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OAB 1ª FASE XX EXAME 
Direito Tributário – Aula 04 
Eduardo Sabbag 
1 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
OAB. XX EXAME.1ª FASE 
AULA 4/4: COBRANÇA JUDICIAL DO TRIBUTO; 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO; FON-
TES DO DIREITO TRIBUTÁRIO; INTERPRETA-
ÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBU-
TÁRIA; FISCALIZAÇÃO 
PROF. EDUARDO SABBAG 
DOUTOR EM DIREITO TRIBUTÁRIO – PUC/SP 
DOUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA – PUC/SP 
PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO (UNI-
VERSIDADE MACKENZIE/SP) 
ADVOGADO TRIBUTARISTA 
 
 
 
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a provenien-
te de crédito dessa natureza, regularmente inscrita 
na repartição administrativa competente, depois de 
esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei 
ou por decisão final proferida em processo regular. 
 Parágrafo único. A fluência de juros de mora 
não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do 
crédito. 
Detalhando... 
 A dívida ativa é o crédito público, ou seja, 
todos os valores que a Fazenda Pública tem para 
receber de terceiros, independentemente de ser de 
natureza tributária ou não tributária. Frise-se que 
este crédito público não pode ter sido alvo de causa 
suspensiva, extintiva ou excludente, o que lhe pro-
vocaria desdobramentos impeditivos da exequibili-
dade, (...) 
e deve ter sido internalizado por ato administrativo 
intitulado “inscrição”, nos cadastros da representa-
ção judicial do Fisco. 
 Segundo o art. 201 do CTN, já lido, o crédito 
tributário, quando não pago na órbita administrativa 
às repartições arrecadadoras, dentro do prazo legal 
ou, ainda, quando resulte de uma decisão adminis-
trativa ou judicial da qual ele advenha, (...) 
(...) converter-se-á em dívida ativa tributária da Fa-
zenda Pública, pelo procedimento intitulado “inscri-
ção” nos livros da repartição competente. 
Após a inscrição na dívida ativa, cria-se o cenário 
hábil à propositura da ação judicial de cobrança, de 
nome Ação de Execução Fiscal, conforme a Lei n. 
6.830/80. 
 Como resposta à tal ação judicial, poderá o 
contribuinte, assim que ofertada a garantia do juízo 
(art. 16 da LEF), opor Embargos à Execução Fiscal, 
numa tentativa de extinguir a execução fiscal pree-
xistente. 
 A inscrição do crédito é qualificada pela Lei 
de Execução Fiscal (LEF), em seu art. 2º, § 3º, co-
mo “ato de controle administrativo de legalidade”, 
objetivando a apuração da liquidez e certeza da 
dívida para a constituição do título executivo extra-
judicial a partir da expedição da certidão do termo 
de inscrição (art. 202 do CTN). 
Passemos, agora, ao estudo dos requisitos que 
deverão compor o termo de inscrição da dívida ati-
va, conforme o art. 202 do CTN. 
 O termo de inscrição de dívida ativa é o 
documento que formaliza a inclusão de importe 
tributário exigível no cadastro de Dívida Ativa. A 
intitulada Certidão de Dívida Ativa (CDA) reporta-se 
ao Termo de Inscrição em Dívida Ativa (TIDA), que 
a precede e lhe dá sustentação. 
 A inscrição na dívida ativa, formalizada pelo 
termo acima detalhado, perfaz-se no Livro da Dívida 
Ativa, no ambiente afeto à procuradoria judicial. 
Frise-se que, na atualidade, os cadastros da dívida 
ativa são eletrônicos, não mais manuscritos ou me-
cânicos. 
Há a obrigatoriedade de requisitos que deverão 
lastrear a CDA, e estes distribuem-se nos cinco 
incisos do art. 202 do CTN. Vamos conhecê-los: 
a) O nome do devedor 
b) O montante exequível 
 Súmula 559, STJ (decisão de 09-12-2015): 
“Em ações de execução fiscal, é desnecessária a 
instrução da petição inicial com o demonstrativo de 
cálculo do débito, por tratar-se de requisito não pre-
visto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980”. 
c) A origem e o fundamento legal 
d) A data da inscrição 
 
