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<p>01. Introdução..............................................................................................3</p><p>Conceito de Síndrome do Intestino Irritável..................4</p><p>Conceito de SIBO e bactérias relacionadas....................5</p><p>Como acontece e quais as consequências</p><p>da SIBO....................................................................................................7</p><p>Fatores de risco a serem evitados na SIBO.....................9</p><p>Diverticulite e SIBO..........................................................................11</p><p>SIBO e a inflamação intestinal................................................12</p><p>Sintomas gastrointestinais, sistêmicos e</p><p>diagnóstico...........................................................................................14</p><p>Tratamento dietético, fitoterápicos e</p><p>suplementação..................................................................................16</p><p>SIBO e SIFO..........................................................................................18</p><p>Estratégias nutricionais para a SIFO.................................20</p><p>Chás e Shots para auxiliarem no tratamento.............22</p><p>02.</p><p>03.</p><p>04.</p><p>05.</p><p>06.</p><p>07.</p><p>08.</p><p>09.</p><p>10.</p><p>11.</p><p>12.</p><p>Índice</p><p>E dentre os distúrbios mais comuns estão a síndrome do intestino</p><p>irritável (SII) e o supercrescimento bacteriano no intestino delgado</p><p>(SIBO), lembrando que são condições diferentes, mas uma pode</p><p>levar a outra.</p><p>Além disso, é importante ressaltar que a microbiota intestinal é um</p><p>fator extremamente importante para a saúde do individuo como</p><p>um todo e seus efeitos no metabolismo humano abrangem muito</p><p>mais do que somente a região intestinal.</p><p>Os distúrbios associados ao sistema gastrointestinal estão cada vez</p><p>mais presentes na população do mundo inteiro e apesar de</p><p>estarem relacionados ao mesmo sistema fisiológico e possuírem</p><p>sintomas semelhantes dos quais: dor e distensão abdominal,</p><p>diarreia e constipação, eles são condições clínicas distintas.</p><p>Introdução</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>3</p><p>SII e SIBO</p><p>A síndrome do intestino irritável é caracterizada como um distúrbio</p><p>funcional, pois se enquadra dentre os critérios de Roma IV e não</p><p>tem uma patologia em si diagnosticada como causadora desta</p><p>síndrome, ela pode ocasionar no paciente episódios de diarreia, dor</p><p>e distensão abdominal, constipação e gases.</p><p>Além disso a SII está presente em cerca de 15% da população</p><p>mundial sendo 17,5% na América do Sul, mas isso pode estar</p><p>relacionado ao maior nível de estresse apresentado pela população</p><p>dessa região ou também pelo maior consumo de FODMAPS por</p><p>esses indivíduos.</p><p>Dentre as causas da SII estão incluídas a hipersensibilidade visceral,</p><p>eixo intestino cérebro, alterações na microbiota intestinal, estresse,</p><p>ansiedade e outros.</p><p>A SII promove um grande impacto na vida do paciente pois pode</p><p>afetar o sono, estimular ansiedade e depressão, medo de</p><p>descolamento devido a um possível quadro de diarreia, prejudicar a</p><p>relação sexual e a vida social como um todo, reduzir a</p><p>produtividade e concentração, além de alterar também a estética</p><p>por conta da distensão abdominal.</p><p>Conceito de Síndrome</p><p>do Intestino Irritável</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>4</p><p>O supercrescimento bacteriano no intestino delgado é conceituado</p><p>como uma condição onde existe um elevado número de bactérias</p><p>comensais presentes no intestino delgado.