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<p>Cunicultura</p><p>Tópicos de Cunicultura</p><p>• Origem geográfica – Espanha / Asia</p><p>• Origem zoológica – Coelho selvagem, cor amarronzada, peso 2 kg</p><p>• Histórico: Brasil 1960 - Produção de neonatos, 1970 - outras produções.</p><p>Classificação zoológica</p><p>• Reino : Animalia</p><p>• Filo: Chordata</p><p>• Classe: Mamalia</p><p>• Ordem: Lagomorpha (4 incisivos superiores entre outras</p><p>características)</p><p>• Família: Leporidae</p><p>• Gênero: Oryctolagus</p><p>• Espécie: Oryctolagus cuniculus</p><p>Características próprias dos coelhos</p><p>1. Hábitos noturnos (ritmo nictameral) – atividade no período noturno e</p><p>madrugada, algumas mantidas mesmo em domesticidade, tais como</p><p>cecotrofagia, partos.</p><p>2. Ovulação induzida – os óvulos maturos só são liberados do ovário (ovulação) se</p><p>houver o estímulo da monta, caso não ocorra o estímulo ele são lisados no</p><p>próprio ovário.</p><p>3. Cecotrofia ou cecotrofagia – ingestão de cecotrófos produzidos no ceco por</p><p>digestão microbiana, é característica própria de lagomorfos e alguns roedores</p><p>silvestres (ex: capivara), se for interrompida o animal pode ter problemas de</p><p>deficiência nutricional.</p><p>Composição das fezes duras e cecotrofos</p><p>(valores médios e faixa de variação)</p><p>Componentes Fezes duras Cecotrofos</p><p>Matéria seca (g/kg) 603 (464-671) 349 (276-427)</p><p>Proteína bruta (g/kg de MS) 126 (54-189) 289 (218-427)</p><p>Fibra bruta (g/kg de MS) 322 (194-428) 184 (131-276)</p><p>Cinzas (g/kg MS) 90(77-167) 125 (95-168)</p><p>Na+ (mmol/kg MS) 45 120</p><p>K+ (mmol/kg MS) 95 280</p><p>PO2-</p><p>4(g/kg de MS 10 110</p><p>Ácido nicotínico (µg/g) 39,70 139,10</p><p>Riboflavina (µg/g) 9,40 30,20</p><p>Ácido pantotênico (µg/g) 8,40 51,60</p><p>Vitamina B12 (µg/g) 0,90 2,90</p><p>Adaptado de SANTOMÁ et al.(1989) in FERREIRA et al. (2011.net)</p><p>Alguns dados fisiológicos do coelho adulto</p><p>Temperatura corporal 0C 38,5-40</p><p>Respirações/minuto 30-60</p><p>Pulsação/minuto 135-325</p><p>Adaptado Guia de La Cunicultura 2007</p><p>Composição diferencial entre carnes de</p><p>diferentes espécies</p><p>Componentes Cordeiro Suíno Frango Coelho</p><p>Água % 52 42 64 65</p><p>Proteína % 15 15 16 21,50</p><p>Gordura % 23 32 11 4,50</p><p>Ácidos graxos saturados% 13 13 4 1,50</p><p>Ácidos g. monoinsaturados% 9 17 4 1,50</p><p>Ácidos g. polinsaturados % 1 4 3 1,50</p><p>Kcal/100g de carne 267 366 163 128</p><p>Adaptado do Guia de La Cunicultura 2007</p><p>Exterior ou exognósia</p><p>Transporte dos animais</p><p>Principais Raças Utilizadas e Suas</p><p>Finalidades</p><p>• As raças podem ser classificadas quanto ao tamanho ou peso, quanto à aptidão e</p><p>quanto ao seu objetivo.</p><p>• Quanto ao tamanho ou peso, elas se dividem em raças gigantes, raças médias,</p><p>raças pequenas e raças anãs. Essa classificação é a mais usada, embora haja outras</p><p>(aptidão e objetivo).</p><p>Raças Gigantes</p><p>• Seu peso adulto é de, no mínimo, 5 quilos, podendo ultrapassar os 10 quilos.</p><p>Normalmente, as raças desse grupo apresentam boa velocidade de crescimento,</p><p>atingindo o peso para o abate.</p><p>• Entretanto, devido ao seu elevado peso adulto, as fêmeas reprodutoras são mais</p><p>tardias, quando comparadas aos outros grupos. As raças gigantes não são muito</p><p>prolíferas.</p><p>• Como exemplos dessas raças temos:</p><p>a) Gigante de Flandres – de origem belga, seu tamanho e peso foram obtidos</p><p>depois de longa e constante seleção, aliada à consanguinidade e à superalimentação.</p><p>É a raça de maior porte e chega a ultrapassar os 10 quilos de peso. Apresenta</p><p>variedades de cores como a parda, a cinza, a negra, sendo a branca a mais comum.</p><p>Produz carne de boa qualidade e abundante porém inferior à de raças médias.</p><p>b) Gigante de Bouscat – de origem francesa, foi obtido por meio de cruzamentos</p><p>entre as raças Gigante de Flandres, Prateado de Champagne e Angorá. Seu peso</p><p>mínimo é de 5 quilos, possui boa musculatura. De cor branca, suas orelhas chegam a</p><p>atingir de 15 a 18 cm de comprimento. Só as fêmeas possuem papada, que é uma</p><p>prega localizada no pescoço.</p><p>c) Gigante de Espanha – a sua origem é a cidade espanhola de Valença. É produto</p><p>da raça Gigante de Flandres com tipos selecionados de coelhos espanhóis. É rústica,</p><p>precoce e prolífica (8 a 12 láparos). A carne é de boa qualidade e abundante, dando</p><p>bom rendimento. Existem duas variedades: a branca e a leonada.</p><p>Raças Médias</p><p>• Seu peso varia entre 3,5 e 5 quilos. É o mais importante de todos os grupos, pois é</p><p>onde estão as raças mais precoces, rústicas, resistentes e produtoras, conhecidas,</p><p>por isso mesmo, como raças industriais ou econômicas.</p><p>• Como exemplos dessa raça:</p><p>a) Nova Zelândia (variedades: branco, vermelho e preto) – de origem americana, é</p><p>atualmente a raça pura mais criada no país e no mundo. O seu peso máximo oscila</p><p>entre 4,5 quilos para fêmeas e 5 quilos para machos, sendo as fêmeas muito</p><p>prolíferas e boas criadoras. Raça mista para produção de pele, sendo considerada</p><p>uma das melhores raças produtoras de carnes. Os animais são precoces, chegando a</p><p>pesar 1,8 a 2 kg em 8 a 10 semanas.