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Petição III - Direito Trabalhista

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Caro aluno, seja bem-vindo à Seção 3. Na Seção 1, Teresa Silva ajuizou sua reclamação trabalhista em face de Expert Tecnologia da Informação Ltda., que apresentou sua defesa na Seção 2. Nesse momento processual já houve, também, a apresentação da impugnação por parte da reclamante, assim como já se desenvolveu a instrução processual, com a oitiva de uma testemunha levada a convite de cada parte. Ao fim da audiência restou consignado em ata que as partes seriam intimadas na prolação da sentença. Qual é o teor da Sentença?


a) Que a reclamante tem direitos às horas extras e ao ressarcimento dos custos.
b) Que a reclamante não tem direitos às horas extras e deve ser ressarcida dos custos.
c) Que a reclamante não tem direitos às horas extras e não deve ser ressarcida dos custos.
d) Que a reclamante tem direitos às horas extras e não deve ser ressarcida dos custos.

O que é necessário para que seja plenamente exercido o contraditório e o duplo grau de jurisdição no processo trabalhista?


a) O acordo entre as partes
b) A mediação entre as partes
c) A instância superior poder reformar a decisão de primeiro grau
d) A instância superior poder reformar a sua decisão

Após a munição, qual ato processual prevê que a parte adversa seja intimada para apresentar contrarrazões?


a) Intimação
b) Recurso de Reclamação
c) Manifestação de Parte
d) Recurso Ordinário

Quais são os requisitos para a interposição de um recurso na esfera trabalhista?

a) Unirrecorribilidade
b) Aspecto temporal
c) Preparo

Quando é necessário o recolhimento do depósito recursal?


a) Sempre que for interposto um recurso
b) Quando o(a) magistrado(a) não está de acordo com o pedido do recurso
c) Quando há condenação em pecúnia
d) Quando a sentença é declaratória sem condenação pecuniária ou totalmente improcedente

Como são computados os prazos processuais trabalhistas?


a) Em dias corridos
b) Em dias úteis
c) Por contigencias
d) Por meio de prazos diferenciados

No que tange ao Direito Material do Trabalho, você deverá lançar mão dos fundamentos jurídicos necessários para tentar reverter a decisão de improcedência total, já que os aspectos fáticos são incontroversos. Eles são, basicamente, os mesmos que foram usados no processo de elaboração da petição inicial. Vamos relembrá-los?


2 – JORNADA DE TRABALHO A sentença aplicou a redação original do art. 62, inciso III, da CLT, para afastar o direito de Teresa no recebimento de horas extras. Este, portanto, deve ser o fundamento a ser combatido na peça a ser elaborada. A melhor saída é a analogia com o trabalhador externo, ou seja, conforme jurisprudência consolidada, ele somente não tem direito ao controle de jornada quando a empregadora comprova a total impossibilidade do controle de sua jornada. Há, portanto, relativização do disposto no art. 62, inciso I, da CLT, cuja leitura desassociada da interpretação dada pelos Tribunais do Trabalho conduziria ao equívoco de que o trabalhador externo jamais faria jus às horas extraordinárias.


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Questões resolvidas

Caro aluno, seja bem-vindo à Seção 3. Na Seção 1, Teresa Silva ajuizou sua reclamação trabalhista em face de Expert Tecnologia da Informação Ltda., que apresentou sua defesa na Seção 2. Nesse momento processual já houve, também, a apresentação da impugnação por parte da reclamante, assim como já se desenvolveu a instrução processual, com a oitiva de uma testemunha levada a convite de cada parte. Ao fim da audiência restou consignado em ata que as partes seriam intimadas na prolação da sentença. Qual é o teor da Sentença?


a) Que a reclamante tem direitos às horas extras e ao ressarcimento dos custos.
b) Que a reclamante não tem direitos às horas extras e deve ser ressarcida dos custos.
c) Que a reclamante não tem direitos às horas extras e não deve ser ressarcida dos custos.
d) Que a reclamante tem direitos às horas extras e não deve ser ressarcida dos custos.