</p><p>Porém essa condição pode ser muito prejudicial para o indivíduo,</p><p>visto que, o intestino delgado é a porção que está mais próxima do</p><p>estômago e possui o PH mais ácido, e devido a isso não existe</p><p>normalmente essa elevada quantidade de bactéria presentes ali, ao</p><p>contrário do cólon intestinal, que comumente é habitado por</p><p>trilhões de bactérias. Além disso, a prevalência da SIBO atualmente</p><p>ocorre em cerca de 20% da população saudável.</p><p>De acordo com a literatura científica, o intestino com SIBO</p><p>apresenta maior quantidade de bactérias patogênicas do filo</p><p>Proteobacteria, baixa quantidade de bactérias probióticas como os</p><p>lactobacilos e as bifidobactérias, além de apresentar também alta</p><p>instabilidade e baixa diversidade alfa da microbiota, contando com</p><p>uma menor quantidade das bactérias firmicutes e actinobacteria,</p><p>comprovando um quadro intestinal de disbiose.</p><p>O aumento de proteobacteria que os indivíduos com SIBO</p><p>apresentam, acontece principalmente devido à classe Gamma-</p><p>proteobacteria que está correlacionada com a expiração de um</p><p>hidrogênio H2 durante o teste de lactulose, que é uma forma de</p><p>diagnosticar a SIBO. Ainda, a família enterobacteriaceae que está</p><p>dentro da classe das proteobacterias, também está elevada em</p><p>pacientes com SIBO e possui correlação positiva com os sintomas</p><p>da doença como por exemplo o inchaço.</p><p>Conceito de SIBO e</p><p>bactérias relacionadas</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>5</p><p>Com isso, o intestino com SIBO possui características contrárias às</p><p>de um intestino saudável, no qual é recomendável que a</p><p>microbiota presente seja estável e diversa, rica em bactérias</p><p>probióticas das quais podem ser citadas as Bifidobactérias e</p><p>lactobacilos, e também com elevada quantidade de bactérias que</p><p>atuam como imunomoduladoras como a Faecalibacterium</p><p>prausnitzii e a Akkremansia muciniphila.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>6</p><p>Quando ocorre o supercrescimento bacteriano no indivíduo,</p><p>algumas bactérias irão promover diversas ações diferentes no</p><p>intestino sendo a primeira delas a desconjugação da bile.</p><p>Com isso a digestão de gorduras ficará prejudicada, resultando em</p><p>possíveis episódios de esteatorreia (gordura nas fezes) que vão</p><p>acarretar na diminuição da absorção de vitaminas lipossolúveis,</p><p>especialmente das vitaminas A, D e E. Apesar de a vitamina K ser</p><p>lipossolúvel, ela também é produzida pelas bactérias intestinais e</p><p>devido à abundância de bactérias nessa condição clínica sua</p><p>deficiência em casos de SIBO é rara.</p><p>Por conta da grande quantidade de bactérias presentes no</p><p>intestino, elas entram em contato com as células do sistema</p><p>imunológico provocando aumento da produção de citocinas</p><p>inflamatórias e consequentemente a isso, ocorrem danos à mucosa</p><p>intestinal e alterações da permeabilidade do intestino.</p><p>E ao mesmo tempo em que ocorrem essas modificações, a</p><p>secreção das enzimas dissacaridases também reduz e elas são</p><p>responsáveis por degradar a lactose e a sacarose principalmente,</p><p>logo, através da redução na degradação dessas moléculas as</p><p>bactérias irão promover grande processo de fermentação desses</p><p>carboidratos não digeridos, resultando no aumento da produção de</p><p>hidrogênio e gás metano no intestino.</p><p>Como acontece e quais as</p><p>consequências da SIBO</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>7</p><p>Essa maior produção de gases irá causar no indivíduo sintomas</p><p>como: distensão abdominal, flatulência e dor abdominal. Ainda, o</p><p>gás metano também é capaz de lentificar o peristaltismo intestinal</p><p>e por consequência gerar constipação, através disso é possível</p><p>compreender que em indivíduos com SIBO pode ocorrer tanto os</p><p>episódios de diarreia como de constipação. E a partir da grande</p><p>fermentação de carboidratos o crescimento bacteriano aumenta</p><p>ainda mais, provocando o ciclo vicioso da SIBO que deve tentar ser</p><p>controlado com o auxilio da alimentação.