 A data da inscrição é um marco fundamen-
tal para se conferir segurança jurídica à cobrança 
judicial. Com efeito, serve, entre outras coisas, co-
mo um marco para o tema da fraude contra credo-
res. Observemos o art. 185 do CTN: 
 Art. 185, CTN. Presume-se fraudulenta a 
alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu 
começo, por sujeito passivo em débito para com a 
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente 
inscrito como dívida ativa. (Lcp nº 118, de 2005) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm
 
 
 
 
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OAB 1ª FASE XX EXAME 
Direito Tributário – Aula 04 
Eduardo Sabbag 
2 
 Parágrafo único. O disposto neste artigo 
não se aplica na hipótese de terem sido reservados, 
pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total 
pagamento da dívida inscrita. (Lcp nº 118, de 2005) 
Importante: 
 À luz do art. 185 e parágrafo único, CTN... 
 
 Não é a simples alienação que configura a 
fraude, mas a situação de insolvabilidade. 
e) A menção ao processo administrativo 
f) A indicação do livro e da folha da inscrição 
Entretanto, mais importante do que conhecermos os 
itens obrigatórios do termo e da certidão de inscri-
ção na dívida ativa é assimilarmos as consequên-
cias do erro ou omissão de um deles, como se de-
preende do art. 203 do CTN. 
Art. 203, CTN: a omissão de quaisquer dos requisi-
tos previstos no artigo anterior (art. 202), ou o erro a 
eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e 
do processo de cobrança dela decorrente, mas a 
nulidade poderá ser sanada até a decisão de primei-
ra instância, mediante substituição da certidão nula, 
devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessa-
do o prazo para defesa, que somente poderá versar 
sobre a parte modificada. 
 
 
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS 
DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
(NOÇÕES) 
 
INTRODUÇÃO: 
 
- Matéria: arts. 183 a 193 do CTN; 
- O tema se refere a medidas que asseguram ao 
Estado a satisfação do crédito tributário pelo deve-
dor de tributos; 
- Garantia ("diz respeito ao CT que está garantido, 
assegurado"); Privilégio ("diz respeito ao CT que 
assume uma condição de superioridade com rela-
ção a outros créditos"). 
 
Art. 183, caput: outras garantias ao crédito, desde 
que previstas expressamente em lei, poderão vir 
somar-se ao rol previsto no CTN. Portanto, não se 
trata de uma enumeração exaustiva ou taxativa 
(numerus clausus), mas, sim, exemplificativa ou 
numerus apertus. (Tema já cobrado pela FGV em 
concursos) 
Cuidado: advérbio "expressamente" (pegadinha de 
provas!) 
(...) 
Art. 183, Parágrafo único: o particular que oferece 
uma hipoteca como forma de garantia do crédito 
tributário não desvirtua sua natureza jurídica nem 
transforma o crédito tributário em crédito imobiliário, 
subsistindo, portanto, sua aura tributária. 
 
 
 
Detalhamento: 
 
A REGRA é que todos os bens e rendas do contri-
buinte sejam alcançados para a satisfação do crédi-
to tributário (ideia de UBIQUIDADE DA COBRANÇA 
DO CT), salvo as RESSALVAS (1 e 2, duas, portan-
to), adiante explicadas: 
Vejamos: o que é atingido seguramente? 
- Todos os bens e rendas de qualquer natu-
reza e origem (ainda que tais bens sejam 
gravados por ônus real ou cláusula de inali-
enabilidade ou impenhorabilidade, seja qual 
for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula); e 
• Todas as "pessoas" (sujeito passivo, o es-
pólio, a massa falida). 
Memorize o “inclusive ...”: 
• “(...), inclusive os gravados por ônus real ou 
cláusula de inalienabilidade ou impenhorabi-
lidade, seja qual for a data da constituição 
do ônus ou da cláusula, (...)” 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm
 
 
 
 
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Direito Tributário – Aula 04 
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São DUAS as ressalvas LEGAIS (impenhorabilidade 
legal, e não decorrente de ato de vontade): 
 
Ressalva 1: o bem ou renda declarados pela lei 
como absolutamente impenhoráveis (Art. 184, parte 
final c/c art. 10, parte final, da Lei 6.830/80); 
Ressalva 2: certos privilégios especiais sobre de-
terminados bens, que sejam previstosem lei (Art. 
184, parte inicial). 
 