O que é necessário para que seja plenamente exercido o contraditório e o duplo grau de jurisdição no processo trabalhista?


a) O acordo entre as partes
b) A mediação entre as partes
c) A instância superior poder reformar a decisão de primeiro grau
d) A instância superior poder reformar a sua decisão

Após a munição, qual ato processual prevê que a parte adversa seja intimada para apresentar contrarrazões?


a) Intimação
b) Recurso de Reclamação
c) Manifestação de Parte
d) Recurso Ordinário

Quais são os requisitos para a interposição de um recurso na esfera trabalhista?

a) Unirrecorribilidade
b) Aspecto temporal
c) Preparo

Quando é necessário o recolhimento do depósito recursal?


a) Sempre que for interposto um recurso
b) Quando o(a) magistrado(a) não está de acordo com o pedido do recurso
c) Quando há condenação em pecúnia
d) Quando a sentença é declaratória sem condenação pecuniária ou totalmente improcedente

Como são computados os prazos processuais trabalhistas?


a) Em dias corridos
b) Em dias úteis
c) Por contigencias
d) Por meio de prazos diferenciados

No que tange ao Direito Material do Trabalho, você deverá lançar mão dos fundamentos jurídicos necessários para tentar reverter a decisão de improcedência total, já que os aspectos fáticos são incontroversos. Eles são, basicamente, os mesmos que foram usados no processo de elaboração da petição inicial. Vamos relembrá-los?


2 – JORNADA DE TRABALHO A sentença aplicou a redação original do art. 62, inciso III, da CLT, para afastar o direito de Teresa no recebimento de horas extras. Este, portanto, deve ser o fundamento a ser combatido na peça a ser elaborada. A melhor saída é a analogia com o trabalhador externo, ou seja, conforme jurisprudência consolidada, ele somente não tem direito ao controle de jornada quando a empregadora comprova a total impossibilidade do controle de sua jornada. Há, portanto, relativização do disposto no art. 62, inciso I, da CLT, cuja leitura desassociada da interpretação dada pelos Tribunais do Trabalho conduziria ao equívoco de que o trabalhador externo jamais faria jus às horas extraordinárias.


Prévia do material em texto

Seção 3 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
TRABALHISTA 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
Caro aluno, seja bem-vindo à Seção 3. 
 
Na Seção 1, Teresa Silva ajuizou sua reclamação trabalhista em face de Expert Tecnologia da 
Informação Ltda., que apresentou sua defesa na Seção 2. 
 
Nesse momento processual já houve, também, a apresentação da impugnação por parte da 
reclamante, assim como já se desenvolveu a instrução processual, com a oitiva de uma testemunha 
levada a convite de cada parte. 
 
Ao fim da audiência restou consignado em ata que as partes seriam intimadas na prolação da 
sentença. A sua disponibilização ocorreu no dia 24/10/2022 e o seu teor é o seguinte: 
 
 
PODER JUDICIÁRIO 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE CURITIBA/PR 
RITO ORDINÁRIO 
PROCESSO N. 0002244-30.2022.5.09.0002 
RECLAMANTE: TERESA SILVA 
RECLAMADA: EXPERT TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA. 
 
SENTENÇA 
1 - RELATÓRIO 
 
A reclamante ajuizou a presente reclamação trabalhista alegando que foi contratada em 04/10/2021 
para prestar serviços em regime de teletrabalho. Ela afirma que seu trabalho se iniciava às 08h00min 
e findava às 19h00min, de segunda à sexta-feira, sempre com 1h00min de intervalo intrajornada, 
razão pela qual faz jus às horas extras além da 8ª diária e 44ª semanal, com os consectários legais. 
 
 
Seção 3 
DIREITO TRABALHISTA 
Sua causa! 
 
