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JAMILY DA SILVA LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO 
ESTÁGIO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 
 
 
UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR ANHANGUERA 
LICENCIATURA EM LETRAS - PORTUGUÊS 
 
 
Teresópolis 
2024 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JAMILY DA SILVA LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO 
ESTÁGIO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 
 
 
 
Relatório apresentado à Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera, como 
requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Estágio Curricular 
Obrigatório Ido curso de licenciatura em Letras - Português. 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 3 
2 5 
3 8 
4 10 
5 12 
6 14 
7 16 
8 18 
9 19 
10 22 
11 27 
12 29 
13 32 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 
REFERÊNCIAS 34 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O estágio curricular obrigatório é uma etapa fundamental na formação do futuro 
docente, pois permite que o estudante de licenciatura tenha contato direto com a 
realidade da profissão, participando ativamente das rotinas de um professor em sala 
de aula. Este é o momento em que todos os conhecimentos teóricos adquiridos no 
percurso acadêmico são articulados com o contexto prático, possibilitando uma 
experiência de observação e de reflexão constante. 
O objetivo deste relatório é apresentar os resultados de todas as atividades 
realizadas pela estagiária conforme o respectivo plano de trabalho, durante o período 
que compreende os dias 04 de março de 2024 e 26 de abril de 2024, totalizando 150 
horas. 
Primordialmente, foram feitas observações acerca da gestão escolar, no que 
diz respeito ao Projeto Político Pedagógico; ao acompanhamento e orientação 
realizados por meio de reuniões entre a equipe gestora e a equipe docente; às 
atividades culturais e cívicas; ao trabalho de inclusão com os alunos com 
necessidades específicas; ao processo de implementação da BNCC na instituição de 
ensino e à formação continuada dos professores. 
Em seguida, o foco foi direcionado à formação e atuação da supervisora de 
campo, levando em conta a organização da rotina em sala de aula, os recursos 
disponíveis e utilizados, e as metodologias de ensino e de avaliação. Essas 
informações foram coletadas através de entrevistas e da própria observação de aulas, 
onde também foi levado em conta o comportamento dos alunos e sua relação com a 
professora, com os colegas de turma e com os conteúdos referentes à disciplina de 
língua portuguesa. 
Por fim, considerando os desafios, necessidades e potencialidades de uma 
turma, foi elaborada e regenciada pela estagiária com supervisão da professora 
regente uma sequência didática de três aulas. 
4 
 
1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS 
 
O texto apresentado nesse relato é ‘’Gramática e ensino’’, de Carlos Alberto 
Faraco, publicado no ano de 2017 na revista Diadorim. 
Desde a primeira gramática de que se tem conhecimento até as mais atuais, o 
estudo da estrutura de uma língua é alvo de diversas concepções a respeito do seu 
papel para o desenvolvimento da comunicação. Observando o contexto histórico do 
ensino da língua portuguesa no Brasil, compreende-se a origem de uma dualidade 
ainda presente no século XXI: a gramática deve ser vista como parte central ou 
apenas como complementar às práticas de leitura, escrita e oratória? 
O autor de “Didática Magna”, publicada em 1627, já proferia que as línguas 
deveriam ser aprendidas mais com a prática que por meio de regras. Essa noção 
embasou conceitos atuais acerca do trabalho docente na educação básica. Embora o 
protagonismo da gramática no ensino de língua materna tenha sido enfraquecido, a 
princípio por pesquisadores da área e mais tarde, por documentos oficiais como a LDB 
e a BNCC, a atuação docente reflete a herança deixada pela educação jesuítica do 
século XVI, visto que na realidade há uma dificuldade expressiva em articular os 
conhecimentos gramaticais com o uso concreto da língua, através da expressão 
escrita e oral e da interpretação crítica dos textos. 
Esse entrave é resultado principalmente das lacunas deixadas pelos 
documentos norteadores da prática do professor de português. Consequentemente, 
grande parte dos profissionais se encontram perdidos no percurso da formação 
continuada e acabam por recorrer à tradição herdada pelas primeiras escolas 
brasileiras fundadas por membros da Companhia de Jesus, ou seja, a disciplina de 
língua portuguesa é limitada à exposição de nomenclaturas e paradigmas 
morfológicos. A perpetuação consciente ou inconsciente dessa abordagem é um 
obstáculo para a formação do estudante, pois o foco predominante na gramática 
prescritiva impede o contato significativo com os diversos gêneros textuais que, de 
acordo com a BNCC, devem ser utilizados para desenvolver habilidades de produção 
e interpretação de textos. 
Ao utilizar a metalinguística como recurso para o entendimento das práticas 
linguísticas e epilinguísticas, permite-se que os alunos encarem o estudo da gramática 
de forma científica, conforme o sugerido pelo livro “Gramáticas na escola”, de Oliveira 
e Quarezemin (2016): “Não se trata, portanto, de ‘aprender gramática’ ou de ‘usar a 
5 
 
gramática’, mas de elaborar gramáticas[...]”. Isso significa que é preciso dar liberdade 
para que o discente construa teorias sobre os fatos observados por ele mesmo, a 
partir do contato com a língua e sua diversidade. Dessa forma, a compreensão de 
classes gramaticais e suas funções sintáticas deixa de ser mera decoração de 
nomenclaturas e se torna significativa, pois passa a ser associada a atividades que 
fazem parte do cotidiano. 
Apesar de não ser mais o único objetivo da disciplina de língua portuguesa, a 
clássica “arte de falar e escrever ‘corretamente’” não é descartada, mas vista sob outra 
perspectiva. Linguistas e pedagogos contemporâneos reconhecem a necessidade 
sociocultural do domínio das variedades prestigiadas da língua. Contudo, segundo 
Possenti (1996), esse propósito é atingido por meio da exposição constante ao maior 
número possível de experiências linguísticas com tais variedades. 
Conclui-se, portanto, que o professor de língua portuguesa deve atuar no 
ensino de natureza gramatical de uma forma que promova o estudo através da 
formulação, teste e reformulação de hipóteses, com base no contato direto com as 
práticas linguísticas. Assim, deve-se considerar que o aluno já possui um 
conhecimento intuitivo sobre a sua língua e é capaz de investigar a mesma a partir 
disso, pois é com base nos conhecimentos prévios que se aprende o novo. 
Finalmente, depreende-se que o papel da gramática na educação básica é auxiliar no 
desenvolvimento integral da leitura e da produção de textos, não devendo mais ser 
vista como um fim em si mesma. 
 
