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<p>Ep	5:	Métodos	extrativos	parte	1</p><p>Transcrito	por	TurboScribe.ai.	Atualize	para	Ilimitado	para	remover	esta</p><p>mensagem.</p><p>♫	Abertura	♫	Olá,	o	episódio	de	hoje	abordará	produtos	que	podem	ser	obtidos	através</p><p>da	 extração	 de	 matérias	 primas	 naturais,	 bem	 como	 os	 parâmetros	 que	 devem	 ser</p><p>observados	na	escolha	do	método	extrativo	mais	adequado.	A	extração,	que	é	o	 tema</p><p>mais	 importante	 deste	 episódio,	 consiste	 na	 retirada	 de	 substâncias	 químicas	 de	 uma</p><p>matriz	biológica	e,	portanto,	ela	é	um	meio	para	separar	substâncias	solúveis	produzidas</p><p>pelo	ser	vivo,	que	é	o	que	nos	interessa.	Vou	tentar	explicar	melhor	isso.</p><p>Se	a	nossa	matéria	prima	é	uma	espécie	vegetal,	temos	que	na	sua	composição	existem</p><p>polímeras	que	não	serão	solúveis	em	solventes	usuais,	como,	por	exemplo,	as	ligninas	e</p><p>a	celulose,	que	fazem	parte	da	parede	celular	que	envolve	as	células	vegetais.	Por	isso,</p><p>que	quando	preparamos	um	chá	ou	até	um	café,	temos	o	resíduo	que	descartamos.	Se</p><p>você	preparar	um	suco	de	frutas,	também	terá	esse	resíduo.</p><p>Esse	 resíduo	 compõe	 uma	 grande	 parcela	 do	 peso	 do	 vegetal,	 concordam?	 Então,</p><p>quando	 realizamos	 a	 extração,	 a	 finalidade	 maior	 é	 de	 concentrar	 as	 substâncias</p><p>solúveis,	 separando-as	 das	 substâncias	 insolúveis,	 que	 são	 o	 resíduo.	 No	 caso	 de</p><p>vegetais,	 é	 separar	 essas	 substâncias	 insolúveis	 do	 fitocomplexo,	 que	 usaremos	 para</p><p>produzir	 fitoterápicos,	 para	 isolar	 e	 purificar	 metabólicos	 secundários,	 para	 obter</p><p>derivados	 de	 droga,	 para	 utilizarmos	 na	 perfumaria,	 etc.	 Voltando	 ao	 exemplo	 de</p><p>preparação	do	chá	e	do	café,	que	são	extratos	líquidos,	caso	vocês	ainda	não	saibam,	o</p><p>que	 que	 nos	 interessa?	 O	 resíduo	 da	 planta	 ou	 a	 bebida?	 Se	 pegarmos	 esta	 bebida</p><p>preparada	 e	 filtrada,	 ou	 seja,	 coada,	 e	 levarmos	 para	 evaporar	 a	 água	 usada	 em	 seu</p><p>preparo,	o	que	que	sobraria	no	recipiente?	O	fitocomplexo,	concordam?	Uma	mistura	de</p><p>substâncias	 químicas	 que	 foram	 extraídas	 da	 planta,	 usando	 um	 líquido	 extrator,	 que</p><p>neste	caso	foi	a	água.</p><p>Então,	a	extração	é	o	primeiro	passo	para	separarmos	os	produtos	naturais	desejados</p><p>das	matérias-primas.	Os	métodos	que	podem	ser	utilizados	nessa	extração	podem	ser</p><p>divididos	de	acordo	com	o	princípio	da	extração	em	extração	com	solvente,	método	de</p><p>destilação,	 método	 de	 prensagem	 e	 método	 de	 sublimação.	 A	 extração	 por	 solvente</p><p>ainda	é	o	método	mais	utilizado,	e	ela	acontece	de	acordo	com	as	etapas	seguintes.</p><p>O	solvente	penetra	na	matriz	sólida,	que	é	a	matriz	biológica,	ou	a	gente	tem	chamado</p><p>mais	de	matéria-prima.	Depois,	o	soluto,	que	é	a	substância	química	presente	no	tecido</p><p>da	 matriz,	 ou	 seja,	 os	 metabólicos	 secundários	 que	 nos	 interessam,	 se	 dissolvem</p><p>naquela,	 naquele	 solvente,	 que	 é	 o	 líquido	 extrator.	 