 3 
A reclamante aduz que teve que arcar com os custos de mobiliário, energia e internet, requerendo, 
portanto, tais ressarcimentos. Ela foi dispensada em 29/08/2022 mediante aviso prévio indenizado. 
 
Atribuiu à causa o valor de R$ XXX,XX. Juntou documentos. 
 
Regularmente citada, a reclamada apresentou contestação, asseverando que a obreira não tem 
direito ao recebimento de horas extras por ter laborado em regime de teletrabalho. Aduz que a 
redação original do art. 62, inciso III, da CLT, previa que os teletrabalhadores não fazem jus às horas 
extraordinárias. No que diz respeito aos gastos, afirma que restou, pactuado por escrito, que eles 
seriam suportados pela reclamante, nos termos do art. 75-D da CLT. 
 
Realizada a audiência, a conciliação foi proposta, mas não foi aceita. 
 
Fixados os pontos controvertidos e definido o ônus da prova, consensualmente, procedeu-se à oitiva 
das partes e de uma testemunha de cada parte. 
 
Como declararam que não desejavam produzir outras provas, encerrou-se a instrução. 
 
Alegações finais remissivas. 
 
Renovada a tentativa de conciliação, não foi aceita. 
 
 
2 - FUNDAMENTAÇÃO 
 
2.1 - HORAS EXTRAS 
 
A reclamante alega que iniciava suas atividades às 08h00min, pois tinha reunião diária com sua 
equipe nesse horário, e findava às 19h00min. Conseguia usufruir de 1h00min de pausa para refeição 
e descanso. Requer, portanto, as horas extras que extrapolaram a jornada diária de 8h (oito horas) 
e a semanal de 44h (quarenta e quatro horas), com o adicional legal de 50% e os devidos reflexos 
em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário, depósitos do FGTS e multa de 40% sobre o 
saldo do FGTS. 
 
Com a devida vênia, há óbice legal para que a pretensão da laborista seja alcançada. 
 
 
 4 
O art. 62, inciso III, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/17, excluía o teletrabalhador das 
regras do seu Capítulo II, sem qualquer ressalva. 
 
Tendo em vista que a contratação da reclamante se deu em 04/10/2021 e a redação do invocado art. 
62, inciso III, somente foi alterada pela MP nº 1.108, de 25 de março de 2022, posteriormente 
convertida na Lei nº 14.442/22, dúvida não resta de que a exclusão genérica do direito às horas 
extras se aplica à trabalhadora. 
 
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido. 
 
 
2.2 - GASTOS COM INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
 
Alega a obreira que arcou com R$ 3.000,00 (três mil reais) para adquirir mesa e cadeira para o 
teletrabalho. Afirma, ainda, que teve que fazer upgrade na velocidade de sua internet de banda larga, 
o que gerou custo adicional de R$ 50,00 (cinquenta reais) por mês. Por fim, aduz que houve 
incremento do gasto de R$ 15,00 (quinze) reais por mês com energia elétrica em virtude do uso do 
notebook em casa 
 
Requer, portanto, o ressarcimento de tais despesas, com fundamento no princípio da alteridade, 
previsto no art. 2º da CLT. 
 
Mais uma vez razão não lhe assiste. 
 
Em que pese vigorar no Direito do Trabalho o princípio da alteridade, segundo o qual a empregadora 
é quem deve assumir os riscos e custos do seu negócio, o art. 75-D da CLT consagra exceção à 
regra. Ele dispõe que as partes podem ajustar por escrito quem irá assumir tais gastos. 
 
No caso sob exame, a reclamada trouxe aos autos o “Aditivo ao Contrato de Trabalho – Teletrabalho”, 
em que consta o seguinte: 
 
“A trabalhadora arcará com todas as despesas referentes ao mobiliário necessário para prestação 
dos serviços em regime de teletrabalho e aos gastos com internet e energia elétrica”. 
 
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de ressarcimento dos gastos com mobiliário, internet 
e energia elétrica. 
 