 
6 
 
2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) 
 
 
O Projeto Político Pedagógico (PPP) deve ser reflexo da identidade da 
instituição de ensino, explicitando seus valores, levando em conta suas necessidades, 
definindo objetivos e estratégias para alcançá-los. Dessa forma, deve ser elaborado 
em conjunto com a equipe gestora e a equipe docente, baseado e direcionado pelos 
documentos nacionais como o Plano Nacional de Educação (PNE), a Lei de Diretrizes 
e Bases (LDB) e a Base Nacional Comum Curricular. Ao renovar seu PPP em 2024, 
a E.M Sakurá se compromete com a gestão democrática, levando em conta a visão 
de cada docente acerca dos desafios da comunidade escolar e dos caminhos para 
alinhar a prática educacional com as diretrizes nacionais. 
A Escola Municipal Sakurá oferta a segunda etapa do Ensino Fundamental (6º 
a 9º ano), nos turnos da manhã (7h20 às 12h20) e tarde (13h00 às 18h00), atendendo 
alunos predominantemente na faixa etária de 11 a 14 anos. São 201 dias letivos, 
organizados em três trimestres, com férias nos meses de dezembro e janeiro e 
recesso de 15 dias no mês de julho. 
O currículo está organizado em oito disciplinas:Português, Matemática, 
Ciências, História, Geografia, Inglês, Educação Física e Artes. A interdisciplinaridade 
(integração entre diferentes disciplinas) ocorre principalmente por meio dos projetos e 
eventos realizados durante o ano. Por exemplo, o projeto do Mês da Mulher pode ser 
trabalhado por professores de Língua Portuguesa, História, Artes e Língua Inglesa, e 
os docentes das demais áreas de conhecimento também podem desenvolver 
atividades com essa temática se possível. 
Outros projetos existentes na instituição trabalham constantemente contra 
preconceitos (como o racismo, que foi o tema do mês de abril). Há também o circuito 
de ciências a cada trimestre, que consiste na troca de conhecimentos entre as turmas, 
e o projeto da História do Brasil que envolve as disciplinas de Português e História e 
conta com uma visita ao Palácio do Catete. Quanto aos eventos, haverá uma gincana 
do conhecimento e uma olimpíada com modalidades que incluam os alunos com 
deficiência física e sensorial. Quanto às atividades culturais e cívicas, há uma banda 
que toca em eventos como o aniversário da cidade. 
Para atender adequadamente aos alunos que precisam de Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), os planejamentos de ensino e o atendimento 
7 
 
dos professores são adaptados às suas necessidades e quando é essencial, o aluno 
também é acompanhado por um cuidador. Os educadores têm sido capacitados para 
atender aos estudantes com deficiência através de palestras e reuniões com outros 
professores da rede municipal de educação. 
O processo de avaliação exige no mínimo três instrumentos avaliativos por 
trimestre, sendo um deles a nota “diversificada”, que avalia habilidades e 
competências do aluno de acordo com cada disciplina, por meio de atividades 
individuais e em grupo. Os outros dois instrumentos são somativos e consideram o 
conhecimento do aluno sobre o conteúdo da disciplina. Dessa forma há alinhamento 
das avaliações à BNCC, pois são considerados os requisitos avaliativos do aluno 
propostos no documento no processo. 
Cada instrumento avaliativo vale 10 pontos, que são somados e divididos por 3 
ao fim do trimestre para definir a média. Para que o aluno avance para o próximo ano 
escolar, é necessário alcançar no mínimo 5 pontos de média por trimestre (15 pontos 
no ano) em cada disciplina, tendo direito à recuperação da nota através de outras 
atividades somativas caso não atinja os 5 pontos do trimestre. 
O acompanhamento do desempenho escolar dos estudantes é realizado 
através de reuniões pedagógicas, conselhos de classe e reuniões com pais e 
responsáveis. Além dessas ocasiões, existem reuniões entre os professores de 
mesma disciplina e mesma série, para a organização e planejamento anual e 
trimestral dos conteúdos a serem trabalhados, bem como o compartilhamento de 
materiais e atividades. 
 
8 
 
3 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA 
 
 
Os livros didáticos adotados pela E.M Sakurá são disponibilizados 
gratuitamente aos alunos pelo Plano Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). 
O livro da disciplina de língua portuguesa é o “Português Linguagens”, escrito por 
Carolina Dias Viana e William Cereja e publicado pela editora Saraiva, com quatro 
edições para as séries de 6° ao 9° ano e se destaca por uma abordagem 
contemporânea, que se alinha ao mais novo documento norteador da educação 
básica: a BNCC. É um dos materiais mais utilizados em sala, junto da lousa e das 
TVs. 
 É estimulada a aprendizagem ativa do estudante através de atividades de 
aprendizagem baseada em projetos, debates, análises críticas e produções de textos 
orais e escritos, em diversos gêneros e mídias. A professora supervisora de campo 
tem o costume de solicitar trabalhos individuais e em grupo em que os alunos são 
livres para produzir slides, vídeos, questionários e outros materiais que podem 
contemplar mídias digitais. 
Para além do livro didático, outros recursos estão disponíveis na escola para a 
utilização da comunidade escolar, como os computadores da sala de informática, as 
TVs das salas de aula, o projetor da sala de vídeos, os jogos da sala de recursos e os 
livros da biblioteca. Alguns desses materiais não são pedagógicos por natureza, mas 
ganham essa função quando são utilizados por profissionais que compreendem a 
importância de trabalhar com conteúdos multimídias pertinentes às etapas de 
desenvolvimento cognitivo de cada série, e preparam o aluno para a nova cultura 
digital que está cada vez mais presente em muitos espaços sem que haja um diálogo 
qualificado sobre formas éticas de usar esses recursos. 
 A professora Tatiane, que ministra aulas de Português nas turmas observadas, 
seleciona os materiais para apoio e mediação considerando a acessibilidade, a 
adequação às habilidades que se pretende desenvolver, e os interesses dos alunos. 
Dessa forma, utiliza cartazes, cartas, filmes, histórias em quadrinhos, textos, jornais, 
revistas, músicas e slides que são encontrados na internet, na biblioteca da escola, 
ou são produzidos por ela mesma e essas mídias possuem uma linguagem bastante 
acessível que utiliza também elementos audiovisuais que despertam o interesse de 
quem as consomem. 
9 
 
Outros espaços em que as aulas ocorrem além da própria sala de aula são a 
sala de vídeo e a biblioteca, que possuem equipamentos adequados para transmissão 
audiovisual. Para utilizar, é necessário que os professores solicitem com antecedência 
para a coordenação a reserva do espaço, e por isso alguns docentes são menos 
favorecidos já que há apenas uma sala de cada tipo para toda a escola usar. 
 Os livros didáticos presentes na escola normalmente não possuem texto e 
imagens ampliadas para alunos com baixa visão, ou não contém algum material 
complementar sonoro que possa ser utilizado para os alunos cegos. No entanto, a 
biblioteca oferece uma máquina de escrever em Braille. A sala de recursos contém 
jogos, letras e números móveis e as TVs e computadores podem ser utilizados de 
maneira complementar, sem excluir a importância de momentos de interação direta 
com os professores e colegas de turma, para transmitir conteúdos narrados ou que 
possuam interpretação em Libras. O computador também pode auxiliar alunos com 
dificuldade de mobilização dos braços a escrever de forma mais rápida. 
Há um funcionário responsável por organizar e proteger a integridade dos 
materiais da biblioteca e a sala de recursos é responsabilidade da professora 
especialista em AEE. No entanto, o dever de zelar pelos recursos da escola é de todos 
que os utilizam. Para frequentar alguns dos locais é necessário pedir a chave para a 
coordenação e o acesso com as turmas ocorre mediante agendamento da visita e 
devolução da chave após o uso. A manutenção dos espaços recebe apoio das 
auxiliares de limpeza da escola, demais funcionários e dos estudantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
4 RELATO DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR REGENTE 
 