O	 soluto,	 então,	 é	 difundido	 para</p><p>fora	da	matriz	sólida,	que	é	a	matriz	biológica,	e	esses	solutos	extraídos	são	coletados.</p><p>Qualquer	 fator	 que	 melhore	 a	 difusividade	 e	 a	 solubilidade	 nestas	 etapas	 facilitarão	 a</p><p>https://turboscribe.ai/pt/?ref=pdf_export_upsell</p><p>https://turboscribe.ai/pt/subscribed?ref=pdf_export_upsell</p><p>extração.	 As	 propriedades	 do	 solvente	 de	 extração,	 o	 tamanho	 de	 partícula	 das</p><p>matérias-primas,	 a	 relação	 solvente-sólida,	 a	 temperatura	de	extração	e	a	duração	da</p><p>extração	 afetarão	 a	 eficiência	 dessa	 extração.	 Essa	 mistura	 de	 solutos	 é	 o	 que	 nós</p><p>chamamos	de	extrato.</p><p>Os	extratos	podem	ser	do	 tipo	 total	ou	parcial,	dependendo	da	seletividade	do	 líquido</p><p>extrator	 que	 foi	 escolhido.	 Nos	 extratos	 totais,	 também	 chamados	 de	 extratos	 brutos,</p><p>vamos	encontrar	o	maior	número	de	substâncias	produzidas	pela	matéria-prima,	desde</p><p>substâncias	de	baixa	polaridade	até	substâncias	de	alta	polaridade.	Usualmente,	esses</p><p>extratos	são	produzidos	com	líquidos	extratores	polares.</p><p>Já	 nos	 extratos	 parciais,	 iremos	 encontrar	 grupos	 de	 substâncias	 que	 apresentam</p><p>características	 químicas	 semelhantes,	 como	 por	 exemplo,	 encontraremos	 apenas</p><p>substâncias	 voláteis	 quando	 usamos	 o	 método	 de	 hidrodestilação	 ou	 de	 arrasta-vapor</p><p>para	 a	 matéria-prima	 para	 obter	 óleos	 voláteis.	 Usando	 líquidos	 de	 baixa	 e	 média</p><p>polaridade,	 também	 podemos	 selecionar	 as	 substâncias	 que	 serão	 extraídas.	 Ou	 seja,</p><p>para	 obter	 extratos	 parciais,	 teremos	 que	 utilizar	 líquidos	 extratores	 mais	 seletivos,</p><p>podendo	usar	solventes	de	baixa	polaridade,	de	média	polaridade	e	de	alta	polaridade,</p><p>seguindo	o	princípio	do	semelhante	dissolve	semelhante.</p><p>A	 extração	 seletiva	 também	 pode	 ser	 realizada	 de	 modo	 sequenciado,	 utilizando	 um</p><p>gradiente	 de	 polaridade	 crescente.	 Esse	 tipo	 de	 processo	 facilita	 mais	 para	 frente	 o</p><p>isolamento,	 pois	 torna	 os	 extratos	 menos	 complexos.	 Esse	 extrato,	 dependendo	 da</p><p>quantidade	 de	 líquido	 extrator	 residual	 após	 o	 processo	 extrativo,	 pode	 ser	 do	 tipo</p><p>Extrato	 concentrado	 líquido,	 como	 os	 extratos	 fluidos	 ou	 astinturas,	 por	 conterem	 a</p><p>quantidade	inicial	de	líquido	extrator	usado	para	produzi-lo,	podem	ter	uma	consistência</p><p>intermediária,	como	os	extratos	moles	ou	pilulares,	por	ainda	conterem	líquido	extrator</p><p>residual,	 ou	 podem	 ter	 consistência	 sólida,	 como	 os	 extratos	 secos,	 quando	 o	 líquido</p><p>extrator	é	eliminado	quase	completamente,	ficando	apenas	resíduos	líquidos.</p><p>Esses	extratos	são	obtidos	a	partir	de	 técnicas	que	chamamos	de	métodos	extrativos,</p><p>que	 são	 um	 conjunto	 de	 procedimentos	 utilizados	 para	 a	 retirada	 de	 substâncias</p><p>químicas	 da	 matéria	 preta.	 