</p><p>b) Califórnia – também de origem americana, resultou do cruzamento entre as raças</p><p>Chinchila, Russa e Nova Zelândia Branco. Foi formada na Califórnia, com o intuito</p><p>de produzir carne. Os animais dessa raça têm pouca gordura, são volumosos e</p><p>apresentam boa distribuição da massa muscular. Sua cor deve ser branca-gelo, com</p><p>marcas escuras nas extremidades (focinho, patas, cauda e orelhas). Seu peso ideal</p><p>fica entre 4 quilos para macho e 4,5 quilos para fêmeas.</p><p>c) Chinchila – com origem na Alemanha, essa raça possui o mesmo nome de um</p><p>pequeno roedor o Chinchila lanigera, que vive nos Andes, na América do Sul, e não</p><p>é mais encontrada em estado selvagem, sendo criada em cativeiro. Foi a que melhor</p><p>se adaptou ao Brasil, sendo considerada uma das melhores, por sua resistência</p><p>física, precocidade e prolificidade. Há duas variedades de Chinchila: a grande e a</p><p>pequena. Sua cor apresenta um tom cinzento-azulado, com um salpicado de preto</p><p>nas costas e na parte traseira. A pele é de tamanho médio com bom</p><p>desenvolvimento. Os olhos são marrons-escuros. Os filhotes já mostram, ao nascer,</p><p>uma cor escura, quase preta e a barriga clara.</p><p>d) Borboleta Inglês – os coelhos dessa raça, de origem inglesa, apresentam boa</p><p>conformação do corpo, membros com massas musculares firmes e um esqueleto</p><p>fino, o que permite maior rendimento de carne. Os olhos com a cor da íris</p><p>acompanhando a cor das marcas ou pintas, que podem ser pretas, azuis, alaranjadas</p><p>ou marrons, bem definidas sobre o fundo branco. Os animais dessa raça são</p><p>chamados assim por possuírem, do alto do focinho até a boca, uma pinta que lembra</p><p>uma borboleta de asas abertas. O corpo apresenta o fundo branco, com uma risca</p><p>preta no dorso e algumas pintas espalhadas no corpo. Os animais não ultrapassam 3</p><p>kg de peso.</p><p>e) Borboleta Francês – o padrão de pelagem é o mesmo do borboleta inglês. É um</p><p>animal rústico, precoce, de fácil engorda. É bom produtor de carne de boa qualidade</p><p>e atinge de 5 a 6 kg quando adulto.</p><p>f) Prateado de Champagne – é de origem desconhecida, rústico, precoce, fácil de</p><p>criar. Sua carne é de ótima qualidade e a pele serve para fazer muitas imitações. Não</p><p>devem ser muito claros pois perdem bastante valor.</p><p>g) Leonardo de Borgonha – animal de bom tamanho, rústico, precoce, resistente,</p><p>que produz carne abundante e de boa qualidade. A pele possui pêlos densos, não se</p><p>mancha durante a muda e imita a raposa vermelha.</p><p>h) Angorá – pode ser admitido como produtor de carne e mesmo de pele mas sua</p><p>principal aptidão é a produção de lã. A carne é de boa qualidade (animais jovens) e</p><p>são rústicos, fáceis de criar. As fêmeas são boas criadeiras (5, 6 até 10 láparos). As</p><p>gaiolas devem ser secas, limpas e bem confortáveis para garantir a qualidade da lã.</p><p>Variedades Branca, Negra, Cinza, Azul e Havana.</p><p>Raças Pequenas</p><p>• Os coelhos dessas raças alcançam de 1,5 a 3,5 quilos de peso, são de baixo</p><p>rendimento, de pequeno tamanho, e, assim, não interessam às criações para</p><p>produção de carne, são criados como animais de companhia (pet) assim como os</p><p>de raças anãs.</p><p>• Nesse grupo se destacam as raças: Negro e Fogo e o Castor Rex, que produzem</p><p>excelente pele e até uma boa quantidade de carne. As fêmeas são excelentes</p><p>criadeiras, sendo usadas em</p><p>cruzamentos com outras raças, para melhorar a</p><p>habilidade materna.</p><p>• Como exemplos dessa raça:</p><p>a) Castor Rex – O termo rex em cunicultura indica o animal de pêlo curto. Produz</p><p>carne de boa qualidade. São animais rústicos e precoces, cujas fêmeas são prolíficas</p><p>e boas criadeiras (5, 7 até 10 láparos). Atingem 3 a 4 kg. Os rex de outras cores são</p><p>resultantes de cruzamentos com raças de pelagem comum. Seu pêlo é curto, o que</p><p>confere um aspecto aveludado e acetinado à pele, sendo muito valorizado para</p><p>venda.</p><p>b) Negro e Fogo – de tamanho pequeno, sendo muito bonitos devido à sua pelagem.</p><p>É uma raça fantasia ou esportiva, cuja carne é de ótima qualidade. A pele é de</p><p>grande valor devido ao brilho muito intenso. É precoce e rústico e as fêmeas são</p><p>boas criadeiras (5 a 6 láparos). A pelagem é de duas cores, sendo uma negra</p><p>aveludada muito intensa e a outra cor de fogo com tonalidade vermelho-cobre, pura</p><p>e sem mistura alguma de outras cores. Pode apresentar variedades (Azul e Fogo,</p><p>Havana e Fogo, e Prateado e Fogo).</p><p>c) Holandês – pequeno, bonito, de coloração agradável e cores bem definidas, é um</p><p>animal rústico, precoce. As fêmeas são prolíficas e boas criadeiras (7 a 10 láparos).</p><p>É considerada raça fantasia ou esportiva, que atinge peso de 2 a 2,5 kg. O focinho,</p><p>frente, pescoço, parte do lombo, peito, patas dianteiras e extremidades traseiras são</p><p>brancos-puros, enquanto o resto do corpo pode ser preto, azul, amarelo, cinza,</p><p>havana, existindo diversas variedades que recebem o nome de acordo com a</p><p>tonalidade dessas manchas.</p><p>Raças Anãs</p><p>Os animais atingem peso inferior a 1,5 quilos e são criados como hobby, devido à</p><p>sua baixa produção e rendimento.