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<p>Página 2 de 1520</p><p>DESVENDANDO O ENAM: 900 QUESTÕES FGV</p><p>COMENTADAS</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, futuros magistrados e magistradas,</p><p>Foi publicado o edital para o I Exame Nacional da Magistratura.</p><p>A prova ocorrerá no dia 14 de abril de 2024.</p><p>Será elaborada pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM),</p><p>sob supervisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a colaboração da Escola Nacional de</p><p>Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho (ENAMAT).</p><p>Consistirá em prova objetiva com 80 (oitenta) questões, com cinco alternativas, elaboradas de</p><p>forma a privilegiar o raciocínio, a resolução de problemas e a vocação para a magistratura.</p><p>Esperamos, portanto, que as questões sigam uma linha similar àquela adotada pelos concursos da</p><p>FGV - Fundação Getúlio Vargas, com casos práticos, que exigirão do candidato a solução da</p><p>problemas ligados à magistratura.</p><p>Não acreditamos em questões que, em regra, cobrem prazos de prescrição, por exemplo, mas em</p><p>questões que analisem a postura do magistrado diante de problemas cotidianos da magistratura,</p><p>especialmente com fundamento nas Resoluções do CNJ para a magistratura.</p><p>Com relação às disciplinas, o exame cobrará:</p><p>Direito constitucional (podendo ser incluídas questões de Direito Constitucional do</p><p>Trabalho, Direito Constitucional Tributário e Normas Constitucionais de Processo</p><p>Penal): 16 questões</p><p>Direito administrativo: 10 questões</p><p>Noções Gerais de Direito e Formação Humanística: 6 questões</p><p>Direitos Humanos: 6 questões</p><p>Direito Processual Civil: 12 questões</p><p>Direito Civil: 12 questões</p><p>Direito Empresarial: 6 questões</p><p>Direito Penal: 12 questões</p><p>Página 3 de 1520</p><p>O Exame Nacional da Magistratura tem caráter apenas eliminatório, não classificatório, sendo</p><p>considerados aprovados todos os candidatos em ampla concorrência que obtiverem ao menos</p><p>70% de acertos na prova objetiva, ou, no caso de candidatos autodeclarados negros ou indígenas,</p><p>ao menos 50% de acertos.</p><p>Aprovado no ENAM, você poderá realizar as primeiras fases dos seguintes certames de</p><p>magistratura, previstos ou esperamos para 2024:</p><p>TJ-SP</p><p>TJ-RS</p><p>TJ-PA</p><p>TJ-SE</p><p>TJ-AM</p><p>TJ-PE</p><p>TJ-TO</p><p>TJ-CE</p><p>TJ-DFT</p><p>Portanto, esse é o momento para você aprofundar a sua preparação, notadamente nas disciplinas</p><p>não tão usuais para o concurseiro de magistratura, como humanística e direitos humanos, e</p><p>garantir a sua aprovação pelos próximos anos.</p><p>Precisamos fazer muitas questões.</p><p>Para te ajudar, separamos mais de 900 (novecentas) questões das últimas provas de magistratura</p><p>elaboradas pela FGV, com enfoque em casos práticos, tal como determinado pelo CNJ.</p><p>Em direitos humanos, optamos por questões de outros concursos jurídicos elaborados pela FGV,</p><p>e de provas recentes. Em tais questões, você encontrará as condenações do Brasil na Corte</p><p>Interamericana de Direitos Humanos, e outros temas que serão relevantes no ENAM.</p><p>Nesse material, você encontrará as questões das disciplinas exigidas no ENAM extraídas dos</p><p>seguintes concursos de magistratura:</p><p>TJ-GO</p><p>TJ-PR</p><p>TJ-ES</p><p>TJ-MS</p><p>TJ-MG</p><p>TJ-AP</p><p>TJ-PE</p><p>Página 4 de 1520</p><p>TJ-SC</p><p>TRF-1</p><p>TST Unificado</p><p>Além disso, não deixe de conhecer o nosso Curso Completo para o ENAM:</p><p>https://cj.estrategia.com/curso/enam-pacote-teorico-2024-pos-edital/</p><p>Entre, ainda, em nosso grupo de WhatsApp próprio para o ENAM, com materiais gratuitos,</p><p>lembretes para aulas inéditas, e outros materiais e orientações:</p><p>https://www.redirectmais.com/wpp/enam-grupo</p><p>Vamos juntos?</p><p>Bons estudos!</p><p>Thiago Föetsch Dias de Carvalho, Professor-Coordenador do Estratégia Carreiras Jurídicas e OAB,</p><p>e Equipe de Questões do Estratégia Carreiras Jurídicas.</p><p>Para qualquer dúvida, crítica ou sugestão, você pode nos encontrar no</p><p>thiago.carvalho@estrategia.com.</p><p>Página 5 de 1520</p><p>Sumário</p><p>Desvendando o ENAM: 900 questões FGV comentadas ......................................................................... 2</p><p>Introdução ...................................................................................................................................................... 2</p><p>Acesse as questões pelo Sistema de Questões .................................................................................... 11</p><p>Comentário das questões em vídeo ............................................................................................................. 11</p><p>Links para acesso no Sistema de Questões .................................................................................................. 13</p><p>Direito constitucional......................................................................................................................................................... 13</p><p>Direito administrativo ........................................................................................................................................................ 13</p><p>Noções gerais de direito e de formação humanística....................................................................................................... 13</p><p>Direitos humanos ............................................................................................................................................................... 13</p><p>Direito civil ......................................................................................................................................................................... 13</p><p>Direito processual civil ....................................................................................................................................................... 13</p><p>Direito empresarial ............................................................................................................................................................ 13</p><p>Direito penal ...................................................................................................................................................................... 13</p><p>Direito do trabalho ............................................................................................................................................................ 14</p><p>Direito processual penal .................................................................................................................................................... 14</p><p>Direito tributário ................................................................................................................................................................ 14</p><p>Direito do consumidor ....................................................................................................................................................... 14</p><p>Direito da criança e do adolescente .................................................................................................................................. 14</p><p>TJ-AP ............................................................................................................................................. 15</p><p>Direito Civil ................................................................................................................................................... 15</p><p>Direito Processual Civil ................................................................................................................................. 32</p><p>Direito do Consumidor ................................................................................................................................. 65</p><p>Direito da criança e do adolescente ............................................................................................................. 70</p><p>Página 6 de 1520</p><p>Direito Penal ................................................................................................................................................. 76</p><p>Direito Processual Penal ............................................................................................................................... 86</p><p>seguinte:</p><p>I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que</p><p>a parte dispõe para responder;</p><p>II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;</p><p>III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado</p><p>inadmissível.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Não é possível que uma parte recorra de algum capítulo da decisão e, diante de um recurso total</p><p>da parte contrária, interponha recurso adesivo para complementar o seu recurso principal. No</p><p>caso, houve preclusão consumativa. O adesivo é para aquele que demonstrou o seu interesse em</p><p>não recorrer.</p><p>Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das</p><p>exigências legais.</p><p>§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.§</p><p>2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas</p><p>Página 40 de 1520</p><p>regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição</p><p>legal diversa, observado, ainda, o seguinte:</p><p>I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que</p><p>a parte dispõe para responder;</p><p>II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;</p><p>III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado</p><p>inadmissível.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Não é possível que uma parte recorra de algum capítulo da decisão e, diante de um recurso total</p><p>da parte contrária, interponha recurso adesivo para complementar o seu recurso principal. No</p><p>caso, houve preclusão consumativa. O adesivo é para aquele que demonstrou o seu interesse em</p><p>não recorrer.</p><p>Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das</p><p>exigências legais.</p><p>§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.</p><p>§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas</p><p>regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição</p><p>legal diversa, observado, ainda, o seguinte:</p><p>I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que</p><p>a parte dispõe para responder;</p><p>II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;</p><p>III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado</p><p>inadmissível.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Não é possível que uma parte recorra de algum capítulo da decisão e, diante de um recurso total</p><p>da parte contrária, interponha recurso adesivo para complementar o seu recurso principal. No</p><p>caso, houve preclusão consumativa. O adesivo é para aquele que demonstrou o seu interesse em</p><p>não recorrer.</p><p>Página 41 de 1520</p><p>Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das</p><p>exigências legais.§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles</p><p>poderá aderir o outro.§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-</p><p>lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no</p><p>tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:</p><p>I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que</p><p>a parte dispõe para responder;</p><p>II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;</p><p>III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado</p><p>inadmissível.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Não é possível que uma parte recorra de algum capítulo da decisão e, diante de um recurso total</p><p>da parte contrária, interponha recurso adesivo para complementar o seu recurso principal. No</p><p>caso, houve preclusão consumativa. O adesivo é para aquele que demonstrou o seu interesse em</p><p>não recorrer.</p><p>Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das</p><p>exigências legais.</p><p>§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.§</p><p>2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas</p><p>regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição</p><p>legal diversa, observado, ainda, o seguinte:</p><p>I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que</p><p>a parte dispõe para responder;</p><p>II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;</p><p>III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado</p><p>inadmissível.</p><p>Questão 20. Em uma demanda entre particulares na qual se discute a metragem de um imóvel</p><p>para fins de acertamento de um direito, as partes somente protestaram por provas orais. O juiz,</p><p>de ofício, determinou a produção de prova pericial e documental, para exercer seu juízo de mérito</p><p>sobre a causa.</p><p>Página 42 de 1520</p><p>Nesse cenário, pode-se afirmar que o julgador agiu de forma:</p><p>a) correta, uma vez que cabe ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas</p><p>necessárias ao julgamento do mérito;</p><p>b) incorreta, uma vez que viola o princípio da inércia, já que cabe às partes a iniciativa da produção</p><p>probatória de seus direitos;</p><p>c) incorreta, uma vez que o julgamento deve ser feito de acordo com as provas produzidas nos</p><p>autos, não se admitindo ao juiz determinar as provas;</p><p>d) correta, pois só cabe ao julgador verificar a quem ele deve atribuir o ônus da prova, não sendo</p><p>mais ônus do autor a prova do seu direito;</p><p>e) incorreta, uma vez que cabe ao réu a prova de que a afirmativa do autor sobre a metragem do</p><p>imóvel não representa a veracidade dos fatos.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>A alternativa A é a correta.</p><p>Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias</p><p>ao julgamento do mérito.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias</p><p>ao julgamento do mérito.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias</p><p>ao julgamento do mérito.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias</p><p>ao julgamento do mérito.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Página 43 de 1520</p><p>Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias</p><p>ao julgamento do mérito.</p><p>Questão 21.</p><p>Em razão de um acidente de trânsito, Luiz, condutor de um dos veículos envolvidos, ajuizou ação</p><p>de indenização em face de Carlos, o condutor do outro automóvel, a quem atribuiu a culpa no</p><p>episódio.</p><p>Regularmente citado, Carlos apresentou a sua contestação, alegando que a culpa no evento</p><p>danoso fora apenas de um pedestre, não identificado, que surgira de inopino na via pública, assim</p><p>obrigando-o a desviar e colidir com o veículo de Luiz.</p><p>Considerando que os elementos probatórios carreados aos autos confirmavam inteiramente a</p><p>versão defensiva de Carlos, deve o juiz da causa:</p><p>a) determinar-lhe que promova a denunciação da lide em relação ao pedestre responsável pelo</p><p>acidente;</p><p>b) determinar-lhe que promova o chamamento ao processo em relação ao pedestre responsável</p><p>pelo acidente;</p><p>c) reconhecer a sua ilegitimidade passiva ad causam, extinguindo o feito sem resolução do mérito;</p><p>d) julgar improcedente o pedido do autor, visto que não foi configurada a responsabilidade civil</p><p>atribuída ao réu;</p><p>e) determinar a suspensão do feito, no aguardo de elementos que permitam a identificação do</p><p>pedestre causador do acidente.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>A alternativa</p><p>D foi apontada como a correta.</p><p>De acordo com o gabarito preliminar, a assertiva está correta tendo em vista que foi comprovado</p><p>durante o processo que o réu não possui responsabilidade pelo acidente de trânsito ocasionado</p><p>e sim o terceiro, devendo, portanto, o juiz julgar improcedente o pedido do autor proferindo</p><p>sentença com resolução do mérito, nos termos do</p><p>Página 44 de 1520</p><p>Art. 487, inciso I, do CPC/2015.</p><p>Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:</p><p>I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;</p><p>II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;</p><p>III - homologar:</p><p>a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;</p><p>b) a transação;</p><p>c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.</p><p>Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do , a prescrição e a decadência não serão reconhecidas</p><p>sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.</p><p>A alternativa A foi considerada incorreta.</p><p>No entendimento da banca examinadora, a alternativa encontra-se incorreta, pois no caso narrado</p><p>na questão o réu não foi vencido. Os elementos probatórios apresentados nos autos confirmam</p><p>inteiramente a versão defendida pelo demandado em sua contestação, não sendo, assim, caso de</p><p>denunciação da lide, nos termos do</p><p>Art. 125, inciso II, do CPC/2015.No entanto, entendemos que está é a alternativa considerada</p><p>correta. Mesmo que o pedestre que tenha sido culpado, pois surgira de inopino na via pública, o</p><p>motorista do automóvel (réu) pode sim ser responsabilizado civilmente, consoante arts. 188, II c/c</p><p>930, Código Civil. O</p><p>Art. 930 fala em ação regressiva para haver a importância que o réu tiver ressarcido ao lesado</p><p>(autor). Ora, no direito processual civil, a denunciação da lide é espécie de intervenção de terceiros</p><p>caracterizada, segundo Barbosa Moreira, por ser uma ação de regresso antecipada. Portanto, a</p><p>letra A está correta.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Não se trata de chamamento ao processo:</p><p>Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:</p><p>I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;</p><p>Página 45 de 1520</p><p>II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;</p><p>III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da</p><p>dívida comum.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>A alternativa encontra-se incorreta, pois Carlos é parte legítima no processo, uma vez que,</p><p>conforme narrado na questão, colidiu o seu veículo com o de Luís ocasionado, assim, um acidente</p><p>de trânsito. Contudo, comprovou, durante o processo, que agiu conforme a legalidade, provando</p><p>que a culpa pelo evento danoso foi de terceiro, um pedestre não identificado, que surgira de</p><p>inopino na via pública, obrigando-o a desviar e colidir com o veículo do autor.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>A alternativa está incorreta, visto que restou comprovado que o réu não possui responsabilidade</p><p>pelo acidente de trânsito ocasionado e sim o terceiro, devendo, portanto, o juiz julgar</p><p>improcedente o pedido do autor proferindo sentença com resolução do mérito, nos termos do</p><p>Art. 487, inciso I, do CPC/2015.</p><p>Questão 22.</p><p>Em uma demanda judicial proposta por um único autor em face de dois réus, em litisconsórcio</p><p>passivo comum, apenas um deles ofereceu contestação, não obstante ter o revel constituído</p><p>procurador distinto e de outro escritório de advocacia. Tratando-se de autos eletrônicos, e</p><p>sabendo-se que o juízo julgou procedente o pedido, é correto afirmar que:</p><p>a) será contado em dobro o prazo para que qualquer um dos litisconsortes ofereça o recurso de</p><p>apelação;</p><p>b) não será admissível a apelação do réu revel, uma vez que a revelia gerou presunção de certeza</p><p>do direito do autor;</p><p>c) o prazo para o réu contestante oferecer o recurso de apelação não será contado em dobro;</p><p>d) o prazo para o réu contestante recorrer será contado em dobro, e para o réu revel será contado</p><p>de forma simples;</p><p>e) o prazo para o autor recorrer será contado em dobro, caso entenda existir interesse recursal.</p><p>Página 46 de 1520</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A alternativa C está correta.</p><p>Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia</p><p>distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo</p><p>ou tribunal, independentemente de requerimento.</p><p>§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa</p><p>por apenas um deles.§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.</p><p>Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as</p><p>alegações de fato formuladas pelo autor.</p><p>Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no</p><p>Art. 344 se:</p><p>I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;</p><p>II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à</p><p>prova do ato;</p><p>IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição</p><p>com prova constante dos autos.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia</p><p>distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo</p><p>ou tribunal, independentemente de requerimento.</p><p>§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa</p><p>por apenas um deles.</p><p>§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.</p><p>Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as</p><p>alegações de fato formuladas pelo autor.</p><p>Página 47 de 1520</p><p>Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no</p><p>Art. 344 se:</p><p>I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;</p><p>II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à</p><p>prova do ato;</p><p>IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição</p><p>com prova constante dos autos.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia</p><p>distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo</p><p>ou tribunal, independentemente de requerimento.</p><p>§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa</p><p>por apenas um deles.§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.</p><p>Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as</p><p>alegações de fato formuladas pelo autor.</p><p>Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no</p><p>Art. 344 se:</p><p>I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;</p><p>II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à</p><p>prova do ato;</p><p>IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição</p><p>com prova constante dos autos.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Página 48 de 1520</p><p>Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia</p><p>distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo</p><p>ou tribunal, independentemente de requerimento.§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se,</p><p>havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.§ 2º Não se aplica o</p><p>disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.</p><p>Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as</p><p>alegações de fato formuladas pelo autor.</p><p>Art. 345.</p><p>A revelia não produz o efeito mencionado no</p><p>Art. 344 se:</p><p>I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;</p><p>II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à</p><p>prova do ato;</p><p>IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição</p><p>com prova constante dos autos.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia</p><p>distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo</p><p>ou tribunal, independentemente de requerimento.</p><p>§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa</p><p>por apenas um deles.§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.</p><p>Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as</p><p>alegações de fato formuladas pelo autor.</p><p>Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no</p><p>Art. 344 se:</p><p>I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;</p><p>II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>Página 49 de 1520</p><p>III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à</p><p>prova do ato;</p><p>IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição</p><p>com prova constante dos autos.</p><p>Questão 23.</p><p>No que concerne ao processo de execução, é correto afirmar que:</p><p>a) efetivadas a expropriação do bem do devedor, a sua alienação e a satisfação do crédito</p><p>exequendo, o juiz deve proferir despacho ordenando o arquivamento do feito;</p><p>b) a homologação de eventual desistência da ação depende da concordância do executado, se</p><p>este já tiver sido citado;</p><p>c) ainda que disponha de um título executivo extrajudicial, o credor pode optar pela via da ação</p><p>de conhecimento;</p><p>d) a liquidez da obrigação constante do título executivo fica afastada se a apuração do crédito</p><p>reclamar operações aritméticas simples;</p><p>e) o credor pode cumular várias execuções em face do mesmo devedor, ainda que o procedimento</p><p>seja distinto e desde que o juízo seja competente para processar ao menos uma delas.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A alternativa C é a correta.</p><p>Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo</p><p>de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Precisará da concordância do executado se os embargos à execução versarem não sobre questões</p><p>processuais.</p><p>Página 50 de 1520</p><p>Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida</p><p>executiva. Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:</p><p>I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais,</p><p>pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;</p><p>II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 509, § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá</p><p>promover, desde logo, o cumprimento da sentença (ou seja, não há necessidade de liquidação).</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes,</p><p>quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e</p><p>idêntico o procedimento.</p><p>Questão 24.</p><p>Rafael possui três notas promissórias vencidas, nas quais Victor figura como devedor. Não</p><p>obstante se tratar de dívidas distintas, o credor resolve demandar, em um único processo, a</p><p>execução autônoma desses títulos em face do referido devedor, uma vez que consubstanciam</p><p>obrigações certas, líquidas e exigíveis.</p><p>Ao receber essa inicial, percebendo que o juízo é competente para tais cobranças, e que todas</p><p>buscam o mesmo tipo de obrigação, agirá corretamente o juiz se:</p><p>a) determinar que o credor emende a inicial, indicando qual título pretende demandar, devendo</p><p>os outros virem por via própria, uma vez que essa cumulação é inadmissível na execução;</p><p>b) admitir a cumulação objetiva dessas execuções, pois, pelo princípio da economia processual,</p><p>permite-se que o credor se utilize de um mesmo processo para execução desses títulos;</p><p>c) inadmitir a inicial, uma vez que há necessidade de prévio processo de conhecimento para obter</p><p>o necessário título executivo judicial, com o qual poderia posteriormente demandar a execução;</p><p>d) intimar o devedor, para que manifeste sua concordância com a cumulação de execuções</p><p>pretendida, sob pena do indeferimento da inicial, em caso de recusa do devedor;</p><p>Página 51 de 1520</p><p>e) julgar, desde logo, procedentes os pedidos, uma vez que os referidos títulos executivos</p><p>extrajudiciais consubstanciam obrigações certas, líquidas e exigíveis.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>A alternativa B está correta.</p><p>Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes,</p><p>quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e</p><p>idêntico o procedimento.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes,</p><p>quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e</p><p>idêntico o procedimento.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:</p><p>I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;</p><p>II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;</p><p>III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;</p><p>IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela</p><p>Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado</p><p>por tribunal;</p><p>V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele</p><p>garantido por caução;</p><p>VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;</p><p>VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;</p><p>VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de</p><p>encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;</p><p>Página 52 de 1520</p><p>IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;</p><p>X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,</p><p>previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que</p><p>documentalmente comprovadas;</p><p>XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e</p><p>demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;</p><p>XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.</p><p>§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o</p><p>credor de promover-lhe a execução.</p><p>§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de</p><p>homologação para serem executados.</p><p>§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação</p><p>exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de</p><p>cumprimento da obrigação.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes,</p><p>quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e</p><p>idêntico o procedimento.</p><p>A alternativa</p><p>E está incorreta.</p><p>Não se julga procedente uma ação de execução. O trâmite dela é voltada à satisfação da</p><p>obrigação – já há um título executivo, não havendo razão para se buscar a procedência do pedido.</p><p>Art. 924. Extingue-se a execução quando:</p><p>I - a petição inicial for indeferida;</p><p>II - a obrigação for satisfeita;</p><p>III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;</p><p>IV - o exequente renunciar ao crédito;</p><p>Página 53 de 1520</p><p>V - ocorrer a prescrição intercorrente.</p><p>Questão 25.</p><p>Em um procedimento litigioso de separação judicial, em que as partes, não havendo nascituros ou</p><p>filhos, após saneado o feito, manifestam ao juiz a pretensão de convolar o processo para divórcio</p><p>consensual, é correto afirmar que:</p><p>a) não é possível a alteração objetiva da demanda, uma vez operado o saneamento do processo;</p><p>b) não é possível a alteração objetiva da demanda, uma vez já estabilizada com a citação;</p><p>c) é possível a alteração subjetiva da demanda, uma vez que não há impedimento temporal na lei;</p><p>d) é possível a alteração da demanda, uma vez que as partes estão impedidas de obter escritura</p><p>pública para o divórcio;</p><p>e) é possível a alteração da demanda, uma vez que, no caso, o juiz não é obrigado a observar</p><p>critério de legalidade estrita.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A alternativa E está correta.</p><p>Art. 723, parágrafo único Em procedimento litigioso de separação judicial, não havendo nascituros</p><p>ou filhos, após saneado o feito, é possível que haja a conversão em divórcio consensual, uma vez</p><p>que, no caso, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 3º, § 2º, CPC. O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.</p><p>Art. 3º, § 3º, CPC. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos</p><p>deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério</p><p>Público, inclusive no curso do processo judicial.</p><p>Art. 694, CPC. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução</p><p>consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de</p><p>conhecimento para a mediação e conciliação.</p><p>Página 54 de 1520</p><p>Art. 723, parágrafo único Em procedimento litigioso de separação judicial, não havendo nascituros</p><p>ou filhos, após saneado o feito, é possível que haja a conversão em divórcio consensual, uma vez</p><p>que, no caso, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 3º, § 2º, CPC. O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.</p><p>Art. 3º, § 3º, CPC. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos</p><p>deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério</p><p>Público, inclusive no curso do processo judicial.</p><p>Art. 694, CPC. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução</p><p>consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de</p><p>conhecimento para a mediação e conciliação.</p><p>Art. 723, parágrafo único Em procedimento litigioso de separação judicial, não havendo nascituros</p><p>ou filhos, após saneado o feito, é possível que haja a conversão em divórcio consensual, uma vez</p><p>que, no caso, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>O erro da alternativa está na parte que afirma ser possível a alteração subjetiva da demanda.</p><p>Significa dizer que haveria uma alteração dos polos da relação jurídica processual (autor/réu). Não</p><p>ocorre essa mudança, passa-se de um procedimento litigioso para um consensual, sendo a</p><p>alteração objetiva.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 3º, § 2º, CPC. O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.</p><p>Art. 3º, § 3º, CPC. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos</p><p>deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério</p><p>Público, inclusive no curso do processo judicial.</p><p>Art. 694, CPC. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução</p><p>consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de</p><p>conhecimento para a mediação e conciliação.</p><p>Página 55 de 1520</p><p>Art. 723, parágrafo único Em procedimento litigioso de separação judicial, não havendo nascituros</p><p>ou filhos, após saneado o feito, é possível que haja a conversão em divórcio consensual, uma vez</p><p>que, no caso, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita</p><p>Questão 26.</p><p>André, domiciliado em Macapá, ajuizou ação de reintegração de posse de imóvel de sua</p><p>propriedade, situado em Laranjal do Jari, em face de Paulo, domiciliado em Santana.</p><p>Considerando que a demanda foi intentada perante juízo cível da Comarca de Macapá, o</p><p>magistrado, tomando contato com a petição inicial, deve:</p><p>a) declinar, de ofício, da competência em favor do juízo cível da Comarca de Laranjal do Jari;</p><p>b) declinar, de ofício, da competência em favor do juízo cível da Comarca de Santana;</p><p>c) determinar a citação de Paulo, já reconhecendo que a competência é do juízo cível da Comarca</p><p>de Macapá;</p><p>d) determinar a citação de Paulo e, caso este suscite a incompetência, ordenar a remessa dos</p><p>autos ao juízo cível da Comarca de Santana;</p><p>e) reconhecer a incompetência do juízo cível da Comarca de Macapá e extinguir o feito, sem</p><p>resolução do mérito.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>A alternativa A está correta.</p><p>Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da</p><p>coisa.§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio</p><p>não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de</p><p>nunciação de obra nova.§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da</p><p>coisa, cujo juízo tem competência absoluta.</p><p>Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação.§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de</p><p>jurisdição e deve ser declarada de ofício.§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá</p><p>imediatamente a alegação de incompetência.§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida,</p><p>Página 56 de 1520</p><p>os autos serão remetidos ao juízo competente.§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário,</p><p>conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja</p><p>proferida, se for o caso, pelo juízo competente.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da</p><p>coisa.§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio</p><p>não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de</p><p>nunciação de obra nova.§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da</p><p>coisa, cujo juízo tem competência absoluta.</p><p>Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação.§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de</p><p>jurisdição e deve ser declarada de ofício.§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá</p><p>imediatamente a alegação de incompetência.§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida,</p><p>os autos serão remetidos ao juízo competente.§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário,</p><p>conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja</p><p>proferida, se for o caso, pelo juízo competente.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da</p><p>coisa.§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição</p><p>se o litígio</p><p>não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de</p><p>nunciação de obra nova.§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da</p><p>coisa, cujo juízo tem competência absoluta.</p><p>Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação.§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de</p><p>jurisdição e deve ser declarada de ofício.§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá</p><p>imediatamente a alegação de incompetência.§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida,</p><p>os autos serão remetidos ao juízo competente.§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário,</p><p>conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja</p><p>proferida, se for o caso, pelo juízo competente.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da</p><p>coisa.§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio</p><p>Página 57 de 1520</p><p>não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de</p><p>nunciação de obra nova.§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da</p><p>coisa, cujo juízo tem competência absoluta.</p><p>Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação.§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de</p><p>jurisdição e deve ser declarada de ofício.§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá</p><p>imediatamente a alegação de incompetência.§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida,</p><p>os autos serão remetidos ao juízo competente.§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário,</p><p>conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja</p><p>proferida, se for o caso, pelo juízo competente.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da</p><p>coisa.</p><p>§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não</p><p>recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de</p><p>nunciação de obra nova.</p><p>§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem</p><p>competência absoluta.</p><p>Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação.</p><p>§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve</p><p>ser declarada de ofício.</p><p>§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de</p><p>incompetência.</p><p>§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo</p><p>competente.</p><p>§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida</p><p>pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.</p><p>Questão 27.</p><p>Página 58 de 1520</p><p>Menor, com 16 anos de idade, intentou, perante o Juizado Especial Cível, ação indenizatória em</p><p>que pleiteava a condenação do réu a lhe pagar verba indenizatória correspondente a trinta vezes</p><p>o salário mínimo.</p><p>Validamente citada, a parte ré, sem prejuízo das suas matérias defensivas de natureza meritória,</p><p>suscitou, preliminarmente, a incompetência do foro e a irregularidade da representação</p><p>processual do autor, que outorgara instrumento de mandato ao seu advogado sem que estivesse</p><p>assistido por seu pai ou sua mãe.</p><p>Considerando que os vícios processuais arguidos efetivamente se configuraram, deve o juiz:</p><p>a) determinar a intimação do autor para regularizar a representação processual e, após, declinar</p><p>da competência em favor do juizado situado no foro competente;</p><p>b) determinar a intimação do autor para manifestar renúncia ao valor que exceda o patamar de</p><p>vinte vezes o salário mínimo, de modo a dispensar a presença de advogado;</p><p>c) proferir sentença em que julgue extinto o feito sem resolução do mérito;</p><p>d) designar audiência de conciliação, instrução e julgamento para a colheita da prova oral;</p><p>e) declinar da competência em favor do juizado situado no foro competente, ao qual caberá aferir</p><p>a regularidade, ou não, da representação processual do autor.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A alternativa C está correta.</p><p>Art. 8º, JEC Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as</p><p>pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente</p><p>civil.</p><p>Art. 51, JEC. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:</p><p>IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no</p><p>Art. 8º desta Lei;</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Página 59 de 1520</p><p>Art. 8º, JEC Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as</p><p>pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente</p><p>civil.</p><p>Art. 51, JEC. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:</p><p>IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no</p><p>Art. 8º desta Lei;</p><p>A alternativa B está incorreta</p><p>Art. 8º, JEC Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as</p><p>pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente</p><p>civil</p><p>Art. 51, JEC. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:</p><p>IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no</p><p>Art. 8º desta Lei;</p><p>A alternativa D está incorreta</p><p>Art. 8º, JEC Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as</p><p>pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente</p><p>civil</p><p>Art. 51, JEC. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:</p><p>IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no</p><p>Art. 8º desta Lei;</p><p>A alternativa E está incorreta</p><p>Art. 8º, JEC Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as</p><p>pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente</p><p>civil</p><p>Art. 51, JEC. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:</p><p>IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no</p><p>Página 60 de 1520</p><p>Art. 8º desta Lei;</p><p>Questão 28.</p><p>Coexistem, em juízos cíveis de comarcas distintas, dois processos, ainda não sentenciados. Em um</p><p>deles, o credor de uma obrigação contratual pleiteia a condenação do devedor a cumpri-la, ao</p><p>passo que, no outro, o devedor persegue a declaração de nulidade do mesmo contrato.</p><p>Nesse cenário, é correto afirmar que os feitos:</p><p>a) devem ser reunidos para julgamento conjunto pelo órgão judicial onde tiver ocorrido a primeira</p><p>citação válida;</p><p>b) devem ser reunidos para julgamento conjunto pelo órgão judicial onde tiver ocorrido a primeira</p><p>distribuição;</p><p>c) devem ser reunidos para julgamento conjunto pelo órgão judicial que tiver proferido o primeiro</p><p>provimento liminar positivo;</p><p>d) não devem ser reunidos, suspendendo-se o curso daquele que foi distribuído em segundo lugar,</p><p>no aguardo do julgamento do primeiro;</p><p>e) não devem ser reunidos, extinguindo-se aquele que foi distribuído em segundo lugar, em razão</p><p>da litispendência.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>A alternativa B está correta.</p><p>Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa</p><p>de pedir.</p><p>§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já</p><p>houver sido sentenciado.§ 2º Aplica-se o disposto no caput :I - à execução de título extrajudicial e</p><p>à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;</p><p>II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.</p><p>Página 61 de 1520</p><p>§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos</p><p>que possam gerar risco de prolação</p><p>de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão</p><p>entre eles.</p><p>Art 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão</p><p>decididas simultaneamente.</p><p>Art 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Art 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa</p><p>de pedir.</p><p>§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já</p><p>houver sido sentenciado.</p><p>§ 2º Aplica-se o disposto no caput :</p><p>I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;</p><p>II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.</p><p>§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação</p><p>de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão</p><p>entre eles.</p><p>Art 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão</p><p>decididas simultaneamente.</p><p>Art 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa</p><p>de pedir.</p><p>§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já</p><p>houver sido sentenciado.</p><p>§ 2º Aplica-se o disposto no caput :</p><p>I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;</p><p>Página 62 de 1520</p><p>II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.</p><p>§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação</p><p>de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão</p><p>entre eles.</p><p>Art 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão</p><p>decididas simultaneamente.</p><p>Art 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa</p><p>de pedir.</p><p>§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já</p><p>houver sido sentenciado.</p><p>§ 2º Aplica-se o disposto no caput :I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento</p><p>relativa ao mesmo ato jurídico;</p><p>II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.</p><p>§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação</p><p>de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão</p><p>entre eles.</p><p>Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão</p><p>decididas simultaneamente.</p><p>Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa</p><p>de pedir.</p><p>§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já</p><p>houver sido sentenciado.</p><p>§ 2º Aplica-se o disposto no caput :</p><p>Página 63 de 1520</p><p>I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;</p><p>II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.</p><p>§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação</p><p>de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão</p><p>entre eles.</p><p>Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão</p><p>decididas simultaneamente.</p><p>Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.</p><p>Questão 29.</p><p>João, pretendendo aviventar a linha divisória entre o terreno de sua propriedade e o de seu</p><p>confinante José, uma vez que esta foi apagada por causa de uma enchente, propôs ação de</p><p>demarcação de terras, cujo procedimento é bifásico, com o objetivo de restaurar a linha original</p><p>entre os imóveis. Caso o julgador entenda que assiste razão ao requerente, agirá corretamente se</p><p>prolatar:</p><p>a) sentença de procedência, sujeita ao recurso de apelação. Após, com o trânsito em julgado, se</p><p>inicia a segunda fase do procedimento, que também se encerra com uma sentença;</p><p>b) decisão interlocutória, sujeita ao recurso de agravo de instrumento. Após, se inicia a segunda</p><p>fase do procedimento, que se encerra com a prolação de uma sentença;</p><p>c) sentença de procedência, irrecorrível. Com o trânsito em julgado, se inicia a segunda fase do</p><p>procedimento, que se encerra com o cumprimento da sentença originária;</p><p>d) sentença homologatória de demarcação, em face da qual caberá apelação. Após, o</p><p>procedimento segue com prolação de sentença executiva, que será levada a registro;</p><p>e) decisão interlocutória, da qual não desafia agravo de instrumento. Após, segue a segunda fase</p><p>do procedimento, que se encerra por sentença, da qual caberá apelação.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>A alternativa A está correta.</p><p>Página 64 de 1520</p><p>Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda.</p><p>Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos</p><p>necessários.</p><p>Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da</p><p>demarcação.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda.</p><p>Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos</p><p>necessários.</p><p>Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da</p><p>demarcação.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda.</p><p>Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos</p><p>necessários.</p><p>Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da</p><p>demarcação.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda.</p><p>Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos</p><p>necessários.</p><p>Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da</p><p>demarcação.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda.</p><p>Página 65 de 1520</p><p>Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos</p><p>necessários.</p><p>Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da</p><p>demarcação.</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>Questão 30. Regina ingressou com ação judicial em face da montadora de automóveis (primeira</p><p>ré) e da revendedora (segunda ré), alegando que sofreu prejuízo na compra de um veículo. A</p><p>consumidora narra que, em outubro de 2020, adquiriu o veículo anunciado na mídia como sendo</p><p>o lançamento do modelo na versão ano 2021, o que foi confirmado pelo vendedor que a atendeu</p><p>na concessionária. No mês seguinte, a montadora lançou novamente aquele modelo denominando</p><p>versão ano 2021, entretanto, contando com mais acessórios, o que impactou na desvalorização</p><p>do carro de Regina.