No	 próximo	 episódio	 nós	 conheceremos	 os	 métodos</p><p>extrativos	clássicos,	mas	hoje	ficaremos	restritos	a	conhecer	os	parâmetros	que	podem</p><p>interferir	 na	 obtenção	 dos	 derivados	 de	 droga,	 para	 que	 futuramente	 possamos</p><p>conseguir	 identificá-los	 nos	 métodos	 que	 veremos.	 Eles	 são	 características	 da	 matéria</p><p>prima,	 granulometria	 da	 matéria	 prima,	 temperatura	 de	 extração,	 tempo	 de	 extração,</p><p>líquido	extrator	e	tipo	de	extração.</p><p>Em	relação	a	características	da	matéria	prima,	nós	temos	que	a	estrutura	histológica	das</p><p>diversas	partes	dos	componentes	de	uma	planta	é	bastante	heterogênea.	Isso	quer	dizer</p><p>que	temos	desde	órgãos	muito	compactos	até	aqueles	menos	lignificados,	cuja	estrutura</p><p>é	de	baixa	densidade	celular,	e	por	isso	são	mais	delicados.	Assim	podemos	agrupar	os</p><p>órgãos	em	dois	grupos.</p><p>Polhas	e	flores	e	aungos	frutos,	cujos	tecidos	apresentam	textura	mais	delicada	e	menos</p><p>lignificados,	 e	 por	 isso	 são	 mais	 fáceis	 de	 extrair.	 Raízes,	 caules,	 cascas	 e	 sementes,</p><p>teremos	 tecidos	 extraordinariamente	 compactados,	 e	 consequentemente	 mais	 difíceis</p><p>de	 extrair.	 Estas	 características	 implicam	 diretamente	 na	 escolha	 da	 granulometria</p><p>necessária	para	facilitar	o	processo	extrativo.</p><p>Grosseramente,	 podemos	 dizer	 que	 os	 órgãos	 com	 baixa	 compactação	 podem	 ser</p><p>extraídos	inteiros	ou	reduzidos	grosseramente,	e	órgãos	compactos	necessitarão	de	uma</p><p>divisão	maior	para	aumentar	a	superfície	de	contato	com	o	líquido	extrativo.	Portanto,	a</p><p>escolha	 da	 granulometria	 deve	 ser	 considerada	 como	 um	 parâmetro	 que	 modifica	 a</p><p>eficiência	 do	 processo	 extrativo,	 uma	 vez	 que	 o	 tamanho,	 formato	 da	 partícula,	 área</p><p>superficial	 e	 porosidade	 influenciam	 na	 área	 de	 contato	 entre	 o	 líquido	 extrator	 e	 a</p><p>matéria	 pura.	 Além	 do	 tipo	 do	 órgão,	 alguns	 aspectos	 gerais	 devem	 ser	 levados	 em</p><p>consideração	 na	 escolha	 do	 tamanho	 da	 partícula,	 como	 pós-muitos	 finos	 dificultam	 o</p><p>processo	 extrativo,	 porque	 pode	 ocorrer	 o	 alutinamento	 de	 partículas	 que	 irão	 formar</p><p>canais	 preferenciais	 de	 passagem	 do	 solvente,	 e,	 portanto,	 o	 líquido	 extrator	 não</p><p>conseguirá	atingir	todas	as	partículas	da	matriz,	ou	seja,	aquelas	partículas	que	ficam	na</p><p>parte	interna	não	serão	atingidas	pelo	líquido	extrator.</p><p>Fragmentos	 maiores	 dificultam	 a	 entrada	 do	 líquido	 extrator	 em	 todas	 as	 células</p><p>presentes	no	 fragmento,	ou	seja,	há	necessidade	de</p><p>um	maior	 tempo	de	contato	para</p><p>que	o	líquido	extrator	penetre	totalmente	na	partícula.	A	granulometria	ideal	permite	o</p><p>fácil	 e	 rápido	 acesso	 do	 líquido	 extrator	 ao	 interior	 de	 todas	 as	 células	 presentes	 na</p><p>partícula.	É	importante	que	haja	homogeneidade	no	tamanho	dessas	partículas	também.