Observação: ver a lista de “bens impenhoráveis” 
(nova terminologia, pelo Novo CPC, art. 833) e, 
também, a impenhorabilidade do bem de família 
(ver arts. 1º e 3º da Lei 8.009/90), adiante explicita-
da: 
A exceção da impenhorabilidade do bem de família: 
• Art. 3º, Lei 8.009/90. A impenhorabilidade é 
oponível em qualquer processo de execu-
ção civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou 
de outra natureza, salvo se movido: 
(...) 
IV – para cobrança de impostos, predial ou territori-
al, taxas e contribuições devidas em função do imó-
vel familiar; 
O tema foi objeto de interessante questão da OAB, 
2012, FGV: 
 
QUESTÃO: Fulano de Araújo, proprietário de um 
único imóvel em que reside com sua esposa, no 
Município do Rio de Janeiro, é réu em ação de 
execução fiscal promovida pela Fazenda Pública 
Municipal por falta de pagamento do IPTU. Ten-
do em vista as disposições gerais contidas no 
Código Tributário Nacional acerca do crédito 
tributário, assinale a alternativa CORRETA. 
 
a) O imóvel residencial próprio do casal é impenho-
rável, não devendo responder por qualquer tipo de 
dívida. 
b) Os bens e rendas do sujeito passivo respondem 
pelo pagamento de todo crédito de natureza tributá-
ria, sem comportar exceções. 
c) Bens gravados por ônus real ou por cláusulas de 
inalienabilidade não podem ser alcançados para 
saldar dívidas tributárias. 
d) A impenhorabilidade do bem de família não é 
oponível em face da cobrança do Imposto Predial 
Territorial Urbano. 
 
Passemos, agora, ao art. 185 do CTN, já mencio-
nado no início na aula, no bojo da “cobrança 
judicial do tributo”: 
 
 
 
 
Quanto ao detalhamento da análise dos privilégios 
do CT, um pergunta é vital para o início de conver-
sa... 
Qual é o "status" do CT quando ele se emparelha 
com outros créditos a que faz jus a entidade tribu-
tante? 
PARA REFLETIR, POR ENQUANTO: uma mesma 
pessoa pode ter débitos de natureza civil (compra 
de um bem imóvel), comercial (compra de mercado-
rias), financeira (realização de empréstimos), traba-
lhista (pagamento de salários), tributária (pagamen-
to de tributos), entre outros. 
 
Privilégio = Preferência = ideia de prioridade de um 
crédito com relação a outro. Um ganha posição; 
outro perde posição. 
PERGUNTA-SE: o CT virá antes ou depois? Qual 
será a sua posição? 
 
Em resumo: 
 
Os créditos trabalhistas e aqueles decorrentes de 
acidente de trabalho (acidentários) devem ser satis-
feitos com prioridade, em primeiro lugar, reservan-
do-se, portanto, valores à satisfação do pagamento 
de férias, décimo terceiro salário, aviso prévio, salá-
rios etc. 
 
Após o direcionamento de recursos a esses crédi-
tos, deverá ocorrer a satisfação do crédito tributário. 
 
(...) Não obstante, o crédito tributário desfruta de 
preferência em relação aos demais créditos (de 
qualquer natureza), por exemplo, um crédito civil, 
independentemente da data de sua constituição, ou 
seja, não se cogita de limite cronológico para essa 
preeminência. 
Ex.: crédito civil anterior e crédito tributário posterior: 
preferência do CT. 
 