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>8</p><p>A anatomia alterada é considerada um dos fatores de risco para a</p><p>SIBO, pois ela está relacionada com qualquer modificação que</p><p>promova a estase (estagnação) ou exposição do intestino a</p><p>conteúdos colônicos, como ocorre por exemplo em doença</p><p>diverticular, anormalidades estruturais que envolvam a válvula</p><p>ileocecal (válvula que separa o intestino delgado do cólon), cirurgia</p><p>bariátrica, colectomia e colecistectomia.</p><p>Além disso, as alterações de motilidade intestinal como a</p><p>dismotilidade (motilidade desordenada) e a hipomotilidade</p><p>(menor</p><p>motilidade) também são fatores de risco para a SIBO, e podem</p><p>ocorrer nas seguintes doenças: esclerodermia por promover</p><p>hipomotilidade e neuropatia diabética devido a episódios de</p><p>gastroparesia (redução na digestão e sensação de empachamento).</p><p>As deficiências imunológicas em indivíduos que fazem tratamentos</p><p>com imunossupressores, HIV e hipogamaglobulinemia (baixos</p><p>níveis de anticorpos) também estão mais propensos a</p><p>desenvolverem SIBO, assim como indivíduos que apresentam</p><p>hipocloridria (baixa secreção ácida do estômago) que pode</p><p>acontecer devido ao próprio envelhecimento, uso indiscriminado</p><p>de inibidores de bombas de prótons (antiácidos) e gastrite atrófica</p><p>seja por H.pylori ou alguma reação autoimune.</p><p>Fatores de risco a serem</p><p>evitados na SIBO</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>9</p><p>Dentre todos os fatores de risco abordados o mais comum e que</p><p>deve ser evitado é o uso de inibidores de bomba de prótons, pois</p><p>eles induzem a acloridria gástrica profunda e alteram o microbioma</p><p>em toda a extensão do tratogastrointestinal trazendo diversas</p><p>consequências para a saúde humana.</p><p>Estudos demonstram que o uso desses inibidores por mais de um</p><p>ano consecutivo eleva de 20% para 60% o risco de SIBO nesses</p><p>indivíduos e cerca de 50% das causas de SIBO são decorrentes da</p><p>sua utilização.</p><p>Além disso, a dieta estilo ocidental também pode ser um fator de</p><p>risco importante para a SIBO, pois uma das características dessas</p><p>dietas é a presença de alta quantidade de carboidratos simples e</p><p>farinhas refinadas, que são um gatilho para a disbiose do intestino</p><p>delgado e sintomas da SIBO, visto que, reduzem a diversidade da</p><p>microbiota e a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC)</p><p>que possuem ação anti-inflamatória e impedem o aumento da</p><p>permeabilidade intestinal.</p><p>Ainda, o uso de alguns medicamentos como narcóticos e opioides,</p><p>o consumo excessivo de álcool, a presença de doenças intestinais</p><p>com a SII, doenças inflamatórias intestinais e doença celíaca,</p><p>doenças sistêmicas como a pancreatite, diabetes mellitus,</p><p>obesidade, Parkinson, psoríase, rosácea, artrite reumatoide,</p><p>esclerose múltipla, e doenças hepáticas podem levar ao</p><p>desenvolvimento de SIBO.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>10</p><p>A diverticulite é uma doença provocada pela inflamação da parede</p><p>interna do intestino, e uma de suas principais características é a</p><p>formação de bolsas na parede intestinal (divertículos) que quando</p><p>inflamados dão origem a diverticulite.</p><p>Eles podem ocorrem em qualquer região ao longo de todo</p><p>percurso intestinal, desde o delgado ao cólon retal, no entanto a</p><p>prevalência da doença no cólon é maior. Essa inflamação intestinal</p><p>pode apresentar diversos sintomas no individuo, dos quais podem</p><p>ser citados o inchaço, falta de apetite, peristaltismo reverso,</p><p>flatulência, diarreia e dor abdominal.