</p><p>O	tipo	de	corte	e	o	tamanho	das	partículas	são	dependentes	não	só	das	características</p><p>do	 órgão	 vegetal,	 mas	 também	 do	 tipo	 de	 moinho	 empregado	 e	 das	 propriedades</p><p>químicas	dos	metabólicos	de	 interesse.	Como	por	exemplo,	a	extração	de	alcaloides	é</p><p>facilitada	na	matriz	em	pó	e	o	uso	de	moinhos	que	promovem	aquecimento	da	matriz</p><p>podem	liberar	óleos	essenciais	pelo	aquecimento,	bem	como	pela	quebra	de	estruturas</p><p>de	 superfícies	 como	 tricomas	 que	 acumulam	 esses	 óleos.	 Sonaglio	 traz	 uma</p><p>recomendação	 de	 corte	 dependente	 da	 parte	 vegetal	 que	 será	 utilizada	 na	 extração,</p><p>onde	 podemos	 ver	 que	 o	 corte	 grosso	 é	 recomendado	 para	 partes	 mais	 delicadas,</p><p>semifino	 para	 partes	 mais	 duras	 e	 compactas	 e	 o	 corte	 fino	 independente	 da	 parte</p><p>vegetal	é	 recomendado	para	a	extração	de	alcaloides	e	o	pó	 fino	não	é	 recomendado</p><p>para	a	extração,	mas	sim	para	a	produção	de	cápsulas	e	mistura	com	outros	pós.</p><p>O	segundo	ponto	que	devemos	considerar	é	o	aquecimento	usado	durante	o	processo</p><p>extrativo.	 Uma	 vez	 que	 ao	 mesmo	 tempo	 que	 o	 aumento	 da	 temperatura	 aumenta	 o</p><p>poder	de	dissolução	do	liquidificador,	química	analítica,	o	calor	em	excesso	pode	levar	a</p><p>perda	excessiva	de	solvente	e	dependendo	do	método	extrativo	escolhido,	esse	solvente</p><p>precisará	ser	reposto	durante	o	processo.	Pode	também	levar	a	formação	de	artefatos,</p><p>guardem	esse	termo	pois	falaremos	dele	mais	adiante	no	fim	desse	episódio.</p><p>No	 caso	 de	 constituintes	 voláteis,	 pode	 haver	 uma	 perda	 parcial	 ou	 total	 desses</p><p>constituintes.	 Isso	 quer	 dizer	 que	 ao	 considerar	 o	 uso	 de	 métodos	 extrativos	 que</p><p>necessitam	de	calor,	devemos	saber	previamente	se	o	constituinte	que	desejamos	obter</p><p>é	 termolátero,	assim	como	a	 faixa	de	 temperatura	que	é	aceitável	para	 trabalhar	com</p><p>estes	métodos.	A	escolha	da	temperatura	vai	 impactar	na	escolha	do	 liquidestrator,	se</p><p>ele	 deve	 ser	 o	 mais	 volátil	 possível	 e	 com	 o	 poder	 de	 solubilização	 necessário	 para	 o</p><p>grupo	de	constituintes	que	você	deseja	trabalhar.</p><p>O	xile	deve	ser	um	solvente	com	alto	ponto	de	ebulição	para	que	não	haja	perda	 fácil</p><p>durante	 o	 processo	 extrativo.	 Por	 fim,	 o	 calor	 vai	 impactar	 na	 escolha	 do	 tempo	 de</p><p>extração	também.	Se	optarmos	por	altas	temperaturas,	o	tempo	de	extração	deverá	ser</p><p>reduzido,	pois	mesmo	substâncias	consideradas	estáveis	em	altas	temperaturas,	podem</p><p>ser	degradadas	se	a	temperatura	alta	for	mantida	por	muito	tempo.</p><p>Neste	exemplo	de	experimento,	que	buscava	observar	o	rendimento	de	alcaloides	com	a</p><p>alteração	 da	 temperatura,	 mantendo	 os	 mesmos	 parâmetros	 de	 solvente	 e	 tempo,</p><p>vemos	 um	 pequeno	 incremento	 no	 rendimento	 dos	 alcaloides.	 Não	 é	 observado	 um</p><p>aumento	de	rendimento	considerável	com	o	aumento	da	temperatura.	