Prévia do material em texto
<p>12-07</p><p>BLOQUEADORES DE JUNÇÃO NEUROMUSCULAR</p><p>Os bloqueadores neuromusculares são fármacos que interrompem a transmissão do impulso nervoso na junção neuromuscular. São classificados de acordo com o seu mecanismo de ação, em duas categorias: despolarizantes e não-despolarizantes ou competitivos. Estes fármacos diferem significativamente em seus efeitos.</p><p>AGENTES DESPOLARIZANTES: são semelhantes a acetilcolina. O bloqueio se dá em duas fases:</p><p>FASE I: quando o agente se liga no receptor, despolariza a membrana e causa contração muscular;</p><p>FASE II: fase de bloqueio, que se dá por meio da dessensibilizacão do receptor nicotínico.</p><p>Exemplos de despolarizantes: o decametônio e a succinilcolina</p><p>DESVANTAGENS: não tem antídoto; causa contração muscular na fase I; hipertermia maligna em cavalos e suínos; sialorreia.</p><p>AGENTES NÃO DESPOLARIZANTES OU COMPETITIVOS: bloqueiam receptor nicotínico de junção neuromuscular e compete com a acetilcolina.</p><p>Exemplos de não despolarizantes: pancurônico, metocurina, galamina, atracúrio, fazadínio e o vecurônio, cisatracurio</p><p>VANTAGENS: tem antídoto; não tem contração nem hipertermia maligna; é um relaxamento mais tranquilo.</p><p>O antídoto é: neostigmina e atropina, juntas mesma dose, mesma seringa. A neo vai inibir a acetilcolinesterase, aumentando a concentração de acetilcolina na junção neuromuscular (J.N). A acetilcolina volta a se ligar na J.N e volta a ter contração. E a atropina bloqueia os receptores nicotínicos nos terminais parassimpáticos, bloqueando assim, os efeitos deletérios da neostigmina. Apenas administrando neo, o animal vem com síndrome colinérgica. (IMPORTANTE).</p><p>TOXICOLOGIA DOS RATICIDAS</p><p>Apresentam gerações:</p><p>De primeira geração: Warfarina;</p><p>De segunda geração: Brodifacoun e difenacoun.</p><p>Toxicocinética:</p><p>ABSORÇÃO: pelo TGI é rápida e completa, em poucos minutos de ingerido. Absorção pela pele é baixa;</p><p>DISTRIBUIÇÃO: volume de distribuição é muito pequeno, o que resulta em um tempo de meia vida curto (36h). No entanto as de 2 geração liga-se predominantemente (99%) em albumina sérica e outras proteínas plasmáticas (meia vida longa 156h ou mais);</p><p>METABOLIZAÇÃO: hepática;</p><p>EXCREÇÃO: maior parte é excretado pelos rins e outra parte pela bile. Menos de 1% da dose é excretada inalterada na urina, e essencialmente nenhum warfarin inalterado é encontrado nas fezes.</p><p>Toxicodinâmica:</p><p>Inibem a formação no fígado dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K (2, 7,9 e 10)</p><p>CASCATA DE COAGULAÇÃO:</p><p>O fígado produz os fatores de coagulação N 2, 7, 9 e 10. Esses fatores de coagulação ficam circulando pelo sistema cardiovascular e quando tem algum tipo de lesão, eles são ativados dando sequência em uma cascata que leva a produção de uma malha de fibrina.</p><p>A cascata pode ser ativada por duas vias: intrínseca e extrínseca:</p><p>· Se houver uma exposição de colágeno subendotelial ou de proteínas da membrana basal será ativado a VIA INTRINSECA. Então quando o sangue tem contato com o colágeno ou proteína da m. basal é ativado o fator 12, 12A (forma ativa) 11, 11A, 9, 9A ativando o 10, 10A;</p><p>· a via extrínseca é ativada com inflamação, quando tem produção de citocina o endotélio vascular aumenta a expressão de fator tecidual o que ativa o fator 7, 7A que ativa o fator 10, 10A.</p><p>· VIA COMUM: o fator 10 pega o fator 2 (pró trombina) e transforma em 2A (trombina) que pega o fibrinogênio e converte em malha de fibrina que faz um tampão hemostático (hemostasia secundária)</p><p>IMPORTANTE: para a pró trombina virar trombina é necessário vitamina K e para o fígado ativar os fatores também precisa de vitamina K.</p><p>IMPORTANTE: A carboxilase vitamina K dependente é quem pega os fatores 2, 7, 9 e 10 e os ativa. Quando a vitamina K é utilizada para essa transformação ela fica de forma inativa, o próprio organismo consegue transformar em forma ativa novamente, por meio de 2 enzimas: VITAMINA K EPOXI REDUTASE e VITAMINA K REDUTASE. Os raticidas bloqueiam a reciclagem da vitamina K, inibindo as duas enzimas: VITAMINA K EPOXI REDUTASE e VITAMINA K REDUTASE.</p><p>SINTOMAS: poderão aparecer após dias, a principal manifestação clínica é o sangramento em diversos órgãos: sangramento gengival, nasal, genital, etc.</p><p>DIAGNOSTICO LABORATORIAL: o efeito antiprotrombina é a base para detecção e avaliação do envenenamento clínico. O prolongamento do tempo de protrombina em decorrência de dose toxica, comumente atinge seu máximo dentro de 36 a 72h.</p><p>Tempo de sangria (método de Durke); tempo de coagulação.</p><p>Carvão ativado é utilizado em ingestões recentes;</p><p>Vitamina k por via subcutânea na dose de carga (5Mg/kg); intervalos de 12 h por no mínimo 14 dias.</p><p>TOXICOLOGIA DOS PRAGUICIDAS (piretrinas e peretróides)</p><p>Representantes: permetrina, deltametrina e cipermetrina</p><p>Toxicocinética:</p><p>ABSORÇÃO: São rapidamente absorvidos pelo TGI após administração oral e pelo trato respiratório através da inalação de pó ou spray, entretanto são poucos absorvidos pela pele intacta;</p><p>DISTRIBUIÇÃO: ampla distribuição por todo organismo. O pico de concentração sorológica da permetrina foi de 4h após ingestão em um caso relatado;</p><p>METABOLIZAÇÃO: butóxido de piperonila + piretroide: inibem o CYP450.</p><p>EXCREÇÃO: metabolitos inativos que são excretados principalmente na urina. Uma porção menor é excretada inalterada nas fezes. Os piretróides são eliminados dos animais rapidamente.</p><p>Toxicodinâmica: os efeitos da intoxicação por piretroides estão relacionados à sua estrutura química: tipo 1 e tipo 2;</p><p>TIPO 1: ausência do grupo ciano (CN)</p><p>Ex: permetrina.</p><p>TIPO 2: presença do grupo ciano (CN); bloqueia GABA-A; hipersensibilidade neuronal alta. O quadro é mais toxico.</p><p>Ex: deltametrina, cipermetrina.</p><p>Tratamento farmacológico:</p><p>Diazepam ou barbitúricos para controle de convulsão;</p><p>Atropina para diminuir hipermotilidade do trato gastrointestinal, diminuir sialorreia.</p><p>Terapia de suporte: com fluido terapia, diurético (furosemida).</p>