</p><p>Essa doença pode ser muito agravada quando o ambiente</p><p>intestinal apresenta supercrescimento bacteriano no cólon ou no</p><p>intestino delgado (SIBO) e estudos também apontam que a SIBO</p><p>pode ser um fator causal para a diverticulite, pois a alteração da</p><p>microbiota intestinal é capaz de desencadear a inflamação do</p><p>intestino, contribuindo para um pior prognóstico da doença</p><p>juntamente com o agravamento dos sintomas gastrointestinais.</p><p>Ainda, indivíduos com diverticulite que apresentam</p><p>supercrescimento bacteriano no cólon e peristaltismo reverso,</p><p>podem favorecer a ocorrência de SIBO. Sendo assim, a diverticulite</p><p>e a SIBO podem ser fatores causais uma para a outra.</p><p>Além disso, evidências científicas apontam que a diverticulite</p><p>associada a SIBO desencadeiam uma perturbação na parede do</p><p>intestino delgado, resultando na função prejudicada de algumas</p><p>enzimas como por exemplo a lactase, fazendo com que a digestão</p><p>de lactose fique prejudicada e o indivíduo apresente piora dos</p><p>sintomas indesejáveis.</p><p>Diverticulite e SIBO</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>11</p><p>SIBO e a inflamação</p><p>intestinal</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>Em indivíduos com o intestino saudável há uma grande expressão</p><p>das tight junctions (proteínas que unem uma célula intestinal na</p><p>outra) diminuindo a permeabilidade intestinal, além disso também</p><p>existe boa produção de muco, peptídeos antimicrobianos e IgA</p><p>secretora e todos esses aspectos controlam o crescimento</p><p>bacteriano e trazem tolerância imunológica diminuindo a resposta</p><p>inflamatória.</p><p>No entanto, no intestino delgado que apresenta a SIBO tudo ocorre</p><p>ao contrário do intestino saudável, pois a expressão de tigh</p><p>junctions é muito menor ou ausente, com isso ocorre aumento da</p><p>permeabilidade intestinal, além de menor produção de muco,</p><p>peptídeos antimicrobianos e IgA secretora, permitindo um grande</p><p>crescimento e desenvolvimento bacteriano que conseguem obter</p><p>maior contato com o epitélio intestinal.</p><p>Através disso, ocorrerá uma imunoativação com atividade da</p><p>resposta inflamatória especialmente de Th1, Th17 e macrófagos M1</p><p>(macrófagos inflamatórios), resultando em um intestino inflamado.</p><p>12</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>Em consequência disso, a inflamação junto a alta permeabilidade</p><p>intestinal pode proporcionar o aumento da passagem de</p><p>lipopolissacarídeos (LPS) do lúmen intestinal para a corrente</p><p>sanguínea e ao chegar aos tecidos do corpo o LPS pode se ligar a</p><p>receptores do sistema imune inato e ativar dentro da célula a</p><p>produção e também translocação do NF-KB para o núcleo celular,</p><p>mas vale ressaltar que o NF-KB é um importante fator para</p><p>estimular a produção de citocinas inflamatórias.</p><p>Com isso, a inflamação que era antes localizada somente no</p><p>intestino pode desencadear uma inflamação sistêmica (no corpo</p><p>todo) pois agora está presente nos tecidos, resultando</p><p>possivelmente em doenças dermatológicas como psoríase e</p><p>rosácea, doenças do SNC como Parkinson e depressão, doenças</p><p>metabólicas das quais diabetes mellitus e obesidade e doenças</p><p>autoimunes como esclerose múltipla e artrite reumatoide.</p><p>13</p><p>Alguns fatores devem ser considerados para a suspeita da SIBO</p><p>como por exemplo os sintomas gerais, dos quais podem ser</p><p>incluídos a frequência de flatulência fora do horário de evacuação,</p><p>eructação (excesso de gases no estômago ou na parte superior do</p><p>intestino), distensão abdominal, diarreia, constipação, dores</p><p>abdominais, cólica intestinal, borborigmo (barulhos no intestino),</p><p>melhora dos sintomas gastrointestinais após o uso de antibióticos e</p><p>esteatorreia.