No	entanto,	essa</p><p>informação	 nos	 mostra	 que	 temperaturas	 mais	 baixas	 podem	 ser	 utilizadas	 como</p><p>estratégia	de	proteção	desses	constituintes	químicos.</p><p>Partindo	 agora	 para	 a	 digitação,	 é	 importante	 lembrar	 que	 a	 extração	 ocorre	 pela</p><p>difusão	do	 liquidestrator	para	o	 interior	das	células,	 com	saída	do	mesmo,	contendo	o</p><p>conteúdo	 dissolvido.	 Lembrando	 o	 início	 da	 aula,	 em	 alguns	 métodos	 extrativos,	 há	 a</p><p>tendência	 do	 conteúdo	 que	 é	 difundido	 para	 o	 exterior	 do	 tecido,	 contendo	 as</p><p>substâncias	extraídas,	permanecer	mais	próximo	do	particulado	e	não	 se	misturar	 tão</p><p>facilmente,	 fazendo	 com	 que	 haja	 a	 formação	 de	 uma	 região	 mais	 concentrada	 nas</p><p>proximidades	das	partículas,	diminuindo	assim	o	potencial	de	solubilização	do	solvente.</p><p>Quando	 ocorre	 a	 agitação,	 as	 substâncias	 dissolvidas	 passam	 a	 ser	 distribuídas</p><p>homogeneamente	por	todo	o	solvente.</p><p>Então	aquela	porção	que	está	em	contato	direto	com	a	superfície	da	partícula	adquire</p><p>um	novo	potencial	de	dissolução.	Esse	procedimento	deve	ser	realizado	até	o	alcance	da</p><p>saturação,	para	que	haja	maior	rendimento	do	extrato,	ou	seja,	a	maior	quantidade	de</p><p>substâncias	 sendo	 extraídas.	 Os	 tempos	 de	 extração	 variam	 de	 minutos	 a	 dias,</p><p>dependendo	do	método	adotado,	das	características	do	solvente	e	da	matéria-prima,	dos</p><p>metabólitos	desejados	e	da	solubilidade	destes	metabólitos	no	líquido	extrator	escolhido.</p><p>De	 modo	 geral,	 a	 eficiência	 da	 extração	 aumenta	 com	 o	 aumento	 da	 duração	 da</p><p>extração.	Isso	acontece	até	o	momento	que	o	líquido	extrator	fica	saturado,	nos	métodos</p><p>que	 nós	 chamamos	 de	 métodos	 descontinuos,	 pois	 não	 houve	 acréscimo	 de	 solvente</p><p>renovado	 durante	 o	 processo	 extrativo.	 Quando	 ocorre	 a	 saturação	 do	 solvente,	 não</p><p>adianta	manter	a	matéria-prima	em	contato	com	ele	por	mais	 tempo,	pois	não	haverá</p><p>incremento	na	extração.</p><p>Podemos	 dizer	 que	 no	 momento	 que	 ocorre	 a	 saturação,	 mesmo	 que	 ainda	 haja</p><p>constituindo	químico	a	ser	retirado	da	matriz,	o	líquido	extrator	não	será	mais	capaz	de</p><p>dissolvê-lo.	Por	isso	que,	para	fazer	o	uso	desse	tipo	de	método	extrativo,	é	interessante</p><p>realizar	 experimentos	 para	 verificar	 a	 melhor	 razão	 matéria-prima-solvente,	 ou	 seja,</p><p>verificar	 quanto	 de	 solvente	 será	 necessário	 para	 extrair	 os	 constituintes	 da	 matéria-</p><p>prima	 com	 maior	 eficiência.	 No	 caso	 dos	 métodos	 chamados	 exaustivos,	 haverá	 um</p><p>momento	em	que	não	será	mais	possível	extrair	componentes	da	matriz,	porque	tudo	o</p><p>que	 foi	 produzido	 pela	 planta	 foi	 retirado	 dela,	 e	 aí	 não	 faz	 mais	 sentido	 aumentar	 a</p><p>duração	da	extração.</p><p>Por	 outro	 lado,	 também	 devemos	 estar	 atentos	 a	 alguns	 métodos	 que	 podem	 levar	 à</p><p>perda	de	constituintes	ou	à	formação	de	artefatos,	por	hidrólise	ou	oxidação,	quando	a</p><p>duração	da	extração	é	prolongada.	