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<p>AUTISMO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de início na infância que causa déficits sócio-comunicativos e comportamentais (Pimenta, 2019). Cada criança com autismo é única. Para Araújo (2019), existem diferentes manifestações do TEA, sendo elas classificadas como leve, que se caracteriza pela ausência de atrasos significativos na comunicação e interação, grave, que é apresentada por pacientes com grandes déficits intelectuais, comunicativos e interativos, e moderado, que representa o meio-termo entre as duas condições, já abordadas neste parágrafo.</p><p>Diante do exposto, ressaltamos também que o autismo não é uma doença, mas sim um estado complexo de desenvolvimento neurológico. Com base nesta compreensão, significa que as crianças com TEA, ao contrário de outras crianças com comportamento típico, apresentam dificuldades de interação, comunicação e em alguns casos distúrbios de aprendizagem definidos do ponto de vista comportamental, com diferentes etiologias e diferentes graus de gravidade (GADIA; TUCHMAN; ROTTA, 2004).</p><p>Portanto, é importante que a família e a escola estejam atentas aos sinais que possam indicar autismo e procurem uma equipe profissional composta por neuropediatra, fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional e psicóloga educacional para acompanhar a criança. Algumas ferramentas de avaliação são utilizadas para auxiliar na observação e diagnóstico de crianças com autismo, esses métodos de avaliação necessitam de uma equipe interdisciplinar trabalhando com os métodos utilizando escalas objetivas (GADIA; TUCHMAN; ROTTA, 2004)</p><p>Problema de Pesquisa</p><p>O autismo tem alguns efeitos comportamentais, como problemas de linguagem, dificuldades nas relações sociais. Devido a essas características, observa-se o quanto é difícil para os pais, para as escolas e para todas as interações com uma criança autista, muitas vezes elas se tornam agressivas e até mesmo incapazes de reconhecer o próprio nome, esses são alguns dos sintomas. Logo percebe-se a necessidade de uma situação que seja adequada e eficaz para que a criança possa viver sua vida escolar e social.</p><p>Objetivos</p><p>Objetivo Geral</p><p>O estudo tem como objetivo geral compreender a inclusão de crianças autistas, identificando quais são os direitos legais que o autista possui e investigar os procedimentos que facilitam tal inclusão.</p><p>Objetivos Específicos</p><p>· Abordar um breve histórico sobre o autismo</p><p>· Destacar as principais características de uma criança com TEA</p><p>· Analisar estratégias de inclusão da criança com TEA</p><p>Justificativa</p><p>O estudo justifica-se uma vez que há uma forte associação entre autismo e deficiência mental, variando de leve a grave, e acredita-se que a gravidade desse transtorno mental não esteja necessariamente relacionada à gravidade do autismo. Atualmente, observa-se uma certa dificuldade quando consideramos o tema da educação inclusiva. Falta informação sobre o que fazer e o que não fazer quando há alunos com necessidades especiais em sala de aula. Este quadro clínico das crianças dificulta o seu envolvimento na escola, causa problemas sociais e familiares, complica a vida dos pais no trabalho e dos próprios filhos, que ficam sem um processo ensino aprendizagem adequados.</p><p>Estado da arte</p><p>As características encontradas no TEA demonstram a ampla especificidade do transtorno, que pode ser encontrada em alguns exemplos do DSM-V. Para Agripino-Ramos, Lemos e Salomão (2019), tais características se manifestam em diferentes níveis de gravidade nas pessoas com esse transtorno.</p><p>Porém, deve-se levar em consideração que o autismo se manifesta de forma única e especial, ou seja, somos seres únicos, e isso se aplica às pessoas com autismo. Assim, alguns estereótipos ou comportamentos nem sempre serão reproduzidos em outro caso, e as perspectivas de desenvolvimento são determinadas pelas experiências sociais e históricas que os sujeitos viveram. (MARCHIORI e FRANÇA, 2018, p. 502).</p><p>Assim, entende-se que o TEA é um transtorno do espectro (conjunto de elementos que compõem um todo), ou seja, cada pessoa com TEA possui muitas características díspares e outras semelhantes aos seus pares. “O autismo é um transtorno cada vez mais comum em nossa sociedade. Ao contrário de décadas atrás, quando crianças com ASD ou certas deficiências eram mantidas em segredo em casa ou mesmo institucionalizadas pelas suas famílias” (UBUGATA, 2022, p. 796).