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<p>1</p><p>, p</p><p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3</p><p>2 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO..................................................... 0</p><p>2.1 Marco referencial ......................................................................................... 2</p><p>2.2 Diagnóstico .................................................................................................. 4</p><p>2.3 Programação ............................................................................................... 6</p><p>3 RELAÇÃO ENTRE O PPP E A OPÇÃO DIDÁTICA DOCENTE ................. 7</p><p>3.1 Relação entre o PPP e o planejamento educacional ................................. 11</p><p>4 A CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA .............. 15</p><p>4.1 Organização e participação na elaboração do projeto pedagógico ........... 19</p><p>4.2 Conselho escolar ....................................................................................... 20</p><p>4.3 Organizações estudantis............................................................................ 21</p><p>4.4 Associações de pais e mestres .................................................................. 23</p><p>5 O PROJETO PEDAGÓGICO E AS SUAS DIFERENTES INSTÂNCIAS .. 24</p><p>6 A AUTONOMIA LEGAL E A AUTONOMIA CONSTRUÍDA PELO</p><p>COLETIVO DA ESCOLA ................................................................................. 26</p><p>6.1 O papel da escola na construção da sua autonomia ................................. 28</p><p>7 A GESTÃO DEMOCRATICA NA ESCOLA .............................................. 30</p><p>8 O PROJETO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE INOVAÇÃO ... 35</p><p>8.1 A sensibilidade para a articulação do PPP ................................................ 39</p><p>9 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO</p><p>PEDAGÓGICO (PPP) ...................................................................................... 40</p><p>10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 49</p><p>3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno,</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é</p><p>semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase</p><p>improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao</p><p>professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o</p><p>tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos</p><p>ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não</p><p>hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de</p><p>atendimento que serão respondidas em tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da</p><p>nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à</p><p>execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da</p><p>semana e a hora que lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>2 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO</p><p>Fonte: pedagogiaaopedaletra.com</p><p>Antes de conhecermos melhor o projeto político-pedagógico, devemos analisar</p><p>a palavra “projeto”. Ela vem do verbo “projetar”, que indica movimento, mudança.</p><p>Quanto à sua origem etimológica, a palavra vem do latim projectu e significa “lançar</p><p>adiante”. Para o dicionário, projeto é definido como o planejamento que se faz com a</p><p>intenção de realizar ou desenvolver algo.</p><p>A partir dessa definição, é importante partir para as bases legais que</p><p>fundamentam os projetos das instituições. De acordo com o art. 12, inciso I, da Lei nº.</p><p>9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os</p><p>estabelecimentos de ensino têm a incumbência de elaborar e executar sua proposta</p><p>pedagógica. Essa proposta refere-se a um instrumento teórico-metodológico</p><p>responsável por mudar paradigmas e buscar a educação de qualidade por meio da</p><p>construção participativa. Esse instrumento é o projeto político-pedagógico,</p><p>popularmente conhecido nas instituições como PPP.</p><p>De acordo com Vasconcellos (2009, p. 17), o PPP “[...] trata-se de um</p><p>importante caminho para a construção da identidade [...]”. A partir dele, a escola pode</p><p>1</p><p>pautar suas ações em práticas inclusivas, democráticas, atuantes e críticas a fim de</p><p>problematizar e contextualizar a realidade em que está inserida. Atua, dessa maneira,</p><p>de forma dialógica e exerce liderança compartilhada como eixo do fazer pedagógico.</p><p>Tal documento é responsável por guiar os passos da instituição, indicar os caminhos,</p><p>as metas, as responsabilidades, as propostas e os princípios inerentes à sua</p><p>realidade.</p><p>O PPP, nesse sentido, é um plano contínuo que tem a intenção de organizar o</p><p>trabalho na escola e de considerar as necessidades e anseios da comunidade escolar.</p><p>É um processo de planejamento participativo que se aperfeiçoa e se define com base</p><p>no tipo de ação educativa que realiza. Ele se dá a partir de um posicionamento diante</p><p>da leitura da realidade e do embasamento estrutural e legal. Entretanto, o PPP só tem</p><p>significado se for construído por todos os integrantes da instituição, valorizando as</p><p>opiniões e buscando respostas às indagações da comunidade.</p><p>Essa construção abre espaços para que todos os segmentos escolares</p><p>tenham papel fundamental no processo decisório e as pessoas possam expressar</p><p>suas opiniões e aflorar o que têm de mais profundo, original e criador. Para Veiga</p><p>(2003, p. 275): “O projeto político-pedagógico, na esteira da inovação emancipatória,</p><p>enfatiza mais o processo de construção. É a configuração da singularidade e da</p><p>particularidade da instituição educativa [...]”.</p><p>Também é importante compreender porque esse projeto assume</p><p>indissociavelmente um caráter político e pedagógico. Em primeiro lugar, é um projeto</p><p>político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico, aos interesses</p><p>reais e coletivos da instituição. Ser político, para Vasconcellos (2009, p. 20), é “[...]</p><p>tomar posição nos conflitos presentes na Polis; significa, sobretudo, a busca do bem</p><p>comum [...]”. Em segundo lugar, é pedagógico “[...] porque define e organiza as</p><p>atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino–aprendizagem</p><p>[...]” (LOPES, 2018). Além disso, abre possibilidades para a efetivação da</p><p>intencionalidade da escola a partir de diversas estratégias de organização do seu</p><p>trabalho como um todo.</p><p>2</p><p>Souza et al (2005, p. 6) destacam que “o termo projeto político-pedagógico</p><p>nasceu nos anos 80, com o intuito de se contrapor a uma visão burocrática e técnica</p><p>e para afirmar a natureza política do projeto [...]”, abrindo um importante espaço para</p><p>a construção e a concretização das políticas educativas. Gadotti (2018, p. 2)</p><p>complementa dizendo que “[...] o projeto pedagógico da escola está hoje inserido num</p><p>cenário marcado pela diversidade [...]”.</p><p>Nesse sentido, é possível afirmar que a função do PPP é dar horizontes para a</p><p>caminhada e criar possibilidades concretas para a escola cumprir seus propósitos e</p><p>suas intencionalidades. Souza et al (2005, p. 5) apontam que “é ele que indica a</p><p>direção, o Norte, os rumos da escola [...]” e resgata a intencionalidade da ação, o que</p><p>possibilita a transformação da realidade e a ressignificação do trabalho como um todo.</p><p>O projeto pedagógico, no entanto, é um processo inconcluso, que precisa ser</p><p>reavaliado, retomado e estudado constantemente pelos envolvidos. A ideia é</p><p>implementar uma gestão democrática e participativa, em que todos são fundamentais</p><p>para a construção da identidade escolar.</p><p>Além da construção participativa, para que o PPP seja eficaz, é necessário</p><p>seguir uma estrutura básica para a sua elaboração. Vasconcellos (2006) aponta três</p><p>elementos</p><p>uma pessoa, mas buscar soluções para</p><p>os problemas escolares em um consenso de ideias pela proposta em grupo.</p><p>A participação da comunidade na gestão da escola pública tem encontrado</p><p>alguns obstáculos em sua implementação, e um dos principais requisitos para atingir</p><p>esse objetivo é convencê-la da necessidade da participação e não desistir quando</p><p>surgirem dificuldades. Muitas vezes os próprios diretores não têm uma atitude</p><p>democrática, sentem-se donos de tudo, agem de forma autoritária, assumem todas as</p><p>responsabilidades e os mantêm dentro de sua esfera de poder.</p><p>Entende-se que, de fato, isso é um entrave ao processo de governança</p><p>democrática. Se o gestor não acredita que a construção coletiva pode ser um fator</p><p>importante para melhorar a gestão e melhorar a educação, ele tentará tomar tudo em</p><p>suas próprias mãos, para que o processo de gestão democrática fique apenas no</p><p>papel. A participação é o principal meio de garantir a governança democrática da</p><p>escola, permitindo que profissionais e usuários participem do processo decisório e do</p><p>funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona uma melhor</p><p>compreensão das metas e objetivos, estruturas organizacionais e suas dinâmicas,</p><p>relações escola-comunidade e facilita a aproximação entre professores, alunos e pais.</p><p>Quando as soluções são vistas em grupo, diferentes perspectivas são</p><p>apresentadas, de modo que é possível maior crescimento e organização, pois vários</p><p>indivíduos buscam interesses comuns. A união das diversas pessoas envolvidas no</p><p>processo educativo possibilita uma visão mais ampla de atuação, cada uma</p><p>apontando suas necessidades e entendendo que tais necessidades individuais devem</p><p>ser direcionadas para um bem maior: a educação de qualidade, utilizando os recursos</p><p>em benefício de todos.</p><p>35</p><p>8 O PROJETO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE INOVAÇÃO</p><p>De acordo com Oliveira, Pereira e Drabach (2011):</p><p>O Projeto Político Pedagógico pode ser entendido como compromisso</p><p>primeiro da comunidade educacional que, envolvida no processo de gestão</p><p>escolar, poderá contribuir para a construção de um espaço que atenda às</p><p>necessidades sociais dos sujeitos que a integram (OLIVEIRA, PEREIRA E</p><p>DEBRACH, 2011).</p><p>Assim, a escola se constitui como um lugar de formação humana, e todos os</p><p>seus atores sociais, como parte integrante dos processos de ensino e aprendizagem,</p><p>têm o compromisso de se engajar nas tomadas de decisão explicitadas no projeto</p><p>político pedagógico da unidade escolar, que nortearão as práticas educativas.</p><p>Essa ideia é corroborada por Azanha (1998), que afirma que o projeto político</p><p>pedagógico:</p><p>“[…] é apenas uma oportunidade para que algumas coisas aconteçam e</p><p>dentre elas o seguinte: tomada de consciência dos principais problemas da</p><p>escola, das possibilidades de solução e de definição das responsabilidades</p><p>coletivas e pessoais para eliminar ou atenuar as falhas detectadas”.</p><p>(AZANHA, 1998, p. 15)</p><p>O projeto político pedagógico é um instrumento fundamental para a construção</p><p>da autonomia escolar. A questão da autonomia escolar e de seu desdobramento em</p><p>um projeto político pedagógico é, em geral, um problema típico das escolas públicas,</p><p>sujeitas a interferências de órgãos externos responsáveis pela organização, pela</p><p>administração e pelo controle da rede escolar.</p><p>As interferências não são, necessariamente, negativas, mas podem ser,</p><p>enquanto os órgãos externos desconhecem e desconsideram as especificidades</p><p>locais. Por esse desconhecimento, muitas vezes são dadas orientações únicas para</p><p>um problema semelhante vivenciado em duas realidades muito distintas. Veiga (2002)</p><p>afirma que a elaboração do projeto político pedagógico passa pela relativa autonomia</p><p>escolar e se constitui como o caminho para a construção da identidade da unidade</p><p>escolar:</p><p>36</p><p>Isto significa resgatar a escola como espaço público, lugar de debate, do</p><p>diálogo, fundado na reflexão coletiva. Portanto, é preciso compreender que o</p><p>Projeto Político Pedagógico da escola dará indicações necessárias à</p><p>organização do trabalho pedagógico, que inclui o trabalho do professor na</p><p>dinâmica interna da sala de aula […] (VEIGA, 2002, p. 14).</p><p>A construção coletiva do projeto político pedagógico significa não apenas uma</p><p>reorganização formal da escola, mas também uma busca pela melhoria da qualidade</p><p>do ensino oferecido e das oportunidades de aprendizagem oferecidas. Nessa ótica, o</p><p>PPP deve ser entendido como a organização do trabalho docente escolar. Sua</p><p>construção é uma ferramenta para combater e resistir à influência negativa do</p><p>autoritarismo de agências externas.