternativo, a lei exige o quórum de mais da metade dos créditos presentes à 
assembleia geral. 
 
ATENÇÃO! Para haver deliberação sobre o Plano de Recuperação apresentado pelos 
credores, a LFRE exige: 
a) deverá observar os mesmos requisitos previstos no art. 53 da LFRE para aprovação 
do plano; 
b) não poderá impor ao devedor ou aos seus sócios sacrifício maior do que aquele que 
decorreria da liquidação na falência; 
c) não poderá imputar obrigações novas, não previstas em lei ou em contratos 
anteriormente celebrados aos sócios do devedor; e, 
d) deverá prever a isenção das garantias pessoais prestadas por pessoas naturais em 
relação aos créditos a serem novados e que sejam de titularidade dos credores que 
firmaram apoio ao plano alternativo ou daqueles que votarem favoravelmente ao 
plano de recuperação judicial apresentado pelos credores, não permitidas ressalvas 
de voto. 
 
Atentem que, ainda que aprovada a concessão de tal prazo para fins de 
apresentação de plano alternativo, ele não poderá ser posto em votação se estiverem 
presentes os requisitos para o cram down. 
O que seria cram down? No caso, seria a possibilidade em que o juiz conceda a 
recuperação judicial ao devedor, com base em plano que foi rejeitado pela assembleia-
geral de credores. Chamado de cram down, trata-se de hipótese prevista no art. 58, § 
1º, da LFRE, na qual o juiz concederá a recuperação judicial em plano não aprovado, 
desde que, de forma cumulativa, na mesma assembleia, tenha obtido: “a) o voto 
favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos 
presentes à assembleia, independentemente de classes; b) a aprovação de 3 (três) das 
Despacho de 
processamento da 
recuperação
Apresentação Plano = 
máximo de 60 dias
Assembleia = máximo de 
150 dias
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17 
classes de credores ou, caso haja somente 3 (três) classes com credores votantes, a 
aprovação de pelo menos 2 (duas) das classes ou, caso haja somente 2 (duas) classes 
com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas, sempre nos termos 
do art. 45 desta Lei; c) na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 
(um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.” 
Preenchidas essas condições, segue-se ao que determina o art. 57. 
 
ATENÇÃO! Enunciado 46 da I Jornada de Direito Comercial: “não compete ao juiz 
deixar de conceder a recuperação judicial ou homologar a extrajudicial com 
fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado 
pelos credores”. No mesmo sentido é o entendimento do STJ (REsp. 1.359.311) 
 
Aprovação do plano de recuperação (LFRE, art. 45): 
Para aprovar o plano de recuperação judicial, observa-se a regra do art. 45 da 
LFRE. Vejamos um resumo: 
Aprovação do plano de recuperação: 
 
Cada classe vota separadamente e o plano tem que ser aprovado por todas. São 4 
classes (LFRE, art. 41): “I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho; II – titulares de créditos com garantia real; III – 
titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou 
subordinados. IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa 
de pequeno porte”. 
Na classe dos credores com garantia real e 
na classe dos credores 
quirografários/privilegiados/subordinados: 
votos que representem, no mínimo, 51% dos 
créditos presentes à assembleia e, 
cumulativamente, no mínimo, 51% dos 
credores presentes. 
+ 
Na classe dos credores trabalhistas 
e na classe dos credores ME ou 
EPP:votos que representem, no 
mínimo, 51% dos credores 
presentes, pouco importando o 
valor dos créditos. 
 
A Lei 14.112/2020, em mais uma novidade, acrescentou a possibilidade do 
credor, alternativamente à deliberação na Assembleia-Geral e até 5 dias antes da data 
de sua realização, comprovar a aprovação do plano pelos credores por meio de termo 
de adesão, respeitados os quóruns anteriormente explicados, previstos no art. 45 da 
LFRE. 
Ao magistrado restará dispensar a Assembleia-Geral e determinar aos credores 
que apresentem oposição, no prazo de 10 dias apenas (diferente dos 30 dias previstos 
no art. 55). Como determina a LFRE, a oposição poderá versar sobre: não preenchimento 
do quórum, irregularidade ou ilegalidade no termo de adesão ou no plano de 
recuperação, descumprimento do procedimento legal. 
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18 
Havendo oposição, o juiz intimará o devedor para se manifestar (prazo de 10 
dias) e, após, será a vez de ouvir o Administrador Judicial (prazo de 5 dias). 
Após a aprovação do plano na assembleia-geral de credores ou por termo de 
adesão, é momento do devedor apresentar a certidão negativa de débitos fiscais (CDN). 
Malgrado a lei exija a apresentação de CDN para a concessão da recuperação 
(LFRE, art. 57), a jurisprudência vem afastando o requisito, pois a Fazenda tem seus 
meios de cobrança, tanto que as execuções fiscais não são suspensas – confronto com 
a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (art.47). 
 
ATENÇÃO! O parcelamento tributário é direito da empresa em recuperação judicial 
que conduz a situação de regularidade fiscal, de modo que eventual descumprimento 
do que dispõe o art. 57 da LRF só pode ser atribuído, ao menos imediatamente e por 
ora, à ausência de legislação específica que discipline o parcelamento em sede de 
recuperação judicial, não constituindo ônus do contribuinte, enquanto se fizer inerte 
o legislador, a apresentação de certidões de regularidade fiscal para que lhe seja 
concedida a recuperação (STJ, Corte Especial, REsp. 1.187.404/MT). 
 
É necessário apontar uma recente decisão da Suprema Corte sobre este tema. 
Em 04/09/2020, na RCL 43.169 MC/SP, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal 
(STF), deferiu medida liminar para suspender uma decisão da 3ª Turma do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ) que afastou a exigência de Certidão Negativa de Débitos Fiscais 
(CDN) para a homologação dos planos de recuperação judicial. 
A decisão do ministro fundamenta-se na súmula vinculante 10, que afirma que 
viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
Não houve, de fato, uma mudança na jurisprudência dominante e é bem 
provável que a CDN continue sem ser exigida nas recuperações judiciais, mas é 
importante observar essa decisão (que não é a primeira nesse sentido na Suprema Corte 
- Rcl 32.147/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes) e como vai se manifestar a 1ª Turma do 
STF. 
Ultrapassadas todas essas etapas (aprovação tácita do plano ou aprovação do 
plano na assembleia-geral + apresentação da CDN), será concedida a recuperação 
judicial do devedor pelo juiz. 
O efeito imediato da concessão da recuperação judicial é a novação das dívidas 
do devedor. A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título 
executivo judicial, podendo ser executada por qualquer credor (LFRE, art. 59, §1º). 
Mantém-se as garantias reais e fidejussórias – o credor poderá demandar normalmente 
o fiador solidário ou avalista, NÃO se suspendendo as ações e execuções aforadas em 
face deles (STJ, REsp. 1.326.888/RS). 
Trata-se de uma espécie de novação, mas diferente daquela que encontramos 
no Código Civil. 
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19 
 
RECUPERAÇÃO (art. 59) CÓDIGO CIVIL (art. 360) 
Condicional = reestabelece-se a dívida 
original caso descumprido o plano. 
Mantêm-se as garantias adicionais. 
Criação de nova obrigação. 
Extinguem-se os acessórios e garantias, 
salvo convenção em contrário. 
 
Da decisão concessiva da recuperação cabe agravo de instrumento, tendo 
legitimidade o MP ou qualquer credor (LFRE, art. 59, § 2º). 
 
ATENÇÃO! FINANCIAMENTO DO DEVEDOR (OU DIP FINANCING) 
Novidade trazida na reforma da LFRE (Lei 14.112/2020), trata do financiamento do 
devedor em crise. Disciplinada nos artigos 69-A a 69-F, agora o devedor em 
recuperação judicial poderá buscar acesso a crédito novo, na tentativa de superação 
de sua crise econômico-financeira. 
O instituto trazido é uma modalidade de financiamento voltada para empresas em 
recuperação judicial e busca suprir a falta de caixa imediato da empresa, 
disponibilizando dinheiro novo para suprir a necessidade mais imediata da empresa, 
como pagamento de fornecedores, salários, despesas operacionais. 
É importante atentar que, como bem aponta a doutrina, nessa modalidade de 
financiamento, a empresa em recuperação judicial vai manter a posse e controle dos 
bens ou direitos dados em garantia, para que a empresa possa continuar operante. 
Lembro que, mesmo antes dessa novidade, já havia uma relativa prioridade para 
quem financiasse uma empresa em recuperação judicial. O mútuo firmado pelo 
devedor durante a recuperação era considerado extraconcursal, ficando em último 
no rol do art. 84. Ou seja, extremamente desvantajoso para quem emprestava e 
acabava sem ser muito utilizado. Atualmente, estando em segundo lugar no rol de 
prioridades, à frente das restituições em dinheiro e dos créditos trabalhistas não 
abrangidos pelo art. 151 da LFRE, parece bem mais vantajoso. 
Também é importante falar sobre o art. 69-B e a Mootness Doctrine. A redação do art. 
69-B traz a impossibilidade de o financiamento e sua garantia serem anulados por 
decisão em grau recursal, e essa é a base da Mootness Doctrine. Assim, a Mootness 
Doctrine garante ao financiador de boa-fé que ele vai receber o valor investido e supre 
fielmente a ideia do princípio da preservação da empresa. 
Ao final, trago a lição de Eduardo Secchi Munhoz, no livro Dez Anos da Lei 
11.101/2005: Estudos Sobre a Lei de Recuperação e Falência: “Segundo a mootness 
doctrine, se um plano de recuperação é implementado, ou se um DIP é aprovado, 
afetando as esferas jurídicas do devedor, dos credores e dos terceiros, ainda que sob 
a pendência de um recurso judicial, este já não poderá revertê-los ou anulá-los, dada 
a impossibilidade de restaurar-se o status quo ante. Nesse caso, o recurso não pode 
levar à reversão do plano de recuperação ou do financiamento DIP consumados, 
porque isso levaria a um resultado não equitativo”. (MUNHOZ, 2015, p. 288) 
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20 
 
C. FASE EXECUTÓRIA 
 
O devedor em recuperação mantém a capacidade e a personalidade jurídica. 
A única restrição é quanto à oneração e alienação de bens ou direitos do ativo 
permanente, que só podem ser praticados tais atos se úteis à recuperação judicial – 
deve haver autorização do juiz, ouvido o comitê. Contudo, ressalte-se que a utilidade é 
presumida de modo absoluto se a alienação ou oneração está prevista no plano, ou seja, 
o bem pode ser vendido ou onerado independente de qualquer formalidade. 
 