 
 5 
2.3 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
No caso em tela, a reclamante foi integralmente sucumbente, razão pela qual fixo os honorários 
advocatícios em proveito do(a) advogado(a) da reclamada em 15% do valor atualizado da causa, 
nos termos do caput, do art. 791-A, da CLT. 
 
 
3 - DISPOSITIVO 
 
Pelo exposto, julga-se totalmente improcedente os pedidos formulados na petição inicial. 
 
Condeno a reclamante ao pagamento de honorários advocatícios em proveito do(a) advogado(a) da 
reclamada em 15% do valor atualizado da causa. 
 
Custas pela reclamante, na ordem de 2% do valor dado à causa de R$ XXXX. 
 
Curitiba, 21/10/2022. 
 
Juiz do Trabalho. 
 
Agora é com você! Novamente você realizará o papel de advogado da reclamante. Lembre-se que 
essa inversão de papéis é apenas para fins didáticos, com o intuito de que você domine amplamente 
a praxe trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
A) DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
Vamos verificar as questões que envolvem o Direito Processual do Trabalho e que são necessárias 
para a elaboração da peça processual. 
 
1) PEÇA PROCESSUAL 
 
O primeiro passo a ser dado é a identificação da peça processual a ser apresentada em face da 
sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial. A leitura do art. 895 da 
CLT é fundamental. 
 
O processo é dialético, isto é, numa explicação informal pode-se dizer que se assemelha a um 
diálogo. O último a “falar” no processo foi o juiz, que proferiu a decisão judicial que é inteiramente 
desfavorável aos interesses de sua cliente. Dessa forma, a peça processual a ser elaborada deve 
ter como norte combater os fundamentos dessa última “fala”. 
 
Trata-se do pleno exercício do contraditório e do duplo grau de jurisdição previstos no art. 5º, inciso 
LV, da CRFB/88. 
 
Como o sistema processual é organizado de maneira hierárquica, somente a instância superior pode 
reformar uma decisão proferida por uma Vara do Trabalho. Nesse caso, como o juízo a quo é a 2ª 
Vara do Trabalho de Curitiba/PR, o órgão hierarquicamente superior é o Tribunal Regional do 
Trabalho da 9ª Região. Ele poderá reanalisar todo os fundamentos fáticos e jurídicos suscitados, 
mantendo ou modificando a decisão de primeiro grau. 
 
A peça a ser elaborada, como qualquer outra, é iniciada com o endereçamento, que, no caso, é o 
juízo que proferiu a decisão judicial. 
 
 
 
 
 
 
Fundamentando! 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O juízo a quo fará o primeiro juízo de admissibilidade, ou seja, irá verificar se foram preenchidos os 
pressupostos recursais, tais como tempestividade, regularidade de representação processual e 
regularização do preparo, se for o caso. 
 
Admitido o recurso, será intimada a parte adversa para apresentar contrarrazões, conforme prevê o 
art.900, da CLT. 
 
 
2) PRESSUPOSTOS OU REQUISITOS RECURSAIS 
 
Muitos dizem que o Direito Processual do Trabalho é informal. Essa até pode ser uma característica 
desse ramo do Direito quando comparado, por exemplo, com o Direito Processual Civil. Todavia, 
concluir pela sua informalidade, não corresponde à realidade. 
 
O Processo do Trabalho é composto por um conjunto de atos processuais que vão se sucedendo de 
forma coordenada. Não há, portanto, uma aleatoriedade na prática dos atos processuais. No caso, 
as regras estão muito bem estabelecidas na CLT, podendo ser utilizado o CPC de forma subsidiária 
e supletiva. Elas são menos rígidas ou mais dinâmicas em algumas situações, haja vista que o que 
está em jogo numa reclamação trabalhista é um pretenso crédito, de natureza alimentar, que 
supostamente foi negado à trabalhadora durante o pacto laboral. 
Não confunda “juízo” com o juiz ou juíza que assina a sentença. 
Juízo é o órgão do Poder Judiciário onde o(a) magistrado(a) exerce 
suas atribuições. Não se confunde, portanto, com a figura pessoal do 
juiz ou da juíza. 
Dessa forma, nas peças processuais o mais adequado não é se 
referir à pessoa do(a) magistrado(a), mas à decisão que se busca 
reformar. Ela é a materialização do provimento jurisdicional e, 
portanto, é ela que deve ser atacada pela peça processual, não a 
pessoa, em sua subjetividade. 
 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 8 
 