</p><p>Em relação aos sintomas sistêmicos da SIBO, eles podem se</p><p>apresentar como dor de cabeça, fadiga, mialgia (dores musculares),</p><p>artralgia (dores articulares), hipotireoidismo, menor presença de</p><p>vitaminas lipossolúveis na corrente sanguínea e anemia</p><p>macrocítica devido a deficiência de vitamina B12 que comumente</p><p>esses pacientes apresentam.</p><p>O método padrão ouro para diagnóstico de SIBO é através da</p><p>cultura de aspirado de jejuno, que consiste na realização de uma</p><p>endoscopia onde será aspirado o líquido do jejuno e depois</p><p>colocado em meio de cultura.</p><p>De acordo com um consenso recente baseado em evidências</p><p>científicas, quando o meio de cultura apresenta >103 UFC/ mL</p><p>(unidade formadora de colônia) com base em controles normais o</p><p>indivíduo possui SIBO.</p><p>Sintomas gastrointestinais,</p><p>sistêmicos e diagnóstico</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>14</p><p>Entretanto, esse teste é invasivo e caro para ser realizado, possui</p><p>risco de contaminação da flora orofaríngea e pode ser que o</p><p>conteúdo aspirado seja da região errada, apresentando um falso</p><p>negativo.</p><p>Por conta disso, outro método alternativo de diagnóstico é através</p><p>do teste de hidrogênio e/ou metano expirados a partir da ingestão</p><p>de glicose ou lactulose.</p><p>Para a realização desse teste o paciente faz a ingestão de glicose ou</p><p>lactulose e durante 90 minutos ele realiza várias expirações para</p><p>avaliar a concentração de hidrogênio e/ou metano.</p><p>Ao final do teste as concentrações de hidrogênio ou metano devem</p><p>estar superiores ao recomendado para então confirmar a SIBO.</p><p>Esse teste é de fácil realização, não invasivo e de baixo custo, porém</p><p>fatores como o uso de antibióticos, laxantes, consumo de laticínios</p><p>e uso de tabaco podem alterar os resultados.</p><p>Outros dados que podem auxiliar o diagnóstico de SIBO são:</p><p>deficiência de vitamina B12 pois as bactérias são grandes</p><p>consumidoras dessa vitamina, elevação de ácido fólico sanguíneo</p><p>devido a sua grande produção pelas bactérias, redução de vitamina</p><p>A,D e E decorrentes da má digestão de gorduras, menor densidade</p><p>óssea, osteoporose e neuropatia pela deficiência de B12 e presença</p><p>de substâncias toxicas no sangue.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>15</p><p>O tratamento natural é muito indicado para a SIBO pois ele possui</p><p>inúmeras vantagens para o indivíduo e deve ter como base reduzir</p><p>os sintomas e prejuízos provocados pela doença.</p><p>Com isso, deve ter como objetivo promover a otimização das</p><p>funções digestivas, redução da inflamação intestinal, recuperação</p><p>da barreira intestinal, melhora na composição da microbiota, maior</p><p>secreção de IgAs, melhora da motilidade intestinal e especialmente</p><p>menor crescimento bacteriano e aumento de bifidobactérias.</p><p>O tratamento fitoterápico é imprescindível e bastante eficiente</p><p>para a SIBO, e evidências científicas demonstram que indivíduos</p><p>que fizeram uso de fitoterápicos dos quais: berberina, tomilho,</p><p>cavalinha e outros, obtiveram melhor resultado para os testes de</p><p>lactulose em comparação aos indivíduos que utilizaram</p><p>antibióticos.</p><p>Além disso, os fitoterápicos promovem menores efeitos adversos e</p><p>são tão eficientes quanto os antibióticos.</p><p>Em relação ao tratamento dietético, as especiarias são elementos</p><p>muito significativos para serem usados pois promovem o aumento</p><p>das bifidobactérias e lactobacilos e reduzem o clostridium e a</p><p>fusobacterium.