 
A entrevista foi realizada com a professora Tatiane Garcia dos Santos 
Fernandes de Oliveira, graduada em Letras - Português desde o ano de 2017, e 
também especialista em gestão escolar, orientação e supervisão. Atualmente ela 
cursa pós-graduação stricto sensu em Ensino de Língua Portuguesa e atua há 8 anos 
como professora de Português. 
No início de sua carreira, exerceu a docência em quatro escolas privadas 
localizadas na capital do estado do Rio de Janeiro, sendo elas: Centro Educacional 
Leoni De Mello; Centro Educacional São Pedro; Instituto Geremário Dantas e Colégio 
São Conrado. Atualmente, é professora da rede municipal de Teresópolis-RJ na E.M 
Sakurá. 
A profissional considera fundamental que os conteúdos apresentados na sala 
de aula tenham relação direta com a vida presente e futura do aluno e explica com 
suas palavras que: 
 
Ele precisa saber interpretar contratos, notícias, anúncios [...] desenvolvera 
escrita e utilizar essas habilidades para todas as outras áreas: Para entender 
Ciências, História, Geografia, Matemática […]. Muitas vezes o aluno sabe 
fazer o cálculo, mas não consegue interpretar a questão. 
 
Ela também considera que um dos obstáculos para o ensino significativo da 
língua materna seja o foco exclusivo ou prioritário à memorização de regras e 
nomenclaturas, que deixa em segundo plano as práticas de leitura, escrita e oralidade. 
A rotina em sala de aula é organizada em partes, segundo a docente: 
 
O primeiro momento é o de contextualização com temas relacionados à 
atualidade, ou seja, a língua em uso em um contexto real. Nesse momento 
são utilizados gêneros textuais diversos, disponíveis na internet, através de 
vídeos, músicas, etc. O segundo momento é de análise, em que o texto é 
visto em suas diversas camadas, e o terceiro momento é o de produção, em 
que a gramática é empregada na produção de textos em determinado 
contexto. Além disso, nos diversos momentos das sequências didáticas, é 
utilizado o quadro, projetor e o livro didático. 
 
 Quanto ao trabalho com temas contemporâneos transversais da BNCC: 
 
No estudo da Língua Portuguesa, podemos utilizar textos dos mais variados 
temas. Esses textos são articulados com o estudo da gramática 
contextualizada. Atualmente, a escola tem em maior quantidade três títulos 
11 
 
de livros paradidáticos — além do acervo da biblioteca — . Esses livros tratam 
da temática do racismo e preconceito, cultura indígena e ecologia. Desenvolvi 
atividades relacionadas a essas temáticas com essas obras. 
 
Em relação à adaptação de materiais e avaliações para alunos com 
necessidades educacionais específicas, a professora relata que busca adaptar seu 
material quando há necessidade, de modo que o aspecto da interação entre os alunos 
tenha a menor alteração possível, ou seja, que haja a mesma dinâmica de 
comportamento. 
Cita como exemplo que quando a turma precisa copiar do quadro, orienta os 
alunos com necessidades específicas a anotar, de acordo com a sua individualidade, 
partes específicas do que está escrito e quando está sendo realizada a leitura de um 
texto, nas pausas para esclarecimentos e interações (leitura dialogada), há interação 
com os demais alunos e com esses educandos buscando melhor entendimento 
possível da ideia que está sendo desenvolvida de acordo com a singularidade de cada 
um. Nesses casos, a avaliação é realizada a partir de relatórios para os quais ela 
fornece informações sobre as atividades desenvolvidas de acordo com 
questionamentos realizados pela orientação pedagógica em um questionário no 
Google Forms. 
 
12 
 
5 RELATO DO LEVANTAMENTO DE MATERIAIS DE APOIO ESPECÍFICOS 
PARA ABORDAGEM DOS TEMAS TRANSVERSAIS CONTEMPORÂNEOS 
 
 
Investiguei múltiplos espaços da escola para a análise de possíveis materiais 
de apoio específicos para abordagem dos temas transversais contemporâneos. Por 
ser uma escola municipal, de dimensões menores que uma escola estadual, senti 
certa dificuldade em encontrar materiais para todos os temas solicitados: meio 
ambiente; economia; saúde; cidadania e civismo; multiculturalismo; ciência e 
tecnologia. 
Na biblioteca da escola foi possível encontrar livros literários e não literários, 
em poesia e prosa, do clássico ao contemporâneo sobre todas as temáticas, sendo 
as principais: saúde, meio ambiente e multiculturalismo. No total há cerca de 30 títulos 
desses temas e alguns deles possuem outras cópias de mesmo título que estão 
disponíveis em quantidade insuficiente para atender todos os alunos e por isso não 
seria possível planejar uma aula cujo um livro em específico fosse o material didático 
principal. Isso se deve à maioria desses materiais serem provenientes de doações 
feitas por pais, alunos, ex-alunos e moradores da região e outros desses livros têm 
como origem o PNLD. 
No laboratório de química da escola, além dos próprios materiais típicos desse 
tipo de ambiente que se enquadram nas áreas de ‘’ciências e tecnologia’’ e ‘’saúde’’, 
há maquetes de vários sistemas do corpo humano e exemplares de esqueletos, num 
total de 5 maquetes e 2 esqueletos. 
Se pensarmos em atividade física como um caminho para a saúde física e 
mental dos indivíduos, podemos pensar que os materiais guardados em sala 
específica para as aulas de Educação Física, como as bolas, petecas e raquetes 
também são materiais que ao serem contextualizados e adaptados servem como 
material de apoio pedagógico para trabalho com a temática da saúde. Há 6 bolas de 
futebol, 4 de basquete, 3 de vôlei, uma de futebol americano, 10 raquetes e 4 petecas. 
O espaço em que a escola está localizada e a forma que foi organizada também 
permitem contato prático com saúde e meio-ambiente por meio das duas quadras de 
esportes, um pátio amplo com mesas de ping-pong e um jardim com mesa e bancos 
para uso da comunidade escolar. Esses espaços também podem ser utilizados para 
13 
 
aulas que não se limitam à sala padrão, e pode ensinar os alunos a manterem o jardim 
preservado para os animais que costumam visitar em busca de frutas nas árvores. 
A própria peteca pode ser utilizada para abordar multiculturalismo em uma aula 
interdisciplinar, já que é um objeto de origem indígena, e um jogo com petecas pode 
envolver fenômenos físico-químicos tanto com o objeto quanto com o corpo humano. 
Nessa temática também se enquadra o exemplar do livro paradidático ‘’Vozes 
Ancestrais’’, de Daniel Munduruku, que costuma ser usado pela professora Tatiane 
para leituras compartilhadas com os alunos e fica guardado em armário no corredor 
da escola. 
Para o tema de economia, os materiais dourados e jogos de tabuleiro como 
Banco Imobiliário podem ajudar os alunos a visualizarem na prática quantidades 
numéricas e como desenvolver uma boa administração de dinheiro. Isso facilita 
especialmente para os alunos que possuem alguma forma de deficiência que interfira 
na compreensão de conceitos matemáticos, além de contribuírem para momentos de 
sociabilidade e desenvolvimento de competências sócio-emocionais relacionadas à 
negociação que poderão ser úteis para o momento de inserção dos estudantes na 
vida adulta e no mercado de trabalho 
Há inúmeros cartazes, slides e vídeos produzidos pelos alunos da escola, a 
exemplo de alguns materiais sobre o Dia da Mulher, que podem ser reaproveitados 
por muitos anos para promover debates sobre o machismo, assédio, agressão e 
feminicídio que podem ser mediados pelos próprios educadores e auxiliam na 
promoção da temática da cidadania e civismo. Os grafites presentes nas paredes de 
fora da escola foram realizados também pelos alunos em parceria com artistas 
patrocinados pelo governo do Estado de São Paulo, e também consistem em um 
possível material para a abordagem do multiculturalismo. 
 