</p><p>Como exemplos dessa raça:</p><p>a) Polonês ou Arminho - menor de todas as raças de coelhos, sendo a mais bonita</p><p>entre as raças brancas, imitando perfeitamente a pele do arminho, um pequeno</p><p>animal cuja pele é muito valorizada para comercialização. A carne é de ótima</p><p>qualidade, mas produzida em pequena quantidade. O peso é de aproximadamente</p><p>1,5 kg. É um animal delicado, sentindo bastante altas temperaturas e frio intenso. As</p><p>fêmeas são prolíferas e boas criadeiras.</p><p>b) Mini - Angorá: São animais de rara beleza e tiveram sua origem a partir do</p><p>English e French angorás, conservam características de pelagem e conformação</p><p>corporal destas raças, porém em tamanhos reduzidos.</p><p>c) Mini - Lion: São coelhos extremamente dóceis, amigáveis e inteligentes. Seu</p><p>peso médio varia em torno de 1,2 a 1,6 quilos. As fêmeas geram por parto uma</p><p>média de 6 láparos.</p><p>d) Mini – Belier: caracteriza-se por suas orelhas compridas e caídas. Quando são</p><p>pequenos, têm as orelhas ainda para cima e à medida que crescem estas vão caindo.</p><p>É o coelho anão que pesará mais na idade adulta, chegando a pesar entre 1,7 a 2,5 kg</p><p>tanto machos como fêmeas.</p><p>Característica que fazem do coelho um animal</p><p>indicado para a exploração comercial</p><p>1. Prolificidade - uma fêmea pode produzir em média de 8-10 filhotes/parto,</p><p>podendo chegar até 16 filhotes (láparos) por parto.</p><p>2. Curto período gestação – média de 30 dias, variando de 28 a 34 dias.</p><p>3. Desmama dos filhotes – em média aos 30 dias de idade para corte, para</p><p>reprodução 35 a 40 dias.</p><p>4. Idade de abate – entre 70 a 80 dias (90dias máximo).</p><p>Finalidades da Criação</p><p>• Produção de carne;</p><p>• Produção de pele;</p><p>• Produção de lã;</p><p>• Produção de reprodutores</p><p>• Produção de neonatos; e</p><p>• Produção de pets (companhia).</p><p>Fatores a considerar na implantação de um</p><p>criatório</p><p>• Mercado - deve-se pesquisar se há mercado para colocação da produção.</p><p>• Escolha do terreno:</p><p>1. Topografia - plana para permitir a construção das instalações sem grande</p><p>mobilização do solo. Terrenos com ligeiro declive são vantajosos, pois,</p><p>permitem o escoamento da água das chuvas, evitando encharcamento;</p><p>2. Boa rede elétrica na região</p><p>3. Água abundante e de boa qualidade;</p><p>4. Localização próxima a centros consumidores e fornecedores de rações e</p><p>outros insumos.</p><p>• Clima - a zona de conforto térmico para os coelhos está na faixa de 10 a 25ºC com</p><p>variação de mais ou menos 5ºC no galpão (é faixa na qual o animal produz</p><p>melhor):</p><p>1. Umidade - 60 a 80% é ideal. Acima de 80% ocorrem problemas sanitários</p><p>(sarna, pasteurela), enquanto abaixo de 60% há ressecamento das mucosas.</p><p> Recursos para diminuir a umidade - boa ventilação do galpão.</p><p> Recurso para aumentar a umidade - micropulverização, bacias com</p><p>água, lançamento de água no teto</p><p>Fatores a considerar na implantação de um</p><p>criatório</p><p>Ação da temperatura</p><p>Acima de 30ºC constante, por mais de uma semana:</p><p>Animais de</p><p>produção</p><p>redução no consumo de</p><p>alimento, reduz ganho de</p><p>peso</p><p>Machos</p><p>temporariamente estéreis</p><p>menor libido</p><p>menor consumo de</p><p>alimentos</p><p>Fêmeas</p><p>diminui libido</p><p>antecipação do parto</p><p>pode não fazer ninho</p><p>reabsorção fetal</p><p>parir fora do ninho</p><p>abandonar as crias</p><p>praticar canibalismo</p><p>morte de fêmeas</p><p>maior frequência de aborto</p><p>Mecanismos de perda de calor</p><p>1. aumento da frequência respiratória;</p><p>2. aumento da ingestão de água;</p><p>3. aumenta a eliminação de urina;</p><p>4. orelha - perda de líquido interticial por vasodilatação das artérias e veias. O</p><p>coelho tem pequeno número de glândulas sudoríparas;</p><p>5. muda durante o verão.</p><p>Tipos de Criações</p><p>Caseira</p><p>• criações pequenas</p><p>• coelheiras ao ar livre</p><p>• atende família, excedente venda</p><p>Comerciais ou industriais</p><p>• tem como objetivo a comercialização</p><p>• gaiola de arame galvanizado</p><p>• maior controle</p><p>• galpão com ventilação natural aberto</p><p>semi-fechado</p><p>Galpões</p><p>• Orientação – leste – oeste</p><p>• Semi-fechado – fechado até (0,20m acima) vértice superior da gaiola antigo</p><p>telado</p><p>• Aberto – mureta lateral (0,30 a 0,40 m) resto telado, fechado com cortina (controle ambiental)</p><p>• Fosso coletor de fezes</p><p>Galpão semi-fechado ou fechado</p><p>• Pedilúvio - construído na entrada do galpão para a desinfecção dos calçados.</p><p>• Largura dos corredores - 0,8 a 1,0m no piso, entre gaiolas de 1,0 a 1,2m.</p><p>• Piso - abaixo da gaiola deve ser terra ou construir fossas com 40 a 60 cm de</p><p>profundidade.</p><p>Fosso coletor</p><p>• Distribuição de gaiolas:</p><p>1. Um andar (flat-deck) - uma fileira distribuída longitudinalmente no galpão;</p><p>2. Dois andares ou sistema californiano com diversos arranjos (2 a 2; 2 4 2, )</p><p>3. Em bateria de 2 a 4 andares sendo recomendável para galpões com</p><p>ventilação controlada.</p><p>• Equipamentos:</p><p>1. Comedouros semiautomáticos (folha galvanizada, acompanha a gaiola).</p><p>Em criações caseiras usa-se comedouros livres em geral pote de barro.</p><p>Encher 2/3 da capacidade para evitar desperdícios.</p><p>2. Manjedoura - local usado para colocar o verde;</p><p>3. Bebedouro</p><p> pote de barro;</p><p> mamadeira ou garrafa com chupeta;</p><p> Nos bebedouros automáticos os bicos são fixados diretamente no cano de</p><p>pvc de 1/2 ou 3/4 de polegada.