</p><p>Diante dessa situação, é correto afirmar que:</p><p>a) há abusividade na prática comercial que induziu Regina a erro, ao frustrar sua legítima</p><p>expectativa e quebrar a boa-fé objetiva; a responsabilidade solidária da montadora e da</p><p>revendedora está caracterizada pelo vício decorrente da disparidade com indicações constantes</p><p>na mensagem publicitária e informadas à consumidora;</p><p>b) resta caracterizada a publicidade abusiva ao induzir a erro a consumidora no que dizia respeito</p><p>às características, qualidade, bem como outros dados sobre o veículo; a segunda ré não possui</p><p>legitimidade passiva, uma vez que é apenas a revendedora de automóveis, não tendo</p><p>responsabilidade pela propaganda;</p><p>c) o ato de não informar que seria lançada outra versão com acessórios diversos constitui omissão,</p><p>o que não caracteriza propaganda enganosa que ocorre por ato comissivo; a responsabilidade</p><p>pelo fato do produto decorrente da propaganda enganosa lançada nas concessionárias é da</p><p>montadora;</p><p>d) há prática comercial abusiva e propaganda enganosa, violando os deveres de informações</p><p>claras, ostensivas, precisas e corretas, frustrando a legítima expectativa da consumidora e violando</p><p>os deveres de boa-fé objetiva; a responsabilidade do comerciante é subsidiária em caso de</p><p>produto que se tornou defeituoso em razão da qualidade inferior que impactou na diminuição do</p><p>valor;</p><p>e) inexistiu publicidade enganosa ou defeito na prestação do serviço, uma vez que não se</p><p>considera defeituoso o produto pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no</p><p>Página 66 de 1520</p><p>mercado; a responsabilidade subsidiária da revendedora em relação à montadora está</p><p>caracterizada pelo vício decorrente da disparidade com indicações constantes na mensagem</p><p>publicitária.</p><p>Comentários</p><p>Segundo a tese 6 da EDIÇÃO N. 165: DIREITO DO CONSUMIDOR – IX, da Jurisprudência em</p><p>teses do STJ, constitui prática comercial abusiva e propaganda enganosa o lançamento de dois</p><p>modelos diferentes para o mesmo automóvel, no mesmo ano, ambos anunciados como novo</p><p>modelo para o próximo ano.</p><p>Ademais, haverá solidariedade entre montadora e revendedora, nos termos dos arts. 7º, parágrafo</p><p>único, e 18 do CDC, uma vez que o vendedor confirmou a informação de que o carro seria o</p><p>lançamento do modelo na versão ano 2021.</p><p>Assim, correta a letra A.</p><p>Questão 31. Romeu comprou uma churrasqueira inox com acendimento elétrico que incluía</p><p>sistema de rotação automática e contínua dos espetos (modelo 150), conforme visto no</p><p>mostruário. No dia seguinte, a mercadoria foi entregue e Romeu verificou se havia alguma avaria,</p><p>testou o acendimento elétrico e guardou-a em seguida, uma vez que sua residência estava em</p><p>obras. Quatro meses depois, realizou uma festa para inaugurar a casa reformada, momento em</p><p>que atentou para o fato de que o produto foi entregue com configuração diferente (modelo 100),</p><p>uma vez que não possuía o recurso de rotação automática dos espetos. Imediatamente, o</p><p>consumidor entrou em contato com a loja, explicou o erro na entrega do produto e solicitou sua</p><p>substituição ou o ressarcimento do valor pago, o que lhe foi negado. Romeu então propôs ação</p><p>de obrigação de fazer.</p><p>Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar que se trata de:</p><p>a) vício de qualidade do produto, tendo havido a decadência, que deve ser alegada pela parte</p><p>que se beneficia, sob pena de preclusão, não podendo ser conhecida de ofício;</p><p>b) fato do produto, sendo de três anos o prazo prescricional para exercer a pretensão em juízo</p><p>com o objetivo de ressarcimento do valor pago ou de efetuação da troca do produto;</p><p>c) vício oculto que somente ficou evidenciado para o consumidor quatro meses após a aquisição,</p><p>iniciando-se daí a contagem do prazo decadencial;</p><p>Página 67 de 1520</p><p>d) vício de qualidade do produto, e ocorreu decadência, uma vez que a reclamação junto à</p><p>fornecedora foi feita quatro meses após a aquisição e o recebimento do produto;</p><p>e) inexistência de fato ou de vício de qualidade do produto, tendo havido erro no procedimento</p><p>de entrega, afastando-se o fenômeno da decadência.</p><p>Comentários</p><p>A banca examinadora indicou como correto o item D. Contudo, o produto, em si considerado,</p><p>não possuía vício algum, sendo o vício caracterizado, em verdade, pela prestação do serviço de</p><p>entrega, podendo ser solucionado na forma do art. 20 do CDC, a contar do prazo decadencial de</p><p>90 dias, da entrega efetiva, por se tratar de vício aparente.</p><p>Questão 32. A consumidora Samantha propôs incidente de desconsideração de personalidade</p><p>jurídica em face de determinada loja de bijuterias construída na forma de sociedade limitada.</p><p>Narra a autora que, na fase de cumprimento de sentença que condenou a empresa a pagar</p><p>indenização à consumidora, não logrou êxito em localizar bens para satisfazer a execução, embora</p><p>diversas tenham sido as tentativas para tanto. Samantha alega ainda que, na fase cognitiva, a</p><p>fornecedora foi declarada revel e sequer compareceu às audiências designadas pelo Juízo.</p><p>A respeito disso, é correto afirmar que o pedido deve ser julgado:</p><p>a) improcedente, pois a revelia e a ausência de participação no processo judicial não sugerem</p><p>abuso da personalidade jurídica, requisito para o deferimento do requerido;</p><p>b) improcedente, pois, para a desconsideração requerida, deverá restar efetivada falência, estado</p><p>de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração;</p><p>c) procedente, ainda que o Código de Defesa do Consumidor não preveja a desconsideração da</p><p>personalidade jurídica, quando caracterizado abuso da personalidade jurídica evidenciado no caso</p><p>pleiteado por Samantha;</p><p>d) procedente, à luz da aplicação da teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica,</p><p>prevista no Código de Defesa do Consumidor;</p><p>e) improcedente, pois, ainda que prevista no Código de Defesa do Consumidor, a</p><p>desconsideração requerida não pode ser aplicada de forma a implicar a perda da finalidade de</p><p>responsabilidade limitada das sociedades, exceto no uso fraudulento da personalidade jurídica.</p><p>Comentários</p><p>Página 68 de 1520</p><p>O CDC adota a Teoria Menor, em que é suficiente a prova da insolvência, ou seja, exige como</p><p>único requisito o prejuízo do consumidor, segundo art. 28, §5º do CDC, pelo qual</p><p>poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma,</p><p>obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.</p><p>Assim, como a questão trata de uma relação de consumo, a ação deve ser julgada procedente, à</p><p>luz da aplicação da teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no Código</p><p>de Defesa do Consumidor, sendo correta a letra D.</p><p>Questão 33. Osmar ingressou com ação judicial em face da fabricante do telefone celular,</p><p>alegando que houve problemas ainda no período de vigência da garantia legal. No momento da</p><p>contestação, a parte ré apresentou o laudo realizado pela assistência técnica autorizada da</p><p>fabricante, indicando que o problema apresentado no aparelho celular se relaciona ao mau uso,</p><p>documento esse acompanhado por fotografia que demonstra marcas compatíveis com choque</p><p>físico no bem, ao passo que Osmar requereu a inversão do ônus da prova.</p><p>A respeito de tal situação, é correto afirmar que:</p><p>a) deve ser aplicada a inversão do ônus da prova em razão de a previsão ope legis ser direito</p><p>básico do consumidor para a salvaguarda da facilitação da defesa de seus direitos;</p><p>b) o laudo técnico confeccionado pela assistência técnica autorizada da ré não pode ser</p><p>considerado imparcial e idôneo para ser utilizado, em detrimento das garantias asseguradas ao</p><p>consumidor, devendo ser julgado procedente o pedido de Osmar se somente essa for a prova</p><p>constituída nos autos;</p><p>c) embora se trate de relação de consumo, com inversão do ônus da prova como um direito básico</p><p>garantido ao consumidor, não está dispensado o dever da parte autora de fazer prova quanto ao</p><p>fato constitutivo do seu direito;</p><p>d) não pode ser afastada a responsabilidade da demandada por se tratar de garantia legal, que é</p><p>obrigatória e inegociável, ainda que seja demonstrada a culpa exclusiva do consumidor, situação</p><p>que somente excluiria responsabilidade em caso de fato do produto;</p><p>e) deve ser julgado procedente o pedido de Osmar a partir de suas alegações, uma vez que a</p><p>justificativa de suposto mau uso do produto por choque físico representa risco que razoavelmente</p><p>se espera</p><p>no manuseio de aparelhos celulares, não sendo capaz de afastar a garantia legal</p><p>obrigatória.</p><p>Página 69 de 1520</p><p>Comentários</p><p>Segundo o art. 6º, VIII, CDC, é direito do consumidor a inversão do ônus da prova. Porém, essa</p><p>inversão é ope judicis, ou seja, o magistrado, no caso concreto, deverá apreciar e decidir se inverte</p><p>ou não o ônus probatório em favor do consumidor, a depender do preenchimento de requisitos:</p><p>a verossimilhança das alegações ou a hipossuficiência do consumidor.</p><p>Contudo, cabe lembrar que a regra do CPC/15, aplicável subsidiariamente, é que o ônus da prova</p><p>compete a quem alega determinados fatos.</p><p>Desse modo, apesar de ser direito garantido ao consumidor da inversão do ônus da prova, ele</p><p>não está dispensado de fazer prova quanto ao fato constitutivo do seu direito, sendo correta a</p><p>alternativa C.</p><p>Questão 34. Vera ingressou com ação judicial buscando tutela reparatória por danos</p><p>extrapatrimoniais em face da distribuidora de gêneros alimentícios derivados de aves. A</p><p>consumidora alega ter adquirido produto lacrado, refrigerado e dentro do prazo de validade, mas,</p><p>ao chegar em casa e abrir a embalagem no momento de servir aos seus familiares, verificou que o</p><p>produto estava impróprio para o consumo e com odor fétido. Imediatamente, a consumidora</p><p>retornou ao local de compra, que alegou se tratar de produto em promoção por estar com o prazo</p><p>de validade perto do vencimento, conforme explicado aos compradores no anúncio, sendo sabido</p><p>pela consumidora que isso não permitiria a troca.</p><p>Diante desse caso, é correto afirmar que:</p><p>a) foi comercializado um produto impróprio para o consumo, o que gera, in re ipsa, a obrigação</p><p>de reparação pelos danos extrapatrimoniais suportados pela consumidora;</p><p>b) inexistiu acidente de consumo na medida em que o produto defeituoso não chegou a ser</p><p>ingerido e, portanto, não acarretou risco à saúde da consumidora;</p><p>c) o vício do produto se evidencia pelo acidente de consumo em potencial, sendo os familiares de</p><p>Vera consumidores por equiparação;</p><p>d) a informação prévia e clara prestada pelo fornecedor acerca da impossibilidade de troca do</p><p>produto em promoção e a vantagem de abatimento no preço afastam a obrigação de troca ou</p><p>devolução do valor pago;</p><p>Página 70 de 1520</p><p>e) a responsabilidade pelo fato do produto gera danos extrapatrimoniais in re ipsa, ainda que o</p><p>produto não tenha sido consumido por Vera e seus familiares, considerados consumidores por</p><p>equiparação.</p><p>Comentários</p><p>Mais recentemente, a 2ª Seção do STJ decidiu que a aquisição de produto de gênero alimentício</p><p>contendo em seu interior corpo estranho expõe o consumidor ao risco concreto de lesão à sua</p><p>saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão de seu conteúdo.</p><p>A simples comercialização de produto contendo corpo estranho possui as mesmas consequências</p><p>negativas à saúde e à integridade física do consumidor que sua ingestão propriamente dita.</p><p>Existe, no caso, dano moral in re ipsa porque a presença de corpo estranho em alimento</p><p>industrializado excede aos riscos comumente esperados pelo consumidor em relação a esse tipo</p><p>de produto, caracterizando-se a situação como um defeito do produto, a permitir a</p><p>responsabilização do fornecedor. (STJ. 2ª Seção. REsp 1.899.304/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,</p><p>julgado em 25/08/2021)</p><p>Apesar do caso tratar de aquisição de produto alimentício estragado, e não de alimento contendo</p><p>corpo estranho, do mesmo modo, trata-se de produto impróprio ao consumo, devendo gerar</p><p>dano moral in re ipsa porque excede aos riscos comumente esperados pelo consumidor,</p><p>caracterizando-se a situação como um defeito do produto, a permitir a responsabilização do</p><p>fornecedor.</p><p>Portanto, entendemos que o gabarito dessa questão é letra E, e não letra B, que é totalmente</p><p>divergente do entendimento jurisprudencial firmado pelo STJ.</p><p>DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE</p><p>Questão 35. O promotor de justiça da Infância e Juventude de Macapá recebe denúncia anônima,</p><p>através do serviço “Disque 100”, noticiando que Josenildo, dirigente da entidade de acolhimento</p><p>institucional do município, tem se apropriado indevidamente de itens alimentícios encaminhados</p><p>pela Prefeitura para as crianças e adolescentes em acolhimento. Após a confirmação da ocorrência</p><p>dos fatos, o promotor de justiça ajuíza representação para apuração de irregularidade em entidade</p><p>de atendimento não governamental, em conformidade com o rito procedimental previsto na Lei</p><p>nº 8.069/1990 para essa hipótese. Após regular citação, o dirigente continua a se apropriar dos</p><p>alimentos, levando-os para a sua casa, e deixando os acolhidos sem proteína em sua alimentação</p><p>diária. Em virtude disso, o promotor de justiça requer o afastamento provisório do dirigente da</p><p>entidade de acolhimento.</p><p>Página 71 de 1520</p><p>Considerando o disposto na Lei nº 8.069/1990 (ECA), é correto afirmar que:</p><p>a) em virtude do princípio da celeridade processual, o ECA não prevê a realização de audiência</p><p>de instrução e julgamento para o procedimento de apuração de irregularidades em entidades;</p><p>b) caso defira o pedido de afastamento provisório do dirigente, o magistrado deverá nomear</p><p>diretamente interventor para gerir a entidade, dentre as pessoas de conduta ilibada na comarca;</p><p>c) não há previsão legal para afastamento provisório do dirigente da entidade, antes de concluída</p><p>a instrução do procedimento;</p><p>d) antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a</p><p>remoção das irregularidades verificadas;</p><p>e) caso julgado procedente o pedido, será aplicável ao dirigente da entidade a pena privativa de</p><p>liberdade, a ser fixada em consonância com a gravidade de sua conduta, conforme previsão do</p><p>ECA.</p><p>Comentários</p><p>Todas as alternativas remetem-se quase que literalmente ao texto legal dos artigos 191, 192 e 193</p><p>do ECA. Assim, denota-se a importância da leitura dos dispositivos legais antes das provas de</p><p>concursos públicos. Se assim o fizer o candidato, imediatamente ele saberá que existe a</p><p>possibilidade do Juiz delimitar prazo para que o dirigente saneie as irregularidades encontradas,</p><p>conforme expresso no artigo 193, §3º, do ECA.</p><p>Gabarito: D</p><p>Questão 36. Stephany, criança de 9 anos, aparece na escola com hematomas pelo corpo e</p><p>corrimento vaginal e revela para sua professora do ensino fundamental, Carolina, que sofreu abuso</p><p>sexual praticado pelo seu padrasto, Ernesto. Após conversar com a mãe e o padrasto, que</p><p>desmentem a criança, Carolina relata os fatos à diretora da escola, Margarida, que se abstém de</p><p>noticiar a violação de direitos ao órgão com atribuição.</p><p>Considerando o disposto na Lei nº 8.069/1990 (ECA), é correto afirmar que a diretora:</p><p>a) praticou crime previsto no ECA e deveria ter noticiado o fato ao juiz da Infância e Juventude,</p><p>conforme previsão legal;</p><p>Página 72 de 1520</p><p>b) praticou infração administrativa prevista no ECA e deveria ter noticiado o fato ao Conselho</p><p>Tutelar, conforme previsão legal;</p><p>c) praticou crime previsto no ECA e deveria ter noticiado o fato ao promotor de justiça, conforme</p><p>previsão legal;</p><p>d) praticou infração administrativa prevista no ECA e deveria ter noticiado o fato ao Conselho</p><p>Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, conforme previsão legal;</p><p>e) não praticou crime ou infração administrativa previstos no ECA, na medida em que, após a</p><p>apuração dos fatos, não restou comprovado o abuso.</p><p>Comentários</p><p>A diretora Margarida não cometeu crime, mas sim infração administrativa prevista no art. 245 do</p><p>ECA. Além disso, a diretora deveria ter noticiado o fato ao Conselho Tutelar, conforme prevê o</p><p>art. 13, caput, da Lei nº 8.069/1990 (ECA).</p><p>Gabarito: B</p><p>Questão 37. Wesley, adolescente de 16 anos, pratica ato infracional análogo a crime de roubo</p><p>com emprego de arma de fogo. Concluída a instrução processual, o juiz da Vara da Infância e</p><p>Juventude profere sentença aplicando a medida socioeducativa de internação, pelo prazo de seis</p><p>meses.</p><p>Decorridos três meses do início de cumprimento da medida, a Direção do programa de</p><p>atendimento requer a substituição por semiliberdade, com fulcro na avaliação contida no plano</p><p>individual de atendimento, que noticia o adequado cumprimento da medida de internação pelo</p><p>adolescente. O promotor de justiça manifesta-se contrariamente ao pedido, entendendo que a</p><p>gravidade do ato infracional e os antecedentes do adolescente impedem a substituição da</p><p>medida, antes do prazo de reavaliação obrigatória, independentemente do parecer favorável no</p><p>plano individualizado de atendimento. Considerando o disposto na Lei nº 12.594/2012, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>a) a reavaliação da manutenção, da substituição ou da suspensão das medidas de privação da</p><p>liberdade somente pode ser solicitada após o decurso do prazo de seis meses;</p><p>b) a gravidade do ato infracional e os antecedentes são fatores que, por si só, impedem a</p><p>substituição da medida por outra menos grave;</p><p>Página 73 de 1520</p><p>c) a Direção do programa de atendimento não poderá solicitar a reavaliação da medida a qualquer</p><p>tempo, sendo legitimados o defensor, o Ministério Público, ou o adolescente e seus pais ou</p><p>responsável;</p><p>d) o desempenho adequado do adolescente com base no seu plano individual de atendimento</p><p>não justifica a reavaliação da medida antes do prazo mínimo de seis meses;</p><p>e) a autoridade judiciária poderá indeferir o pedido de reavaliação da manutenção, da substituição</p><p>ou da suspensão das medidas, se entender insuficiente a motivação.</p><p>Comentários</p><p>De acordo com o art. 42, caput e §2º, e art. 43, caput, §1º, inciso I e §2º, da Lei nº 12.594/2012,</p><p>seis meses é o prazo máximo para a reavaliação das medidas socioeducativas de liberdade</p><p>assistida, de semiliberdade e de internação. Ainda, a gravidade do ato infracional e os</p><p>antecedentes não são fatores que, por si só, justificam a não substituição da medida por outra</p><p>menos grave. A Direção do programa de atendimento poderá solicitar a reavaliação da medida a</p><p>qualquer tempo, bem como o desempenho adequado do adolescente com base no seu plano</p><p>individual de atendimento justifica a reavaliação da medida antes do prazo mínimo de seis meses.</p><p>Por fim, a autoridade judiciária poderá indeferir o pedido de reavaliação da manutenção, da</p><p>substituição ou da suspensão das medidas, se entender insuficiente a motivação.</p><p>Gabarito: E</p><p>Questão 38. Famosa dupla sertaneja realizará show em ginásio no Município de Santana. Os</p><p>organizadores do evento requerem alvará judicial para entrada e permanência de adolescentes</p><p>desacompanhados dos pais ou responsável, a partir de 16 anos de idade, sendo o pedido deferido</p><p>pelo juiz da Infância e Juventude. O magistrado determina que a fiscalização do evento seja</p><p>realizada pelo Conselho Tutelar do Município. Durante o show, Adriana, conselheira tutelar,</p><p>encontra Edson, adolescente de 13 anos, no interior do ginásio, desacompanhado dos pais ou</p><p>responsável, consumindo bebida alcoólica, razão pela qual lavra auto de infração. Adriana conduz</p><p>Edson à delegacia para a confecção de registro de ocorrência, alegando que o adolescente</p><p>praticou ato infracional.</p><p>Considerando o disposto na Lei nº 8.069/1990 (ECA), é correto afirmar que:</p><p>a) o Conselho Tutelar possui atribuição para a fiscalização de eventos e do cumprimento da</p><p>decisão judicial que concedeu o alvará, conforme previsto no rol do Art. 136 do ECA;</p><p>Página 74 de 1520</p><p>b) o consumo de bebida alcoólica por adolescente configura ato infracional análogo a crime,</p><p>estando sujeito à aplicação de medidas socioeducativas;</p><p>c) o Conselho Tutelar não possui atribuição legal para a lavratura de auto de infração em face do</p><p>organizador do evento;</p><p>d) a venda ou fornecimento de bebida alcoólica a criança ou adolescente configura infração</p><p>administrativa prevista no ECA;</p><p>e) o ECA veda a concessão de alvará judicial para a entrada de criança ou adolescente</p><p>desacompanhado em evento onde seja comercializada bebida alcoólica.</p><p>Comentários</p><p>Realmente o Conselho Tutelar não possui atribuição legal para a lavratura de auto de infração em</p><p>face do organizador do evento, conforme o art. 194, caput, do ECA, o Conselho Tutelar pode</p><p>representar por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente.</p><p>Gabarito: C</p><p>Questão 39. Joseane, adolescente de 12 anos, é vítima de estupro praticado por seu padrasto,</p><p>Francisco. Após análise do inquérito policial, o Ministério Público oferece denúncia em face de</p><p>Francisco, requerendo, em sede de produção antecipada de prova, o depoimento especial da</p><p>adolescente. Na data da audiência, a profissional especializada que participa do ato processual na</p><p>sala de depoimento especial lê a denúncia para a adolescente, questionando-a sobre a veracidade</p><p>dos fatos. Joseane informa à profissional especializada que se sente intimidada ao saber que o</p><p>padrasto está presente na sala de audiências e, em virtude disso, permanece calada. O magistrado</p><p>suspende o ato processual e Joseane manifesta o desejo de prestar depoimento diretamente ao</p><p>juiz, sem a presença do réu na sala de audiências.</p><p>Considerando os fatos narrados e o disposto na Lei nº 13.431/2017, é correto afirmar que:</p><p>a) o depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova somente nos casos de</p><p>crianças com idade inferior a 7 anos, não sendo aplicável à adolescente Joseane;</p><p>b) a leitura da denúncia e de outras peças processuais para a adolescente pode ser autorizada</p><p>pelo magistrado, ouvido o Ministério Público;</p><p>c) a profissional especializada deverá comunicar ao juiz que a presença do réu pode prejudicar o</p><p>depoimento especial, sendo possível que o magistrado o afaste;</p><p>Página 75 de 1520</p><p>d) é vedado pela Lei nº 13.431/2017 que a adolescente preste depoimento diretamente ao</p><p>magistrado, se assim entender, razão pela qual o requerimento deve ser indeferido;</p><p>e) a Lei nº 13.431/2017 não autoriza o afastamento do réu da sala de audiências em qualquer</p><p>hipótese, em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa.</p><p>Comentários</p><p>Todas as alternativas remetem-se quase que literalmente ao texto legal dos artigos 11 e 12 da Lei</p><p>n.º 13.431/2017. Assim, denota-se a importância da leitura dos dispositivos legais antes das provas</p><p>de concursos públicos. A alternativa correta é a letra C, pois a lei expressamente prevê que a</p><p>profissional especializada deve avisar ao magistrado diante de eventual intimidação da vítima com</p><p>a presença (ainda que virtual) do agressor. Isso possibilita o seu afastamento.</p><p>Gabarito: C</p><p>Questão 40. Jennifer dá à luz uma criança do sexo masculino e, após o parto, ela e o seu</p><p>companheiro informam à assistente social do Hospital das Clínicas que desejam entregar a criança</p><p>em adoção. Gisele, enfermeira, se oferece para adotar a criança e a leva para a sua casa, com a</p><p>anuência de Jennifer, do genitor e da família extensa. O caso é noticiado pelo hospital ao Conselho</p><p>Tutelar e ao Ministério Público, que propõe ação com pedido cautelar de busca e apreensão da</p><p>criança. O magistrado indefere o pedido, entendendo que é cabível a adoção consensual nessa</p><p>hipótese.</p><p>Considerando o disposto na Lei nº 8.069/1990 (ECA), a decisão está:</p><p>a) correta, pois a entrega da criança a Gisele conta com a anuência dos pais e da família extensa,</p><p>havendo previsão legal no ECA para a realização da adoção consensual nessa hipótese;</p><p>b) incorreta, pois a criança não se encontra disponível para adoção, sendo necessária a propositura</p><p>de ação de destituição familiar em face dos pais;</p><p>c) incorreta, pois a criança não se encontra disponível para adoção, sendo necessária a propositura</p><p>de ação de destituição familiar em face dos pais;</p><p>d) incorreta, pois a hipótese narrada não se enquadra nas exceções à adoção por pessoa não</p><p>cadastrada previamente no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA);</p><p>e) correta, pois o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) é cadastro de habilitados à</p><p>adoção, não havendo obrigatoriedade</p><p>legal de observância da ordem cronológica para</p><p>deferimento do pedido de adoção.</p><p>Página 76 de 1520</p><p>Comentários</p><p>O enunciado não narrou uma hipótese válida para o não cumprimento da ordem cronológica, nem</p><p>apresentou hipótese que se enquadra nas exceções à adoção por pessoa não cadastrada</p><p>previamente no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). Além disso, não é necessária</p><p>a propositura de ação específica de destituição familiar em face dos pais, pois se segue o rito</p><p>específico do art. 19-A do ECA; e, por fim, há obrigatoriedade legal de observância da ordem</p><p>cronológica para deferimento do pedido de adoção, exceto em raras situações, não contempladas</p><p>no caso em exame.</p><p>Gabarito: D</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Questão 41. Determinada investigação foi instaurada para apurar fraude, ocorrida em 02 de julho</p><p>de 2020, em Macapá, na obtenção de auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal, por</p><p>meio da Caixa Econômica Federal, em decorrência da pandemia da Covid19. Jack declarou na</p><p>investigação que realizou depósito em sua conta do “ComércioRemunerado”, no valor de R$</p><p>600,00 e depois percebeu que aquela quantia foi transferida para Russel, sendo que não foi Jack</p><p>quem realizou a operação financeira nem a autorizou. Russel assinalou que a aludida quantia foi</p><p>realmente transferida para sua conta no “ComércioRemunerado” e foi declarada como</p><p>pagamento de conserto de motocicleta, para enganar os órgãos competentes e conseguir a</p><p>antecipação do auxílio emergencial. Disse que foi Fênix, proprietária de uma loja de manutenção</p><p>de telefones celulares, quem lhe propôs a prática de tais condutas, acrescentando que seria um</p><p>procedimento legal, e ainda ofereceu R$ 50,00 para cada antecipação passada em sua máquina</p><p>do “ComércioRemunerado”, sendo que Jack praticou a conduta quatro vezes. Disse ainda que o</p><p>dinheiro entrava em sua conta no “ComércioRemunerado” e era transferido para a conta de Fênix.</p><p>O auxílio emergencial era disponibilizado pela União, por meio da Caixa Econômica Federal.O</p><p>crime supostamente praticado nesse caso é o de:</p><p>a) estelionato;</p><p>b) furto mediante fraude;</p><p>c) apropriação indébita;</p><p>d) apropriação indébita previdenciária;</p><p>e) peculato.</p><p>Comentário</p><p>Página 77 de 1520</p><p>Gabarito: B</p><p>A resposta correta é a letra B.</p><p>O item A está incorreto. No estelionato, o agente pratica a fraude com o intuito de ludibriar a</p><p>vítima a entregá-la espontaneamente o próprio bem. Segundo se apurou no caso concreto, não</p><p>houve entrega espontânea do valor por parte da operadora financeira que promoveu o</p><p>pagamento antecipado do auxílio (“ComércioRemunerado”).</p><p>O Item B está correto. No caso em tela, Fênix praticou furto mediante fraude contra o operador</p><p>financeiro (“ComércioRemunerado”), pois a fraude foi empregada com o intuito de promover o</p><p>recebimento antecipado do valor destinado ao beneficiário.</p><p>O item C está incorreto. Na apropriação indébita, o valor inicialmente é percebido de maneira</p><p>lícita, mas depois o agente se comporta como se fosse dono do bem, invertendo sua posse ou</p><p>detenção e permanecendo com o objeto de maneira ilícita. Não foi o que ocorreu no caso</p><p>concreto.</p><p>O item D está incorreto. Não desconto devido de percentual a ser posteriormente repassado ao</p><p>órgão previdenciário, o que configuraria o crime em apreço.</p><p>O item E está correto. O peculato é crime próprio, que só pode ser praticado por quem é</p><p>funcionário público, o que não ocorreu na questão.</p><p>Questão 42.</p><p>Sobre os delitos praticados durante a pandemia do coronavírus, no que concerne à dosimetria, é</p><p>correto afirmar que a agravante prevista no</p><p>Art. 61, inciso II, alínea “j”, do Código Penal (“em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou</p><p>qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido”):</p><p>a) incide durante todo o período em que for reconhecida a existência da pandemia,</p><p>independentemente do nexo de causalidade;</p><p>b) incide durante todo o período em que for reconhecida a existência da pandemia, dependendo</p><p>do nexo de causalidade;</p><p>c) incide enquanto for reconhecida a existência da pandemia, independentemente do nexo de</p><p>causalidade;</p><p>Página 78 de 1520</p><p>d) incide enquanto for reconhecida a existência da pandemia, dependendo do nexo de</p><p>causalidade;</p><p>e) não deve incidir, em razão da inconstitucionalidade das agravantes de perigo abstrato.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>A resposta correta é a letra B.O item A está incorreto. No caso a agravante deve possuir nexo de</p><p>causalidade com a o crime praticado pelo agente (ex.: não há nexo de causalidade no</p><p>reconhecimento dessa agravante na prática de um crime de tráfico de drogas).</p><p>O item B está correto. Esta agravante incidirá durante todo o período em que for reconhecida a</p><p>existência da pandemia e dependerá do nexo de causalidade (ex.: agente público que comete</p><p>corrupção passiva na compra de vacinas contra o Covid-19).</p><p>O item C está incorreto. É necessário o nexo de causalidade e a agravante poderá ser aplicada,</p><p>nesse caso, durante todo o período em que for reconhecida a existência da pandemia.</p><p>Item D está incorreto. Embora esteja correto o seu reconhecimento apenas quando estiver</p><p>presente o nexo de causalidade, ela será aplicada durante todo o período em que for reconhecida</p><p>a existência da pandemia pelo órgão sanitário correspondente.</p><p>O item E está incorreto. Os tribunais superiores já decidiram que os crimes de perigo abstrato são</p><p>constitucionais, não havendo que se falar em inconstitucionalidade das agravantes.</p><p>Questão 43.</p><p>A individualização da pena é submetida aos elementos de convicção judiciais acerca das</p><p>circunstâncias do crime. A jurisprudência e a doutrina passaram a reconhecer, como regra, como</p><p>critério ideal para individualização da reprimenda-base o aumento:</p><p>a) na fração de 1/4 por cada circunstância;</p><p>b) na fração de 1/6 por cada circunstância;</p><p>c) na fração de 1/8 por cada circunstância;</p><p>d) no quantum determinado de seis meses;</p><p>Página 79 de 1520</p><p>e) no quantum determinado de oito meses.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A resposta correta é a letra CO item A está incorreto. Nem a doutrina e tampouco a jurisprudência</p><p>elegeram esse patamar.</p><p>O item B está incorreto. A doutrina sempre elegeu o patamar de 1/8 para cada circunstância</p><p>judicial, considerando o número de circunstâncias judiciais existentes no artigo 59, do Código</p><p>Penal, contudo, o Superior Tribunal de Justiça tem se firmado pela aplicação de 1/6 para cada</p><p>circunstância judicial tida por negativa (AgRg no HC 666815/PA e no AgRg no HC 647642/PR).</p><p>O item C está correto. Conforme sobredito, esse sempre foi o entendimento doutrinário que há</p><p>muito se aplica em relação ao patamar de majoração no caso de reconhecimento de circunstância</p><p>judicial negativa. No entanto, há que atentar-se ao que foi advertido no item anterior.</p><p>Os itens D e E estão incorretos. Nem a doutrina e tampouco a jurisprudência elegeram esse</p><p>patamar.</p><p>Questão 44.</p><p>Veículos autônomos são aqueles motorizados cujo movimento no trânsito é, de diversas formas,</p><p>determinado por algoritmo pré-programado, e não por pessoa sentada ao volante. Por trás de</p><p>uma máquina autônoma, há uma pessoa física que, de alguma forma, interferiu em seu</p><p>funcionamento, normalmente pela programação e inserção de dados. Assim, em relação à</p><p>imputação subjetiva do resultado, se reconhece a possibilidade de ocorrência de crime doloso ou</p><p>culposo.</p><p>Nas hipóteses de punibilidade culposa, é correto afirmar que:</p><p>a) quem introduz no mundo um agente inteligente, com capacidade de aprendizagem conforme</p><p>as informações sejam inseridas, pode negar sua responsabilidade pelos danos causados por</p><p>reações equivocadas não previsíveis;</p><p>b) os robôs com inteligência artificial são agentes morais genuínos e sua programação interna</p><p>funciona segundo um sistema de “méritos” e “deméritos” para certas decisões que eles tomam;</p><p>Página 80 de 1520</p><p>c) os denominados “algoritmos de acidente”, aqueles que selecionam vítimas em</p><p>Direito Constitucional ................................................................................................................................... 98</p><p>Direito Empresarial..................................................................................................................................... 109</p><p>Direito Tributário ........................................................................................................................................ 121</p><p>Direito Administrativo ................................................................................................................................ 128</p><p>TJ-GO ........................................................................................................................................... 139</p><p>Direito civil .................................................................................................................................................. 139</p><p>Direito processual civil................................................................................................................................ 165</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................... 201</p><p>Direito da Criança e do Adolescente .......................................................................................................... 211</p><p>Direito penal ............................................................................................................................................... 220</p><p>Direito processual penal ............................................................................................................................. 248</p><p>Direito constitucional ................................................................................................................................. 269</p><p>Direito empresarial ..................................................................................................................................... 282</p><p>Direito tributário ........................................................................................................................................ 294</p><p>Direito administrativo ................................................................................................................................ 301</p><p>Noções gerais de direito e formação humanística ..................................................................................... 323</p><p>Direitos humanos ....................................................................................................................................... 327</p><p>TJ-PR ........................................................................................................................................... 330</p><p>Direito civil .................................................................................................................................................. 330</p><p>Direito processual civil................................................................................................................................ 347</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................... 369</p><p>Direito da Criança e do Adolescente .......................................................................................................... 383</p><p>Página 7 de 1520</p><p>Direito penal ............................................................................................................................................... 394</p><p>Direito processual penal ............................................................................................................................. 421</p><p>Direito constitucional ................................................................................................................................. 443</p><p>Direito empresarial ..................................................................................................................................... 455</p><p>Direito tributário ........................................................................................................................................ 467</p><p>Direito administrativo ................................................................................................................................ 475</p><p>Noções gerais de direito e formação humanística ..................................................................................... 492</p><p>Direitos humanos ....................................................................................................................................... 497</p><p>TJ-ES ............................................................................................................................................ 498</p><p>Direito Civil ................................................................................................................................................. 498</p><p>Direito Processual Civil ............................................................................................................................... 516</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................... 534</p><p>Direito da Criança e do Adolescente .......................................................................................................... 548</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................... 569</p><p>Direito Processual Penal ............................................................................................................................. 585</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................... 595</p><p>Direito Processual Penal ............................................................................................................................. 596</p><p>Direito Constitucional ................................................................................................................................. 598</p><p>Direito Empresarial..................................................................................................................................... 612</p><p>Direito Tributário ........................................................................................................................................ 619</p><p>Direito Administrativo ................................................................................................................................ 627</p><p>Noções gerais de direito e formação humanística ..................................................................................... 633</p><p>TJ-MS........................................................................................................................................... 638</p><p>Direito Civil ................................................................................................................................................. 638</p><p>Página 8 de 1520</p><p>Direito Processual Civil ............................................................................................................................... 676</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................... 717</p><p>Direito da Criança e do Adolescente .......................................................................................................... 736</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................... 753</p><p>Direito Processual Penal .............................................................................................................................</p><p>casos de</p><p>inevitável colisão no tráfego dos carros autônomos, geram responsabilidade penal pela morte</p><p>decorrente de atropelamento;</p><p>d) os robôs com inteligência artificial são máquinas que completam suas tarefas conforme sua</p><p>programação, que equivale à autodeterminação humana sobre razões morais;</p><p>e) a possibilidade de programar o veículo para escolher uma vida para sacrificar, com o intuito de</p><p>salvar outras, quando o acidente for inevitável, atrai a incidência do estado de necessidade,</p><p>excluindo a responsabilidade do programador</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A resposta correta é a letra C</p><p>O item A está incorreto. O autor criou um risco proibido com sua conduta, pois os veículos</p><p>autônomos ainda não são regulamentados no direito pátrio. Mesmo após a regulamentação, o</p><p>operador (pessoa física) não poderá agravar o risco de sua conduta, devendo obedecer às normas</p><p>de trânsito existentes. Seria, em tese, possível a punição por culpa.</p><p>O item B está incorreto. Os robôs não possuem senso moral, e agem em conformidade com a</p><p>programação do operador (pessoa física).</p><p>O item C está correto. Neste caso, se a programação decorrer de negligência, imprudência ou</p><p>imperícia, o agente poderá ser responsabilizado por homicídio culposo.</p><p>O item D está incorreto. Os robôs não possuem autodeterminação.</p><p>O item E está incorreto. Um dos requisitos do estado de necessidade, previsto no</p><p>Art. 24, do Código Penal, é a existência de um perigo atual (muitos autores admitem que ele seja</p><p>também iminente). Considerando que a hipótese não se enquadra nesse requisito, não há falar</p><p>em estado de necessidade.</p><p>Questão 45.</p><p>Sobre os institutos da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento</p><p>posterior, é correto afirmar que:</p><p>Página 81 de 1520</p><p>a) a não consumação, por circunstâncias alheias à vontade do agente, é compatível com a</p><p>desistência voluntária;</p><p>b) o reconhecimento da desistência voluntária dispensa o exame do iter criminis;</p><p>c) as circunstâncias inerentes à vontade do agente são irrelevantes para a configuração da</p><p>desistência voluntária;</p><p>d) o arrependimento eficaz e a desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que não</p><p>tenha sido consumado;</p><p>e) o reconhecimento da desistência voluntária dispensa o exame do elemento subjetivo da</p><p>conduta.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>A resposta correta é a letra DO item A está incorreto. É o caso de tentativa, nos termos do</p><p>Art. 14, II, do Código Penal.</p><p>O item B está incorreto. É necessário que o agente percorra a fase interna (cogitação) e a parte</p><p>da fase externa (atos preparatórios e execução). Nesse caso, o crime não se consumará por ato</p><p>voluntário do autor. Ademais, quando o agente não esgota os atos de execução, há desistência</p><p>voluntária, ao passo em que, esgotada essa fase, haverá arrependimento eficaz.</p><p>O item C está incorreto. A voluntariedade é um dos requisitos para o reconhecimento da</p><p>desistência voluntária e do arrependimento eficaz.</p><p>O item D está correto. Outro dos requisitos para o reconhecimento da desistência voluntária e do</p><p>arrependimento eficaz é a evitação do resultado pelo autor (</p><p>Art. 16, CP).</p><p>O item E está incorreto. O agente deve evitar a consumação do crime com uma conduta</p><p>espontânea, caso contrário, tratar-se-á de tentativa.</p><p>Questão 46.</p><p>Página 82 de 1520</p><p>Quando o Tribunal de Justiça, em julgamento de apelação criminal exclusiva da defesa, afasta uma</p><p>circunstância judicial negativa do</p><p>Art. 59 do Código Penal, reconhecida no édito condenatório de primeiro grau, deve:</p><p>a) manter a pena final inalterada;</p><p>b) reduzir ao mínimo legal a pena-base;</p><p>c) devolver ao primeiro grau para nova sentença;</p><p>d) compensar o valor final nas demais fases;</p><p>e) reduzir proporcionalmente a pena-base.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A resposta correta é a letra EA alternativa A está incorreta. Neste caso, o Tribunal deverá reduzir</p><p>a pena-base em conformidade com o número de circunstâncias judiciais reconhecidas</p><p>negativamente.</p><p>A alternativa B está incorreta. Deve se observar a proporcionalidade, com redução da pena em</p><p>conformidade com o número de circunstâncias judiciais existentes. Sendo assim, a pena-base</p><p>somente será reduzida para o mínimo legal em abstrato quando não houver circunstância judicial</p><p>reconhecida negativamente.</p><p>A alternativa C está incorreta. Não se trata de cassação de sentença, mas de divergência em</p><p>relação ao reconhecimento negativo de circunstância judicial, impondo-se ao Tribunal o</p><p>redimensionamento da pena-base.</p><p>A alternativa D está incorreta. Não existe a possibilidade de compensação entre circunstância</p><p>judicial com atenuante ou causa de diminuição de pena.</p><p>A alternativa E está correta. É inclusive o entendimento do Superior Tribunal de Justiça,</p><p>expressado no HC 251.417/MG.</p><p>Questão 47.</p><p>Página 83 de 1520</p><p>Sobre o chamado “direito penal transitório”, houve quebra do princípio da continuidade</p><p>normativo-típica, com a consequente abolitio criminis por meio da revogação de um tipo penal no</p><p>caso de:</p><p>a) apropriação indébita previdenciária;</p><p>b) crimes contra a honra praticados por meio da imprensa;</p><p>c) rapto violento ou mediante fraude;</p><p>d) crimes contra a propriedade industrial;</p><p>e) roubo majorado pelo emprego de arma branca.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A resposta correta é a letra E</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>O crime de apropriação indébita previdenciária (Art. 168-A, CP) foi incluído pela Lei nº 9.983, de</p><p>14 de julho de 2000, criando tipo penal autônomo para o caso de crimes praticados contra a</p><p>previdência social, permanecendo hígido o tipo penal previsto no artigo 168, CP, cujo objeto</p><p>jurídico é a propriedade. A alternativa B está incorreta. Os crimes previstos na Lei nº 5.250, de 9</p><p>de fevereiro de 1967 não foram recepcionados pela Constituição da República, conforme decisão</p><p>contida na APFD 130. Os crimes contra a honra permanecem íntegros no Código Penal.</p><p>A alternativa C está incorreta. Os crimes previstos no arts. 219 a 222 foram revogados pela Lei nº</p><p>11.106/2005, mas o STF, no HC 101.035, reconheceu a inexistência de abolitio criminis, pois a</p><p>conduta está tipificada no</p><p>Art. 148, §1º, V, do Código Penal. A alternativa D está incorreta. Os crimes contra a propriedade</p><p>industrial estão previstos nos arts. 183 a 195 da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996.A alternativa</p><p>E está correta. Embora a majorante referente ao emprego de arma branca tenha sido revogada</p><p>com a Lei nº 13.654/2018, a Lei nº 13.964/2019 trouxe novamente a previsão de roubo</p><p>circunstanciado pelo emprego de arma banca. Houve, assim, abolitio criminis temporária.</p><p>Questão 48.