Os recursos na esfera trabalhista também são revestidos de certas formalidades, as quais 
necessitam ser cumpridas, sob pena de o apelo não ser analisado pelo Poder Judiciário em virtude 
de um defeito processual. Elas são denominadas “pressupostos” ou “requisitos”. 
 
O primeiro deles é a unirrecorribilidade, segundo a qual existe um recurso específico para cada 
decisão. 
 
O aspecto temporal é intrínseco aos atos processuais e, consequentemente, aos recursos. O ato 
processual tem que ser praticado no prazo fixado pela legislação trabalhista, sob pena de preclusão. 
Esse requisito é conhecido como “tempestividade” do recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O preparo é outro requisito formal que envolve recurso. Ele abrange tanto o pagamento das custas, 
quanto o recolhimento do depósito recursal. Este último tem natureza de garantia, razão pela qual 
somente deve ser realizado pela parte devedora, quando há condenação em pecúnia. Ele não é 
necessário na hipótese de a sentença ser apenas declaratória, sem condenação pecuniária ou ser 
totalmente improcedente. Isso se justifica, pois não há razão para dar garantia a respeito de 
obrigação que não é de pagar. Não deixe de analisar o conteúdo do art. 899, da CLT, que é 
fundamental para a compreensão de todos os detalhes do tema. 
 
Já as custas estão disciplinadas no art. 789, inciso I, da CLT. Elas devem ser recolhidas na base de 
2% do valor arbitrado à condenação ou atribuído à causa e devem ser comprovadas no processo no 
prazo previsto para o recurso. 
 
É importante alertar que na hipótese de sucumbência recíproca, ou seja, se a reclamante obteve 
êxito em alguns pedidos e perdeu outros, não é necessário o recolhimento de custas pela 
 
Os prazos processuais trabalhistas são computados em dias úteis, 
conforme dicção do art. 775 da CLT. 
PONTO DE ATENÇÃO 
 
 9 
trabalhadora, pois não há previsão legal de pagamento de custas pro rata no Direito Processual do 
Trabalho. Conclui-se, portanto, que a reclamante somente terá que efetuar tal recolhimento quando 
estiver diante da improcedência total da sua reclamação trabalhista e não lhe tiver sido deferida a 
justiça (art. 819, §2º, da CLT). 
 
Você, aluno, deve analisar se o recurso a ser interposto para tentar reverter a decisão que foi 
desfavorável a seu cliente carece de pagamento de custas e/ou de recolhimento do depósito recursal. 
A praxe forense sugere que na sua peça processual você mencione e justifique a necessidade ou 
não do preparo. 
 
A regular representação processual não pode passar despercebida. O instrumento de procuração 
juntado aos autos preenche os requisitos legais? Caso a resposta seja negativa, deve ser concedido 
prazo para sua regularização, nos termos do art. 76 do CPC e da Súmula nº 383 do TST: 
 
Súmula nº 383 do TST 
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC 
DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 
2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos 
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter 
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, 
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) 
dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante 
despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e 
não se conhece do recurso. 
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, 
em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o 
órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) 
dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não 
conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará 
o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
(art. 76, § 2º, do CPC de 2015). 
 
A parte, portanto, terá o prazo de 5 (cinco) dias para sanar o vício de representação também na fase 
recursal. 
 