</p><p>Comedouro</p><p>semiautomático</p><p>Consumo de água</p><p>coelho adulto - 0,280l</p><p>coelha próximo ao parto - 0,425l</p><p>coelha com 8 láparos 3 semanas - 0,600 a 0,700l</p><p>coelhas com 8 láparos 6 semanas - 2,300l</p><p>4. Ninho - local destinado ao parto. Podem ser: ninho totalmente aberto;</p><p>ninho semi-aberto e ninho fechado. Dimensões:</p><p>Obs: O ninho deve receber uma camada de palha ou maravalha. Dois ou três dias</p><p>antes do parto colocá-lo na gaiola da matriz para que ela tenha tempo de prepará-lo.</p><p>Dando a condição adequada aos láparos.</p><p>Altura Largura Comprimento Frente</p><p>P 25cm 25cm 35cm 10cm</p><p>M 30cm 30cm 40cm 15cm</p><p>G 35cm 35cm 55cm 15cm</p><p>5. Pranchas de repouso (descansa patas) - colocadas dentro das gaiolas</p><p>para evitar problemas de calos ou feridas (reprodutores), medida</p><p>aproximada de 20cm largura x 35cm de comprimento.</p><p>• Implementos:</p><p>1. Balança - para controle do desenvolvimento animal;</p><p>2. Gaiolas de transporte;</p><p>3. Pulverizadores - para desinfecção;</p><p>4. Lança-chamas ou vassoura de fogo para desinfetar as instalações;</p><p>5. Carrinho de mão;</p><p>6. Secador de forragem - a forragem a ser fornecida aos coelhos não deve</p><p>estar úmida pois, pode causar fermentação levando ao aparecimento de</p><p>diarreias.</p><p>Armário - para medicamentos e outros materiais;</p><p>Materiais de limpeza - vassouras, mangueiras, rodos, panos, etc;</p><p>Depósito de ração - local com estrado de madeira para armazenar ração.</p><p>Recomenda-se não mais que 30dias, ideal quinzenalmente. A ração deverá ser</p><p>armazenada em silos ou sacos de papel (25 a 40 Kg).</p><p>Reprodução</p><p>A idade da entrada em atividade varia de acordo com o tamanho das raças.</p><p>Atenção: Deve-se levar em consideração o peso dos animais na primeira cobertura,</p><p>estes devem ter pelo menos 80% do peso vivo adulto, de acordo com o seu padrão racial.</p><p>Pequenas</p><p>macho a partir dos 4,5 meses de idade</p><p>fêmea a partir dos 3,5 meses de idade</p><p>Médias</p><p>fêmea a partir dos 4 meses de idade</p><p>macho a partir dos 5 meses de idade</p><p>Gigantes</p><p>fêmea a partir dos 5 meses de idade</p><p>macho a partir dos 6 meses de idade</p><p>• Período entre cios, formação e maturação de óvulos.</p><p>• Duração – 16 a 17 dias (2 primeiros e 2 últimos estéreis).</p><p>• Ciclo não é completo, ovulação só ocorre se houver monta.</p><p>• Ovulação ocorre 10 – 12 horas após a monta</p><p>Ciclo estral da coelha</p><p>Identificação do cio: coloração da vulva</p><p>Em criatórios comerciais, todas as fêmeas são cobertas sem observação, com isto</p><p>resulta numa baixa fertilidade (60 a 70%).</p><p>Cor da vulva % de fertilidade</p><p>Branca 10%</p><p>Rosa 20%</p><p>Vermelha 80%-90%</p><p>Violeta 50%</p><p>1. Proporção macho/fêmea 1:10 (raças médias); 1:8 (raças gigantes)</p><p>2. Forma de utilização do macho: - uma cobrição por dia durante 5 dias</p><p>seguidos, descansando dois dias, atualmente já se admite a 3ª cobertura.</p><p>3. duas cobrições em dias alternados, dia sim, dia não. Dessa forma podem ser</p><p>utilizados até 2-2,5 anos em produção;</p><p>4. Antes de iniciar a reprodução, verificar as condições sanitárias dos animais e</p><p>pesos;</p><p>5. Verificar ou não a cor da vulva;</p><p>6. Levar sempre a fêmea até a gaiola do macho;</p><p>7. Uma cobrição é suficiente (alguns autores recomendam duas )</p><p>8. As cobrições devem ser feitas sempre nas horas mais frescas do dia.</p><p>Manejo da cobrição</p><p>A gestação dura em média 30 dias, podendo variar de 28-34 dias. Deve-se colocar o</p><p>ninho com palha ou maravalha de 4 a 3 dia antes da data provável do parto, para que</p><p>a coelha possa prepará-lo arrancando pelos da região ventral.</p><p>Deve-se observar se houve alguma anormalidade, por exemplo, se não preparou o</p><p>ninho, pariu fora (colocar dentro do ninho). Pelo seu porte pequeno fica difícil</p><p>interferir ou auxiliar a fêmea durante o parto, o que fazemos é a observação atenta</p><p>do comportamento da fêmea antes e após o parto para podermos tentar corrigir</p><p>possíveis problema.</p><p>• Confirmação da gestação</p><p>1. apalpação ventral (10 a 15 dias);</p><p>2. colocar a fêmea com o macho 10 dias pós cobertura(rejeitando-o emite</p><p>chiado);</p><p>3. aumento das mamas (23 dias).</p><p>Gestação</p><p>• No dia seguinte ao parto: lavar as</p><p>mãos, esfregá-las com a planta</p><p>aromática (capim limão, hortelã etc).</p><p>• Verificar o interior do ninho: nº de</p><p>láparos nascidos (50-60g), condições</p><p>físicas da ninhada, retirar os láparos</p><p>mortos, retirar material molhado,</p><p>pesá-los, fazer as anotações.</p><p>• O ninho deve ser observado</p><p>diariamente ou a cada dois dias.</p><p>Manejo dos láparos</p><p>• Transferência de láparos - a coelha tem 8 tetas funcionais, quando parir um nº de</p><p>láparos que exceda este número, deve-se fazer a transferência para uma coelha que</p><p>tenha parido uma menor quantidade de filhotes.</p><p>• Cuidados na transferência de láparos</p><p>1. A diferença de idade entre filhotes não deve ultrapassar 48 horas (mamar</p><p>colostro)</p><p>2. Antes de manusear, passar planta aromática nas mãos;</p><p>3. Se a coelha for agitada, deve-se retirá-la da gaiola;</p><p>4. Esfregar no láparo o material do ninho ou na própria coelha.