 
 
 
 
14 
 
6 RELATO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA BNCC NA ESCOLA 
 
 
Coletei os dados para essa etapa do relatório de estágio com a coordenadora 
da escola, durante o intervalo dos alunos do 9º ano. Elaborei um roteiro de perguntas 
relacionadas aos itens mencionados no Plano de Trabalho, e utilizei um gravador para 
me auxiliar na produção do texto posteriormente. 
Quando questionei sobre o preparo que os profissionais da E.M Sakurá 
recebem para dominarem as habilidades e competências previstas na BNCC, ela me 
disse que durante os momentos de reunião pedagógica os professores por vezes 
recebem palestras aplicadas por profissionais da educação pós-graduados que visam 
capacitá-los para o documento e é nesses momentos em que eles podem trazer seus 
questionamentos e compartilhar algumas das experiências realizadas com suas 
turmas para que haja um balanço coletivo sobre o quão bem ou mal sucedidas elas 
foram. 
A equipe pedagógica recebe formação fornecida pela Prefeitura de Teresópolis, 
para que também possa auxiliar os professores na nova realidade escolar e a 
coordenadoraem particular também demonstrou ser bastante interessada em sua 
formação continuada através de cursos que realiza online em sua casa, em sites como 
o AVAMEC. 
Destaco também a informação repassada de que os professores da rede 
municipal de Teresópolis contam com um programa de formação continuada oferecido 
pela prefeitura que visa instruí-los sobre o atendimento a alunos com deficiências. 
Como o material didático utilizado na escola é do PNLD deste ano em que estou 
estagiando, assim como o PPP vigente, eles estão plenamente de acordo com a 
BNCC para atender as normativas educacionais. Uma das mudanças que ocorreu em 
relação ao último PPP foi o aumento da menção da importância da tecnologia nas 
salas de aula para educar os alunos para o letramento digital, assim como também 
foram inseridas as competências gerais da educação básica que devem ser seguidas. 
Há uma resistência por parte de alguns profissionais que atuam a mais tempo 
de se adequarem ao documento porque muitos se sentem desiludidos com a área da 
Educação e não vêem sentido no documento, ou acreditam que uma educação em 
que há maior protagonismo do aluno é sinônimo de uma educação permissiva em que 
o educando não respeita o professor. A equipe pedagógica busca ouvir e acolher 
15 
 
esses professores, que também passam por um processo de esgotamento mental 
causado pelo cenário de desvalorização do magistério, mas também intervêm 
mostrando que na verdade muitos alunos se tornam mais participativos nas aulas 
quando também são ouvidos e considerados como indivíduos de direitos e deveres 
naquele espaço e em outros que convivem. 
Os projetos em parceria com professores de várias áreas do conhecimento são 
incentivados e são um exemplo prático de aplicação da BNCC ao permitir que o aluno 
tenha contato com diversas linguagens e costumam ser bem recebidos. A 
coordenação avalia essas produções e dá um feedback em particular para os 
professores, apontando o que pode ser melhorado e os pontos satisfatórios. 
Além desses projetos também consiste em uma aplicação da BNCC dentro do 
ensino de Língua Portuguesa o incentivo a aulas que utilizem múltiplas linguagens 
verbais ou não-verbais, e para isso os professores também podem contar com 
computadores e projetores na sala de aula que auxiliam com materiais 
complementares que às vezes são elaborados pelo próprio docente ou vêm de sites 
como o YouTube ou Brasil Escola. 
Em suma, a escola está bastante atualizada no que diz respeito à BNCC e 
enfrenta dificuldades que podem ser observadas em outras regiões, mas faz o que é 
possível para que ao menos ali todos possam ter contato com o documento, 
conheçam ele a fundo e coloquem em prática com os alunos. 
 
 
 
16 
 
7 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS UTILIZADOS 
PELO PROFESSOR 
 
 
A professora Tatiane se baseia no PPP da E.M Sakurá, que por ser recente 
está de acordo com a BNCC e desse documento norteador também tomou como 
método avaliativo a elaboração de rubricas e a autoavaliação dos alunos, além das 
tradicionais avaliações por provas e seminários. 
Os alunos são avaliados, no mínimo, por três instrumentos durante o trimestre, 
em que dois são provas compostas por questões objetivas e discursivas, e um é a 
chamada nota “diversificada”, que abarca as demais avaliações realizadas: testes, 
seminários, apresentações de trabalhos e autoavaliação. 
Cada instrumento avaliativo apresenta seu método de correção. As avaliações 
são corrigidas manualmente, ou assistidas e dialogadas com os alunos quanto ao seu 
resultado. Na avaliação de trabalhos em grupo, por exemplo, são considerados o 
respeito ao tema proposto, o empenho, o apoio ao grupo e a postura durante a 
apresentação. Esses aspectos são avaliados pela professora em conjunto com os 
alunos, que avaliam o quanto foram capazes de atender esses critérios e quais foram 
as dificuldades que encontraram nesse processo. 
Nas autoavaliações de alunos, eles são orientados a refletirem o que 
consideraram fácil ou difícil na atividade, definirem metas realistas e estratégias que 
eles podem adotar para melhorar nas próximas avaliações. Também recebem a 
sugestão de guardarem as autoavaliações de cada trimestre para que possam fazer 
um balanço de possíveis mudanças que possam ter ocorrido durante o ano letivo. 
As avaliações somativas são elaboradas individualmente pelos professores, 
levando em consideração o perfil de suas turmas. Em seguida são enviadas para a 
orientação pedagógica para impressão e caso haja necessidade, são feitas 
considerações seguidas de adaptações para a melhoria do instrumento avaliativo. 
Quanto às atividades que compõem a nota diversificada, muitas são compostas 
coletivamente entre os professores da mesma disciplina ou área do conhecimento e 
a coordenação pedagógica 
Na turma 1910 do 9º ano há alunos autistas, um deles também com Transtorno 
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e um outro é deficiente físico. Todos 
recebem auxílio do AEE, de duas cuidadoras ficam na sala de aula, e o apoio da 
17 
 
professora Tatiane é imprescindível para que eles se sintam parte da aula e participem 
das atividades avaliativas. 
Com esses alunos, a abordagem dela é de solicitar que eles façam o que 
conseguirem das atividades que envolvem escrita e na correção leva em conta não 
só a quantidade de acertos que tiveram mas se conseguiram defender a escolha de 
suas respostas dentro de uma maneira que eles se sintam confortáveis em se 
expressar e que ela também consiga compreender o que o aluno quis comunicar. 
Também se coloca de prontidão para esclarecer possíveis dúvidas que eles tenham, 
e inclui eles ativamente nas leituras compartilhadas feitas com a turma. 
Todas as notas do trimestre devem ser anexadas à ‘’Planilha Beta’’, uma 
ferramenta de controle de notas e evolução dos alunos que somente os professores 
e a equipe pedagógica tem acesso até o presente momento. As avaliações somativas 
são elaboradas individualmente pelos professores de maneira trimestral, levando em 
consideração o perfil de suas turmas e em seguida são enviadas para a orientação 
pedagógica para impressão e caso haja necessidade, são feitas considerações 
seguidas de adaptações para a melhoria do instrumento avaliativo. 
Quanto às atividades que compõem a nota diversificada, muitas são compostas 
coletivamente entre os professores da mesma disciplina ou área do conhecimento e 
a coordenação pedagógica. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
8 RELATO DA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA NO 
ACOMPANHAMENTO DA DISCIPLINA 
 