A legitimidade recursal diz respeito a quem pode interpor recurso. Para tanto, é fundamental o exame 
da legislação pátria, que prevê quem detém essa legitimidade: a parte vencida, o terceiro prejudicado 
e o Ministério Público do Trabalho, como parte ou como fiscal da lei (aplicação subsidiária do art. 996 
do CPC de 2015). 
 
Além disso, a parte tem que ter interesse em recorrer, isto é, tem que ser sucumbente no objeto da 
demanda para que possa recorrer daquilo que lhe foi desfavorável. 
 
 10 
 
Essas são as principais questões de ordem processual que devem ser observadas no processo de 
elaboração da peça recursal. 
 
Não se esqueça, ainda, de inserir o número do processo após o endereçamento. 
 
 
3) PRAZO – DISPONIBILIZAÇÃO DO DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
É muito importante salientar que as reclamações trabalhistas, em todo o país, tramitam 
exclusivamente no Processo Judicial Eletrônico (PJe). Entretanto, as intimações para que as partes 
e procuradores tomem ciência dos atos processuais não ocorrem no PJe, mas no Diário Eletrônico 
da Justiça do Trabalho (DEJT). 
 
A Lei nº 11.419/06 rege as questões atinentes ao DEJT, trazendo peculiaridade na contagem dos 
prazos: 
 
Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio 
da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos 
próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral. 
§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser 
assinados digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora 
credenciada na forma da lei específica. 
§ 2º A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e 
publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, 
exigem intimação ou vista pessoal. 
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da 
disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. 
§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado 
como data da publicação. 
§ 5º A criação do Diário da Justiça eletrônico deverá ser acompanhada de ampla 
divulgação, e o ato administrativo correspondente será publicado durante 30 (trinta) 
dias no diário oficial em uso. 
 
Observe que a data em que o despacho ou decisão ficam disponíveis no Diário Eletrônico da Justiça 
do Trabalho(DEJT) não é a de sua publicação, mas de sua disponibilização. A publicação ocorre no 
dia útil subsequente à disponibilização do ato processual no DEJT. Já o início do prazo se dá no dia 
útil seguinte à publicação. 
 
Não se esqueça de que os prazos no Direito Processual do Trabalho são contados em dias úteis, 
conforme art. 775 da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/17. 
 
 
 
 11 
B) DIREITO MATERIAL DO TRABALHO 
 
No que tange ao Direito Material do Trabalho, você deverá lançar mão dos fundamentos jurídicos 
necessários para tentar reverter a decisão de improcedência total, já que os aspectos fáticos são 
incontroversos. 
 
Eles são, basicamente, os mesmos que foram usados no processo de elaboração da petição inicial. 
Vamos relembrá-los? 
 
 
2 – JORNADA DE TRABALHO 
A sentença aplicou a redação original do art. 62, inciso III, da CLT, para afastar o direito de Teresa no 
recebimento de horas extras. 
 
Este, portanto, deve ser o fundamento a ser combatido na peça a ser elaborada. 
 
A melhor saída é a analogia com o trabalhador externo, ou seja, conforme jurisprudência consolidada, 
ele somente não tem direito ao controle de jornada quando a empregadora comprova a total 
impossibilidade do controle de sua jornada. Há, portanto, relativização do disposto no art. 62, inciso 
I, da CLT, cuja leitura desassociada da interpretação dada pelos Tribunais do Trabalho conduziria ao 
equívoco de que o trabalhador externo jamais faria jus às horas extraordinárias. 
 
Nesta linha de raciocínio sugere-se, novamente, a análise de acórdão do Egrégio Tribunal Regional 
do Trabalho da 2ª Região, cujo acesso pode ser feito no endereço eletrônico a seguir consignado: 
 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745 
 
Sugere-se, também, a leitura do seguinte julgado da lavra do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª 
Região: 
 
• https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full 
 
No caso em tela, não há dúvida de que a trabalhadora foi contratada por jornada. A Medida Provisória 
nº 1.108/22, ao excluir do controle de jornada somente daqueles que foram contratados por tarefa 
ou produção, o que não foi o caso de Teresa, reforça a tese de que a melhor interpretação da redação 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
 
 12 
original do art. 62, inciso III, é a que afasta o direito às horas extras somente na impossibilidade de 
controle. 
 