</p><p>Segundo Veiga (2002), a construção de um projeto político pedagógico capaz</p><p>de produzir uma nova organização escolar deve envolver a reflexão sobre pelo menos</p><p>sete elementos básicos: propósito da escola, estrutura organizacional, currículo,</p><p>horário escolar, processo decisório, relações laborais e avaliação. Portanto, é</p><p>importante que toda a equipe escolar tenha clareza sobre qual é o propósito da</p><p>instituição para poder determinar o que precisa ser fortalecido e o que está sendo</p><p>relegado, e como isso pode ser detalhado nas diferentes áreas e disciplinas</p><p>curriculares do conteúdo programático.</p><p>De modo geral, as escolas têm dois tipos básicos de estruturas organizacionais:</p><p>administrativa e de ensino. A estrutura administrativa inclui a locação e gestão de</p><p>recursos financeiros, físicos e humanos, bem como todos os elementos que tenham</p><p>forma física (prédios escolares, equipamentos, material didático, mobiliário, etc.). A</p><p>estrutura pedagógica inclui interações políticas, questões de ensino e aprendizagem,</p><p>e questões curriculares. Inclui todos os departamentos necessários para desenvolver</p><p>trabalhos de ensino. Em um PPP, a consideração da estrutura organizacional de uma</p><p>escola visa caracterizá-la com a maior precisão possível para identificar questões que</p><p>afetam o processo de ensino e aprendizagem para que decisões realistas e acionáveis</p><p>possam ser tomadas.</p><p>O currículo é a construção social do conhecimento. Pressupõe a sistematização</p><p>dos meios para alcançar essa construção, a interação entre sujeitos com o mesmo</p><p>37</p><p>objetivo e a seleção do referencial teórico que a sustenta. Para que um currículo seja</p><p>reestruturado e libertador, é preciso considerar quatro pontos básicos. São eles:</p><p>VEIGA, 2011.</p><p>Mesmo que um documento federal, a Base Nacional Comum Curricular</p><p>(BNCC), ofereça subsídios para a elaboração dos currículos oficiais dos estados e</p><p>dos municípios, as unidades escolares devem ajustar o seu currículo ao seu projeto.</p><p>Para isso, é necessário considerar a sua missão, os objetivos propostos pela escola</p><p>na formação dos seus alunos e as reais condições de trabalho, que envolvem</p><p>questões estruturais e de recursos. O tempo é um elemento importante da</p><p>organização escolar; porém, algumas vezes, ele é mal utilizado. As aprendizagens,</p><p>dos alunos e dos educadores, demandam diferentes tempos, que não podem ser</p><p>apressados. Cabe à escola organizar os tempos escolares de maneira que eles sejam</p><p>otimizados e efetivamente utilizados.</p><p>O currículo não é um instrumento neutro.</p><p>Portanto, é importante que a escola tenha</p><p>clareza de quais componentes ideológicos</p><p>permeiam as suas práticas educativas e de</p><p>quais componentes devem pautá-las, tendo</p><p>em vista as finalidades pretendidas.</p><p>O currículo não pode ser separado do</p><p>contexto social, uma vez que recebe</p><p>influências históricas e culturais.</p><p>Há diferentes formas de organização</p><p>curricular. A escola deve buscar uma</p><p>organização curricular que rompa com as</p><p>visões fragmentadas dos conteúdos e que</p><p>promova maiores significação e integração</p><p>dos saberes escolares.</p><p>O currículo formal (conteúdos curriculares,</p><p>metodologia e recursos de ensino, avaliação</p><p>e relação pedagógica) implica controle</p><p>social. Para que a escola organize o seu</p><p>currículo com fins emancipatórios, é</p><p>fundamental que ela rompa com</p><p>as visões</p><p>simplificadas de sociedade e de ser</p><p>humano, adotando uma postura crítica.</p><p>38</p><p>Os processos de tomada de decisão sempre foram centrados nas mãos</p><p>daqueles que se encontram em posições hierárquicas superiores. Para que a escola</p><p>se coloque a serviço de uma formação democrática e cidadã, todos os envolvidos nos</p><p>processos educativos devem ser incentivados a participar da tomada de decisões. A</p><p>participação coletiva na tomada de decisões encontra embasamento legal. Como já</p><p>vimos anteriormente, o art. 14 da LDBN afirma que os sistemas de ensino definirão as</p><p>normas da gestão democrática do ensino público na educação básica consoante as</p><p>suas peculiaridades. Para isso, devem ter como princípios a participação dos</p><p>profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a</p><p>participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou</p><p>equivalentes.</p><p>No que lhe concerne, as relações de trabalho precisam ser revistas para não</p><p>estarem mais sujeitas aos princípios de divisão do trabalho, fragmentação e controle</p><p>hierárquico. A ideia é que sejam construídas em relações de solidariedade,</p><p>reciprocidade, participação coletiva e ajuda mútua. A avaliação, no contexto de</p><p>produção do PPP, deve envolver três momentos: a descrição e a problematização da</p><p>realidade escolar; a compreensão crítica da realidade descrita e problematizada; e a</p><p>proposição de alternativas de ação pensadas coletivamente. A avaliação dos alunos</p><p>deve ser democrática e se colocar a serviço da aprendizagem.</p><p>Os resultados das avaliações discentes devem ser vistos como importantes</p><p>subsídios para o planejamento de novas ações pedagógicas, oportunizando a</p><p>aprendizagem a todos os alunos. O projeto político pedagógico precisa ser avaliado</p><p>com frequência por toda a comunidade escolar. É papel do gestor que deseja tornar</p><p>a sua escola um espaço democrático organizar momentos para que essa avaliação</p><p>aconteça, bem como disponibilizar os instrumentos necessários a ela.</p><p>Uma escola precisa ter consciência da sua identidade, que deve ser</p><p>reconhecida por todos. Quanto mais as pessoas participarem da construção dessa</p><p>identidade, mais elas se sentirão parte da escola e mais responsáveis por ela se</p><p>tornarão. A autonomia da unidade escolar só é possível com uma gestão democrática</p><p>39</p><p>da escola, na qual a participação de todos é oportunizada e valorizada. O processo</p><p>democrático e o exercício efetivo da cidadania são construções diárias no cotidiano</p><p>escolar.</p><p>8.1 A sensibilidade para a articulação do PPP</p><p>Cada equipe participante deve confiar e participar cuidadosamente da fase de</p><p>conscientização do grupo, pois todos devem ser incluídos como coautores do projeto.</p><p>A sensibilização é uma atividade conjunta dinâmica para chegar à comunidade</p><p>escolar; é construído por meio de conversas em grupo que ajudam o público a definir</p><p>metas para o futuro. Nesse momento, não há autoritarismo e egoísmo, mas sim um</p><p>sentimento de pertencimento e participação visando mudar uma realidade às vezes</p><p>desafiadora e frustrante. Segundo Vasconcellos:</p><p>Diante das dificuldades (desânimo, descrença, pouco envolvimento) se</p><p>coloca a questão fundamental para a equipe que está coordenando o</p><p>processo de planejamento: não entrar no jogo de acusação ao professor “são</p><p>resistentes, não querem nada, são autoritários e conservadores, não querem</p><p>mudar” (VASCONCELLOS, 2004, p.38).</p><p>Quando a sensibilidade ao assunto não recebe a atenção devida, muitos</p><p>educadores acabam desmotivados e desistem porque não entendem bem a proposta,</p><p>ou simplesmente porque não se veem como parte integrante do processo. Embora a</p><p>viabilidade do processo não fosse fácil, tornou-se uma tarefa árdua, pois cada projeto</p><p>exposto tinha várias ideias e conceitos para trabalhar. É necessário ressaltar que no</p><p>centro do projeto está um espaço aberto para o diálogo, ou seja, poder sentir as</p><p>necessidades da instituição e dar a oportunidade de modificá-las, reescrevendo à</p><p>medida que o processo se desenvolve, definindo assim metas e rumos antecipados.</p><p>Segundo Vasconcellos (2004, p. 47), o projeto não pode ser uma camisa de</p><p>força para escolas e professores. A posição de abertura deve ser mantida. No entanto,</p><p>as ações refletidas nesse processo buscam construir uma relação na escola que</p><p>possibilite um propósito claro e um foco na formação de cidadãos críticos,</p><p>40</p><p>responsáveis e ativos em uma sociedade capitalista e globalizada. No entanto, a</p><p>principal característica do PPP é a poderosa força de intervenção e transformação do</p><p>contexto social.</p><p>9 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO</p><p>(PPP)</p><p>O PPP é o resumo do regimento. Todas as vezes que o Coordenador</p><p>Pedagógico recebe um professor em sua escola, precisa entregar-lhe o PPP para que</p><p>conheça a filosofia e missão da escola que está trabalhando. Vejamos agora as etapas</p><p>do PPP:</p><p>1- Folha de rosto do PPP</p><p>Como: Título;</p><p>Nome da instituição e área de concentração;</p><p>Local (cidade);</p><p>Ano de depósito (da entrega).</p><p>2- Sumário do PPP</p><p>O Sumário é formado pela distribuição das partes do trabalho, indicando as</p><p>subdivisões do documento e as páginas correspondentes à localização das partes do</p><p>projeto.</p><p>A referência principal são os títulos, e se houver subtítulos.</p><p>Exemplo:</p><p>Capítulo I</p><p>INTERVENÇÕES NEUROEDUCACIONAIS.................12</p><p>Plano de intervenção para alunos com dificuldades de aprendizagem…....23</p><p>41</p><p>Caso o PPPS tenha gráficos, ilustrações ou planilhas deve ser criado um novo</p><p>sumário, na próxima folha, informando as páginas correspondentes. Lembrando que</p><p>o sumário é a última etapa a ser elaborada, pois, o trabalho precisa estar pronto e</p><p>todo paginado para elaboração final do mesmo.</p><p>3- Apresentação do PPP</p><p>Deve expressar os resultados das análises, engajamento e conclusões</p><p>coletivas de uma equipe comprometida com os resultados educacionais e diferenciá-</p><p>la de outras escolas na busca de uma identidade para sua instituição. Podendo</p><p>traduzir a promessa do “direito de todos a uma educação de qualidade” em uma</p><p>realidade social.</p><p>4- Introdução do PPP</p><p>Na introdução, deverá ficar explícito o seu objetivo (discursar sobre a identidade</p><p>que busca). É de suma importância incluir os instrumentos da LDB 9.394/96 que</p><p>garantem a todas as pessoas o direito à educação independentemente de classe</p><p>social, gênero, religião, etc.</p><p>É preciso analisar a função social da escola na atual conjuntura política e</p><p>econômica do país, para que a escola promova a assimilação ativa do conhecimento</p><p>científico e tecnológico estabelecido pela humanidade, para que ela desenvolva</p><p>métodos e formas de aprendizagem que estimulem a autonomia, organização,</p><p>iniciativa, flexibilidade, criatividade, uso correto das diferentes formas de</p><p>comunicação, exercício da atividade coletiva, determinação, capacidade de planejar,</p><p>e avaliar os seus cidadãos numa realidade que ainda apresenta grandes disparidades</p><p>sociais e oportunidades educativas.</p><p>42</p><p>5- Dados de identificação da Escola</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>6- Missão da Escola</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>Expressar de forma clara a missão da escola,</p><p>finalidades e funções na comunidade.</p><p>A definição da missão deve ser clara o bastante para</p><p>responder à seguinte indagação: para que existe a</p><p>escola?</p><p>• Nome da Escola</p><p>• Endereço completo</p><p>• Telefone / e-mail</p><p>• Localização</p><p>• Superintendência a que pertence</p><p>• Data de criação da Escola</p><p>• Autorização de funcionamento</p><p>• Reconhecimento</p><p>• Turno de funcionamento</p><p>• Nível de ensino ofertado</p><p>43</p><p>7- Histórico da Escola</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>8- Diagnóstico da Escola e da Realidade Contextual</p><p>Esta fase, constitui momentos de diálogo com todos os envolvidos no processo</p><p>educativo, como famílias, educadores, alunos, voluntários e a comunidade em que a</p><p>escola está inserida. As informações podem</p><p>ser obtidas por meio de entrevistas,</p><p>questionários, reuniões e outros meios que permitem que as escolas descrevam seus</p><p>pontos fortes e fracos e descrevam suas realidades. O diagnóstico orienta as equipes</p><p>e os supervisores a melhorar os recursos, reduzir a probabilidade de falhas</p><p>administrativas e instrucionais e buscar alternativas para alcançar a eficácia da</p><p>educação que oferecem.</p><p>Por fim, o diagnóstico será baseado em dados a partir das vivências, com base</p><p>na história da escola, práticas pedagógicas cotidianas, experiências com diferentes</p><p>profissionais e serviços especializados, parcerias e conexões com famílias,</p><p>comunidades, instituições públicas e privadas. Também é importante diagnosticar</p><p>situações de conflitos e desafios, bem como expectativas, aspirações e conquistas e</p><p>superações.