</p><p>5. A mortalidade do nascimento ao desmame é alta varia de 15% a 25% devido:</p><p>6. Abandono de crias, condições inadequadas no ninho, números grandes de</p><p>láparos (leite insuficiente), canibalismo (come os láparos), doenças e</p><p>esmagamento.</p><p>• Causas do canibalismo</p><p>1. temperatura muito alta;</p><p>2. falta de água durante o parto;</p><p>3. deficiência proteica na ração;</p><p>4. stress:</p><p>5. vício da coelha.</p><p>• Desmame</p><p>1. Normal de 28 a 30 dias (500g);</p><p>2. Precoce 22 a 27 dias (350g);</p><p>3. Tardio após 32 dias.</p><p>• Extensivo - feito em criações caseiras. A lactação e a gestação não coincidem.</p><p>Permite 3-4 partos/coelhas/ano;</p><p>• Semi-intensivo - parte da lactação coincide com parte da gestação. Costuma-se</p><p>cobrir 7-21(28) dias após o parto (em média 12 a 15 dias pós parto). Na última</p><p>semana de gestação a fêmea deve está só (sem amamentar). Este ritmo permite</p><p>5 a 6 partos/coelha/ano. Tem como desvantagem, às vezes, ser necessário fazer-</p><p>se a monta auxiliada;</p><p>• Intensivo - quase toda a lactação coincide com a gestação. Permite de 7-9</p><p>partos/coelha/ano. É recomendável na criação de neonatos e fêmeas que</p><p>perderam toda a cria.</p><p>Ritmos reprodutivos antigo</p><p>• Vida útil</p><p>1. Fêmea</p><p> semi-intensivo - 18 a 24 meses; sendo dado pelo número de partos de 10 a</p><p>12 partos durante a vida produtiva da fêmea;</p><p> intensivo - mais ou menos 12 meses.</p><p>2. Macho - 2 a 3,5 anos.</p><p>• Reposição de fêmeas - até a estabilização do rebanho o percentual deve der de 10</p><p>a 12% ao mês. Estabilizado o plantel essa percentagem deverá ser de 5 a 7% ao</p><p>mês, com isso, fêmeas em final de produção ou eventualmente mortas serão</p><p>substituídas.</p><p>Alimentação</p><p>Coelhos são monogástricos diferentes (monogástricos herbívoros com ceco funcional),</p><p>pois apresentam alta exigência em fibras.</p><p>• Função da fibra: assegurar o trânsito digestivo normal, manter a consistência da</p><p>digesta, formar as fezes duras, controlar a formação de ácido butírico no ceco.</p><p>1. Pouca fibra pode levar à distúrbios digestivos (diarréia)</p><p>2. Excesso piora a conservação alimentar e reduzir o ganho de peso.</p><p> Níveis recomendados de fibra: 12% a 14% (até 18%).</p><p>Coelhos também aproveitam de forma eficiente proteínas das plantas forrageiras, tais</p><p>como: feno de alfafa, de soja perene, de guandu, de rami e de outras forrageiras. A</p><p>necessidade proteica varia de 12% a 17%</p><p>• Forragens - pode-se fornecer de forma natural, tendo o cuidado de fornecé-la com</p><p>baixo teor de umidade, evitar diarreias para isto deve-se fazer a pré-murcha ou</p><p>fenada (conservada por desidratação)</p><p>• Principais forrageiras - as melhores e mais adequadas forrageiras à alimentação de</p><p>coelhos são:</p><p>1. Rami (Boehmeria nivea) - arbustiva média, da família das urticáceas, produz o</p><p>ano inteiro, rústica, boa produção de massa verde. Os cortes devem ser feitos</p><p>quando atinge de 60 a 80 cm de altura;</p><p>2. Soja perene (Neonotonia wightii)</p><p>3. Guandu (Cajanus cajan)</p><p>4. Alfafa (Medicago sativa)</p><p>5. Capim Angola (Brachiaria purpurascens)</p><p>6. Outras forrageiras desde que tenras e alguns subprodutos (restos culturais)</p><p>também podem ser fornecidos.</p><p>• Deve ser feita de forma gradual, para não ocorrer distúrbios digestivos,</p><p>1. 1º ao 3º dia - 25% de ração nova, 75% da ração antiga;</p><p>2. 4º ao6º dia - 50% da ração nova , 50%da ração antiga;</p><p>3. 7º ao 10ºdia -75% da ração nova, 25% da ração antiga.</p><p>4. Após, 100% da ração nova.</p><p>Cuidados com os animais na troca de ração</p><p>Bioseguridade</p><p>Adoção de medidas objetivando a prevenção (profilaxia) e cura das principais</p><p>enfermidades que ocorrem nos criatórios.</p><p>• Reprodutores - selecionar animais saudáveis, provenientes de granjas sem</p><p>problemas sanitários.</p><p>• Quarentena - submeter a quarentena os animais recém adquiridos</p><p>• Isolamento - isolar e tratar os animais doentes ou suspeitos</p><p>• Animais estranhos - não permitir a presença (vetores de doenças).</p><p>• Visitar - devem ser evitadas e controladas.</p><p>• Moscas e mosquitos - fazer controle dos criadouros.</p><p>• Animais mortos - enterrar com cal, cremar, colocar em fosso de putrefação</p><p>procurando saber antes a causa morte (quando possível)</p><p>• Umidade - evitá-la dentro do galpão, pois favorece o aparecimento e a</p><p>proliferação de doenças.</p><p>• Higienização e desinfecção das instalações e equipamentos - deve ser feita</p><p>periodicamente para prevenção e controle das principais doenças.</p><p>Recomenda-se:</p><p>• Lavar e desinfetar os comedouros periodicamente.</p><p>• Lavar diariamente e desinfetar periodicamente</p><p>os bebedouros, se não</p><p>forem automáticos.</p><p>• Pulverizar as instalações com soluções germicidas.</p><p>• Limpar os pisos das gaiolas</p><p>• Passar lanças-chamas.</p><p>Doenças</p><p>• Febre vitular - doença de natureza nutricional, é causada por deficiência mineral</p><p>principalmente de Ca (cálcio).</p><p>1. Sintomas: paralisia dos membros posteriores, atinge com mais freqüência as</p><p>matrizes, em especial após o parto, pode ocorrer em animais jovens. Aplicar</p><p>mineralizante (ex: Calfon).