ATENÇÃO! Durante a fase de execução, o devedoragrega em seu nome empresarial a 
expressão “em recuperação judicial”. A omissão implica na responsabilidade civil 
direta e pessoal do administrador que estiver presentando a sociedade no ato em que 
se verificou a ausência da expressão. 
 
Direção da empresa devedora: 
 
a) administradores eleitos pelos sócios controladores estão se portando lícita e 
utilmente – podem ser mantidos no cargo. 
b) administradores tornam-se empecilhos à recuperação do devedor – o juiz destitui 
o administrador e convoca assembleia de credores para eleição de gestor judicial. 
Até a eleição do gestor judicial, o administrador judicial administra a sociedade. 
 
NÃO há prazo limite legal para o plano, mas: 
 
(a) de créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 
meses anteriores ao pedido de recuperação judicial, no limite de 
até 5 salários-mínimos por trabalhador devem ser pagos em 30 
dias; 
(b) os créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho, vencidos até a data do 
pedido de recuperação judicial, devem ser pagos no prazo 
máximo de 1 ano. 
 
ATENÇÃO! CONSOLIDAÇÃO PROCESSUAL E CONSOLIDAÇÃO SUBSTANCIAL 
(NOVIDADE) 
Quando empresas de um mesmo grupo econômico pedem recuperação judicial em 
litisconsórcio, ocorre o que é chamado de consolidação processual. Não havia 
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tratamento expresso sobre o tema na Lei 11.101/05, porém, a reforma da Lei 
14.112/2020, trouxe expressamente o assunto. 
Com relação ao requisito temporal de 2 anos de exercício regular de suas atividades, 
o novo artigo 69-G, em seu parágrafo 1º, determina que “cada devedor apresentará 
individualmente a documentação exigida no art. 51”. 
Apesar de, na realidade, haver várias recuperações judiciais haverá apenas um 
administrador judicial para o grupo. 
Já a consolidação substancial, por sua vez, ocorre quando, de forma excepcional, as 
empresas consolidam seus ativos e passivos em um, passando a serem tratados como 
se pertencessem a um único devedor (arts. 69-J e 69-K). 
Importante atentar que, em havendo consolidação processual ou substancial, vai ser 
apresentado um plano unitário de recuperação judicial, que será analisado 
conjuntamente pelos credores de todos devedores em uma mesma assembleia-geral 
de credores (art. 69-J). 
 
O encerramento da recuperação judicial, nos termos do art. 61 da LFRE, 
“proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz poderá determinar a 
manutenção do devedor em recuperação judicial até que sejam cumpridas todas as 
obrigações previstas no plano que vencerem até, no máximo, 2 (dois) anos depois da 
concessão da recuperação judicial, independentemente do eventual período de 
carência”. 
Desse modo, mesmo que o plano tenha previsto obrigações a serem cumpridas 
em prazo superior ao determinado no art. 61, a recuperação judicial só durará 2 anos. 
Importante efeito é que após o prazo de 2 anos, com o plano encerrado, a novação fica 
mantida e não se convola mais em falência, caso haja descumprimento pelo devedor. 
Cabendo, no caso, pedido de falência em nova ação (LFRE, art. 94, inciso III). 
 
ATENÇÃO! Segundo o STJ (REsp. 1.853.347), o aditamento ao plano de recuperação 
judicial não é suficiente para alterar a data de início da contagem do prazo bienal, 
devendo sempre ser contado da data da concessão. 
 
O encerramento da recuperação judicial se dá por sentença apelável. E, na 
mesma toada, o art. 63 da LFRE determina medidas que devem ser tomadas na sentença 
de encerramento da recuperação. No mais, no parágrafo único do mesmo artigo 
(acrescentado com a reforma da LFRE) ficou estabelecido que “o encerramento da 
recuperação judicial não dependerá da consolidação do quadro geral de credores”. 
 
D. CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA 
 
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A convolação da recuperação judicial em falência ocorre durante o 
processamento da recuperação judicial, ou seja, nos mesmos autos. De acordo com o 
art. 73, isso pode ocorrer: 
 
a) deliberação pelos credores em assembleia, pelo voto da maioria simples do 
plenário – considerando a gravidade da situação indica ser inócuo qualquer esforço 
para reorganização da atividade. 
b) não apresentação do plano de reorganização no prazo improrrogável de 60 dias do 
despacho que determina o processamento da recuperação. 
c) rejeição do plano pela assembleia de credores. 
d) descumprimento do plano de recuperação nos primeiros 2 anos. 
e) descumprimento dos parcelamentos referidos no art. 68 da LFRE ou da transação 
prevista no art. 10-C da Lei 10.522/2002 (novidade da reforma da LFRE). 
f) quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que implique 
liquidação substancial da empresa, em prejuízo de credores não sujeitos à 
recuperação judicial, inclusive as fazendas públicas (novidade da reforma da LFRE). 
 
Caso haja convolação em falência, os credores terão reconstituídos seus 
direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores 
eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados. Ou seja, as 
obrigações voltam às suas condições originais, desconsiderando-se eventual abatimento 
concedido no plano, por exemplo. 
Outro importante efeito da convolação em falência para os credores é que os 
credores quirografários posteriores à distribuição do pedido de recuperação serão 
considerados extraconcursais. Enquanto, os credores quirografários anteriores à 
recuperação serão classificados como privilegiados, desde que tenham continuado a 
conceder crédito para o devedor em recuperação. 
A ideia aqui, como dá para notar, objetiva incentivar os agentes, especialmente 
fornecedores de insumo e créditos, a continuar atendendo ao devedor em recuperação. 
 
1.1.2. RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL (ME e EPP) 
 
Cumprindo o mandamento constitucional que impõe tratamento favorecido e 
diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte (CF, art. 179), a LFRE 
disciplina, nos arts. 70 a 72, a possibilidade das ME e EPP requererem a sua recuperação 
judicial através de um plano especial. 
É importante salientar que a recuperação judicial com base no plano especial é 
uma faculdade do devedor ME e EPP. Cabendo exclusivamente ao devedor decidir pelo 
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plano normal de recuperação judicial ou pelo plano especial. Tal opção deve ser feita na 
petição inicial. 
 
ATENÇÃO! A reforma da LFRE passou a permitir que o produtor rural pessoa física 
apresente plano especial de recuperação judicial, desde que o valor da causa NÃO 
exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) (LFRE, art. 70-A). 
 
O prazo para apresentação do plano, após deferimento do processamento do 
pedido, também será de 60 (sessenta) dias (LFRE, art. 71). 
A recuperação se operará, em regra, pelo parcelamento das dívidas existentes 
ao tempo do pedido, segundo previsto em plano especial. Assim, percebe-se que as 
condições do plano especial das ME e EPP já estão determinadas na lei: 
 
Condições do plano especial: 
Abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, 
excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos 
§§ 3º e 4º do art. 49; 
Preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, 
acrescidas de juros equivalentes à taxa Sistema Especialde Liquidação e de Custódia 
- SELIC, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas; 
Preverá o pagamento da 1ª (primeira) parcela no prazo máximo de 180 (cento e 
oitenta) dias, contado da distribuição do pedido de recuperação judicial; 
Estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o administrador 
judicial e o Comitê de Credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar 
empregados. 
 
O plano especial NÃO acarreta a suspensão do curso da prescrição nem das 
ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano. Contudo, tal regra não tem 
mais relevância, uma vez que, atualmente, o plano pode abranger qualquer crédito; 
enquanto, antigamente, apenas os créditos quirografários eram abrangidos no plano. 
 
NÃO há assembleia geral de credores – a aprovação é feita diretamente pelo próprio 
juiz: 
a) homologa; 
b) decreta a falência; 
c) manda retificar (se fora dos parâmetros legais). 
 
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Objeções: os interessados poderão suscitar objeção em juízo, cujo conteúdo só pode 
versar sobre inadequação da proposta aos termos da lei → juiz manda que o 
requerente se manifeste sobre: 
a) eventual acordo entre as partes; 
b) insistência na proposta – decisão pela retificação, homologação ou falência. 
 
Se houver objeção de mais de 50% dos créditos, o juiz decretará a falência. 
 
1.1.3. CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
A reforma da LFRE trouxe, nos artigos 20-A a 20-D, a possibilidade de 
conciliação e mediação antes e durante o processo de recuperação judicial. 
A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de 
jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos 
Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, salvo 
se houver consenso entre as partes em sentido contrário ou determinação judicial (LFRE, 
art. 20-A). 
Caso haja sucesso na mediação ou conciliação, aplica-se a regra do art. 3º da 
LFRE para homologar o acordo (juízo do principal estabelecimento). Também, como 
inovação, o art. 20-D permite que as sessões de conciliação e mediação sejam realizadas 
por meio virtual, desde que o Tribunal disponha de meios para a realização. 
 
1.2. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
Trata-se, em apertada síntese, de plano negociado entre o devedor e seus 
credores que, posteriormente, deve ser submetido à homologação judicial. 
A submissão à homologação judicial pode se dar de duas formas: 
 
Homologação FACULTATIVA (art. 162, 
LFRE) 
Homologação OBRIGATÓRIA (art. 163, 
LFRE) 
Exige-se a adesão de todos os credores 
atingidos pelo plano. Assim, o pedido de 
homologação é uma mera faculdade do 
devedor, ou seja, uma simples 
formalidade. 
Exige-se adesão de parte significativa dos 
credores atingidos pelo plano: quórum 
de MAIS DA METADE (NOVIDADE DA 
REFORMA – antes era exigido mais de 
3/5) dos créditos de cada espécie 
abrangidos pelo plano. 
A homologação obriga o plano para todos 
os credores, até os que não anuírem. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
25 
 
ATENÇÃO! Com a reforma da LFRE, dois importantes parágrafos foram incluídos ao 
art. 163. O § 7º que agora permite que o pedido de homologação do plano seja 
apresentado com anuência de credores que representem apenas 1/3 dos créditos de 
cada espécie abrangida, mas com o compromisso de completar o quórum de maioria 
em 90 (noventa) dias. E, por sua vez, o novo § 8º que manda aplicar o prazo de respiro 
do art. 6º à recuperação extrajudicial, em relação às espécies de créditos abrangidos 
pelo plano. 
 