</p><p>Página 84 de 1520</p><p>Quanto à valorização artificial de bens ou falsa especulação com ativos (reverse flips), no crime de</p><p>lavagem de capitais, é correto afirmar que:</p><p>a) o lavador adquire o bem por valor bastante inferior ao valor de mercado, registrando no</p><p>instrumento do negócio jurídico um valor nominal igual ao da aquisição, pagando a diferença</p><p>informalmente;</p><p>b) após a compra, o lavador deve realizar benfeitorias no bem, o revender a terceiro, registrando</p><p>no instrumento do negócio jurídico valor fictício, atenuando o valor do tributo correspondente</p><p>devido;</p><p>c) o lavador adquire o bem por valor bastante superior ao valor de mercado, registrando no</p><p>instrumento do negócio jurídico um valor nominal igual ao da aquisição, recebendo a diferença</p><p>em relação ao valor real informalmente;</p><p>d) após a compra, o lavador, realizando ou não benfeitorias no bem, o revende a terceiro,</p><p>registrando no instrumento do negócio jurídico seu valor superior, visando regularizar o valor</p><p>negociado informalmente;</p><p>e) o lavador adquire o bem pelo seu valor de mercado, registrando no instrumento do negócio</p><p>jurídico um valor nominal inferior ao da aquisição, pagando a diferença informalmente.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A alternativa correta é a E.</p><p>A alternativa A está incorreta. Na técnica do reverse flips, o preço registrado</p><p>no documento será</p><p>bem abaixo do valor de mercado e o “saldo” será pago a um vendedor que se dispuser a esta</p><p>prática, para que depois o lavador o revenda pelo seu valor real e obtenha um lucro que será lícito.</p><p>A alternativa B está incorreta. Neste caso se trata de subfaturamento, o que constitui crime contra</p><p>a ordem tributária, previsto no</p><p>Art. 1º, da Lei nº 8.137/90, sem prejuízo de outras sanções cíveis.</p><p>A alternativa C está incorreta. Neste caso não haveria nenhuma vantagem em adquirir o bem por</p><p>valor bastante superior ao de mercado, pois não seria possível obter “lucro” com essa aquisição.</p><p>A alternativa D está incorreta. Com tal prática não haveria regularização da conduta antecedente,</p><p>muito pelo contrário, pois tal ação facilitaria o descobrimento da conduta delitiva por ele</p><p>praticada.</p><p>Página 85 de 1520</p><p>A alternativa E está correta. Segundo DALLAGNOL, citado por Ana Paula Kosak: “A aquisição pelo</p><p>valor de mercado e a posterior revenda por um preço maior também pode ocorrer. Em tais</p><p>hipóteses, bens de difícil aferição do valor são mais propícios a essa técnica (...)”.</p><p>Questão 49.</p><p>A prisão do agente em local conhecido por venda de drogas:</p><p>a) faz incidir causa de aumento de pena;</p><p>b) faz incidir agravante genérica;</p><p>c) faz incidir agravante específica;</p><p>d) impõe a exasperação da pena-base;</p><p>e) não afasta a possibilidade de aplicação de tráfico privilegiado.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A alternativa correta é a E.</p><p>A alternativa A está incorreta. Não há previsão de causa de aumento de pena para essa</p><p>circunstância, em conformidade com o</p><p>Art. 40, da Lei nº 11.343/06.A alternativa B está incorreta. Não há agravante genérica para essa</p><p>hipótese no</p><p>Art. 61, do Código Penal.</p><p>A alternativa C está incorreta. Não há previsão de agravantes específicas na Lei 11.343/06.</p><p>A alternativa D está incorreta. Não seria possível, a priori, reconhecer essa circunstância como</p><p>negativa, salvo se outros elementos indicassem que a censurabilidade da conduta do réu seria</p><p>maior.</p><p>A alternativa E está correta. O STJ possui arestos nesse sentido: HC nº 689.873 e AgRg no HC</p><p>685.941/SP.</p><p>Página 86 de 1520</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>Questão 50.</p><p>O Superior Tribunal de Justiça tem entendido, quanto ao ingresso forçado em domicílio, que não</p><p>é suficiente apenas a ocorrência de crime permanente, sendo necessárias fundadas razões de que</p><p>um delito está sendo cometido, para assim justificar a entrada na residência do agente, ou, ainda,</p><p>a autorização para que os policiais entrem no domicílio. Segundo a nova orientação</p><p>jurisprudencial, a comprovação dessa autorização, com prova da voluntariedade do</p><p>consentimento, constitui:</p><p>a) interesse processual do acusado;</p><p>b) interesse processual da acusação;</p><p>c) faculdade da acusação;</p><p>d) faculdade do acusado;</p><p>e) ônus da acusação.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>Letra A ERRADA Não se trata de interesse processual do acusado, conforme resposta da</p><p>alternativa E.</p><p>Letra B ERRADA Não se trata de interesse processual da acusação, conforme resposta da</p><p>alternativa E.</p><p>Letra C ERRADA Não se trata de faculdade da acusação, conforme resposta da alternativa E.</p><p>Letra D ERRADA Não se trata de faculdade do acusado, mas sim ônus da acusação, conforme</p><p>resposta da alternativa E. Aliás, o acusado não tem nenhum interesse em comprovar a</p><p>voluntariedade e legalidade do consentimento.</p><p>Letra E CERTA Com exclusão das demais assertivas. É essa a nova orientação da jurisprudência.</p><p>A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do</p><p>suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela</p><p>pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do</p><p>Página 87 de 1520</p><p>ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto</p><p>durar o processo. HC 598.051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade,</p><p>julgado em 02/03/2021.</p><p>Questão 51.</p><p>No que tange à oitiva das testemunhas arroladas pela acusação em audiência de instrução e</p><p>julgamento, na forma do</p><p>Art. 212 do Código de Processo Penal, é correto afirmar que:</p><p>a) a nulidade pela alteração da ordem de inquirição deve indicar o prejuízo gerado;</p><p>b) é possível ao juiz formular perguntas de forma detalhada, após as partes;</p><p>c) a ordem de inquirição pode ser alterada no caso de ausência momentânea de uma das partes;</p><p>d) havendo atuação comedida, o juiz pode iniciar a inquirição da testemunha;</p><p>e) o juiz pode intervir, a qualquer momento, diante de ilegalidade na condução do depoimento.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>Observações: redação ambígua e imprecisa. Não se sabe se o examinador quis explorar</p><p>exclusivamente o</p><p>Art. 212 ou também estava com olhos no</p><p>Art. 400 do CPP (como deveria). Aparentemente – observando as alternativas – quis explorar</p><p>somente o</p><p>Art. 212; ou seja: a ordem para quem faz as inquirições e não a ordem de inquirição das</p><p>testemunhas. Por outro lado, cobrou jurisprudência que não é completamente pacificada nos</p><p>tribunais superiores.</p><p>Letra A</p><p>CERTA, embora a banca tenha dado como errada.</p><p>Página 88 de 1520</p><p>É o entendimento que prevalece, inclusive uníssono no STJ, embora se encontre precedentes</p><p>contrários do STF. Nesse sentido:</p><p>[...] 4. Nos termos da uníssona jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, eventual</p><p>inobservância ao disposto no</p><p>Art. 212 do Código de Processo Penal gera nulidade meramente relativa, sendo necessário para</p><p>seu reconhecimento a alegação no momento oportuno e a comprovação do efetivo prejuízo.</p><p>Precedentes. (AgRg no AREsp 1741471/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA,</p><p>julgado em 11/05/2021, DJe 14/05/2021).</p><p>Letra B</p><p>ERRADA</p><p>De forma detalhada não, apenas em caráter complementar, nos termos do parágrafo único do</p><p>artigo 212 do CPP.</p><p>Letra C</p><p>ERRADA</p><p>Não há qualquer previsão legal nesse sentido.</p><p>Letra D</p><p>ERRADA</p><p>Atuação comedida é sempre exigível do juiz e não vai ser isso que lhe autorizará, simplesmente, a</p><p>começar a inquirição das testemunhas.</p><p>Letra E</p><p>ERRADA, embora a banca tenha dado como certa.</p><p>Não seria uma faculdade – um ‘poder’; o juiz teria o ‘dever’ de intervir diante de ilegalidade.</p><p>Questão 52.</p><p>Em relação ao procedimento dos crimes dolosos contra a vida, é correto afirmar que é:</p><p>Página 89 de 1520</p><p>a) inadmissível a pronúncia do réu, sem qualquer lastro probatório produzido em juízo,</p><p>fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na fase inquisitorial;</p><p>b) admissível a pronúncia do réu, sem qualquer lastro probatório produzido em juízo,</p><p>fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na fase inquisitorial;</p><p>c) inadmissível a pronúncia do réu, com lastro probatório produzido em juízo, fundamentada</p><p>supletivamente em elementos informativos colhidos na fase inquisitorial;</p><p>d) admissível a pronúncia do réu, sem qualquer lastro probatório produzido em juízo, desde que</p><p>haja pedido de produção de provas em plenário;</p><p>e) inadmissível a pronúncia do réu, com lastro probatório produzido em juízo, sem que haja a</p><p>reprodução perante o Conselho de Sentença.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Letra A</p><p>CERTA</p><p>É a jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal. Veja-se que o enunciado da assertiva retrata</p><p>exatamente a conclusão do julgado abaixo transcrito, datado do final do ano de 2020. O</p><p>entendimento, posteriormente, também foi ratificado pelo Superior Tribunal de Justiça. Eis os</p><p>julgados mencionados, o primeiro da 2ª Turma do STF e o segundo da 6ª do STJ.</p><p>[...] O sistema jurídico-constitucional brasileiro não admite nem tolera a possibilidade de prolação</p><p>de decisão de pronúncia com apoio exclusivo em elementos de informação produzidos, única e</p><p>unilateralmente, na fase de inquérito policial ou de procedimento de investigação criminal</p><p>instaurado pelo Ministério Público, sob pena de frontal violação aos</p><p>postulados fundamentais que</p><p>asseguram a qualquer acusado o direito ao contraditório e à plenitude de defesa. Doutrina.</p><p>Precedentes. – Os subsídios ministrados pelos procedimentos inquisitivos estatais não bastam,</p><p>enquanto isoladamente considerados, para legitimar a decisão de pronúncia e a consequente</p><p>submissão do acusado ao Plenário do Tribunal do Júri. [...] (HC 180144, Relator(a): CELSO DE</p><p>MELLO, Segunda Turma, julgado em 10/10/2020)</p><p>[...] 1. O entendimento mais recente da Sexta Turma, firmado com observância da atual orientação</p><p>do Supremo Tribunal Federal (HC 180144/GO), é o de que não se pode admitir a pronúncia do</p><p>imputado, dada a sua carga decisória, sem nenhum lastro probatório produzido em juízo,</p><p>fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na fase</p><p>Página 90 de 1520</p><p>inquisitorial."(REsp.1.932.774/AM, Rel. Ministro Rogério Schietti Cruz - DJe 30/08/2021). [...] (HC</p><p>689.187/MG, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª</p><p>REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 26/10/2021)</p><p>Letra B</p><p>ERRADA</p><p>Explicação na alternativa anterior.</p><p>Letra C</p><p>ERRADA</p><p>Existindo lastro probatório produzido em juízo, conforme procedimento previsto nos artigos 406</p><p>a 421 do Código de Processo Penal, não há qualquer óbice à utilização de provas produzidas na</p><p>fase inquisitiva de forma supletiva.</p><p>Letra D</p><p>ERRADA</p><p>É necessário lastro probatório para a pronúncia, como já pontuado. O processo não pode passar</p><p>dessa fase sem isso; não pode chegar ao plenário, até pela função de ‘filtro’ que é exercida pela</p><p>decisão de pronúncia.</p><p>Letra E</p><p>ERRADA</p><p>Aquilo que será reproduzido (futuramente e nem se sabe) perante o Conselho de Sentença, pouco</p><p>importa para a pronúncia, bastando que o juiz esteja convencido da materialidade do fato e da</p><p>existência de indícios suficientes de autoria ou de participação (Art. 413, CPP).</p><p>Questão 53.</p><p>Determinada investigação foi instaurada para apurar estelionato consistente em fraude, ocorrido</p><p>em 02 de julho de 2020, em Macapá, na obtenção de auxílio emergencial concedido pelo Governo</p><p>Federal, por meio da Caixa Econômica Federal, em decorrência da pandemia da Covid-19. Jack</p><p>declarou na investigação que realizou depósito em sua conta do “ComércioRemunerado”, no valor</p><p>de R$ 600,00 e depois percebeu que aquela quantia foi transferida para Russel, sendo que não foi</p><p>Jack quem realizou a operação financeira nem a autorizou. Russel assinalou que a aludida quantia</p><p>foi realmente transferida para sua conta no “ComércioRemunerado” e foi declarada como</p><p>Página 91 de 1520</p><p>pagamento de conserto de motocicleta, para enganar os órgãos competentes e conseguir a</p><p>antecipação do auxílio emergencial. Disse que foi Fênix, proprietária de uma loja de manutenção</p><p>de telefones celulares, quem lhe propôs a prática de tais condutas, acrescentando que seria um</p><p>procedimento legal, e ainda ofereceu R$ 50,00 para cada antecipação passada em sua máquina</p><p>do “ComércioRemunerado”, sendo que Jack praticou a conduta quatro vezes. Disse ainda que o</p><p>dinheiro entrava em sua conta no “ComércioRemunerado” e era transferido para a conta de Fênix.</p><p>O auxílio emergencial era disponibilizado pela União, por meio da Caixa Econômica Federal. A</p><p>competência para o processo e julgamento do presente caso é do(a):</p><p>a) Justiça Federal em primeiro grau;</p><p>b) Justiça Federal em segundo grau;</p><p>c) Justiça Estadual em primeiro grau;</p><p>d) Justiça Estadual em segundo grau;</p><p>e) Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Comentário</p><p>Letra A</p><p>ERRADA</p><p>A competência da Justiça Federal é expressa e taxativa, ao passo que a competência da Justiça</p><p>Estadual é residual. A competência da Justiça Federal é estabelecida na Constituição Federal, nos</p><p>artigos 108 e 109. Não há, no caso, nenhuma das situações previstas no artigo 109 da CF, que</p><p>disciplina a competência da Justiça Federal. A resposta à alternativa C traz maiores fundamentos.</p><p>Letra B</p><p>ERRADA</p><p>Nos termos da resposta à alternativa A, não se trata de competência da Justiça Federal, nem nos</p><p>termos dos artigos 108 e 109 da CF.</p><p>Letra C</p><p>CERTA</p><p>Houve ingresso lícito no programa referente ao auxílio emergencial e transferência lícita da conta</p><p>da CEF para o "ComércioRemunerado", ambas de titularidade da beneficiária do auxílio. O</p><p>Página 92 de 1520</p><p>enunciado revela transferência fraudulenta de valores entre contas do "ComércioRemunerado"</p><p>de titularidade da vítima e do agente delituoso. Assim, o agente delituoso ao transferir para si os</p><p>valores pertencentes à vítima não fraudou eletronicamente o sistema de segurança da CEF, mas</p><p>apenas o sistema de segurança de instituição privada para a qual o numerário foi transferido por</p><p>livre vontade da vítima.</p><p>Não há qualquer prejuízo ou interesse para a União ou suas entidades.</p><p>Letra D</p><p>ERRADA</p><p>A competência será da Justiça Estadual de segundo grau apenas quando estivermos diante de</p><p>crime cometido por prefeitos, quando acusados de crimes de competência da justiça comum</p><p>estadual; por juízes e promotores da Justiça Estadual; e por autoridades com foro por prerrogativa</p><p>de função, caso haja previsão nas respectivas Constituições Estaduais (arts. 29, 96 e 125, todos da</p><p>CF).</p><p>Letra E</p><p>ERRADA O STJ tem sua competência penal fixada pelo</p><p>Art. 105, I, ‘a’ e ‘c’ da CF. A situação trazida no enunciado não se coaduna com nenhuma das</p><p>hipóteses previstas em lei.</p><p>Questão 54.</p><p>À luz do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, o Ministério Público tem o poder-</p><p>dever de oferecer a denúncia, quando reunidos os requisitos e condições que determinem autoria,</p><p>coautoria ou participação e existência de uma infração penal. Essa obrigatoriedade persiste</p><p>mesmo com o exercício da ação penal. Assim, abre-se ao titular da ação penal pública um poder-</p><p>dever de aditar a denúncia quando reunidos elementos de prova ou de informação que indiquem</p><p>uma divergência com a proposição inicial.No que concerne ao aditamento da denúncia, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>Página 93 de 1520</p><p>a) o recebimento do aditamento da denúncia, que traz modificação fática substancial, enseja a</p><p>interrupção da prescrição;</p><p>b) o recebimento do aditamento da denúncia, para inclusão de corréu, constitui causa interruptiva</p><p>da prescrição para os demais imputados;</p><p>c) o recebimento da denúncia, na sua versão original, pode ser considerado termo inicial para</p><p>efeito de contagem prescricional relativamente aos imputados incluídos posteriormente por</p><p>aditamento;</p><p>d) admite-se o aditamento da denúncia a qualquer tempo, enquanto não transitado em julgado o</p><p>processo, desde que observados o contraditório e a ampla defesa;</p><p>e) constitui requisito para o oferecimento de aditamento da denúncia a existência de novas provas,</p><p>desde que até o final da instrução probatória.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Letra A CERTA Conforme entendimento jurisprudencial. [...] A decisão agravada deve ser mantida,</p><p>em relação à alegada prescrição, uma vez que o recebimento do aditamento da denúncia que traz</p><p>modificação fática substancial enseja a interrupção da prescrição (AgRg no AREsp n. 1.350.483/RS,</p><p>Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 12/11/2020), isso porque, in casu, não houve</p><p>apenas a alteração da capitulação jurídica, mas uma modificação substancial dos aspectos fáticos</p><p>quanto à imputação do tipo penal (fl. 1.404). Precedentes. [...] (AgRg no HC 659.335/SC, Rel.</p><p>Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 08/06/2021, DJe 16/06/2021)</p><p>Letra B ERRADA Para os demais imputados não, somente para o corréu incluído. A relação</p><p>processual deve ser vista individualmente.</p><p>Letra C ERRADA Não pode. Prazo prescricional é individual, não pode atingir aqueles que foram</p><p>incluídos posteriormente e não tinham sido originariamente denunciados.</p><p>Letra D ERRADA Não é exatamente a qualquer tempo, não é antes do trânsito em julgado - é em</p><p>primeiro grau, até para que não haja supressão de instância. Não faria sentido você mudar a</p><p>acusação depois que o réu já recorreu,</p><p>que o processo está no Tribunal.</p><p>Letra E ERRADA A redação da alternativa não é das melhores. De qualquer modo, não se exige</p><p>‘prova nova’. A lei fala em ‘prova existente nos autos’ (</p><p>Art. 384, CPP).</p><p>Página 94 de 1520</p><p>Questão 55.</p><p>Nos processos envolvendo pluralidade de réus ou de fatos imputados, o juízo progressivo de</p><p>admissibilidade da imputação pode resultar no acolhimento parcial da pretensão acusatória,</p><p>comportando uma única demanda múltiplos resultados: recebimento da denúncia em relação à</p><p>parte dos réus ou dos fatos, rejeição da denúncia em relação à parte dos réus ou dos fatos e/ou</p><p>absolvição sumária em relação à parte dos réus ou dos fatos.</p><p>No caso de absolvição sumária parcial, seja em relação a um crime, seja em relação a um acusado,</p><p>com base no</p><p>Art. 397, inciso III, do Código de Processo Penal, será cabível:</p><p>a) apelação, com interposição em primeiro grau e apresentação das razões diretamente no</p><p>tribunal;</p><p>b) recurso em sentido estrito, com interposição em primeiro grau e apresentação das razões</p><p>diretamente no tribunal;</p><p>c) apelação, com a formação de instrumento por meio da extração de traslado dos autos;</p><p>d) recurso em sentido estrito, com a formação de instrumento por meio da extração de traslado</p><p>dos autos;</p><p>e) correição parcial, com reprodução integral dos autos para instruir o recurso.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Letra A ERRADA Conforme fundamentos da alternativa C. Letra BERRADA Conforme</p><p>fundamentos da alternativa C. Letra C CERTA Com exclusão das demais assertivas. O recurso</p><p>cabível é apelação, nos termos do</p><p>Art. 593, I do CPP. Além disso, a apelação é recurso preferível e, diante da singularidade, deverá</p><p>ser o recurso a ser interposto (por mais que o processo continue), nos termos do § 4º do</p><p>Art. 593 do CPP. Para não prejudicar o andamento do processo, nos termos do</p><p>Art. 583, III (em sentido contrário) do CPP, deverá ser formado instrumento e não subir nos</p><p>próprios autos.</p><p>Página 95 de 1520</p><p>Letra D</p><p>ERRADA</p><p>Na falta de previsão legal não cabe recurso em sentido estrito porque a apelação é preferível, nos</p><p>termos do §4º do</p><p>Art. 593 do CPP. Observando-se os apontamentos da alternativa C.</p><p>Letra E ERRADA Conforme fundamentos da alternativa C.</p><p>Questão 56.</p><p>Na hipótese de agente que tem contra si condenação definitiva a cinco anos de reclusão em</p><p>regime fechado e mandado de prisão pendente de cumprimento, o pedido de antecipação da</p><p>expedição da sua guia de recolhimento ou expedição de carta de execução de sentença deve ser:</p><p>a) deferido, visando possibilitar a análise de pedido de progressão de regime ou de prisão</p><p>domiciliar pelo Juízo competente;</p><p>b) indeferido, pois a expedição tem como pressuposto o cumprimento do mandado de prisão;</p><p>c) indeferido, pois a expedição tem como pressuposto o início do cumprimento da pena privativa</p><p>de liberdade;</p><p>d) indeferido, por permitir a administração, à distância, da execução da própria pena;</p><p>e) deferido, permitindo o cômputo de prazos aquisitivos de benefícios executórios a seu favor.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>A alternativa A está correta. Embora a regra seja a expedição da guia de recolhimento quando o</p><p>réu estiver preso ou após a sua prisão, o STJ tem admitido exceções quando as circunstâncias</p><p>fáticas e concretas indicarem que essa circunstância é extremamente gravosa ao sentenciado,</p><p>como nas hipóteses contidas na assertiva.</p><p>A alternativa B está incorreta. Esta é a regra, mas excepcionalmente ela será afastada quando for</p><p>extremamente gravosa ao sentenciado.</p><p>Página 96 de 1520</p><p>A alternativa C está incorreta. O pressuposto é o cumprimento provisório de pena (prisão cautelar,</p><p>quando o réu está preso) ou quando o sentenciado vier a ser preso.</p><p>A alternativa D está incorreta. Não há previsão legal para administração à distância da própria</p><p>pena.</p><p>A alternativa E está incorreta. O cômputo de prazos aquisitivos de benefícios executórios</p><p>dependerá do processo de execução da pena, já que o sentenciado pode ter outras guias de</p><p>recolhimento, o que importará em soma ou unificação das penas.</p><p>Questão 57.</p><p>Nas hipóteses de colaboração premiada, a combinação das Leis nº 9.807/1999 e 11.343/2006,</p><p>permite a concessão da seguinte sanção premial não originariamente prevista na Lei de Drogas:</p><p>a) diminuição de pena;</p><p>b) progressão de regime;</p><p>c) fixação de regime inicial mais benéfico;</p><p>d) improcessabilidade;</p><p>e) perdão judicial.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A alternativa A está incorreta. A diminuição da pena é prevista não somente em ambas as leis,</p><p>como em todas que de alguma maneira oferecem premiação ao colaborador.</p><p>A alterativa B está incorreta. A progressão de regime encontra previsão expressa no</p><p>Art. 4º, §5º, da Lei nº 12.850/13 (Lei das Organizações Criminosas).</p><p>A alternativa C está incorreta. Não se trata de sanção premial permitida por nenhuma das leis em</p><p>apreço, sendo imperioso memorizar a disposição contida no</p><p>Art. 4º, §7º, II, da Lei nº 12.850/13.</p><p>Página 97 de 1520</p><p>A alternativa D está incorreta. Esta hipótese está no</p><p>Art. 4º, §2º, da Lei nº 12.850/13.A alternativa E está correta. É a conjugação do</p><p>Art. 13 da Lei nº 9.807/99 com o</p><p>Art. 41 da Lei nº 11.343/06.</p><p>Questão 58.</p><p>A intimação de réu solto assistido pela Defensoria Pública ou patrocinado por advogado dativo,</p><p>quanto à sentença penal condenatória, deve ocorrer:</p><p>a) por publicação no órgão da imprensa oficial;</p><p>b) por meio eletrônico;</p><p>c) pessoalmente;</p><p>d) na pessoa do seu patrono;</p><p>e) em audiência.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Letra A ERRADA Conforme fundamentos da alternativa C.</p><p>Letra B ERRADA Conforme fundamentos da alternativa C.</p><p>Letra C CERTA Certa, com exclusão das demais. A jurisprudência do STJ se firmou no sentido de</p><p>que, consoante o disposto no</p><p>Art. 392, inciso II, do CPP, tratando-se de réu solto, mostra-se suficiente a intimação do defensor</p><p>constituído acerca da sentença condenatória. Porém, o enunciado fala da assistência pela</p><p>Defensoria ou por advogado dativo, casos nos quais a intimação deve ser feita pessoalmente.</p><p>Letra D ERRADA Conforme fundamentos da alternativa C.</p><p>Letra E ERRADA Conforme fundamentos da alternativa C.</p><p>Página 98 de 1520</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Questão 59.</p><p>Maria, servidora ocupante de cargo em comissão no Município Delta, adotou João Pedro, de 11</p><p>anos de idade. Ato contínuo, consultou o regime jurídico único dos servidores públicos municipais</p><p>e constatou que a licença parental básica, reconhecida aos servidores adotantes, era de noventa</p><p>dias, período reduzido para trinta dias quando o adotado tivesse mais de 10 anos de idade, isso</p><p>sem qualquer consideração em relação a possíveis períodos de prorrogação. No entanto, somente</p><p>faziam jus a essa licença os servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo, não aqueles</p><p>livremente demissíveis pela autoridade competente. À luz da sistemática constitucional, o regime</p><p>jurídico único dos servidores públicos do Município Delta:</p><p>a) é inconstitucional na parte que restringe a fruição da licença aos ocupantes de cargos de</p><p>provimento efetivo e estabelece períodos de fruição inferiores ao da licença gestante;</p><p>b) é inconstitucional apenas na parte em que estabelece o período de fruição de trinta dias quando</p><p>o adotado tiver mais de 10 anos de idade;</p><p>c) não apresenta qualquer vício de inconstitucionalidade em relação aos servidores que podem</p><p>fruir a licença e aos respectivos períodos de fruição;</p><p>d) é inconstitucional apenas na parte que restringe a fruição da licença aos servidores ocupantes</p><p>de cargos de provimento efetivo;</p><p>e) é inconstitucional apenas na parte em que estabelece períodos de fruição inferiores ao da</p><p>licença gestante.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Gabarito Oficial: AA questão demanda conhecimento acerca da decisão proferida pelo STF sobre</p><p>a possibilidade ou não de se estender a licença-maternidade quando há a adoção de crianças</p><p>maiores nos mesmos moldes que a licença-maternidade</p><p>prevista na Carta Magna.</p><p>Para responder à questão era necessário conhecer o seguinte pronunciamento do STF:“A licença</p><p>maternidade prevista no artigo 7º, XVIII, da Constituição abrange tanto a licença gestante quanto</p><p>a licença adotante, ambas asseguradas pelo prazo mínimo de 120 dias. Interpretação sistemática</p><p>da Constituição à luz da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre filhos biológicos e</p><p>adotados, da doutrina da proteção integral, do princípio da prioridade e do interesse superior do</p><p>menor. [...]5. Mutação constitucional. Alteração da realidade social e nova compreensão do</p><p>Página 99 de 1520</p><p>alcance dos direitos do menor adotado. Avanço do significado atribuído à licença parental e à</p><p>igualdade entre filhos, previstas na Constituição. Superação de antigo entendimento do STF. 6.</p><p>Declaração da inconstitucionalidade do</p><p>Art. 210 da Lei nº 8.112/1990 e dos parágrafos 1º e 2º do artigo 3º da Resolução CJF nº 30/2008.</p><p>[...] 8. Tese da repercussão geral: “Os prazos da licença adotante não podem ser inferiores aos</p><p>prazos da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à</p><p>licença adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada”.(RE</p><p>778889, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2016, ACÓRDÃO</p><p>ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159 DIVULG 29-07-2016 PUBLIC 01-08-</p><p>2016).” Atentem-se que a questão chegou ao STF por meio de Recurso Extraordinário. Porém,</p><p>por ter sido reconhecida a repercussão geral da demanda, a decisão exarou efeitos erga omnes.</p><p>Isso porque as decisões em recurso extraordinário em repercussão geral proferidas pelo STF e em</p><p>recurso especial em recurso repetitivo pelo STJ terão eficácia contra todos (“erga omnes”) e efeito</p><p>vinculante somente em relação aos órgãos do Poder Judiciário (</p><p>Art. 927 do CPC). Na mesma toada, a questão acerca da possibilidade de restringir a concessão</p><p>da licença maternidade apenas às servidoras efetivas. O STF decidiu que as servidoras públicas,</p><p>em estado gestacional, ainda que detentoras apenas de cargo em comissão, têm direto à licença-</p><p>maternidade e à estabilidade provisória, nos termos do</p><p>Art. 7º, inciso XVIII, c/c o</p><p>Art. 39, § 3º, da Constituição Federal, e</p><p>Art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT, conforme decisão abaixo:</p><p>“Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidora gestante. Cargo em comissão.</p><p>Exoneração. Licença-maternidade. Estabilidade provisória. Indenização. Possibilidade. 1. As</p><p>servidoras públicas, em estado gestacional, ainda que detentoras apenas de cargo em comissão,</p><p>têm direto à licença-maternidade e à estabilidade provisória, nos termos do</p><p>Art. 7º, inciso XVIII, c/c o</p><p>Art. 39, § 3º, da Constituição Federal, e</p><p>Art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT. 2. Agravo regimental não provido. (STF - RE: 420839 DF,</p><p>Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 20/03/2012, Primeira Turma, Data de</p><p>Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-081 DIVULG 25-04-2012 PUBLIC 26-04-</p><p>2012)”Interessante ressaltar que a questão em comento demonstra a aplicação do Controle de</p><p>Constitucionalidade Difuso. Ele se daria em razão das mutações constitucionais, isto é, das</p><p>alterações de sentido das normas constitucionais realizadas durante os processos de interpretação</p><p>Página 100 de 1520</p><p>e aplicação da Constituição. Assim, a mutação constitucional é um ato de modificação informal da</p><p>Constituição, por meio da qual a alteração ocorre somente na forma de interpretar a norma</p><p>constitucional e não em relação ao seu conteúdo, que continua o mesmo.</p><p>Questão 60.</p><p>Joana e sua família contrataram com a companhia aérea ZZ o serviço de transporte aéreo</p><p>internacional do Brasil para a Espanha, com passagens de ida e volta. Ao desembarcarem no</p><p>destino, juntamente com os demais passageiros, constataram que sua bagagem tinha se</p><p>extraviado. Assim que retornaram ao Brasil, Joana e sua família ajuizaram ação de reparação de</p><p>danos em face da companhia aérea ZZ, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC).</p><p>Em sua defesa, a companhia argumentou com a existência de convenção internacional (CI),</p><p>devidamente ratificada pelo Estado brasileiro antes da promulgação da Constituição da República</p><p>de 1988, cuja aplicação resultaria na fixação de indenização em patamares sensivelmente</p><p>inferiores. Acresça-se que a sede da multinacional está situada em país que igualmente ratificou a</p><p>convenção.</p><p>À luz da sistemática constitucional, o juiz de direito, ao julgar a causa, deve aplicar, nas</p><p>circunstâncias indicadas:</p><p>a) o CDC, que somente não prevaleceria sobre a CI caso fosse mais favorável ao consumidor, o</p><p>que não é o caso;</p><p>b) a CI, que, por expressa previsão constitucional, sempre prevalece sobre as normas</p><p>infraconstitucionais afetas à temática;</p><p>c) o CDC, que tem a natureza de lei ordinária e foi editado em momento posterior à CI, afastando</p><p>a sua eficácia no território brasileiro;</p><p>d) o CDC, pois a proteção do consumidor consubstancia direito fundamental, insuscetível de ser</p><p>restringido por CI;</p><p>e) a CI, desde que a sua recepção pela Constituição da República de 1988 tenha sido reconhecida</p><p>em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, pelo voto de três quintos dos seus</p><p>membros.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>Gabarito Oficial: B</p><p>Página 101 de 1520</p><p>Trata-se de exemplo de tratados internacionais de direitos humanos com caráter supralegal, que</p><p>regem a responsabilidade das companhias aéreas de passageiros (indenização por perda de</p><p>bagagens e temas correlatos), nos termos do</p><p>Art. 178 da Constituição e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. O STF se pronunciou</p><p>no sentido de que a Convenção de Varsóvia se sobrepõe ao CDC nas questões de</p><p>responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros:“</p><p>Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo,</p><p>quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União,</p><p>atendido o princípio da reciprocidade.”</p><p>“Neste caso, os tratados em questão não gozam de estatura normativa supralegal de acordo com</p><p>a orientação firmada no RE 466.343, uma vez que seu conteúdo não versa sobre a disciplina dos</p><p>direitos humanos. Sendo assim, a antinomia deve ser solucionada pela aplicação ao caso em</p><p>exame dos critérios ordinários, que determinam a prevalência da lei especial em relação à lei geral</p><p>e da lei posterior em relação à lei anterior. Fixação da tese: “Nos termos do</p><p>Art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da</p><p>responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de</p><p>Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor” ( RE</p><p>636.331, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento 25/5/2017, Plenário, Tema 210). O entendimento</p><p>predominante no STF foi de que as referidas Convenções Internacionais não possuem caráter de</p><p>direitos humanos e, portanto, não ostentariam forma “supralegal”, ao contrário do que advoga,</p><p>por exemplo, Celso Ribeiro Bastos. Mas na prática, é isso que acontece, visto que os referidos</p><p>tratados se sobrepõem à legislação infraconstitucional, mas se mantém sob a tutela da</p><p>Constituição Federal.</p><p>Questão 61.</p><p>Joana, vereadora no Município Alfa, alugou imóvel de sua propriedade, situado no mesmo</p><p>município, para o Estado estrangeiro XX, que ali instalou um serviço assistencial para pessoas</p><p>carentes. Após alguns anos, momento em que o contrato de locação, nos termos da lei brasileira,</p><p>se encontrava vigendo por prazo indeterminado, o Estado estrangeiro XX “comunicou” a Joana</p><p>que ele, consoante a sua legislação, se tornara proprietário do imóvel, fazendo cessar o</p><p>pagamento de aluguéis. Joana, sentindo-se esbulhada em sua propriedade, decidiu ajuizar ação</p><p>em face do Estado estrangeiro XX.</p><p>Consoante a ordem constitucional brasileira, a referida ação deve ser ajuizada perante:</p><p>Página 102 de 1520</p><p>a) a primeira</p><p>instância da Justiça comum federal, com recurso ordinário para o Superior Tribunal</p><p>de Justiça;</p><p>b) a primeira instância da Justiça comum estadual, com recurso ordinário para o Supremo Tribunal</p><p>Federal;</p><p>c) a primeira instância da Justiça comum estadual, com recurso de apelação para o Tribunal de</p><p>Justiça;</p><p>d) o Superior Tribunal de Justiça, com recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal;</p><p>e) o Supremo Tribunal Federal.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Gabarito oficial: A Havendo litígio envolvendo estado estrangeiro e uma pessoa domiciliada em</p><p>território nacional a competência para resolver a questão, em primeira instância, será de um Juiz</p><p>Federal. Em grau recursal, através do recurso ordinário, a competência será do STJ.CRFB -</p><p>Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: II – as causas entre Estado estrangeiro ou</p><p>organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;</p><p>Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II – julgar, em recurso ordinário: c) as causas</p><p>em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro,</p><p>Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.</p><p>Questão 62.</p><p>A instituição de assistência social ZZ, sem fins lucrativos, adquiriu, junto à sociedade empresária</p><p>XX, diversos equipamentos que seriam integrados ao seu ativo permanente, visando ao pleno</p><p>desenvolvimento de suas atividades regulares. Para surpresa dos seus diretores, constatou-se que,</p><p>na nota fiscal emitida por XX, constava o imposto sobre circulação de mercadorias e sobre</p><p>prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e comunicação (ICMS) devido</p><p>pela operação de venda, na qual ZZ figurava como adquirente. Nas circunstâncias indicadas, a</p><p>incidência do ICMS é:</p><p>Página 103 de 1520</p><p>a) incorreta, pois a imunidade tributária subjetiva de ZZ incide nas hipóteses em que figure como</p><p>contribuinte de direito e de fato;</p><p>b) incorreta, desde que ZZ demonstre que arcou com o ônus financeiro do respectivo tributo, por</p><p>se tratar de imposto indireto;</p><p>c) correta, pois a imunidade tributária subjetiva de ZZ somente incide quando figure como</p><p>contribuinte de direito, não de fato;</p><p>d) incorreta, desde que ZZ demonstre que o montante correspondente à desoneração tributária</p><p>será aplicado em sua atividade fim;</p><p>e) correta, pois a imunidade tributária subjetiva de ZZ não é aplicada em se tratando de impostos</p><p>que incidam sobre a circulação de riquezas.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Questão 63.</p><p>Maria teve uma série de produtos apreendidos em seu estabelecimento sob o argumento de a</p><p>comercialização ser proibida no território brasileiro. Ato contínuo, ao receber o respectivo auto</p><p>de apreensão, apresentou sua defesa, argumentando, com provas documentais, que a lista de</p><p>produtos proibidos, na qual se baseara a autoridade administrativa, fora alterada em momento</p><p>pretérito. Sua defesa, no entanto, não foi acolhida. Ao ser notificada da decisão, interpôs recurso</p><p>administrativo endereçado à autoridade superior, que ocupava o último grau do escalonamento</p><p>hierárquico. O recurso, todavia, não foi conhecido por esta última autoridade, já que Maria não</p><p>atendera a um dos pressupostos de admissibilidade previstos na legislação municipal, consistente</p><p>na realização de depósito prévio correspondente a 50% do valor das mercadorias. Esse quadro</p><p>permaneceu inalterado em juízo de retratação.</p><p>À luz da sistemática afeta à súmula vinculante, Maria:</p><p>a) deve submeter a decisão às instâncias ordinárias do Judiciário e, somente em um segundo</p><p>momento, caso não seja anulada, ingressar com reclamação no Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) pode submeter a decisão, via reclamação, ao Supremo Tribunal Federal, cabendo ao Tribunal</p><p>anulá-la e determinar a prolação de outra, com aplicação da súmula vinculante;</p><p>Página 104 de 1520</p><p>c) somente poderá impetrar mandado de segurança, em razão da violação de direito líquido e</p><p>certo, o qual tem precedência em razão do caráter subsidiário da reclamação;</p><p>d) não pode submeter a decisão à apreciação do Supremo Tribunal Federal, já que a reclamação</p><p>não é cabível contra atos lastreados na lei, como é o caso;</p><p>e) não pode submeter a decisão à apreciação do Supremo Tribunal Federal, considerando que a</p><p>narrativa não indica violação de súmula vinculante.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>Gabarito Oficial: B1) Enunciado da questão</p><p>Exige-se conhecimento sobre a temática da reclamação constitucional.</p><p>2) Base legal (Lei 11.417/2006)</p><p>Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante,</p><p>negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal,</p><p>sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.§ 1º Contra omissão ou ato</p><p>da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias</p><p>administrativas.§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato</p><p>administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida</p><p>com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.3) Base jurisprudencial Súmula Vinculante 21.</p><p>É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para</p><p>admissibilidade de recurso administrativo.4) Exame das assertivas e identificação da resposta É</p><p>importante ressaltar que se trata de uma violação expressa ao enunciado de súmula vinculante 21.</p><p>Cabendo, pois, a reclamação constitucional.</p><p>Nos termos do</p><p>Art. 7º, §2º, da Lei 11.417/2006, ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal</p><p>anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja</p><p>proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.</p><p>Questão 64.</p><p>O Tribunal de Justiça do Estado Alfa foi instado a realizar o controle concentrado de</p><p>constitucionalidade de três normas do Município Beta: (1) a primeira norma tratava do processo</p><p>Página 105 de 1520</p><p>legislativo no âmbito da Câmara Municipal, temática sobre a qual a Constituição do Estado Alfa</p><p>não versava; (2) a segunda dispunha sobre temática que a Constituição do Estado Alfa disciplinava</p><p>de modo literalmente idêntico à Constituição da República de 1988; e (3) a terceira, sobre temática</p><p>somente prevista na Constituição do Estado Alfa, não na Constituição da República de 1988.O</p><p>Tribunal de Justiça do Estado Alfa, preenchidos os demais requisitos exigidos:</p><p>a) deve realizar o controle das normas descritas em 1, 2 e 3;</p><p>b) não deve realizar o controle das normas descritas em 1, 2 e 3;</p><p>c) apenas deve realizar o controle das normas descritas em 2 e 3;</p><p>d) apenas deve realizar o controle da norma descrita em 1;</p><p>e) apenas deve realizar o controle da norma descrita em 3.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Gabarito Oficial: A Preliminarmente no nível estadual haverá representação de</p><p>inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça (TJ).</p><p>Em sequência deve se lembrar que haverá o controle de constitucionalidade por normas que</p><p>violem à constituição estadual frente ao TJ, via de regra. Como exceção será conhecido as</p><p>violações as normas de caráter obrigatório da Constituição Federal perante o TJ. Salienta-se que</p><p>na hipótese de haver violação a norma de caráter obrigatório será conhecido tanto incidente de</p><p>representação de inconstitucionalidade perante o TJ ao mesmo tempo que será conhecido ADI</p><p>perante o Supremo Tribunal Federal (STF).</p><p>Percebe-se diante disso que as três alternativas estão corretas.</p><p>Questão 65.</p><p>Ao disciplinar o procedimento a ser observado no julgamento das contas do chefe do Poder</p><p>Executivo, o Regimento Interno da Câmara dos Vereadores do Município Alfa, situado na Região</p><p>Norte do país, dispôs o seguinte: (1) a Câmara somente julga as contas de governo, não as de</p><p>gestão, prevalecendo, em relação às últimas, o juízo de valor do Tribunal de Contas do respectivo</p><p>Estado; (2) as contas não impugnadas por qualquer</p><p>vereador, partido político ou cidadão, no prazo</p><p>de sessenta dias, a contar do recebimento do parecer prévio do Tribunal de Contas, são tidas</p><p>Página 106 de 1520</p><p>como aprovadas; (3) o parecer prévio do Tribunal de Contas somente deixará de prevalecer pelo</p><p>voto da maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal.</p><p>Considerando a disciplina estabelecida na Constituição da República de 1988 a respeito da</p><p>matéria, é correto afirmar que:</p><p>a) apenas o comando 1 é constitucional;</p><p>b) apenas o comando 3 é constitucional;</p><p>c) apenas os comandos 1 e 2 são constitucionais;</p><p>d) os comandos 1, 2 e 3 são constitucionais;</p><p>e) os comandos 1, 2 e 3 são inconstitucionais.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>Gabarito Oficial: B1 - A Câmara julga tanto as contas de governo quanto as de gestão. O Tribunal</p><p>de Contas apenas emite um parecer prévio sobre as contas. Nesse sentido:</p><p>Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas</p><p>de prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais,</p><p>com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de</p><p>prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min.</p><p>Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016</p><p>(repercussão geral) (Info 834).</p><p>2 - Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa,</p><p>competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do</p><p>Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF.</p><p>Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info</p><p>834).3 - CF,</p><p>Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante</p><p>controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da</p><p>lei.</p><p>§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas</p><p>dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde</p><p>houver.</p><p>Página 107 de 1520</p><p>§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve</p><p>anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara</p><p>Municipal.</p><p>§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer</p><p>contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos</p><p>da lei.</p><p>Questão 66.</p><p>Um grupo de deputados da Assembleia Legislativa do Estado Beta apresentou projeto de lei</p><p>dispondo sobre a obrigatoriedade de instalação de duas câmeras de segurança em cada unidade</p><p>escolar mantida pelo Estado. O projeto foi aprovado no âmbito da Casa legislativa e sancionado</p><p>pelo governador do Estado, daí resultando a promulgação da Lei estadual nº XX.À luz dos</p><p>aspectos do processo legislativo descrito na narrativa e da sistemática constitucional, a Lei</p><p>estadual nº XX:</p><p>a) apresenta vício ao dispor sobre o funcionamento dos órgãos da rede educacional estadual,</p><p>matéria de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo, vício não convalidado pela sanção;</p><p>b) ao acarretar aumento de despesa, sem indicação da respectiva fonte de custeio, apresenta vício</p><p>de inconstitucionalidade material;</p><p>c) ao acarretar aumento de despesa, apresenta vício de iniciativa, o qual foi convalidado pela</p><p>posterior sanção do chefe do Poder Executivo;</p><p>d) não apresenta vício de iniciativa, pois a criação de atribuições e de obrigações, para o Poder</p><p>Executivo, configura atividade regular do Legislativo;</p><p>e) não apresenta vício de iniciativa, pois, embora tenha criado obrigação para o Poder Executivo,</p><p>não instituiu nova atribuição para os seus órgãos.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>Gabarito Oficial: E</p><p>Este é o entendimento do STF - como a lei dispõe apenas sobre a instalação de câmeras, sem</p><p>alterar competências de órgãos ou interferir na estrutura administrativa, não há</p><p>inconstitucionalidade no caso. Veja, como já indicado, o entendimento da Corte no ARE 878911.</p><p>Página 108 de 1520</p><p>Questão 67.</p><p>A Justiça Eleitoral, nas palavras do ex-ministro Carlos Mário da Silva Velloso, ”pela própria</p><p>especificidade de sua seara de atuação, a captação da vontade da população, possui alguns</p><p>standards que lhe são peculiares e que destoam das demais searas do Direito”. Sobre o tema, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>a) a Justiça Eleitoral não desempenha função executiva;</p><p>b) a Justiça Eleitoral tem quadro próprio de juízes, embora de investidura temporária;</p><p>c) no exercício da função administrativa, os juízes eleitorais estão sujeitos à vedação de agir de</p><p>ofício;</p><p>d) a Justiça Eleitoral exerce poder normativo com objetivo regulamentar, através da edição de</p><p>resoluções e instruções, com conteúdo secundum ou praeter legem;</p><p>e) a Justiça Eleitoral desempenha função consultiva, devendo responder sobre matéria eleitoral às</p><p>consultas que lhe forem feitas, produzindo efeitos vinculantes sobre situações concretas.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>A questão foi anulada, pois estão corretas as letras D e E. A Justiça Eleitoral é responsável por</p><p>regulamentar as eleições, podendo emitir normas para explicar a legislação eleitoral ou para suprir</p><p>lacunas.</p><p>Da mesma forma, a Justiça Eleitoral tem função consultiva, e o exercício dessa função gera teses</p><p>com caráter vinculante para os demais casos. No mais, vejamos as demais alternativas.</p><p>A letra A está incorreta. A Justiça Eleitoral tem função executiva, que corresponde ao poder de</p><p>polícia. A Justiça Eleitoral pode exercer de ofício o poder de polícia sobre as eleições, a fim de</p><p>garantir a sua regularidade.</p><p>A letra B está incorreta. A Justiça Eleitoral não tem quadro próprio de juízes, todos são</p><p>provenientes de outros órgãos de justiça.</p><p>A letra C está incorreta. Na função executiva, os juízes eleitorais podem e devem agir de ofício</p><p>para garantir a regularidade do pleito.</p><p>Página 109 de 1520</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>Questão 71.</p><p>Os advogados de doze sociedades empresárias integrantes de grupo econômico, todas em</p><p>recuperação judicial, pleitearam ao juiz da recuperação, em nome de suas representadas, que</p><p>fosse autorizada a consolidação dos ativos e passivos das devedoras, em unidade patrimonial, de</p><p>modo que fossem tratados como se pertencessem a um único devedor.