</p><p>Este espaço possibilita à equipe resgatar a trajetória da</p><p>instituição escolar, destacando fatos históricos e</p><p>experiências bem-sucedidas que construíram sua</p><p>identidade e relevância no município.</p><p>44</p><p>9- Objetivos</p><p>As metas desempenham um papel importante na concepção do PPP e nas</p><p>ações educacionais e operacionais a serem desenvolvidos na escola. São prioridades</p><p>que orientam o trabalho da escola a partir das informações obtidas durante os</p><p>diagnósticos contextuais; desta forma, as metas devem ser desenvolvidas de forma</p><p>coerente com a realidade identificada e caracterizada. Vale acrescentar que as metas</p><p>podem ser gerais ou específicas, dependendo do nível de dimensão.</p><p>Os objetivos gerais são amplos e engloba um vasto conjunto de habilidades,</p><p>condutas ou valores que compõem o propósito. Eles são considerados "normais"</p><p>porque figuram comportamentos que não são interpretados como procedimentos</p><p>específicos de assimilação repentina e, portanto, exigem mais tempo para serem</p><p>alcançados.</p><p>Já os objetivos específicos não são tão abrangentes e figuram uma progressão</p><p>geral em direção aos objetivos. É aconselhável escrever o objetivo começando com o</p><p>verbo no infinitivo para expressar a ação desejada.</p><p>10- Princípios Norteadores</p><p>É um conjunto de princípios que dá identidade e caráter permanente a uma</p><p>escola, e serve de guia para todos os planos e projetos desenvolvidos por ela. Atente</p><p>para alguns desses princípios:</p><p>45</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>Epistemológicos: é o estudo crítico e reflexivo dos princípios,</p><p>pressupostos, métodos, estrutura e evolução das ciências. Os</p><p>princípios epistemológicos para a construção do PPP dão</p><p>sustentação à organização e dinâmica curricular, orientando o</p><p>processo metodológico de construção e veiculação de</p><p>conhecimentos. Na identificação dos princípios epistemológicos</p><p>norteadores de ações, a escola revelará como se dá a</p><p>apropriação de conhecimentos pelo aluno, ou seja, como serão</p><p>trabalhadas as questões voltadas para o ensino – aprendizagem.</p><p>Didáticos – pedagógicos: Os princípios didáticos – pedagógicos</p><p>estão estreitamente relacionados aos epistemológicos, pois as</p><p>práticas e ações pedagógicas executadas no dia a dia da sala de</p><p>aula refletem e consolidam os princípios epistemológicos</p><p>(concepção metodológica) assumidos pela escola.</p><p>46</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>Éticos: Para explicitar os princípios éticos, é</p><p>imprescindível a criação de um ambiente favorável que</p><p>estimule a vivência de valores éticos por todos que</p><p>fazem parte da comunidade escolar como pais,</p><p>professores, alunos, direção, entre outros. A relação</p><p>aluno x professor na apropriação de conhecimentos</p><p>deverá ser uma relação de ajuda e respeito.</p><p>Estéticos: Os princípios estéticos deverão estar</p><p>voltados para o desenvolvimento de ações que</p><p>estimulem a criatividade, a curiosidade, a emoção e as</p><p>diversas manifestações artísticas e culturais.</p><p>47</p><p>11- Organização Escolar</p><p>Vasconcellos (2004).</p><p>12- Recursos Humanos</p><p>Os recursos humanos são os diferentes profissionais ou grupos de profissionais</p><p>responsáveis pelo funcionamento da escola. Neste projeto, deve ficar claro qual é o</p><p>nível de formação, competências e responsabilidades dos profissionais que trabalham</p><p>na escola e como a instituição/escola pode contribuir para as suas intenções.</p><p>13- Recursos Materiais</p><p>Os recursos materiais são todos os bens que uma escola possui. Esses bens</p><p>vão desde as instalações físicas (salvo algumas exceções) até os talheres, passando</p><p>pela mobília, aparelhos eletroeletrônicos, equipamentos, utensílios domésticos</p><p>(materiais permanentes) e chegando aos papéis, fitas para impressora, giz, itens de</p><p>higiene e limpeza e alimentos (materiais de consumo).</p><p>14- Avaliação</p><p>A avaliação deverá ser realizada em duas dimensões: uma para avaliar o</p><p>processo educativo de ensino/aprendizagem e outra destinada a avaliar a</p><p>Organização Administrativa: formação, função na</p><p>escola, atribuições e regime de trabalho</p><p>Organização Curricular: Especificar cada nível e</p><p>modalidade de ensino, conforme as áreas de</p><p>conhecimento.</p><p>.</p><p>48</p><p>implementação e os resultados do PPP escolar. Com base na fundamentação da</p><p>avaliação, detalham-se os critérios de ingresso do aluno, encaminhamentos,</p><p>conclusões, etapas, desligamentos etc. O monitoramento e a avaliação do</p><p>desenvolvimento de PPP devem ser contínuos, fornecer feedback sobre o processo e</p><p>atingir os objetivos propostos.</p><p>15- Parcerias: Família e Comunidade</p><p>Deve-se apresentar as ações e atividades que a escola incentiva e estimula</p><p>para aproximar tanto as famílias, quanto à comunidade de modo sistêmico e ativo no</p><p>processo educacional.</p><p>16- Bibliografia</p><p>É a especificação dos livros, publicações, documentos, que foram utilizados</p><p>para a elaboração do PPP.</p><p>17- Anexos</p><p>Por fim, os anexos que são todos os documentos que não foram elaborados</p><p>pelo autor, que servem de fundamentação, comprovação ou ilustração, como mapas,</p><p>leis, estatutos etc.</p><p>49</p><p>10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ANANA, G. V. Projeto Político pedagógico das escolas do campo. Jaguarão:</p><p>Selbach & autores associados, 2015.</p><p>ANDRÉ, M. E.D. A. de. Etnografia da Prática escolar. 18ª ed. Campinas – SP:</p><p>Papirus 2012.</p><p>AZANHA, J. M. P. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Caderno de</p><p>História e Filosofia da Educação, [s. l.], v. 2, n. 4, p. 11-21, 1998.</p><p>AZEVEDO, J. M. L. O projeto político pedagógico no contexto da gestão escolar.</p><p>Debate: Retratos da Escola, boletim 12, p. 35-39, jun./jul. 2005.</p><p>BRASIL. Câmara dos Deputados. Plano Nacional de Educação 2014-2024: Lei nº.</p><p>13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE)</p><p>e dá outras providências. Brasília: Câmara do Deputados, Edições Câmara,</p><p>2014.Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/l. Acesso em 03</p><p>nov.2022.</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.</p><p>Disponível:em:https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/508200/CF88_E</p><p>C85.pdf. Acesso em: 03 nov.2022.</p><p>BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e</p><p>bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 03</p><p>nov.2022.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Diretoria de Estudos Educacionais. Plano</p><p>Nacional de Educação (PNE 2014-2024): linha de base. Brasília, 2015. Disponível</p><p>em: https://www.gov.br/inep/pt-br/composicao/diretoria-de-estudos-educacionais.</p><p>Acesso em: 03 nov.2022.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Programa nacional de fortalecimento dos</p><p>conselhos escolares: conselho escolar, gestão democrática da educação e</p><p>escolha do diretor. Caderno 5. Brasília: MEC/SEB, 2004. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/programa-nacional-de-fortalecimento-dos-conselhos-</p><p>escolares. Acesso em: 03 nov.2022.</p><p>BRZEZINSKI, I. LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. 8ª. ed. São</p><p>Paulo: Cortez: 2003.</p><p>50</p><p>CALDIERARO, I. P. Escola de educação básica: institutos legais, organização e</p><p>funcionamento. Porto Alegre: I.P. Caldieraro, 2006.</p><p>CHIAVINATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7ª ed. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier/ Editora, 2003.</p><p>DALLARI, D. O que é participação política. São Paulo: Brasiliense, 1984.</p><p>DALMÁS, Â. Planejamento participativo na escola: Elaboração,</p><p>acompanhamento e avaliação. 14. ed. Vozes: Petrópolis, RJ ,2008.</p><p>Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 1 ed. Barueri, SP: Ciranda Cultural,</p><p>2015.</p><p>FUSARI, J. C. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e</p><p>tentativas de respostas. São Paulo: FDE, 1990.</p><p>GADOTTI, M. O projeto político-pedagógico da escola na perspectiva de uma</p><p>educação para a cidadania. 2018.</p><p>GADOTTI, M. Pedagogia da práxis. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1998.</p><p>GADOTTI, M. Pressupostos do projeto pedagógico. In. Conferência Nacional de</p><p>Educação para Todos, vol.1 Anais. Brasília: MEC, 1994.</p><p>GADOTTI, M. ROMÃO, J. E. (orgs.). Autonomia da Escola: Princípios e</p><p>Propostas. São Paulo: Cortez, 1997.</p><p>GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. 22. ed. Petrópolis: Vozes,</p><p>2013.</p><p>GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. 6. ed. São Paulo: Edições</p><p>Loyola, 1991.</p><p>GUEDES, N. C. A importância do Projeto Político Pedagógico no processo de</p><p>democratização da escola. Ensino em Perspectivas, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 1–15,</p><p>2021.</p><p>LIBÂNEO, J. C. et. al. O sistema de organização e de Gestão da Escola: teoria e</p><p>prática. In. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 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Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo</p><p>sócio-histórico (2a. ed.). São Paulo: Scipione, 1992.</p><p>OLIVEIRA, O. S.; PEREIRA, S. M.; DRABACH, N. P. O projeto político</p><p>pedagógico e a construção da autonomia escolar: desafios para uma educação</p><p>de qualidade. Políticas Educativas, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 57-69, 2011.</p><p>PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo:</p><p>Cortez/Autores associados, 1986.</p><p>PARO, V. H. Gestão democrática da pública. São Paulo: Cortez, 2007.</p><p>PIMENTA, S. G. O pedagogo na escola pública. São Paulo: Loyola, 1991.</p><p>RODRIGUES, A. C; GOMES, M. R. dos S; SÁ, M. B. de C. e. O Projeto Político</p><p>Pedagógico e sua Importância na Prática Pedagógica no Ambiente Escolar / The</p><p>Pedagogical Political Project and its Importance in the Pedagogical Practice in the</p><p>School Environment. Revista de psicologia, [S.l.], v. 15, n. 57, p. 665-674, out.</p><p>2021.</p><p>ROSENFIELD, D. L. 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Aera, 1988.</p><p>53</p><p>que fazem parte da estrutura do Projeto Educativo da Equipe Latino-</p><p>Americana de Planejamento (ELAP), com sede no Chile, na vertente brasileira de</p><p>Danilo Gandin, o projeto é composto por três partes são elas: marco referencial,</p><p>diagnóstico e programação.</p><p>2.1 Marco referencial</p><p>O marco referencial expressa o sentido e a finalidade do trabalho da escola,</p><p>bem como o planejamento em relação à sua identidade, à sua visão de mundo, aos</p><p>seus objetivos e aos compromissos a serem firmados por ela para alcançar o que</p><p>deseja (VASCONCELLOS, 2006).</p><p>3</p><p>A partir da definição do marco referencial, é possível compreender e conhecer</p><p>a realidade da escola, estabelecer os rumos a serem seguidos e definir as referências</p><p>teóricas que embasam o trabalho e a prática educativa na sua totalidade. Além disso,</p><p>a instituição pode explicitar as finalidades da escola e da educação, refletindo sobre o</p><p>tipo de sociedade que deseja construir e sobre o que fundamenta o fazer da escola e</p><p>as atividades dos envolvidos no processo.</p><p>Essas finalidades precisam ser claras, pois elas indicam as perspectivas para</p><p>a caminhada e definem os objetivos estabelecidos para o trabalho. Veiga (2006, p.</p><p>23) destaca: “É necessário decidir, coletivamente, o que se quer reforçar dentro da</p><p>escola e como detalhar as finalidades para se atingir a almejada cidadania [...]”.</p><p>A partir desse movimento dialético, a instituição pode levantar questionamentos</p><p>inerentes à sua realidade, traçando estratégias e refletindo sobre as finalidades e</p><p>intencionalidades educativas a que se propõe. Gandin (2013) apresenta três grandes</p><p>eixos para a discussão sobre o marco referencial. São eles: marco situacional, marco</p><p>doutrinal e marco operativo.</p><p>O marco situacional refere-se à reflexão e ao olhar sobre a realidade na sua</p><p>totalidade, de forma abrangente. Ou seja, busca problematizar e analisar a educação</p><p>dentro do amplo contexto em que a instituição está inserida. Vasconcellos (2006, p.</p><p>183) enfatiza que “[...] neste marco o que se visa é uma visão geral da realidade e não</p><p>uma análise da instituição [...]”. Nessa visão geral, são refletidas as questões políticas</p><p>e sociais relativas à educação e à sociedade como um todo.</p><p>Nesse sentido, a instituição deve partir da realidade em que está inserida,</p><p>levando em consideração as culturas locais, a organização dos espaços, as</p><p>expectativas e os modos de vida dos sujeitos envolvidos. Além disso, deve promover</p><p>discussões que permitam compreender e incorporar mudanças e identificar o</p><p>posicionamento do grupo.