Como este é o único momento processual em que se pode manifestar o inconformismo com a 
decisão de primeiro grau e, portanto, a singular oportunidade em lançar mão de tudo o possível para 
a defesa dos interesses de sua cliente, não se esqueça do princípio da eventualidade. 
 
De forma subsidiária, é importante requerer a reforma parcial da sentença, a fim de que sejam 
deferidas as horas extras, ao menos, a partir de 25 de março de 2022, data em que entrou em vigor 
a Medida Provisória nº 1.108, que prevê o pagamento de horas extras para teletrabalhadores 
contratados por jornada, como foi o caso de Teresa. 
 
 
3 – GASTOS COM INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
O fundamento constante na decisão proferida pela 2ª Vara do Trabalho de Curitiba/PR para indeferir 
os ressarcimentos com mobiliário, energia e internet foi a previsão no art. 75-D da CLT. 
Dessa forma, analise novamente o disposto no art. 75-D da CLT: 
 
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção 
ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e 
adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas 
arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito 
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a 
remuneração do empregado. 
 
O texto legal prevê que as “disposições” relativas aos gastos serão previstas em contrato escrito. 
Diante da previsão do art. 2º da CLT, consagrando o princípio da alteridade, será que a interpretação 
dada pela sentença é a melhor? O art. 75-D prevê a possibilidade de atribuir o ônus pela aquisição 
de ferramentas de trabalho para a trabalhadora? 
Aliada a esta reflexão, refaça a leitura de julgado do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3ª 
Região, que pode ser acessado no seguinte endereço eletrônico: 
• https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826 
 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
 
 13 
 
 
 
Quadro 1 | Quadro sinótico da legislação e jurisprudência consolidada aplicável 
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores) 
 
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros 
Peça 
processual 
- Art. 895 Art. 336 Instrução 
Normativa nº 
39 
- 
Depósito 
Recursal 
- Art. 899 - - - 
Custas - Art. 789 - - - 
Depósito 
Recursal 
 
Regularidade 
de 
representação 
processual 
- - Art. 76 Súmula nº 
383 
- 
Prazos - Art. 775 - - Lei nº 11.419/06 
Jornada de 
trabalho 
Art. 7º, 
inciso XIII; 
Art. 58; art. 
62 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
2/1384357733/inteiro-
teor-1384357745 
e 
https://bibliotecadigital.t
rt1.jus.br/jspui/handle/1
001/2791708?mode=fu
ll 
Gastos com 
instrumentos 
de trabalho 
-I Art. 2; art. 
75-D 
- - Acórdão 
https://www.jusbrasil.co
m.br/jurisprudencia/trt-
3/1342129809/inteiro-
teor-1342129826 
Honorários 
Advocatícios 
- Art. 791-A - - ADIN nº 5766 do STF 
Fonte: elaborado pelo autor. 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-2/1384357733/inteiro-teor-1384357745
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/2791708?mode=full
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-3/1342129809/inteiro-teor-1342129826
 
 14 
 
 
 
Agora é com você. 
Analise qual(is) ponto(s) da decisão judicial de primeiro grau é(são) desfavorável(is) aos interesses 
de Teresa Silva. 
A peça processual deve ser endereçada ao juízo que prolatou a decisão e deve conter a(s) 
insurgência(s) de maneira fundamentada, contra o(s) aspecto(s) que foi(ram) desfavorável(is) ao 
interesse da sua cliente. 
Embora não seja um pressuposto recursal, é importante a elaboração de tópico acerca da sua 
tempestividade. 
Também faça tópico específico acerca das custas processuais. 
Mãos à obra! 
 
 
 
 
Vamos peticionar!

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