Importante salientar que mesmo com a homologação, não haverá 
acompanhamento do plano pelo judiciário, o que é uma diferença importante do “plano 
normal”. 
 
Requisitos para a homologação (LFRE, art. 48 e art. 161): 
 
SUBJETIVOS – dizem respeito ao devedor: 
a) preencher os pressupostos para a recuperação judicial. 
b) não possuir pedido de recuperação judicial em trâmite. 
c) não lhe ter sido concedida a recuperação judicial ou extrajudicial nos últimos 2 
anos. 
OBJETIVOS – pertinentes ao plano submetido à homologação: 
a) não pode ser previsto pagamento antecipado a qualquer obrigação nem 
tratamento desigual, favorecendo parte dos credores (influência direta do princípio 
par conditio creditorum). 
b) só pode abranger créditos constituídos até a data do pedido de homologação (LFRE, 
art. 163, § 1º). 
c) só pode constar a alienação de bem gravado com garantia real se houver a expressa 
concordância do respectivo credor (LFRE, art. 164, § 4º). 
d) não pode estabelecer o afastamento da variação cambial nos créditos em moeda 
estrangeira sem a anuência do respectivo credor (LFRE, art. 164, § 5º). 
 
Antes da reforma, não se submetiam ao plano de recuperação extrajudicial os 
créditos fiscais, trabalhistas e acidentários. Contudo, com a reforma da LFRE, o art. 161, 
§ 1º, da LFRE foi alterado, passando a sujeitar os credores titulares de créditos 
trabalhistas e acidentários ao plano da recuperação extrajudicial, exigindo negociação 
coletiva com o sindicato. 
Assim, em resumo, estão EXCLUÍDOS da recuperação extrajudicial os créditos 
decorrentes de: 
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26 
 
a) instituição financeira credora por aditamento ao exportador (ACC). 
b) tributários. 
c) proprietário fiduciário, arrendador mercantil, vendedor com cláusula de reserva de 
domínio. 
d) vendedor ou promitente vendedor por contrato irrevogável. 
 
ATENÇÃO! As ações e execuções que os credores não submetidos ao plano de 
recuperação extrajudicial tenham contra o devedor NÃO se suspenderão por conta 
da homologação do plano pelo juiz. Assim sendo, os credores não abrangidos no plano 
poderão requerer a falência do devedor. 
 
Procedimento de Homologação do Plano de Recuperação Extrajudicial 
Devedor apresenta petição inicial → publicação de edital ELETRÔNICO 
convocando os credores para impugnar o pedido em 30 dias → nesse tempo, o devedor 
deve comunicar, por carta, todos os credores com domicílio ou sede no Brasil → 
havendo impugnação, o juiz decidirá, homologando ou denegando o pedido. Após a 
distribuição do pedido, o credor aderente não pode desistir, exceto se os demais 
signatários (devedor + demais credores) concordarem. 
Importante atentar que, como a LFRE não previu consequência nenhuma para 
o indeferimento do pedido de homologação, abrem-se duas alternativas ao devedor: a) 
interpor recurso de apelação, sem efeito suspensivo (LFRE, art. 164, § 7º); b) apresentar 
novo pedido de homologação, caso o indeferimento tenha decorrido por conta do 
descumprimento de obrigações formais pelo devedor. 
 
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27 
3. JURISPRUDÊNCIA 
 
SÚMULAS DO STF 
 
SÚMULA 592 - Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da 
prescrição, previstas no código penal. 
 
SÚMULAS DO STJ 
 
SÚMULA 581 - A recuperação judicial do devedor principal não impede o 
prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários 
ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. 
SÚMULA 480 - O juízo da recuperação judicial não é competente paradecidir sobre a 
constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
SÚMULA 25 - Nas ações da lei de falências o prazo para a interposição de recurso conta-
se da intimação da parte. 
 
JULGADOS 
 
Verificada a novação da obrigação, em virtude da homologação de plano de 
recuperação judicial de consorciada, quando ausente disposição estabelecendo 
solidariedade da partes no contrato de constituição do consórcio, a ação de cobrança 
de quantia líquida ajuizada apenas contra o consórcio extingue-se na medida da 
responsabilidade da recuperanda/consorciada. (STJ. 4ª Turma. REsp 1.804.804-MS, 
Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 7/3/2023 (Info 767)). 
 
A remuneração do administrador judicial é crédito extraconcursal, não se submetendo 
aos efeitos do plano de recuperação judicial. A fixação e a forma de pagamento dos 
honorários do administrador cabe ao magistrado, não sendo possível sua negociação 
quer com o devedor, quer com os credores, diante da necessidade de garantir a 
imparcialidade do auxiliar do juízo. (STJ. 3ª Turma. REsp 1905591-MT, Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, julgado em 7/2/2023 (Info 764)). 
 
Não cabe ao tribunal indeferir o pedido de desistência em agravo de instrumento e 
julgar o recurso de ofício, ainda que que as questões nele veiculadas sejam ordem 
pública e de interesse da coletividade dos credores da empresa em recuperação 
judicial. (STJ. 3ª Turma. REsp 1930837-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado 
em 18/10/2022 (Info 755)). 
 
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28 
Ao produtor rural que exerça sua atividade de forma empresarial há mais de dois anos, 
é facultado requerer a recuperação judicial, desde que esteja inscrito na Junta 
Comercial no momento em que formalizar o pedido recuperacional, 
independentemente do tempo de seu registro. (STJ. 2ª Seção. REsp 1.905.573-MT, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/06/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1145) 
(Info 743)). 
 
A homologação do plano de recuperação judicial não impede a rediscussão do débito, 
em ação revisional de contrato, relativa à mesma dívida, já habilitada e homologada, 
e a respeito do qual não houve impugnação. (STJ. 3ª Turma. REsp 1700606-PR, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 07/06/2022 (Info 740)). 
 
O prazo de 10 (dez) dias, previsto no art. 8º da Lei n. 11.101/2005, para apresentar 
impugnação à habilitação de crédito, deve ser contado em dias corridos. (STJ. 4ª 
Turma. AgInt no REsp 1.830.738-RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 
24/05/2022 (Info 739)). 
 
O titular do crédito não incluído no plano de recuperação judicial possui a prerrogativa 
de: 1) habilitar o crédito como retardatário; 2) não cobrar o crédito; ou 3) promover a 
execução individual (ou o cumprimento de sentença) após o encerramento da 
recuperação judicial. Neste caso, contudo, ele fica ciente de que seu crédito estará 
sujeito aos efeitos do plano aprovado e homologado. Logo, o credor que optar por não 
se habilitar na recuperação judicial sofrerá os seus respectivos efeitos, caso em que o 
crédito será considerado novado e o credor deverá recebê-lo em conformidade com o 
previsto no plano, ainda que em execução posterior ao encerramento da recuperação 
judicial. (STJ. 4ª Turma. EDcl no REsp 1.851.692-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 24/05/2022 (Info 749)). 
 
Não há como se sustentar que os grãos cultivados e comercializados (soja e milho) 
constituam bens de capital, considerando que não são bens utilizados no processo 
produtivo. Em verdade, são o produto final da atividade empresarial por eles 
desempenhada. (STJ. 3ª Turma. REsp 1991989-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 03/05/2022 (Info 735)). 
 
É cabível a homologação pelo juízo do plano de recuperação judicial rejeitado pelos 
credores em assembleia (cramdown), cumpridos os requisitos legais previstos no art. 
58 da Lei nº 11.101/2005. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.788.216-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 22/03/2022 (Info 730)). 
 
O crédito referente ao efetivo adiantamento do contrato de câmbio deve ser objeto 
de pedido de restituição nos autos da recuperação judicial e os respectivos encargos 
reclamam habilitação no quadro geral de credores, por estarem sujeitos ao regime 
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29 
especial, mostrando-se inadequada a execução direta. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.723.978-
PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/03/2022 (Info 730)). 
 
Uma vez verificada a ocorrência de fraude e confusão patrimonial entre a falida e 
outras empresas, é possível a desconsideração das personalidades jurídicas 
incidentalmente no processo falimentar, independentemente de ação própria 
(anulatória ou revocatória), inclusive com o objetivo de arrecadar bens das sociedades 
empresariais envolvidas na fraude reconhecida pelas instâncias ordinárias. 
Precedentes. A desconsideração da personalidade jurídica, quando preenchidos os 
seus requisitos, pode ser requerida a qualquer tempo, não se submetendo, à míngua 
de previsão legal, a prazos decadenciais ou prescricionais. (STJ. 3ª Turma. REsp. 
1.686.123-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/03/2022 (Info 730)). 
 
Associações civis sem fins lucrativos com finalidade e atividades econômicas detêm 
legitimidade para requerer recuperação judicial. Apesar de haver posicionamentos 
doutrinários em sentido contrário à concessão de recuperação judicial em favor das 
associações civis, existem também diversos autores que reconhecem como possível a 
extensão do instituto da recuperação judicial a associações civis que também exerçam 
atividade econômica, gerando riqueza e, na maioria das vezes, bem-estar social, apesar 
de não se enquadrarem literalmente no conceito de empresa. Essa conclusão é baseada 
nos princípios e objetivos insculpidos no art. 47 da LREF e na leitura sistêmica dos arts. 
1º e 2º da Lei, ou seja, em uma interpretação finalística da norma baseada nos 
princípios da preservação da empresa e de sua função social. (STJ. 4ª Turma. Ag. Int. 
no TP 3.654-RS, Rel. Min. Raul Araújo, Rel. Acd. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
15/03/2022 (Info 729)). 
 