</p><p>• Coccidiose - doença parasitária causada por protozoário do gênero Eimeria.</p><p>Existem dois tipos de coccidiose: a hepática causada pela Eimeria steidae e a</p><p>intestinal pala Eimeria magna, Eimeria perforans, Eimeria irresidua e Eimeria</p><p>media.</p><p>1. Sintomas: A forma hepática apresenta pequenos nódulos brancos-</p><p>acinzentados. Na forma intestinal os láparos podem ser infestados pelas</p><p>fêmeas, os sintomas são atraso de crescimento, aumento do volume do</p><p>abdômen, diarréia A gravidade da parasitose depende do grau de</p><p>infestação.</p><p>2. Prevenção: Colocar os animais em gaiolas metálicas e individuais; evitar</p><p>excesso de umidade; limpeza e desinfecção dos equipamentos.</p><p>3. Tratamento: utilizar coccidiostático de acordo com a bula.</p><p>Obs.: não usar indiscriminadamente, pois tem efeito tóxico</p><p>Mixomatose - doença causada por vírus, alta letalidade.</p><p>• Transmissão: contato com as secreções mucopurulentas oculares e nasais,</p><p>pela cobrição , alimentos ou materiais contaminados , tratador ao manejar os</p><p>animais mosquitos . período de incubação - 48 a 72 horas.</p><p>• Sintomas: conjuntivite bilateral, edema das pálpebras e corrimento</p><p>mucopurulenta ocular e nasal; deformação da cabeça (aspecto leonino);</p><p>aparecimento de tumores nas orelhas e nos órgãos genitais.</p><p>• Prevenção: evitar construir os galpões em locais que encharquem (evitar a</p><p>proliferação de mosquitos); observação dos animais; eliminar imediatamente</p><p>os animais com lesões ; desinfecção das gaiolas e equipamentos que tiveram</p><p>contato com animais suspeitos ou doentes.</p><p>• Pasteurelose - doença causada por bactéria, a Pasteurella multicida .</p><p>1. Sintomas: problemas respiratórios; espirros, secreção branca nas narinas,</p><p>respiração difícil.</p><p>A doença apresenta três formas:</p><p> Forma aguda - morte repentina, sem nenhum sintoma, diagnostico</p><p>laboratorial.</p><p> Forma crônica - apresenta os sintomas já descritos, corrimento nasal e na</p><p>necropsia o pulmão encontra-se da cor do fígado e grande quantidade de</p><p>secreção purulenta no diafragma.</p><p> forma latente - o animal é portador, o agente vive nas fossas nasais sem</p><p>causar a doença, se manifestando em caso de stress ou deficiência</p><p>alimentar.</p><p>1. Prevenção: higiene e boas condições nas instalações previnem o</p><p>aparecimento da doença. Deve-se eliminar se estiver difundido no rebanho.</p><p>• Sarna - Existem diferentes tipos de sarna, ectoparasitose causada pelo ácaro.</p><p>Sarna auricular Psoroptes cuniculi, sarna da cabeça ou Notoédrica (Notoedres</p><p>cati vr, cuniculi) e sarna do corpo ou Sarcóptica (Sarcoptes scabiei) .</p><p>1. Sintomas: A sarna auricular afeta o pavilhão da orelha e o conduto auditivo</p><p>externo aparecem crostas escamosas.</p><p>2. Prevenção: Aplicando sarnicida na orelha, nas patas e no focinho. A</p><p>freqüência depende da incidência (de 15 em 15 dias em criações com</p><p>sarnas). De mês e mês em criações baixo índice de sarna.</p><p>3. Tratamento: Retirar as crostas (umidecê-las antes) e aplicar um sarnicida.</p><p>Limpeza e desinfecção das gaiolas.</p><p>Identificação dos Animais</p><p>• Numeração das gaiolas</p><p>• Brincos</p><p>• Tatuagem nas orelhas (aceito pelas associações de criadores)</p><p>Fichas de controle</p><p>• Controle diário dos coelhos</p><p>• Controle geral de reprodução</p><p>• Controle individual para fêmeas</p><p>• Controle individual para machos</p><p>• Controle de lote</p><p>Organização do trabalho da criação</p><p>• Sistema de calendário - usa-se símbolos ou cores pré estabelecidos;</p><p>Exemplo: verde- cobrição, vermelho- colocar ninho, amarelo- desmama, azul-</p><p>parto.</p><p>Segunda-feira Dia 24/11/99</p><p>Fêmeas</p><p>Verde 12,14,25</p><p>Vermelho 30,24,</p><p>Azul 5,40</p><p>Amarelo 19,15</p><p>• Sistema de estante ou escaninho no qual se coloca a ficha do animal a ser</p><p>manejado</p><p>Dias 1 2 3 4 5 ...........</p><p>....</p><p>...........</p><p>..</p><p>...........</p><p>...</p><p>31</p><p>Colocar</p><p>ninho</p><p>/////</p><p>/////</p><p>//////</p><p>////</p><p>Partos /////</p><p>/</p><p>//////</p><p>////</p><p>Cobrição //////</p><p>///</p><p>//////</p><p>///</p><p>///////</p><p>//</p><p>Desmama /////</p><p>//</p><p>//////</p><p>///</p><p>• Plano linear - consiste num tabuleiro quadriculado</p><p>Ação\Dia 1 2 3 4 .... ..... ...... ....... 31</p><p>Cobrição 3,54 5,7</p><p>Colocar</p><p>Ninho</p><p>75,2</p><p>Retirar</p><p>Ninho</p><p>T. E P.</p><p>Sarna</p><p>todos</p><p>Desmame</p><p>Planejamento da criação</p><p>Adaptado de: Mello, H.V., Silva, J.F. Criação de coelhos. Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 264p.</p><p>Em qualquer atividade agropecuária, necessita ser precedida de um</p><p>planejamento, para se ter uma produção programada.</p><p>O planejamento da produção de coelhos, como qualquer produção, deve</p><p>iniciar por uma pesquisa de mercado que permita levantar a capacidade de consumo</p><p>da região, o intervalo de produção ou de entrega do produto e o peso para</p><p>comercialização. Além de incluir também outros dados, tais como: preço por</p><p>quilograma do produto, custo da alimentação, mão-de-obra e depreciação das</p><p>instalações, para que se possa avaliar se a atividade será lucrativa ou não.