</p><p>A partir desses debates acerca dos processos sociais, políticos e pedagógicos,</p><p>é possível levantar algumas discussões para a instauração do marco doutrinal ou</p><p>filosófico, que define os objetivos e os ideais gerais da instituição. Vasconcellos (2006,</p><p>4</p><p>p. 183) destaca que: “É a proposta de sociedade, pessoa e educação que o grupo</p><p>assume [...]”, a partir do levantamento e da discussão da fundamentação e da base</p><p>teórica, que alicerça e orienta o projeto político-pedagógico e as ações da instituição,</p><p>expressando os ideais do grupo. Nessa etapa, são levantadas discussões sobre as</p><p>visões de homem e de sociedade, bem como sobre o tipo de escola e de formação</p><p>que se deseja projetar e alcançar.</p><p>Caminhando paralelamente a esses dois eixos, o marco operativo, segundo</p><p>Vasconcellos (2006), apresenta a proposta, os ideais específicos e os critérios de</p><p>ação da instituição. Gandin (2013) compreende o marco operativo como uma proposta</p><p>de utopia. Nesse marco, a escola, na sua realidade local, e o grupo como um todo têm</p><p>a oportunidade de expressar seus desejos, anseios, expectativas e necessidades na</p><p>projeção para o futuro desejado. Ao construir o projeto, é possível planejar as</p><p>intenções e avançar na busca por avanços e melhorias.</p><p>É importante que a participação de todos os membros da comunidade ocorra</p><p>em todos os eixos do marco referencial. Essa participação permite que as pessoas</p><p>ressignifiquem as suas experiências, reflitam sobre as suas práticas, resgatem,</p><p>reafirmem e atualizem os seus valores ao entrar em contato com valores de outras</p><p>pessoas. A ideia é que reafirmem, assim, as suas identidades, estabeleçam novas</p><p>relações de convivência e indiquem um horizonte de novos caminhos, possibilidades</p><p>e propostas de ações. Esse movimento visa à transformação necessária e desejada</p><p>pelo coletivo escolar e comunitário.</p><p>Como afirma Vasconcellos (2006), o marco referencial tem como função</p><p>projetar a realidade da instituição e fornecer os princípios para a elaboração e a</p><p>realização da segunda etapa do projeto político-pedagógico, o diagnóstico.</p><p>2.2 Diagnóstico</p><p>O termo “diagnóstico” muitas vezes remete às práticas médicas, mas ele se</p><p>estende a muitos outros campos de trabalho. Se você recorrer ao dicionário, vai ver</p><p>5</p><p>que o termo se refere à diagnose, à descrição detalhada que define uma espécie. Na</p><p>área pedagógica, mais especificamente na construção do projeto político-pedagógico,</p><p>o diagnóstico é o processo pelo qual é possível conhecer a realidade apresentada.</p><p>A partir do diagnóstico, é possível analisar a situação atual da escola, a fim de</p><p>comparar a proposta, o ideal estabelecido no marco referencial e a distância que ainda</p><p>precisa ser percorrida até esse ideal. Portanto, o diagnóstico é um importante</p><p>instrumento para as mudanças necessárias nas instituições. Vasconcellos (2006, p.</p><p>190) aponta que diagnosticar: “[...] é identificar os problemas relevantes da realidade,</p><p>ou seja, aqueles que efetivamente precisam ser resolvidos para a melhoria da</p><p>qualidade de vida da comunidade em questão [...]”.</p><p>Entretanto, para que seja realmente eficaz, é fundamental que o diagnóstico da</p><p>realidade seja elaborado de forma participativa. Ele deve oportunizar espaços de</p><p>aprendizagem, sendo uma prática vivenciada, que perpassa o cotidiano da escola.</p><p>Por meio dele, pode ser criado um ambiente aberto a opiniões e tomadas de decisões,</p><p>clarificando os objetivos e metas na construção de um ambiente escolar acolhedor,</p><p>participativo, democrático e decisório. O diagnóstico desencadeia, dessa maneira, um</p><p>processo de reflexão sobre onde a escola deseja chegar. Além disso, a partir do</p><p>diagnóstico, a instituição se torna capaz de identificar quais são os aspectos e as</p><p>ações positivas e quais são os pontos que ainda precisam ser aprimorados. Caldieraro</p><p>(2006, p. 18) destaca:</p><p>A construção do projeto pedagógico é uma oportunidade para a tomada de</p><p>consciência dos principais problemas da escola e das possibilidades de</p><p>solução. É também oportunidade para definição das responsabilidades</p><p>coletivas e pessoais, na eliminação ou abrandamento dos problemas</p><p>detectados (CALDIERARO, 2006, p. 18).</p><p>Vasconcellos (2006) define que o diagnóstico pressupõe três importantes</p><p>tarefas. A primeira, de conhecer a realidade por meio de pesquisa e análise de dados,</p><p>a fim de captar os problemas apresentados. A segunda, de julgar a realidade</p><p>confrontando o ideal e o real, assim como o que se deseja e o que a escola está</p><p>fazendo para que isso se concretize. Por fim, a terceira, de localizar as necessidades</p><p>6</p><p>escolares almejadas, instigando os sujeitos a fazerem parte do processo a partir da</p><p>interação e da articulação entre os envolvidos em torno da proposta de ação que vai</p><p>surgir.</p><p>Nesse sentido, a participação dos membros da comunidade na construção de</p><p>cada etapa do projeto é fundamental, pois “o processo de planejamento participativo</p><p>abre possibilidade de um maior fluxo de desejos, de esperanças e, portanto, de forças</p><p>para a tão difícil tarefa de construção de uma nova prática [...]” (VASCONCELLOS,</p><p>2006, p. 173).</p><p>2.3 Programação</p><p>A programação ou proposta de ação, conforme Gandin (2013), deve considerar</p><p>o possível e o necessário, ou seja, o que a instituição planejou e o que ainda é preciso</p><p>sanar. Nesse sentido, a partir do estabelecimento do marco referencial</p><p>e da</p><p>elaboração do diagnóstico da realidade, é possível pensar nas propostas e nas ações</p><p>necessárias para se atingirem as finalidades educativas, provocando mudanças e</p><p>estabelecendo as prioridades e necessidades.</p><p>Para a programação se concretizar, Gandin (2013) sugere a organização de</p><p>quatro dimensões da prática. São elas: ações concretas, orientações para a ação,</p><p>atividades permanentes e determinações gerais. As ações concretas são propostas</p><p>de ação determinadas e bem organizadas que definem os tipos de ações e as suas</p><p>finalidades. As orientações para a ação ou linhas de ação referem-se aos valores,</p><p>atitudes e comportamentos, que não se configuram em propostas concretas, mas</p><p>buscam satisfazer algumas necessidades apontadas no diagnóstico e no marco</p><p>referencial. Além disso, a linha de ação também serve como guia na orientação para</p><p>as tomadas de decisões que surgem no decorrer do processo.</p><p>As atividades permanentes, também definidas como rotinas e atividades</p><p>periódicas, são atividades e propostas de ação que ocorrem frequentemente e podem</p><p>estar relacionadas às esferas administrativas ou pedagógicas, desde que atendam a</p><p>7</p><p>alguma necessidade institucional. As determinações gerais, por fim, são as</p><p>orientações e ações marcadas pela obrigatoriedade que se expandem aos demais</p><p>segmentos escolares, podendo atingir alguns ou todos os sujeitos. É importante que</p><p>as determinações sejam objetivas, compreendidas, praticadas e avaliadas pelos</p><p>envolvidos, surgindo também a partir das necessidades apresentadas pelo</p><p>diagnóstico.</p><p>A programação, assim, precisa ser flexível diante das necessidades de</p><p>redirecionamentos e possíveis ajustes, representando a articulação entre a teoria e a</p><p>prática. Além disso, o plano de ação busca expressar as decisões coletivas da</p><p>comunidade escolar, garantindo o acesso à informação, o direito de participação nas</p><p>decisões e as condições de compreender melhor o contexto escolar. Dessa forma,</p><p>organiza-se para assegurar que os interesses da maioria sejam atendidos. Para isso,</p><p>é necessário que todos comprometam-se com sua implementação por meio da</p><p>participação efetiva e responsável. Assim, o plano de ação deve se tornar um</p><p>instrumento resultante da gestão democrática e concretizado nas ações cotidianas.</p><p>3 RELAÇÃO ENTRE O PPP E A OPÇÃO DIDÁTICA DOCENTE</p><p>Fonte: novonegocio.com.br</p><p>8</p><p>O projeto político-pedagógico auxilia a escola a definir suas prioridades e indica</p><p>caminhos para um ensino de qualidade. Dessa forma, dá segurança aos envolvidos,</p><p>pois é planejado pelos diferentes segmentos da instituição, que criam e discutem</p><p>experiências e ações a serem implementadas de maneira flexível e participativa. O</p><p>PPP é o fruto da interação entre as prioridades e as metas instituídas pela</p><p>coletividade, estabelecendo, por meio da reflexão, as ações necessárias para a</p><p>construção de uma nova realidade.</p><p>É por intermédio dele que novos horizontes surgem e novas discussões se</p><p>desenvolvem, já que os sujeitos opinam, problematizam, criam e recriam. O PPP</p><p>possibilita, dessa maneira, que a escola e seus participantes cresçam enquanto</p><p>equipe, se integrem em parceria com a comunidade e busquem a melhoria da</p><p>educação e do processo de ensino–aprendizagem. Nesse sentido, podemos</p><p>considerar que a proposta de trabalho da instituição consiste no caminho que a</p><p>comunidade se desafia a percorrer.</p><p>Além disso, a proposta envolve a reconstrução de uma escola adaptada à</p><p>realidade, que busca discutir acerca de suas necessidades e prioridades, metas e</p><p>objetivos. Para isso, é necessário que o projeto político-pedagógico mobilize esforços,</p><p>compartilhe responsabilidades e defina os rumos a serem seguidos. Somente assim</p><p>é possível resgatar e repensar o PPP como um processo voltado para a</p><p>fundamentação da prática pedagógica e para a construção da identidade da</p><p>instituição, em parceria com a comunidade.</p><p>Esse processo, portanto, pretende delinear as intenções do grupo, seus</p><p>desejos e suas vozes, estabelecendo estratégias e prevendo espaços para</p><p>questionamentos, indagações e reflexões. Isso tudo também deve estar presente no</p><p>cotidiano da sala de aula e nos planejamentos docentes, visto que a prática diária do</p><p>professor deve estar em consonância com o projeto maior da escola.</p><p>É importante lembrar que, por meio do projeto político-pedagógico e dos</p><p>demais espaços criados pela gestão democrática, os professores têm a oportunidade</p><p>de reinterpretar a educação, a escola, o currículo e a avaliação. Além disso, podem</p><p>9</p><p>buscar práticas pedagógicas e ferramentas de trabalho para o aluno que impliquem</p><p>mudanças e reflexões. Dessa forma, a opção didática do professor e as práticas</p><p>desenvolvidas por ele em sala de aula devem caminhar no mesmo sentido que a</p><p>proposta pedagógica da instituição. Vasconcellos (2009), destaca que:</p><p>É praticamente impossível mudar a prática da sala de aula sem vinculá-la a</p><p>uma proposta conjunta da escola, a uma leitura da realidade, à filosofia</p><p>educacional, às concepções de pessoa, sociedade, currículo, planejamento,</p><p>disciplina, a um leque de ações e intervenções e interações</p><p>(VASCONCELLOS, 2009, p. 15).</p><p>Veiga (2006) complementa dizendo que o projeto político-pedagógico está</p><p>relacionado à organização do trabalho pedagógico em dois níveis. O primeiro, sob a</p><p>perspectiva da organização da escola como um todo; o segundo, como organização</p><p>da sala de aula, abrangendo sua relação com o contexto social em sua globalidade.</p><p>Sob a perspectiva do trabalho diário e da prática docente, o projeto político- -</p><p>pedagógico contribui para consolidar a autonomia e a descentralização da escola. Por</p><p>meio dele, tanto professores quanto gestores podem se articular uns com os outros e</p><p>se sentir responsáveis pelo que ocorre na instituição, principalmente no que diz</p><p>respeito ao desenvolvimento dos alunos e ao processo de ensino–aprendizagem.</p><p>A partir da construção conjunta do PPP e do conhecimento de todas as suas</p><p>etapas, os professores podem pautar suas ações em práticas inclusivas,</p><p>democráticas, atuantes e críticas. Assim, são capazes de problematizar e</p><p>contextualizar a realidade em que a escola está inserida, atuando de forma dialógica</p><p>e exercendo liderança compartilhada como eixo do fazer pedagógico.</p><p>Por esse motivo, falar sobre projeto político-pedagógico é falar sobre um</p><p>processo autônomo e participativo de decisões, é preocupar-se em instaurar uma</p><p>forma de organização pedagógica que enfrente as contradições a fim de superar</p><p>problemas e conflitos. Dessa maneira, o PPP contribui para a formação reflexiva e</p><p>política dos cidadãos pertencentes a essa realidade, sejam eles professores, alunos,</p><p>pais ou demais membros da comunidade escolar.