Para o STJ, coexistindo execução fiscal e execução 
civil, contra o mesmo devedor, com pluralidade de 
penhoras recaindo sobre o mesmo, o produto da 
venda judicial do bem há que, por força de lei, satis-
fazer ao crédito fiscal em primeiro lugar. 
Confirmemos esse aprendizado, agora, no art. 186 
do CTN: 
 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer ou-
tro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua 
 
 
 
 
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Direito Tributário – Aula 04 
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constituição, ressalvados os créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. 
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp n. 
118, de 2005) 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos ex-
traconcursais ou às importâncias passíveis de resti-
tuição, nos termos da lei falimentar, nem aos crédi-
tos com garantia real, no limite do valor do bem 
gravado; (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005) 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para 
a preferência dos créditos decorrentes da legislação 
do trabalho; e (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005) 
[Limite: 150 salários mínimos, por força do art. 83, I, 
Lei 11.101/2005] 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos 
subordinados. (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005) 
Uma pergunta decisiva... 
E se a cobrança múltipla ocorrer no contexto de 
FALÊNCIA do devedor? 
Desde já, devemos saber que a ordem de preferên-
cia dos créditos tributários NÃO é a mesma em caso 
de falência ou fora de hipótese de falência. 
Para a evolução no assunto, urge repisarmos o 
conceito de falência e de massa falida: 
Conforme nos ensina Fabio Ulhoa Coelho, “a falên-
cia é a execução concursal do devedor empresário. 
Quando o profissional exercente de atividade em-
presária é devedor de quantias superiores ao valor 
de seu patrimônio, 
o regime jurídico da execução concursal é diverso 
daquele que o direito prevê para o devedor civil, não 
empresário. O direito falimentar refere-se ao conjun-
to de regras jurídicas pertinentes à execução con-
cursal do devedor empresário, as quais não são as 
mesmas que se aplicam ao devedor civil. (COE-
LHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 312) 
Veja, agora o conceito de Massa Falida (colhido de 
ilustrativa ementa do STJ): 
 
EMENTA: (...) A massa falida nada mais é do que o 
conjunto de bens, direitos e obrigações da pessoa 
jurídica que teve contra si decretada a falência, uma 
universalidade de bens, a que se atribui capacidade 
processual exclusivamente, (...) 
(...) mas que não detém personalidade jurídica pró-
pria nos mesmos moldes da pessoa natural ou da 
pessoa jurídica. Todo esse acervo patrimonial não 
personificado nasce com o decreto de falência e 
sobre ele recai a responsabilidade patrimonial impu-
tada, ou imputável, à empresa falida, apenas isso, 
mas não configura uma pessoa distinta. (...) (REsp 
1.359.041/SE, rel. Min. Castro Meira, 2ª T., j. em 18-
06-2013) 
Detalhe temporal importante: é importante demarcar 
que as obrigações surgidas ANTES da decretação 
da falência são da empresa; por outro lado, aquelas 
APÓS a decretação da falência são encargos da 
massa falida, recebendo o rótulo de créditos extra-
concursais, como se verá adiante. 
Passemos, agora, ao parágrafo único do art. 186 do 
CTN: 
Art. 186. (...) Parágrafo único – Na falência: 
I – o crédito tributário NÃO prefere aos créditos ex-
traconcursais ou às importâncias passíveis de resti-
tuição, nos termos da lei falimentar, nem aos crédi-
tos com garantia real, no limite do valor do bem 
gravado; 
Note que há os "preferidinhos" na falência, ou seja, 
no juízo da falência, devem ser pagos os créditos 
preferenciais antes dos ordinários. 
Um detalhe: qualquer crédito tributário afeto a tribu-
to com fato gerador ocorrido no curso do processo 
de falência deixa de ser um crédito tributário “sim-
ples” para ser extraconcursal (privilégio total e abso-
luto). 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário – Aula 04 
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Vê-se, portanto, que os créditos extraconcursais 
estão à frente dos créditos concursais, ou seja, 
dos créditos tributários não extraconcur-
sais/antes da falência, créditos com garantia 
real, com privilégio (especial e geral), quirogra-
fários, subordinados, multas. 
Assim, podemos organizar a seguinte ordem: 
 
 
 
Portanto, se o crédito tributário for exigível no curso 
da falência, passará a ser extraconcursal, sendo 
considerado encargo da massa falida e devendo ser 
pago antes dos créditos trabalhistas/acidentários 
(concursais). 
Da mesma forma, havendo determinado crédito 
trabalhista ou acidentário, relativos ao período do 
curso do processo falimentar, eles passam a ser 
créditos extraconcursais, tornando-se, respectiva-
mente, créditos trabalhistas extraconcursaise crédi-
tos acidentários extraconcursais, desde que “relati-
vos a serviços prestados após a decretação da fa-
lência”. Assim, “sobem de posição”. 
 