</p><p>• O levantamento de dados , que é a primeira etapa do planejamento, permite:</p><p>1. determinar o intervalo de produção, isto é, se a entrega do produto será:</p><p>mensal, quinzenal ou semanal.</p><p>2. determinar o número de animais a serem abatidos ou comercializados por</p><p>intervalo de produção.</p><p>3. definir o peso e/ou idade do animal para a comercialização.</p><p>• Concluída esta etapa devemos passar as seguintes etapas do planejamento:</p><p>1. dimensionar o rebanho efetivo, que possibilite uma produção contínua em</p><p>intervalos definidos;</p><p>2. calcular o número de gaiolas, ninhos, comedouros e bebedouros necessários</p><p>a criação;</p><p>3. estimar o gasto de alimentação, por intervalo de produção;</p><p>4. esquematizar a evolução do rebanho até a sua estabilização.</p><p>Além dos índices estabelecidos pelo levantamento de mercado, alguns índices</p><p>zootécnicos ou de produção são necessários para a realização dos cálculos:</p><p>• Dimensionamento do rebanho</p><p>Exemplo da sequência de cálculos para a produção de 252 animais com 70 dias 1,8 kg</p><p>de peso vivo, para produção mensal (a cada 30 dias).</p><p>1. Idade de abate (correlacionada ao peso de abate): 1,8 a 2,3, aos 70 dias de</p><p>idade para raças médias e, ou cruzamento de porte médio com porte gigante.</p><p>2. Prolificidade (número de láparos nascidos vivos por parto): 8 a 10.</p><p>3. Produtividade (números de coelhinhos desmamados e comercializados por</p><p>parto): 7 a 9.</p><p>4. Intensidade de uso das matrizes (número de parto por matriz ao ano): 6 a 8.</p><p>5. Número total de partos por matriz: 10 a 12 partos.</p><p>6. Período de gestação: 30 dias (30 a32 dias).</p><p>7. Período de lactação: 30 dias (28 a 35 dias).</p><p>8. Taxa de concepção ou fertilidade: 80% (fertilidade natural, auxiliada e</p><p>com verificação de cio).</p><p>9. Número de cobrições por reprodutor ao dia: até 3.</p><p>10. Período de cobrição (espaço de tempo para se cobrir todas as matrizes,</p><p>dentro de cada intervalo de produção): 3 a 5 dias</p><p>11. Idade de aquisição das matrizes e reprodutores: depende da</p><p>disponibilidade no mercado ≥ 60 dias.</p><p>12. Idade de início na reprodução (matrizes e reprodutores): 4 a 5 meses</p><p>80% do peso vivo adulto).</p><p>13. Gaiolas devem ser padronizadas para facilitar montagem,</p><p>distribuição e instalação hidráulica quando usar bebedouro</p><p>automático.</p><p>Cálculo do rebanho efetivo</p><p>1. Número de grupos de matrizes – é obtido dividindo-se o intervalo entre partos</p><p>de cada matriz pelo intervalo de produção. O intervalo entre partos de cada</p><p>matriz é obtido somando-se o período de gestação mais o período de lactação,</p><p>em dias.</p><p>Nº de grupos = 30 (gestação) + 30 (lactação) = 60 = 2</p><p>30 (intervalo de produção) 30</p><p>Dimensionamento do rebanho</p><p>2. Número de matrizes a parir por intervalo de produção – obtido dividindo-se a</p><p>produção pela produtividade.</p><p>Produção = 252 ≈ 36 matrizes por mês</p><p>Produtividade 7</p><p>3. Número de matrizes a serem</p><p>cobertas por intervalo de produção – é função do</p><p>número de matrizes que devem parir por intervalo de produção e a taxa de</p><p>concepção.</p><p>100 matrizes cobertas = 80 ficam prenhes</p><p>X 36 prenhes</p><p>X= (36 x 100) ÷ 80 = 45 matrizes cobertas por mês</p><p>4. Número total de matrizes – calculado multiplicando-se o número de grupos de ♀</p><p>a parir por intervalo de produção e somando-se ao resultado o número de ♀ que</p><p>falharam na cobrição.</p><p>(nº de grupos x nº de ♀ a parir por intervalo) + (nº ♀ falhadas)</p><p>(2 x 36) + (45 – 36) = 72 + 9 = 81</p><p>5. Distribuição dos grupos</p><p>Gr 01 grupo em cobrição mensal 45</p><p>Gr 02 grupo em lactação mensal 36</p><p>81 matrizes</p><p>6. Porcentagem de reposição mensal – é feito em função da intensidade de uso das</p><p>matrizes e do número total de partos por matriz.</p><p>6 (nº de partos por matriz ao ano) = 12 meses</p><p>10 (nº total de partos por matriz) X</p><p>X= (10 x 12) ÷ 6 = 20 meses</p><p>7. O valor indica que, a cada 20 meses, há a renovação do lote de matrizes. Como a</p><p>produção é mensal, é preciso encontrar a taxa de reposição mensal para manter o</p><p>número de matrizes em atividade.</p><p>20 meses = 100% de substituição</p><p>1 mês Y</p><p>Y = (100% x 1) ÷ 20 = 5%</p><p>8. Número de fêmeas de reposição – depende da idade de comercialização dos animais,</p><p>do número total de matrizes do rebanho e da porcentagem de reposição.</p><p>81 (matrizes) x 0,05 (5%0 de reposição) ≈ 4 fêmeas com 70 dias de idade.</p><p>• O valor 4 é o número mínimo de fêmeas que devem ficar sempre no plantel sempre</p><p>que for vendida a produção. Recomenda-se reter 50% de fêmeas a mais para permitir a</p><p>seleção quando estas forem substituir o repor as matrizes descartadas da atividade.</p><p>4 + (50% de 4) = 4+2= 6 ♀ com 70 dias de idade.</p><p>• Como as fêmeas entram na reprodução com 4 meses de idade, as fêmeas retidas a cada</p><p>mês não poderão entrar na reprodução no mês seguinte pois não terão idade para</p><p>entrarem em atividade, terão que completar o seu desenvolvimento, logo, o número de</p><p>fêmeas de reposição seria:</p><p>81 x 0,05 ≈ 4 + (50% de 4) = 6 com 2 para 3 meses (71 a 90 dias)</p><p>6 com 3 para 4 meses (91 a 120 dias)</p><p>Total: 12</p><p>9. Número de reprodutores – calculado em função número matrizes cobertas por</p><p>intervalo de produção, período cobertura e do número de coberturas feitas por dia pelo</p><p>reprodutor.