</p><p>Considerando-se a existência de parâmetros legais para análise e eventual deferimento do pedido,</p><p>é correto afirmar que:</p><p>a) a consolidação pretendida pelas recuperandas poderá ser apreciada pelo juiz após a</p><p>homologação do pedido pela assembleia de credores, que deverá ser convocada em até trinta</p><p>dias para deliberar exclusivamente sobre essa matéria;</p><p>b) a consolidação dos ativos e passivos para fins de votação do plano único de recuperação judicial</p><p>é medida excepcional e exclusiva para devedores integrantes do mesmo grupo econômico que</p><p>estejam em recuperação judicial sob consolidação processual;</p><p>c) o juiz está autorizado a assentir no pedido de consolidação de ativos e passivos das</p><p>recuperandas apenas quando constatar a ausência de conexão entre eles e a separação</p><p>patrimonial, de modo que seja possível identificar sua titularidade em cada uma das devedoras;</p><p>d) dentre as hipóteses legais a serem verificadas e que autorizam o deferimento da consolidação</p><p>de patrimônios de sociedades em recuperação judicial para efeito de votação de plano único,</p><p>estão a inexistência de garantias cruzadas e a relação de controle ou de dependência entre as</p><p>sociedades;</p><p>e) para que seja autorizada a consolidação de ativos e passivos de sociedades em recuperação</p><p>judicial integrantes de grupos econômicos deve ficar constatada, necessariamente, a identidade</p><p>total ou parcial do quadro societário das devedoras e a atuação conjunta delas no mercado.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito Oficial: B</p><p>Lei 11.101/2005</p><p>“</p><p>Página 110 de 1520</p><p>Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de assembleia-</p><p>geral, autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos devedores integrantes do</p><p>mesmo grupo econômico que estejam em recuperação judicial sob consolidação processual,</p><p>apenas quando constatar a interconexão e a confusão entre ativos ou passivos dos devedores, de</p><p>modo que não seja possível identificar a sua titularidade sem excessivo dispêndio de tempo ou de</p><p>recursos, cumulativamente com a ocorrência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses:</p><p>(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)I – existência de garantias cruzadas;</p><p>II – relação de controle ou de dependência;</p><p>III – identidade total ou parcial do quadro societário; e</p><p>IV – atuação conjunta no mercado entre os postulantes.”</p><p>Questão 72.</p><p>O contrato de transferência ou trespasse do estabelecimento empresarial da sociedade Jari do</p><p>Laranjal Lanifício Ltda. estabeleceu a sub-rogação do adquirente nos contratos firmados pela</p><p>alienante para sua exploração, sem, contudo, fixar prazo para que terceiros pudessem pleitear a</p><p>extinção, por justa causa, dos contratos que tinham com a sociedade. No dia 11 de agosto de</p><p>2021 foi publicado o contrato de transferência do estabelecimento na imprensa oficial e, no dia</p><p>19 de novembro do mesmo ano, Ana interpelou extrajudicialmente a alienante e o adquirente,</p><p>apresentando razões relevantes para a extinção do contrato.</p><p>Considerando-se as informações e datas acima, é correto afirmar que:</p><p>a) haverá sub-rogação para o adquirente das obrigações da alienante, inclusive em relação a Ana,</p><p>pois não houve manifestação tempestiva por parte dela no prazo de noventa dias da data da</p><p>publicação do contrato;</p><p>b) não haverá sub-rogação para o adquirente das obrigações da alienante em relação a Ana, pois</p><p>houve manifestação tempestiva por parte dela no prazo de cento e vinte dias da data da</p><p>publicação do contrato;</p><p>c) haverá sub-rogação para o adquirente das obrigações da alienante, inclusive em relação a Ana,</p><p>pois houve a publicação do contrato na imprensa oficial, acarretando a eficácia erga omnes dos</p><p>efeitos da transferência, ou seja, tanto entre os contratantes quanto perante terceiros;</p><p>d) não haverá sub-rogação para o adquirente das obrigações da alienante, pois a estipulação</p><p>contratual não pode produzir efeitos em relação a terceiros, sendo desnecessária qualquer</p><p>manifestação formal de Ana, haja ou não publicação da transferência;</p><p>Página 111 de 1520</p><p>e) haverá sub-rogação para o adquirente das obrigações da alienante, inclusive em relação a Ana,</p><p>em razão da estipulação contratual e da eficácia erga omnes da publicação, sendo intempestiva</p><p>qualquer oposição a partir da publicação.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito Oficial: A</p><p>Nos termos do Art. 1.148 do Código Civil (CC), a regra é a sub-rogação do adquirente em relação</p><p>aos contratos, salvo se tiverem natureza pessoal, sendo que possível a rescisão por terceiros desde</p><p>que haja justa causa e essa seja pleiteada em noventa dias a contar da publicação da</p><p>transferência.“</p><p>Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente</p><p>nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal,</p><p>podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência,</p><p>se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.”</p><p>Questão 73.</p><p>Armazém Jari Ltda., credor de duplicata rural recebida por endosso translativo do primeiro</p><p>beneficiário, ajuizou ação de execução por quantia certa em face do aceitante (pessoa jurídica) e</p><p>de seu avalista (pessoa física, membro do quadro social da pessoa jurídica aceitante), bem como</p><p>em face do endossante (sacador da duplicata). É fato incontroverso que a duplicata rural não foi</p><p>submetida a protesto por falta de pagamento. Ao avaliar a legitimidade passiva dos demandados</p><p>(aceitante, avalista e endossante), o juiz concluiu que:</p><p>a) o endossatário da duplicata rural não tem ação de regresso em face do primeiro endossante,</p><p>portanto, deve ser proclamada sua ilegitimidade passiva;</p><p>b) nenhum dos devedores tem legitimidade passiva na execução, em razão da ausência de</p><p>protesto por falta de pagamento da duplicata rural;</p><p>c) é nulo o aval dado em duplicata rural, portanto, deve ser proclamada a ilegitimidade passiva do</p><p>avalista do aceitante;</p><p>d) todos os arrolados na ação de execução como réus são partes legítimas no processo, em razão</p><p>da dispensa do protesto por falta de pagamento e da solidariedade cambiária perante o</p><p>endossatário;</p><p>Página 112 de 1520</p><p>e) apenas o aceitante é parte legítima na ação de execução, pois o protesto é facultativo para os</p><p>obrigados principais e necessário para os coobrigados (endossante e avalista).</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Gabarito Oficial: APara compreender melhor a questão, necessária uma recapitulação do tema.O</p><p>aceite na duplicata.“Nas duplicatas, o aceite seria apenas a transformação de uma obrigação</p><p>contratual em obrigação cambial, ou seja, se existir a obrigação contratual o sacado tem o dever</p><p>de dar o aceite. Não será uma obrigação nova, mas apenas a confirmação de uma obrigação já</p><p>existente. Diante disso, afirma-se que o aceite na duplicata é obrigatório, porquanto só pode ser</p><p>recusado nas hipóteses previstas na lei (arts. 8o e 21 da Lei no 5.474/68)” (Tomazette, Marlon.</p><p>Curso de direito empresarial: Títulos de crédito, v. 2 / Marlon Tomazette. – 8. ed. rev. e atual. –</p><p>São Paulo : Atlas, 2017).“Execução do devedor principal.Para a execução do devedor principal</p><p>(aceitante), é sempre necessário que ele tenha assumido obrigação de pagar a duplicata por meio</p><p>do aceite, seja ordinário, seja presumido ou por comunicação. No caso do aceite ordinário, é</p><p>suficiente a apresentação do próprio título aceito, para a execução (Lei no 5.474/68 –</p><p>Art. 15, I). (...) De outro lado, no caso do aceite presumido há que se apresentar o comprovante</p><p>de entrega das mercadorias ou da prestação de serviços, o protesto e o próprio título (Lei no</p><p>5.474/68 –</p><p>Art. 15, II). (...) Por fim, no caso do aceite por comunicação, é suficiente para a execução do sacado</p><p>a apresentação da comunicação escrita dele noticiando o aceite e a retenção do título (Lei no</p><p>5.474/68 –</p><p>Art. 7o, § 2o).Execução dos devedores indiretos.Para executar os devedores indiretos</p><p>(endossantes e respectivos avalistas), é essencial a apresentação do título e do protesto</p><p>tempestivo (Lei no 5.474/68 –</p><p>Art. 13, § 4o). Basta apresentar o instrumento no qual eles se vincularam cambialmente, isto é, o</p><p>título e a comprovação de que aquele que deveria pagar não o fez ou não o fará (protesto).</p><p>Especificamente em relação ao protesto, é oportuno ressaltar que o protesto só serve para a</p><p>cobrança dos devedores indiretos se for requerido em até 30 dias a contar do vencimento do</p><p>título. Para a execução desses devedores, não é necessária a comprovação da entrega das</p><p>mercadorias, ou da prestação de serviços” (Tomazette, Marlon. Curso de direito empresarial:</p><p>Títulos de crédito, v. 2 / Marlon Tomazette. – 8. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017).§ 1º O</p><p>endossatário ou o portador de Nota Promissória Rural ou Duplicata Rural não tem direito de</p><p>regresso contra o primeiro endossante e seus avalistas. (Incluído pela Lei nº 6.754, de</p><p>17.12.1979)”.</p><p>Página 113 de 1520</p><p>Questão 74.</p><p>No Livro II da Parte Especial do Código Civil estão dispostas regras quanto à caracterização e à</p><p>capacidade do empresário individual. Com base nas prescrições legais, analise as afirmativas a</p><p>seguir.</p><p>I. Nos casos em que a lei autoriza o prosseguimento da empresa por incapaz, ainda que seu</p><p>representante ou assistente seja pessoa que possa exercer atividade de empresário, o juiz poderá</p><p>nomear um ou mais gerentes, se entender ser conveniente.</p><p>II. Considera-se empresário a pessoa natural, com firma inscrita na Junta Comercial,</p><p>que exerce</p><p>profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de</p><p>serviços.</p><p>III. Caso um servidor militar da ativa exerça atividade própria de empresário, todos os atos</p><p>relacionados à empresa serão declarados nulos pelo juiz, porém ele responderá pelas obrigações</p><p>contraídas até dois anos seguintes da data de sua prática.</p><p>Entre as alternativas de resposta apresentadas, está(ão) correta(s) somente:</p><p>a) I;</p><p>b) II;</p><p>c) III;</p><p>d) I e II;</p><p>e) II e III.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Gabarito Oficial: AI. Correta – Conforme o parágrafo 1º do</p><p>Art. 975 do Código Civil, o juiz pode nomear um ou mais gerentes em todos os casos que entender</p><p>conveniente.</p><p>Página 114 de 1520</p><p>II. Incorreta – O gabarito trouxe esta assertiva como incorreta. De fato, empresário não é</p><p>necessariamente aquele que tem o registro. Se ele não tiver o registro, ele continua sendo</p><p>empresário (mesmo que irregular!). Para ser empresário basta preencher os requisitos do</p><p>Art. 966 do Código Civil, não sendo o registro um deles.</p><p>Porém (e aqui vem o ponto controverso desta assertiva), o que é dito nesta assertiva não está</p><p>incorreto. O empresário com registro também é empresário. Se assertiva falasse que o registro</p><p>era EXIGIDO, aí estaria incorreta, mas não está incorreta.</p><p>III. Incorreta – Na verdade, os atos são declarados válidos, com fundamento no</p><p>Art. 973 do Código Civil.“</p><p>Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer,</p><p>responderá pelas obrigações contraídas.”</p><p>Questão 75.</p><p>José, membro da Cooperativa Rio Araguari, do tipo singular, ingressou em juízo com ação de</p><p>responsabilidade civil em face de um dos diretores da cooperativa, imputando-lhe a falta de</p><p>constituição de Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de</p><p>suas atividades. As provas dos autos e depoimentos colhidos no processo mostram ser fato</p><p>incontroverso que a cooperativa não tem Fundo de Reserva. Diante dessa narrativa e das</p><p>disposições pertinentes ao tipo societário, é correto afirmar que:</p><p>a) não deve ser reconhecida a responsabilidade do diretor em razão da dispensa legal da</p><p>constituição de Fundo de Reserva por qualquer sociedade cooperativa;</p><p>b) deve ser reconhecida a responsabilidade do diretor em razão de ser obrigatório nas</p><p>cooperativas o Fundo de Reserva, constituído com 25%, pelo menos, da receita operacional bruta;</p><p>c) não deve ser reconhecida a responsabilidade do diretor, pois, ainda que o Fundo de Reserva</p><p>seja obrigatório, a competência para sua constituição é privativa da Assembleia Geral;</p><p>d) não deve ser reconhecida a responsabilidade do diretor, haja vista que a obrigatoriedade da</p><p>constituição de Fundo de Reserva se aplica apenas às centrais ou às federações de cooperativas;</p><p>e) deve ser reconhecida a responsabilidade do diretor em razão de ser obrigatório nas</p><p>cooperativas o Fundo de Reserva, constituído com 10%, pelo menos, das sobras líquidas do</p><p>exercício.</p><p>Página 115 de 1520</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>Gabarito Oficial: E Há a obrigatoriedade de constituição de fundo de reserva pela cooperativa.</p><p>A Lei 5.764/71, estipula:</p><p>Art. 28. As cooperativas são obrigadas a constituir:</p><p>I – Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades,</p><p>constituído com 10% (dez por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício;</p><p>II – Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, destinado a prestação de assistência aos</p><p>associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa,</p><p>constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos, das sobras líquidas apuradas no exercício.</p><p>§ 1° Além dos previstos neste artigo, a Assembleia Geral poderá criar outros fundos, inclusive</p><p>rotativos, com recursos destinados a fins específicos fixando o modo de formação, aplicação e</p><p>liquidação.</p><p>§ 2º Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social</p><p>poderão ser executados mediante convênio com entidades públicas e privadas.</p><p>Questão 76.</p><p>Decretada a liquidação extrajudicial de cooperativa de crédito por ato da Presidência do Banco</p><p>Central do Brasil, o liquidante verificou a prática de vários atos fraudulentos por parte de ex-</p><p>diretores da cooperativa, com dano inequívoco ao acervo em liquidação e aos credores. Munido</p><p>de vasta documentação e balanços patrimoniais atualizados, o liquidante ajuizou ação revocatória</p><p>em face de ex-diretores perante o juízo da Vara Única da Comarca de Calçoene, lugar do principal</p><p>estabelecimento.</p><p>Ao receber a petição inicial, o juiz do processo, corretamente:</p><p>a) indeferiu de plano a petição, com fundamento na impossibilidade jurídica de falência de</p><p>sociedade cooperativa, pois não seria possível ajuizamento de revocatória sem decretação prévia</p><p>da falência;</p><p>b) acatou a petição, porém determinou sua emenda para regularizar a representação no polo ativo</p><p>da relação processual, que deveria ser ocupado exclusivamente pelo Banco Central;</p><p>Página 116 de 1520</p><p>c) acatou a petição, dando seguimento ao processo, por considerar que tem competência para o</p><p>julgamento e que estão presentes o interesse processual do liquidante e sua legitimidade ad</p><p>causam;</p><p>d) indeferiu a petição inicial e extinguiu o processo sem resolução de mérito, por entender que a</p><p>anulação dos atos imputados aos ex-diretores deveria se dar em processo administrativo, cabendo</p><p>seu julgamento ao Banco Central do Brasil, por estar a cooperativa em liquidação extrajudicial;</p><p>e) determinou que fosse dado baixa na distribuição e os autos fossem remetidos à Justiça Federal</p><p>de Macapá para redistribuição, pois a competência seria da Justiça Federal em razão da natureza</p><p>jurídica de autarquia do Banco Central, que deveria ser litisconsorte ativo.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito Oficial: C</p><p>Nos termos do</p><p>Art. 35, “caput”, da Lei 6.024, de 1974 (Lei que dispõe sobre a intervenção e a liquidação</p><p>extrajudicial de instituições financeiras), o liquidante tem atribuição para propor a ação</p><p>revocatória, que deverá ser proposta no juiz a quem caberia processar e julgar a falência, ou seja,</p><p>onde fica sediado o principal estabelecimento do devedor, com fundamento no</p><p>Art. 3º da Lei 11.101, de 2005. “</p><p>Art. 35. Os atos indicados, os artigos 52 e 53 da Lei de Falências (Decreto-Lei 7.661, de 1945)</p><p>praticados pelos administradores da liquidanda poderão ser declarados nulos ou revogados,</p><p>cumprido o disposto nos artigos 54 e 58 da mesma Lei.</p><p>Parágrafo único. A ação revocatória será proposta pelo liquidante, observado o disposto nos 55,</p><p>56 e 57 da Lei de Falências.”</p><p>Questão 77.</p><p>João, acionista da Companhia de Minério Cutias, ajuizou ação para anular deliberação da</p><p>assembleia geral, sob argumento de ilegalidade da aprovação de aquisição de debêntures de</p><p>emissão da própria companhia e por valor inferior ao nominal. Também constou do pedido a</p><p>invalidação de outra deliberação, tomada na mesma assembleia, em que foi aprovada nova</p><p>emissão de debêntures cujo vencimento somente ocorra em caso de inadimplência da obrigação</p><p>da companhia de pagar juros.</p><p>Provados os fatos narrados, cabe ao juiz da causa, observando a legislação pertinente, decidir,</p><p>quanto ao mérito, que:</p><p>Página 117 de 1520</p><p>a) o pedido de anulação da deliberação pela autorização de aquisição de debêntures pela</p><p>companhia é procedente, pois somente as ações podem ser adquiridas pela companhia dessa</p><p>forma; o pedido de emissão de debêntures sob condição suspensiva é improcedente, pois a</p><p>companhia pode emitir debêntures perpétuas, ou seja, cujo vencimento somente ocorra em caso</p><p>de inadimplemento do pagamento de juros;</p><p>b) ambos os pedidos são improcedentes, pois é facultado à companhia adquirir debêntures de</p><p>sua própria emissão, ainda que por valor inferior ao nominal, bem como emitir debêntures</p><p>perpétuas, ou seja, cujo vencimento somente ocorra em caso de inadimplemento do pagamento</p><p>de</p><p>juros;</p><p>c) o pedido de anulação da deliberação pela autorização de aquisição de debêntures pela</p><p>companhia é improcedente, pois é facultado à companhia adquirir debêntures de sua própria</p><p>emissão, ainda que por valor inferior ao nominal; o pedido de emissão de debêntures sob condição</p><p>suspensiva é procedente, pois a companhia não pode emitir debêntures perpétuas, devendo a</p><p>data de vencimento ser certa;</p><p>d) ambos os pedidos são procedentes, pois é vedado à companhia adquirir debêntures de sua</p><p>própria emissão, seja por valor inferior ou superior ao nominal, bem como a companhia não pode</p><p>emitir debêntures perpétuas, devendo a data de vencimento ser certa;</p><p>e) ambos os pedidos são procedentes, pois a competência para aprovar a aquisição de debêntures</p><p>pela própria companhia é do Conselho de Administração, cabendo à assembleia autorizar apenas</p><p>a emissão; somente companhias autorizadas a funcionar como instituições financeiras ou</p><p>seguradoras podem emitir debêntures perpétuas, não sendo o caso da Companhia de Minério</p><p>Cutias.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>Gabarito Oficial: BO</p><p>Art. 55, §3º, da Lei 6.404/1976 permite que a companhia adquira debêntures de sua emissão, por</p><p>valor inferior, igual ou superior ao nominal. Também, o parágrafo 4º do mesmo artigo permite que</p><p>a companhia emita debêntures sem data expressa de vencimento.</p><p>Confira os §§ 3º e 4º da Lei 6.404, de 1976:</p><p>Art. 55. A época do vencimento da debênture deverá constar da escritura de emissão e do</p><p>certificado, podendo a companhia estipular amortizações parciais de cada série, criar fundos de</p><p>amortização e reservar-se o direito de resgate antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma</p><p>Página 118 de 1520</p><p>série.§3º É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão:I – por valor igual ou inferior</p><p>ao nominal, devendo o fato constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras;</p><p>ouII – por valor superior ao nominal, desde que observe as regras expedidas pela Comissão de</p><p>Valores Mobiliários.§4º A companhia poderá emitir debêntures cujo vencimento somente ocorra</p><p>nos casos de inadimplência da obrigação de pagar juros e dissolução da companhia, ou de outras</p><p>condições previstas no título.</p><p>Questão 78.</p><p>A incorporação de uma sociedade por outra segue regras legais que devem ser observadas tanto</p><p>para a proteção dos sócios da incorporada quanto para os credores da pessoa jurídica. Nesse</p><p>sentido, o Código Civil contém disposições aplicáveis a sociedades do tipo limitada que não</p><p>tenham previsão em seus contratos de aplicação supletiva das normas da sociedade anônima.</p><p>Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir.</p><p>I. Ocorrendo, no prazo de noventa dias após a publicação dos atos relativos à incorporação, a</p><p>falência da sociedade incorporadora, qualquer credor anterior terá direito a pedir a separação dos</p><p>patrimônios da incorporadora e da incorporada.</p><p>II. A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação dos peritos</p><p>para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade que tenha de ser incorporada.</p><p>III. Até noventa dias após a publicação dos atos relativos à incorporação, o credor anterior,</p><p>prejudicado pela operação, poderá promover judicialmente a anulação dos atos referentes a ela.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) somente I;</p><p>b) somente II;</p><p>c) somente III;</p><p>d) somente I e III;</p><p>e) I, II e III.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>Gabarito Oficial: E</p><p>Página 119 de 1520</p><p>A incorporação de uma sociedade por outra segue regras legais que devem ser observadas tanto</p><p>para a proteção dos sócios da incorporada quanto para os credores da pessoa jurídica. Nesse</p><p>sentido, o Código Civil contém disposições aplicáveis a sociedades do tipo limitada que não</p><p>tenham previsão em seus contratos de aplicação supletiva das normas da sociedade anônima.</p><p>Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir.</p><p>Informação importante, uma vez que não poderemos aplicar as normas da Lei 6.404/76.I. Correta.</p><p>Nos termos do</p><p>Art. 1.122, caput e §3º, do Cód. Civil.“</p><p>Art. 1.122. Até noventa dias após publicados os atos relativos à incorporação, fusão ou cisão, o</p><p>credor anterior, por ela prejudicado, poderá promover judicialmente a anulação deles.§ 3</p><p>Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade incorporadora, da sociedade nova ou</p><p>da cindida, qualquer credor anterior terá direito a pedir a separação dos patrimônios, para o fim</p><p>de serem os créditos pagos pelos bens das respectivas massas.”</p><p>II. Correta. Com fulcro no</p><p>Art. 1.117, §2º, do Cód. Civil.§ 2 A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora</p><p>compreenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que</p><p>tenha de ser incorporada.</p><p>III. Correta. Segundo o</p><p>Art. 1.122, caput, do Cód. Civil.</p><p>Art. 1.122. Até noventa dias após publicados os atos relativos à incorporação, fusão ou cisão, o</p><p>credor anterior, por ela prejudicado, poderá promover judicialmente a anulação deles.</p><p>Questão 79.</p><p>A sociedade Três Navios Supermercados Ltda. teve sua falência decretada com fundamento na</p><p>impontualidade, sem anterior processo de recuperação. Banco Mazagão S/A, credor fiduciário na</p><p>falência, pleiteou e teve deferida a restituição em dinheiro correspondente a bem que se</p><p>encontrava na posse da falida na data da decretação da falência, mas não foi arrecadado. Em que</p><p>pese o reconhecimento do direito à restituição por decisão judicial e do requerimento de</p><p>pagamento imediato feito pelo credor, o administrador judicial da massa falida informou ao juízo</p><p>que não havia recursos disponíveis no momento, devendo o credor aguardar o pagamento,</p><p>Página 120 de 1520</p><p>observadas as prioridades legais. Ciente do fato, o juiz da falência, observando as disposições da</p><p>lei de regência:</p><p>a) acolheu a pretensão do credor, pois o crédito decorrente de restituição em dinheiro, na falência,</p><p>deve ser atendido antes de qualquer crédito;</p><p>b) acatou o argumento do administrador judicial e determinou que o crédito seja pago após serem</p><p>satisfeitas as remunerações devidas ao administrador judicial e a seus auxiliares;</p><p>c) rejeitou a pretensão do credor, pois, para efeito de pagamento, precedem a seu crédito apenas</p><p>as despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência;</p><p>d) indeferiu o requerimento do credor e determinou ao administrador judicial que o pagamento</p><p>seja realizado após os reembolsos de quantias fornecidas à massa pelos credores e das despesas</p><p>com a arrecadação;</p><p>e) determinou que o pagamento seja feito após as despesas cujo pagamento antecipado seja</p><p>indispensável à administração da falência e dos créditos trabalhistas de natureza estritamente</p><p>salarial vencidos nos três meses anteriores à decretação da falência, até o limite de cinco salários</p><p>mínimos por trabalhador.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito Oficial: E</p><p>Nos termos do</p><p>Art. 84, I-C da Lei 11.101, de 2005, com a redação conferida pela Lei 14.112, de 2020, os créditos</p><p>em dinheiro objeto de restituição deve ser pagos após as despesas indispensáveis à administração</p><p>da falência e os salários em atraso (créditos trabalhistas vencidos nos 3 (três) meses anteriores à</p><p>decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador são chamados</p><p>de “superpreferenciais” por conta da sua natureza alimentar).</p><p>Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os</p><p>mencionados no</p><p>Art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:</p><p>I-A – às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;</p><p>Página 121 de 1520</p><p>I-B – ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador, em</p><p>conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;</p><p>I-C – aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no</p><p>Art. 86 desta Lei;</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>Questão 80.</p><p>José recebeu carnê de pagamento de contribuição de melhoria do Município Alfa referente à</p><p>788</p><p>Direito Constitucional ................................................................................................................................. 821</p><p>Direito Empresarial..................................................................................................................................... 846</p><p>Direito Tributário ........................................................................................................................................ 855</p><p>Direito Administrativo ................................................................................................................................ 880</p><p>Noções gerais de direito e de formação humanística ................................................................................ 899</p><p>TRF-1 ........................................................................................................................................... 904</p><p>Direito Civil ................................................................................................................................................. 904</p><p>Direito Processual Civil ............................................................................................................................... 936</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................... 971</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................... 974</p><p>Direito Processual Penal ............................................................................................................................. 984</p><p>Direito Constitucional ............................................................................................................................... 1006</p><p>Direito Empresarial................................................................................................................................... 1027</p><p>Direito Tributário ...................................................................................................................................... 1034</p><p>Direito Administrativo .............................................................................................................................. 1048</p><p>Noções gerais de direito e de formação humanística .............................................................................. 1093</p><p>TST ............................................................................................................................................ 1100</p><p>Direito individual do trabalho .................................................................................................................. 1100</p><p>Direito coletivo do trabalho ..................................................................................................................... 1136</p><p>Página 9 de 1520</p><p>Noções gerais de direito e formação humanística ................................................................................... 1152</p><p>Direito constitucional do trabalho ........................................................................................................... 1166</p><p>Direito Civil ............................................................................................................................................... 1176</p><p>Direito Processual Civil ............................................................................................................................. 1180</p><p>Direito Constitucional ............................................................................................................................... 1187</p><p>Direito Administrativo .............................................................................................................................. 1190</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................. 1193</p><p>Direito Empresarial................................................................................................................................... 1195</p><p>Direitos humanos ..................................................................................................................................... 1198</p><p>TJ-SC .......................................................................................................................................... 1210</p><p>Direito Civil ............................................................................................................................................... 1210</p><p>Direito Processual Civil ............................................................................................................................. 1239</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................. 1271</p><p>Direito da Criança e do Adolescente ........................................................................................................ 1285</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................. 1301</p><p>Direito Processual Penal ........................................................................................................................... 1331</p><p>Direito Constitucional ............................................................................................................................... 1348</p><p>Direito Empresarial................................................................................................................................... 1364</p><p>Direito tributário ...................................................................................................................................... 1389</p><p>Direito Administrativo .............................................................................................................................. 1406</p><p>Noções gerais de direito e de formação humanística .............................................................................. 1425</p><p>TJ-MG ........................................................................................................................................ 1430</p><p>Direito Civil ............................................................................................................................................... 1430</p><p>Direito Processual Civil ............................................................................................................................. 1445</p><p>Página 10 de 1520</p><p>Direito do Consumidor ............................................................................................................................. 1454</p><p>Direito da Criança e do Adolescente ........................................................................................................ 1458</p><p>Direito Penal ............................................................................................................................................. 1462</p><p>Direito Processual Penal ........................................................................................................................... 1471</p><p>Direito Constitucional ............................................................................................................................... 1476</p><p>Direito Empresarial................................................................................................................................... 1486</p><p>Direito Tributário ...................................................................................................................................... 1501</p><p>Direito Administrativo .............................................................................................................................. 1510</p><p>obra</p><p>pública municipal que valorizou seu imóvel rural. Verificou que, no carnê, havia também a</p><p>discriminação de pequeno valor de cobrança de taxa relativa ao custo de expedição do carnê, nos</p><p>termos de nova lei municipal criadora dessa taxa.</p><p>A respeito desse cenário e à luz do entendimento dominante do Supremo Tribunal Federal, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>a) a expedição de carnê de pagamento de tal tributo não pode ser remunerada por taxa;</p><p>b) a expedição de carnê de pagamento de tal tributo pode ser remunerada por taxa, em razão de</p><p>configurar serviço público específico e divisível;</p><p>c) a expedição de carnê de pagamento de tal tributo pode ser remunerada por taxa, em razão de</p><p>configurar exercício do poder de polícia;</p><p>d) o Município Alfa não detém competência tributária para instituir tal contribuição de melhoria;</p><p>e) o Município Alfa não pode instituir tal contribuição de melhoria referente a imóvel localizado</p><p>em área rural.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Letra A – correta– Tema Repercussão Geral 721 (RE 789218) “São inconstitucionais a instituição e</p><p>a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos.”</p><p>Questão 81.</p><p>Página 122 de 1520</p><p>José, profissional liberal, enfrenta três execuções fiscais distintas por dívidas tributárias de Imposto</p><p>de Renda de Pessoa Física, IPVA devido ao Estado X e ISS devido ao Município Y. Contudo, a</p><p>parcela de seu patrimônio que pode responder pelas dívidas tributárias não é suficiente para solver</p><p>todos os débitos. Num concurso entre União, Estado X e Município Y na cobrança judicial de seus</p><p>créditos tributários, à luz do entendimento dominante do Supremo Tribunal Federal:</p><p>a) o crédito da União tem preferência sobre o crédito do Estado X e este, por sua vez, tem</p><p>preferência sobre o crédito do Município Y;</p><p>b) o crédito da União tem preferência sobre o crédito dos demais entes federados, mas não há</p><p>preferência entre o crédito do Estado X e o crédito do Município Y;</p><p>c) o crédito da União não tem preferência sobre o crédito do Estado X e este, por sua vez, não</p><p>tem preferência sobre o crédito do Município Y;</p><p>d) o crédito da União não tem preferência sobre o crédito do Estado X, mas este tem preferência</p><p>sobre o crédito do Município Y;</p><p>e) o crédito da União não tem preferência sobre o crédito do Município Y, mas este tem</p><p>preferência sobre o crédito do Estado X.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Letra C - Correta: Ao julgar a ADPF 357 o declarou a não recepção pela das normas previstas no</p><p>parágrafo único do</p><p>Art. 187 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional) e do parágrafo único do</p><p>Art. 29 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais), e cancelou a Súmula n. 563 do do STF: “O</p><p>concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do</p><p>Art. 187 do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no</p><p>Art. 9o, I, da Constituição Federal ( atual</p><p>Art. 19, III).”</p><p>Questão 82.</p><p>Página 123 de 1520</p><p>O Município X, situado no Estado Y, resolveu renovar a frota de automóveis que utiliza em sua</p><p>fiscalização ambiental, adquirindo, para tanto, novos veículos mediante alienação fiduciária em</p><p>garantia ao Banco Lucro 100 S/A. O Estado Y então pretende cobrar IPVA desses automóveis,</p><p>invocando dispositivo expresso de sua legislação estadual de que, em se tratando de alienação</p><p>fiduciária em garantia, o devedor fiduciário responde solidariamente com o proprietário pelo</p><p>pagamento do IPVA.À luz da Constituição da República de 1988 e do entendimento dominante</p><p>do Supremo Tribunal Federal, o Estado Y:</p><p>a) poderá cobrar tal IPVA tanto do Município X como do Banco Lucro 100 S/A;</p><p>b) poderá cobrar tal IPVA do Município X, mas não do Banco Lucro 100 S/A;</p><p>c) poderá cobrar tal IPVA do Município X, mas não do Banco Lucro 100 S/A;</p><p>d) não poderá cobrar tal IPVA do Município X, mas sim do Banco Lucro 100 S/A;</p><p>e) não poderá cobrar IPVA nem do Município X nem do Banco Lucro 100 S/A.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>Letra E: O STF ao apreciar o Tema 685(RE 727851) com repercussão geral fixou a tese de que:</p><p>“Não incide IPVA sobre veículo automotor adquirido, mediante alienação fiduciária, por pessoa</p><p>jurídica de direito público.”</p><p>Questão 83.</p><p>Gustavo, com pais já falecidos, solteiro e sem filhos, lavrou, em agosto de 2021, escritura pública</p><p>de doação de um de seus imóveis situado em Laranjal do Jari (AP) em favor de seu irmão Mário.</p><p>Gustavo e Mário são domiciliados em Santarém (PA). À luz da Constituição da República de 1988,</p><p>da Lei estadual nº 400/1997 e do entendimento dominante do Superior Tribunal de Justiça, o</p><p>Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD) incidente sobre tal doação é devido</p><p>ao:</p><p>a) Pará, com fato gerador na lavratura da escritura de doação, com alíquota inferior àquela</p><p>incidente sobre a transmissão causa mortis;</p><p>b) Pará, com fato gerador na lavratura da escritura de doação, com alíquota igual àquela incidente</p><p>sobre a transmissão causa mortis;</p><p>Página 124 de 1520</p><p>c) Pará, com fato gerador no registro da escritura, com alíquota igual àquela incidente sobre a</p><p>transmissão causa mortis;</p><p>d) Amapá, com fato gerador no registro da escritura, com alíquota inferior àquela incidente sobre</p><p>a transmissão causa mortis;</p><p>e) Amapá, com fato gerador na lavratura da escritura de doação, com alíquota igual àquela</p><p>incidente sobre a transmissão causa mortis.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Letra D – CORRETA. De acordo com o</p><p>Art. 155, §1º, I em se tratando de imóveis e respectivos direitos, tanto na transmissão Causa Mortis</p><p>como nas doações o imposto será devido o Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal,</p><p>logo o imposto será devido ao Estado do Amapá. O imposto será devido na alíquota de 3% por</p><p>se tratar de doação, já que a sucessão causa mortis tem alíquota de 4% (Lei Estadual 400/97,</p><p>Art. 78, I). E o fato gerador considera-se ocorrido na data da formalização do ato ou negócio</p><p>jurídico (Lei Estadual 400/97,</p><p>Art. 78, I).</p><p>Questão 84.</p><p>Em 2021, foi submetido à Assembleia Legislativa do Estado X um projeto de lei ordinária estadual,</p><p>sem qualquer anexo, contando com apenas dois artigos. Tais artigos alteravam dispositivos da Lei</p><p>Complementar estadual que institui o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores</p><p>(IPVA). A primeira alteração concedia isenção de IPVA a pessoas com deficiências e a segunda</p><p>alteração ampliava o prazo de recolhimento desse tributo.</p><p>Caso aprovada a proposta, o dispositivo da lei estadual que concede tal isenção será:</p><p>a) inconstitucional, já que essa lei ordinária não poderia alterar uma lei complementar;</p><p>b) inconstitucional, já que essa lei não está acompanhada da estimativa do seu impacto</p><p>orçamentário e financeiro;</p><p>c) inconstitucional, por não se tratar de uma lei específica que regule exclusivamente a isenção;</p><p>Página 125 de 1520</p><p>d) constitucional, por ser lei específica que regula o IPVA;</p><p>e) constitucional, já que tal isenção pode ser concedida mediante lei ordinária.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>Letra B. CORRETA -. A ausência de prévia instrução da proposta legislativa com a estimativa do</p><p>impacto financeiro e orçamentário, nos termos do</p><p>Art. 113 do ADCT, aplicável a todos os entes federativos, implica inconstitucionalidade formal..</p><p>(ADI 6074, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 21/12/2020, PROCESSO</p><p>ELETRÔNICO DJe-042 DIVULG 05-03-2021 PUBLIC 08-03-2021)</p><p>Questão 85.</p><p>João, em dezembro de 2021, possuidor com animus domini desde janeiro de 2018 de imóvel de</p><p>propriedade de Maria, deseja dela comprar o referido bem. Ao emitir certidão de quitação de</p><p>IPTU, percebe que há valores desse tributo, referentes aos anos de 2013 e 2014, que não foram</p><p>pagos nem impugnados. Na escritura pública de compra e venda, Maria concede a João desconto</p><p>no preço de aquisição, condicionado a que ele realize o pagamento da dívida de IPTU. João adere</p><p>a parcelamento tributário da dívida e efetua o pagamento da 1ª parcela, levando</p><p>a escritura</p><p>pública a registro.</p><p>À luz da literalidade do Código Tributário Nacional e do entendimento dominante do Superior</p><p>Tribunal de Justiça, é correto afirmar que:</p><p>a) João, na condição de possuidor com animus domini, não pode ser contribuinte de IPTU;</p><p>b) o desconto no valor da compra e venda concedido por Maria impede João de discutir</p><p>judicialmente tal dívida de IPTU;</p><p>c) é possível cobrar de João essa dívida de IPTU, por ser ele o adquirente do imóvel;</p><p>d) a cláusula do contrato de compra e venda que transfere a responsabilidade pelo pagamento da</p><p>dívida de IPTU a João é oponível ao Fisco;</p><p>e) o pagamento parcelado do tributo foi indevido, pois a dívida já se encontrava prescrita.</p><p>Comentário</p><p>Página 126 de 1520</p><p>Gabarito: E</p><p>Gabarito Oficial Letra E, contudo, pela ausência de elementos no enunciado sobre a prescrição,</p><p>entendemos que deveria ser considerada a letra C como– CORRETA: CTN,</p><p>Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o</p><p>domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de</p><p>serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos</p><p>respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.</p><p>Questão 86.</p><p>A empresa Modas 100% Ltda., sediada em Macapá (AP), foi autuada referente a débitos não</p><p>declarados nem pagos de ICMS devido ao Estado do Amapá, em valor total (principal com multa)</p><p>de R$ 50.000,00. A empresa impugnou administrativamente tal lançamento, mas não obteve êxito</p><p>no julgamento de 1ª instância.Diante desse cenário e à luz da Lei estadual nº 400/1997, a empresa</p><p>poderá interpor recurso voluntário:</p><p>a) ao Conselho Estadual de Recursos Fiscais, com efeito suspensivo, dentro de 30 dias seguidos à</p><p>ciência da decisão de 1ª instância;</p><p>b) ao Conselho Estadual de Recursos Fiscais, com efeito suspensivo, dentro de 15 dias seguidos à</p><p>ciência da decisão de 1ª instância;</p><p>c) ao Conselho Estadual de Recursos Fiscais, sem efeito suspensivo, dentro de 15 dias seguidos à</p><p>ciência da decisão de 1ª instância;</p><p>d) à Junta de Julgamento do Processo Administrativo Fiscal, com efeito suspensivo, dentro de 30</p><p>dias seguidos à ciência da decisão de 1ª instância;</p><p>e) à Junta de Julgamento do Processo Administrativo Fiscal, sem efeito suspensivo, dentro de 15</p><p>dias seguidos à ciência da decisão de 1ª instância.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Letra A: Lei Estadual 400/97:</p><p>Art. 205. Da decisão caberá recurso voluntário ao CERF, total ou parcial, com efeito suspensivo,</p><p>dentro de 30 (trinta) dias seguidos à ciência da decisão.</p><p>Página 127 de 1520</p><p>Questão 87.</p><p>José teve o único imóvel de sua propriedade, em que reside, penhorado por ordem judicial, em</p><p>execução fiscal ajuizada em 2021 referente a dívidas de IPTU incidentes sobre tal imóvel. Passados</p><p>60 dias da intimação da penhora, José encontra enfim os comprovantes de pagamento dos IPTUs</p><p>referentes aos anos de 2018 e 2019 que estavam sendo cobrados, e deseja apresentá-los em juízo.</p><p>Diante desse cenário, José poderá apresentar:</p><p>a) embargos à execução fiscal, em razão de a execução já estar garantida pela penhora;</p><p>b) embargos à execução fiscal, por se tratar do único imóvel de sua propriedade, em que reside;</p><p>c) exceção de pré-executividade, por se tratar do único imóvel de sua propriedade, em que reside;</p><p>d) exceção de pré-executividade, pois o pagamento pode ser comprovado documentalmente de</p><p>plano;</p><p>e) agravo de instrumento, pela presença de fumus boni iuris e periculum in mora, por se tratar do</p><p>único imóvel de sua propriedade, em que reside, e que está penhorado.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Letra D – Correta. STJ - Súmula 393: A exceção de pré-executividade é admissível na execução</p><p>fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.</p><p>Questão 88.</p><p>A empresa 123 Camisetas Ltda., sediada no Amapá e atuante no ramo varejista de venda de</p><p>camisetas, deixou de atualizar dentro do prazo exigido em Resolução do Secretário do Estado de</p><p>Fazenda certos dados cadastrais referentes ao ICMS. A empresa possui também um débito</p><p>tributário estadual em fase de execução fiscal, na qual realizou o depósito do montante integral</p><p>em dinheiro. Pendente ainda a atualização dos dados cadastrais, e à luz da Lei estadual nº</p><p>400/1997, poderá ser fornecida:</p><p>a) Certidão Positiva de Tributos Estaduais em relação à empresa quanto à existência de tal débito</p><p>tributário estadual;</p><p>Página 128 de 1520</p><p>b) Certidão Negativa de Tributos Estaduais em relação à empresa quanto à existência de tal débito</p><p>tributário estadual;</p><p>c) Certidão Positiva com Efeitos de Negativa de Tributos Estaduais consistindo exclusivamente do</p><p>demonstrativo das pendências da empresa relativas a irregularidades quanto à apresentação de</p><p>dados cadastrais;</p><p>d) Certidão Positiva de Tributos Estaduais consistindo exclusivamente do demonstrativo das</p><p>pendências da empresa relativas a irregularidades quanto à apresentação de dados cadastrais;</p><p>e) Certidão Negativa de Tributos Estaduais consistindo exclusivamente do demonstrativo das</p><p>pendências da empresa relativas a irregularidades referentes à apresentação de dados cadastrais.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Letra D -Correta: Lei Estadual 400/1997:</p><p>Art. 157-B. Poderá, ainda, ser fornecida certidão positiva de tributos estaduais, que consistirá,</p><p>exclusivamente, do demonstrativo das pendências do sujeito passivo, relativas a débitos e</p><p>irregularidades quanto à apresentação de declarações e dados cadastrais</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Questão 89.</p><p>João, então prefeito do Município Alfa, em janeiro de 2012, de forma culposa, permitiu a aquisição</p><p>de bem por preço superior ao de mercado, na medida em que firmou contrato administrativo com</p><p>a sociedade empresária Beta para compra de veículos para a frota oficial do Município com sobre</p><p>preço de R$ 100.000,00. O Ministério Público recebeu representação noticiando a ilegalidade em</p><p>junho de 2013, instaurou inquérito civil e somente concluiu a investigação em setembro de 2021,</p><p>confirmando que houve, de fato, superfaturamento no valor indicado. João exerceu mandato</p><p>eletivo como chefe do Executivo municipal até 31/12/2012, haja vista que não foi reeleito.</p><p>No caso em tela, com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2021,</p><p>a pretensão ministerial de ressarcimento ao erário em face de João:</p><p>a) ainda não estava prescrita, pois o prazo começa a contar a partir do término do mandato eletivo;</p><p>b) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, em qualquer</p><p>hipótese;</p><p>Página 129 de 1520</p><p>c) já estava prescrita, pois se aplica o prazo de três anos contados a partir do término do mandato</p><p>eletivo do agente público;</p><p>d) já estava prescrita, pois não se trata de ato de improbidade administrativa doloso, que ensejaria</p><p>a imprescritibilidade do ressarcimento ao erário;</p><p>e) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, desde que o ato ilícito</p><p>também configure ato de improbidade, culposo ou doloso.