 
Há uma única coordenadora na escola, a funcionária Jaqueline, que fica 
responsável por atender todas as turmas da escola na parte da manhã. Junto dela, a 
diretora Niedja acompanha os professores em sua prática pedagógica e os orienta 
com o intuito de que esses profissionais possam conduzir um trabalho ainda mais 
qualificado a partir dos direcionamentos recebidos pela gestão. 
Jaqueline ressalta que os momentos de feedbacks devem ser conduzidos com 
educação, respeito e que é uma função do coordenador ser um bom ouvinte. Para 
isso, é necessário que o coordenador pedagógico mantenha uma boa relação com 
toda a comunidade escolar sem qualquer tipo de discriminação, e que uma conduta 
profissional de respeito é capaz de influenciar positivamente a imagem que os 
responsáveis e a equipe docente possuem da escola. Ela prioriza dar feedbacks em 
particular para que um professor não se sinta constrangido, mas quando nota que uma 
situação ocorre de forma generalizada opta por compartilhar com todos os professores 
nos períodos de reunião sem mencionar nomes e sem fazer desse momento de 
aprendizagem algo vexatório. 
Nas orientações pedagógicas a coordenadora age como fio condutor dos 
diálogos entre os professores, trazendo pautas relevantes que ocorreram na semana, 
como alguma reunião que teve com o responsávelpor algum aluno ou algum problema 
que está ocorrendo na escola e necessita da colaboração de todos para que seja 
sanado. Quando um professor realiza um projeto ou atividade que trouxe 
consequências positivas para uma turma, ela faz questão de compartilhar com os 
demais e parabenizar essas iniciativas como forma de motivar esse docente e 
incentivar o resto do corpo docente a participar também desses trabalhos. 
As notas das turmas são enviadas pelos docentes através da Planilha Beta, e 
lá a gestão consegue acompanhar o progresso individual e coletivo dos alunos em 
todas as disciplinas. A escola pretende tornar esse documento aberto para a consulta 
dos responsáveis também, como uma forma de aproximar a escola das famílias dos 
alunos e esclarecer os critérios avaliativos adotados pela instituição. 
Toda atividade elaborada por um professor precisa passar pela validação da 
coordenação para que haja um controle dos conteúdos trabalhados no trimestre e 
19 
 
também é nesse procedimento que Jaqueline observa se um professor avalia se há 
alinhamento com a BNCC e com o PPP da escola. É incentivado que todos eles façam 
planejamento de aula com certa antecedência e enviem para ela por e-mail para que 
consigam se organizar melhor e ela também consiga disponibilizar o uso das salas de 
informática, de vídeo e de recursos ou a biblioteca. 
Não foi relatado nenhum processo de observação de aulas nas atividades da 
coordenação escolar. 
Os conflitos são inevitáveis, mas o que ela enquanto profissional espera é 
minimizar a quantidade e a gravidade deles, então está sempre observando as 
relações dentro da escola para que possa intervir antes mesmo que um problema se 
acumule e ganhe proporções maiores. Ela prioriza em primeiro momento que os 
próprios envolvidos em um conflito do tipo aluno-aluno se resolvam entre si ou com o 
auxílio dela através de diálogos, mas se não surtir efeito pode agir com advertências, 
suspensões, conversa com os responsáveis ou aciona órgãos como o Conselho 
Tutelar em situações mais graves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
9 RELATO DA OBSERVAÇÃO 
 
 
As observações das aulas foram realizadas na Escola Municipal Sakurá, nos 
dias 28 de março, 1º de abril e 4 de abril, e foram observadas três turmas de séries 
diferentes: 7°, 8° e 9° anos. 
A primeira turma contemplada foi de 7º ano e estava estudando o assunto de 
sujeito e predicado, com muita desatenção durante as explicações e conversas 
paralelas em volume alto que atrapalharam a docente muitas vezes. Além disso, 
quando ela fazia pausas para reflexão e perguntas relacionadas ao tema, poucos 
interagiam e por todos esses ocorridos houveram aulas em que uma intervenção por 
meio de advertências foi necessária. 
Já no 8º ano geralmente se comportaram de maneira silenciosa e distraída, 
mas em uma aula em específico onde fizeram leitura compartilhada, que foge da 
abordagem tradicional de copiar e colar do quadro, estavam muito mais agitados e 
participativos. Por vezes agem com falta de respeito entre si, e durante uma das aulas 
um aluno fez uma ameaça de agressão a um colega de sala e a professora interviu 
na situação aplicando uma advertência. 
Estavam revisando os tópicos de classes gramaticais, e como atividade houve 
uma pesquisa em grupo solicitada pela professora sobre o assunto, em que os alunos 
deveriam fazer um texto sintetizando as informações. 
No 9º ano houveram reações mistas às aulas da docente, algo que acredito 
estar relacionado à temática sendo trabalhada com o aluno no momento em que a 
aula ocorre. Cabe ressaltar também que apesar da reação de desinteresse, em 
nenhum momento houve desrespeito com a professora por meio de xingamentos, 
comentários inadequados ou agressões de qualquer tipo. 
Em um dos momentos a professora estava explicando sobre gêneros textuais, 
e ao abordar as charges e suas características trouxe um texto introdutório sobre os 
principais elementos delas: fusão de linguagem verbal e não-verbal; abordagem de 
temas atuais e polêmicos de interesse social; uso de ironia e sarcasmo como forma 
de crítica. Em seguida, ela trouxe exemplos visuais que utilizou para solicitar uma 
atividade escrita de interpretação de texto e depois utilizou um evento local, as 
enchentes que ocorreram no mês de março em Teresópolis, para apresentar o gênero 
do artigo de opinião ao mesmo tempo em que retomou o conteúdo sobre charges por 
21 
 
meio de uma atividade em que os alunos deveriam produzir suas próprias charges 
sobre as enchentes. 
Ao levar em conta eventos do cotidiano desses alunos, que eles mesmos 
vivenciaram e tinham um grande acúmulo de experiências sobre isso, houve uma 
grande adesão por parte do alunado que aplicou com excelência a ironia em suas 
produções. Também foi possível notar nesses trabalhos produzidos que a maioria 
realizou críticas à prefeitura local e comparações entre os modos de vida e tratamento 
de moradores da região central de Teresópolis com os moradores periféricos, sendo 
que esses últimos representam a maior parte do município. 
Todas as turmas também participaram das atividades voltadas ao Dia da 
Mulher, onde produziram questionários, slides, vídeos e cartazes sobre leis que 
protegem a mulher. Cada grupo de cada turma ficou responsável por apresentar uma 
lei ou a história por trás da criação da data. 
Em geral, os alunos tiveram muita dificuldade na organização de quem falaria 
e quando faria isso, apresentaram uma postura inadequada ao falar de um tema tão 
sério, pois muitos riam e sorriam, e também houveram alunos que não quiseram 
participar e consequentemente perderam pontos por isso. 
Em síntese, constato que as aulas da professora Tatiane estimulam a reflexão 
dos alunos e que a profissional faz um bom manejo do tempo disponível para aplicar 
seu conteúdo ao mesmo tempo em que é capaz de proporcionar momentos de 
participação ativa em que o alunado consegue pensar e responder em voz alta as 
perguntas e provocações feitas por ela. Os exemplos utilizados por ela consideram os 
conhecimentos prévios, os gostos e a realidade desses estudantes e com isso ela 
gera uma dinâmica de aulas divertidas que conseguem resgatar o foco da maioria dos 
alunos, por mais que um ou outro opte por mexer no celular durante as explicações. 
 