</p><p>É importante compreender o TEA e suas nuances para alcançar o “universo” dessas crianças. É preciso entender que muitas de suas características são derivadas do transtorno, e que não é preciso tentar “consertar” ou “eliminar” esses atributos, e também pensar que se trata apenas de birras, educação insuficiente, crueldade de a criança. etc. Tudo isso pode fazer com que a criança com TEA não contribua para o aprendizado e compartilhamento de informações, além de criar um sentimento de alienação entre a criança e o profissional da escola.</p><p>O autismo é um tema que requer constante estudo e aprofundamento para compreender as possibilidades do trabalho pedagógico no cuidado de crianças com autismo na primeira infância, uma vez que as interações sociais e os processos de subjetivação afetam a formação da personalidade de diferentes maneiras, desde transformações estruturais/em do sujeito, mas também da apropriação e interação com a cultura, as línguas, etc. (MARCHIORI e FRANÇA, 2018, p. 493).</p><p>Para Santos et al. (2021) precisam trabalhar cada área de dificuldade apresentada por uma criança com TEA, seja na comunicação, na socialização ou no uso da imaginação, existem características comuns ao quadro geral, mas também únicas para cada indivíduo. Não existe uma fórmula para ensinar crianças com TEA.</p><p>Diante do exposto, vale destacar outro importante ato legislativo que apoia crianças autistas e é direcionado especificamente a elas. A Lei 12.764/2012, também conhecida como Lei Berenice Piana, estabelece uma política nacional de proteção aos direitos das pessoas com transtorno do espectro do autismo, legalmente consideradas deficientes. De acordo com a mesma Lei, são admitidas pessoas que apresentem:</p><p>I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;</p><p>II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos (BRASIL, 2012).</p><p>Assim, as crianças autistas têm os mesmos direitos legais e sociais à oportunidade de integração numa instituição de ensino regular. Porém, segundo Carvalho e Schmidt (2021, p. 709), os professores têm formação insuficiente sobre o conceito de “Educação inclusiva e trabalho em contexto inclusivo”. Como os próprios professores reconhecem esta instabilidade do sistema educativo, mesmo aqueles que compreendem a verdadeira importância da inclusão afirmam não se sentirem capazes de promover a inclusão de alunos com deficiência, declarando a necessidade de uma melhor formação.</p><p>O papel do professor na educação pré-escolar é amplo e complexo, visto que as crianças estão em constante aprendizagem e desenvolvimento. O professor deve criar inúmeras situações estimulantes baseadas no contexto da sala de aula e na realidade em que está inserido.</p><p>Uma criança com autismo na educação pré-escolar enfrenta inúmeros desafios, tendo em vista que esta é uma fase de muita estimulação, interação, exploração do ambiente, descoberta e exploração de sentimentos. Assim, o primeiro passo para iniciar a inclusão efetiva dos alunos autistas passa primeiramente pelo apoio à família, começando pela superação de preconceitos e pela aceitação da própria criança.</p><p>A aceitação por parte dos pais de um diagnóstico precoce é um</p><p>momento difícil, pois caem em uma realidade incompreensível para muitos, por isso muitos pais nem sabem o que é autismo e como devem se comportar com essa criança. Para Cunha (2019), os pais sentem-se inseguros e com medo diante dessa nova realidade, não sabem se devem corrigir os filhos e como fazê-lo. A ligação entre a família e a escola neste processo é indiscutível, sobretudo nos primeiros meses de permanência da criança na escola. Graças ao diálogo com a professora, os pais passam a perceber e compreender melhor o filho.</p><p>Uma criança com autismo precisa de uma rotina para seguir tanto em casa quanto na escola, e essa ligação é importante. A imprevisibilidade faz com que as crianças se sintam inseguras e irritadas, o que leva à desorganização emocional. Portanto, a inclusão escolar faz parte da parceria permanente entre a família e a escola, e é indissociável.</p><p>Metodologia</p><p>Estudos publicados entre 2000 e 2023 foram verificados nas bases de dados Google Acadêmico, Periódico Capes e Scielo para examinar sistematicamente o transtorno do aspectro autista e práticas de inclusão. Nas bases de dados eletrônicas, a pesquisa foi realizada com as seguintes palavras-chave: Transtorno do aspectro autista; Inclusão; Crianças com TEA; Práticas de inclusão. A forma como essas publicações foram analisadas foi primeiro identificando palavras-chave, depois selecionando resumos que mencionavam estudos sobre a inclusão de pessoas com TEA e, finalmente, lendo os artigos de pesquisa completos relacionados ao tema.</p><p>Uma vez coletados os dados, eles passam por um processo de manipulação para obtenção de resultados e assim podem realizar sua análise e interpretação; os dois aparecem intimamente relacionados na pesquisa. Gil (2019, p. 168) explica isso como objetivo da análise é organizar e resumir os dados de forma que permitam obter respostas para o problema proposto para o estudo. A interpretação, por outro lado, visa encontrar o sentido mais amplo das respostas, o que se realiza relacionando-o com outros conhecimentos previamente adquiridos.