</p><p>10</p><p>Nessa perspectiva, o PPP é um processo permanente de reflexão no qual se</p><p>discutem os problemas apresentados pela escola e se indica como a instituição deve</p><p>agir. Para tanto, é necessário que sejam desenvolvidas práticas coerentes com cada</p><p>realidade. Além disso, é preciso promover a tomada de decisão entre os envolvidos,</p><p>bem como a consciência das mudanças que necessitam ser efetuadas.</p><p>A seguir, você verá algumas considerações de Veiga (2006) sobre a relação</p><p>entre o projeto político-pedagógico e a organização do trabalho pedagógico:</p><p>A principal possibilidade de construção do projeto político-pedagógico passa</p><p>pela relativa autonomia da escola, de sua capacidade de delinear sua própria</p><p>identidade. Isto significa resgatar a escola como espaço público, lugar de</p><p>debate, do diálogo, fundado na reflexão coletiva. Portanto, é preciso entender</p><p>que o projeto político-pedagógico da escola dará indicações necessárias à</p><p>organização do trabalho pedagógico, que inclui o trabalho do professor na</p><p>dinâmica interna da sala de aula, (VEIGA, 2006, p. 14).</p><p>Esse processo de autonomia desenvolvido por meio do PPP perpassa todos os</p><p>espaços escolares, entre eles o da sala de aula. É na</p><p>gestão democrática e na relação</p><p>estabelecida entre equipe docente, discente e comunidade que laços são construídos</p><p>e novas possibilidades podem ser criadas, com o objetivo de qualificar o ensino–</p><p>aprendizagem. Um processo democrático e participativo, nesse sentido, traz situações</p><p>diversas para a escola, principalmente pela importância de estabelecer um ambiente</p><p>propício ao respeito e ao diálogo.</p><p>Com isso, a docência, enquanto ação transformadora, busca desenvolver a</p><p>consciência crítica e a ligação entre teoria e prática, de modo que os sujeitos sejam</p><p>partes integrantes do processo, valorizados em seu sentido pleno e preparados para</p><p>futuros papéis sociais. Portanto, a escola deve valorizar as participações, os</p><p>questionamentos e as intencionalidades pedagógicas, tornando-se um espaço</p><p>propício para a construção de uma sociedade democrática, voltada para a formação</p><p>da cidadania e da consciência crítica, combatendo todas as formas de exclusão social</p><p>e encarando o aluno como ser integral e pleno.</p><p>Vasconcellos (2006), faz alguns apontamentos acerca da importância do</p><p>projeto político-pedagógico e do planejamento no âmbito da educação. A partir do</p><p>11</p><p>PPP, é possível apontar caminhos, superar bloqueios e planejar um método de</p><p>trabalho docente que auxilie o professor:</p><p>[...] na tarefa tão urgente e essencial de transformar a prática, na direção de</p><p>um ensino mais significativo, crítico, criativo e duradouro, como mediação</p><p>para a construção da cidadania, na perspectiva da autonomia e da</p><p>solidariedade. Que efetivamente deixe de ser visto como função burocrática,</p><p>formalista e autoritária, e seja assumido como forma de resgate do trabalho,</p><p>de superação da alienação, de reapropriação da existência.</p><p>(VASCONCELLOS, 2006, p. 200).</p><p>3.1 Relação entre o PPP e o planejamento educacional</p><p>Antes de compreendermos a relação entre o PPP e o planejamento</p><p>educacional, é importante retomar o conceito de planejamento. Segundo o dicionário</p><p>Escolar da Língua Portuguesa (2015), planejamento é a ação ou o efeito de planejar,</p><p>de elaborar um plano; ou ainda a determinação das etapas, procedimentos ou meios</p><p>que devem ser usados no desenvolvimento de um trabalho. Fusari (1990)</p><p>complementa dizendo que ensinar requer intencionalidade e sistematização, ao passo</p><p>que Gandin (1991) afirma que não há ensino sem planejamento.</p><p>O planejamento no meio educacional refere-se ao envolvimento e à tomada de</p><p>decisões com base em um processo de análise e reflexão sobre as particularidades</p><p>do sistema educacional. Tal planejamento ocorre a partir de ações que buscam</p><p>delimitar dificuldades e possibilidades de trabalho e prever alternativas e estratégias</p><p>para se atingirem determinados ideais.</p><p>Souza et al. (2005) apresentam o planejamento educacional em níveis. Entre</p><p>eles, os autores destacam o planejamento no âmbito dos sistemas e redes de ensino,</p><p>que implica a tomada de decisões e a implementação de ações na esfera da política</p><p>educacional; o planejamento na esfera da unidade escolar, que se concretiza pela</p><p>elaboração do projeto político-pedagógico; e o planejamento no ensino, que considera</p><p>a dinamicidade do conhecimento escolar e sua articulação com a realidade histórica.</p><p>Aqui, você verá especificamente o planejamento nos sistemas e redes de</p><p>ensino e nas unidades escolares. Ou seja, vai estudar a relação entre o plano maior</p><p>12</p><p>apresentado pelo Ministério da Educação, o Plano Nacional de Educação (PNE), e o</p><p>PPP, plano que norteia e orienta as ações das instituições escolares. Para dar início</p><p>às discussões, é importante revisitar alguns pressupostos legais que fundamentam o</p><p>planejamento educacional.</p><p>A Constituição Federal, em seu art. 214, com redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº. 59/2009, prevê o Plano Nacional de Educação como uma exigência</p><p>para garantir uma política de Estado que ofereça o direito à educação básica de</p><p>qualidade. Veja:</p><p>Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração</p><p>decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em</p><p>regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de</p><p>implementação para assegurar a manutenção e o desenvolvimento do ensino</p><p>em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas</p><p>dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (EC</p><p>nº 59/2009)</p><p>I — erradicação do analfabetismo;</p><p>II — universalização do atendimento escolar;</p><p>III — melhoria da qualidade do ensino;</p><p>IV — formação para o trabalho;</p><p>V — promoção humanística, científica e tecnológica do País;</p><p>VI—estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em</p><p>educação como proporção do produto interno bruto (BRASIL, 2016).</p><p>De acordo com informações que norteiam os estudos acerca do PNE, ele se</p><p>caracteriza como: “[…] um instrumento de planejamento do nosso Estado</p><p>Democrático de Direito que orienta a execução e o aprimoramento de políticas</p><p>públicas do setor [...]” (BRASIL, 2014, p. 7). O documento que apresenta o Plano</p><p>Nacional de Educação destaca que o “[...] planejamento envolve um esforço metódico</p><p>e consciente ao selecionar e orientar os meios e as estratégias para atingir os fins</p><p>previamente definidos, com o objetivo de aproximar a realidade do ideal expresso pelo</p><p>modelo [...]” (BRASIL, 2014, p. 10). Além disso, o documento estabelece prioridades</p><p>e procedimentos de ação voltados à interação entre os diversos setores para a</p><p>intervenção na realidade, a partir da criação de 20 metas nacionais para garantir a</p><p>qualidade da educação no País.</p><p>13</p><p>O Plano Nacional de Educação deve servir de base para a elaboração dos</p><p>planos estaduais e municipais. As instituições escolares também devem estar</p><p>adequadas, trabalhando em consonância com o plano maior, buscando garantir uma</p><p>educação pautada nos princípios propostos pelo PNE. Uma das maneiras de fazer a</p><p>escola funcionar e de organizá-la para melhorar a qualidade do ensino é justamente</p><p>a elaboração democrática e coletiva do seu PPP. Por isso, é fundamental envolver</p><p>todos os segmentos escolares nessa construção, gerando mudanças no modo de agir</p><p>da instituição e auxiliando os sujeitos a enxergar como transformar sua realidade e</p><p>estabelecer planos que desenvolvam sua prática.</p><p>Para garantir a efetiva qualidade da educação, por meio da implementação do</p><p>PNE, é fundamental que, tanto os entes federativos quanto as instituições escolares</p><p>se comprometam e se envolvam, conforme o que cabe a cada um deles. Nesse</p><p>sentido, se você relacionar o planejamento educacional, aqui explicitado pelo Plano</p><p>Nacional de Educação, com o projeto político-pedagógico que as instituições</p><p>constroem, muitas são as semelhanças. Ambos traçam estratégias, metas e ideais</p><p>que precisam ser alcançados em determinado período de tempo, a partir de um</p><p>diagnóstico que esboça a atual realidade da instituição, município, estado ou país.</p><p>Assim, são apresentados pressupostos fundamentais que caracterizam a</p><p>elaboração do projeto, tais como a necessidade de partir das problemáticas e da</p><p>realidade, a previsão de condições para o seu desenvolvimento, a articulação das</p><p>ações com todos os segmentos envolvidos e o respeito às diversidades. Além disso,</p><p>ambos os projetos devem ser construídos coletivamente e de forma integrada,</p><p>buscando a democratização do ensino.</p><p>Como sabemos, o processo de elaboração, desenvolvimento e implementação</p><p>de uma proposta requer planejamento, comprometimento, envolvimento e discussões</p><p>coletivas. Por esse motivo, sua construção deve partir da realidade em que a</p><p>instituição está inserida e levar em consideração questões como: o que se deseja</p><p>alcançar, o que falta para que esses desejos sejam alcançados e o que será feito na</p><p>prática para implementar tais ações. Assim, o processo é caracterizado por</p><p>14</p><p>discussões, ações e tomada de consciência, pontos fundamentais para o trabalho</p><p>pedagógico na sua totalidade.</p><p>Souza et al. (2005, p. 19) destacam: “planejar o trabalho pedagógico significa,</p><p>portanto, a oportunidade de repensar a própria prática e, se ela se produz de forma</p><p>coletiva, passando necessariamente, pelo exercício coletivo da reflexão e da</p><p>proposição de alternativas [...]”.</p><p>É importante notar que tanto os planos globais quanto o PPP das escolas não</p><p>devem ser pontos de lutas por poder, tampouco estar restritos a um grupo de pessoas.</p><p>Pelo contrário, para que qualquer planejamento tenha sucesso, é fundamental que ele</p><p>seja construído de forma participativa e que seja visto sob um enfoque diferenciado,</p><p>de maneira que sejam propostas mudanças, sugestões e discussões acerca da</p><p>realidade que se deseja. Azevedo (2005), traz alguns apontamentos acerca da</p><p>implementação do projeto político-pedagógico:</p><p>Os conflitos e lutas pelo poder, os meios de resistência, as alianças, os</p><p>valores, as normas, os modelos de aprendizagem, as atitudes do professor,</p><p>as relações entre as pessoas, a participação dos pais e dos alunos e o modo</p><p>como esses atores escolares se comunicam são aspectos que vão</p><p>influenciar, com vigor, o tipo de PPP que será elaborado e os rumos que irá</p><p>seguir no processo de sua implementação (AZEVEDO, 2005, p. 38).</p><p>Nesse sentido, cabe às instituições prever que tipo de projeto será elaborado:</p><p>aquele apresentado de forma centralizada, que fiscaliza, supervisiona e detém as</p><p>informações para si; ou aquele que visa à participação da comunidade, que promove</p><p>espaços de discussões e troca de experiências e que busca o aperfeiçoamento e o</p><p>cumprimento das ações propostas pela escola.</p><p>A gestão possui um papel fundamental para definir os rumos do PPP, pois é</p><p>preciso que o gestor administre a dinâmica escolar e construa a sua identidade em</p><p>parceria com a equipe de trabalho, assumindo atitudes de companheirismo,</p><p>compartilhamento e confiança, visando ao bem-estar coletivo, dando significado à</p><p>prática educativa e às necessidades sociais.</p><p>Portanto, para que as ações educacionais propostas a nível nacional sejam</p><p>implementadas nas instituições escolares, é fundamental que se parta da elaboração</p><p>15</p><p>conjunta do projeto político-pedagógico, que tem como principal propósito</p><p>fundamentar a prática educativa na sua totalidade. Cabe aos responsáveis pela</p><p>educação, por meio de espaços de discussão, proporcionar diferentes métodos de</p><p>inclusão da comunidade para a elaboração efetiva de ações integradas, com o</p><p>objetivo de buscar metas comuns.</p><p>Além disso, eles devem estabelecer vínculos com seus pares, buscar iniciativas</p><p>interdisciplinares e compartilhar realizações, práticas e experiências. Tais ações são</p><p>condizentes com a proposta da gestão democrática e contribuem para que os</p><p>envolvidos se sintam acolhidos e pertencentes ao grupo no qual estão inseridos.</p><p>4 A CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA</p><p>Cada unidade escolar possui características e demandas específicas. Por isso,</p><p>deve elaborar o seu próprio projeto pedagógico. Para essa elaboração, o</p><p>conhecimento da realidade é fundamental, mas não é o suficiente. Também é</p><p>necessário o embasamento teórico do projeto, essencial para que a escola avalie as</p><p>dimensões e os princípios que nortearão a construção de seu projeto pedagógico. As</p><p>teorias podem subsidiar a leitura crítica das práticas, oportunizando o planejamento</p><p>de estratégias que promovam melhorias no ensino oferecido e na aprendizagem dos</p><p>alunos.