</p><p>Nº reprodutores = número de matrizes em cobrição por intervalo de produção</p><p>período de cobrição x nº de cobrições/reprodutor/dia</p><p>Nº reprodutores = 45 = 45 = 8 animais</p><p>3 x2 6</p><p>Acrescentar 20% desse valor</p><p>8+(20% de 8) = 8+1,6 = 9,6 10 reprodutores</p><p>10. Número de coelhinhos ou filhotes</p><p>Mamando ( 0 a 30 dias de idade) = 36 x 8 = 288</p><p>Coelhos desmamados ( 31 a 60 dias de idade) = 36 x 7 = 252</p><p>Coelhos desmamados (61 a 70 dias de idade) = 36 x 7 = 252</p><p>Total = 792</p><p>No calculo dos filhotes 36 corresponde ao número de matrizes que parem por</p><p>intervalo de produção, 8 é a prolificidade/ matriz e 7 é a produtividade/matriz.</p><p>11. Rebanho efetivo é obtido somando-se os animais de todas as categorias</p><p>existentes na produção.</p><p>Matrizes 81</p><p>Fêmeas de reposição 12</p><p>Reprodutores 10</p><p>Láparos mamando (0 a 30) 288</p><p>Coelhos desmamados (31 a 60) 252</p><p>Coelhos desmamados (61 a 70) 252</p><p>895</p><p>Cálculo de número de gaiolas</p><p>O cálculo depende da quantidade de animais que serão alojados por gaiola (taxa de</p><p>lotação). No comercio existem gaiola de várias dimensões, que em geral atendem</p><p>aos animais de porte médio (3,5 a 5,0 kg de PV).</p><p>Categorias Lotação por</p><p>gaiola</p><p>Total de gaiolas por</p><p>categoria</p><p>Matrizes (81) 1 81÷ 1 = 81</p><p>Reprodutores (10) 1 10÷ 1 = 10</p><p>Fêmeas de reposição 71 a 90 dias</p><p>(6)</p><p>1 6 ÷ 1 = 6</p><p>Fêmeas de reposição 91 a 120 dias</p><p>(6)</p><p>1 6 ÷ 1 = 6</p><p>Coelhos de 31 a 60 dias (252) 4 252 ÷ 4 = 63</p><p>Coelhos de 61 a 70 dias (252) 4 252 ÷ 4 = 63</p><p>Nº mínimo de gaiolas</p><p>Para eventualidades (3%) *</p><p>228</p><p>≈ 7</p><p>Total 235</p><p>• Separar animal doente, retirada de animais para desinfecção de gaiolas e outras</p><p>necessidades.</p><p>Área mínima de gaiola</p><p>matrizes: 0,48 m²</p><p>coelhos desmamados: 1m²,</p><p>de 8 a 10 coelhos de 31</p><p>dias ao abate.</p><p>Cálculos bebedouros e comedouros</p><p>Categorias Bebedouros Comedouros</p><p>Matrizes (1:1) 81÷ 1 = 81 81÷ 1 = 81</p><p>Reprodutores (1:1) 10÷ 1 = 10 10÷ 1 = 10</p><p>Fêmeas de reposição 71 a 90 dias (1:1) 6 ÷ 1 = 6 6 ÷ 1 = 6</p><p>Fêmeas de reposição 91 a 120 dias (1:1) 6 ÷ 1 = 6 6 ÷ 1 = 6</p><p>Coelhos de 31 a 60 dias (1:4) 252 ÷ 4 = 63 252 ÷ 4 = 63</p><p>Coelhos de 61 a 70 dias (1:4) 252 ÷ 4 = 63 252 ÷ 4 = 63</p><p>Nº mínimo de gaiolas</p><p>Para eventualidades (3%) *</p><p>228</p><p>≈ 7</p><p>228</p><p>≈ 7</p><p>Total 235 235</p><p>Cálculo do número de ninhos</p><p>Tem como base o número de matrizes a serem cobertas por intervalo de produção e</p><p>o número de grupos a serem cobertos por mês.</p><p>Nº de ninhos = nº de ♀ a cobrir/intervalo x nº de grupos a cobrir/mês</p><p>Nº de ninhos = 45 x1 = 45</p><p>Teremos 9 ninhos excedentes, já que espera-se 36 fêmeas parindo, são previstos para</p><p>o caso de um número maior de matrizes ficarem gestantes, como também para</p><p>higienização e manutenção .</p><p>Cálculo do consumo de ração por intervalo</p><p>de produção</p><p>É feito em função do consumo diário de ração e muda de acordo com as categorias</p><p>animais e do seu desenvolvimento e a atividade no rebanho.</p><p>Consumo diário de alimentos pelos coelhos:</p><p>• As quantidades de ração fornecidas sofrem variação em função da qualidade da</p><p>ração dada aos animais e do fornecimento de forragem.</p><p>• Quando se fornece forragem, dependendo da qualidade da planta forrageira pode-</p><p>se reduzir de 5% a 10% a ração dada aos animais.</p><p>• Para se estimar o consumo total de ração, multiplica-se o consumo diário de ração</p><p>pelo número de animais dentro da categoria e multiplica-se pelo período (tempo</p><p>de fornecimento).</p><p>Categorias Consumo</p><p>diário (g)</p><p>Nº de</p><p>animais</p><p>Dias dentro</p><p>do intervalo</p><p>de produção</p><p>Consumo total por intervalo</p><p>(g) (kg)</p><p>Reprodutores 80 10 30 24.000 24</p><p>Fêmeas de reposição</p><p>71 a 90 dias 120 06 20 14.400 14,40</p><p>91 a 120 dias 100 06 30 18.000 18</p><p>Matrizes</p><p>falhadas 100 09 30 27.000 27</p><p>Gestantes até 10 dias 110 36 10 39.600 39,60</p><p>Gestantes de 11 a 30 dias 200 36 20 144.000 144</p><p>Lactante até 20 dias 250 36 20 180.000 180</p><p>Lactantes de 21 a 30 dias 450 36 10 162.000 162</p><p>Coelhos</p><p>31 a 45 dias 120 252 15 453.600 453,60</p><p>46 a 70 dias 150 252 25 945.000 945</p><p>Consumo total 2.007.600 2.007,6</p><p>Quadro: Cálculo do consumo total de ração por intervalo de produção mensal</p><p>Categoria 1 2 3 4 5 6 7 8</p><p>Reprodutores - 10 10 10 10 10 10 10</p><p>Matrizes em cobrição - 45 45 45 45 45 45 45</p><p>Matrizes em lactação - - 36 36 36 36 36 36</p><p>Láparos mamando (0 a 30 dias) - - 288 288 288 288 288 288</p><p>Coelhos desmamados (31 a 60 dias) - - - 252 252 252 252 252</p><p>Coelhos desmamados (61 a 70 dias) - - - - 252 252 252 252</p><p>Fêmeas de reposição 71 a 90 dias - - - - 06 06 06 06</p><p>Fêmeas de reposição 91 a 120 dias - - - - - 06 06 06</p><p>Venda de coelhos - - - - 246 246 246 246</p><p>Venda de descarte - - - - - - 06 06</p><p>Aquisição de matrizes (2 meses) 36 - - - - - - -</p><p>Aquisição de matrizes (3 meses) 45 36 - - - - - -</p><p>Aquisição de reprodutores (6 meses) 10 - - - - - -</p><p>Total do rebanho 91 91 379 631 889 895 895 895</p><p>Obrigada</p>