Quando o juiz decreta a falência, ele deverá tratar sobre diversos assuntos nesse 
pronunciamento. Um dos temas que é definido pelo juiz é o termo legal da falência. O 
termo legal de falência é o dia que se considera – por presunção – que se tenha iniciado 
o estado de insolvência do empresário devedor. O objetivo de fixar o termo legal de 
falência está no fato de que investigar se, neste período, o devedor praticou atos 
ilegítimos que prejudicaram seus credores. Assim, a finalidade é definir o período que 
será “investigado”. Caso o devedor tenha praticado determinadas condutas ilegítimas, 
isso será considerado ineficaz porque a lei presume que tenham sido feitas para se furtar 
ao pagamento dos credores. Segundo o art. 99, II, da Lei nº 11.101/2005, no caso de 
autofalência, inexistindo protestos contra a devedora, o termo legal deve ser fixado 
em até 90 dias antes da distribuição do pedido. O juiz não pode ampliar esse prazo, 
utilizando como marco o ajuizamento de ação de despejo e cobrança contra o 
devedor. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.890.290-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 22/02/2022 (Info 726)). 
 
Uma empresa tinha valores para receber no futuro (daqui a alguns dias, meses ou anos) 
de alguns devedores e cedeu fiduciariamente tais créditos para o banco. Se ela pagasse 
o empréstimo, o banco “devolveria” os créditos; caso se tornasse inadimplente,o banco 
se tornaria, em definitivo, proprietário dos valores. Alguns meses após a assinatura 
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30 
desse contrato, a referida empresa entrou em recuperação judicial. Estes créditos 
cedidos ao banco fiduciariamente como garantia da dívida não deverão entrar na 
recuperação judicial porque se enquadram na exceção à regra do caput do art. 49, nos 
termos do § 3º do mesmo artigo. Não é necessário que a cessão de crédito realizada 
tenha sido registrada em cartório. A cessão fiduciária de título de crédito não depende 
de registro em RTD para ser constituída, não se lhe aplicando a regra do art. §1º do art. 
1.361 do Código Civil, regente da cessão fiduciária de coisa móvel infungível. (STJ. 2ª 
Seção. REsp. 1.629.470-MS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 30/11/2021 (Info 
721)). 
 
A Lei nº 14.112/2020 alterou a Lei nº 11.101/2005 e deixou expressamente consignado 
que a execução fiscal não se suspende pelo deferimento da recuperação judicial) e que 
o juízo da execução fiscal possui competência para determinar os atos de constrição 
judicial sobre os bens da empresa recuperanda. Além disso, a Lei nº 14.112/2020 
afirmou que o Juízo da recuperação judicial possui competência para substituir os atos 
de constrição decretados pelo Juízo da execução fiscal caso eles tenham recaído sobre 
bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial. A partir da Lei nº 
14.112/2020 não se pode mais falar que exista conflito de competência pelo simples 
fato de o juízo da execução fiscal ter determinado a constrição de um bem e o juízo da 
recuperação judicial ainda não ter decidido se irá, ou não, substituir essa constrição. 
Para que se configure o conflito é necessário que o Juízo da execução fiscal se oponha, 
concretamente, à superveniente deliberação do Juízo da recuperação judicial a 
respeito da constrição judicial. (STJ. 2ª Seção. CC 181.190-AC, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 30/11/2021 (Info 722)). 
 
É possível a Fazenda Pública habilitar em processo de falência crédito tributário objeto 
de execução fiscal em curso, mesmo antes da vigência da Lei nº 14.112/2020, e desde 
que não haja pedido de constrição de bens no feito executivo. (STJ. 1ª Seção. REsp. 
1.872.759-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 18/11/2021 (Recurso Repetitivo - 
Tema 1092) (Info 718)). 
 
O titular do crédito que for voluntariamente excluído do plano recuperacional detém 
a prerrogativa de decidir entre habilitar o seu crédito ou promover a execução 
individual após finda a recuperação. Se a obrigação não for abrangida pelo acordo 
recuperacional, ficando suprimida do plano, não haverá falar em novação, excluindo-se 
o crédito da recuperação, o qual, por conseguinte, poderá ser satisfeito pelas vias 
ordinárias (execução ou cumprimento de sentença). Vale ressaltar, no entanto, que, se 
o credor excluído tiver optado pela execução individual, ficará obrigado a aguardar o 
encerramento da recuperação judicial e assumir as consequências jurídicas (processuais 
e materiais) de sua escolha para, só então, dar prosseguimento ao feito, em consonância 
com o procedimento estabelecido pelo CPC. Assim, o credor que foi excluído do plano 
recuperacional e optou por prosseguir com o processo executivo, não poderá ser 
obrigado a habilitar o seu crédito. (STJ. 4ª Turma. REsp. 1.851.692-RS, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 25/5/2021 (Info 698)). 
 
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A remuneração do administrador judicial nas recuperações judiciais envolvendo 
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com limitação de 2% do valor dos 
créditos submetidos à recuperação ou dos bens alienados na falência (art. 24, § 5º, da 
Lei nº 11.101/2005), aplica-se às recuperações judiciais em que haja a opção pelo 
plano especial (arts. 70 a 72) e, também, àquelas que adotem o procedimento 
ordinário de recuperação judicial (arts. 51 e seguintes). (STJ. 4ª Turma. REsp. 
1.825.555-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 04/05/2021 (Info 695)). 
 
Os valores pertencentes a terceiros que estão na posse da recuperanda por força de 
contrato inadimplido não se submetem aos efeitos da recuperação judicial. 
Caso concreto: determinado supermercado queria fazer um cartão de crédito para seus 
clientes. Para isso, ele contratou uma empresa que ficou responsável por administrar 
esse serviço. Quando o cliente pagasse a fatura do cartão, os valores iam para a conta 
da empresa que conferia tudo e depois repassava ao supermercado. Algum tempo 
depois, a empresa ingressou com pedido de recuperação judicial. Os clientes quitaram 
a fatura do cartão de crédito, mas a empresa não repassou ao supermercado. Esses 
valores, que ainda estão na conta bancária da empresa, podem ser entregues ao 
supermercado, não estando sujeitos à recuperação judicial. (STJ. 3ª Turma. REsp. 
1.736.887/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/04/2021 (Info 692)). 
 
Os encargos da massa são preferenciais e não dependem de habilitação para serem 
satisfeitos, observadas as ressalvas legais do art. 124 do Decreto-Lei nº 7.661/45. (STJ. 
4ª Turma. REsp. 1.383.914/RS, Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, julgado em 16/03/2021 
(Info 689)). 
 
Para o fim de submissão aos efeitos da recuperação judicial, considera-se que a 
existência do crédito é determinada pela data em que ocorreu o seu fato gerador. 
Vamos exemplificar para facilitar a compreensão. Em janeiro/2017, Lucas consumiu leite 
estragado comprado no Supermercado BR. Em fevereiro/2017, ajuizou ação de 
indenização contra o Supermercado. Em setembro/2017, o supermercado ingressou 
com pedido de recuperação judicial. Em outubro/2017, o juiz julgou o pedido de Lucas 
procedente e condenou a empresa a pagar R$ 50 mil. Houve o trânsito em julgado. 
Diante disso, Lucas ingressou com pedido de habilitação de seu crédito na recuperação 
judicial. Esse crédito poderá ser habilitado na recuperação (art. 49 da Lei nº 
11.101/2005) porque foi constituído na data do acidente de consumo (janeiro/2017) e 
não na data da sentença, que apenas declarou uma obrigação já existente. (STJ. 2ª 
Seção. REsp. 1.842.911-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 09/12/2020 
(Recurso Repetitivo – Tema 1051) (Info 684)). 
 
A interpretação conjunta da regra do art. 52, V, da LFRE – que determina a intimação do 
Ministério Público acerca da decisão que defere o processamento da recuperação 
judicial - e daquela constante no art. 179, II, do CPC/2015 - que autoriza, expressamente, 
a interposição de recurso pelo órgão ministerial quando a este incumbir intervir como 
fiscal da ordem jurídica - evidencia a legitimidade do Parquet para recorrer contra a 
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decisão que fixa os honorários do administrador na recuperação judicial. (STJ. 3ª 
Turma. REsp. 1.884.860-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2020 (Info 682)). 
 
A validade dos atos executivos realizados no bojo das execuções individuais, no 
interregno em que a decisão de deferimento do processamento da recuperação 
judicial encontra-se sobrestada ou mesmo reformada (porém, sujeita a revisão por 
instância judicial superior), fica condicionada à confirmação, por provimento judicial 
final, de que o empresário, de fato, não fazia jus ao deferimento do processamento de 
sua recuperação judicial. Em outras palavras, os atos praticadosentre a decisão do TJ, 
que reforma entendimento do juiz de 1ª instância, e do STJ, que reforma a decisão do 
TJ, são NULOS. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.867.694-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 06/10/2020 (Info 681)). 
 
O cômputo do período de dois anos de exercício da atividade econômica, para fins de 
recuperação judicial, nos termos do art. 48 da Lei nº 11.101/2005, aplicável ao 
produtor rural, inclui aquele anterior ao registro do empreendedor. (STJ. 3ª Turma. 
REsp. 1.811.953-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/10/2020 (Info 
681)). (STJ. 4ª Turma. REsp. 1.800.032-MT, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Raul 
Araújo, julgado em 05/11/2019 (Info 664)). 
 
É absoluta a competência do local em que se encontra o principal estabelecimento 
para julgar a recuperação judicial; isso é aferido no momento da propositura da 
demanda, sendo irrelevante eventual modificação posterior do volume negocial. (STJ. 
2ª Seção. CC 163.818-ES, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/09/2020 (Info 
680)). 
 
Pode-se arguir como matéria de defesa, em impugnação de crédito incidente à 
recuperação judicial, a existência de abusividade em cláusulas dos contratos de que 
se originou o crédito impugnado. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.799.932-PR, Rel. Min. Paulo 
de Tarso Sanseverino, julgado em 01/09/2020 (Info 679)). 
 
O crédito decorrente das astreintes aplicadas no bojo de processo trabalhista deve ser 
habilitado na recuperação judicial na classe dos quirografários, e não na dos créditos 
trabalhistas. (STJ. 3ª Turma. REsp. 1.804.563-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 25/08/2020 (Info 679)). 
 
Compete ao juízo da recuperação judicial a execução de créditos líquidos apurados em 
outros órgãos judiciais, inclusive a destinação dos depósitos recursais no âmbito do 
processo do trabalho. (STJ. 2ª Seção. CC 162.769-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 24/06/2020 (Info 675)). 
 
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A concordatária que descumpriu as obrigações assumidas na concordata e teve sua 
falência decretada não tem direito à conversão em recuperação judicial. (STJ. 4ª Turma. 
REsp. 1.267.282-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 23/06/2020 (Info 677)). 
 