Diga-se, ainda, que o crédito tributário (com FG 
ocorrido anterior à quebra), detém primazia sobre 
alguns créditos da massa, a saber: 
– 1. créditos com privilégio especial; 
– 2. créditos com privilégio geral; 
– 3. créditos quirografários; e 
– 4. créditos subordinados. 
 
– Obs.: veja que o mesmo NÃO ocorre com os 
créditos com garantia real. 
 
Por fim, devemos ter bastante atenção com a posi-
ção das MULTAS (incluindo as tributárias), no esca-
lonamento: 
Veja que a multa tributária aparece no inciso VII do 
art. 83 da Lei das Falências, “perdendo” para os 
créditos quirografários E para os créditos com privi-
légio e “ganhando” dos créditos subordinados. 
Para memorizar, fique com o MACETE: 
Passemos, agora, à análise do artigo 187 do CTN: 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não 
é sujeita a concurso de credores ou habilitação em 
falência, recuperação judicial, concordata, inventário 
ou arrolamento. 
Análise: daí se dizer que a Fazenda não concorre 
com nenhum dos outros credores (civis, comerciais, 
financeiros), nem está obrigada a postular seu crédi-
to em processos judiciais de falência, recuperação 
judicial, inventário ou arrolamento, por exemplo, de 
modo a ter que participar de rateio ou ter que 
“aguardar na fila”. 
Desse modo, a Fazenda Pública não participa da 
“execução coletiva”, no bojo do processo falencial, 
sendo desnecessário, em regra, habilitar o seu cré-
dito no procedimento falimentar. Seu crédito será, 
pois, preferencialmente pago. Em outras palavras, 
não cabe ao Fisco pedir a falência do devedor; seu 
crédito não é habilitado, desfrutando, pois, da prefe-
rência que estudamos. 
Veja como o tema foi solicitado em concurso: 
OAB-TRIBUTÁRIO, 2ª Fase (XVIII Exame, em 17-
01-2016): Após a decretação da falência, a cobran-
ça judicial do crédito tributário pode prosseguir por 
meio de execução fiscal? 
RESPOSTA: Sim, a cobrança judicial do crédito 
tributário pode prosseguir por meio de execução 
fiscal, já que a cobrança judicial do crédito tributário 
não é sujeita a concurso de credores ou habilitação 
em falência, recuperação judicial, concordata, inven-
tário ou arrolamento, nos termos do Art. 187 do 
CTN. Ademais, de acordo com o Art. 5º da Lei nº 
6.830/80, a competência para processar e julgar a 
execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui 
a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência. 
 
ANÁLISE DE ALGUNS DISPOSITIVOS DO CTN 
LEITURA BREVE E NOÇÕES 
 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compre-
ende as leis, os tratados e as convenções internaci-
onais, os decretos e as normas complementares 
que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e 
relações jurídicas a eles pertinentes. 
 
 
 
 
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Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressal-
vado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributá-
ria principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 
3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base 
de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 
39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou 
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para 
outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção 
de créditos tributários, ou de dispensa ou redução 
de penalidades. (...) 
Art. 97. 
§1º Equipara-se à majoração do tributo a modifica-
ção da sua base de cálculo, que importe em torná-lo 
mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os 
fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualiza-
ção do valor monetário da respectiva base de cálcu-
lo. 
 
 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais 
revogam ou modificam a legislação tributária inter-
na, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
COMENTÁRIOS: o comando não trata de prece-
dência hierárquico-normativa do tratado em relação 
ao direito positivo interno. 
Exemplo: tratado entre Brasil e EUA para que o 1º 
não cobre o IPI sobre a importação de produtos 
norte-americanos – somente estes serão abrangi-
dos pela isenção. As relações comerciais entre o 
Brasil e outros países provocarão a incidência do 
imposto nas importações respectivas. 
 Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decre-
tos restringem-se aos das leis em função das quais 
sejam expedidos, determinados com observância 
das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. 
 