 
22 
 
10 PLANOS DE AULA 
 
 
Plano de Aula 1 
 
 
Identificação 
Escola Escola Municipal Sakurá 
Professor regente Tatiane Garcia dos Santos 
Fernandes de Oliveira 
Professor estagiário Jamily da Silva Lima 
Disciplina Língua Portuguesa 
Série 9º ano 
Turma 1910 
Período Matutino 
 Conteúdo ● Variações linguísticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Objetivo geral 
● Classificar diferentes tipos de variações linguísticas, 
reconhecendo o valor da diversidade linguística na 
comunicação e na sociedade. 
Objetivos específicos 
● Reconhecer a influência de fatores culturais e sociais na 
linguagem; 
● Demonstrar as características e as diferenças entre a norma 
padrão e a linguagem coloquial; 
● Inferir a relação entre a norma padrão e os estigmas 
linguísticos. 
 
 
 
 
 
 
Metodologia 
1) Iniciar a aula com o questionamento: “Todos falam a língua 
portuguesa da mesma forma?”, promovendo uma breve 
reflexão. Em seguida, dar o exemplo da diferença entre o 
português do Brasil e o de Portugal (texto no slide). 
2) Explicar o conceito de variação linguística e exemplificar com 
os tipos de variações presentes no slide 
3) Explicar o que é a norma padrão e a linguagem coloquial com 
os textos presentes no slide, enfatizar que não existe o ‘’falar 
errado’’ 
4) Apresentar a questão 3 da atividade e permitir que os alunos 
resolvam a questão. 
5) Corrigir e complementar a questão com os alunos 
 
 
Recursos 
● TV 
● Notebook 
● Internet 
 
 
 
 
 
Avaliação 
Atividades 
● Resolução da questão número 3 da atividade 
Critérios 
● Participação e engajamento do aluno 
● Compreensãoclara ou não dos textos apresentados; 
 
23 
 
 
 
 
 
Referências 
● CAVALCANTE, Ilane Ferreira. Variação linguística. 
Disponível em: 
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saud
e_seguranca/tec_seguranca/portugues/061112_ling_port_a0
3.pdf. Acesso em: 7 abr. 2024 
● CERQUEIRA, Claúdia Hashimoto Figueiredo. Preconceito 
lingüístico: o que é, como faz. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/delta/a/FvwmnfgYdGgTTJcPCMGcDjC/
?lang=pt. Acesso em: 7 abr. 2024 
● PEREIRA, Carolina.; MARTINS, Pablo. Português é legal. 
São Paulo, 2014. Disponível em: 
http://www.portugueselegal.com.br/wp-
content/uploads/2014/04/portugueselegal2.pdf. Acesso em: 7 
abr. 2024 
Plano de Aula 2 
 
 
Identificação 
Escola E.M Sakurá 
Professor regente Tatiane Garcia dos Santos 
Fernandes de Oliveira 
Professor estagiário Jamily da Silva Lima 
Disciplina Português 
Série 9º ano 
Turma 1910 
Período Matutino 
 Conteúdo ● Preconceito linguístico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Objetivo geral 
● Identificar e combater o preconceito linguístico em diversos 
ambientes e situações 
Objetivos específicos 
● Constatar as causas e consequências do preconceito 
linguístico; 
● Dar um exemplo de momentos que presenciaram o 
preconceito linguístico e possíveis causas para isso; 
● Defender as justificativas nas respostas das questões dos 
slides da aula; 
 
 
 
 
 
 
Metodologia 
1) Iniciar a aula com as perguntas: “Você já foi acusado de “falar 
errado”, “Por que isso acontece?”, “Quem são as pessoas 
que mais sofrem com o preconceito linguístico? Por quê?” 
2) Pedir aos alunos que separem papel e lápis para anotar as 
perguntas; 
3) Em seguida, os alunos assistirão ao vídeo “Introdução ao 
preconceito linguístico” e deverão anotar as partes mais 
relevantes; 
4) Comentar as partes mais relevantes do vídeo para auxiliar na 
compreensão e interpretação; 
5) Os alunos assistirão ao vídeo “Preconceito linguístico no dia a 
dia” e deverão anotar as partes mais relevantes. 
6) Comentar as partes mais relevantes para auxiliar na 
compreensão e interpretação; 
24 
 
7) Pedir que os alunos respondam às perguntas do início da 
aula no papel; 
8) Apresentar a questão do slide e comentar; 
9) Apresentar as questões 1 e 2 da atividade, permitir que os 
alunos resolvam e em seguida corrigir e comentar as 
questões. 
 
Recursos 
● TV 
● Notebook 
● Internet 
 
 
 
 
 
Avaliação 
Atividades 
● Cópia no caderno das questões apresentadas no início da 
aula, que deverão ser respondidas próximo ao fim dela; 
● Resolução das questões 1 e 2 da atividade. 
Critérios 
● Participação e engajamento dos alunos; 
● Compreensão clara ou não dos textos apresentados; 
● Completude das respostas das atividades; 
● Relação ou não das respostas com o conteúdo da aula. 
 
 
 
 
Referências 
● NATURA MUSICAL. AMPLIFICA por Emicida – 
Preconceito linguístico no dia a dia. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=QlhsiMWT-eQ. Acesso em 
8 abr. 2024 
● PORTUGUÊS É LEGAL. INTRODUÇÃO AO PRECONCEITO 
LINGUÍSTICO. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=EbBJ_XUW1Dc. Acesso 
em 8 abr. 2024 
 