Na recuperação judicial, os créditos decorrentes de condenação por danos morais 
imposta à recuperanda na Justiça do Trabalho são classificados como trabalhistas. 
(STJ. 3ª Turma. REsp. 1.869.964-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/06/2020 
(Info 676)). 
 
A alienação de unidades produtivas isoladas prevista em plano de recuperação judicial 
aprovado deve, em regra, se dar na forma de alienação por hasta pública, conforme o 
disposto nos arts. 60 e 142 da Lei nº 11.101/2005. A adoção de outras modalidades de 
alienação, na forma do art. 145 da Lei nº 11.101/2005, só pode ser admitida em 
situações excepcionais, que devem estar explicitamente justificadas na proposta 
apresentada aos credores. Nessas hipóteses, as condições do negócio devem estar 
minuciosamente descritas no plano de recuperação judicial que deve ter votação 
destacada deste ponto, ser aprovado por maioria substancial dos credores e 
homologado pelo juiz. Em suma: a alienação de unidades produtivas isoladas prevista 
em plano de recuperação judicial aprovado somente poderá adotar outras modalidades 
de alienação em situações excepcionais, que devem estar explicitamente justificadas na 
proposta apresentadas aos credores. STJ. 3ª Turma. REsp. 1.689.187/RJ, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/05/2020 (Info 671). 
 
De acordo com o art. 49, caput, da Lei nº 11.101/2005, não se submetem aos efeitos do 
processo de soerguimento do devedor aqueles credores cujas obrigações foram 
constituídas após a data em que o devedor ingressou com o pedido de recuperação 
judicial. O crédito passível de ser perseguido pelo fiador em face do afiançado somente 
se constitui a partir do adimplemento da obrigação principal pelo garante. Antes disso, 
não existe dever jurídico de caráter patrimonial em favor deste. Desse modo, os créditos 
lastreados em contratos de fiança bancária, firmados para garantia de obrigação 
contraída, não estão submetidos aos efeitos da recuperação judicial. STJ. 3ª Turma. 
REsp. 1.860.368-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/05/2020 (Info 671). 
 
O art. 66 da Lei nº 11.101/2005 afirma que é possível a alienação de bens integrantes 
do ativo permanente da empresa em recuperação judicial, desde que o juiz responsável 
pela condução do processo reconheça a existência de evidente utilidade na adoção de 
tal medida. O art. 66 da Lei nº 11.101/2005 não exige qualquer formalidade específica 
para fins de se alcançar o valor dos bens a serem alienados, tampouco explicita de que 
modo deverá ser procedida a venda, deixando, portanto, a critério do juiz aceitar ou não 
o preço enunciado e a forma como será feita a alienação. Assim, para a alienação 
tratada no art. 66 não se exige o cumprimento das formalidades previstas no art. 142 
da Lei nº 11.101/2005. STJ. 3ª Turma. REsp. 1.819.057-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 10/03/2020 (Info 667). 
 
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Os créditos decorrentes da prestação de serviços contábeis e afins, mesmo que 
titularizados por sociedade simples, são equiparados aos créditos trabalhistas para 
efeitos de sujeição ao processo de recuperação judicial. O tratamento dispensado aos 
honorários devidos a profissionais liberais - no que se refere à sujeição ao plano de 
recuperação judicial - deve ser o mesmo conferido aos créditos de origem trabalhista, 
em virtude de ambos ostentarem natureza alimentar. Esse entendimento não é 
obstado pelo fato de o titular do crédito ser uma sociedade de contadores, 
considerando que, mesmo nessa hipótese, a natureza alimentar da verba não é 
modificada. STJ. 3ª Turma. REsp. 1.851.770-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
18/02/2020 (Info 665). 
 
Os créditos constituídos depois de ter o devedor ingressado com o pedido de 
recuperação judicial estão excluídos do plano e de seus efeitos (art. 49, caput, da Lei nº 
11.101/2005). A sentença (ou o ato jurisdicional equivalente, na competência originária 
dos tribunais) é o ato processual por meio do qual nasce o direito à percepção dos 
honorários advocatícios sucumbenciais. Se a sentença que arbitrou os honorários 
sucumbenciais se deu posteriormente ao pedido de recuperação judicial, o crédito que 
dali emana, necessariamente, nascerá com natureza extraconcursal, já que, nos 
termos do art. 49, caput da Lei nº 11.101/05, sujeitam-se ao plano de soerguimento os 
créditos existentes na data do pedido de recuperação judicial, ainda que não vencidos, 
e não os posteriores. Por outro lado, se a sentença que arbitrou os honorários 
advocatícios for anterior ao pedido recuperacional, o crédito dali decorrente deverá 
ser tido como concursal, devendo ser habilitado e pago nos termos do plano de 
recuperação judicial. STJ. 2ª Seção. REsp. 1.841.960-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. 
Acd. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/02/2020 (Info 669). 
 
 
 
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4. QUESTÕES 
 
1. (2019/TJSC/CEBRASPE/Juiz substituto) Para recuperação judicial nos termos legais, 
as microempresas e as empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, poderão 
apresentar plano especial de recuperação judicial, o qual:a) deverá abranger todos os credores, sendo possível em qualquer hipótese a inclusão 
posterior dos credores não habilitados na recuperação judicial. 
b) não deverá abranger os créditos vincendos na data do pedido de recuperação judicial. 
c) deverá prever o parcelamento em até sessenta parcelas, iguais e sucessivas, 
atualizadas monetariamente, mas sem acréscimo de juros. 
d) deverá prever o pagamento da primeira parcela no prazo máximo de sessenta dias, 
contado da distribuição do pedido de recuperação judicial. 
e) não deverá acarretar a suspensão do curso da prescrição nem das ações e execuções 
por créditos não abrangidos pelo plano de recuperação judicial. 
 
2. (2018 TJMT/VUNESP/Juiz substituto) Em relação à recuperação judicial e 
extrajudicial, dispõe a Lei nº 11.101/2005: 
a) A petição inicial de recuperação judicial será instruída com as demonstrações 
contábeis relativas aos 5 (cinco) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente 
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária 
aplicável e compostas obrigatoriamente de relatório gerencial relativo ao balanço 
patrimonial anual. 
b) Estando em termos a documentação exigida que deve instruir a petição inicial, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato, determinará ao 
devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a 
recuperação judicial, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito. 
c) O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial acarretará 
suspensão de direitos, ações ou execuções contra o devedor, bem como a 
impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores, mesmo que não 
sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. 
d) Na recuperação extrajudicial, transcorrido um ano da decisão que não homologou o 
plano, o devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de 
homologação de plano de recuperação extrajudicial. 
e) Na recuperação extrajudicial, nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial 
só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente 
previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial. 
 
3. (Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-PE Prova: Juiz Substituto) Após a publicação do 
aviso aos credores quanto ao recebimento do plano de recuperação judicial de Olinda 
Cereais Veganos Ltda., em recuperação judicial, o credor quirografário Tamandaré 
Adubos Ltda. ofereceu no prazo legal objeção ao plano. Em consequência, o juiz da 
vara única da Comarca de Afrânio determinou a convocação de assembleia geral de 
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36 
credores, marcada para o dia 30 de junho de 2022. Na véspera da realização da 
assembleia, o advogado da recuperanda protocolou no juízo termo de adesão ao plano 
assinado por credores das classes I e III do Art. 41 da Lei nº 11.101/2005. Em relação 
aos credores da classe I, o termo de adesão está assinado por 129, dentre os 200 
credores, cujos créditos perfazem 40% do passivo da classe; em relação aos credores 
da classe III, o plano está assinado por 75% dos credores que representam 88% do 
passivo da classe, tudo com base na segunda relação de credores publicada. Não há 
credores das classes II e IV do referido Art. 41. 
Considerados esses dados, é correto afirmar que o juiz: 
a) poderá homologar o plano, tendo em vista a tempestividade da apresentação do 
termo de adesão e do cumprimento do quórum legal para aprovação do plano, ainda 
que sem a realização da assembleia e apreciação da objeção do credor quirografário; 
b) não poderá homologar o plano, tendo em vista a intempestividade da apresentação 
do termo de adesão, ainda que o quórum legal para aprovação do plano tenha sido 
observado; 
c) poderá homologar o plano, tendo em vista a dispensa da realização da assembleia 
quando o devedor apresentar, até o momento de sua instalação, termo de adesão 
subscrito pelo número de credores suficiente para a aprovação do plano; 
d) não poderá homologar o plano, pois não foi atingido o quórum legal para sua 
aprovação, ainda que tenha sido tempestiva a apresentação do termo de adesão pela 
recuperanda; 
e) não poderá homologar o plano, pois houve apresentação de objeção tempestiva, 
devendo ser convocada assembleia de credores, salvo se apresentado, até quinze dias 
antes, termo de adesão assinado por credores representando mais da metade do valor 
dos créditos em cada classe. 
 
4. (Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-PE Prova: Juiz Substituto) A sociedade Belém e 
Maria Comércio de Pneus Ltda. teve sua falência requerida pela sociedade Goitá 
Transportes e Logística Ltda. em razão da impontualidade no pagamento de duplicatas 
de prestação de serviços cujo valor total é de R$ 83.500,00, protestadas para fins 
falimentares. 
Após a citação da devedora, e no prazo da contestação, foi apresentado ao juízo da 
Comarca de Catende pedido de recuperação judicial, sem elisão do pedido de falência. 
Acerca do efeito da apresentação do pedido sobre o curso do procedimento pré-
falimentar, é correto afirmar que a falência: 
a) não poderá ser decretada em razão da apresentação de pedido de recuperação 
judicial no prazo da contestação; 
b) poderá ser decretada em razão da não efetivação de depósito elisivo no prazo da 
contestação; 
c) não poderá ser decretada diante da insuficiência do valor das duplicatas protestadas 
para ensejar o requerimento; 
d) poderá ser decretada em razão do impedimento ao pedido de recuperação judicial 
após o requerimento da falência; 
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37 
e) não poderá ser decretada em razão da ausência do protesto das duplicatas para fins 
cambiais. 
 