</p><p>Tratamento dietético,</p><p>fitoterápicos e suplementação</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>16</p><p>Para a recuperação de barreira intestinal é recomendado a</p><p>utilização de goma Acácia e malto resistente pois são dois</p><p>prebióticos que provocam pouca fermentação e também a</p><p>L-glutamina, L glicina, zinco-carnosina e nucleotídeos. Todos esses</p><p>elementos juntos vão levar a redução da inflamação e menor</p><p>permeabilidade da barreira intestinal.</p><p>O própolis verde, óleo de coco, óleo de orégano ou o óleo de</p><p>cominho podem ser utilizados para ação antimicrobiana, antiviral e</p><p>antifúngica. Além disso, vale ressaltar que a suplementação de</p><p>micronutrientes e probióticos só deve ser realizada após um</p><p>período de 6-8 semanas do inicio do tratamento.</p><p>Os probióticos também podem ser usados no tratamento da SIBO</p><p>pois auxiliam na melhora da função da barreira intestinal, na maior</p><p>secreção de IgAs, eliminação das bactérias ruins, maior produção</p><p>de produtos antimicrobianos e na imunorregulação.</p><p>Porém, alguns pacientes podem ter efeitos como gases,</p><p>estufamento e brain foggieness (confusão mental) durante o</p><p>tratamento de pacientes com SIBO.</p><p>Ainda, também pode predispor o crescimento de bactérias</p><p>metanogênicas, aumentando o risco de uma variante da SIBO</p><p>(metanogênica), que está muito associada com a constipação.</p><p>Com isso, é melhor iniciar o tratamento para SIBO com outras</p><p>estratégias e depois adicionar o probiótico se for o caso.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>17</p><p>A região intestinal saudável é habitualmente colonizada por</p><p>microrganismos bacterianos e fúngicos, sendo as bactérias mais</p><p>presentes no intestino delgado e os fungos mais presentes no</p><p>cólon.</p><p>Mas em algumas situações assim como na SIBO, pode ocorrer o</p><p>supercrescimento fúngico no intestino delgado dando origem a</p><p>SIFO. Nesse contexto, a utilização de antiácidos tem se mostrado</p><p>um grande fator de risco para esse crescimento fúngico</p><p>exacerbado.</p><p>A microbiota intestinal saudável quando colonizada por bactérias</p><p>da espécie Lactobacilos pode ter ação profilática contra a SIFO, pois</p><p>os lactobacilos vão interagir e inibir a virulência e o crescimento de</p><p>espécies de Candida no intestino, que é um dos fungos mais</p><p>presentes em indivíduos com SIFO.</p><p>Sendo assim, vale ressaltar que os lactobacilos se encontram em</p><p>menor quantidade na SIBO, favorecendo então a piorar o quadro</p><p>de SIFO ou a ocorrência da doença.</p><p>A SIFO provoca no indivíduo sintomas sistêmicos muito</p><p>semelhantes a SIBO, dos quais é possível citar a depressão, inchaço,</p><p>enxaqueca, fadiga e a dismotilidade intestinal.</p><p>Além disso, ela acomete muitos pacientes com diabetes mellitus,</p><p>câncer e que fazem uso de antibióticos e hormônios esteroides.</p><p>Porém, recentemente indivíduos ditos como saudáveis e que não</p><p>apresentavam nenhuma doença de base, com sintomas de diarreia</p><p>ou dor abdominal foram diagnosticados com SIFO.</p><p>SIBO e SIFO</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>18</p><p>No que diz respeito ao tratamento, a SIFO apresenta em maior</p><p>parte dos casos a presença da Candida albicanis, onde será</p><p>utilizada a terapia antifúngica para redução dos sintomas e do</p><p>crescimento fúngico juntamente a algumas estratégias</p><p>nutricionais, que visam a restauração da microbiota do intestino</p><p>delgado e o controle do crescimento exacerbado.</p><p>Devido aos sintomas semelhantes entre a SIBO e SIFO o</p><p>diagnóstico desses quadros de disbiose se tornam complicados.</p><p>Ainda, de acordo com a literatura cientifica os hábitos alimentares</p><p>inadequados juntamente com o consumo excessivo de álcool,</p><p>estresse e a ausência de atividade física são fatores significativos</p><p>para elevar as chances de SIBO e SIFO.