</p><p>Enquanto a análise busca explicar os dados em estudo, a interpretação busca ampliar o sentido do que está sendo estudado, mas isso pode variar de pesquisador para pesquisador. Para Marconi e Lakatos (2021, p. 169), “a importância dos dados não está em si, mas em fornecer respostas às pesquisas”.</p><p>De acordo com os objetivos, a pesquisa se divide em exploratória e descritiva. Exploratório porque, segundo Santos (2015, p. 123), “busca apenas recolher informações sobre determinado objeto, delimitando assim o campo de trabalho, refletindo as condições de manifestação desse objeto”; descritivo, usando métodos de coleta de dados e interesse em analisá-los e interpretá-los. Galvão & Ricarte (2020, p. 81) comparam a pesquisa descritiva com a pesquisa exploratória e explicativa, vendo-a como intermediária entre as duas: “neste contexto, descrição significa identificação, relato, comparação, entre outros aspectos”.</p><p>Quanto ao procedimento, trata-se de um estudo bibliográfico e documental. Como afirma Santos (2015, p. 122), “a pesquisa bibliográfica é a pesquisa que se faz com base nos registros existentes obtidos a partir de pesquisas anteriores em documentos impressos como livros, artigos, teses, etc”. O procedimento bibliográfico se enquadra neste estudo, pois foram utilizados além de livros, dissertação, tese e monografia de tese.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>AGRIPINO-RAMOS, C.S.; LEMOS, E.L.de M.; SALOMÃO, N.M.R. Vivências Escolares e Transtorno do Espectro Autista: o que Dizem as Crianças? Rev. Bras. Ed. Esp., Bauru, v.25, n3, p.453-468, Jul.-Set., 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbee/a/7wrbFcq8MFgGgW7 7FbqMD5r/?format=pdf&lang=p> Acesso em</p><p>ARAÚJO, L. Neuropediatra tira dúvidas sobre Autismo e destaca importância do diagnóstico precoce. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2019. Disponível em https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/neuropediatra-tira-duvidas-sobreautismo-e-destaca-importancia-do-diagnostico-precoce/. Acesso em:</p><p>CARVALHO, Amanda Gabriele Cruz e SCHMIDT, AndréiaPráticas Educativas Inclusivas na Educação Infantil: uma Revisão Integrativa de Literatura2 2 Esta pesquisa faz parte do programa científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE), financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) - Processo 465686/2014-1, e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo 2014/50909-8. Revista Brasileira de Educação Especial [online]. 2021, v. 27, e0231. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/1980-54702021v27e0231>. Acesso em:</p><p>CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão. Psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 8ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Wak. 2019.</p><p>GADIA, C. A.; TUCHMAN, R.; ROTTA, N. T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de Pediatria, v. 80, n. 2, p. 83-94, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0021-75572004000300011. Acesso em:</p><p>GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas - Grupo Gen, 2019.</p><p>LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Cientifica: 9.ed. São Paulo: Atlas, 2021.</p><p>MARCHIORI, A.F.; FRANÇA, C.de A.A. Práticas e articulações pedagógicas na educação infantil: contribuições ao processo de desenvolvimento de uma criança com autismo. Revista Zero-a-seis, Florianópolis, v. 20, n. 38, p. 488-513, jul-dez 2018. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980-4512.2018v20n38p488/37556> Acesso em:</p><p>PIMENTA, P. R. Clínica e Escolarização dos Alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Educação & Realidade, v. 44, n. 1, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2175-623684859. Acesso em:</p><p>SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 8. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.</p><p>SANTOS, D.L. dos; CORREIA, G.S.P; PEREIRA, M.E.B.; FREITAS, M.F.A. de; COUTINHO, D.J.G. A importância do Atendimento Educacional Especializado no desenvolvimento pedagógico de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo-TEA. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.7.n.10. out. 2021. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/2681/1071.Acesso em:</p><p>UBUGATA, R.P. TEA na Educação Infantil: Inclusão e afetividade na prática docente. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.8, n.06, jun. 2022. Disponível em: <https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/5965/2289> Acesso em:</p>

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