5. (Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-MG Prova: Juiz Substituto) A recuperação judicial 
tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do 
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos 
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da 
empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
Sobre a recuperação judicial, assinale a afirmativa correta. 
a) O empresário rural pessoa física não tem como comprovar o período mínimo de 2 
(dois) anos de exercício regular das atividades para fins de pleitear a recuperação 
judicial. 
b) Os herdeiros do devedor não podem requerer a recuperação judicial. 
c) Na recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigatórios a formação e o 
funcionamento do conselho fiscal, enquanto durar a fase da recuperação judicial, 
incluído o período de cumprimento das obrigações assumidas pelo plano de 
recuperação. 
d) Nas hipóteses de renegociação de dívidas de pessoa jurídica no âmbito de processo 
de recuperação judicial, estejam as dívidas sujeitas ou não a esta, e do reconhecimento 
de seus efeitos nas demonstrações financeiras das sociedades, a receita obtida pelo 
devedor será computada na apuração da base de cálculo da Contribuição para o 
Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público (Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
(Cofins). 
 
6. (Ano: 2015 Banca: Vunesp Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) No período de seis 
meses, a contar do deferimento da recuperação judicial: 
a) não são suspensas as execuções fiscais em face da recuperanda. 
b) é permitido retirar do estabelecimento do devedor bens móveis sobre os quais o 
credor tenha propriedade fiduciária, mesmo que sejam eles essenciais à atividade 
empresarial do recuperando.c) não tramitam as ações propostas contra a recuperanda que demandem quantias 
ilíquidas. 
d) o juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a constrição de todos 
os bens da recuperanda, mesmo que não abrangidos pelo plano de recuperação da 
empresa. 
 
7. (Ano: 2016 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: Juiz de Direito Substituto) Considere 
as afirmações abaixo. 
I - A rejeição do plano de recuperação judicial por uma das classes de credores impede 
sua aprovação pelo juiz, tornando obrigatória a decretação da falência. 
CPF: 860.542.154-18
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38 
II - A função do administrador judicial na falência e na recuperação de empresa, que 
poderá ser exercida por pessoa jurídica, é indelegável, embora admitida a contratação 
de auxiliares. 
III - Os créditos do titular de propriedade fiduciária, na falência, são considerados 
extraconcursais, tendo precedência em relação aos demais. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas I e III. 
 
8. (Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT Prova: Juiz Substituto) Acerca da 
recuperação judicial, assinale a opção correta. 
a) O juiz, mesmo tendo ultrapassado o prazo de dois anos da homologação do plano de 
recuperação judicial, deve, de ofício, decretar a falência do devedor, caso ele não o 
cumpra. 
b) A ação de despejo proposta contra empresário que tem deferido o processamento da 
recuperação judicial deve ser suspensa pelo prazo de cento e oitenta dias. 
c) A execução fiscal, deferido o processamento da recuperação judicial, não se 
suspende, mas serão da competência do juízo da recuperação os atos de alienação do 
patrimônio da sociedade. 
d) O MP assumirá a legitimidade para impugnar o plano de recuperação judicial, caso 
nenhum credor o faça. 
e) Se a assembleia geral de credores rejeitar o plano de recuperação judicial, o juiz 
deverá determinar o arquivamento do processo, ficando vedado ao devedor fazer novo 
requerimento pelo prazo de dois anos. 
 
9. (Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz Substituto) Quais dos créditos 
indicados a seguir não têm natureza extraconcursal na recuperação judicial? 
a) Aqueles derivados de contrato de câmbio. 
b) Honorários de advogados decorrentes de serviços prestados à sociedade após o 
deferimento da recuperação. 
c) Obrigações garantidas por penhor mercantil. 
d) Bens alienados fiduciariamente não essenciais à realização da atividade empresarial 
da sociedade. 
 
10. (2019/TJAL/FCC/Juiz substituto) Acerca da recuperação judicial, é correto afirmar: 
CPF: 860.542.154-18
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a) Conforme entendimento sumulado do STJ, a recuperação judicial do devedor 
principal impede, durante o prazo de cento e oitenta dias contados do deferimento do 
seu processamento, o prosseguimento das execuções ajuizadas contra terceiros 
devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. 
b) Conforme entendimento sumulado do STJ, o Juízo da recuperação judicial é 
competente para decidir sobre a constrição de quaisquer bens do devedor, ainda que 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
c) Depois de deferido o processamento da recuperação judicial, a desistência do pedido 
pelo devedor dependerá de aprovação da Assembleia Geral de Credores. 
d) Obtida maioria absoluta em todas as classes de credores, o plano de recuperação 
apresentado pelo devedor poderá ser modificado, independentemente do 
consentimento deste, desde que as modificações não impliquem diminuição dos 
direitos exclusivamente dos credores ausentes. 
e) As objeções formuladas pelos credores ao plano de recuperação, 
independentemente da matéria que versarem, serão resolvidas pelo Juiz, por decisão 
fundamentada, sendo admitida a convocação da Assembleia Geral de Credores somente 
nos casos que envolverem alienação de ativos do devedor ou supressão de garantias 
reais. 
 
11. (2020/TJMS/FCC/Juiz substituto) De acordo com a atual redação da Lei no 
11.101/2005, o pedido de recuperação judicial, com base em plano especial para 
microempresas e empresas de pequeno porte: 
a) só será julgado procedente se houver a concordância expressa de mais da metade 
dos credores sujeitos ao plano. 
b) abrange exclusivamente os créditos quirografários. 
c) é obrigatório para as microempresas e facultativo para as empresas de pequeno 
porte. 
d) acarreta a suspensão das execuções movidas contra o devedor, ainda que fundadas 
em créditos não abrangidos pelo plano. 
e) dispensa a convocação de assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano. 
 
12. (2019/TJRJ/VUNESP/Juiz substituto) No que se refere à recuperação judicial, 
assinale a alternativa correta. 
a) Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será substituída por 
parâmetros de indexação nacionais, em vigor na data do pedido. 
b) A substituição de bem objeto de garantia real por outro de valor semelhante 
prescinde de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. 
c) Não estão sujeitas à recuperação judicial as importâncias entregues ao devedor, em 
moeda corrente nacional, decorrentes de adiantamento a contrato de câmbio para 
importação. 
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d) O crédito de promitente vendedor de imóvel cujo contrato contenha cláusula de 
irretratabilidade não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial. 
e) Estão sujeitos à recuperação judicial os créditos existentes na data do pedido, desde 
que vencidos. 
 
13. (Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: TJ-GO Cargo: Juiz Substituto) Carlos José, produtor 
rural, está inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) como 
empresário. Para requerer a recuperação judicial deverá comprovar o exercício de sua 
atividade há mais de 
a) dois anos, podendo incluir o período anterior à formalização do registro. 
b) três anos a partir do registro. 
c) dois anos a partir do registro. 
d) um ano a partir do registro. 
e) um ano, podendo incluir o período anterior à formalização do registro. 
 
14. (Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TJ-PR Cargo: Juiz Substituto) Em razão das alterações 
promovidas pela Lei nº 14.112/2020 na Lei nº 11.101/2005, quanto à legitimidade para 
pleitear recuperação judicial pelo plano especial, o produtor rural: 
a) poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que exerça 
regularmente suas atividades há mais de dois anos e desde que o valor da causa não 
exceda a R$ 4.800.000,00; 
b) poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que esteja 
enquadrado como microempresa ou empresa de pequeno porte há mais de dois anos e 
desde que sua receita bruta anual não exceda a R$ 4.800.000,00; 
c) ainda que não empresário, poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, 
independentemente de prazo mínimo de exercício de sua atividade, desde que o fluxo 
de caixa apurado no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR) não exceda a R$ 
4.800.000,00; 
d) ainda que não empresário, poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, 
desde que exerça regularmente suas atividades há pelo menos seis meses e desde que 
seu passivo quirografário sujeito à recuperação judicial não exceda a R$ 4.800.000,00; 
e) empresário pessoa jurídica, poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, 
desde que exerça regularmente suas atividades há mais de umano e desde que seu 
patrimônio líquido apurado no balanço do exercício anterior ao do ano do pedido não 
exceda a R$ 4.800.000,00. 
 
15. (Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TJ-PR Prova: Juiz Substituto) Quanto aos efeitos da 
recuperação judicial no âmbito societário, analise as afirmativas a seguir. I. Na 
recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigatórios a formação e o 
funcionamento permanente do conselho fiscal, enquanto durar a fase da recuperação 
judicial, incluído o período de cumprimento das obrigações assumidas pelo plano de 
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recuperação. II. É vedado sociedade empresária, até a aprovação do plano de 
recuperação judicial, distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas. III. Ficam 
sujeitos aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações decorrentes dos 
atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados, em 
razão da possibilidade de a cooperativa médica pleitear recuperação judicial. Está 
correto o que se afirma em: 
a) somente II; 
b) somente III; 
c) somente I e II; 
d) somente I e III; 
e) I, II e III. 
 
16. (Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: Juiz Substituto) Os advogados de doze 
sociedades empresárias integrantes de grupo econômico, todas em recuperação 
judicial, pleitearam ao juiz da recuperação, em nome de suas representadas, que fosse 
autorizada a consolidação dos ativos e passivos das devedoras, em unidade 
patrimonial, de modo que fossem tratados como se pertencessem a um único 
devedor. 
Considerando-se a existência de parâmetros legais para análise e eventual 
deferimento do pedido, é correto afirmar que: 
a) a consolidação pretendida pelas recuperandas poderá ser apreciada pelo juiz após a 
homologação do pedido pela assembleia de credores, que deverá ser convocada em até 
trinta dias para deliberar exclusivamente sobre essa matéria; 
b) a consolidação dos ativos e passivos para fins de votação do plano único de 
recuperação judicial é medida excepcional e exclusiva para devedores integrantes do 
mesmo grupo econômico que estejam em recuperação judicial sob consolidação 
processual; 
c) o juiz está autorizado a assentir no pedido de consolidação de ativos e passivos das 
recuperandas apenas quando constatar a ausência de conexão entre eles e a separação 
patrimonial, de modo que seja possível identificar sua titularidade em cada uma das 
devedoras; 
d) dentre as hipóteses legais a serem verificadas e que autorizam o deferimento da 
consolidação de patrimônios de sociedades em recuperação judicial para efeito de 
votação de plano único, estão a inexistência de garantias cruzadas e a relação de 
controle ou de dependência entre as sociedades; 
e) para que seja autorizada a consolidação de ativos e passivos de sociedades em 
recuperação judicial integrantes de grupos econômicos deve ficar constatada, 
necessariamente, a identidade total ou parcial do quadro societário das devedoras e a 
atuação conjunta delas no mercado. 
 