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>19</p><p>A intervenção dietética é um dos fatores mais importantes para o</p><p>tratamento da SIFO e estudos apontam que indivíduos que</p><p>associam o uso de antifúngicos as mudanças alimentares, após um</p><p>período médio de 3 meses apresentam melhora nos sintomas de</p><p>85 a 90%, enquanto que os indivíduos que usaram somente os</p><p>antifúngicos demostram cerca de 45% da redução dos sintomas.</p><p>Já é sabido que a estrutura e a atividade dos fungos podem ser</p><p>alteradas em resposta aos alimentos, como por exemplo o excesso</p><p>do consumo de carboidratos pode favorecer a abundância de</p><p>Candida.</p><p>Além disso, a literatura demonstra que a abundância de Candida</p><p>está negativamente relacionada com uma dieta rica em proteínas,</p><p>aminoácidos, ácidos graxos. Ainda, o consumo de amêndoas,</p><p>pistache e óleo de coco também demonstrou reduzir o</p><p>crescimento fúngico.</p><p>E alguns componentes como o resveratrol, extrato de alho, extrato</p><p>de goldenseal (Hydrastis canadesnsis. L.) e a lactoferrina também</p><p>tem se mostrado significativos para auxiliar na redução do</p><p>supercrescimento desses agentes patogênicos.</p><p>Estratégias nutricionais</p><p>para a SIFO</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>20</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>Estudos demonstram que algumas modificações no padrão</p><p>alimentar das quais: redução no consumo de álcool, açúcares</p><p>simples, carboidratos refinados e muito fermentáveis, carnes</p><p>processadas e gordurosas, leite e derivados lácteos em conjunto</p><p>com maior ingestão de alimentos integrais e com baixo teor de</p><p>gorduras, peixes, frutos do mar e carnes brancas, são práticas</p><p>excelentes para auxiliar o tratamento da SIFO e reduzir os sintomas</p><p>da doença.</p><p>Dentre as estratégias nutricionais para diminuir o crescimento</p><p>fúngico, a inserção de alimentos que auxiliam na redução da</p><p>inflamação intestinal e que atuem para a melhora dos sintomas</p><p>também são muito efetivas para o tratamento.</p><p>Mas vale ressaltar que até o momento ainda não existem diretrizes</p><p>baseadas em evidências cientifica para classificar uma dieta</p><p>especifica para o tratamento da SIFO.</p><p>21</p><p>Chás e Shots para</p><p>auxiliarem no tratamento</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática</p><p>clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>Os shots antioxidantes podem ser ótimos aliados para tratamento</p><p>da SIBO, devendo ser consumidos pelo paciente ao acordar e</p><p>fazendo a primeira refeição após 40 a 50 minutos após o consumo</p><p>do shot.</p><p>Como exemplo é possível citar os shots de glutamina e goma</p><p>acácia; espirulina, folhas verdes e clorela; limão, berries e camu-</p><p>camu e por fim gengibre, cúrcuma, canela e própolis.</p><p>No entanto, eles sempre devem ser alterados após algumas</p><p>semanas de consumo.</p><p>Os chás também são fortes aliados ao tratamento do</p><p>supercrescimento bacteriano e devem ser usados de forma</p><p>alternada.</p><p>Dentre os mais comuns a serem utilizados é possível citar:</p><p>22</p><p>Erva cidreira</p><p>Dente de leão</p><p>Hortelã</p><p>Guaçatonga</p><p>Ipê roxo</p><p>Cavalinha</p><p>Alcachofra</p><p>Tomilho</p><p>Canela</p><p>Alecrim</p><p>Gengibre</p><p>Orégano</p><p>Os chás podem ser consumidos em forma de mix, contando com 2</p><p>a 3 tipos de especiarias em uma mesma preparação.</p><p>Além disso, eles contêm ação antiviral, fungicida, bactericida, anti-</p><p>inflamatória, antioxidante, regenerador de barreira intestinal e</p><p>outros.</p><p>E-book</p><p>SIBO e SIFO: quais as melhores estratégias na prática clínica?