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Atenção! A prova foi aplicada antes das modificações ocorridas na Lei n. 8.429/92.A alternativa D</p><p>está correta e corresponde ao gabarito da questão.</p><p>Questão 90.</p><p>A sociedade de economia mista Beta do Município X recebeu formalmente, por meio de lei</p><p>específica, delegação do poder de polícia do Município para prestar serviço de policiamento do</p><p>trânsito na cidade, inclusive para aplicar multa aos infratores. Sabe-se que a entidade Beta é uma</p><p>empresa estatal municipal de capital majoritariamente público, que presta exclusivamente serviço</p><p>público de atuação própria do poder público e em regime não concorrencial. Por entender que o</p><p>Município X não poderia delegar o poder de polícia a pessoa jurídica de direito privado, o</p><p>Ministério Público ajuizou ação civil pública pleiteando a declaração de nulidade</p><p>da delegação e</p><p>das multas aplicadas, assim como a assunção imediata do serviço pelo Município. No caso em tela,</p><p>de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em tema de repercussão geral,</p><p>a pretensão ministerial:</p><p>a) não deve ser acolhida, pois é constitucional a delegação do poder de polícia na forma realizada,</p><p>inclusive no que concerne à sanção de polícia;</p><p>b) não deve ser acolhida, pois é constitucional a delegação do poder de polícia a qualquer pessoa</p><p>jurídica de direito privado, desde que cumprido o único requisito que é a prévia autorização legal;</p><p>c) deve ser acolhida, pois é inconstitucional a delegação do poder de polícia, em qualquer das</p><p>fases de seu ciclo, a pessoa jurídica de direito privado integrante da administração indireta;</p><p>d) deve ser acolhida parcialmente, pois é inconstitucional a delegação do poder de polícia, nas</p><p>fases de seu ciclo de ordem de polícia e de sanção de polícia, a pessoa jurídica de direito privado</p><p>integrante da administração indireta;</p><p>Página 130 de 1520</p><p>e) deve ser acolhida parcialmente, pois, apesar de ser constitucional a delegação do poder de</p><p>polícia para o serviço público de fiscalização de trânsito, é inconstitucional tal delegação no que</p><p>concerne à aplicação de multa, que deve ser feita por pessoa jurídica de direito público.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa A está correta e é o nosso gabarito.</p><p>O Supremo Tribunal Federal proferiu decisão, alterando o seu posicionamento inicial, definindo</p><p>que é constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de</p><p>direito privado integrantes da administração pública indireta de capital social majoritariamente</p><p>público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime</p><p>não concorrencial.</p><p>A delegação envolve apenas as fases de consentimento, fiscalização e sanção de polícia (inclusive</p><p>a atribuição para a aplicação de multas de trânsito, conforme se verificou no caso concreto). No</p><p>entanto, nunca poderá envolver a delegação da ordem de polícia, tendo em vista que se trata de</p><p>fase absolutamente indelegável por envolver a função legislativa, restrita aos Entes Federados</p><p>previstos na Constituição. RE 633782/MG, rel. min. Luiz Fux, julgamento virtual finalizado em</p><p>23.10.2020.</p><p>Questão 91.</p><p>O Estado Alfa celebrou com uma organização da sociedade civil (OSC) uma espécie de parceria,</p><p>mediante transferência voluntária de recursos para consecução de plano de trabalho proposto</p><p>pelo poder público estadual, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades</p><p>de interesse público e recíproco propostas pela Administração Pública, consistentes na promoção</p><p>e divulgação do “Programa à Vítima e Testemunha Ameaçadas no Estado Alfa”, garantindo, na</p><p>forma da lei, às vítimas e às testemunhas, alimentação, saúde, moradia, educação e lazer, de</p><p>maneira a promover a reinserção social dos sujeitos em proteção em um novo território fora do</p><p>local de risco.</p><p>De acordo com a Lei nº 13.019/2014, no caso em tela, o instrumento adequado utilizado foi o:</p><p>a) contrato de gestão, e o serviço firmado foi delegado à OSC, contratada mediante licitação;</p><p>b) termo de colaboração, e a OSC foi selecionada por meio de chamamento público;</p><p>c) termo de parceria, e a OSC foi selecionada mediante inexigibilidade de licitação;</p><p>d) termo de fomento, e a OSC foi selecionada mediante contratação direta;</p><p>Página 131 de 1520</p><p>e) acordo de cooperação, e deve haver prestação de contas sobre os recursos financeiros</p><p>transferidos ao Tribunal de Contas.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa B está correta e corresponde ao gabarito da questão.</p><p>A Lei n. 13.019/2014 estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as</p><p>organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de</p><p>finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos</p><p>previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos</p><p>de fomento ou em acordos de cooperação. Sendo a parceria proposta pela administração pública,</p><p>o instrumento adequado será o termo de colaboração. Por outro lado, quando a proposta for</p><p>apresentada pela organização da sociedade civil, o instrumento adequado será o termo de</p><p>fomento. Se não houver transferência de recursos financeiros, será hipótese de acordo de</p><p>cooperação.</p><p>Contrato de gestão é o instrumento de parceria a ser celebrada com as Organizações Sociais (OS).</p><p>O termo de parceria é o instrumento de parceria celebrado entre o poder público e as</p><p>Organização da Sociedade Civil para o Interesse Público – OSCIPS.</p><p>Questão 92.</p><p>Maria foi aprovada em concurso público para o cargo efetivo de analista processual do Estado</p><p>Delta e classificada em quinto lugar. O edital do concurso ofereceu apenas quatro vagas, não</p><p>obstante houvesse dez cargos efetivos vagos. O resultado final do concurso foi regularmente</p><p>homologado e, durante o seu prazo de validade, que não foi prorrogado e acaba na próxima</p><p>semana, o Estado Delta convocou e nomeou os quatro primeiros classificados. Maria logrou obter</p><p>informações e documentos que comprovam, de forma cabal, que o Estado Delta recentemente</p><p>nomeou, sem prévio concurso público, para cargo em comissão, três pessoas para exercerem</p><p>exatamente as mesmas funções afetas ao cargo de analista processual, de necessidade</p><p>permanente para o Estado, sendo que, para desempenho da mesma função, há ainda servidores</p><p>temporários com prorrogações sucessivas de seus contratos de trabalho. Assim, Maria impetrou</p><p>mandado de segurança, pleiteando sua convocação, nomeação e posse.</p><p>Consoante a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a ordem deve ser:</p><p>a) denegada, pois apenas convertem a mera expectativa de direito em direito subjetivo à</p><p>nomeação os candidatos aprovados dentro do número de vagas oferecidas no edital do concurso</p><p>público;</p><p>Página 132 de 1520</p><p>b) denegada, pois apenas possuem direito subjetivo à nomeação os candidatos aprovados dentro</p><p>do número de vagas e os que forem preteridos pela administração pública por burla à ordem de</p><p>classificação;</p><p>c) denegada, pois apenas possuem direito subjetivo à nomeação os candidatos aprovados dentro</p><p>do número de vagas e aqueles que forem preteridos na ordem de classificação, bem como se</p><p>houver abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame</p><p>anterior;</p><p>d) concedida, pois Maria passou a ter direito subjetivo à nomeação, na medida em que surgiram</p><p>novas vagas durante o prazo de validade do certame, o que gera automaticamente o direito à</p><p>nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital do concurso anterior;</p><p>e) concedida, pois Maria passou a ter direito subjetivo à nomeação, na medida em que foi</p><p>preterida de forma arbitrária e imotivada por parte da administração pública, em comportamento</p><p>expresso que revela a inequívoca necessidade de sua nomeação.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>No ano de 2015 o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese em sede de repercussão geral:</p><p>O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o</p><p>prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos</p><p>candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição</p><p>arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou</p><p>expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado</p><p>durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.</p><p>Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas</p><p>seguintes hipóteses: a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;</p><p>b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e c)</p><p>quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante</p><p>a validade do certame</p><p>anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da</p><p>administração nos termos acima. STF. Plenário. RE 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em</p><p>09/12/2015 (repercussão geral) (Info 811).Desse modo, e com base na jurisprudência acima</p><p>apontada, Maria passou a ter direito subjetivo à nomeação, na medida em que foi preterida de</p><p>forma arbitrária e imotivada por parte da administração pública, em comportamento expresso que</p><p>revela a inequívoca necessidade de sua nomeação.</p><p>Por outro lado, e com base no julgado acima, verifica-se que a alternativa D está incorreta.</p><p>Página 133 de 1520</p><p>A alternativa A está incorreta. De fato, é entendimento pacífico na jurisprudência de que a simples</p><p>aprovação em concurso público não enseja direito subjetivo à nomeação do candidato, mas mera</p><p>expectativa de direito. Contudo, a situação descrita na questão configura situação excepcional</p><p>que converterá a mera expectativa de direito em direito subjetivo à nomeação.</p><p>As alternativas B e C estão incorretas. Os candidatos aprovados dentro do número de vagas, os</p><p>que forem preteridos pela administração pública por burla à ordem de classificação possuem</p><p>direito subjetivo à nomeação. De igual forma, se houver abertura de novo concurso para o mesmo</p><p>cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, os candidatos aprovados fora do número</p><p>de vagas (cuja classificação seja alcançada pela divulgação das novas vagas no novo edital) serão</p><p>detentores de direito subjetivo à nomeação. Ainda, quando surgirem novas vagas, ou for aberto</p><p>novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de</p><p>forma arbitrária e imotivada por parte da administração, os candidatos aprovados fora das vagas</p><p>previstas no edital serão detentores de tal direito subjetivo. Portanto, e considerando-se que a</p><p>jurisprudência estabelece inúmeras hipótese em que o candidato possuirá direito subjetivo à</p><p>nomeação, para além daquelas descritas nas assertivas, não há que se falar em denegação da</p><p>segurança.</p><p>Questão 93.</p><p>O Estado Alfa realizou o chamado, pela nova Lei de Licitação (Lei nº 14.133/2021), procedimento</p><p>de credenciamento, na medida em que realizou um processo administrativo de chamamento</p><p>público, convocando interessados em prestar determinados serviços para que, preenchidos os</p><p>requisitos necessários, se credenciassem no órgão para executar o objeto quando convocados.</p><p>Cumpridas todas as formalidades legais, na presente hipótese, de acordo com o citado diploma</p><p>legal, em se tratando de caso de objeto que deva ser contratado por meio de credenciamento, a</p><p>licitação é:</p><p>a) inexigível, por expressa previsão legal;</p><p>b) dispensável, por expressa previsão legal;</p><p>c) obrigatória, na modalidade diálogo competitivo;</p><p>d) obrigatória, na modalidade pregão;</p><p>e) obrigatória, na modalidade leilão.</p><p>Comentário</p><p>Página 134 de 1520</p><p>A alternativa A está correta e corresponde ao gabarito da questão.</p><p>A lei 14.133/2021 trouxe algumas mudanças e acréscimos em relação à antecessora. A principal</p><p>inovação diz respeito à inclusão expressa do credenciamento como hipótese de inexigibilidade,</p><p>muito embora já fosse amplamente aceito, apesar da ausência de previsão normativa. Na licitação</p><p>inexigível, não há possibilidade de realização do procedimento licitatório, haja vista a</p><p>impossibilidade de competição, seja por ausência de pluralidade de interessados, seja pela</p><p>ausência de caráter excludente da contratação (ex.: credenciamento), em que a contratação de</p><p>um interessado não impede a contratação dos demais que também preencham os requisitos.</p><p>Lei n. 14.133/21,</p><p>Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de: (...) IV -</p><p>objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;</p><p>Questão 94.</p><p>A sociedade empresária Alfa exercia a venda de produtos alimentícios em uma mercearia, com</p><p>licença municipal específica para tal atividade. No entanto, os proprietários do comércio também</p><p>desenvolviam comercialização de fogos de artifício, de forma absolutamente clandestina, pois sem</p><p>a autorização do poder público. Durante as inspeções ordinárias, o poder público nunca encontrou</p><p>indícios de venda de fogos de artifício, tampouco o fato foi alguma vez noticiado à municipalidade.</p><p>Certo dia, grande explosão e incêndio ocorreram no comércio, causados pelos fogos de artifício,</p><p>que atingiram a casa de João, morador vizinho à mercearia, que sofreu danos morais e materiais.</p><p>João ajuizou ação indenizatória em face do Município, alegando que incide sua responsabilidade</p><p>objetiva por omissão.</p><p>No caso em tela, valendo-se da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o magistrado deve</p><p>julgar:</p><p>a) procedente o pedido, pois se aplica a teoria do risco administrativo, de maneira que não é</p><p>necessária a demonstração do dolo ou culpa do Município, sendo devida a indenização;</p><p>b) procedente o pedido, pois, diante da omissão específica do Município, aplica-se a teoria do</p><p>dano in re ipsa, devendo o poder público arcar com a indenização, desde que exista nexo causal</p><p>entre o incêndio e os danos sofridos por João;</p><p>c) procedente o pedido, diante da falha da Administração Municipal na fiscalização de atividade</p><p>de risco, qual seja, o estabelecimento destinado a comércio de fogos de artifício, incidindo a</p><p>responsabilidade civil objetiva;</p><p>Página 135 de 1520</p><p>d) improcedente o pedido, pois, apesar de ser desnecessária a demonstração de violação de um</p><p>dever jurídico específico de agir do Município, a responsabilidade civil originária é da sociedade</p><p>empresária Alfa, de maneira que o Município responde de forma subsidiária, caso a responsável</p><p>direta pelo dano seja insolvente;</p><p>e) improcedente o pedido, pois, para que ficasse caracterizada a responsabilidade civil do</p><p>Município, seria necessária a violação de um dever jurídico específico de agir, seja pela concessão</p><p>de licença para funcionamento sem as cautelas legais, seja pelo conhecimento do poder público</p><p>de eventuais irregularidades praticadas pelo particular, o que não é o caso.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa E está correta e corresponde ao nosso gabarito.</p><p>Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal:</p><p>Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do</p><p>comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico específico</p><p>de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais</p><p>ou quando for de conhecimento do poder público eventuais irregularidades praticadas pelo</p><p>particular. STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre</p><p>de Moraes, julgado em 11/3/2020 (repercussão geral – Tema 366) (Info 969).</p><p>Questão 95.</p><p>João é proprietário de imóvel rural que engloba grande área na cidade Alfa, interior do Estado. O</p><p>imóvel de João, sem seu conhecimento, foi invadido por terceiras pessoas que passaram a cultivar</p><p>plantas psicotrópicas (maconha) de forma ilícita. O Município Alfa ajuizou ação perante a Justiça</p><p>Estadual visando à desapropriação confisco do imóvel de João.</p><p>No caso em tela, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a expropriação</p><p>prevista no</p><p>Art. 243 da Constituição da República de 1988:</p><p>a) pode ser afastada, desde que o proprietário João comprove que não incorreu em dolo ou culpa</p><p>grave, pois possui responsabilidade subjetiva, vedada a inversão do ônus da prova, mas o Juízo</p><p>deve extinguir o processo sem resolução do mérito pela ilegitimidade ativa do Município Alfa,</p><p>pois a ação deve ser proposta pela União, na Justiça Federal;</p><p>Página 136 de 1520</p><p>b) pode ser afastada, desde que o proprietário João comprove que não incorreu em dolo ou culpa</p><p>grave, pois possui responsabilidade subjetiva, vedada a inversão do ônus da prova, mas o Juízo</p><p>deve extinguir o processo sem resolução do mérito pela ilegitimidade</p><p>ativa do Município Alfa,</p><p>pois a ação deve ser proposta pelo Estado;</p><p>c) não pode ser afastada, pois João possui responsabilidade objetiva, vedada a inversão do ônus</p><p>da prova, e o Judiciário deve julgar procedente o pedido de desapropriação confisco, de maneira</p><p>que o imóvel de João seja destinado à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem</p><p>qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei;</p><p>d) pode ser afastada, desde que o proprietário João comprove que não incorreu em culpa, ainda</p><p>que in vigilando ou in eligendo, pois possui responsabilidade subjetiva, com inversão do ônus da</p><p>prova, mas o Juízo deve extinguir o processo sem resolução do mérito pela ilegitimidade ativa do</p><p>Município Alfa, pois a ação deve ser proposta pela União, na Justiça Federal;</p><p>e) não pode ser afastada, pois João possui responsabilidade objetiva, admitida a inversão do ônus</p><p>da prova, e o Judiciário deve julgar procedente o pedido de desapropriação confisco, sendo que</p><p>todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de</p><p>entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação</p><p>específica, na forma da lei.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa D está correta e corresponde ao gabarito da questão.</p><p>A responsabilidade de João será subjetiva e poderá ser afastada, nos termos do que prevê a</p><p>jurisprudência do STF:O</p><p>Art. 243 da CF não exige que o proprietário tenha participado do ilícito para o confisco da</p><p>propriedade, basta que tenha algum grau de culpa. O proprietário somente pode se eximir de ter</p><p>a propriedade confiscada se comprovar que não teve culpa no ilícito, ainda que in vigilando ou in</p><p>elegendo. Há uma inversão do ônus da prova. Além disso, se houver mais de um proprietário,</p><p>haverá o confisco mesmo que apenas um tenha sido culpado, cabendo ao inocente pleitear</p><p>indenização (RE 635336, Informativo 851, STF).Além disso, a lei 8.257/91 estabeleceu o</p><p>procedimento especial para a desapropriação confisco, aplicando-se o CPC apenas</p><p>subsidiariamente. A ação deverá ser proposta pela União perante a Justiça Federal.</p><p>Questão 96.</p><p>O Município Beta, após revisão de seu plano diretor com a oitiva da sociedade civil, por meio de</p><p>diversas audiências públicas, concluiu que necessitava de áreas para a execução de programas e</p><p>projetos habitacionais de interesse social. Dessa forma, foi editada lei municipal, baseada no</p><p>Página 137 de 1520</p><p>citado plano diretor, delimitando as áreas em que incidirá direito de preempção, com prazo de</p><p>vigência de quatro anos. O direito de preempção conferiu ao poder público municipal preferência</p><p>para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, naquela área</p><p>especificada. Por entender que a citada lei municipal é inconstitucional por violar seu direito de</p><p>propriedade, João alienou a Maria seu imóvel urbano incluído na área prevista na lei, sem</p><p>oportunizar ao município o direito de preferência. O Município Beta ajuizou ação pleiteando a</p><p>invalidação do negócio jurídico celebrado entre João e Maria, requerendo que lhe sejam</p><p>assegurados os direitos previstos no Estatuto da Cidade.</p><p>No caso em tela, o magistrado deve observar que a Lei nº 10.257/2001 dispõe que a alienação do</p><p>imóvel de João a Maria é:</p><p>a) válida e eficaz, haja vista que a lei municipal é materialmente inconstitucional por violar o direito</p><p>de propriedade de João, na medida em que não especificou os proprietários de imóveis que serão</p><p>desapropriados;</p><p>b) válida e eficaz, haja vista que a lei municipal é formalmente inconstitucional por violar o direito</p><p>de propriedade de João, visto que é competência legislativa dos Estados editar normas dispondo</p><p>sobre esse tipo de limitação administrativa;</p><p>c) nula de pleno direito, e o Município poderá adquirir o imóvel pelo seu valor venal previsto na</p><p>base de cálculo do IPTU ou pelo valor da transação, se este for inferior àquele, pois o direito de</p><p>preempção é uma espécie de limitação administrativa;</p><p>d) válida e ineficaz, haja vista que o Município deverá comprovar, durante a fase de instrução</p><p>probatória, a utilidade pública, a necessidade pública ou o interesse social para exercer seu direito</p><p>de preferência, por meio da desapropriação;</p><p>e) nula de pleno direito, e o Município poderá adquirir o imóvel pelo seu valor venal, a ser definido</p><p>por perícia de avaliação judicial, assegurados o contraditório e a ampla defesa, pois o direito de</p><p>preempção é uma espécie de desapropriação especial urbana.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A alternativa C está correta e corresponde ao gabarito da questão.</p><p>Tendo em vista que João alienou seu imóvel sem oportunizar ao Município o direito de</p><p>preferência, nos termos do que prevê a Lei n. 10.257/2001, a alienação será considerada nula de</p><p>pleno direito, conforme estabelece o</p><p>Página 138 de 1520</p><p>Art. 27, §5º.Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o direito</p><p>de preempção bem como o prazo de vigência. Assim, durante o período, caso pretenda alienar o</p><p>imóvel, o proprietário deverá notificar sua intenção ao Município para manifestação sobre o</p><p>interesse em comprá-lo. Em caso de inobservância da regra, a alienação será considerada nula e</p><p>o Município poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado</p><p>na proposta apresentada, se este for inferior àquele.</p><p>Questão 97.</p><p>O Estado Gama, por meio de emenda constitucional, acresceu à sua Constituição Estadual norma</p><p>instituindo o teto remuneratório dos servidores públicos estaduais limitado ao valor do subsídio</p><p>mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a Constituição da República</p><p>de 1988 e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a mencionada norma é:</p><p>a) inconstitucional, pois a Constituição da República de 1988 dispõe que é facultado aos Estados</p><p>fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições estaduais, o teto</p><p>remuneratório dos servidores públicos estaduais do Judiciário, adotando, como limite único, o</p><p>valor do subsídio mensal dos desembargadores dos respectivos Tribunais de Justiça, limitado a</p><p>95% do subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) inconstitucional, pois a Constituição da República de 1988 dispõe que é facultado aos Estados</p><p>fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições estaduais, o teto</p><p>remuneratório dos servidores públicos estaduais, exceto no que se refere aos subsídios dos</p><p>deputados estaduais, adotando, como limite único, o valor do subsídio mensal dos</p><p>desembargadores dos respectivos Tribunais de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal dos</p><p>ministros do Supremo Tribunal Federal;</p><p>c) inconstitucional, pois a Constituição da República de 1988 dispõe que é obrigatório aos Estados</p><p>fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições estaduais, o teto</p><p>remuneratório dos servidores públicos estaduais, exceto no que se refere aos subsídios dos</p><p>magistrados, adotando, como limite único, o valor do subsídio mensal dos desembargadores dos</p><p>respectivos Tribunais de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal do governador do Estado;</p><p>d) constitucional, pois reproduziu o texto da Constituição da República de 1988 que estabelece</p><p>como limite para o teto da remuneração dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos</p><p>da administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios, o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal</p><p>Federal;</p><p>Página 139 de 1520</p><p>e) constitucional, pois reproduziu o texto da Constituição da República de 1988 que estabelece</p><p>como limite para o teto da remuneração dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos</p><p>da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o subsídio mensal, em espécie, dos</p><p>ministros</p><p>do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>A alternativa B está correta e corresponde ao gabarito da questão.</p><p>A Constituição Federal estabeleceu limites de remuneração para todos os agentes públicos da</p><p>Administração Pública de todos os Poderes e Entes Federados, com o objetivo de conferir</p><p>moralidade e transparência aos gastos públicos com pessoal. A regra foi denominada de “teto</p><p>constitucional” e abrange todas as espécies remuneratórias recebidas pelos agentes públicos,</p><p>salvo as verbas indenizatórias.</p><p>A emenda será inconstitucional, nos termos do que prevê o</p><p>Art. 37, XI, da Constituição Federal. No caso, o teto remuneratório dos servidores públicos</p><p>estaduais não poderia ser limitado ao valor do subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal</p><p>Federal, e sim ao valor do subsídio mensal dos desembargadores dos respectivos Tribunais de</p><p>Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal;</p><p>TJ-GO</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 1. João fez um empréstimo de bem fungível a Antônio. Posteriormente, cedeu esse</p><p>crédito a José e comunicou formalmente a Antônio quanto à cessão ocorrida. Com base nas</p><p>informações e no Código Civil de 2002, é correto afirmar que:</p><p>a) João não poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, razão pela qual a cessão é</p><p>inválida perante terceiros;</p><p>b) João não poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, razão pela qual a cessão é</p><p>ineficaz perante terceiros;</p><p>Página 140 de 1520</p><p>c) João não poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, razão pela qual a cessão é</p><p>inexistente perante terceiros;</p><p>d) João poderia ceder o crédito sem a aquiescência de Antônio, bastando a notificação;</p><p>e) Antônio poderá pagar a dívida tanto a João quanto a José e receber a devida quitação.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra D.</p><p>O caso em questão trata da cessão de crédito. Estabelece o art. 286 do Código Civil que o credor</p><p>pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção</p><p>com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé,</p><p>se não constar do instrumento da obrigação.</p><p>Regra geral, a cessão de crédito abrange todos os acessórios, salvo disposição em contrário.</p><p>Será ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante</p><p>instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades previstas no § 1o do art.</p><p>654 do Código Civil.</p><p>Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento</p><p>particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.</p><p>§ 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação</p><p>do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão</p><p>dos poderes conferidos.</p><p>Destaca-se que o cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no</p><p>registro do imóvel.</p><p>O fundamento da alternativa D está no art. 290 do Código Civil que dispõe que a cessão do crédito</p><p>não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se</p><p>tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.</p><p>Pois bem.</p><p>Se ocorrer várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título</p><p>do crédito cedido.</p><p>Demais artigos pertinentes à cessão de crédito:</p><p>Página 141 de 1520</p><p>Art. 292 do Código Civil: Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão,</p><p>paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário</p><p>que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de</p><p>escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.</p><p>Art. 293: Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário</p><p>exercer os atos conservatórios do direito cedido.</p><p>Art. 294: O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as</p><p>que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.</p><p>Art. 295: Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica</p><p>responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma</p><p>responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.</p><p>Art. 296: Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.</p><p>Art. 297: O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais</p><p>do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão</p><p>e as que o cessionário houver feito com a cobrança.</p><p>Art. 298: O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver</p><p>conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica</p><p>exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.</p><p>Nesse sentido, as alternativas A, B, C, E estão incorretas.</p><p>Questão 2. Em relação ao instituto da Doação, é correto afirmar que:</p><p>a) a doação à entidade futura caducará se, em dois anos, não estiver constituída regularmente;</p><p>b) a doação feita a nascituro torna-lo-á dono do objeto doado desde a concepção;</p><p>c) a revogação da doação por ingratidão pode ser pleiteada dentro de dois anos do fato;</p><p>d) o doador não pode fixar prazo para o donatário declarar se aceita ou não o objeto doado;</p><p>e) se realiza doação pura a absolutamente incapaz, será exigido o aceite da mãe e/ou pai.</p><p>Comentário</p><p>Página 142 de 1520</p><p>A alternativa correta é a letra A.</p><p>Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio</p><p>bens ou vantagens para o de outra.</p><p>A alternativa traz exatamente o disposto no art. 554 do Código Civil que estabelece que a doação</p><p>a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois segundo o art. 542 do Código Civil a doação feita ao nascituro</p><p>valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois a revogação deve ser revogada dentro de um ano contado do</p><p>conhecimento do fato revogador pelo doador (Teoria da actio nata).</p><p>Art. 559 do Código Civil: A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro</p><p>de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de</p><p>ter sido o donatário o seu autor.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois de acordo com o art. 539 do Código Civil, o doador pode fixar</p><p>prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente</p><p>do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for</p><p>sujeita a encargo.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o art. 543 do Código Civil, se o donatário for</p><p>absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.</p><p>Precedentes:</p><p>“A doação remuneratória deve respeitar os limites impostos pelo legislador.</p><p>O Código Civil proíbe a doação universal (doação de todos os bens do doador sem que seja a ele</p><p>resguardado o mínimo existencial) e a doação inoficiosa (aquela que ocorre em prejuízo à legítima</p><p>dos herdeiros necessários).</p><p>O fato de a doação ser remuneratória não a isenta de respeitar essas limitações. Assim, a doação</p><p>remuneratória não pode se constituir em uma doação universal nem em uma doação inoficiosa.</p><p>(STJ. 3ª Turma. REsp 1.708.951-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/05/2019)”</p><p>“É nula a doação entre cônjuges casados sob o regime da comunhão universal de bens, na medida</p><p>em que a hipotética doação resultaria no retorno do bem doado ao patrimônio comum amealhado</p><p>pelo casal diante da comunicabilidade de bens no regime e do exercício comum da copropriedade</p><p>e da composse. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.787.027-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi,</p><p>julgado em</p><p>04/02/2020)”</p><p>Página 143 de 1520</p><p>“Na ação de nulidade de doação inoficiosa, o prazo prescricional é contado a partir do registro</p><p>do ato jurídico que se pretende anular, salvo se houver anterior ciência inequívoca do suposto</p><p>prejudicado. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.933.685-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em</p><p>15/03/2022)”.</p><p>Portanto, as alternativas B, C, D, E estão incorretas.</p><p>Questão 3. Marcos, João e Fernando, querem comprar juntos uma máquina de impressão, cujo</p><p>valor no mercado é muito alto, pois conta com tecnologia avançada. Cada um usará a máquina</p><p>quatro meses no ano e, desta forma, poderão ratear as despesas de aquisição. Com base nas</p><p>informações prestadas, bem como na legislação civil vigente, poderão valer-se, para aquisição da</p><p>máquina:</p><p>a) do condomínio em multipropriedade, previsto no art. 1.358-B do Código Civil. Para dirimir</p><p>eventuais questões (deliberações), como o tempo para manutenção e seus custos, farão uma</p><p>convenção com as devidas cláusulas, já que a lei é omissa;</p><p>b) do condomínio em multipropriedade, previsto no art. 1.314 do Código Civil. Para dirimir</p><p>eventuais questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus custos, a lei estabelece</p><p>o quórum de maioria absoluta;</p><p>c) do condomínio voluntário, previsto no art. 1.314 do Código Civil. Para dirimir eventuais</p><p>questões (deliberações), como tempo de manutenção e seus custos, farão uma convenção com as</p><p>devidas cláusulas, já que a lei é omissa;</p><p>d) do condomínio voluntário, previsto no art. 1.314 do Código Civil. Para dirimir eventuais</p><p>questões (deliberações) como tempo para manutenção e seus custos, a lei estabelece quórum de</p><p>maioria absoluta;</p><p>e) do condomínio em multipropriedade, previsto no art. 1.358-B do Código Civil. A lei estabelece</p><p>que o administrador deverá dirimir questões (deliberações), como tempo para manutenção e seus</p><p>custos.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra D.</p><p>A Seção I do Capítulo VI do Código Civil regula o condomínio voluntário.</p><p>Página 144 de 1520</p><p>O art. 1.314 dispõe que cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela</p><p>exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua</p><p>posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Nenhum dos condôminos pode alterar a</p><p>destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos</p><p>outros. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.</p><p>No condomínio voluntário, podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por</p><p>prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.</p><p>No entanto, não poderá exceder a cinco anos a indivisão que seja estabelecida pelo doador ou</p><p>pelo testador.</p><p>As deliberações dos condôminos serão tomadas por maioria absoluta.</p><p>Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.</p><p>§ 1 o As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta.</p><p>§ 2 o Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer</p><p>condômino, ouvidos os outros.</p><p>§ 3 o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente.</p><p>Não se deve confundir com o condomínio em multipropriedade previsto no art. 1358-C e que</p><p>consiste no regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é</p><p>titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade,</p><p>da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.</p><p>Dessa forma, as alternativas A, B, C, E estão incorretas.</p><p>Questão 4. Maria e João, brasileiros naturalizados, casaram-se formalmente em Las Vegas,</p><p>Estados Unidos, no ano passado, em uma grande celebração. Voltaram para o Brasil e decidiram</p><p>comprar um apartamento maior, já que Maria descobriu-se grávida de três semanas, razão pela</p><p>qual o apartamento atual estava pequeno. Muito felizes com a notícia e empolgados com a nova</p><p>casa escolhida, encaminharam-se ao cartório para lavrar a escritura de compra e venda do novo</p><p>lar. Lá chegando, o tabelião informou-os que não poderia constar em suas qualificações o estado</p><p>civil de “casado(a)”, o que os deixou realmente muito tristes. A razão da atitude do tabelião,</p><p>segundo a legislação civil, deu-se porque, no Brasil, o casamento realizado no exterior é:</p><p>a) inexistente, tendo que ser repetido em território nacional para adquirir existência, validade e</p><p>eficácia;</p><p>Página 145 de 1520</p><p>b) existente, tendo que passar por processo de apostilamento e posterior registro no RCPN, para</p><p>adquirir validade e eficácia;</p><p>c) existente e válido, tendo que passar por processo de apostilamento e posterior registro no</p><p>RCPN, para adquirir validade e eficácia;</p><p>d) existente e eficaz, tendo que passar por processo de apostilamento e posterior registro no</p><p>RCPN, para adquirir validade;</p><p>e) existente, válido e eficaz, sendo incorreta a informação passada pelo tabelião.</p><p>Comentário</p><p>A banca considerou como correta a alternativa B, contudo, o casamento realizado no estrangeiro</p><p>é existente e válido, estando pendente somente a eficácia, conforme Resolução nº 155/2012 do</p><p>Conselho Nacional de Justiça (CNJ).</p><p>A Resolução nº 155/2012 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dispõe sobre o traslado de</p><p>certidões de registro civil emitidas no exterior em cartório no Brasil.</p><p>De acordo com a Resolução, o translado no Brasil tem o objetivo de dar publicidade e eficácia ao</p><p>casamento, já reconhecido válido para o ordenamento brasileiro, possibilitando que produza</p><p>efeitos jurídicos plenos no território nacional.</p><p>Art. 13. O traslado do assento de casamento de brasileiro ocorrido em país estrangeiro deverá ser</p><p>efetuado mediante a apresentação dos seguintes documentos:</p><p>a) certidão de assento de casamento emitida por autoridade consular brasileira ou certidão</p><p>estrangeira de casamento legalizada por autoridade consular brasileira e traduzida por tradutor</p><p>público juramentado;</p><p>b) certidão de nascimento do cônjuge brasileiro, ou certidão de casamento anterior com prova da</p><p>sua dissolução, para fins do artigo 106 da Lei nº 6.015/1973;</p><p>c) declaração de domicílio do registrando na Comarca ou comprovante de residência/domicílio, a</p><p>critério do interessado. Na falta de domicílio no Brasil, o traslado deverá ser efetuado no 1º Ofício</p><p>do Distrito Federal; e</p><p>d) requerimento assinado por um dos cônjuges ou por procurador.</p><p>§ 1º Se o assento de casamento a ser trasladado referir-se a brasileiro naturalizado, será obrigatória</p><p>também a apresentação do certificado de naturalização ou outro documento que comprove a</p><p>nacionalidade brasileira.</p><p>Página 146 de 1520</p><p>§ 2º A omissão do regime de bens no assento de casamento, lavrado por autoridade consular</p><p>brasileira ou autoridade estrangeira competente, não obstará o traslado.</p><p>§ 3º Faculta-se a averbação do regime de bens posteriormente, sem a necessidade de autorização</p><p>judicial, mediante apresentação de documentação comprobatória.</p><p>§ 4º Deverá sempre constar do assento e da respectiva certidão a seguinte anotação: "Aplica-se</p><p>o disposto no art. 7º, § 4º, do Decreto-Lei nº 4.657/1942".</p><p>§ 5º Na eventual existência de pacto antenupcial, lavrado perante autoridade estrangeira</p><p>competente, o oficial de registro civil deverá, antes de efetuar o traslado, solicitar que os</p><p>interessados providenciem o seu registro em cartório de registro de títulos e documentos no</p><p>Brasil, alertando-os que o documento deverá estar previamente legalizado por autoridade</p><p>consular brasileira e tenha jurisdição sobre o local em que foi emitido e traduzido por tradutor</p><p>público juramentado.</p><p>§ 6º A omissão do(s) nome(s) adotado(s) pelos cônjuges após o matrimônio no assento de</p><p>casamento ocorrido em país estrangeiro não obstará o traslado.</p><p>§ 7º Nesse caso, deverão ser mantidos os nomes de solteiro dos cônjuges. Faculta-se a averbação</p><p>posterior, sem a necessidade de autorização judicial, mediante apresentação de documentação</p><p>comprobatória de que os nomes foram modificados após o matrimônio, em conformidade com a</p><p>legislação do país em que os nubentes tinham domicílio, nos termos do art. 7 do Decreto-Lei nº</p><p>4.657/1942.</p><p>§ 8º A omissão no assento de casamento ocorrido em país estrangeiro de outros dados previstos</p><p>no art. 70 da Lei nº 6.015/1973 não obstará o traslado.</p><p>§ 9º Os dados faltantes poderão ser inseridos posteriormente por averbação, mediante a</p><p>apresentação de documentação comprobatória, sem a necessidade de autorização judicial.</p><p>§ 10 Os casamentos celebrados por autoridades estrangeiras são considerados autênticos, nos</p><p>termos da lei do local de celebração, conforme previsto no caput do art. 32 da Lei nº 6.015/1973,</p><p>inclusive no que respeita aos possíveis impedimentos, desde que não ofendam a soberania</p><p>nacional, a ordem pública e os bons costumes, nos termos do art. 17 do Decreto nº 4.657/1942.</p><p>§ 11 O traslado no Brasil, a que se refere o § 1º do referido artigo, efetuado em Cartório de 1º</p><p>Ofício, tem o objetivo de dar publicidade e eficácia ao casamento, já reconhecido válido para o</p><p>ordenamento brasileiro, possibilitando que produza efeitos jurídicos plenos no território nacional.</p><p>Nesse sentido, questão deveria ser anulada.</p><p>Página 147 de 1520</p><p>Questão 5. João, pai de Daniel, Maria, José e Paulo, morreu e deixou cinquenta milhões de reais</p><p>em patrimônio. Não deixou testamento. Ficou constatado, por sentença penal condenatória</p><p>transitada em julgado, que Daniel, aborrecido por ter perdido o cargo de presidente da empresa</p><p>da família, envenenou o pai, causando-lhe a morte. Não houve ação cível para excluí-lo da herança.</p><p>Daniel tem um filho chamado Peter, que terá que conviver com o fato de o pai ser um assassino.</p><p>Maria renunciou à herança. Maria tem duas filhas: Paula e Poliana. José já era morto quando da</p><p>morte do pai e tinha um filho Manoel. Paulo teve um infarto logo após receber a notícia de que</p><p>seu pai havia sido envenenado pelo irmão e morrido. Não tinha filhos, apenas mulher, Cláudia,</p><p>com quem foi casado pelo regime de separação absoluta e voluntária de bens.</p><p>Com base no enunciado, na legislação civil e na jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>a) Daniel herdará, já que não houve ação cível para excluí-lo da herança;</p><p>b) Paula e Poliana herdarão como se Maria já fosse morta quando o pai morreu;</p><p>c) Daniel não herdará, mas será o administrador dos bens do filho que herdará por cabeça;</p><p>d) Cláudia não herdará porque o regime de bens não permite;</p><p>e) Manoel herdará a quota-parte do pai.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra E.</p><p>Manoel herdará a quota-parte do pai, pois representará o seu pai José que é considerado irmão</p><p>pré-morto. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de</p><p>irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.</p><p>Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.</p><p>Por fim, estabelece o art. 1.835 do Código Civil que na linha descendente, os filhos sucedem por</p><p>cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no</p><p>mesmo grau.</p><p>Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a</p><p>suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.</p><p>Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.</p><p>Página 148 de 1520</p><p>Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de</p><p>irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.</p><p>Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo</p><p>fosse.</p><p>Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.</p><p>Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.</p><p>Precedentes relacionados:</p><p>A constituição de procurador com poder especial para renunciar à herança de valor superior a</p><p>trinta vezes o maior salário mínimo deve ser feita por instrumento público ou termo judicial para</p><p>ter validade. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.236.671-SP, Rel. originário Min. Massami Uyeda, Rel. para</p><p>acórdão Min. Sidnei Beneti, julgado em 9/10/2012)</p><p>“Aquele que renuncia a herança não tem legitimidade para pleitear eventual nulidade de negócio</p><p>jurídico que envolva um dos bens que integram o patrimônio do de cujus. (STJ. 4ª Turma. REsp</p><p>1.433.650-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/11/2019)”</p><p>“A cessão de direitos hereditários sobre bem singular viabiliza a transmissão da posse, que pode</p><p>ser objeto de tutela específica na via dos embargos de terceiro.</p><p>(STJ. 3ª Turma. REsp 1.809.548-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 19/05/2020)”</p><p>“É válido o testamento particular que, a despeito de não ter sido assinado de próprio punho pela</p><p>testadora, contou com a sua impressão digital. (STJ. 2ª Seção. REsp 1.633.254-MG, Rel. Min.</p><p>Nancy Andrighi, julgado em 11/03/2020)”</p><p>Dessa forma, as alternativas A, B, C, D estão incorretas.</p><p>Questão 06. São pessoas jurídicas de direito privado, segundo o Código Civil:</p><p>a) sociedades, fundações, organizações religiosas e territórios;</p><p>b) associações, fundações, organizações religiosas e empresas individuais de responsabilidade</p><p>limitada;</p><p>c) sociedades de economia mista e empresas públicas;</p><p>Página 149 de 1520</p><p>d) União, Estados, Municípios e Territórios;</p><p>e) associações, sociedades, fundações, organizações religiosas e partidos políticos.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra E.</p><p>A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado tem início com a inscrição do ato</p><p>constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação</p><p>do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato</p><p>constitutivo. Sendo que decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas</p><p>de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição</p><p>no registro.</p><p>Vejamos a literalidade do art. 44 do Código Civil:</p><p>Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:</p><p>I - as associações;</p><p>II - as sociedades;</p><p>III - as fundações.</p><p>IV - as organizações religiosas;</p><p>V - os partidos políticos.</p><p>VI – revogado.</p><p>§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações</p><p>religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos</p><p>constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)</p><p>§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que</p><p>são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)</p><p>§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica</p><p>Portanto, as alternativas A, B, C, D estão incorretas.</p><p>Página 150 de 1520</p><p>Questão 7. As árvores da casa de João são muito bonitas e frondosas. Seus galhos ultrapassaram</p><p>a linha do muro divisório e acabaram por passar por cima deste, fazendo sombra na piscina de</p><p>José. Apesar das reclamações de José, João não as aparava. Eventualmente, caíam até frutos na</p><p>casa de José.</p><p>Baseado no enunciado e na legislação civil, é correto afirmar que:</p><p>a) José pode cortar os galhos das árvores que ultrapassaram o muro e invadiram seu terreno até</p><p>o plano vertical divisório e os frutos que caírem em seu terreno são seus;</p><p>b) José pode cortar os galhos das árvores que ultrapassaram o muro e invadiram seu terreno até</p><p>o plano vertical divisório, mas deve devolver os frutos que caírem em seu terreno;</p><p>c) José não pode cortar os galhos das árvores que ultrapassaram o muro e invadiram seu</p><p>terreno até o plano vertical divisório, mas os frutos que caírem em seu terreno são seus;</p><p>d) José não pode cortar os galhos das árvores que</p><p>ultrapassaram o muro e invadiram seu</p><p>terreno até o plano vertical divisório, bem como deve devolver os frutos que caírem em seu</p><p>terreno;</p><p>e) a possibilidade ou não de José cortar os galhos das árvores que ultrapassaram o muro e</p><p>invadiram seu terreno até o plano vertical divisório e se apropriar dos frutos dependerá de Lei</p><p>Municipal específica.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra A.</p><p>A questão versa sobre o direito de vizinhança que consiste na limitação, imposta pela lei, ao direito</p><p>de propriedade que, portanto, não é absoluto para que se evite dano à propriedade vizinha.</p><p>Vejamos o disposto nos arts. 1.282 a 1.284 do Código Civil:</p><p>Art. 1.282: A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos</p><p>donos dos prédios confinantes.