17. (Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: Juiz Substituto) A sociedade Três 
Navios Supermercados Ltda. teve sua falência decretada com fundamento na 
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impontualidade, sem anterior processo de recuperação. Banco Mazagão S/A, credor 
fiduciário na falência, pleiteou e teve deferida a restituição em dinheiro 
correspondente a bem que se encontrava na posse da falida na data da decretação da 
falência, mas não foi arrecadado. Em que pese o reconhecimento do direito à 
restituição por decisão judicial e do requerimento de pagamento imediato feito pelo 
credor, o administrador judicial da massa falida informou ao juízo que não havia 
recursos disponíveis no momento, devendo o credor aguardar o pagamento, 
observadas as prioridades legais. 
Ciente do fato, o juiz da falência, observando as disposições da lei de regência: 
a) acolheu a pretensão do credor, pois o crédito decorrente de restituição em dinheiro, 
na falência, deve ser atendido antes de qualquer crédito; 
b) acatou o argumento do administrador judicial e determinou que o crédito seja pago 
após serem satisfeitas as remunerações devidas ao administrador judicial e a seus 
auxiliares; 
c) rejeitou a pretensão do credor, pois, para efeito de pagamento, precedem a seu 
crédito apenas as despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à 
administração da falência; 
d) indeferiu o requerimento do credor e determinou ao administrador judicial que o 
pagamento seja realizado após os reembolsos de quantias fornecidas à massa pelos 
credores e das despesas com a arrecadação; 
e) determinou que o pagamento seja feito após as despesas cujo pagamento antecipado 
seja indispensável à administração da falência e dos créditos trabalhistas de natureza 
estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores à decretação da falência, até o 
limite de cinco salários mínimos por trabalhador. 
 
 
 
 
 
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5. GABARITO COMENTADO 
 
1 – E. 
Para recuperação judicial, nos termos legais, as microempresas e as empresas de 
pequeno porte, assim definidas em lei, poderão apresentar plano especial de 
recuperação judicial, o qual 
a) deverá abranger todos os credores, sendo possível em qualquer hipótese a inclusão 
posterior dos credores não habilitados na recuperação judicial. Errado. Primeiro que 
abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido. Segundo que ficam 
excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais... (art. 71, I, da LFR). 
b) não deverá abranger os créditos vincendos na data do pedido de recuperação judicial. 
“abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos” 
(art. 71, I, da LFR). 
c) deverá prever o parcelamento em até sessenta parcelas, iguais e sucessivas, 
atualizadas monetariamente, mas sem acréscimo de juros. 36 parcelas mensais. (art. 71, 
II, da LFR). 
d) deverá prever o pagamento da primeira parcela no prazo máximo de sessenta dias, 
contado da distribuição do pedido de recuperação judicial. 180 dias (art. 71, III, da LFR). 
e) não deverá acarretar a suspensão do curso da prescrição nem das ações e execuções 
por créditos não abrangidos pelo plano de recuperação judicial. Exato. “O pedido de 
recuperação judicial com base em plano especial não acarreta a suspensão do curso da 
prescrição nem das ações e execuções por créditos não abrangidos pelo plano” (art. 71, 
parágrafo único, da LFR). 
 
2 – E. 
Em relação à recuperação judicial e extrajudicial, dispõe a Lei no 11.101/2005: 
A) A petição inicial de recuperação judicial será instruída com as demonstrações 
contábeis relativas aos 5 (cinco) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente 
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária 
aplicável e compostas obrigatoriamente de relatório gerencial relativo ao balanço 
patrimonial anual. 3 exercícios (art. 51, II) 
B) Estando em termos a documentação exigida que deve instruir a petição inicial, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato, determinará ao 
devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a 
recuperação judicial, sob pena de extinção do processo sem julgamento do mérito. 
Extinção? Kkk. Claro que não. Sob pena de destituição de seus administradores (art. 52, 
IV) 
C) O pedido de homologaçãodo plano de recuperação extrajudicial acarretará 
suspensão de direitos, ações ou execuções contra o devedor, bem como a 
impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores, mesmo que não 
sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. Esses podem pedir a falência. 
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D) Na recuperação extrajudicial, transcorrido um ano da decisão que não homologou o 
plano, o devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de 
homologação de plano de recuperação extrajudicial. Dois anos (art. 151, § 3º) 
E) Na recuperação extrajudicial, nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial 
só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente 
previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial. Isso. Artigo 163, § 5º. 
 
3 – B. 
Conforme relatado pela questão, o termo de adesão foi protocolado pelo advogado da 
empresa recuperanda na véspera da assembleia geral de credores. A Lei Falencial impõe 
um prazo de 5 dias úteis ANTES da data da realização da assembleia geral de credores 
para apresentação do termo de adesão, comprovando a aprovação dos credores ao 
plano, tudo conforme o art. 56-A da Lei 11.101/2005. 
Ainda, apenas para ressaltar que o quórum do art. 45 foi totalmente cumprido no termo 
de adesão. 
 
4 – A. 
Questão fundamentada no art. 95 da Lei de Falências (Lei 11.101/2005). 
“Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação 
judicial.” 
 
5 – C. 
A questão fundamenta-se na Lei de Recuperação Judicial e Falências e alternativa “C” é 
a única correta, com base no art. 48-A da LFRE. 
“Art. 48-A. Na recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigatórios a formação 
e o funcionamento do conselho fiscal, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976, enquanto durar a fase da recuperação judicial, incluído o período de 
cumprimento das obrigações assumidas pelo plano de recuperação.” 
 
6 – A. 
No período de seis meses, a contar do deferimento da recuperação judicial: 
a) não são suspensas as execuções fiscais em face da recuperanda. (LFR, art. 5º, § 7º) 
b) é permitido retirar do estabelecimento do devedor bens móveis sobre os quais o 
credor tenha propriedade fiduciária, mesmo que sejam eles essenciais à atividade 
empresarial do recuperando. Embora tais créditos não se submetam à recuperação, a 
retirada é vedada se forem essenciais à atividade. 
c) não tramitam as ações propostas contra a recuperanda que demandem quantias 
ilíquidas. As que demandam quantias ilíquidas prosseguem (as líquidas ficam 
suspensas). 
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d) o juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a constrição de todos 
os bens da recuperanda, mesmo que não abrangidos pelo plano de recuperação da 
empresa. Só há interesse de atrair para o juízo universal as questões submetidas à 
recuperação. 
 
7 – B. 
Considere as afirmações abaixo. 
I - A rejeição do plano de recuperação judicial por uma das classes de credores impede 
sua aprovação pelo juiz, tornando obrigatória a decretação da falência. O juiz pode 
conceder a recuperação do plano quase aprovado, mesmo rejeitado por uma das 
classes, conforme artigo 58, § 1º, da LRF (Cram down). 
II - A função do administrador judicial na falência e na recuperação de empresa, que 
poderá ser exercida por pessoa jurídica, é indelegável, embora admitida a contratação 
de auxiliares. (LRF, art. 21) 
III - Os créditos do titular de propriedade fiduciária, na falência, são considerados 
extraconcursais, tendo precedência em relação aos demais. Não é crédito 
extraconcursal, uma vez que sequer se submete à falência (LRF, art. 49, § 3º). 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas I e III. 
 
8 – C. 
Acerca da recuperação judicial, assinale a opção correta. 
a) O juiz, mesmo tendo ultrapassado o prazo de dois anos da homologação do plano de 
recuperação judicial, deve, de ofício, decretar a falência do devedor, caso ele não o 
cumpra. Ultrapassado o prazo de 2 anos da homologação do plano de recuperação, caso 
haja o descumprimento do plano, deve o credor requerer a execução específica ou pedir 
falência, com base no art. 94, I, da LF. A convolação em falência somente ocorre se o 
cumprimento foi dentro do prazo de 02 anos. 
b) A ação de despejo proposta contra empresário que tem deferido o processamento da 
recuperação judicial deve ser suspensa pelo prazo de cento e oitenta dias. A ação de 
despejo não se submete ao juízo universal da falência, podendo continuar a tramitar 
normalmente, inclusive com a retomada do bem pelo locador (STJ, CC 123.116-SP, 
14/08/2014, Info. 551) 
c) A execução fiscal, deferido o processamento da recuperação judicial, não se 
suspende, mas serão da competência do juízo da recuperação os atos de alienação do 
patrimônio da sociedade. Vide jurisprudência em teses do STJ, Edição 37. A assertiva é 
exatamente a redação da tese nº 7. 
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46 
d) O MP assumirá a legitimidade para impugnar o plano de recuperação judicial, caso 
nenhum credor o faça. O MP também detém legitimidade para impugnar o plano, assim 
como o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios. LF - Art. 8º No prazo de 10 
(dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º, § 2º, desta Lei, o Comitê, 
qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao 
juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito 
ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito 
relacionado. 
e) Se a assembleia geral de credores rejeitar o plano de recuperação judicial, o juiz 
deverá determinar o arquivamento do processo, ficando vedado ao devedor fazer novo 
requerimento pelo prazo de dois anos. LF, art. 56, § 4º Rejeitado o plano de recuperação 
pela assembleia geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor. 
 