 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos 
tratados e das convenções internacionais e dos 
decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades 
administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos 
de jurisdição administrativa, a que a lei atribua efi-
cácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referi-
das neste artigo exclui a imposição de penalidades, 
a cobrança de juros de mora e a atualização do 
valor monetário da base de cálculo do tributo. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em 
vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I 
do artigo 100, na data da sua publicação; 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 
100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) 
dias após a data da sua publicação; 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do arti-
go 100, na data neles prevista. 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a 
autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indica-
da: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a equidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar 
na exigência de tributo não previsto em lei. 
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar 
na dispensa do pagamento de tributo devido. 
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utili-
zam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e 
do alcance de seus institutos, conceitos e formas, 
mas não para definição dos respectivos efeitos tri-
butários. 
 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, 
o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e 
formas de direito privado, utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas 
do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir 
ou limitar competências tributárias. 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tribu-
tária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributá-
rias acessórias. 
 
FISCALIZAÇÃO 
(para leitura em casa) 
 
 Art. 194. A legislação tributária, observado o 
disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou 
especificamente em função da natureza do tributo 
de que se tratar, a competência e os poderes das 
autoridades administrativas em matéria de fiscaliza-
ção da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação 
a que se refere este artigo aplica-se às pessoas 
naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive 
às que gozem de imunidade tributária ou de isenção 
de caráter pessoal. 
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não 
têm aplicação quaisquer disposições legais exclu-
dentes ou limitativas do direito de examinar merca-
dorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efei-tos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industri-
ais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-
los. 
 Parágrafo único. Os livros obrigatórios de 
escrituração comercial e fiscal e os comprovantes 
dos lançamentos neles efetuados serão conserva-
dos até que ocorra a prescrição dos créditos tributá-
rios decorrentes das operações a que se refiram. 
 Art. 196. A autoridade administrativa que 
proceder ou presidir a quaisquer diligências de fis-
calização lavrará os termos necessários para que se 
documente o início do procedimento, na forma da 
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a 
conclusão daquelas. 
 Parágrafo único. Os termos a que se refere 
este artigo serão lavrados, sempre que possível, em 
um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em 
separado deles se entregará, à pessoa sujeita à 
fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a 
que se refere este artigo. 
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados 
a prestar à autoridade administrativa todas as infor-
mações de que disponham com relação aos bens, 
negócios ou atividades de terceiros: 
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de 
ofício; 
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas 
e demais instituições financeiras; 
III - as empresas de administração de bens; 
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; 
V - os inventariantes; (...) 
(...) 
VI - os síndicos, comissários e liquidatários; 
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a 
lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, 
ministério, atividade ou profissão. 
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo 
não abrange a prestação de informações quanto a 
fatos sobre os quais o informante esteja legalmente 
obrigado a observar segredo em razão de cargo, 
ofício, função, ministério, atividade ou profissão. 
Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-
se-ão mutuamente assistência para a fiscalização 
dos tributos respectivos e permuta de informações, 
na forma estabelecida, em caráter geral ou específi-
co, por lei ou convênio. 
Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na 
forma estabelecida em tratados, acordos ou convê-
nios, poderá permutar informações com Estados 
estrangeiros no interesse da arrecadação e da fisca-
lização de tributos. (Incluído pela LC n. 104, de 
2001) 
 Art. 200. As autoridades administrativas 
federais poderão requisitar o auxílio da força pública 
federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, 
quando vítimas de embaraço ou desacato no exer-
cício de suas funções, ou quando necessário à efe-
tivação dê medida prevista na legislação tributária, 
ainda que não se configure fato definido em lei co-
mo crime ou contravenção. 
 
 
 
 
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OAB 1ª FASE XX EXAME 
Direito Tributário – Aula 04 
Eduardo Sabbag 
8 
 
Muito obrigado! 
#Estude mais, Estudo sempre!# 
Prof. Sabbag 
 
Estimado(a) Aluno(a): agradeço a sua notável 
companhia nas quatro aulas deste Curso! Dese-
jo-lhe muito sucesso! 
Não deixe de conhecer as minhas 
DISCIPLINAS ISOLADAS aqui no CERS: 
Direito Tributário (10 aulas); 
Português Jurídico (5 aulas); 
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