</p><p>Art. 1.283: As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser</p><p>cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.</p><p>Art. 1284: Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram,</p><p>se este for de propriedade particular.</p><p>Página 151 de 1520</p><p>Precedentes:</p><p>“O proprietário de imóvel tem direito de construir aqueduto no terreno do seu vizinho,</p><p>independentemente do consentimento deste, para receber águas provenientes de outro imóvel,</p><p>desde que não existam outros meios de passagem de águas para a sua propriedade e haja o</p><p>pagamento de prévia indenização ao vizinho prejudicado.” (STJ. 3ª Turma. REsp 1.616.038-RS,</p><p>Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/9/2016)</p><p>“A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil – de não construir janelas a menos de</p><p>1,5m do terreno vizinho – possui caráter objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento</p><p>("invasão"). Logo, esta vedação não tem por objetivo limitar apenas a visão do imóvel sobre seu</p><p>vizinho. Ela também protege o vizinho de outras espécies de invasão, como a auditiva, olfativa e,</p><p>principalmente, física (ex: busca impedir que objetos caiam ou sejam arremessados de uma</p><p>propriedade a outra).</p><p>Desse modo, a proibição é objetiva, bastando, para a sua configuração, a presença do elemento</p><p>objetivo estabelecido pela lei (construção da janela a menos de 1,5m do terreno vizinho), não</p><p>importando a aferição de aspectos subjetivos relativos à eventual atenuação do devassamento</p><p>visual. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.531.094-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em</p><p>18/10/2016)”</p><p>O direito de tapagem disposto do art. 1.297 do Código Civil prevê o direito ao compartilhamento</p><p>de gastos decorrentes da construção de muro comum aos proprietários lindeiros.</p><p>O acordo prévio de vontades não é requisito à meação das despesas de construção do muro</p><p>pretendidas. (STJ. 4ª Turma. REsp 2.035.008-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em</p><p>2/5/2023)</p><p>Dessa forma, as alternativas B, C, D, E estão incorretas.</p><p>Questão 8. Jussara atropelou, por acidente, Joelma. Ao verificar as consequências de sua</p><p>desatenção, prestou a assistência possível e, ao final, ainda pagou todas as despesas hospitalares</p><p>e as diárias da vítima pelo período em que ficou afastada de seu trabalho como diarista. Joelma,</p><p>então, assinou quitação com a seguinte redação:</p><p>“Considerando que Jussara pagou todas as despesas hospitalares e as diárias de meu</p><p>trabalho, outorgo-lhe, a esse título, a mais ampla e plena quitação, para mais nada reclamar, em</p><p>juízo ou fora dele”.</p><p>Página 152 de 1520</p><p>Um mês depois, eclodiram novas complicações médicas, decorrentes do acidente. Jussara, no</p><p>entanto, negou-se a tornar a apoiar Joelma, diante da quitação já outorgada. Joelma, em</p><p>consequência, ajuíza ação indenizatória por danos morais em face de Jussara.</p><p>Nesse caso, é correto afirmar que a quitação outorgada:</p><p>a) não foi válida, por ter se realizado em âmbito extrajudicial sem a assistência de advogados;</p><p>b) abrangia, também, eventuais danos morais, uma vez que era ampla e plena, para mais</p><p>nada reclamar, em juízo ou fora dele;</p><p>c) não contempla as complicações supervenientes, desconhecidas da vítima que acabara de sofrer</p><p>um grave acidente;</p><p>d) pode ser revogada, diante da conduta de má-fé por parte de Jussara que parou de prestar</p><p>qualquer apoio a Joelma posteriormente;</p><p>e) não contém os requisitos do Art. 320 do Código Civil (o valor e a espécie da dívida quitada, o</p><p>nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura</p><p>do credor, ou do seu representante), de modo que, mesmo sendo possível identificar que foi paga</p><p>a dívida, não valerá.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra C.</p><p>Dispõe o art. 186 do Código Civil que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou</p><p>imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato</p><p>ilícito. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição.</p><p>Destaca-se que o Código Civil estabelece que a indenização mede-se pela extensão do dano. Se</p><p>houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,</p><p>equitativamente, a indenização.</p><p>Dispõe o art. 950 do Código Civil que se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa</p><p>exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além</p><p>das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão</p><p>correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele</p><p>sofreu.</p><p>Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga</p><p>de uma só vez.</p><p>Página 153 de 1520</p><p>Pois bem.</p><p>A quitação plena e geral deve ser interpretada de forma restritiva de forma que não abrangerá os</p><p>fatos supervenientes desde que existam provas da eventual desvantagem excessiva.</p><p>RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. TRANSAÇÃO. ARTIGO 843 DO CÓDIGO</p><p>CIVIL DE 2002. INTERPRETAÇÃO. RESTRITIVA. DANOS SUPERVENIENTES. INSTRUÇÃO</p><p>PROBATÓRIA. NECESSIDADE. PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL. ARTS. 370 E 371 DO</p><p>CPC/2015. FATO SUPERVENIENTE. ART. 493 DO CPC/2015. DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO.</p><p>RETORNO DOS AUTOS. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do</p><p>Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a</p><p>controvérsia a definir se a composição extrajudicial firmada entre as partes obsta ou não a</p><p>pretensão de complementação da verba em juízo sob a alegação de dano superveniente não</p><p>previsto na transação. 3. A quitação plena e geral em relação à indenização relativa à acidente</p><p>automobilístico deve ser interpretada restritivamente, desautorizando investida judicial para</p><p>ampliar a verba indenizatória aceita e já percebida ao seu tempo, desde que não demonstrada</p><p>eventual desvantagem excessiva no negócio. 4. No caso, diferentemente do que atestado pelas</p><p>instâncias ordinárias, o recorrente comprovou seu interesse jurídico à suplementação da verba</p><p>indenizatória por alegar fatos supervenientes ao acordo, que desafiam análise judicial por meio da</p><p>regular instrução probatória. 5. A legislação processual civil vigente manteve o princípio da</p><p>persuasão racional do juiz, em seus artigos 370 e 371, o qual preceitua que cabe ao magistrado</p><p>dirigir a instrução probatória por meio da livre análise das provas e da rejeição da produção</p><p>daquelas que se mostrarem protelatórias. 6. Recurso Especial provido. (STJ. 3ª Turma. REsp</p><p>1.993.187/MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 06/09/2022).</p><p>Dessa forma, as alternativas A, B, D, E estão incorretas.</p><p>Questão 9. Jacqueline celebrou promessa de compra e venda de imóvel de sua propriedade em</p><p>2019. Logo foi diagnosticada com um câncer terminal, razão pela qual outorgou mandato a</p><p>Elisângela, sua melhor amiga, para todas as medidas tendentes à conclusão do negócio.</p><p>Em 03/04/2020, o adquirente integraliza o preço, depositando-o na conta de Jacqueline. Em</p><p>05/04/2020, Jacqueline falece, sem</p><p>que tenha sido possível lavrar a escritura definitiva e registrá-</p><p>la. Nesse caso, é correto afirmar que:</p><p>a) com a morte de Jacqueline, extinguiu-se automaticamente o mandato, razão pela qual</p><p>Elisângela não poderá ultimar o negócio;</p><p>b) o óbito do mandante não é causa de extinção do mandato com objeto definido, em</p><p>Página 154 de 1520</p><p>que apenas a consecução deste escopo faz cessar a representação;</p><p>c) com a morte de Jacqueline, extinguiu-se automática e inexoravelmente o mandato, razão pela</p><p>qual Elisângela só poderá ultimar o negócio na condição de gestora de negócios;</p><p>d) o óbito do mandante, via de regra, faz cessar o mandato, no entanto, é possível, à luz das</p><p>peculiaridades do caso concreto, que Elisângela assine a escritura e ultime a transferência;</p><p>e) a morte de Jacqueline fez cessar o mandato, no entanto, após integralizado o preço, o</p><p>negócio já estava aperfeiçoado, bastando que o adquirente levasse o contrato e a prova da</p><p>quitação ao Registro Geral de Imóveis para concluir a transferência.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra D.</p><p>Nos termos do art. 653 do Código Civil, opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem</p><p>poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. O mandato pode ser expresso</p><p>ou tácito, verbal ou escrito.</p><p>A procuração é o instrumento do mandato.</p><p>Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que</p><p>valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. O instrumento particular deve conter a</p><p>indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o</p><p>objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.</p><p>Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante</p><p>instrumento particular.</p><p>Conforme previsão no art. 682, II, do Código Civil, o mandato cessa pela morte de uma das partes.</p><p>No entanto, o STJ permite flexibilizar essa regra para que o mandatário conclua o negócio jurídico</p><p>ainda que tenha havido a morte do mandante desde que assim permita o caso concreto. (STJ -</p><p>REsp: 162721 SP 1998/0006336-6, Relator: Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, Data de</p><p>Julgamento: 19/05/1998, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 29/06/1998 p. 217)</p><p>Art. 682. Cessa o mandato:</p><p>I - pela revogação ou pela renúncia;</p><p>II - pela morte ou interdição de uma das partes;</p><p>Página 155 de 1520</p><p>III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para</p><p>os exercer;</p><p>IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.</p><p>(...)</p><p>Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência</p><p>do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem.</p><p>Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem limitar-se às medidas</p><p>conservatórias, ou continuar os negócios pendentes que se não possam demorar sem perigo,</p><p>regulando-se os seus serviços dentro desse limite, pelas mesmas normas a que os do mandatário</p><p>estão sujeitos.</p><p>Portanto, as alternativas A, B, C, E estão incorretas.</p><p>Questão 10. A Universidade Aprender e Evoluir lançou edital de seu vestibular, com vagas</p><p>reservadas a pessoas com deficiência. Está em conformidade com o Estatuto da Inclusão e com a</p><p>jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça a seguinte disposição:</p><p>a) o critério de avaliação da deficiência será biopsicológico;</p><p>b) os candidatos com cegueira unilateral não poderão concorrer às vagas reservadas;</p><p>c) os candidatos com surdez unilateral não poderão concorrer às vagas reservadas;</p><p>d) quem declarar deficiência mental deverá apresentar, no ato da inscrição e sob pena de</p><p>eliminação, termo de curatela;</p><p>e) os candidatos que requererem condições especiais de realização da prova, em razão de</p><p>comprovada deficiência, serão remanejados, com ou sem manifestação nesse sentido, às vagas</p><p>reservadas.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra C.</p><p>Página 156 de 1520</p><p>A alternativa traz o entendimento sumulado do STJ: Súmula 552: O portador de surdez unilateral</p><p>não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em</p><p>concursos públicos”.</p><p>Atenção para não confundir com a Súmula 377 do STJ: O portador de visão monocular tem direito</p><p>de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.”</p><p>O Estatuto da Pessoa com Deficiência visa assegurar e promover, em condições de igualdade, o</p><p>exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua</p><p>inclusão social e cidadania.</p><p>Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza</p><p>física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode</p><p>obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais</p><p>pessoas.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois de acordo com o art. 2o, § 1º do Estatuto, a avaliação da</p><p>deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e</p><p>interdisciplinar e considerará:</p><p>A alternativa B está incorreta, pois de acordo com a Súmula 377 do STJ: O portador de visão</p><p>monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois o art. 3o, IV, do Estatuto estabelece a exigência de</p><p>apresentação pelo candidato com deficiência, no ato da inscrição, de comprovação da condição</p><p>de deficiência nos termos do disposto no § 1º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015,</p><p>sem prejuízo da adoção de critérios adicionais previstos em edital;</p><p>A alternativa E está incorreta, pois não haverá remanejamento. De acordo com art. 4o, § 1º, o</p><p>candidato com deficiência que necessitar de tratamento diferenciado na realização das provas</p><p>deverá requerê-lo, no ato de inscrição no concurso público ou no processo seletivo de que trata</p><p>a Lei nº 8.745, de 1993 , em prazo determinado em edital, e indicará as tecnologias assistivas e as</p><p>condições específicas de que necessita para a realização das provas.</p><p>Precedentes:</p><p>É inconstitucional a interpretação que exclui o direito de candidatos com deficiência à adaptação</p><p>razoável em provas físicas de concursos públicos.</p><p>É inconstitucional a submissão genérica de candidatos com e sem deficiência aos mesmos critérios</p><p>em provas físicas, sem a demonstração da sua necessidade para o exercício da função pública.</p><p>(STF. Plenário. ADI 6476/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021)</p><p>Página 157 de 1520</p><p>Dessa maneira, as alternativas A, B, D, E estão incorretas.</p><p>Questão 11. Bianco era um artista urbano revolucionário que, para advertir quanto ao perigo</p><p>climático, furtava chapas metálicas de grandes indústrias e as transformava em valiosas esculturas.</p><p>Fez isso com a sociedade Y, que utilizava alumínio como matéria-prima. A partir de uma peça de</p><p>R$ 10.000,00, criou uma belíssima escultura que foi avaliada por especialistas em R$ 5.000.000,00.</p><p>Bianco, então, doou a obra de arte ao Projeto Meu Ambiente. Com a repercussão dessa doação,</p><p>a sociedade Y identificou suas chapas furtadas e ajuizou demanda judicial para reavê-las. Nesse</p><p>caso, é correto afirmar que a sociedade Y:</p><p>a) não poderá reaver a escultura, restando-lhe, apenas, os direitos indenizatórios em face de</p><p>Bianco;</p><p>b) poderá reaver a escultura, sem que assistam ao Projeto Meu Ambiente os direitos da evicção,</p><p>diante da natureza não onerosa da transferência;</p><p>c) poderá reaver a escultura, sendo certo que, ao Projeto Meu Ambiente, assistirão os direitos da</p><p>evicção, mas apenas com relação ao valor da escultura, diante da natureza não onerosa da</p><p>transferência;</p><p>d) poderá reaver a escultura, sendo certo que, ao Projeto Meu Ambiente, assistirão os direitos da</p><p>evicção, mas apenas com relação ao valor da escultura e aos frutos de boa-fé que deixar de</p><p>receber pela impossibilidade de exibi-la, diante</p><p>Página 11 de 1520</p><p>ACESSE AS QUESTÕES PELO SISTEMA DE QUESTÕES</p><p>COMENTÁRIO DAS QUESTÕES EM VÍDEO</p><p>Neste livro digital, você terá acesso às questões e aos comentários em texto.</p><p>Agora, em nossa plataforma, tais comentários serão ainda mais detalhados, e você contará com a</p><p>correção em vídeo para boa parte dessas questões.</p><p>Saiba que mesmo que você não seja assinante do nosso Sistema de Questões (SQ), você ainda</p><p>assim tem acesso à plataforma.</p><p>Basta apenas que você realize o cadastro em nossa plataforma.</p><p>Para realizar o cadastro, você clicará em “Faça o cadastro”, conforme vemos aqui:</p><p>Página 12 de 1520</p><p>Então, você preencherá os seus dados, clicará na caixa para concordar com a Política de</p><p>privacidade, e clicará em “Continuar”.</p><p>Assim, você terá acesso à nossa plataforma e poderá começar a desfrutar dos vídeos e demais</p><p>conteúdos que possuímos.</p><p>Vamos juntos?</p><p>Página 13 de 1520</p><p>LINKS PARA ACESSO NO SISTEMA DE QUESTÕES</p><p>Direito constitucional</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/42a8133b-3d1c-4ff2-821f-</p><p>af0ae05db459</p><p>Direito administrativo</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/2eac0fa2-da8c-4347-</p><p>9296-2e46cc27e6db/?per_page=1</p><p>Noções gerais de direito e de formação humanística</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/d99bf641-f87b-44a8-</p><p>8875-76cdfd523bf3/?per_page=1</p><p>Direitos humanos</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/4d6fbfad-f64b-454f-9bd6-</p><p>561a07ecb12b</p><p>Direito civil</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/eb860200-e8d6-428d-</p><p>9722-ba055aa7654e</p><p>Direito processual civil</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/64bf726e-b9a8-47be-</p><p>9bb3-035b47f0a23f</p><p>Direito empresarial</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9c502317-b53d-4ed2-</p><p>9187-08150e683f05</p><p>Direito penal</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/bebf9ec0-a0fc-406d-8ea8-</p><p>c7d5127cf680</p><p>Página 14 de 1520</p><p>Direito do trabalho</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/648cf8fd-49df-4db5-8f94-</p><p>5fc516576773</p><p>Direito processual penal</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/8c97a7c9-4186-461b-</p><p>9e62-ee46cd79d98a</p><p>Direito tributário</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/1df6dcec-94fb-4afe-9be8-</p><p>77420d0e5fa5</p><p>Direito do consumidor</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/88e5bd34-d735-4440-</p><p>9ab5-04fe2f5029f8</p><p>Direito da criança e do adolescente</p><p>Acesse aqui: https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/0b5c7d15-907c-47bc-</p><p>a6c2-bbd1e1aefc27</p><p>Página 15 de 1520</p><p>TJ-AP</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Questão 1. Mário é viúvo e, após sérias desavenças com sua única parente e irmã, Adalberta,</p><p>resolve deixar seus bens para o amigo de infância Roberto. Para tanto, elabora testamento</p><p>público.</p><p>Considerando a situação hipotética, é correto afirmar que:</p><p>a) Mário somente poderá revogar o testamento público por outro testamento público;</p><p>b) apesar de o testamento de Mário ser público, é sigiloso;</p><p>c) caso Mário tenha a sua incapacidade supervenientemente declarada, o testamento será inválido;</p><p>d) a disposição testamentária é válida, pois os colaterais são herdeiros facultativos;</p><p>e) o testamento de Mário poderá ser impugnado no prazo de dez anos contados da data do</p><p>registro.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Item A: Errada. É da essência do testamento a revogabilidade, o que pode ser feito por qualquer</p><p>forma testamentária.</p><p>Item B: Errada. O testamento público é documento dotado de publicidade, em especial depois</p><p>da morte.</p><p>Item C: Errada. “</p><p>Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o</p><p>testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.”</p><p>Item D: Correta. “</p><p>Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.”</p><p>Item E: Errada. “</p><p>Página 16 de 1520</p><p>Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o</p><p>prazo da data do seu registro.”</p><p>Questão 2. A Lig Suprimentos Ltda. firmou uma confissão de dívida perante a SMA Informática</p><p>S/A, tendo por objeto a quantia de R$ 150.000,00. Uma das cláusulas da confissão de dívida</p><p>estabelecia que o pagamento da dívida se daria em data a ser definida por credor e devedor. Com</p><p>o passar do tempo, a SMA Informática S/A tentou por diversas vezes fixar a data para pagamento,</p><p>mas a Lig Suprimentos Ltda. nunca concordava.</p><p>A mencionada cláusula contém uma condição:</p><p>a) suspensiva simplesmente potestativa;</p><p>b) resolutiva puramente potestativa;</p><p>c) suspensiva contraditória;</p><p>d) resolutiva simplesmente potestativa;</p><p>e) suspensiva puramente potestativa.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>As condições podem ser classificadas entre suspensivas e resolutivas. Condições suspensivas são</p><p>aquelas que subordinam ou impedem a própria aquisição do direito. Enquanto pendente a</p><p>condição, o titular tem mera expectativa de direito.</p><p>As condições podem ser, ainda, de 3 espécies: casuais, potestativas e mistas.</p><p>As condições potestativas dividem-se em: (a) puramente potestativas, que dependem</p><p>exclusivamente da vontade da parte e, portanto invalidam o negócio jurídico (Art. 122); e (b)</p><p>condições simplesmente potestativas, que conjugam o arbítrio de uma parte com um outro</p><p>elemento futuro e incerto, sendo, portanto, admitidas.</p><p>No caso do enunciado, a condição era suspensiva, puramente potestativa e, desta forma, inválida.</p><p>Página 17 de 1520</p><p>Questão 3. A empreiteira Cosme Ltda. contratou a Flet Ltda. para que ela lhe desse a perfuratriz</p><p>modelo SKS que tinha no seu galpão em Santana. Entretanto, outra cláusula do contrato previa a</p><p>possibilidade acessória de a Flet Ltda. se desincumbir de sua obrigação, se quisesse, entregando</p><p>à Cosme Ltda. a perfuratriz modelo 1190 que está em seu armazém nos arredores de Macapá.</p><p>Ocorre que, antes da data marcada para a entrega, uma tempestade atinge Santana e destrói o</p><p>galpão, inviabilizando a entrega da perfuratriz modelo SKS.</p><p>Diante disso, a Cosme Ltda. pode exigir:</p><p>a) somente a entrega da perfuratriz modelo 1190, sem direito a perdas e danos;</p><p>b) a entrega da perfuratriz modelo 1190, com direito a perdas e danos;</p><p>c) o equivalente pecuniário da perfuratriz modelo SKS ou a entrega da perfuratriz modelo 1190;</p><p>d) o equivalente pecuniário da perfuratriz modelo SKS ou a entrega da perfuratriz modelo 1190,</p><p>com direito a perdas e danos;</p><p>e) somente a resolução do contrato, com devolução de valores eventualmente pagos.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>As obrigações alternativas não se confundem com as obrigações facultativas. Na obrigação</p><p>facultativa existe uma obrigação principal e uma faculdade. A característica fundamental das</p><p>obrigações facultativas é a potestatividade do devedor; e a inexistência de concentração.</p><p>No caso do enunciado, a obrigação era facultativa, porque havia uma obrigação principal, que era</p><p>entregar a perfuratriz modelo SKS. Assim, o evento fortuito narrado, a tempestade que atinge o</p><p>galpão, não gera concentração.</p><p>Diante disso, Cosme Ltda. somente pode exigir a resolução do contrato, com a restituição das</p><p>partes ao status quo ante, jamais a prestação alternativa, que constituía potestatividade da</p><p>devedora Flet Ltda.</p><p>Os itens A, B, C e D estão errados, porque a obrigação pactuada não é alternativa, não sendo</p><p>aplicável ao caso o</p><p>Art. 253, CC. Não havendo concentração, não se pode exigir a perfuratriz modelo 1190.</p><p>Página 18 de 1520</p><p>O item E está correto, pois ao credor só resta a possibilidade de desfazimento do vínculo</p><p>contratual, sem indenização por perdas e danos. Apesar disso, subsiste o direito potestativo do</p><p>devedor, de se desincumbir da obrigação, cumprindo a obrigação facultativa.</p><p>Questão 4.</p><p>da natureza não onerosa da transferência;</p><p>e) poderá reaver a escultura, sendo certo que, ao Projeto Meu Ambiente, assistirão todos os</p><p>direitos da evicção, inclusive a indenização pelas despesas do contrato (frete e manutenção).</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra A.</p><p>A questão trata sobre aquisição da propriedade móvel. São modalidades de aquisição de</p><p>propriedade móvel: usucapião, ocupação, achado de tesouro, tradição, especificação, confusão,</p><p>comissão e adjudicação.</p><p>A questão trata do instituto da especificação. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte</p><p>alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.</p><p>No caso em questão, à sociedade Y resta perquirir seus direitos indenizatórios em face de Bianco,</p><p>já que é impossível reverter a especificação à origem anterior.</p><p>Página 158 de 1520</p><p>Art. 1.270 do Código Civil. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente,</p><p>será do especificador de boa-fé a espécie nova.</p><p>§ 1o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé,</p><p>pertencerá ao dono da matéria-prima.</p><p>§ 2o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro</p><p>qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o</p><p>seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima.</p><p>Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que</p><p>sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1 o do artigo antecedente, quando</p><p>irredutível a especificação.</p><p>Ressalta-se que a especificação não se confunde com a confusão, comissão e adjudicação.</p><p>Vejamos:</p><p>Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem</p><p>o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração.</p><p>§ 1 o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso</p><p>o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou</p><p>para a mistura ou agregado.</p><p>§ 2 o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os</p><p>outros.</p><p>Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher</p><p>entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe</p><p>for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado.</p><p>Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão,</p><p>comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273.</p><p>Portanto, as alternativas B, C, D, E estão incorretas.</p><p>Questão 12. Em relação ao contrato de seguro e à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de</p><p>Justiça, é correto afirmar que:</p><p>a) há sub-rogação da seguradora também no seguro de vida;</p><p>Página 159 de 1520</p><p>b) o contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula</p><p>expressa de exclusão;</p><p>c) o seguro de acidentes pessoais não dá cobertura aos microtraumas por esforço repetitivo que</p><p>levam à instalação de doença laboral como, por exemplo, a tendinite;</p><p>d) nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção monetária sobre a indenização</p><p>securitária incide a partir do sinistro até o efetivo pagamento;</p><p>e) a mera aposentadoria por invalidez pelo órgão previdenciário não garante, por si só, o</p><p>pagamento do capital no seguro por invalidez funcional permanente, de modo que o segurado</p><p>deverá comprovar, também à seguradora, sua invalidez permanente para o trabalho, fato gerador</p><p>da indenização.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra B e E.</p><p>De acordo com a Súmula 402 do STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende os</p><p>danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão. Portanto, a alternativa B está correta.</p><p>No entanto, a alternativa E também está correta. Vejamos o que entendeu o STJ:</p><p>RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. CIVIL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. ADICIONAL DE</p><p>COBERTURA POR INVALIDEZ FUNCIONAL PERMANENTE TOTAL POR DOENÇA - IFPD.</p><p>ENFERMIDADE ARTICULAR DO JOELHO DIREITO. INCAPACIDADE PARA A PROFISSÃO.</p><p>INVALIDEZ FUNCIONAL. DEFINIÇÃO PRÓPRIA. LEGALIDADE. ATIVIDADES AUTONÔMICAS DA</p><p>VIDA DIÁRIA. DECLARAÇÃO MÉDICA. NECESSIDADE. INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA INDEVIDA.</p><p>1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil</p><p>de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a controvérsia a verificar a</p><p>legalidade da cláusula que prevê a cobertura adicional de invalidez funcional permanente total por</p><p>doença (IFPD ou IPD-F) em contrato de seguro de vida em grupo, condicionando o pagamento</p><p>da indenização securitária à perda da existência independente do segurado. 3. Na Invalidez</p><p>Funcional Permanente Total por Doença (IFPD), a garantia do pagamento da indenização é no</p><p>caso de invalidez consequente de doença que cause a perda da existência independente do</p><p>segurado, ocorrida quando o quadro clínico incapacitante inviabilizar de forma irreversível o pleno</p><p>exercício das suas relações autonômicas (art. 17 da Circular SUSEP nº 302/2005). 4. Na cobertura</p><p>de Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD), há a garantia do pagamento de</p><p>indenização em caso de incapacidade profissional, permanente e total, consequente de doença</p><p>para a qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação com os recursos terapêuticos</p><p>disponíveis no momento de sua constatação, para a atividade laborativa principal do segurado</p><p>Página 160 de 1520</p><p>(art. 15 da Circular SUSEP nº 302/2005). 5. A garantia de invalidez funcional não tem nenhuma</p><p>vinculação com a incapacidade profissional, podendo inclusive ser contratada como uma</p><p>antecipação da cobertura básica de morte. 6. Embora a cobertura IFPD (invalidez funcional) seja</p><p>mais restritiva que a cobertura ILPD (invalidez profissional ou laboral), não há falar em sua</p><p>abusividade ou ilegalidade, tampouco em ofensa aos princípios da boa-fé objetiva e da equidade,</p><p>não se constatando também nenhuma vantagem exagerada da seguradora em detrimento do</p><p>consumidor. 7. Eventual aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não</p><p>confere ao segurado o direito automático de receber indenização de seguro contratado com</p><p>empresa privada, sendo imprescindível a realização de perícia médica para atestar tanto a natureza</p><p>e o grau da incapacidade quanto o correto enquadramento na cobertura contratada (art. 5º,</p><p>parágrafo único, da Circular nº 302/2005). O órgão previdenciário oficial afere apenas a</p><p>incapacidade profissional ou laborativa, que não se confunde com as incapacidades parcial, total,</p><p>temporária ou funcional. 8. Tese para os fins do art. 1.040 do CPC/2015: Não é ilegal ou abusiva</p><p>a cláusula que prevê a cobertura adicional de invalidez funcional permanente total por doença</p><p>(IFPD) em contrato de seguro de vida em grupo, condicionando o pagamento da indenização</p><p>securitária à perda da existência independente do segurado, comprovada por declaração médica.</p><p>9. No caso concreto, recurso especial provido. (STJ - REsp: 1845943 SP 2019/0324319-8, Relator:</p><p>Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 13/10/2021, S2 - SEGUNDA</p><p>SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 18/10/2021)</p><p>Precedentes relacionados:</p><p>Nos contratos de seguro, o valor de indenização a ser recebido na hipótese de ocorrência do</p><p>evento segurado é estabelecido previamente no contrato e, por isso, não há a “guarda” dos</p><p>prêmios. (STJ. 3ª Turma.REsp 1.738.657-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 14/06/2022)</p><p>Em caso de perda total do bem segurado, a indenização securitária deve corresponder ao valor</p><p>do efetivo prejuízo experimentado no momento do sinistro, observado, contudo, o valor máximo</p><p>previsto na apólice do seguro de dano, nos termos dos arts. 778 e 781 do CC/2002. (STJ. 4ª</p><p>Turma.REsp 1.955.422-PR, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado</p><p>em 14/06/2022)</p><p>Nos contratos de seguro, o valor de indenização a ser recebido na hipótese de ocorrência do</p><p>evento segurado é estabelecido previamente no contrato e, por isso, não há a “guarda” dos</p><p>prêmios. (STJ. 3ª Turma.REsp 1.738.657-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 14/06/2022)</p><p>O segurado que agir de má-fé ao fazer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam</p><p>influir na aceitação da proposta pela seguradora ou na taxa do prêmio está sujeito à perda da</p><p>garantia securitária. (STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1.504.344-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado</p><p>em 16/8/2022)</p><p>As alternativas A, C, D estão incorretas.</p><p>Página 161 de 1520</p><p>Questão 13. No dia 16/02/2023, José, porteiro do Condomínio Paz e Harmonia, deixa seu turno</p><p>às 14h. Aproveita, então, para se embriagar no bar do condomínio. Depois de oito doses de</p><p>destilado, encoraja-se a pegar, na garagem, o carro de Mauro, morador do edifício. O vigia,</p><p>mesmo desconfiando da embriaguez de José, permite sua saída. Ao virar a esquina, José colide</p><p>com uma árvore e avaria o veículo. Nesse caso, consideradas as teorias sobre o nexo causal no</p><p>âmbito da responsabilidade civil, o condomínio:</p><p>a) não poderá ser responsabilizado;</p><p>b) só poderá ser responsabilizado se adotada a teoria da causalidade direta e imediata;</p><p>c) só poderá ser responsabilizado se adotada a teoria da causalidade adequada;</p><p>d) só poderá ser responsabilizado se adotada a teoria da equivalência dos antecedentes;</p><p>e) poderá ser responsabilizado independentemente da teoria que se adote.</p><p>Comentário</p><p>A banca considerou como correta a alternativa E, contudo, conforme entendimento do STJ, a</p><p>responsabilidade ocorre se adotada a teoria da causalidade adequada. E, dessa forma a alternativa</p><p>correta é a alternativa C.</p><p>De acordo com o art. 932, inciso III, do Código Civil: o empregador ou o comitente, ainda que não</p><p>haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. é</p><p>responsável pela reparação civil dos atos ilícitos cometidos por seus empregados, serviçais e</p><p>prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. Portanto, há uma</p><p>responsabilidade objetiva.</p><p>De acordo com a Teoria da Causalidade Adequada, só haverá responsabilidade se determinada</p><p>causa foi suficientemente adequada para a ocorrência do dano. E foi com esse fundamento que o</p><p>STJ decidiu que, no caso em questão, condomínio pode ser responsabilizado, caso adote essa</p><p>teoria.</p><p>RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIIVL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE DE</p><p>CONDOMÍNIO EDILÍCIO. DANO CAUSADO EM AUTOMÓVEL DE CONDÔMINO POR</p><p>EMPREGADO DO CONDOMÍNIO FORA DO HORÁRIO DE TRABALHO. 1. Demanda indenizatória</p><p>movida por um condômino contra o condomínio edilício para a reparação dos danos causados em</p><p>seu veículo indevidamente conduzido por funcionário incumbido da faxina do prédio, que estava</p><p>fora do seu horário normal de trabalho. 2. Controvérsia em torno da responsabilidade do</p><p>Página 162 de 1520</p><p>condomínio edilício pelos danos causados por um de seus empregados fora do horário de</p><p>trabalho.3. A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso especial, conforme</p><p>o Enunciado n.º 13, da Súmula de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 4. A doutrina e</p><p>a jurisprudência oscilam entre as teorias da causalidade adequada e do dano direto e imediato</p><p>(interrupção do nexo causal) para explicar a relação de causalidade na responsabilidade civil no</p><p>Direito brasileiro. 5. O importante é que somente se estabelece o nexo causal entre o evento</p><p>danoso e o fato imputado ao agente demandado, quando este surgir como causa adequada ou</p><p>determinante para a ocorrência dos prejuízos sofridos pela vítima demandante. 6. A conduta do</p><p>empregado do condomínio demandado que, mesmo fora do seu horário de expediente, mas em</p><p>razão do seu trabalho, resolve dirigir o veículo de um dos condôminos, causando o evento danoso,</p><p>constitui causa adequada ou determinante para a ocorrência dos prejuízos sofridos pela vítima</p><p>demandante. 7. O empregador é responsável pelos atos ilícitos praticados por seus empregados</p><p>ou prepostos no exercício do trabalho ou em razão dele, conforme o disposto no art. 932, inciso</p><p>III, do Código Civil. 8. No Código Civil de 2002, em face do disposto no art. 933 do Código, não</p><p>se cogita mais das figuras da culpa "in vigilando" ou da culpa "in eligendo", na responsabilidade</p><p>do empregador, por ser esta objetiva (independente de culpa) pelos atos ilícitos praticados por</p><p>seus empregados ou prepostos no exercício do trabalho ou em razão dele, 9. Procedência da</p><p>demanda indenizatória, restabelecendo-se os comandos da sentença de primeiro grau. 10.</p><p>RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E, NESTA EXTENSÃO, PROVIDO. (RECURSO</p><p>ESPECIAL Nº 1787026 - RJ (2017/0153836-9).</p><p>Questão 14. Dr. Abreu, preocupado com seu futuro profissional após a aposentadoria, começa a</p><p>aportar contribuições a plano de previdência privada na modalidade VGBL. Ele, no entanto, por</p><p>força de sua indisciplina financeira, acaba fazendo retiradas eventuais do capital investido e dos</p><p>próprios rendimentos, repondo-os quando em situação mais confortável. À luz da jurisprudência</p><p>do Superior Tribunal de Justiça no tema de direito das sucessões, é correto afirmar que, se dr.</p><p>Abreu falecer, o saldo apurado a título de VGBL:</p><p>a) deverá ser trazido à colação e partilhado como herança, independentemente do momento em</p><p>que ocorreu o óbito, isto é, se anteriormente do momento em que ocorreu o óbito, isto é, se</p><p>anteriormente ou posteriormente ao período de percepção dos valores;</p><p>b) não é considerado herança para qualquer fim, diante de sua natureza previdenciária,</p><p>independentemente do momento em que ocorreu o óbito, isto é, se anteriormente ou</p><p>posteriormente ao período de percepção dos valores;</p><p>c) poderá ser considerado investimento e partilhado como herança, caso o óbito ocorra já no</p><p>período de percepção dos benefícios, diante das peculiaridades do caso concreto;</p><p>Página 163 de 1520</p><p>d) poderá ser considerado investimento e partilhado como herança, caso o óbito ocorra antes do</p><p>período de percepção dos benefícios, diante das peculiaridades do caso concreto;</p><p>e) contrato exclusivamente com entidade de previdência privada fechada não é considerado</p><p>herança para qualquer fim, diante de sua natureza previdenciária, independentemente do</p><p>momento em que ocorreu o óbito, isto é, se anteriormente ou posteriormente ao período de</p><p>percepção dos valores.</p><p>Comentário</p><p>A alternativa correta é a letra D.</p><p>Antes de adentrar no julgado tratado na questão, interessante fazer uma pequena revisão.</p><p>A colação tem por objetivo igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente,</p><p>obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os</p><p>bens doados. Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de legítima, não</p><p>houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge, os</p><p>bens assim doados serão conferidos em espécie, ou, quando deles já não disponha o donatário,</p><p>pelo seu valor ao tempo da liberalidade.</p><p>São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível,</p><p>contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação.</p><p>O plano de previdência complementar privada aberta pode ser considerado investimento, quando</p><p>considerado como tal, os valores devem ser trazidos à colação no inventário, como herança,</p><p>devendo ainda ser objeto da partilha, desde que antes da conversão em renda e pensionamento</p><p>do titular.</p><p>RECURSOS ESPECIAIS. PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR. VGBL. ENTIDADE ABERTA.</p><p>NATUREZA JURÍDICA MULTIFACETADA. SEGURO PREVIDENCIÁRIO. REGRA. INVESTIMENTO</p><p>OU APLICAÇÃO FINANCEIRA. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL. COLAÇÃO DE VALOR AO</p><p>INVENTÁRIO. HERANÇA.</p><p>1. Os planos de previdência privada complementar aberta, operados por seguradoras autorizadas</p><p>pela Susep, dos quais o VGBL é um exemplo, têm natureza</p><p>jurídica multifacetada porque,</p><p>tratando-se de regime de capitalização no qual cabe ao investidor, com ampla liberdade e</p><p>flexibilidade, deliberar sobre os valores de contribuição, depósitos adicionais, resgates</p><p>antecipados ou parceladamente até o fim da vida, ora se assemelham a seguro previdenciário</p><p>adicional, ora se assemelham a investimento ou aplicação financeira (Terceira Turma, REsp n.</p><p>1.726.577/SP).</p><p>Página 164 de 1520</p><p>2. A natureza securitária e previdenciária complementar desses contratos é a regra e se evidencia</p><p>no momento em que o investidor passa a receber, a partir de determinada data futura e em</p><p>prestações periódicas, os valores que acumulou ao longo da vida, como forma de</p><p>complementação do valor recebido da previdência pública e com o propósito de manter</p><p>determinado padrão de vida (Terceira Turma, REsp n. 1.726.577/SP).</p><p>3. No período que antecede a percepção dos valores, ou seja, durante as contribuições e formação</p><p>do patrimônio, com múltiplas possibilidades de depósitos, de aportes diferenciados e de retiradas,</p><p>inclusive antecipadas, em casos excepcionais, pode ficar caracterizada situação de investimento,</p><p>equiparando-se o VGBL a aplicações financeiras (Terceira Turma, REsp n. 1.726.577/SP).</p><p>4. Na hipótese excepcional em que ficar evidenciada a condição de investimento, os bens integram</p><p>o patrimônio do de cujus e devem ser trazidos à colação no inventário, como herança, devendo</p><p>ainda ser objeto da partilha, desde que antes da conversão em renda e pensionamento do titular.</p><p>5. Circunstâncias como idade e condição de saúde do titular de VGBL e uso de valores decorrentes</p><p>de venda do único imóvel do casal evidenciam a excepcionalidade da situação e indicam a</p><p>condição de investimento.</p><p>6. Recursos especiais conhecidos e desprovidos.</p><p>(REsp n. 2.004.210/SP, relator Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, julgado em</p><p>7/3/2023, DJe de 2/5/2023.)</p><p>O art. 1.659 do Código Civil elenca hipóteses em que determinados bens não são objeto de</p><p>partilha por ocasião da dissolução do vínculo conjugal ou da sucessão, dentre eles, estão as</p><p>pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. No entanto, para o STJ, o valor</p><p>existente em plano de previdência complementar privada aberta na modalidade PGBL, antes de</p><p>sua conversão em renda e pensionamento ao titular, possui natureza de aplicação e investimento,</p><p>devendo ser objeto de partilha por ocasião da dissolução do vínculo conjugal ou da sucessão por</p><p>não estar abrangido pela regra do art. 1.659, VII, do CC/2002. (STJ. 3ª Turma. REsp 1726577-SP,</p><p>Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/09/2021)</p><p>Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:</p><p>I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do</p><p>casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;</p><p>II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-</p><p>rogação dos bens particulares;</p><p>III - as obrigações anteriores ao casamento;</p><p>Página 165 de 1520</p><p>IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;</p><p>V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;</p><p>VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;</p><p>VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.</p><p>Portanto, as alternativas A, B, C, E estão incorretas.</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>Questão 15. João ajuizou ação buscando a revisão do contrato de financiamento firmado com o</p><p>banco ABC. Na petição inicial, João não especificou as obrigações contratuais controvertidas,</p><p>tampouco indicou o valor incontroverso do débito. Ao receber a petição inicial, o juiz determinou</p><p>a intimação de João para indicar/especificar as questões acima, o que não foi cumprido no prazo</p><p>legal, ensejando o indeferimento da petição inicial por inépcia.</p><p>Diante dessa situação hipotética, é correto afirmar que:</p><p>a) interposta apelação cível, é facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se;</p><p>b) a petição inicial não poderia ser indeferida por inépcia, pois o caso concreto não se encaixa nas</p><p>hipóteses legais de inépcia;</p><p>c) interposta apelação cível, não havendo retratação, o juiz determinará a intimação do banco ABC</p><p>para responder ao recurso;</p><p>d) interposta apelação cível, se o recurso for provido pelo tribunal, o prazo para contestação será</p><p>de quinze dias a partir da publicação do acórdão de julgamento;</p><p>e) o juiz não poderia indeferir a petição inicial sem citar o banco ABC para apresentar sua</p><p>contestação, cabendo a ele arguir a inépcia em preliminar de contestação.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre o procedimento comum ordinário no processo civil e a hipótese de</p><p>indeferimento da petição inicial.</p><p>Quando a ação é proposta através do protocolo e distribuição da petição inicial, abrem-se 4</p><p>(quatro) possibilidades ao juiz:</p><p>Página 166 de 1520</p><p>1ª possibilidade: determinar a emenda da petição inicial (art. 321 do CPC);</p><p>2ª possibilidade: indeferir a petição inicial (art. 330 c/c art. 485, I, do CPC);</p><p>3ª possibilidade: julgar liminarmente improcedente o pedido (art. 332 do CPC);</p><p>4ª possibilidade: determinar a citação do demandado (art. 240 do CPC), designando, de pronto,</p><p>uma audiência de conciliação e mediação (art. 334 do CPC e art. 27 da Lei n.º 13.140/2015).</p><p>Na hipótese narrada no enunciado, o juiz agiu conforme a 1ª possibilidade assinalada, isto é,</p><p>determinou ao autor a emenda à petição inicial, com fundamento no art. 321 do CPC:</p><p>“Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320</p><p>ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,</p><p>determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com</p><p>precisão o que deve ser corrigido ou completado”.</p><p>O parágrafo único do mesmo artigo dispõe que: “Se o autor não cumprir a diligência, o juiz</p><p>indeferirá a petição inicial”, ou seja, extinguirá o processo sem resolução do mérito com</p><p>fundamento no art. 330, IV, do CPC:</p><p>“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: [...] IV - não atendidas as prescrições dos arts.</p><p>106 e 321”.</p><p>No entanto, é possível que o autor recorra da sentença e que o juiz se retrate no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, é o chamado efeito regressivo, previsto no art. 331 do CPC:</p><p>“Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, retratar-se. § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao</p><p>recurso”.</p><p>A alternativa correta é a letra A, conforme dispõem os artigos 330, § 2º e 331 do CPC:</p><p>“Art. 330 [...] § 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de</p><p>empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia,</p><p>discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter,</p><p>além de quantificar o valor incontroverso do débito. [...] Art. 331. Indeferida a petição inicial, o</p><p>autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois conforme o já transcrito art. 330, § 2º, do CPC, se está diante</p><p>de hipótese de inépcia da petição inicial.</p><p>Página 167 de 1520</p><p>A alternativa C está incorreta, pois o réu será citado (integrado à relação jurídica processual) e não</p><p>intimado, conforme art. 331, § 1º, do CPC:</p><p>“Art. 331 [...] § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso”.</p><p>A alternativa D está incorreta, conforme art. 331, § 2, do CPC:</p><p>“Art. 331 [...] § 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará</p><p>a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois o réu será citado (integrado à relação jurídica processual) para</p><p>responder ao recurso e não intimado, conforme art. 330, I c/c art. 331, § 1º, do CPC:</p><p>“Art. 330.</p><p>A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; [...] Art. 331 [...] § 1º Se não houver</p><p>retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso”.</p><p>Questão 16. Sobre a força probante dos documentos e correto afirmar que:</p><p>a) o telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de transmissão têm a mesma força</p><p>probatória do documento particular, ainda que o original constante da estação expedidora não</p><p>tenha sido assinado pelo remetente;</p><p>b) a nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, se</p><p>não estiver assinada, não faz prova em benefício do devedor;</p><p>c) os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar,</p><p>por todos os meios permitidos em direto, que os lançamentos não correspondem à verdade dos</p><p>fatos;</p><p>d) quando o documento contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento em ponto</p><p>substancial e sem ressalva, não poderá ser valorado pelo juiz;</p><p>e) o juiz não pode determinar, de ofício, à parte a exibição parcial dos livros e dos documentos,</p><p>para extrair deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre a prova documental.</p><p>Segundo Francesco Carnelutti (A prova civil, 4ª ed. Campinas: Bookseller, 2005, p. 190) documento</p><p>é toda coisa que, por força de uma atividade humana, seja capaz de representar um fato.</p><p>Página 168 de 1520</p><p>A doutrina brasileira costuma conceituar o documento em duas vertentes:</p><p>1ª vertente: documento em sentido amplo, isto é, qualquer coisa capaz e representar um fato, não</p><p>necessitando de ser materializado em papel ou conter informações escritas. Pode ser papel,</p><p>plástico, metal, madeira etc. Ainda, uma fotografia, tabela, gráfico, gravação sonora ou filme será</p><p>considerado documento. É o conceito utilizado por nosso ordenamento.