Plano de Aula 3 
 
 
Identificação 
Escola E.M Sakurá 
Professor regente Tatiane Garcia dos Santos 
Fernandes de Oliveira 
Professor estagiário Jamily da Silva Lima 
Disciplina Português 
Série 9º ano 
Turma 1910 
Período Matutino 
 Conteúdo ● Preconceito linguístico 
● Artigo de opinião 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Objetivo geral 
● Construir artigo de opinião em dupla baseado no conteúdo 
das aulas anteriores 
Objetivos específicos 
● Identificar a ordem adequada da construção de um artigo de 
opinião e seus elementos; 
● Organizar as partes do texto seguindo as orientações da 
atividade; 
● Criar um artigo de opinião sobre preconceito linguístico 
● Debater com o parceiro de escrita sobre a opinião a ser 
defendida no texto para que haja consenso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Metodologia 
1) Separar a turma em duplas. 
2) Entregar impressa a atividade “Quebra-cabeça de ideias” e 
solicitar que leiam e numerem a ordem das partes do texto, 
de acordo com as instruções da tabela. 
3) Explicar previamente o que deve-se encontrar em cada parte 
do artigo de opinião: introdução, argumentação e contra-
argumentação, explicitação do ponto de vista e conclusão. 
4) Comentar a atividade e auxiliar na organização devida do 
texto. 
5) Solicitar que, também em duplas, os alunos elaborem um 
artigo de opinião com o tema “preconceito linguístico”, 
estudado nas últimas aulas. 
6) Escrever no quadro as informações que se espera encontrar 
em cada parte do texto. 
7) Orientar que os alunos revisem o assunto no caderno ou 
pesquisem mais sobre isso na internet. Eles devem debater 
com o colega e chegar a um consenso para a opinião que 
será defendida no texto. 
8) Correção dos textos 
 
 
Recursos 
● Lousa 
● Caneta Pilot 
● Folha de ofício 
● Impressora 
● Internet 
 
 
 
 
 
Avaliação 
Atividades 
● Realização do quebra-cabeça de ideias; 
● Elaboração de artigo de opinião. 
Critérios 
● Participação e engajamento dos alunos; 
● Compreensão clara ou não dos textos apresentados; 
● Completude das respostas das atividades; 
● Relação ou não das respostas com o conteúdo da aula. 
26 
 
 
 
 
 
Referências 
● FEITOZA, Cláudia de Jesus Abreu. Plano de aula: Quais as 
partes de um artigo de opinião?. Disponível em: 
https://novaescola.org.br/planos-de-
aula/fundamental/8ano/lingua-portuguesa/quais-as-partes-de-
um-artigo-de-opiniao/3592 . Acesso em: 9 abr. 2024 
 
27 
 
11 RELATO DA APRESENTAÇÃO DOS PLANOS DE AULA AO PROFESSOR 
 
 
Em momento de reunião com a professora supervisora de campo, apresentei 
os três planos de aula realizados por mim para a etapa de regência de meu estágio. 
Deixei que a professora folheasse a versão impressa que levei para consulta, e 
conforme ela lia, eu explicava os objetivos que pretendia atender em cada aula. 
Escolhi o tema de variações linguísticas para todas as aulas por acreditar que 
o estudante deve de fato aprender a se comunicar na norma padrão da língua 
portuguesa, mas que além disso também deve compreender que no cotidiano não há 
predomínio dela e isso não significa que quem fala ou escreve de maneira coloquial 
seja ‘’burro’’, ‘’ignorante’’, que fala ‘’errado’’. Existem momentos e espaços em que 
uma dessas formas de comunicação será mais valorizada do que outra, e um dos 
motivos para isso é o elitismo presente na nossa sociedade, algo que precisa ser 
debatido em mais de um momento para que os alunos possam se apropriar do tema, 
formular opiniões e fixar o conteúdo por meio de atividades 
Também apresentei naquele mesmo dia os slides e atividades que produzi 
especialmente para esse momento, e logo houveram algumas sugestões de 
mudanças que eu poderia realizar para que o período de duração da aula fosse melhor 
aproveitado. 
A professora me alertou sobre haver muitas informações nestes materiais para 
poucas aulas e pouco tempo hábil em sala para trabalhar tudo o que eu havia 
proposto. Destacou também que eu havia cometido uma confusão conceitual entre 
dois assuntos: registros linguísticos e variações linguísticas. Enquanto o primeiro diz 
respeito à compreensão do contexto em que um registro é produzido e se é adequado 
ou não onde ele foi inserido, o segundo tem ênfase no reconhecimento da diversidade 
do uso da língua portuguesa e o respeito a essa pluralidade existente na nossa língua. 
A metodologia apresentada também não estava atendendo aos critérios do 
plano de trabalho, como a quantidade solicitada de etapas metodológicas e os verbos 
dos objetivos. A regente me ajudou a reescrever essa parte dos planos, que não 
estava errada, apenas incompleta e poderia estimular outros níveis da taxonomia de 
Bloom além do nível de conhecimento. 
No mais, ela teceu muitos elogios a duas das dinâmicas que propus para as 
três aulas. Quando exibi o vídeo o rapper Emicida comentandosobre o preconceito 
28 
 
linguístico, a professora disse que fiz uma escolha excelente ao escolher um material 
que apresenta uma fala mais próxima da realidade dos alunos daquela turma, porque 
isso facilita a conexão deles com o tema e pode levar uma discussão positiva sobre a 
comunicação humana e o racismo. O outro material elogiado foi o jogo do ‘’Quebra-
cabeça de ideias’’, por trabalhar com o raciocínio lógico e a capacidade de interpretar 
e conectar as ideias de um texto. 
Os critérios avaliativos também foram considerados pertinentes levando em 
conta que algumas das habilidades a serem desenvolvidas nas aulas de Língua 
Portuguesa são a coerência textual e a coesão, e isso pode ser avaliado pela escrita 
do aluno, se o seu fluxo de ideias desenvolvidas é pertinente com o que foi solicitado. 
Como alterações para a versão final de minhas aulas, removi o excesso de 
informações nos slides e adequei à temática de variação linguística, que era o meu 
objetivo inicial para a regência. As atividades que propus também sofreram alterações 
de modo a se adequarem a esse conteúdo e buscam na medida do possível trazer 
elementos lúdicos. 
Assim que fiz as correções sugeridas, apresentei novamente os planos de aula 
para a professora e dessa vez ela aprovou a versão final que pode ser conferida no 
portfólio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
12 RELATO DA REGÊNCIA 
 
 
As regências ocorreram durante os dias 14 e 19 de abril durante o período 
matutino na turma 1910 do 9º ano da E.M Sakurá, sob supervisão da professora 
Tatiane Garcia dos Santos Fernandes de Oliveira, que acompanhou as aulas 
aplicadas e preencheu a ficha de avaliação. 
Apresentei-me para a turma, pedi compreensão e trouxe um pouco da minha 
própria experiência de vida como ex-aluna da escola e alguém que mora em um bairro 
próximo desde minha infância. Os alunos ficaram bastante agitados com a minha 
presença, tiveram dificuldades em parar para ouvir ou esperar a vez de falar quando 
ficavam empolgados com a aula, mas soube lidar com as distrações deles sem haver 
necessidade de intervenção da professora regente. 
 Foram muito interativos, contribuíram com a aula trazendo seus 
conhecimentos, experiências e opiniões e isso me ajudou a ficar menos nervosa. Ao 
final da primeira aula esse nervosismo já tinha sumido e nas aulas seguintes 
predominou mais uma sensação de tranquilidade e empolgação da minha parte. 
Assim como a professora Tatiane já tinha imaginado, quando exibi o vídeo do 
rapper Emicida na segunda aula, houve interação de um aluno que aproveitou o 
momento para compartilhar um episódio de preconceito linguístico que ele viveu, e 
que esse preconceito estava diretamente ligado ao racismo e à homofobia do 
agressor. Foi um momento de muito aprendizado, pois a partir do relato, os alunos 
identificaram que o preconceito linguístico é reflexo de preconceitos sociais. 
Pouco antes de eu iniciar a primeira aula uma das alunas laudadas saiu da 
sala, e outros alunos com deficiências também não se dispuseram a participar. Nas 
duas outras aulas a mesma postura de desinteresse ocorreu, mas notei que na 
atividade ‘’Quebra-cabeça de ideias’’ que apliquei na terceira aula eles pareciam com 
maior vontade de participar. Acredito que promover atividades de cooperação é um 
caminho para que eles se sintam relevantes e capazes. 
Acredito também que seja uma questão que vá além da dinâmica que 
apresentei nas aulas, que se relaciona com a discriminação que esses alunos já 
sofrem no cotidiano e a percepção de que nem a escola é um ambiente capaz de 
proporcionar a todo tempo um sentimento de respeito e compreensão, de que para os 
30 
 