</p><p>Karina Al Assal</p><p>23</p><p>Referências</p><p>ACHUFUSI, Ted George O., et al. Small Intestinal Bacterial</p><p>Overgrowth: Comprehensive Review of Diagnosis, Prevention, and</p><p>Treatment Methods. Cureus, [S.L.], v. 12, n. 6, 2020. DOI:</p><p>10.7759/cureus.8860.</p><p>ERDOGAN, A., Rao, S.S.C. Small Intestinal Fungal Overgrowth. Curr</p><p>Gastroenterol, v. 17, n. 16, 2015. DOI: https://doi.org/10.1007/s11894-</p><p>015-0436-2</p><p>FITZSIMMONS, N.; BERRY, D. R. Inhibition of Candida albicans by</p><p>Lactobacillus acidophilus: evidence for the involvement of a</p><p>peroxidase system. Microbios, p. 80, n. 323, p.125-133, 1994.</p><p>GHOSHAL, Uday C., et al. A meta‐analysis on small intestinal</p><p>bacterial overgrowth in patients with different subtypes of irritable</p><p>bowel syndrome. Journal of gastroenterology and hepatology,</p><p>[S.L.], v. 35, n. 6, p. 922-931, 2020. DOI: https://doi.org/10.1111/jgh.14938.</p><p>LEITE, Gabriela., et al. The duodenal microbiome is altered in small</p><p>intestinal bacterial overgrowth. PloS one, [S.L.], v. 15, n. 7, p.</p><p>e0234906, 2020. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0234906.</p><p>OTAŠEVIĆ, S., et al. The dietary modification and treatment of</p><p>intestinal Candida overgrowth–a pilot study. Journal de mycologie</p><p>medicale, [S.L.], v. 28, n. 4, p. 623-627, 2018. DOI:</p><p>https://doi.org/10.1016/j.mycmed.2018.08.002</p><p>PIMENTEL, Mark, et al. ACG clinical guideline: small intestinal</p><p>bacterial overgrowth. American Journal of Gastroenterology, [S.L.],</p><p>v. 115, n. 2, p. 165-178, 2020. DOI: 10.14309/ajg.000000000000501</p><p>REZAIE, Ali., et al. Hydrogen and methane-based breath testing in</p><p>gastrointestinal disorders: the North American consensus. The</p><p>American journal of gastroenterology, [S.L.], v. 112, n. 5, p. 775, 2017.</p><p>DOI: https://dx.doi.org/10.1038%2Fajg.2017.46.</p><p>SAFFOURI, George B., et al. Small intestinal microbial dysbiosis</p><p>underlies symptoms associated with functional gastrointestinal</p><p>disorders. Nature communications, [S.L.], v. 10, n. 1, p. 1-11, 2019. DOI:</p><p>https://doi.org/10.1038/s41467-019-09964-7</p><p>SHAH, Ayesha, et al. Systematic review with meta‐analysis: the</p><p>prevalence of small intestinal bacterial overgrowth in inflammatory</p><p>bowel disease. Alimentary pharmacology & therapeutics, [S.L.], v.</p><p>49, n. 6, p. 624-635, 2019. DOI: https://doi.org/10.1111/apt.15133.</p><p>SU, Tingting., et al. Meta-analysis: proton pump inhibitors</p><p>moderately increase the risk of small intestinal bacterial</p><p>overgrowth. Journal of gastroenterology, [S.L.], v. 53, n. 1, p. 27-36,</p><p>2018. DOI: https://doi.org/10.1007/s00535-017-1371-9.</p><p>TURSI, Antonio., et al. Transient lactose malabsorption in patients</p><p>affected by symptomatic uncomplicated diverticular disease of the</p><p>colon. Digestive diseases and sciences, [S.L.], v. 51, n. 3, p. 461-465,</p><p>2006. DOI: https://doi.org/10.1007/s10620-006-3155-6</p><p>WIJARNPREECHA, Karn, et al. Obesity and risk of small intestine</p><p>bacterial overgrowth: a systematic review and meta-analysis.</p><p>Digestive diseases and sciences, [S.L.], v. 65, p. 1-9, 2019. DOI:</p><p>https://doi.org/10.1007/s10620-019-05887-x</p><p>SUCHODOLSKI, Jan S.; JERGENS, Albert E. Recent advances and</p><p>understanding of using probiotic‐based interventions to restore</p><p>homeostasis of the microbiome for the prevention/therapy of</p><p>bacterial diseases. Virulence Mechanisms of Bacterial Pathogens,</p><p>[S.L.], p. 823-841, 2016. DOI:</p><p>https://doi.org/10.1128/9781555819286.ch29.</p><p>ZHONG, Changqing, et al. Probiotics for preventing and treating</p><p>small intestinal bacterial overgrowth. Journal of clinical</p><p>gastroenterology, [S.L.], v. 51, n. 4, p. 300-311, 2017. DOI:</p><p>https://doi.org/10.1097/MCG.0000000000000814</p>