</p><p>2ª vertente: documento em sentido estrito: papel escrito. De acordo com o professor Didier,</p><p>documento é toda coisa na qual estejam inseridos símbolos que tenham aptidão para transmitir</p><p>ideias ou demonstrar a ocorrência de fatos, de modo que o conceito de documento é composto</p><p>pelos seguintes elementos: (a) Documento é coisa: trata-se de um meio de representação real e</p><p>objetiva, que se distingue da representação pessoal ou subjetiva; Coisa e pessoa são fontes de</p><p>prova distintas. (b) Documento é coisa representativa de um fato: declaração de vontade,</p><p>anuência, transcrição de um fala; gravação etc.; (c) Documento é coisa representativa de um fato</p><p>por obra da atividade humana.</p><p>Sobre a eficácia probante dos documentos, o CPC regula de forma extensa o tema dos artigos</p><p>405 a 429, cuja leitura é recomendável, mas que podem ser sintetizados da seguinte forma:</p><p>Documentos Públicos: faz prova da formação, mas também dos fatos que o agente público</p><p>declarar que ocorreram em sua presença (art. 405 do CPC). Há uma presunção relativa de</p><p>veracidade e autenticidade do documento público, podendo este ser firmado por qualquer agente</p><p>público em suas funções, não precisando ter função específica de certificar/documentar fatos.</p><p>Documentos Particulares: As declarações constantes em documento particular presumem-se</p><p>verdadeiras em relação ao signatário (art. 408 do CPC c/c 219 do CC), se não houver dúvida de</p><p>sua autenticidade.</p><p>Eficácia Probatória dos Meios de Transmissão de Dados: Vejamos o art. 413 e 414 do CPC:</p><p>“Art. 413. O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de transmissão tem a mesma força</p><p>probatória do documento particular se o original constante da estação expedidora tiver sido</p><p>assinado pelo remetente.</p><p>Parágrafo único. A firma do remetente poderá ser reconhecida pelo tabelião, declarando-se essa</p><p>circunstância no original depositado na estação expedidora.</p><p>Art. 414. O telegrama ou o radiograma presume-se conforme com o original, provando as datas</p><p>de sua expedição e de seu recebimento pelo destinatário”.</p><p>Se houver impugnação, deverá ser comparado com o original, conforme art. 222 do CC e art. 411,</p><p>II, do CPC:</p><p>Página 169 de 1520</p><p>“Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante</p><p>conferência com o original assinado”.</p><p>“Art. 411. Considera-se autêntico o documento quando: [...] II - a autoria estiver identificada por</p><p>qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei”.</p><p>Eficácia Probatória das Cartas: vejamos ao art. 415 do CPC:</p><p>“Art. 415. As cartas e os registros domésticos provam contra quem os escreveu quando: I -</p><p>enunciam o recebimento de um crédito; II - contêm anotação que visa a suprir a falta de título em</p><p>favor de quem é apontado como credor; III - expressam conhecimento de fatos para os quais não</p><p>se exija determinada prova”.</p><p>Esse art. 415 vai ao encontro do art. 408 do CPC, quando afirma que os documentos particulares</p><p>fazem prova contra o seu signatário.</p><p>Eficácia Probatória dos Livros Empresariais e da Escrituração Contábil: Como o empresário tem o</p><p>interesse em manter a escrituração contábil e financeira de sua empresa em dia, surge a ideia de</p><p>que as declarações ali constantes podem fazer prova contra e a favor do empresário.</p><p>Eficácia Probatória dos Documentos Eletrônicos: Conforme Augusto Tavares, o documento</p><p>eletrônico é uma sequência de bits que, traduzida por meio de programa de computador, é</p><p>representativo de um fato. Pode ser documento escrito, fotografia, vídeo etc. É imprescindível,</p><p>também, verificar sua autenticidade (constatando sua autoria) e a integridade (garantindo a</p><p>inalterabilidade do seu conteúdo). No futuro, uma das grandes dificuldades do Judiciário será ter</p><p>certeza de que os documentos eletrônicos são, de fato, autênticos e íntegros, não foram</p><p>adulterados, modificados etc.</p><p>A alternativa correta é a letra C, conforme a literalidade da redação do art. 417 do CPC: “Art. 417.</p><p>Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar,</p><p>por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos</p><p>fatos”.</p><p>A alternativa A está incorreta, conforme se verifica do art. 413 do CPC:</p><p>“Art. 413. O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de transmissão tem a mesma força</p><p>probatória do documento particular se o original constante da estação expedidora tiver sido</p><p>assinado pelo remetente”.</p><p>A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 416 do CPC:</p><p>Página 170 de 1520</p><p>“Art. 416. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de</p><p>obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor”.</p><p>A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 426 do CPC:</p><p>“Art. 426. O juiz apreciará fundamentadamente a fé que deva merecer o documento, quando em</p><p>ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento”.</p><p>A alternativa E está incorreta, de acordo com o art. 421 do CPC:</p><p>“Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos documentos,</p><p>extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas”.</p><p>Questão 17. Sobre o incidente de assunção de competência, é correto afirmar que:</p><p>a) é admissível sua instauração perante o juízo de primeiro grau;</p><p>b) o acórdão proferido em assunção de competência não vincula todos os juízes e órgãos</p><p>fracionários dentro do tribunal;</p><p>c) não é admissível quando se tratar de processo de competência originária dos tribunais;</p><p>d) é cabível para prevenir a divergência entre câmaras do tribunal sobre relevante questão de</p><p>direito;</p><p>e) para sua admissão, além da relevante questão de direito, deve haver repetição em múltiplos</p><p>processos.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre o instituto do incidente de assunção de competência (IAC).</p><p>O art. 947 do CPC prevê o incidente de assunção de competência, que substitui, com muita</p><p>vantagem, o incidente de uniformização de jurisprudência do revogado CPC/1973(art. 476), o</p><p>qual, por sua vez, já havia substituído</p><p>os prejulgados do Código de Processo Civil de 1939.</p><p>A crítica feita à terminologia do instituto é que o termo “assunção de competência” dá a ideia de</p><p>que algum órgão hierarquicamente superior avoca esta competência, contudo, na verdade, a</p><p>formação do incidente é suscitada dentro do próprio órgão em que o processo será julgado</p><p>originalmente.</p><p>Página 171 de 1520</p><p>São duas as possibilidades de instauração do IAC:</p><p>1ª possibilidade (art. 947, “caput”, do CPC):</p><p>“Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa</p><p>necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com</p><p>grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos”.</p><p>“Enunciado n.º 600 do FPPC: (art. 947). O incidente de assunção de competência pode ter por</p><p>objeto a solução de relevante questão de direito material ou processual”.</p><p>“Enunciado n.º 469 do FPPC: (Art. 947). A “grande repercussão social”, pressuposto para a</p><p>instauração do incidente de assunção de competência, abrange, dentre outras, repercussão</p><p>jurídica, econômica ou política.</p><p>“Enunciado n.º 334 do FPPC: (art. 947). Por força da expressão “sem repetição em múltiplos</p><p>processos”, não cabe o incidente de assunção de competência quando couber julgamento de</p><p>casos repetitivos”.</p><p>Se houver repetição em múltiplos processos, é possível até a conversão do IAC em IRDR.</p><p>“Enunciado n.º 141, II JDPC do CJF: É possível a conversão de Incidente de Assunção de</p><p>Competência em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, se demonstrada a efetiva</p><p>repetição de processos em que se discute a mesma questão de direito”.</p><p>É necessário que haja julgamento de recurso, remessa necessária ou processo de competência</p><p>originária, de modo que é inadmissível incidente de assunção de competência fora das situações</p><p>previstas no art. 947 do CPC.</p><p>O incidente cabe em caso de: a) recurso; b) remessa necessária; c) julgamento de processo de</p><p>competência originária do Tribunal.</p><p>Caso concreto: a parte ajuizou ação rescisória na Turma Recursal do Juizado Especial cível</p><p>estadual, tendo a ação sido indeferida liminarmente. Contra essa decisão, a parte ingressou com</p><p>incidente de assunção de competência no STJ; no caso concreto, não se está diante de recurso,</p><p>remessa necessária ou processo de competência originária do STJ, sendo, portanto,</p><p>manifestamente descabido o pedido. Vale ressaltar que, contra a decisão da Turma Recursal, nem</p><p>cabe recurso para o STJ. STJ. 1ª Seção. AgInt na Pet 12642-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado</p><p>em 14/08/2019 (Info 659).</p><p>Página 172 de 1520</p><p>2ª possibilidade (art. 947, §4º) Nesse caso, deve-se comprovar um 4º requisito, além dos requisitos</p><p>do caput, qual seja: “conveniência da prevenção/composição de divergência jurisprudencial entre</p><p>Câmaras ou Turmas do Tribunal”:</p><p>“Art. 947 [...] §4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a</p><p>respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou</p><p>turmas do tribunal”.</p><p>São legitimados, o relator de ofício, as partes, o Ministério Público e a Defensoria Pública.</p><p>A alternativa correta é a letra D, conforme art. 947, § 4º, do CPC: “Art. 947 [...] § 4º Aplica-se o</p><p>disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja</p><p>conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal”.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois a sua instauração pressupõe a existência de recurso, remessa</p><p>necessária ou processo de competência originária (de Tribunal), conforme art. 947 do CPC:</p><p>“Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa</p><p>necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com</p><p>grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois o acórdão que decidir o IAC vincula todos os juízes e órgãos</p><p>fracionários do Tribunal, conforme art. 947, § 3º, do CPC:</p><p>“Art. 947 [...] § 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e</p><p>órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese”.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois o IAC é cabível também em processos de competência</p><p>originaria de Tribunal, conforme dispõe o art. 947 do CPC:</p><p>“Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa</p><p>necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com</p><p>grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o art. 947 do CPC não é necessária repetição</p><p>em múltiplos processos:</p><p>“Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa</p><p>necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com</p><p>grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos”.</p><p>Página 173 de 1520</p><p>Questão 18. No julgamento de apelação cível, após o relator proferir seu voto, tendo sido</p><p>acompanhado pelo primeiro vogal, o segundo vogal pediu vista dos autos, pois considerou que</p><p>não estava habilitado a proferir seu voto imediatamente, demandando uma análise mais detalhada</p><p>do caso concreto.</p><p>Diante dessa situação, é correto afirmar que:</p><p>a) o prazo máximo e improrrogável para vista dos autos será de quinze dias;</p><p>b) a vista dos autos pressupõe a inclusão do processo na sessão subsequente para que o voto seja</p><p>proferido, sem a possibilidade de prorrogação;</p><p>c) ao requerer vista dos autos, o vogal fica vinculado ao julgamento do recurso até que esteja</p><p>pronto para votar, independentemente de prazo;</p><p>d) se o vogal que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente poderá</p><p>retomar o julgamento e proclamar o resultado, computando-se, apenas, os votos proferidos;</p><p>e) se o vogal não devolver os autos tempestivamente ou se não requerer prorrogação do prazo</p><p>de vista, o presidente requisitará os autos para julgamento do recurso, convocando substituto para</p><p>proferir voto, se aquele que fez o pedido de vista não se sentir habilitado a votar.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre a ordem de processos no Tribunal.</p><p>O CPC trata desde o registro e protocolo dos autos no Tribunal (art. 929) até a publicação da</p><p>decisão (art. 944).</p><p>A questão em especial abordou a situação específica do julgador do colegiado que pede vista dos</p><p>autos, pois se sente ainda habilitado a proferir seu voto.</p><p>Neste ponto o art. 940 do CPC, o relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir</p><p>imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o</p><p>recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.</p><p>O art. 940, § 1º, do CPC, se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for</p><p>solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão</p><p>fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com</p><p>publicação da pauta em que for incluído.</p><p>Página 174 de 1520</p><p>O art. 940, § 2º, do CPC, quando requisitar os autos na forma do § 1º do art. 940 do CPC, se</p><p>aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará</p><p>substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.</p><p>Basicamente a compreensão da sistemática prevista no art. 940 do CPC é suficiente para a</p><p>resolução da questão.</p><p>A alternativa correta é a letra E, pois é a única que está de acordo com o art. 940, § 2º, do CPC:</p><p>“Art. 940 [...] § 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o pedido de</p><p>vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto,</p><p>na forma estabelecida no regimento interno do tribunal”.</p><p>A alternativa A está incorreta,</p><p>pois o prazo é de 10 (dez) e não 15 (quinze) dias, conforme art. 940</p><p>do CPC:</p><p>“Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu</p><p>voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será</p><p>reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois é possível a prorrogação do prazo, conforme art. 940, § 1º, do</p><p>CPC:</p><p>“Art. 940 [...] § 1º Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo</p><p>juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os</p><p>requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta</p><p>em que for incluído”.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois o vogal possui prazo, que é de 10 (dez) dias, prorrogáveis por</p><p>mais 10 (dez) dias, de acordo com o art. 940 e seu § 1º do CPC:</p><p>“Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu</p><p>voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será</p><p>reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução. § 1º Se os autos não</p><p>forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no</p><p>máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do</p><p>recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois o presidente convoca o substituto para votar, conforme art.</p><p>940, § 2º, do CPC:</p><p>Página 175 de 1520</p><p>“Art. 940 [...] § 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o pedido de</p><p>vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto,</p><p>na forma estabelecida no regimento interno do tribunal”.</p><p>Questão 19. Uma ação popular foi proposta por proprietários de empreendimentos vizinhos para</p><p>cessar danos ambientais supostamente causados pela construção de empreendimento em local</p><p>vizinho à área de preservação ambiental, apesar das licenças pertinentes concedidas pelo ente</p><p>público responsável. Em sede de tutela provisória, buscam a paralisação das obras e, no mérito, a</p><p>confirmação da obrigação de fazer, bem como a reparação dos danos ambientais causados. A</p><p>ação foi ajuizada em face da construtora responsável pelo empreendimento.</p><p>Diante dessa situação hipotética, é correto afirmar que:</p><p>a) os autores são ilegítimos para o ajuizamento da ação popular, pois não têm relação com o</p><p>empreendimento;</p><p>b) a construtora não tem legitimidade passiva, devendo ser substituída pelo ente público que</p><p>emitiu a licença ambiental pertinente;</p><p>c) a construtora e o ente público que concedeu a licença têm legitimidade passiva, sendo hipótese</p><p>de litisconsórcio passivo necessário;</p><p>d) a construtora e o ente público que concedeu a licença têm legitimidade passiva, sendo hipótese</p><p>de litisconsórcio passivo unitário;</p><p>e) o ente público que concedeu a licença, uma vez incluído nos autos, não é obrigado a apresentar</p><p>contestação, mas não poderá atuar ao lado do autor.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre a ação popular.</p><p>Trata-se de uma ação regida pela Lei n.º 4.717/1965, que integra o microssistema da tutela coletiva</p><p>e possui fundamento na Constituição Federal:</p><p>“Art. 5º [...] LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular</p><p>ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade</p><p>administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo</p><p>comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.</p><p>Só os cidadãos são legitimados para as ações populares.</p><p>Página 176 de 1520</p><p>A participação do Ministério Público, portanto, é na qualidade de “custus legis” (fiscal da Lei).</p><p>Nesse contexto, o Ministério Público é livre para se manifestar, inclusive, pela improcedência da</p><p>ação.</p><p>A nacionalidade brasileira é condição necessária mas não suficiente para se propor ação popular.</p><p>Além da nacionalidade brasileira, necessita-se que a pessoa seja um cidadão, no sentido estrito</p><p>da palavra, ou seja, aquele nacional que está em gozo dos seus direitos políticos (seus direitos</p><p>políticos não estão suspensos ou perdidos).</p><p>E essa condição de cidadão deve ser comprovada por ocasião da propositura da ação com a</p><p>apresentação, por exemplo, do título eleitoral e certidão de quitação expedida pelo respectivo</p><p>TRE/TSE.</p><p>Assim, o condenado por improbidade terá seus direitos políticos suspensos, assim, não poderá</p><p>propor ação popular, já que esta é privativa do cidadão que esteja em pleno gozo de seus direitos</p><p>políticos.</p><p>A alternativa correta é a letra C, conforme se depreende da redação do art. 6º da Lei n.º</p><p>4.717/1965 (Lei de Ação Popular):</p><p>“Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no</p><p>art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,</p><p>aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado</p><p>oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois os autores possuem legitimidade, conforme se infere do art.</p><p>1º, I, da Lei n.º 4.717/1965 (Lei de Ação Popular):</p><p>“Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade</p><p>de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de</p><p>entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de</p><p>sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas</p><p>públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio</p><p>o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio</p><p>ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos</p><p>Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos</p><p>cofres públicos”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois a construtora possui legitimidade passiva, conforme se infere</p><p>do art. 6º da Lei n.º 4.717/1965 (Lei de Ação Popular):</p><p>Página 177 de 1520</p><p>“Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no</p><p>art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,</p><p>aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado</p><p>oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois o litisconsórcio na hipótese não será unitário, tendo em vista</p><p>que o ente público poderá atuar no polo passivo ou ao lado dos autores, nos termos do art. 6º, §</p><p>3º, da Lei n.º 4.717/1965 (Lei de Ação Popular):</p><p>“Art. 6º [...] § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto</p><p>de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde</p><p>que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou</p><p>dirigente”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois o ente poderá atuar ao lado do autor, conforme dispõe o art.</p><p>6º, § 3º, da Lei n.º 4.717/1965 (Lei de Ação Popular):</p><p>“Art. 6º [...] § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto</p><p>de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde</p><p>que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou</p><p>dirigente”.</p><p>Questão 20. Sobre o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, é correto afirmar</p><p>que:</p><p>a) não cabe instrução probatória no incidente de desconsideração da personalidade jurídica;</p><p>b) a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica,</p><p>seja na petição inicial</p><p>ou em qualquer fase do processo, não enseja a suspensão do processo;</p><p>c) instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o sócio ou a pessoa</p><p>jurídica será intimado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de quinze dias;</p><p>d) é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na</p><p>execução fundada em título executivo extrajudicial;</p><p>e) acolhido o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, a alienação ou a oneração de</p><p>bens, havida em fraude de execução, deverá ser objeto de ação própria para ser declarada ineficaz</p><p>em relação ao requerente.</p><p>Comentário</p><p>Página 178 de 1520</p><p>A questão tratou sobre a desconsideração da personalidade jurídica.</p><p>As pessoas jurídicas são legítimos sujeitos de direitos, assim, possuem personalidade jurídica</p><p>própria e diversa da pessoa (natural ou jurídica) que lhe deu origem.</p><p>Assim, o princípio da autonomia patrimonial entre os bens do sócio e da pessoa jurídica constitui</p><p>um marco que visa salvaguardar os interesses de quem quer de forma lícita e responsável</p><p>empreender com alguma atividade de produção e/ ou circulação de bens ou serviços no Brasil.</p><p>No entanto, a lei prevê que o “véu“ da autonomia patrimonial decorrente da personalidade</p><p>jurídica poderá ser levantado diante de algumas hipóteses (disregard of legal entity ou teoria do</p><p>superamento da personalidade jurídica).</p><p>No Brasil, a primeira norma a prever a desconsideração da personalidade jurídica foi o CDC em</p><p>1990, muito embora a teoria já tivesse adeptos desde os anos de 1960 (Rubens Requião).</p><p>Posteriormente, outros diplomas legais passaram a prever o instituto da desconsideração, tais</p><p>como a Lei nº 8.884/1994 (antiga Lei Antitruste), a Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais),</p><p>o Código Civil de 2002, a Lei nº 12.529/2011, o CPC ao prever um procedimento para a</p><p>desconsideração da personalidade jurídica e a Lei nº 13.874/2019 (Lei da Liberdade Econômica),</p><p>que decorreu da conversão da MP nº 881/2019.</p><p>O Código Civil, no art. 50, traz a disciplina sobre a desconsideração, adotando a teoria maior:</p><p>“Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou</p><p>pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando</p><p>lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas</p><p>relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios</p><p>da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº</p><p>13.874, de 2019)”</p><p>Em resumo, a desconsideração da personalidade jurídica nas relações jurídicas regidas pelo</p><p>Código Civil somente ocorrerá se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade jurídica,</p><p>que pode se dar por desvio de finalidade ou confusão patrimonial.</p><p>Já no Direito do Consumidor (CDC) e no Direito Ambiental (Lei de Crimes Ambientais), foi adotada</p><p>a teoria menor da desconsideração.</p><p>Em tais casos, para que haja a desconsideração da personalidade jurídica não é necessária a</p><p>caracterização de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, bastando que fique demonstrada</p><p>a impossibilidade ou insolvência da pessoa jurídica para adimplir suas obrigações e má gestão ou</p><p>Página 179 de 1520</p><p>pelo simples fato de a personalidade jurídica impor óbice ao ressarcimento dos consumidores</p><p>(REsp nº 1.735.004/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/06/2018).</p><p>A alternativa correta é a letra D, pois está de acordo com a redação do art. 134, “caput”, do CPC:</p><p>“Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de</p><p>conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo</p><p>extrajudicial”.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois é sim cabível a produção de provas no incidente de</p><p>desconsideração da personalidade jurídica, conforme dispõe o art. 135 do CPC:</p><p>“Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e</p><p>requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois a instauração do incidente, exceto quando requerido já na</p><p>petição inicial, suspenderá o processo, conforme art. 134, § 3º, do CPC:</p><p>“Art. 134 [...] § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º”.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois o sócio ou a pessoa jurídica será citada (integrada à relação</p><p>jurídica no incidente) e não intimada, conforme art. 135 do CPC:</p><p>“Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e</p><p>requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois caso o pedido de desconsideração seja acolhido, o efeito</p><p>prático é a ineficácia do negócio realizado em fraude à execução, não havendo necessidade de</p><p>ação autônoma com esse objetivo, conforme art. 137 do CPC:</p><p>“Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em</p><p>fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente”.</p><p>Questão 21. Sobre o cumprimento de sentença, é correto afirmar que:</p><p>a) a sentença arbitral não é título executivo judicial e não pode ser objeto de cumprimento de</p><p>sentença;</p><p>b) em sede de Impugnação, se a fazenda pública arguir excesso a execução, mas não indicar o</p><p>valor devido, o argumento deve ser apreciado, em razão do interesse público;</p><p>Página 180 de 1520</p><p>c) a decisão que fixa a multa por descumprimento de obrigação de fazer é passível de</p><p>cumprimento provisório, sendo permitido o levantamento do valor independentemente do</p><p>trânsito em julgado da sentença favorável à parte;</p><p>d) o cumprimento de sentença não pode ser promovido no local onde se encontrem os bens</p><p>sujeitos à execução, sendo de competência exclusiva do juízo de origem;</p><p>e) ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o</p><p>prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e</p><p>idônea a ser arbitrada pelo juiz.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre o cumprimento de sentença.</p><p>A regra de competência do art. 516 do CPC: é aplicada a todos os cumprimentos de sentença,</p><p>inclusive ao cumprimento de sentença de pagar quantia certa contra a Fazenda Pública e o</p><p>cumprimento de sentença de alimentos (hipóteses de execuções especiais):</p><p>“Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua</p><p>competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo</p><p>cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de</p><p>sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo”.</p><p>O procedimento de cumprimento de sentença constitui a forma como o credor executa a</p><p>obrigação constante de título executivo judicial, isto é, aqueles previstos no art. 515 do CPC:</p><p>- as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar</p><p>quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;</p><p>- a decisão homologatória de autocomposição judicial;</p><p>- a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;</p><p>- o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e</p><p>aos sucessores a título singular ou universal;</p><p>- o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido</p><p>aprovados por decisão judicial;</p><p>- a sentença penal condenatória transitada em julgado;</p><p>- a sentença arbitral;</p><p>Página 181 de 1520</p><p>- a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; e</p><p>- a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo</p><p>Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Diz-se, pois, que os títulos executivos judiciais (art. 515) são executados por meio de uma fase</p><p>procedimental</p><p>executiva chamada cumprimento de sentença, enquanto os títulos executivos</p><p>extrajudiciais (art. 784) são executados por meio de um processo autônomo de execução.</p><p>O cumprimento de sentença poderá ser:</p><p>Provisório: Havendo interposição de recurso, se este não for dotado de efeito suspensivo (ex:</p><p>casos do art. 1.012, §1º), será possível dar início ao cumprimento provisório da sentença.</p><p>Definitivo: Não havendo interposição de recurso, a sentença transita em julgado, tornando-se</p><p>imutável, podendo o cumprimento definitivo de sentença ser iniciado.</p><p>A alternativa correta é a letra E, pois está de acordo com a redação do art. 525, § 10, do CPC:</p><p>“Art. 525 [...] § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente</p><p>requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução</p><p>suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz”.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois a sentença arbitral é sim um título executivo judicial, previsto</p><p>expressamente no art. 515, VII, do CPC:</p><p>“Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos</p><p>previstos neste Título: [...] VII - a sentença arbitral”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois é ônus da Fazenda Pública indicar especificamente o valor que</p><p>entende como devido, conforme art. 535, § 2º, do CPC:</p><p>“Art. 535 [...] § 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia</p><p>superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende</p><p>correto, sob pena de não conhecimento da arguição”.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois somente após o trânsito em julgado que será permitido o</p><p>levantamento dos valores em favor da parte vencedora, nos termos do art. 537, § 3º, do CPC:</p><p>“Art. 537 [...] § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser</p><p>depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença</p><p>favorável à parte”.</p><p>Página 182 de 1520</p><p>A alternativa D está incorreta, pois é possível que o cumprimento de sentença seja pleiteado no</p><p>juízo do local onde os bens do executado se encontrem, nos termos do art. 516, parágrafo único,</p><p>do CPC:</p><p>“Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: [...] II - o juízo que decidiu a causa no</p><p>primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal</p><p>condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal</p><p>Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo</p><p>do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à</p><p>execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer,</p><p>casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem”.</p><p>Texto 1</p><p>Alexandre, menor absolutamente incapaz, ajuizou ação pelo procedimento comum, representado</p><p>por seu genitor, em face de operadora de plano de saúde, pleiteando a condenação desta a</p><p>custear determinado tratamento cuja cobertura lhe fora negada, bem como a lhe pagar verba</p><p>reparatória de danos morais.</p><p>A petição inicial, na qual também foi requerida a concessão de tutela provisória para o fim de se</p><p>assegurar, desde logo, a cobertura do tratamento, foi instruída com cópia do contrato celebrado</p><p>com a operadora, com a documentação comprobatória dos pagamentos das mensalidades e com</p><p>laudos médicos atestando a necessidade imediata do tratamento prescrito para o autor, além de</p><p>outros documentos essenciais para a propositura da ação.</p><p>A ação foi ajuizada em um juízo cível da Comarca de Goiânia, embora o menor e o seu</p><p>representante legal residam em Serranópolis, tendo a operadora demandada, por sua vez, sede</p><p>na cidade de São Paulo/SP, sem ter qualquer estabelecimento ou filial na capital goiana. Quanto</p><p>ao contrato, foi ele entabulado no Município em que reside a parte autora.</p><p>Questão 22. Considerando a situação descrita no texto 1, é correto afirmar que:</p><p>a) não há qualquer vício de incompetência;</p><p>b) caso entenda que o juízo é incompetente para julgar o feito, caberá à ré ofertar o incidente de</p><p>exceção de incompetência;</p><p>c) caso reconheça o vício de incompetência, o magistrado deverá julgar extinto o feito, sem</p><p>resolução do mérito;</p><p>Página 183 de 1520</p><p>d) reputando configurado o vício de incompetência, o órgão do Ministério Público que intervier</p><p>no feito poderá argui-lo;</p><p>e) caso seja reconhecida a incompetência, a decisão concessiva da tutela provisória porventura</p><p>proferida deverá ser anulada.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre competência.</p><p>A competência possui natureza jurídica de requisito/pressuposto de validade do processo.</p><p>Se o juiz não for competente, o vício processual será a nulidade dos atos praticados pelo juiz</p><p>incompetente.</p><p>- Competência Originária: é a competência originária é aquela atribuída ao órgão jurisdicional para</p><p>analisar a causa pela primeira vez, para dar a primeira decisão.</p><p>- Competência Derivada: é aquela atribuída ao órgão jurisdicional para processar e julgar a causa</p><p>em grau de recurso.</p><p>- Competência Territorial (foro): Foro é a circunscrição territorial sobre a qual se exerce a</p><p>competência. Na Justiça Estadual, é chamado de comarca. Na Justiça Federal, é chamado de</p><p>Seção (capital) ou Subseção (interior).</p><p>- Competência de Juízo: Definida com base na lei de organização judiciária e/ou resoluções dos</p><p>Tribunais.</p><p>- Competência Absoluta: é uma regra criada para atender uma determinada finalidade pública,</p><p>interesse público e, por conta disso, é inderrogável pela vontade das partes.</p><p>- Competência relativa: envolve regra criada para atender preponderantemente interesse</p><p>particular.</p><p>São critérios para a determinação e distribuição de competências:</p><p>- Critério objetivo: Distribui-se de acordo com os elementos da demanda. Assim, as partes</p><p>denotam a competência em razão da pessoa; o pedido, a competência em razão do valor da causa</p><p>e, da causa de pedir, extrai-se a competência em razão da matéria.</p><p>- Critério funcional: relaciona com a distribuição das funções que devem ser exercidas em um</p><p>mesmo processo.</p><p>Página 184 de 1520</p><p>- Critério territorial: Competência que define o foro onde a causa deve ser ajuizada.</p><p>Vejamos os 7 (sete) perguntas sucessivas para a verificação da competência:</p><p>1º passo: é hipótese de aplicação da jurisdição brasileira?</p><p>2º passo: é competência do Poder Judiciário (função típica) ou do Poder Executivo ou Legislativo</p><p>(funções atípicas)?</p><p>3º passo: sendo da competência do Poder Judiciário, a matéria é de competência de alguma</p><p>justiça especializada (militar, eleitoral ou trabalhista)?</p><p>4º passo: o caso é de competência originária de Tribunal ou do 1º grau?</p><p>5º passo: qual é o foro competente?</p><p>6º passo: qual é o juízo competente, com base na organização judiciária local?</p><p>7º passo: qual a competência recursal?</p><p>Por fim, sobre a modificação da competência, é possível, basicamente, que ela ocorra de forma</p><p>voluntária ou legal.</p><p>- Modificação voluntária: cláusula de eleição de foro (derrogação) e ausência de alegação da</p><p>incompetência relativa (prorrogação).</p><p>- Modificação legal: dar-se-á por conexão ou por continência.</p><p>- Conexão: “Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido</p><p>ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,</p><p>salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput: I - à execução</p><p>de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções</p><p>fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos</p><p>que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos</p><p>separadamente, mesmo sem conexão entre eles”.</p><p>- Continência: “Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou</p><p>mais ações quando houver identidade</p><p>quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das</p><p>demais. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta</p><p>anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de</p><p>mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas”.</p><p>Página 185 de 1520</p><p>A alternativa correta é a letra D, pois há interesse de incapaz no feito e pode o Parquet, já que lhe</p><p>compete atuar no processo, alegar a incompetência no caso, conforme art. 65, parágrafo único e</p><p>art. 178, II, do CPC:</p><p>“Art. 65 [...] Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público</p><p>nas causas em que atuar. [...] Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30</p><p>(trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição</p><p>Federal e nos processos que envolvam: [...] II - interesse de incapaz”.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois o foro onde a ação foi proposta (Goiânia) não é nem o foro da</p><p>sede da empresa ré, e nem o foro de onde a obrigação deveria ser satisfeita, considerando que o</p><p>autor reside no foro de Serranópolis, nos termos do art. 53, III, “a” e “d”, do CPC:</p><p>“Art. 53. É competente o foro: [...] III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré</p><p>pessoa jurídica; [...] d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o</p><p>cumprimento“.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois a incompetência deverá ser alegada como preliminar de</p><p>contestação, conforme art. 64 e art. 337, II, do CPC:</p><p>“Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de</p><p>contestação. [...] Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: [...] II - incompetência</p><p>absoluta e relativa”.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois caberá ao juiz que reconhecer a incompetência, remeter os</p><p>autos ao juízo competente, nos termos do art. 64, § 3º, do CPC:</p><p>“Art. 64 [...] § 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao</p><p>juízo competente”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois os efeitos da tutela proferida pelo juiz, a princípio</p><p>incompetente, ficarão conservadas até que seja, eventualmente, revogada ou modificada pelo juiz</p><p>competente, conforme art. 64, § 4º, do CPC:</p><p>“Art. 64 [...] § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão</p><p>proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo</p><p>competente”.</p><p>Texto 1</p><p>Alexandre, menor absolutamente incapaz, ajuizou ação pelo procedimento comum, representado</p><p>por seu genitor, em face de operadora de plano de saúde, pleiteando a condenação desta a</p><p>Página 186 de 1520</p><p>custear determinado tratamento cuja cobertura lhe fora negada, bem como a lhe pagar verba</p><p>reparatória de danos morais.</p><p>A petição inicial, na qual também foi requerida a concessão de tutela provisória para o fim de se</p><p>assegurar, desde logo, a cobertura do tratamento, foi instruída com cópia do contrato celebrado</p><p>com a operadora, com a documentação comprobatória dos pagamentos das mensalidades e com</p><p>laudos médicos atestando a necessidade imediata do tratamento prescrito para o autor, além de</p><p>outros documentos essenciais para a propositura da ação.</p><p>A ação foi ajuizada em um juízo cível da Comarca de Goiânia, embora o menor e o seu</p><p>representante legal residam em Serranópolis, tendo a operadora demandada, por sua vez, sede</p><p>na cidade de São Paulo/SP, sem ter qualquer estabelecimento ou filial na capital goiana. Quanto</p><p>ao contrato, foi ele entabulado no Município em que reside a parte autora.</p><p>Questão 23. Considerando a situação descrita no texto 1, é correto afirmar que:</p><p>a) a tutela provisória requerida na petição inicial tem feição cautelar;</p><p>b) a tutela provisória requerida na petição inicial tem feição satisfativa e de evidência;</p><p>c) caso não aprecie o requerimento de tutela provisória, é lícito ao juiz analisá-lo e deferi-lo na</p><p>sentença de mérito;</p><p>d) o juiz deverá indeferir a tutela provisória requerida na petição inicial, diante do perigo de</p><p>irreversibilidade dos efeitos de sua hipotética concessão;</p><p>e) caso o autor tenha rotulado a tutela provisória requerida como cautelar, entendendo o juiz,</p><p>contudo, que a sua natureza é de tutela antecipada, caber-lhe-á indeferir a medida.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre tutelas provisórias.</p><p>Na 4ª fase de desenvolvimento da história do processo civil o instituto da "tutela" ganhou bastante</p><p>destaque, chegando a ser apontado como polo metodológico autônomo do processo civil, sendo</p><p>estudada ao lado da ação, da jurisdição e do processo.</p><p>As tutelas, portanto, podem ser definitivas (baseadas em cognição exauriente) ou provisórias</p><p>(baseadas em cognição não exauriente).</p><p>As tutelas provisórias, por sua vez, se subdividem em tutelas de urgência e tutelas de evidência.</p><p>Página 187 de 1520</p><p>As tutelas provisórias de urgência se fundam em dois elementos centrais (art. 300 do CPC):</p><p>- probabilidade do direito: também chamado de fumus bonis iuris, e;</p><p>- perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo: também chamado de periculum in mora.</p><p>As tutelas provisórias de urgência podem ser ainda cautelares ou satisfativas.</p><p>No primeiro caso (cautelares), a finalidade é deixar o bem da vida preservado para o fim do</p><p>processo, no segundo caso (satisfativas) a finalidade é antecipar desde logo o objeto pretendido</p><p>pela parte ou a sua fruição.</p><p>Já as tutelas provisórias de evidência dispensam o segundo elemento, isto é, basta que a parte</p><p>demonstre a probabilidade (evidência) do seu direito (art. 311 do CPC).</p><p>Analisando a questão, a alternativa correta é a letra C.</p><p>Conforme dispõe a doutrina de Teresa Arruda Alim Wambier, Maria Lúcia Lins Ribeiro, Leonardo</p><p>Ferres da Silva e Rogério Licastro Torres de Mello:</p><p>"[...] no momento da sentença, a cognição já é exauriente – ainda assim, o juiz pode conceder uma</p><p>“liminar” tardia, que não será mais uma liminar, mas um capítulo da sentença, em que se tutela a</p><p>evidência (tardiamente percebida), ou a urgência (de que o juiz se deu conta em momento</p><p>adiantado do processo – melhor agora, do que nunca; ou, então, porque a urgência configurou-</p><p>se depois do início do processo e antes da sentença). Então, o fato é que, ainda que soe estranho,</p><p>o juiz pode, sim, conceder tutela provisória na sentença” (Primeiros comentários ao novo Código</p><p>de Processo Civil – artigo por artigo).</p><p>A alternativa A está incorreta, pois a pretensão na verdade é de antecipação da tutela, isto é, em</p><p>que a parte pleiteia a fruição de um direito que somente conseguiria com a tutela definitiva.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois embora haja a feição satisfativa, não é de evidência, tendo em</p><p>vista que está presente no caso a urgência, que não é requisito do art. 311 do CPC:</p><p>“Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo</p><p>de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois a jurisprudência vem flexibilizando a regra sobre o perigo da</p><p>irreversibilidade da decisão:</p><p>Enunciado n.º 419 do FPPC: “Não é absoluta a regra que proíbe tutela provisória com efeitos</p><p>irreversíveis”.</p><p>Página 188 de 1520</p><p>Enunciado n.º 25 do ENFAM: “A vedação da concessão de tutela de urgência cujos efeitos possam</p><p>ser irreversíveis (art. 300, § 3º, do CPC/2015) pode ser afastada no caso concreto com base na</p><p>garantia do acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, da CRFB)”.</p><p>Enunciado n.º 40 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF: “A irreversibilidade dos efeitos</p><p>da tutela de urgência não impede sua concessão, em se tratando de direito provável, cuja lesão</p><p>seja irreversível”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois o juiz poderá aplicar o princípio da fungibilidade, nos termos</p><p>do art. 305, parágrafo único, do CPC:</p><p>“Art. 305</p><p>[...] Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza</p><p>antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303”.</p><p>Questão 24. Cláudia intentou ação em face de Daniel, pleiteando a condenação deste a lhe pagar</p><p>verbas indenizatórias em razão de ato ilícito que lhe atribuiu, consubstanciado na condução</p><p>imprudente de veículo automotor, do que resultou um acidente que provocou lesões graves na</p><p>autora.</p><p>Na petição inicial, Cláudia formulou pedido genérico, alegando que não lhe era possível aferir</p><p>todas as consequências do ato ilícito narrado, até porque ainda teria que se submeter a cirurgias</p><p>por conta das lesões sofridas.</p><p>Apreciando a peça exordial, o juiz da causa ordenou a intimação da autora para emendá-la, a fim</p><p>de formular pedido indenizatório determinado.</p><p>Cláudia, porém, alegou que a sua inicial não padecia de nenhum defeito, o que levou o juiz a</p><p>indeferi-la, extinguindo o feito sem resolução do mérito. Inconformada, a demandante interpôs</p><p>recurso de apelação.</p><p>É correto afirmar, nesse cenário, que o recurso manejado pela parte autora:</p><p>a) comporta juízo de retratação, que, não sendo exercido, ensejará a remessa dos autos ao órgão</p><p>ad quem, o qual deverá dar provimento ao apelo;</p><p>b) não comporta juízo de retratação, o que ensejará a remessa dos autos ao órgão ad quem, o</p><p>qual deverá dar provimento ao apelo;</p><p>c) comporta juízo de retratação, que, não sendo exercido, ensejará a remessa dos autos ao órgão</p><p>ad quem, o qual deverá negar provimento ao apelo;</p><p>Página 189 de 1520</p><p>d) não comporta juízo de retratação, o que ensejará a remessa dos autos ao órgão ad quem, o</p><p>qual deverá negar provimento ao apelo;</p><p>e) não comporta juízo de retratação, o que ensejará a remessa dos autos ao órgão ad quem, o</p><p>qual não deverá conhecer do apelo, à mingua de interesse recursal.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre o juízo de retratação (efeito regressivo) no recurso de apelação contra</p><p>sentença de indeferimento da petição inicial.</p><p>O art. 331 do CPC dispõe:</p><p>“Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, retratar-se”.</p><p>As hipóteses de indeferimento estão previstas no art. 330 do CPC, são elas:</p><p>1ª hipótese: inépcia da petição inicial;</p><p>2ª hipótese: ilegitimidade manifesta da parte;</p><p>3ª hipótese: falta de interesse processual, ou</p><p>4ª hipótese: quando a parte não emendar a petição inicial quando determinado pelo juiz ou</p><p>quando o advogado, atuando em causa própria, não declarar, na petição inicial ou na contestação,</p><p>o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade</p><p>de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações.</p><p>Deste modo, caso haja o indeferimento da petição inicial em algumas das 4 hipóteses listadas, a</p><p>parte prejudicada poderá interpor recurso de apelação, que será dotado do chamado efeito</p><p>regressivo, que nada mais é do que a possibilidade de o juiz prolator da decisão recorrida</p><p>(sentença ou interlocutória) “voltar atrás” e modificar a sentença, retratando-se.</p><p>Caso o juiz não se retrate e o réu ainda não tenha sido citado ou integrado voluntariamente a</p><p>relação jurídica processual, nos termos do art. 331, ª 1º, do CPC, o juiz mandará citar (não é intimar</p><p>não) o réu para responder ao recurso.</p><p>A alternativa correta é a letra A, pois a apelação deverá ser provida, conforme art. 324, § 1º, II, e</p><p>art. 331 do CPC:</p><p>“Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: [...] II -</p><p>quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; [...] Art. 331.</p><p>Página 190 de 1520</p><p>Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,</p><p>retratar-se”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois na hipótese, é possível a retratação (efeito regressivo do</p><p>recurso), nos termos do art. 331 do CPC:</p><p>“Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, retratar-se”.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois a apelação deverá ser provida, conforme art. 324, § 1º, II, do</p><p>CPC:</p><p>“Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: [...] II -</p><p>quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois a apelação deverá ser provida e porque cabe retratação pelo</p><p>juiz, conforme art. 324, § 1º, II, e art. 331 do CPC:</p><p>“Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: [...] II -</p><p>quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; [...] Art. 331.</p><p>Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,</p><p>retratar-se”.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois cabe retratação pelo juiz, conforme o art. 331 do CPC:</p><p>“Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, retratar-se”. Por outro lado, existe sim interesse recursal do réu, daí porque também é errado</p><p>se falar de não conhecimento do recurso por falta de interesse.