9 – C. 
Quais dos créditos indicados a seguir não têm natureza extraconcursal na recuperação 
judicial? 
Redação horrível. Extraconcursais são os créditos que não ingressam no concurso de 
credores, denominação própria do processo falimentar, não dá recuperação. Aliás, na 
recuperação não há concurso (concorrência). O que a questão quis dizer é qual crédito 
não ingressa na recuperação (fica de fora do plano; não pode ser renegociado). É para 
ver ao que somos obrigado a passar (resistir) antes de passar (aprovação). 
a) Aqueles derivados de contrato de câmbio. Estão fora da recuperação (art. 49, § 4º c/c 
artigo 86, II, ambos da LFR) 
b) Honorários de advogados decorrentes de serviços prestados à sociedade após o 
deferimento da recuperação. Esses valores não ingressam na recuperação, devendo ser 
pagos desde logo. Aliás, se for decretada a falência, aí sim esses créditos serão 
extraconcursais (pagos com prioridade, antes do concurso): créditos resultantes de 
honorários advocatícios têm natureza alimentar e equiparam-se aos trabalhistas para 
efeito de habilitação em falência, seja pela regência do Decreto-Lei n. 7.661/1945, seja 
pela forma prevista na Lei n. 11.101/2005, observado, neste último caso, o limite de 
valor previsto no artigo 83, inciso I, do referido Diploma legal. 1.2). São créditos 
extraconcursais os honorários de advogado resultantesde trabalhos prestados à massa 
falida, depois do decreto de falência, nos termos dos arts. 84 e 149 da Lei n. 
11.101/2005. [...] (REsp. 1.152.218 RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE 
ESPECIAL, julgado em 07/05/2014, DJe 09/10/2014). 
c) Obrigações garantidas por penhor mercantil. Penhor é garantia real. Entrará 
normalmente na recuperação e será crédito concursal na falência (pagos após os 
créditos trabalhistas). Veja o que estabelece o artigo 49, § 5º, da LRF: “tratando-se de 
crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações 
financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias 
liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou 
substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias 
permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4º 
do art. 6º desta Lei”. 
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d) Bens alienados fiduciariamente não essenciais à realização da atividade empresarial 
da sociedade. O titular da posição de proprietário fiduciário não se submete à 
recuperação (art. 49, § 3º, da LFR). A única coisa é que os bens, se essenciais, não podem 
ser retirados da empresa em recuperação (isso não importa em incluir tais créditos na 
recuperação, pois são mantidas suas condições contratuais). 
 
10 – C. 
Acerca da recuperação judicial, é correto afirmar: 
(A) Conforme entendimento sumulado do STJ, a recuperação judicial do devedor 
principal impede, durante o prazo de cento e oitenta dias contados do deferimento do 
seu processamento, o prosseguimento das execuções ajuizadas contra terceiros 
devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. 
A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das 
execuções nem induz suspensão ou extinção de ações ajuizadas contra terceiros 
devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória, 
pois não se lhes aplicam a suspensão prevista nos arts. 6º, caput, e 52, inciso III, ou a 
novação a que se refere o art. 59, caput, por força do que dispõe o art. 49, § 1º, todos 
da Lei 11.101/2005. STJ. 2ª Seção. REsp. 1.333.349-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 26/11/2014 (recurso repetitivo) (Info 554) - Súmula 581 do STJ. 
(B) Conforme entendimento sumulado do STJ, o Juízo da recuperação judicial é 
competente para decidir sobre a constrição de quaisquer bens do devedor, ainda que 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. O juízo da recuperação judicial 
NÃO é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano 
de recuperação da empresa (STJ, Súmula 480). 
(C) Depois de deferido o processamento da recuperação judicial, a desistência do pedido 
pelo devedor dependerá de aprovação da Assembleia Geral de Credores. “Após o 
deferimento do processamento só é possível com concordância de todos os credores. 
Após a concessão não é mais possível a desistência, nem com consentimento dos 
credores”. 
(D) Obtida maioria absoluta em todas as classes de credores, o plano de recuperação 
apresentado pelo devedor poderá ser modificado, independentemente do 
consentimento deste, desde que as modificações não impliquem diminuição dos 
direitos exclusivamente dos credores ausentes. Em princípio, o plano aprovado e 
homologado é imutável (se o devedor dele se afastar, corre o risco de ter decretada sua 
falência). Mas, passando a condição econômica do devedor por considerável mudança, 
o plano pode ser aditado mediante retificação pela assembleia de credores. 
(E) As objeções formuladas pelos credores ao plano de recuperação, 
independentemente da matéria que versarem, serão resolvidas pelo Juiz, por decisão 
fundamentada, sendo admitida a convocação da Assembleia Geral de Credores somente 
nos casos que envolverem alienação de ativos do devedor ou supressão de garantias 
reais. HAVENDO OBJEÇÃO, o juiz convoca assembleia geral dos credores. A propósito, a 
Lei de Falências entroniza a Assembleia de Credores inclusive para deliberar a respeito 
de quaisquer objeções feitas pelos credores não satisfeitos. É o que menciona o art. 56 
da lei. 
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11 – E. 
De acordo com a atual redação da Lei nº 11.101/2005, o pedido de recuperação judicial, 
com base em plano especial para microempresas e empresas de pequeno porte, 
(A) só será julgado procedente se houver a concordância expressa de mais da metade 
dos credores sujeitos ao plano. Os credores não se manifestam. Nesse caso, é o juiz que 
defere diretamente, uma vez atendidas as condições legais (artigo 72 da LFR). 
(B) abrange exclusivamente os créditos quirografários. 
(C) é obrigatório para as microempresas e facultativo para as empresas de pequeno 
porte. A lei não fala nada disso. É sempre facultativo. 
(D) acarreta a suspensão das execuções movidas contra o devedor, ainda que fundadas 
em créditos não abrangidos pelo plano. Consoante artigo 71 da LFR: “Parágrafo único. 
O pedido de recuperação judicial com base em plano especial não acarreta a suspensão 
do curso da prescrição nem das ações e execuções por créditos não abrangidos pelo 
plano”. 
(E) dispensa a convocação de assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano. 
Exato! Conforme a LFR, artigo 72. “Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte 
pelo pedido de recuperação judicial com base no plano especial disciplinado nesta 
Seção, não será convocada assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano, 
e o juiz concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei.” 
 
12 – D. 
No que se refere à recuperação judicial, assinale a alternativa correta. 
(A) Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será substituída por 
parâmetros de indexação nacionais, em vigor na data do pedido. “Art. 50, § 2º, Lei nº 
11.101/05 Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será CONSERVADA 
como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada 
se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no 
plano de recuperação judicial”. 
(B) A substituição de bem objeto de garantia real por outro de valor semelhante 
prescinde de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. “Art. 50, §1º, 
Lei nº 11.101/05. Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia 
ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor 
titular da respectiva garantia”. 
(C) Não estão sujeitas à recuperação judicial as importâncias entregues ao devedor, em 
moeda corrente nacional, decorrentes de adiantamento a contrato de câmbio para 
importação. “Art. 49, § 4º, Lei nº 11.101/05. Não se sujeitará aos efeitos da recuperação 
judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei.” “Art. 86 Lei nº 
11.101/05. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: II – da importância entregue ao 
devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de 
câmbio para EXPORTAÇÃO, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º, da Lei nº 4.728, de 14 de 
julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, 
não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente”; 
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(D) O créditode promitente vendedor de imóvel cujo contrato contenha cláusula de 
irretratabilidade não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial. “Art. 49, § 3º, Lei 
nº 11.101/05. Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens 
móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor 
de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou 
irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em 
contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos 
da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as 
condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, 
durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a 
retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade 
empresarial”. 
(E) Estão sujeitos à recuperação judicial os créditos existentes na data do pedido, desde 
que vencidos. “Art. 49, caput, Lei nº 11.101/05. Estão sujeitos à recuperação judicial 
todos os créditos existentes na data do pedido, AINDA QUE NÃO VENCIDOS”. 
 
13. A. 
De acordo com o art. 48 da Lei 11.101/05, poderá requerer recuperação judicial o 
devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 
2 (dois) anos e, especificamente no caso do exercício de atividade rural por pessoa 
jurídica, prevê o parágrafo terceiro do mesmo artigo que admite-se a comprovação do 
prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), 
ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF, 
entregue tempestivamente. 
Já o STJ, por sua vez, decidiu que “o cômputo do período de dois anos de exercício da 
atividade econômica, para fins de recuperação judicial, nos termos do art. 48 da Lei nº 
11.101/2005, aplicável ao produtor rural, inclui aquele anterior ao registro do 
empreendedor.” (4ª Turma. REsp. 1.800.032-MT, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. 
Raul Araújo, julgado em 05/11/2019 (Info 664)) 
 
14. A. 
O prazo de 2 anos está previsto no caput do art. 48 da Lei 11.101/05. Já o art. 70-A, por 
sua vez, prevê que o “produtor rural de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei poderá 
apresentar plano especial de recuperação judicial, nos termos desta Seção, desde que o 
valor da causa não exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais)”. 
 
15. – D. 
I. CORRETO. “Na recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigatórios a 
formação e o funcionamento do conselho fiscal, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976, enquanto durar a fase da recuperação judicial, incluído o período de 
cumprimento das obrigações assumidas pelo plano de recuperação”. (LFRE, art. 48-A). 
Atentem que este artigo é inovação da reforma da Lei 11.101/05. 
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50 
II. CORRETO. “É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, 
distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto 
no art. 168 desta Lei.” (LFRE, art. 6º-A). Importante atentar que é artigo incluído pela 
reforma da Lei de Falências e Recuperação Judicial. 
III. INCORRETO. “Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e 
obrigações decorrentes dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas 
com seus cooperados, na forma do art. 79 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, 
consequentemente, não se aplicando a vedação contida no inciso II do art. 2º quando a 
sociedade operadora de plano de assistência à saúde for cooperativa médica.” (LFRE, 
art. 6º, § 13). Também incluído pela reforma da Lei 11.101/05. 
 
16 – B. 
A resposta está no art. 69-J da LFRE. 
“Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de 
assembleia-geral, autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos 
devedores integrantes do mesmo grupo econômico que estejam em recuperação 
judicial sob consolidação processual, apenas quando constatar a interconexão e a 
confusão entre ativos ou passivos dos devedores, de modo que não seja possível 
identificar a sua titularidade sem excessivo dispêndio de tempo ou de recursos, 
cumulativamente com a ocorrência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses: 
I – existência de garantias cruzadas; 
II – relação de controle ou de dependência; 
III – identidade total ou parcial do quadro societário; e 
IV – atuação conjunta no mercado entre os postulantes.” 
 
17 – E. 
A questão exige o conhecimento do art. 84 da LFRE para solução. Importante atentar 
que o inciso I-A fala “das despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à 
administração da falência” (art. 150) e “dos créditos trabalhistas de natureza 
estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, 
até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador” (art. 151). 
“Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência 
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos: 
I - (revogado); 
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei; 
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo 
financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei; 
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta 
Lei; 
[...]”

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