adultos ali, eles não possuem interesses próprios e autonomia, são indivíduos 
infantilizados. 
Como optei por falar de preconceito linguístico durante todo o período de 
regência, foi possível explorar muito do tema sem esgotá-lo e entre e a primeira e a 
última aula houve uma diferença significativa na velocidade em que os alunos 
conseguiram responder as atividades e também na qualidade de suas respostas, 
porque no início suas falas eram mais pautadas em ‘’eu acho’’ e no fim já havia um 
tom mais firme e confiante nas respostas. 
Essa construção da fixação do conteúdo ao longo de uma sequência didática 
bem planejada auxiliou na última aula, em que os estudantes da turma 1910 
precisariam se reunir com suas duplas para defender o ponto de vista que seria 
apresentado no artigo de opinião. Não foram todos os alunos que conseguiram 
realizar essa tarefa durante a aula já que o foco se perdeu entre eles devido às 
conversas então muitos dos textos entregues estavam incompletos, mas a turma 
soube discorrer sobre o tema e entendeu tanto a estrutura quanto as características 
do gênero artigo de opinião. 
Ter trabalhado com as tirinhas do personagem Chico Bento, que atravessa 
gerações e também é conhecido por esses alunos, gerou uma ótima oportunidade de 
mostrar que eles possuem um imenso potencial de conquistarem o que quiserem, que 
são possuidores de direitos independentemente de onde vêm e de como falam. Ainda 
assim, ressaltei que é importante conhecermos e sabermos utilizar a norma-padrão e 
tornei esse estudo mais atrativo ao selecionar textos de fácil compreensão com várias 
imagens de apoio para os slides e para as três atividades com questões de múltipla 
escolha que deveriam ser respondidas. 
Todas as aulas tiveram uso de tecnologia, de uma forma ou de outra. Na 
primeira aula e segunda aula contei com o uso dos slides e exibição dos vídeos. Na 
terceira aula, os alunos puderam pesquisar com seus celulares e acesso à internet da 
escola sobre preconceito linguístico ou sobre como escrever um artigo de opinião. 
Não realizei nenhuma adaptação muito específica para os alunos laudados além das 
que já via a professora regente aplicando em suas aulas, por crer que o que foi 
proposto estava adequado para todos e ter recebido aprovação de meus planos de 
aula. 
Ao final da regência, senti falta de ter passado ainda mais tempo com a turma 
porque gostaria de ter decorado os nomes de todos eles, e também deveria ter trazido 
31 
 
materiais impressos desde o nosso primeiro momento juntos nas minhas aulas para 
que todos pudessem revisar o conteúdo quantas vezes fosse necessário para auxiliar 
na execução das atividades. O tempo curto das aulas também trouxe dificuldades para 
que um atendimento individualizado ocorresse a todo momento, então julgo ser 
necessária uma melhor administração de conteúdos com base no tempo disponível 
para que as próximas experiências sejam ainda mais satisfatórias. 
Foi um momento muito valioso que tivemos, e no último dia tive a sensação de 
dever cumprido quando um grupo de alunos me abordou durante minha saída da sala 
e disse que gostou muito de minhas aulas pelo uso de vídeos e das atividades 
diversificadas em duplas. 
Com isso em mente, acredito que apesar das dificuldades que encontrei 
durante e após a regência, em geral ela foi bastante satisfatória para os alunos e a 
maioria cumpriu os objetivos gerais e específicos propostos nos planos de aula. A 
experiência certamente enriqueceu os conteúdos que já estudo na graduação porque 
agora posso ter uma noção prática das teorias que são estudadas, incluindo os 
inúmeros obstáculos que há na educação no município de Teresópolis, especialmente 
os enfrentados pela E.M Sakurá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
13 VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO 
 
 
 
 
33 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Nas semanas durante o estágio realizado na E.M Sakurá eu pude ver de perto 
o poder transformador da educação e da disciplina de Língua Portuguesa mesmo com 
o curto tempo de experiência. 
Sei que muitos dos alunos não se enxergam no futuro como graduandos, que 
também não enxergam expectativas de ir além do que vivem agora porque suas 
preocupações se concentram emum momento presente onde a necessidade de 
garantir um emprego que permita ajudar com as despesas domésticas e cuidados 
com a família é de maior importância. Ainda assim, tenho certeza que tudo que 
vivenciei é apenas uma parcela de tudo que podemos fazer enquanto professores 
para formar cidadãos com pensamento crítico, que saibam se posicionar diante de 
problemas que afetam a sociedade e a partir disso compreendam e transformem a 
própria realidade dentro daquilo que está aos seus alcances. 
Estar em uma sala de aula real é diferente de conhecer apenas as salas 
apresentadas nas situações-problemas da universidade, porque situações e turmas 
hipotéticas não possuem a mesma complexidade que podemos observar ao lidar com 
seres humanos no mundo material. Planejar uma aula para pessoas com perfis, 
necessidades e interesses distintos exige muito mais reflexão e estudos do 
profissional que vai aplicá-la, pois tudo que será ensinado exige uma organização e 
preparo prévios para as muitas perguntas que surgirão no momento prático. 
Ensinar durante o estágio me fez aprender muito, por isso acredito que a etapa 
do estágio deveria estar presente nas grades curriculares desde os primeiros 
semestres da graduação. Parte do trabalho do educador é conhecer teorias, e a outra 
etapa é colocá-las para teste de modo a aprender com os resultados observados em 
cada turma e/ou escola, então um profissional que possui mais possibilidades de viver 
a práxis pedagógica durante sua formação no Ensino Superior também se torna 
melhor capacitado para lidar com adversidades. 
Por fim, agradeço aos funcionários da E.M Sakurá pela oportunidade que me 
foi dada neste semestre e espero que os estudantes que conheci nesse período 
tenham vislumbrado um pouco dos encantos do estudo de nossa língua. 
 
 
34 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
CAVALCANTE, Ilane Ferreira. Variação linguística. Disponível em: 
http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_segur
anca/portugues/061112_ling_port_a03.pdf. Acesso em: 7 abr. 2024 
 
CERQUEIRA, Claúdia Hashimoto Figueiredo. Preconceito lingüístico: o que é, 
como faz. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/delta/a/FvwmnfgYdGgTTJcPCMGcDjC/?lang=pt. Acesso em: 
7 abr. 2024 
 
FARACO, Carlos Alberto. Gramática e ensino. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 2, n. 19, 
2017. DOI 10.35520/diadorim.2017.v19n2a14443. Disponível em: 
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