</p><p>De acordo com as características e necessidades da unidade escolar, a</p><p>construção do seu projeto pedagógico seguirá uma dinâmica própria. Apesar das</p><p>diferenças, é possível discutir o processo de construção do projeto político-</p><p>pedagógico tendo por base três grandes movimentos bastante interligados. Segundo</p><p>Marçal, Souza e Machado (2001), esses movimentos são relacionados e</p><p>interdependentes entre si. Eles devem ser realizados simultaneamente e demandam</p><p>uma avaliação constante. Assim, cada escola precisa se autoconhecer, refletir sobre</p><p>as suas práticas e construir o seu projeto pedagógico de maneira autônoma e coletiva.</p><p>16</p><p>O primeiro movimento diz respeito ao diagnóstico da realidade escolar. A ideia</p><p>é analisar a realidade da escola em suas dimensões pedagógica, administrativa,</p><p>financeira e jurídica. Para que esse movimento ocorra, todos os envolvidos na</p><p>elaboração do projeto pedagógico devem buscar responder a esta questão: como é a</p><p>nossa escola? Nesse movimento, a escola precisa coletar dados sobre a sua</p><p>realidade e analisá-los criteriosamente no que diz respeito aos aspectos qualitativos</p><p>e quantitativos. As informações coletadas devem ser referentes a aspectos internos e</p><p>externos da realidade escolar. Elas servem para a identificação das dificuldades a</p><p>serem superadas e dos aspectos facilitadores do sucesso.</p><p>Ainda segundo Marçal, Souza e Machado (2001), para que o diagnóstico seja</p><p>bem detalhado, a escola precisa, por meio dos instrumentos adequados, levantar</p><p>questionamentos em dois níveis: um mais amplo e outro mais específico. Os</p><p>questionamentos em nível mais amplo devem possibilitar o estabelecimento de</p><p>relações entre a realidade escolar e os aspectos sociais, políticos e econômicos da</p><p>comunidade na qual ela está inserida e da sociedade brasileira como um todo. Os</p><p>questionamentos mais específicos, por sua vez, devem estar voltados para a</p><p>organização do trabalho pedagógico, considerando a atuação dos vários segmentos</p><p>escolares.</p><p>O diagnóstico é uma radiografia da escola. Por isso, para elaborá-lo, é preciso</p><p>fazer um levantamento de dados sobre:</p><p>17</p><p>Marçal, Souza e Machado (2001).</p><p>Para que esses dados sejam coletados de maneira fidedigna, vários</p><p>instrumentos podem ser utilizados. Por exemplo: ficha para preenchimento pelos pais</p><p>no momento da matrícula; análise dos resultados das avaliações externas, como</p><p>Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Exame Nacional do Ensino Médio</p><p>(Enem); avaliações dos professores; registros dos conselhos de classe; registros</p><p>anuais do rendimento escolar; levantamento dos dados da Pesquisa Nacional por</p><p>Amostra de Domicílio (Pnad); Censo Escolar; dados do Instituto Nacional de Estudos</p><p>e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e do Ministério da Educação (MEC).</p><p>O segundo movimento refere-se ao levantamento das concepções do coletivo</p><p>da escola. Ele tem como objetivo discutir os interesses em relação ao trabalho</p><p>pedagógico como um todo. A pergunta “qual é a identidade da nossa escola?” deve</p><p>ser respondida. Após a escola ter a sua situação diagnosticada, ela precisa buscar</p><p>uma fundamentação teórica que oriente a ação de seus segmentos. A escolha de um</p><p>1. O local onde a escola está localizada (bairro);</p><p>2. A distância entre o bairro e o centro da cidade, a</p><p>existência de transporte público e a facilidade de acesso;</p><p>3. A clientela atendida (profissão dos pais, estruturação das</p><p>famílias, renda familiar, etc.);</p><p>4. Os alunos da escola (quantidade total, quantidade por</p><p>nível de ensino e por ano, dados comparativos de</p><p>ingressantes e concluintes por ano, etc.);</p><p>5. As causas de evasão escolar;</p><p>6. O rendimento escolar dos alunos (aprovação,</p><p>reprovação, distorção idade/série).</p><p>18</p><p>referencial teórico é fundamental para o embasamento das práticas e para a</p><p>compreensão das situações que emergem do cotidiano escolar.</p><p>Nesse movimento, o principal objetivo deve ser o levantamento das</p><p>concepções do coletivo da escola em relação ao trabalho pedagógico como um todo,</p><p>visando à proposição de mudanças. A partir da discussão das concepções dos vários</p><p>segmentos, deve-se definir uma linha de ação única, que traduza aquilo que é</p><p>considerado prioritário pelo grupo para o trabalho da escola. Esse movimento exige</p><p>da escola um posicionamento político-pedagógico e a definição das concepções e</p><p>ações que serão compartilhadas por seus atores. Para que ele ocorra, é fundamental</p><p>que o gestor crie e oportunize</p><p>a discussão e a troca de ideias.</p><p>O terceiro movimento é a definição de estratégias, pessoas e/ou grupos,</p><p>objetivando assegurar a realização das ações propostas pelo coletivo escolar. Esse</p><p>movimento visa a definir as ações da escola, os responsáveis pela sua execução e os</p><p>recursos necessários à implantação do projeto pedagógico. A sua realização</p><p>demanda responder a esta questão: como executar as ações definidas pelo coletivo?</p><p>Após a definição das concepções que nortearão o trabalho dos diferentes</p><p>segmentos da escola, é necessário definir as estratégias que serão adotadas por</p><p>todos. Para que isso ocorra, segundo Marçal, Souza e Machado (2001), a escola deve</p><p>definir as suas prioridades, além de estabelecer as ações que serão desenvolvidas e</p><p>as pessoas que irão realizá-las. Esse processo deve ser pautado pelas decisões</p><p>tomadas de forma coletiva e visar à superação dos problemas diagnosticados</p><p>inicialmente. Outro aspecto bastante relevante nesse momento, que não pode ser</p><p>perdido de vista, é a necessidade de identificar os responsáveis por cada uma das</p><p>ações assumidas no coletivo.</p><p>A definição de um cronograma de trabalho é fundamental. Nele, devem ser</p><p>definidas as ações que serão realizadas a curto, médio e longo prazos, para que</p><p>possam ser acompanhadas e avaliadas. O cronograma deve prever momentos</p><p>dedicados ao planejamento pedagógico e às reuniões dos seus colegiados, como</p><p>conselhos escolares, conselhos de classe, associações de pais e mestres (APMs),</p><p>19</p><p>grêmios estudantis, entre outros. Nesse movimento, é preciso considerar também o</p><p>tempo destinado à redação do documento que retratará todo o processo desenvolvido</p><p>pela escola. Para isso, deve-se constituir um grupo de trabalho, com representantes</p><p>dos vários segmentos envolvidos.</p><p>Os colegiados, obedecendo ao cronograma das reuniões, devem sempre se</p><p>debruçar sobre o projeto político-pedagógico para verificar se o que foi proposto está</p><p>sendo executado e se os resultados esperados estão sendo atingidos. Assim, a</p><p>avaliação deve permear todo o processo de elaboração do PPP, possibilitando</p><p>mudanças sempre que necessário. Mudanças na legislação, alterações na oferta de</p><p>alguma das etapas do ensino (educação infantil, ensino fundamental ou ensino</p><p>médio), bem como alterações em relação às modalidades de ensino, precisam ser</p><p>sempre analisadas e discutidas, determinando adaptações no PPP, mas sem que a</p><p>identidade da comunidade seja perdida.</p><p>4.1 Organização e participação na elaboração do projeto pedagógico</p><p>Segundo o Ministério da Educação e a Secretaria da Educação Básica (SEB)</p><p>(BRASIL, 2004), a função social da escola pública é a formação dos cidadãos. A</p><p>escola deve oportunizar a construção de conhecimentos, atitudes e valores que</p><p>tornem os educandos solidários, críticos, éticos e participativos. Para que essa</p><p>formação seja possível, a transmissão (pelos professores) e a apreensão passiva</p><p>(pelos estudantes) dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade</p><p>não são suficientes.</p><p>A escola deve lançar mão de estratégias que oportunizem a construção dos</p><p>conhecimentos pelos educandos de maneira crítica e reflexiva. A ideia é que os</p><p>saberes se constituam como instrumentos de mudanças sociais. A apropriação</p><p>desses saberes pelos estudantes e pela comunidade local é um elemento decisivo</p><p>para a democratização da sociedade. Considere o seguinte:</p><p>20</p><p>A escola pública poderá, dessa forma, não apenas contribuir</p><p>significativamente para a democratização da sociedade, como também ser</p><p>um lugar privilegiado para o exercício da democracia participativa, para o</p><p>exercício de uma cidadania consciente e comprometida com os interesses da</p><p>maioria socialmente excluída ou dos grupos sociais privados dos bens</p><p>culturais e materiais produzidos pelo trabalho dessa mesma maioria. A</p><p>contribuição significativa da escola para a democratização da sociedade e</p><p>para o exercício da democracia participativa fundamenta e exige a gestão</p><p>democrática na escola (BRASIL, 2004).</p><p>O exercício da democracia participativa na escola se faz pela escolha dos</p><p>dirigentes e pela organização dos conselhos escolares e de toda a comunidade</p><p>escolar e local, que devem participar e fazer valer os seus direitos e deveres. Esse</p><p>exercício faz com que a escola pública contribua efetivamente para afirmar os</p><p>interesses coletivos e construir um país para todos, com igualdade e justiça social.</p><p>No Brasil, a criação dos órgãos de apoio, decisão e controle público da</p><p>sociedade civil na administração pública fez parte das lutas políticas pela</p><p>democratização. Na educação, essa organização de espaços colegiados pode ser</p><p>encontrada em diferentes esferas do poder, que vão do Conselho Nacional de</p><p>Educação (CNE) aos conselhos estaduais, municipais e escolares. Esses espaços</p><p>são muito relevantes para a criação de políticas educacionais que orientem as práticas</p><p>educativas e os processos de participação a partir das diretrizes e dos princípios</p><p>definidos pelas várias instâncias.</p><p>4.2 Conselho escolar</p><p>O conselho escolar é muito importante para a democratização da educação e</p><p>da escola. Afinal, ele reúne diretores, professores, funcionários, estudantes, pais e</p><p>outros representantes da comunidade com o objetivo de discutir, definir e acompanhar</p><p>o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola. A sua configuração varia</p><p>entre os municípios, estados e outras instituições educativas, sendo que a quantidade</p><p>de representantes também é variável, dependendo, na maioria das vezes, do número</p><p>de estudantes que a instituição possui.</p><p>21</p><p>A criação e a atuação dos conselhos escolares encontram amparo no art. 206</p><p>da Constituição de 1988 e no art. 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional (LDBN, Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que definem a gestão</p><p>democrática da escola pública como um princípio legal. Veja:</p><p>Trata-se de enfrentar o desafio de constituir uma gestão democrática que</p><p>contribua efetivamente para o processo de construção de uma cidadania</p><p>emancipadora, o que requer autonomia, participação, criação coletiva dos</p><p>níveis de decisão e posicionamentos críticos que combatam a ideia</p><p>burocrática de hierarquia (BRASIL 2004).</p><p>Segundo o MEC (BRASIL, 2004), as atribuições do conselho escolar variam de</p><p>acordo com as diretrizes do sistema de ensino e com as definições das comunidades</p><p>local e escolar. O que há em comum entre conselhos de diferentes sistemas de ensino</p><p>é o fato de que não podem perder de vista o regimento escolar, construído</p><p>coletivamente na escola e que se constitui como a referência legal básica para o</p><p>funcionamento da unidade escolar. Entre as principais atribuições do conselho</p><p>escolar, estão a coordenação do coletivo da escola e a criação de mecanismos de</p><p>participação.</p><p>O conselho escolar se beneficia da existência de outros espaços de</p><p>participação na escola, como o grêmio estudantil e as associações de pais e mestres.</p><p>A participação nesses espaços oportuniza a vivência, no contexto escolar, da função</p><p>política da educação e da democracia. A implantação dos conselhos escolares é</p><p>fundamental para a democratização dos processos decisórios e para a efetivação de</p><p>uma gestão democrática.</p><p>4.3 Organizações estudantis</p><p>Em uma instituição educacional que tem o objetivo de formar cidadãos críticos,</p><p>as organizações estudantis, nas quais os educandos podem vivenciar processos</p><p>participativos e decisórios, são muito relevantes. Segundo o Todos pela Educação</p><p>(2018), uma dessas organizações é o grêmio escolar, que encontra amparo na Lei nº.