</p><p>Questão 25. No que concerne aos embargos à execução, é correto afirmar que:</p><p>a) são um incidente processual;</p><p>b) o juiz deverá rejeitá-los liminarmente, caso intempestivos;</p><p>c) o seu procedimento não admite a realização de audiência;</p><p>d) terão o seu mérito julgado por decisão interlocutória, impugnável por recurso de agravo de</p><p>instrumento;</p><p>Página 191 de 1520</p><p>e) ainda que a execução esteja garantida por penhora, e mesmo presentes os requisitos para a</p><p>concessão da tutela provisória, o juiz não lhes poderá atribuir efeito suspensivo.</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre os embargos à execução.</p><p>Os embargos têm natureza de ação, fazendo com que haja tramitação de duas demandas: (a)</p><p>execução: busca-se a satisfação do direito do exequente; (b) embargos à execução: discute-se a</p><p>existência ou dimensão do direito exequendo.</p><p>Os embargos tanto são demanda autônoma que o próprio art. 914, §1º, do CPC, diz que será</p><p>distribuída por dependência ao processo executivo.</p><p>“Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à</p><p>execução por meio de embargos. § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por</p><p>dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes,</p><p>que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade</p><p>pessoal”.</p><p>A autuação em apartado é importante para não gerar problemas práticos ocasionados pelos</p><p>momentos processuais distintos das duas demandas.</p><p>Não há efeito suspensivo automático (ope legis) do processo de execução com o manejo dos</p><p>embargos, contudo, tal efeito pode ser requerido, analisado e deferido/indeferido pelo</p><p>magistrado (art. 919, §1º39 - efeito suspensivo ope iudicis).</p><p>A doutrina vem entendendo que a oferta dos embargos sem garantia não é uma benesse</p><p>exagerada ao executado, pois os embargos não possuem mais efeito suspensivo automático e,</p><p>portanto, não atrapalham o prosseguimento da execução e dos atos de penhora, avaliação e</p><p>expropriação.</p><p>Os embargos à execução podem ser ofertados no prazo de 15 dias contados conforme o art. 231,</p><p>vide o art. 915 do CPC:</p><p>“Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso,</p><p>na forma do art. 231”.</p><p>A Competência, conforme art. 914, §1º, do CPC, para apreciar os embargos é do juízo da</p><p>execução, que tem competência funcional (absoluta) para tanto.</p><p>Página 192 de 1520</p><p>“Art. 914 [...] § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em</p><p>apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas</p><p>autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal”.</p><p>Se a execução, porém, se der por meio de carta, a competência pode ser de outro juízo:</p><p>No que tange ao superendividamento, é correto afirmar que:</p><p>a) a Lei nº 14.181/2021, também conhecida como Lei do Superendividamento, estabeleceu um</p><p>percentual de inadimplência de 30% dos débitos para que o consumidor seja considerado</p><p>superendividado;</p><p>b) as normas protetivas em relação ao superendividamento dos artigos 54-A a 54-G do Código de</p><p>Defesa do Consumidor (CDC) se aplicam em relação à aquisição ou à contratação de produtos e</p><p>serviços de luxo de alto valor;</p><p>c) a doutrina e a jurisprudência classificam o consumidor superendividado ativo como aquele que</p><p>se endivida por questões alheias ao seu controle como, por exemplo, em razão de circunstâncias</p><p>de desemprego;</p><p>d) a Lei nº 14.181/2021 inseriu como nova proibição na oferta de crédito ao consumidor a</p><p>indicação de que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de proteção</p><p>ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor;</p><p>e) o superendividamento é um fenômeno multidisciplinar que repercute na sociedade de consumo</p><p>de massa. As dívidas alimentícias corroboram significativamente para o agravamento desse</p><p>fenômeno, tendo em vista diminuírem a capacidade de adimplemento do consumidor.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Item A: Errada. CDC. “</p><p>Art. 54-A. §1. Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor</p><p>pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas,</p><p>sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.”</p><p>Item B: Errada. CDC. “</p><p>Art. 54-A. §3. O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor cujas dívidas tenham sido</p><p>contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com</p><p>Página 19 de 1520</p><p>o propósito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou contratação de produtos</p><p>e serviços de luxo de alto valor.”</p><p>Item C: Errada. Superendividamento ativo: o consumidor se endivida voluntariamente, em virtude</p><p>de má gestão do orçamento familiar, contraindo dívidas maiores do que ele pode pagar, por mero</p><p>impulso ou apelo comercial.</p><p>Item D: Correta. “</p><p>Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de crédito ao consumidor, publicitária</p><p>ou não: (...) II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de</p><p>proteção ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor;”</p><p>Item E: Errada. O superendividamento não é um fenômeno que tem a ver, diretamente, com o</p><p>adimplemento de dívidas alimentares.</p><p>Questão 5. Justina, casada há 25 anos, substituiu, por ocasião do casamento civil com Eduardo,</p><p>um dos seus patronímicos pelo do marido. Ocorre que o sobrenome adotado passou a ser o</p><p>protagonista de seu nome civil, em prejuízo do patronímico de solteira, o que passou a lhe causar</p><p>intenso sofrimento, uma vez que sempre fora conhecida pelo sobrenome de seu pai. Tal fato lhe</p><p>trouxe danos psicológicos, especialmente agora que os últimos familiares que ainda usam o seu</p><p>sobrenome familiar encontram-se gravemente doentes. Por essas razões, Justina requereu a</p><p>modificação do seu patronímico, ainda durante a constância da sociedade conjugal, de forma a</p><p>voltar a utilizar o sobrenome da sua família.</p><p>O pedido deve ser julgado:</p><p>a) improcedente, em virtude do princípio da inalterabilidade do nome ser considerado absoluto</p><p>na constância da sociedade conjugal;</p><p>b) procedente, pois a autonomia privada é uma das exceções à inalterabilidade do nome previstas</p><p>na Lei de Registros Públicos;</p><p>c) procedente, pela interpretação histórico-evolutiva da inalterabilidade, da preservação da</p><p>herança familiar, da autonomia privada e da ausência de prejuízo a terceiros;</p><p>d) improcedente, em razão da modificação do nome civil ser qualificada como excepcional, tendo</p><p>em vista a consideração à segurança de terceiros;</p><p>e) improcedente, em virtude da proteção à estabilidade do vínculo conjugal e aos interesses do</p><p>outro cônjuge, ao menos durante a constância da sociedade conjugal.</p><p>Página 20 de 1520</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Item A: Errada. Admite-se a alteração.</p><p>Item B: Errada. O casão não tem fundamento exclusivo na autonomia privada.</p><p>Item C: Correta. Tema: Direito ao nome. Substituição de patronímico familiar pelo do cônjuge.</p><p>Retomada do nome de solteiro ainda na constância do vínculo conjugal. Possibilidade. Destaque:</p><p>É admissível o retorno ao nome de solteiro do cônjuge ainda na constância do vínculo conjugal.</p><p>REsp 1.873.918-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em</p><p>02/03/2021, DJe 04/03/2021. Informativo nº 0687 Publicação: 8 de março de 2021.</p><p>Item D: Errada. O pedido não deveria ser julgado improcedente, em especial quando não houver</p><p>risco a terceiros.</p><p>Item E: Errada. O pedido não deveria ser julgado improcedente, pois não é exclusivamente o</p><p>vínculo conjugal e considerações a respeito do outro cônjuge que determinam a interpretação do</p><p>caso.</p><p>Questão 6.</p><p>Sobre o contrato de seguro de vida, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça permite</p><p>afirmar que:</p><p>a) a constituição em mora, de que trata o</p><p>Art. 763 do Código Civil, exige prévia interpelação e, portanto, a mora no contrato de seguro de</p><p>vida é ex persona;</p><p>b) o pagamento de indenização prevista em contrato de seguro de vida é dispensado no caso de</p><p>embriaguez do segurado;</p><p>c) os contratos de seguro de vida cobrem a hipótese de suicídio desde o início da contratação;</p><p>d) o atraso no pagamento do prêmio pelo segurado, independentemente da sua constituição em</p><p>mora pela seguradora, implica a suspensão automática do contrato de seguro de vida;</p><p>e) nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção monetária sobre indenização</p><p>securitária incide desde a ocorrência do sinistro até o efetivo pagamento.</p><p>Página 21 de 1520</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Item A: Correta. Súmula 616 STJ: “A indenização securitária é devida quando ausente a</p><p>comunicação prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir</p><p>requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro.” Enunciado 376 JDC-</p><p>CEJ/JF: “para efeito de aplicação do artigo 763 do Código Civil, a resolução do contrato depende</p><p>de prévia interpelação”.</p><p>Item B: Errada. Súmula 620 STJ: “A embriaguez do segurado não exime a seguradora do</p><p>pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida.”</p><p>Item C: Errada. “</p><p>Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos</p><p>primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de</p><p>suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.”</p><p>Item D: Errada. Súmula 616 STJ e Enunciado 376 JDC-CEJ/JF.</p><p>Item E: Errada. Súmula 632 STJ: “Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção</p><p>monetária sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento.”</p><p>Questão 7.</p><p>Cássia morreu intestada em 2019, deixando uma companheira, Ana, com quem vivia, de forma</p><p>pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituir família, há cerca de dez anos. Em um</p><p>relacionamento anterior, durante sua juventude, Cássia teve três filhos: Roger, Alan e Juliana.</p><p>Roger faleceu em 2008, deixando uma filha então recém-nascida, Ingrid, que é a única neta de</p><p>Cássia. Alan, por não concordar com a orientação sexual assumida pela mãe, teve com ela uma</p><p>discussão dura em 2017, com troca de grosserias e ofensas, e desde então não mais se falavam.</p><p>Juliana abriu mão de sua parte na herança de Cássia em favor de sua sobrinha Ingrid.</p><p>Sobre a sucessão de Cássia, é correto afirmar que:</p><p>a) a união homoafetiva com Cássia autoriza Ana a pretender a meação dos bens adquiridos</p><p>onerosamente na sua constância, mas não lhe atribui direitos sucessórios;</p><p>b) a parcela da herança que seria atribuída a Roger será dividida entre Alan e Juliana, em vista do</p><p>direito de acrescer decorrente de serem herdeiros de mesma classe;</p><p>“Art. 914 [...] § 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou</p><p>no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem</p><p>unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas</p><p>no juízo deprecado”.</p><p>O art. 918 do CPC elenca três hipóteses em que o juiz, antes mesmo intimar o embargado para</p><p>se manifestar, já rejeita de pronto os embargos.</p><p>“Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: I - quando intempestivos; II - nos casos de</p><p>indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; III - manifestamente</p><p>protelatórios. Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o</p><p>oferecimento de embargos manifestamente protelatórios”.</p><p>Quando rejeitados os embargos, não são cabíveis honorários:</p><p>“Os honorários advocatícios não são devidos na hipótese de indeferimento liminar dos embargos</p><p>do devedor, ainda que o executado tenha apelado da decisão indeferitória e o exequente tenha</p><p>apresentado contrarrazões ao referido recurso. AgRg no AREsp 182.879- RJ, Rel. Min. Ari</p><p>Pargendler, julgado em 5/3/2013 (informativo 519)”.</p><p>A decisão que rejeita liminarmente os embargos é uma sentença, que pode ser sem resolução do</p><p>mérito (intempestividade ou indeferimento da petição inicial) ou com resolução do mérito</p><p>(improcedência liminar do pedido e manifestamente protelatórios).</p><p>Prolatada a sentença, é cabível apelação, que não terá efeito suspensivo (art. 1.012, §1º, III, do</p><p>CPC).</p><p>A alternativa correta é a letra B, pois está de acordo com o art. 918, I, do CPC:</p><p>“Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: I - quando intempestivos”.</p><p>A alternativa A está incorreta, pois os embargos à execução constituem um meio de defesa do</p><p>executado no processo civil, nos termos do art. 914 do CPC:</p><p>“Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à</p><p>execução por meio de embargos”.</p><p>Página 193 de 1520</p><p>A alternativa C está incorreta, pois é possível a realização de audiência, nos termos do art. 920, II,</p><p>do CPC:</p><p>“Art. 920. Recebidos os embargos: [...] II - a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou</p><p>designará audiência”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois nos termos do art. 920, III, do CPC, encerrada a instrução, o</p><p>juiz proferirá sentença, logo, o recurso cabível é o recurso de apelação e não o agravo de</p><p>instrumento.</p><p>A alternativa E está incorreta, pois poderá sim o juiz atribuir efeito suspensivo aos embargos à</p><p>execução, conforme art. 919, § 1º, do CPC:</p><p>“Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a</p><p>requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os</p><p>requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por</p><p>penhora, depósito ou caução suficientes”.</p><p>Questão 26. Apreciando uma petição Inicial em que se deduzia pretensão executiva fundada em</p><p>instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, o juiz determinou que o</p><p>demandante a emendasse, a fim de adaptar a sua pretensão a uma ação de conhecimento de</p><p>cunho condenatório.</p><p>Já examinando uma segunda petição inicial, na qual o autor pedia a condenação do réu a lhe</p><p>pagar uma obrigação pecuniária fundada em nota promissória vencida uma semana antes, o</p><p>mesmo juiz a indeferiu de plano, extinguindo o feito sem resolução do mérito, por concluir pela</p><p>falta de interesse de agir.</p><p>À luz desses dados, é correto afirmar que o juiz agiu:</p><p>a) acertadamente em ambos os casos;</p><p>b) equivocadamente em ambos os casos;</p><p>c) equivocadamente no primeiro caso, e acertadamente no segundo;</p><p>d) acertadamente no primeiro caso, e equivocadamente no segundo, pois era exigível a prévia</p><p>concessão de oportunidade para o oferecimento de emenda;</p><p>e) acertadamente no primeiro caso, e equivocadamente no segundo, pois não ficou configurado</p><p>o vício da carência de ação.</p><p>Página 194 de 1520</p><p>Comentário</p><p>A questão tratou sobre o juízo de admissibilidade da petição inicial.</p><p>O art. 319 do CPC elenca um rol de requisitos que a petição inicial deverá indicar:</p><p>I - o juízo a que é dirigida;</p><p>II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de</p><p>inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço</p><p>eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;</p><p>III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;</p><p>IV - o pedido com as suas especificações;</p><p>V - o valor da causa;</p><p>VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;</p><p>VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.</p><p>Algumas petições iniciais contêm outros elementos próprios, mas, basicamente, os requisitos</p><p>listados no art. 319 são essenciais.</p><p>No caso do enunciado, o juiz analisou duas petições iniciais, uma de uma ação de execução (a</p><p>primeira) e de uma ação de conhecimento (a segunda).</p><p>A questão trouxe duas situações casuísticas em que o juiz hipotético decidiu de forma equivocada</p><p>nas duas situações apresentadas, de modo que a alternativa correta é a letra B.</p><p>No primeiro caso, o instrumento apresentado junto à petição inicial possui natureza jurídica de</p><p>título executivo extrajudicial, nos termos do art. 784, IV, do CPC:</p><p>“Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: [...] IV - o instrumento de transação referendado</p><p>pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos</p><p>transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;”.</p><p>Deste modo, poderá a parte, desde logo, propor ação de execução do título extrajudicial,</p><p>instruindo a petição inicial com o título executivo.</p><p>Página 195 de 1520</p><p>É desnecessário o manejo da ação de conhecimento para obter o cumprimento da obrigação,</p><p>muito embora a parte tenha essa faculdade, pois na hipótese, o manejo de ação executiva se deu</p><p>com base em título executivo extrajudicial previsto expressamente no CPC.</p><p>Atenção: é uma opção da parte o uso da ação de conhecimento para que o título executivo</p><p>extrajudicial se torne título executivo judicial, contudo, como já dito, é uma faculdade que a parte</p><p>possui, logo, tal ação não lhe pode ser imposta pelo juiz.</p><p>Assim, o juiz agiu de modo equivocado na primeira situação.</p><p>No segundo caso, o juiz também agiu de modo equivocado por dois motivos:</p><p>(i) primeiro, pois o autor possui interesse processual, uma vez que o título está vencido e não pago;</p><p>e</p><p>(ii) segundo, o juiz não poderia indeferir de plano o pedido, devendo intimar as partes para</p><p>manifestação antes de proferir decisão (vedação à decisão surpresa), conforme art. 10 do CPC:</p><p>“Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a</p><p>respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate</p><p>de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”.</p><p>Assim, as alternativas A, C, D e E estão incorretas.</p><p>Questão 27. Servidor público municipal ajuizou ação de mandado de segurança para impugnar</p><p>conduta omissiva que atribuiu à Administração, consubstanciada na não inclusão, em seus</p><p>vencimentos, do valor de uma gratificação a que entendia fazer jus, conforme previsão contida em</p><p>lei municipal.</p><p>Apreciando a petição inicial, o juiz indeferiu a medida liminar ali requerida e determinou a</p><p>notificação da autoridade impetrada, que, em suas informações, sustentou a inconstitucionalidade</p><p>da lei que criara a gratificação vindicada na exordial.</p><p>Depois de ofertada a manifestação conclusiva pelo Ministério Público, os autos foram conclusos</p><p>ao juiz.</p><p>Nesse quadro, é correto afirmar que:</p><p>a) caso conclua pela inconstitucionalidade da lei referida na inicial, caberá ao juiz suspender o feito</p><p>e determinar a sua remessa à segunda instância, a fim de que o plenário do tribunal ou seu órgão</p><p>especial</p><p>Página 22 de 1520</p><p>c) Ingrid somente terá direitos sucessórios se, além de Juliana, também Alan renunciar à herança,</p><p>pois os descendentes em grau mais próximo excluem os mais remotos;</p><p>d) Alan somente será excluído da sucessão se caracterizada judicialmente a ocorrência de crime</p><p>contra a honra de Cássia e declarada a indignidade por sentença;</p><p>e) o ato de Juliana caracteriza renúncia à herança, de modo retroativo, produzindo efeitos como</p><p>se ela jamais tivesse adquirido direito sobre o acervo hereditário.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Item A: Errada. A companheira é considerada herdeira legítima, de forma análoga ao que ocorre</p><p>com o cônjuge. Portanto, Ana recebe a meação do patrimônio comum; e, no patrimônio particular,</p><p>herda em concorrência com os descendentes.</p><p>Item B: Errada. A parcela de Roger será atribuída integralmente a Ingrid, que herda por</p><p>representação. Não há divisão entre Alan e Juliana, nem devolução ao monte. Além disso, o</p><p>problema narra indignidade de Alan e renúncia translativa de Juliana.</p><p>Item C: Errada. Ingrid é descendente de Roger, filho pré-morto. Ela herda, portanto, por</p><p>representação, ocupando a sua posição. Não depende da renúncia de Alan.</p><p>Item D: Correta. O crime contra a honra é causa de indignidade (</p><p>Art. 1.814, II, CC), mas deve ser declarado por sentença (</p><p>Art. 1.815, CC). O fato de Alan ter discutido duramente com a mãe, por si só, não é suficiente para</p><p>implicar exclusão da sucessão.</p><p>Item E: Errada. O ato de Juliana é uma renúncia translativa, ou seja, uma cessão de direitos</p><p>hereditários, feita em favor de Ingrid. Portanto, atrai a incidência de ITBI ou ITCMD, conforme o</p><p>caso.</p><p>Questão 8.</p><p>Jurema, ao conduzir o seu veículo por uma estrada de mão dupla, é surpreendida com um carro</p><p>na contramão e em alta velocidade dirigido por Maurício. Para se esquivar de uma possível colisão,</p><p>Jurema realiza manobra vindo a atropelar Bento, que estava na calçada e sofreu um corte no rosto,</p><p>Página 23 de 1520</p><p>o que o impediu de realizar um ensaio fotográfico como modelo profissional. Considerando a</p><p>situação hipotética, é correto afirmar que Jurema:</p><p>a) praticou ato ilícito e deverá indenizar Bento;</p><p>b) agiu em estado de necessidade e não deverá indenizar Bento, pois o ato é lícito;</p><p>c) agiu em estado de necessidade e deverá indenizar Bento, apesar do ato ser lícito;</p><p>d) e Maurício devem indenizar Bento, pois praticaram atos ilícitos;</p><p>e) praticou ato ilícito e deve indenizar Bento, mas não poderá ingressar com ação de regresso em</p><p>face de Maurício.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Item A: Errada. Jurema não praticou ato ilícito, tendo em vista a ocorrência do estado de</p><p>necessidade. “CP:</p><p>Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual,</p><p>que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,</p><p>cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.”</p><p>Item B: Errada. O estado de necessidade afasta a ilicitude do ato, mas não o dever de indenizar (</p><p>Art. 929, CC).</p><p>Item C: Correta. O estado de necessidade afasta a ilicitude do ato, mas não o dever de indenizar</p><p>(</p><p>Art. 929, CC).</p><p>Item D: Errada. O ato de Jurema não é considerado ilícito.</p><p>Item E: Errada. Ela praticou ato lícito, deve indenizar, mas terá direito de regresso.</p><p>Questão 9.</p><p>Página 24 de 1520</p><p>Adalberto está sendo acusado de, ao conduzir seu veículo embriagado, ter atropelado e causado</p><p>danos a Lucélia. Ele está sendo acionado na esfera criminal por conta das lesões que teria causado</p><p>a ela.</p><p>Sobre sua obrigação de indenizá-la na esfera cível pelos danos sofridos, é correto afirmar que:</p><p>a) ainda que condenado na esfera criminal, a quantificação do dever de indenizar depende de</p><p>procedimento cível, tendo em vista a diversidade de requisitos entre o ilícito penal e o civil;</p><p>b) a absolvição no âmbito penal impede que ele seja condenado no âmbito cível, se a sentença</p><p>for fundada na inexistência do fato ou da autoria;</p><p>c) a sentença penal absolutória fundada em excludente de ilicitude vincula o juízo cível,</p><p>inviabilizando qualquer pretensão da vítima à indenização em face dele;</p><p>d) absolvido na seara criminal por falta de provas do fato, da culpa ou da autoria, fica Adalberto</p><p>liberado de responsabilidade civil;</p><p>e) a sentença penal absolutória fundada em atipicidade do fato afasta a obrigação de indenizar na</p><p>esfera cível, inviabilizando a investigação sobre ato ilícito nessa seara.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: B</p><p>Item A: Errada. Em âmbito penal, o juiz deve desde logo estabelecer o valor mínimo da</p><p>indenização</p><p>Art. 387, IV, do Código de Processo Penal).</p><p>Item B: Correta. Trata-se da manifestação criminal peremptória (categórica).</p><p>Item C: Errada. O estado de necessidade e a legítima defesa, que tornam o ato lícito, nem sempre</p><p>afastam o dever de indenizar. Ver, no ponto, os arts. 929 e 930 do CC.</p><p>Item D: Errada. A absolvição criminal dubitativa não vincula o juízo cível.</p><p>Item E: Errada. O reconhecimento da atipicidade não afasta a ponderação sobre a ilicitude civil</p><p>Questão 10.</p><p>Página 25 de 1520</p><p>O Banco BPF S/A ajuizou execução por título extrajudicial em face de João Pedro para satisfação</p><p>de sua dívida. No momento da penhora de um automóvel que cobriria o valor devido, o executado</p><p>informou que este fora vendido para seu filho, Bernardo. O automóvel se encontra efetivamente</p><p>na posse de Bernardo, que dele vem se utilizando, e a transferência da propriedade foi registrada</p><p>administrativamente junto ao Detran.</p><p>No entanto, o executado não obteve êxito em comprovar o valor supostamente pago pela venda</p><p>do carro, ficando claro que o negócio jurídico efetivamente celebrado fora uma doação.</p><p>Diante disso, deve ser reconhecida a:</p><p>a) nulidade do contrato de compra e venda do carro por simulação relativa objetiva;</p><p>b) anulabilidade do contrato de compra e venda do carro por simulação absoluta;</p><p>c) inexistência do contrato de compra e venda do carro por simulação relativa subjetiva;</p><p>d) nulidade do contrato de compra e venda do carro por simulação absoluta;</p><p>e) anulabilidade do contrato de compra e venda do carro por simulação relativa objetiva.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: A</p><p>Item A: Correta. Existe simulação objetiva da compra e venda, pois a falsidade recaiu sobre o</p><p>objeto ou o tipo contratual.</p><p>Item B: Errada. O caso é de nulidade absoluta e não anulabilidade (ou nulidade relativa). Além</p><p>disso, a simulação é relativa, pois subsiste a doação.</p><p>Item C: Errada. O caso é de nulidade e não de inexistência. Estamos no plano da validade do</p><p>negócio jurídico, não no plano da existência ou da eficácia.</p><p>Item D: Errada. O caso é de simulação relativa, pois há dois negócios, um falso (a compra e venda)</p><p>e um verdadeiro (a doação), ou seja, os efeitos pretendidos pelas partes no caso são diversos dos</p><p>declarados. O caso também é chamado de de dissimulação.</p><p>Item E: Errada. O caso é de nulidade e não anulabilidade.</p><p>Questão 11.</p><p>Página 26 de 1520</p><p>Roberval tornou-se síndico do condomínio do edifício Castanheira. Buscando valorizar o imóvel e</p><p>remediar alguns problemas inconvenientes do edifício, ele precisa realizar certas obras. Quanto a</p><p>elas, é correto afirmar que:</p><p>a) as obras necessárias e urgentes que importem em despesas excessivas podem ser realizadas</p><p>imediatamente pelo síndico, dispensada comunicação à assembleia;</p><p>b) as obras que importarem em despesas excessivas dependem de aprovação em assembleia</p><p>especial, cuja convocação compete exclusivamente ao síndico;</p><p>c) o condômino que realizar obras não necessárias, mas de interesse comum, será reembolsado</p><p>das despesas que efetuar;</p><p>d) a realização de obras voluptuárias dependerá de autorização prévia da assembleia, mediante</p><p>aprovação da maioria dos condôminos;</p><p>e) não são permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por</p><p>qualquer dos condôminos, das partes próprias ou comuns.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito:</p><p>E</p><p>Item A: Errada. “</p><p>Art. 1.341. (...) §2. Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em despesas</p><p>excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas</p><p>dará ciência à assembleia, que deverá ser convocada imediatamente.”</p><p>Item B: Errada.</p><p>Art. 1.341. (...) §3. Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em</p><p>despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembleia,</p><p>especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por</p><p>qualquer dos condôminos.”</p><p>Item C: Errada. “</p><p>Art. 1.341. (...) §4. O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado das</p><p>despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra</p><p>natureza, embora de interesse comum.”</p><p>Item D: Errada. “</p><p>Página 27 de 1520</p><p>Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois</p><p>terços dos condôminos;”</p><p>Item E: Correta. “</p><p>Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes</p><p>facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos</p><p>condôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a</p><p>utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns.”</p><p>Questão 12.</p><p>Marcelo firmou com Reinaldo contrato de locação de imóvel urbano para fins residenciais pelo</p><p>prazo de dois anos. Na condição de locador, Marcelo poderá reaver o imóvel antes do término do</p><p>prazo:</p><p>a) se o pedir para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de</p><p>ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de</p><p>imóvel residencial próprio;</p><p>b) em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário</p><p>estava relacionada com o seu emprego;</p><p>c) se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas</p><p>pelo poder público, que aumentem a área construída em, no mínimo, 20%;</p><p>d) por mútuo acordo, em decorrência da prática de infração legal ou contratual, ou ainda em</p><p>decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;</p><p>e) para a realização de reparações urgentes determinadas pelo poder público, ainda que possam</p><p>ser executadas com a permanência do locatário no imóvel.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Item A: Errada. Antes do decurso do prazo contratual, o imóvel só pode ser retomado nas</p><p>hipóteses do</p><p>Art. 9, da Lei 8.245/1991. O caso narrado é de denúncia cheia, antes do prazo de 30 meses (Art.</p><p>47, III, da Lei 8.245/1991).</p><p>Página 28 de 1520</p><p>Item B: Errada. O caso narrado é de denúncia cheia, antes do prazo de 30 meses (Art. 47, I, da Lei</p><p>8.245/1991)..Item C: Errada. O caso narrado é de denúncia cheia, antes do prazo de 30 meses</p><p>(Art. 47, IV, da Lei 8.245/1991).</p><p>Item D: Correta. Trata-se da hipótese de distrato ou de inadimplemento contratual, ambas aptas</p><p>a desfazerem o vínculo contratual (Art. 9, I e II, da Lei 8.245/1991).</p><p>Item E: Errada. O Art. 9, IV, da Lei 8.245/1991 menciona obras que NÃO possam ser normalmente</p><p>executadas com a presença do inquilino.</p><p>Questão 13.</p><p>A empresa XYWZ, com sede no Estado do Amapá, há alguns anos enfrentava dificuldades</p><p>financeiras e passou a não realizar o pagamento de dívidas que já acumulavam um passivo maior</p><p>do que o seu ativo. Com a pandemia, a situação se agravou ainda mais e a empresa encerrou suas</p><p>atividades às pressas, sem comunicar aos órgãos competentes. Diante da inadimplência da</p><p>empresa, seus credores, incluindo o fisco, entraram em juízo e solicitaram a desconsideração da</p><p>personalidade jurídica.</p><p>Atento à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o magistrado deve considerar, no caso,</p><p>que:</p><p>a) para a desconsideração da personalidade jurídica basta a caracterização do estado de</p><p>insolvência da empresa;</p><p>b) caso a empresa participasse de grupo econômico, haveria a desconsideração da personalidade</p><p>jurídica;</p><p>c) a dissolução irregular é suficiente, por si só, para o implemento da desconsideração da</p><p>personalidade jurídica, com base no</p><p>Art. 50 do Código Civil;</p><p>d) presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,</p><p>sem comunicação aos órgãos competentes;</p><p>e) tratando-se de regra que importa na ampliação do princípio da autonomia patrimonial da</p><p>pessoa jurídica, a interpretação que melhor se coaduna com o</p><p>Art. 50 do Código Civil é a de que, diante do encerramento irregular das atividades, a pessoa</p><p>jurídica tenha sido instrumento para fins fraudulentos.</p><p>Página 29 de 1520</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Item A: Errada. O Código Civil adota a teoria maior da desconsideração.</p><p>Item B: Errada. “</p><p>Art. 50. (...) §4. A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata</p><p>o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.”</p><p>Item C: Errada. O encerramento das atividades às pressas, sem prévia comunicação, por si só, não</p><p>é hipótese de desconsideração da personalidade, nos termos do</p><p>Art. 50 do Código Civil.</p><p>Item D: Correta. Súmula 435 do STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar</p><p>de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o</p><p>redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.”</p><p>Item E: Errada. O</p><p>Art. 50 do Código Civil não é regra que importa ampliação da autonomia patrimonial, mas</p><p>limitação.</p><p>Questão 14.</p><p>Pedro (comodante) celebrou contrato de comodato com Maria (comodatária), tendo por objeto</p><p>um imóvel de sua propriedade para que ela residisse com sua família pelo prazo de 12 meses.</p><p>Findo esse prazo, Maria permaneceu no imóvel alegando não ter condições de realizar a sua</p><p>mudança, que somente veio a se concretizar 6 meses depois.</p><p>Considerando o caso hipotético, é correto afirmar que:</p><p>a) a negativa de Maria de sair do imóvel não gera automaticamente a mora ex re e depende de</p><p>interpelação judicial ou extrajudicial por Pedro;</p><p>b) a justificativa apresentada por Maria para permanecer no imóvel após o termo final do contrato</p><p>de comodato descaracteriza a posse injusta e o esbulho possessório;</p><p>Página 30 de 1520</p><p>c) Maria deverá pagar aluguel a Pedro após o termo final do contrato de comodato pelo prazo de</p><p>6 meses;</p><p>d) o contrato de comodato passou a vigorar por prazo indeterminado, já que Pedro não realizou</p><p>a interpelação judicial ou extrajudicial de Maria;</p><p>e) após o termo final do contrato de comodato, como Maria permaneceu no imóvel, o contrato</p><p>será considerado de locação e Pedro deverá ingressar com ação de despejo.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>Item A: Errada. “</p><p>Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno</p><p>direito em mora o devedor. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante</p><p>interpelação judicial ou extrajudicial.”</p><p>Item B: Errada. “</p><p>Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.” Injusta é a que for</p><p>adquirida de forma contrária à lei. É precária a posse em que o possuidor inverte unilateralmente</p><p>o título da posse. Nesses casos, a pessoa recebe de forma lícita a posse direta de determinado</p><p>bem, com o dever de restituí-lo. Porém, deixa de cumprir a obrigação de devolver a coisa,</p><p>apropriando-se dela indevidamente.</p><p>Item C: Correta. “</p><p>Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada,</p><p>não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder</p><p>por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até</p><p>restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.”</p><p>Item D: Errada. É da essência do comodato a temporariedade. O simples encerramento do prazo,</p><p>não implica automática prorrogação por prazo indeterminado.</p><p>A interpelação é requisito para a</p><p>fixação do aluguel-pena.</p><p>Item E: Errada. O encerramento do prazo contratual não implica mudança da natureza jurídica do</p><p>contrato, ainda que estabelecido aluguel-pena.</p><p>Página 31 de 1520</p><p>Questão 15.</p><p>Renato, professor universitário, adquiriu um automóvel usado de seu vizinho, Adalberto, corretor</p><p>de imóveis. Este lhe concedeu dois meses de garantia, iniciada a partir da entrega do bem.</p><p>Entretanto, três dias depois de expirada a garantia, o veículo pifou na estrada, exigindo de Renato</p><p>gastos com reboque e conserto.</p><p>Diante disso, é correto afirmar que:</p><p>a) Renato nada mais pode pretender em face de Adalberto, pois, tendo em vista a natureza da</p><p>relação, a garantia contratual afasta a garantia legal;</p><p>b) para pretender a resolução do contrato ou o abatimento do preço, Renato deve provar que o</p><p>defeito era preexistente ao término do prazo de garantia;</p><p>c) ante a possibilidade de conserto do bem, não pode Renato resolver o contrato por falta do</p><p>requisito da gravidade do vício, mas pode pleitear abatimento no preço pago;</p><p>d) Renato somente pode pretender indenização dos gastos com reboque e conserto se comprovar</p><p>que Adalberto agiu de má-fé, pois já sabia do defeito do veículo;</p><p>e) Renato pode optar entre a substituição por outro automóvel, a restituição do preço pago,</p><p>atualizado monetariamente, ou seu abatimento proporcional.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>Item A: Errada. O prazo de garantia legal não corre na constância da cláusula de garantia.</p><p>Item B: Errada. O vício deve ser contemporâneo ou anterior à alienação. Ele não tem que preexistir</p><p>ao término do prazo de garantia. Se ele surgir depois da celebração do contrato, mas durante a</p><p>garantia, o adquirente não terá direito à redibição do contrato ou ao abatimento do preço.</p><p>Item C: Errada. O conserto do bem não é o fundamental para o deslinde do problema. Relevante</p><p>para a caracterização do vício oculto é que o defeito seja grave. O vício é grave quando</p><p>compromete a utilização ou deprecia de forma significativa a coisa.</p><p>Item D: Correta. O vício redibitório não depende de dolo ou culpa do alienante, ele é objetivo.</p><p>Havendo dolo ou culpa, o alienante responde, ainda, por perdas e danos. “</p><p>Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas</p><p>e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do</p><p>Página 32 de 1520</p><p>contrato.”Item E: Errada. Não existe a opção de pedir a substituição do automóvel, pois não</p><p>estamos diante do direito do consumidor. O que o adquirente pode é pedir o desfazimento do</p><p>contrato ou o abatimento proporcional do preço (</p><p>Art. 442).</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>Questão 16. No curso do procedimento, o réu reconheceu a procedência do pedido de</p><p>ressarcimento do dano material, que foi julgado procedente por meio de uma decisão</p><p>interlocutória, que não foi objeto de recurso. Todavia, contestou o pedido de reparação de dano</p><p>moral, uma vez que entendeu ser este inexistente. Após o regular prosseguimento do feito,</p><p>sobreveio sentença, em que foi julgado procedente in totum o pedido de reparação do dano</p><p>moral.</p><p>Nesse cenário, pretendendo o réu recorrer dessa sentença, é correto afirmar que:</p><p>a) cabe apelação para rediscutir integralmente a lide, uma vez que a decisão interlocutória</p><p>proferida no curso do processo não é coberta pela preclusão;</p><p>b) cabe agravo de instrumento quanto à condenação em dano material e apelação quanto ao</p><p>pedido de dano moral, que devem ser interpostos simultaneamente;</p><p>c) há coisa julgada em relação ao pedido de ressarcimento de dano material, cabendo apenas</p><p>apelação quanto à condenação em dano moral;</p><p>d) o julgador incidiu em error in procedendo, uma vez que as questões de mérito devem ser</p><p>decididas simultaneamente na sentença, que deve ser única;</p><p>e) cabe agravo de instrumento quanto às duas manifestações judiciais, uma vez que este é a</p><p>espécie recursal das decisões que versarem sobre o mérito do processo.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: C</p><p>A resposta correta é a letra C, conforme dispõe o</p><p>Art.356 do CPC:</p><p>Página 33 de 1520</p><p>Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou</p><p>parcela deles:</p><p>I - mostrar-se incontroverso;</p><p>II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do</p><p>Art. 355 .§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou</p><p>parcela deles:</p><p>I - mostrar-se incontroverso;</p><p>II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do</p><p>Art. 355 .§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.</p><p>Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a</p><p>decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e</p><p>devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final,</p><p>ou nas contrarrazões.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou</p><p>parcela deles:</p><p>I - mostrar-se incontroverso;</p><p>II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do</p><p>Art. 355 .</p><p>§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.</p><p>Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.</p><p>§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar</p><p>agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de</p><p>apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.</p><p>Página 34 de 1520</p><p>Enunciado 125, II Jornada CJF: A decisão parcial de mérito não pode ser modificada senão em</p><p>decorrência do recurso que a impugna.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou</p><p>parcela deles:</p><p>I - mostrar-se incontroverso;</p><p>II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do</p><p>Art. 355 .§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.</p><p>Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.</p><p>§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar</p><p>agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de</p><p>apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.</p><p>Enunciado 125, II Jornada CJF: A decisão parcial de mérito não pode ser modificada senão em</p><p>decorrência do recurso que a impugna.</p><p>A alternativa E está incorreta.</p><p>Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou</p><p>parcela deles:</p><p>I - mostrar-se incontroverso;</p><p>II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do</p><p>Art. 355 .</p><p>§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.</p><p>Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.</p><p>§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar</p><p>agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de</p><p>apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.</p><p>Página 35 de 1520</p><p>Enunciado 125, II Jornada CJF: A decisão parcial de mérito não pode ser modificada senão em</p><p>decorrência do recurso que a impugna.</p><p>Questão 17. Intentada determinada demanda, o réu, no curso da fase de instrução probatória,</p><p>percebeu que os elementos carreados aos autos não respaldavam os seus argumentos defensivos</p><p>e, também, que realmente assistia ao autor o direito afirmado na petição inicial.</p><p>No intuito de evitar a prolação de uma sentença de mérito em seu desfavor, o demandado</p><p>revogou o mandato outorgado ao seu único advogado.</p><p>Percebendo o vício de representação</p><p>processual, o juiz da causa determinou a intimação do réu</p><p>para que o sanasse, sem que, todavia, este tivesse adotado qualquer providência.</p><p>Nesse cenário, deve o juiz:</p><p>a) decretar a revelia do réu e determinar a abertura de vista dos autos ao curador especial para</p><p>desempenhar a sua defesa;</p><p>b) determinar a suspensão do processo, até que o vício de representação do réu seja regularizado;</p><p>c) julgar extinto o feito, sem resolução do mérito, por ausência de pressuposto processual de</p><p>validade;</p><p>d) proferir sentença de mérito, acolhendo o pedido formulado pelo autor;</p><p>e) ordenar a expedição de ofício à OAB, solicitando a disponibilização de advogado para exercer</p><p>a defesa do réu.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: D</p><p>A resposta correta é a letra D.</p><p>Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz</p><p>suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.</p><p>§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:</p><p>II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;</p><p>Página 36 de 1520</p><p>Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,</p><p>quando:II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no</p><p>Art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do</p><p>Art. 349 .A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:</p><p>I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele,</p><p>enquanto durar a incapacidade;</p><p>II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for</p><p>constituído advogado.</p><p>Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz</p><p>suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz</p><p>suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.§ 1º Descumprida</p><p>a determinação, caso o processo esteja na instância originária:</p><p>II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;</p><p>Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,</p><p>quando:</p><p>II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no</p><p>Art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do</p><p>Art. 349 .A alternativa E está incorreta. Não há essa previsão no CPC.</p><p>Questão 18. Intentou-se demanda em face de incapaz, na qual a parte autora deduziu pretensão</p><p>de cobrança de uma obrigação contratual. Validamente citado, o réu ofertou contestação,</p><p>Página 37 de 1520</p><p>suscitando, entre outras matérias defensivas, a prescrição do direito de crédito. Atuando no feito</p><p>como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público lançou a sua promoção final, opinando pelo</p><p>reconhecimento da prescrição. Ao proferir a sentença, o juiz da causa, sem atentar para a arguição</p><p>da prescrição na peça contestatória, tampouco para a opinativa ministerial, julgou procedente o</p><p>pleito do autor.</p><p>Tomando ciência do ato decisório, o órgão ministerial, sete dias depois de sua intimação pessoal,</p><p>interpôs embargos de declaração, nos quais, alegando que o órgão julgador havia se omitido</p><p>quanto ao tema, requereu a apreciação e o consequente reconhecimento do fenômeno</p><p>prescricional.</p><p>Ao tomar contato com os embargos declaratórios do Ministério Público, deve o juiz:</p><p>a) deixar de recebê-los, em razão da falta de legitimidade do recorrente;</p><p>b) deixar de recebê-los, em razão da intempestividade da peça recursal;</p><p>c) determinar a remessa dos autos ao órgão de segunda instância;</p><p>d) recebê-los e acolher de imediato a pretensão recursal, para reconhecer a prescrição e rejeitar</p><p>o pedido do autor;</p><p>e) recebê-los e determinar a intimação da parte autora para apresentar, caso queira, a sua resposta</p><p>ao recurso.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A alternativa E é a correta.</p><p>Art. 1.023, § 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da</p><p>decisão embargada.</p><p>A alternativa A está incorreta.</p><p>Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:</p><p>I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;</p><p>II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.</p><p>Página 38 de 1520</p><p>A alternativa B está incorreta.</p><p>Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá</p><p>início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do</p><p>Art. 183, § 1o.§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de</p><p>parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.</p><p>§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma</p><p>expressa, prazo próprio para o Ministério Público.</p><p>Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,</p><p>com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.</p><p>A alternativa C está incorreta.</p><p>Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,</p><p>com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.</p><p>A alternativa D está incorreta.</p><p>Art. 1023, § 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da</p><p>decisão embargada.</p><p>Questão 19. Publicada sentença em que houve sucumbência recíproca, pois os pedidos de</p><p>ressarcimento de dano material e reparação pelo dano moral foram parcialmente concedidos,</p><p>ambas as partes apelaram de forma independente. O recurso da parte autora pretendia apenas a</p><p>majoração da condenação fixada pelo juiz pelo dano material. Todavia, após ser surpreendido</p><p>com o recurso da parte ré, que pretendia unicamente a redução da condenação fixada pelo dano</p><p>moral, o autor interpõe, no prazo das contrarrazões, apelação pela via adesiva, buscando agora a</p><p>integralidade também da verba pretendida a título de dano moral, que não fora objeto do recurso</p><p>anterior.</p><p>Nesse cenário, esse recurso adesivo:</p><p>a) deve ser admitido, pois a apelação interposta pela via independente foi parcial, não abrangendo</p><p>a parte da sentença que se referia ao dano moral;</p><p>b) não deve ser admitido, pois o recurso interposto pela via adesiva demandaria o prévio</p><p>consentimento da parte contrária;</p><p>Página 39 de 1520</p><p>c) deve ser admitido, uma vez que o autor foi intimado da apelação do réu após já ter interposto</p><p>sua apelação pela via independente;</p><p>d) não deve ser admitido, por não ser cabível em sede de recurso de apelação;</p><p>e) não deve ser admitido, pois houve preclusão consumativa, uma vez que o recurso adesivo não</p><p>serve para complementação de recurso já interposto.</p><p>Comentário</p><p>Gabarito: E</p><p>A alternativa E é a correta. Não é possível que uma parte recorra de algum capítulo da decisão e,</p><p>diante de um recurso total da parte contrária, interponha recurso adesivo para complementar o</p><p>seu recurso principal. No caso, houve preclusão consumativa. O adesivo é para aquele que</p><p>demonstrou o seu interesse em não recorrer.</p><p>Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das</p><p>exigências legais.§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles</p><p>poderá aderir o outro.§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-</p><p>lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no</p><p>tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o</p>

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