</p><p>22</p><p>7.398, de 4 de novembro de 1985, conhecida como Lei do Grêmio Livre. Tal lei dispõe</p><p>sobre a organização de entidades representativas dos estudantes de 1º e 2º graus.</p><p>Embora ela não determine a obrigatoriedade da existência do grêmio nas</p><p>escolas, define tal entidade como autônoma e representativa dos interesses dos</p><p>estudantes secundaristas,</p><p>com finalidades educacionais, culturais, cívicas, esportivas</p><p>e sociais. Segundo o texto da lei, o estatuto do grêmio precisa ser aprovado em uma</p><p>assembleia geral convocada pelo corpo discente da escola, e os seus dirigentes e</p><p>representantes devem ser eleitos por voto direto e secreto.</p><p>O grêmio, como instrumento de gestão democrática nas escolas, também está</p><p>previsto no Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado em 2014 e vigente até 2024.</p><p>A meta 19 do PNE refere-se à garantia de condições para que a gestão democrática</p><p>seja implementada em todas as escolas públicas. Para isso, uma das estratégias,</p><p>prevista no item 19.4, é:</p><p>[...] estimular, em todas as redes de educação básica, a constituição e o</p><p>fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, assegurando sê-</p><p>lhes, inclusive, espaços adequados e condições de funcionamento nas</p><p>escolas e fomentando a sua articulação orgânica com os conselhos</p><p>escolares, por meio das respectivas representações (BRASIL, 2015).</p><p>O grêmio defende os interesses dos alunos nas reuniões dos representantes</p><p>de classe, do conselho escolar e da associação de pais e mestres. Cabe a ele levar</p><p>as demandas estudantis para os professores, gestores e para a comunidade, além de</p><p>participar da tomada de decisões importantes para a vida da escola.</p><p>Não existe, na legislação, um modelo único de grêmio. Boa parte das diretrizes</p><p>utilizadas para a criação dessas organizações foi elaborada por uma organização não</p><p>governamental chamada Sou da Paz. Em geral, um grêmio surge a partir da vontade</p><p>de um grupo de alunos, que conversa com a direção da unidade escolar, comunica os</p><p>demais alunos e inicia o processo de elaboração de um estatuto, que, uma vez</p><p>elaborado, é submetido à apreciação de todos os estudantes em uma assembleia</p><p>geral. Cabe à escola destinar um local para a realização das reuniões periódicas do</p><p>grêmio.</p><p>23</p><p>4.4 Associações de pais e mestres</p><p>A associação de pais e mestres é uma associação sem fins lucrativos que tem</p><p>por finalidade representar os interesses comuns dos profissionais e dos pais dos</p><p>alunos de uma unidade escolar. Trata-se de um órgão de caráter jurídico, criado com</p><p>a função de administrar os recursos financeiros, sendo que a escola, enquanto órgão</p><p>público, não pode fazê-lo. Para a sua constituição, parte-se do pressuposto de que a</p><p>opinião dos pais e profissionais pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino</p><p>e impactar a aprendizagem dos alunos de maneira positiva.</p><p>A APM deve auxiliar a equipe gestora da escola no cumprimento dos objetivos</p><p>e intenções do seu projeto político-pedagógico, além de representar os interesses de</p><p>pais e familiares em prol da educação das crianças frente à comunidade escolar. Ela</p><p>tem objetivos administrativos, pedagógicos e financeiros. Não há obrigatoriedade da</p><p>existência da APM nas escolas, com exceção daquelas que recebem verbas do</p><p>Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Nessas escolas, como as unidades</p><p>escolares não têm autonomia para gerir de forma direta as verbas recebidas, cabe à</p><p>APM decidir como os recursos governamentais serão gastos, assim como definir as</p><p>aplicações do dinheiro ganho com eventos e festas. Para a tomada de decisões, a</p><p>APM deve sempre se articular ao conselho da escola e aos demais colegiados. Isso</p><p>é importante para que os recursos sejam utilizados conforme a proposta pedagógica</p><p>da instituição e a visão da comunidade na qual ela se insere.</p><p>Exceto pela obrigatoriedade da existência da APM nas escolas que recebem</p><p>as verbas federais, não existe uma legislação federal que trate especificamente da</p><p>criação e da gestão dessas associações no sistema educacional brasileiro. Todavia,</p><p>a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da</p><p>escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou</p><p>equivalentes estão previstas no art. 14 da LDBN. Além disso, a estratégia do PNE que</p><p>visa ao fortalecimento dos grêmios estudantis também visa ao fortalecimento das</p><p>24</p><p>APMs. Alguns estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul, possuem uma</p><p>legislação própria que regulariza a atuação das APMs locais.</p><p>5 O PROJETO PEDAGÓGICO E AS SUAS DIFERENTES INSTÂNCIAS</p><p>O projeto político-pedagógico se articula intimamente com as diferentes</p><p>instâncias que o compõem. Tais instâncias são: o planejamento, a organização do</p><p>trabalho escolar, o regimento escolar, as práticas pedagógicas e as políticas</p><p>educacionais. O projeto político-pedagógico de uma unidade escolar oferece diretrizes</p><p>e estabelece prioridades para o trabalho coletivo. Contudo, para que ele cumpra o seu</p><p>papel, é necessário que se articule com o planejamento e a prática pedagógica. Veja</p><p>o que afirmam Marçal, Souza e Machado (2001):</p><p>A escola pública necessita de uma gestão que, partindo da construção do</p><p>projeto pedagógico, possibilite à escola alcançar sua finalidade,</p><p>concretizando sua função social: a promoção da cidadania, o</p><p>desenvolvimento pleno e o sucesso dos alunos. E para concretizar o que</p><p>pretende, a escola necessita de um planejamento que organize o seu trabalho</p><p>escolar e a sua prática pedagógica, de modo que as ações implementadas</p><p>se articulem, promovendo uma educação de qualidade conforme o proposto</p><p>no projeto pedagógico pelo coletivo da escola (MARÇAL, SOUZA E</p><p>MACHADO, 2001, p. 18).</p><p>A relação entre o projeto pedagógico e o planejamento é bastante próxima,</p><p>embora ambos tenham diferentes significados. O projeto pedagógico visa à</p><p>construção da identidade da escola, delineando os rumos a serem seguidos e</p><p>explicitando o compromisso da instituição com a oferta de um ensino de qualidade e</p><p>com a aprendizagem dos alunos. O projeto pedagógico não pode ser construído sem</p><p>planejamento.</p><p>O planejamento deve permear todas as atividades escolares, constituindo-se</p><p>como um instrumento permanente para a elaboração e o desenvolvimento do projeto</p><p>pedagógico. Para a gestão escolar e a promoção de melhorias, é necessário um</p><p>planejamento capaz de identificar as condições favoráveis, diagnosticar os problemas</p><p>e apontar os caminhos para que os objetivos escolares sejam atingidos.</p><p>25</p><p>O PPP relaciona-se também com a organização do trabalho escolar. O sucesso</p><p>escolar depende de políticas e diretrizes externas, e também das características</p><p>organizacionais. São consideradas características organizacionais: a autonomia</p><p>escolar, a gestão democrática, a articulação curricular, a participação dos pais, a</p><p>otimização do tempo, a estabilidade profissional, a capacitação dos profissionais, o</p><p>reconhecimento público e o apoio das autoridades.</p><p>A análise das características organizacionais de uma escola permite o</p><p>conhecimento da cultura escolar e a identificação das áreas determinantes do sucesso</p><p>ou do insucesso da instituição. O planejamento deve acompanhar a organização do</p><p>trabalho da escola, uma vez que esse é o espaço no qual o PPP se realiza.</p><p>O PPP apresenta diretrizes para a elaboração do regimento escolar, orientando</p><p>a estruturação e o funcionamento da escola de acordo com os seus objetivos, visando</p><p>também ao estabelecimento de um clima de convivência harmônico e democrático. O</p><p>regimento escolar deve apresentar uma série de orientações que dizem respeito a</p><p>diferentes áreas, garantindo o cumprimento das leis e das diretrizes e resguardando</p><p>espaços de autonomia e responsabilidade, inerentes à instituição escolar. Sob</p><p>nenhuma hipótese o regimento pode contrariar o que está posto no projeto</p><p>pedagógico.</p><p>Ao traçar objetivos a serem atingidos em determinado tempo e delinear a</p><p>missão da escola, o PPP aponta para as práticas pedagógicas que devem ser</p><p>desenvolvidas para que, o que está proposto no documento seja concretizado. As</p><p>práticas pedagógicas devem ser pensadas a partir dos referenciais curriculares</p><p>propostos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — relacionados ao tipo de</p><p>sujeito e de sociedade que se pretende construir</p><p>— e da Constituição Federal de 1988.</p><p>Ao mesmo tempo em que a escola tem uma identidade própria, ela está inserida</p><p>em um contexto maior. Portanto, ela está sujeita às ações das políticas públicas</p><p>pensadas nos níveis federal, estadual e municipal. Por isso, a elaboração do projeto</p><p>político-pedagógico deve considerar o que está posto nas políticas educacionais</p><p>desde o nível mais amplo até o local.</p><p>26</p><p>Assim, o processo de construção do PPP deve levar em conta o contexto das</p><p>políticas públicas educacionais presentes no cotidiano escolar. Além disso, a</p><p>dimensão local precisa ser considerada, já que possibilita a adequação das práticas</p><p>às especificidades e demandas da unidade escolar.</p><p>6 A AUTONOMIA LEGAL E A AUTONOMIA CONSTRUÍDA PELO COLETIVO DA</p><p>ESCOLA</p><p>De acordo com Oliveira, Pereira e Drabach (2011), o termo “autonomia” é a</p><p>capacidade de se governar por suas próprias leis e dirigir-se por sua própria vontade.</p><p>Esse termo traz em sua essência a ideia de liberdade para agir. Martins (2002) discute</p><p>o conceito de autonomia sob dois prismas: a ideia de participação social e a ideia de</p><p>ampliação da participação política, baseada na descentralização e na</p><p>desconcentração do poder.</p><p>Isso posto, fica claro que autonomia implica participação. A participação, no</p><p>que lhe concerne, se traduz em democracia. Quanto mais democrático é um regime</p><p>político, maior é a descentralização do poder e maiores são as possibilidades de</p><p>exercício pleno da cidadania. A escola, como um lugar privilegiado de intervenção</p><p>política e ideológica, pode, por meio de suas práticas pedagógicas, possibilitar a</p><p>construção de novos paradigmas, priorizando a formação democrática dos indivíduos.</p><p>Assim, ela deve ser também uma instituição autônoma.</p><p>A autonomia escolar é um caminho para a superação de estruturas autoritárias</p><p>e descomprometidas com a realidade social. É também um meio de construir uma</p><p>escola democrática e participativa, na qual a atuação de todos os envolvidos se</p><p>constitui como um eixo da organização. Uma escola é considerada autônoma quando</p><p>se mostra capaz de resolver os seus próprios problemas, de forma responsável e</p><p>eficaz, nas áreas pedagógica, administrativa, financeira, organizacional e de gestão</p><p>de pessoal. Além disso, ela é autônoma quando consegue desenvolver um trabalho</p><p>27</p><p>pedagógico voltado para o atendimento das particularidades e das necessidades de</p><p>sua comunidade.</p><p>Do ponto de vista legal, a autonomia das unidades escolares públicas de</p><p>educação está prevista na LDBN. Segundo Azanha (1998), a forma pela qual a</p><p>autonomia escolar foi abordada nessa lei representa um progresso significativo em</p><p>relação às legislações anteriores.</p><p>O art. 12, em seu inciso I, estabelece como incumbência primordial da escola</p><p>a elaboração e a execução de sua proposta pedagógica. Os arts. 13 (inciso I) e 14</p><p>(incisos I e II), por sua vez, estabelecem a necessidade de que essa proposta seja</p><p>fruto de uma construção coletiva, para a qual devem colaborar professores, outros</p><p>profissionais da educação e as comunidades escolar e local. O art. 15 determina que</p><p>graus progressivos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira</p><p>sejam assegurados pelos sistemas de ensino às unidades escolares públicas de</p><p>educação básica, observadas as normas gerais de direito financeiro público.</p><p>Ainda segundo Azanha (1998), além das referências explícitas à necessidade</p><p>de que cada escola elabore e execute o seu próprio projeto pedagógico a LDBN</p><p>retomou, no art. 3º (inciso III), como princípio de toda a educação nacional, a exigência</p><p>de pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. Esse princípio é relevante,</p><p>pois, ele traduz, no nível escolar, o fundamento da convivência democrática, pautada</p><p>na aceitação das diferenças. Considere o seguinte:</p><p>[…] o simples fato de que cada escola, no exercício de sua autonomia,</p><p>elabore e execute o seu próprio projeto escolar não elimina o risco de</p><p>supressão das divergências e nem mesmo a possibilidade de que existam</p><p>práticas escolares continuamente frustradoras de uma autêntica educação</p><p>para a cidadania. Na verdade, a autonomia escolar desligada dos</p><p>pressupostos éticos da tarefa educativa poderá até favorecer a emergência e</p><p>o reforço de sentimentos e atitudes contrários à convivência democrática</p><p>(AZANHA, 1998, p. 14).</p><p>Em uma sociedade democrática, a autonomia escolar é fundamental, enquanto</p><p>possibilita a concretização das metas da tarefa educativa. Sem a autonomia escolar,</p><p>não é possível conceber a ética do professor e da escola. Sem possibilidades de fazer</p><p>28</p><p>escolhas, a escola e os professores são meros executores de ordens e deixam de ter</p><p>responsabilidade ética pelo trabalho desenvolvido.</p><p>6.1 O papel da escola na construção da sua autonomia</p><p>O fato de a autonomia escolar estar previsto na legislação não garante que a</p><p>instituição seja efetivamente autônoma. Para que isso se concretize, o gestor,</p><p>juntamente à comunidade escolar e à comunidade do entorno, deve se engajar na</p><p>construção coletiva da autonomia.</p><p>Segundo Oliveira, Pereira e Drabach (2011), a busca da autonomia escolar</p><p>passa por mudanças de estruturas grandes e centralizadas, pela simplificação das</p><p>estruturas burocráticas e pela descentralização dos processos decisórios. Para que a</p><p>autonomia exista, é necessária uma nova forma de organização escolar, pautada no</p><p>comprometimento coletivo. A ideia é reconhecer a escola como uma instituição</p><p>educativa capaz de fixar as regras para a sua atuação.</p><p>Nas palavras de Silva (1996), “a construção da autonomia escolar com vistas à</p><p>formação da cidadania requer que a escola seja, eminentemente, pública e, como</p><p>espaço público, ‘deve ser o lugar de expressão cultural de um sujeito coletivo</p><p>concreto’”. Assim, no seu projeto, a escola deve oportunizar a formação humana, em</p><p>um processo de integração com o contexto educativo. Essa deve ser uma condição</p><p>essencial de autonomia da unidade escolar, traduzida em seu projeto político</p><p>pedagógico.</p><p>A partir da sua própria autonomia a escola consegue ouvir mais os alunos e</p><p>desenvolver a emancipação dos mesmos, fazendo com que eles se desenvolvam em</p><p>um ambiente criativo. Na busca por uma educação de qualidade, é fundamental estar</p><p>comprometido com um ambiente que promova a autonomia do discente. Quando a</p><p>escola ouve seus alunos, a riqueza da criação que pode surgir desse processo é</p><p>impressionante. Mas, para isso, é preciso investir na curiosidade e na criatividade no</p><p>29</p><p>planejamento e na realização de pesquisas e projetos. Um processo educacional</p><p>construído em conjunto pode apresentar resultados muito mais significativos.</p><p>Para que a educação seja de qualidade, ela deve ser significativa para as</p><p>pessoas envolvidas. Paulo Freire (1996) introduziu esse conceito em sua Pedagogia</p><p>da Autonomia (1996). O conhecimento deve ter uma utilidade direcionada e</p><p>perceptível no cotidiano de cada aluno. Alunos comprometidos em construir sua</p><p>própria trajetória de aprendizagem acabam sendo mais engajados, levando à</p><p>efetividade no processo educacional.</p><p>É importante investir no papel de cada agente para sustentar todos os aspectos</p><p>da aprendizagem. Esse recurso ajuda a trazer significado e desejo de melhorar o</p><p>ambiente escolar onde os alunos vivem. Ao centrar os saberes e aspirações dos</p><p>alunos, pretende-se capacitá-los a tomar decisões e comprometer-se a ser o sujeito</p><p>da sua própria aprendizagem. Quando isso acontece, o campo de visão se expande.</p><p>Os alunos podem começar a formular hipóteses e investigar a realidade ao seu redor,</p><p>reconhecendo e dialogando com outros aspectos da cultura e do território local. Eles</p><p>também podem usar o que aprenderam nas disciplinas escolares para aprimorar essa</p><p>investigação e comunicação com os colegas e vivenciar a prática democrática e</p><p>cívica.</p><p>30</p><p>7 A GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA</p><p>Fonte: milenioescolar.com.br</p><p>Falando</p><p>em gestão democrática, devemos primeiro entender o que é gestão e</p><p>o que é democracia, para depois entendê-la a partir de um conceito de</p><p>responsabilidade cívica implícita. Gestão, pode ser definido como o campo das</p><p>humanidades, dedicado à administração de empresas e outras instituições para</p><p>poderem atingir seus objetivos eficazmente e eficientemente. O conceito de gestão</p><p>está diretamente relacionado à gestão dos recursos disponíveis em uma organização.</p><p>Esses recursos podem ser materiais, financeiros, humanos, técnicos ou de</p><p>informação.</p><p>A filosofia de gestão é baseada em quatro pilares: planejar, organizar, liderar e</p><p>controlar. Definir metas a serem alcançadas, planejar as etapas necessárias para</p><p>alcançá-las, diagnosticar e resolver problemas ao longo do caminho são algumas das</p><p>tarefas de gerenciamento. Outra preocupação da gestão é a melhoria dos processos</p><p>adotados pela empresa, com esforços perpétuos para aprender e buscar a inovação.</p><p>31</p><p>Por meio dos conceitos explicados acima, a gestão está relacionada ao uso</p><p>dos recursos pertencentes a uma organização. Nesse sentido, abordar essas</p><p>questões por meio de uma boa gestão desses recursos e monitorar como eles são</p><p>utilizados depende do assunto em questão. Torna-se necessário conceituar a</p><p>democracia para entender como ela deve ser implementada na gestão escolar.</p><p>De acordo com Rosenfield:</p><p>A democracia, no sentido etimológico da palavra, significa o “governo do</p><p>povo” o “governo da maioria”. Prevalece nessa primeira aproximação desse</p><p>fenômeno político uma definição quantitativa. Basta lembrar que a</p><p>democracia da antiguidade grega, mais particularmente em Heródoto, é uma</p><p>“forma de governo” entre duas outras: a monarquia ou “governo de um só” e</p><p>a aristocracia ou o “governo de alguns” (ROSENFIELD, 2003, p.5).</p><p>Portanto, como a democracia é um governo e a responsabilidade está nas</p><p>mãos de todos os sujeitos, a gestão dos recursos e das questões escolares não</p><p>podem ser apenas responsabilidade da equipe docente, pois na gestão democrática</p><p>vários sujeitos devem estar envolvidos no processo. Luck (2010) menciona que a</p><p>participação do sujeito tem as seguintes características:</p><p>[…] pela força da atuação consciente pela qual os membros de uma unidade</p><p>social reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na</p><p>determinação da dinâmica dessa unidade, de sua cultura e de seus</p><p>resultados, poder esse resultante de sua competência e vontade de</p><p>compreender, decidir e agir sobre questões que lhes são afetas, dando-lhe</p><p>unidade, vigor e direcionamento firme (LUCK, 2010, p. 21).</p><p>Dessa forma, as questões escolares podem ser continuamente discutidas e</p><p>refletidas por meio do PPP de forma democrática, pois todos os membros da</p><p>comunidade escolar podem e devem ser envolvidos no processo.</p><p>Somente quando todos participam da construção pode-se buscar uma melhor</p><p>qualidade de ensino, dando assim um melhor direcionamento para o investimento de</p><p>recursos e a melhoria da educação.</p><p>A construção da educação democrática começa com a ideia de participação</p><p>efetiva e sustentada na comunidade escolar. A participação nesta comunidade deve</p><p>32</p><p>envolver questões pedagógicas e organizacionais. É preciso compreender que os</p><p>sujeitos são ativos e engajados no processo. De acordo com Libâneo (2003):</p><p>Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura condições</p><p>organizacionais, operacionais e pedagógico didáticas que permitam o</p><p>desempenho dos professores em sala de aula, de modo que todos os seus</p><p>alunos sejam bem-sucedidos em suas aprendizagens (LIBÂNEO, 2003, p,</p><p>301 – 302).</p><p>O Projeto Político Pedagógico está diretamente relacionado à organização</p><p>escolar e é um guia para os rumos que a escola deve tomar. Portanto, além de tentar</p><p>verificar como os professores o utilizam para organizar o processo de ensino, é</p><p>relevante determinar a importância dos PPP’s para a prática docente nas escolas.</p><p>Logo, o PPP está fundamentalmente associado à organização do ensino, uma vez</p><p>que norteia o trabalho docente, é preciso reconhecer a importância da documentação</p><p>para que o professor organize sua prática. No entanto, é necessário verificar se os</p><p>professores utilizam esse elemento para organizar o ensino.</p><p>Para isso, precisamos verificar se o projeto está acontecendo no cotidiano da</p><p>instituição, pois os professores muitas vezes não entendem o papel do PPP, seus</p><p>objetivos, e nem sequer o trataram uma vez. Eles não têm acesso ao documento e</p><p>não sabem onde ele se encontra.</p><p>Se analisarmos o PPP da escola, veremos uma lista com os nomes das</p><p>pessoas envolvidas no seu desenvolvimento, assim como os nomes dos funcionários</p><p>que são docentes e os nomes de outras pessoas que são funcionários da escola.</p><p>Poucas famílias estão envolvidas em projetos e decisões que precisam ser tomadas</p><p>na escola. Muitos pais nem sabem o que seus filhos estão fazendo, muito menos como</p><p>são investidos os recursos que cada escola recebe.</p><p>Muitas escolas parecem não se importar em comunicar aos pais a importância</p><p>de seu envolvimento na vida escolar de seus filhos, supervisionar questões de ensino</p><p>e apoiá-los em casa. Além disso, esquecem a necessidade de monitorar as questões</p><p>de financiamento público nas escolas. Ainda, poucas pessoas querem estar na</p><p>Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) ou no conselho escolar quando</p><p>33</p><p>se trata de reuniões de pais, e muitos preferem se absolver, no entanto, é preciso que</p><p>todos estejam envolvidos no processo de construção de um PPP. Pimenta observou</p><p>que o programa de educação política:</p><p>[…] resulta da construção coletiva dos atores da educação escolar. Ele é a</p><p>tradução que a escola faz de suas finalidades, a partir das necessidades que</p><p>lhe estão colocadas, com o pessoal — professores/alunos/equipe</p><p>pedagógica/pais — e com os recursos de que dispõe (PIMENTA, 1991, p.79).</p><p>O processo de governança democrática é desencadeado quando se</p><p>estabelece um PPP com a comunidade escolar, uma forma de construção de PPP</p><p>que pressupõe um modo diferente de pensar a escola e a implementação de um plano</p><p>de ação voltado para as relações interpessoais e ações para a busca do benefício</p><p>coletivo. Quando a construção de tal documento é realizada conjuntamente pelas</p><p>diversas instâncias que compõem a escola, todos são solidariamente responsáveis</p><p>pelo investimento de recursos e pelo sucesso ou fracasso da componente didática. É</p><p>preciso ter uma participação efetiva para ser possível a coleta e buscar uma educação</p><p>de qualidade.</p><p>Souza (2009) entende que os alunos não apenas se beneficiam das ações de</p><p>construção do PPP, mas devem ser envolvidos em seu desenvolvimento, pois</p><p>possuem visão de mundo própria e podem trabalhar para mudar a realidade da escola.</p><p>Portanto, é necessário realizar um projeto de conscientização no sentido de que as</p><p>escolas transmitam a real importância dos alunos como parte da construção da</p><p>realidade, apontando deficiências visando a melhoria escolar, mostrar soluções para</p><p>problemas educacionais que não são atraentes quando elaboradas pelos professores.</p><p>Mas todo mundo tem que estar aberto a esse tipo de mudança, a essa ideia de</p><p>construção coletiva. Os problemas devem ser apontados, a reflexão a partir da prática,</p><p>melhorar a qualidade da educação escolar e fazer com que os alunos prestem atenção</p><p>ao aprendizado. Busmann (1995) entende que para vivenciar o processo de</p><p>governança democrática, todos os participantes da comunidade escolar, professores,</p><p>profissionais da escola, pais e alunos devem mudar as práticas escolares.</p><p>34</p><p>Essas mudanças, na prática escolar, dependem de apontar o que esses</p><p>diferentes sujeitos passam, cada um com seu papel e percepção da realidade, pois</p><p>todos sabem que as rotinas escolares podem ser aprimoradas. Para isso, é preciso</p><p>respeitar as diferentes perspectivas de todos os envolvidos no processo, entender que</p><p>as soluções não estão apenas nas mãos de</p>

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