Isso	pode	acontecer	especialmente	em	métodos	que</p><p>demandam	calor,	ultração	e	microondas.	Nesse	experimento	no	qual	a	variável	 tempo</p><p>foi	 modificada,	 podemos	 perceber	 um	 incremento	 no	 rendimento	 dos	 alcaloides	 com</p><p>aumento	da	duração	do	tempo	de	extração	de	meia	hora	para	uma	hora.</p><p>No	entanto,	não	vemos	alteração	no	rendimento	quando	o	tempo	de	extração	é	de	duas</p><p>horas.	 Isso	 nos	 permite	 inferir	 que	 uma	 hora	 foi	 o	 suficiente	 para	 saturar	 o	 líquido</p><p>extrator	 ou	 que	 todos	 os	 constituintes	 foram	 extraídos.	 A	 gente	 pode	 chegar	 a	 uma</p><p>conclusão	 em	 relação	 a	 isso	 fazendo	 um	 experimento	 fácil,	 realizando	 o	 aumento	 da</p><p>quantidade	 do	 líquido	 extrator	 e	 extraindo	 por	 duas	 horas,	 nas	 mesmas	 condições	 de</p><p>solvente	e	temperatura.</p><p>Se	 houver	 aumento	 no	 rendimento,	 saberemos	 que	 ainda	 havia	 constituintes	 a	 serem</p><p>extraídos.	 Então	 o	 problema	 foi	 a	 saturação	 de	 solvente	 alcançada	 em	 uma	 hora	 de</p><p>extração.	 Por	 isso	 que	 é	 importante	 os	 experimentos	 para	 verificar	 a	 melhor	 razão</p><p>solvente-matéria-prima.</p><p>Vamos	 entender	 melhor	 o	 que	 são	 os	 métodos	 de	 extração	 contínuos,	 também</p><p>chamados	de	exaustivos	e	métodos	de	extração	descontínuos.	Pois	o	 tipo	de	processo</p><p>extrativo	 também	 influencia	 na	 composição	 do	 extrato.	 Nos	 métodos	 chamados	 de</p><p>contínuos,	como	a	percolação	e	o	Soxhlet,	os	solventes	 fluem	constantemente	através</p><p>da	matriz	biológica.</p><p>À	medida	que	os	constituintes	se	difundem	da	matriz	para	o	solvente	circundante,	esse</p><p>se	torna	cada	vez	mais	saturado,	como	já	vimos.	Mas	como	há	renovação	constante	do</p><p>líquido	extrator	em	contato	com	a	matéria-prima,	não	há	a	possibilidade	de	saturação	do</p><p>mesmo.	Já	nos	métodos	chamados	descontínuos,	o	solvente	é	adicionado	e	removido	em</p><p>porções,	e	a	cada	retirada	do	solvente,	supõe-se	que	ele	tenha	chegado	à	saturação.</p><p>Um	novo	processo	extrativo	pode	ser	 iniciado	após	a	 filtração	da	matéria-prima	com	a</p><p>renovação	 do	 solvente.	 Que	 pode	 ser	 novo	 ou	 recuperado.	 Sim,	 podemos	 recuperar	 o</p><p>solvente</p><p>durante	 a	 concentração	 do	 extrato	 e	 reutilizá-lo	 para	 dar	 continuidade	 à</p><p>extração.</p><p>Com	 uma	 ressalva,	 deve	 ser	 utilizado	 para	 dar	 continuidade	 e	 não	 início	 de	 outra</p><p>extração,	 muito	 menos	 com	 outra	 matriz	 biológica.	 Em	 qualquer	 um	 dos	 casos,	 o</p><p>momento	de	encerrar	o	processo	extrativo	depende	do	tipo	de	extrato	que	você	deseja</p><p>produzir.	Se	a	intenção	é	promover	o	esgotamento	da	matéria-prima,	ou	seja,	a	retirada</p><p>completa	 dos	 constituintes	 solúveis	 dela,	 utilizamos	 o	 método	 contínuo	 ou	 repetimos</p><p>várias	vezes	o	método	descontínuo	com	a	mesma	matéria-prima.</p><p>E	se	isso	não	for	necessário,	você	pode	usar	o	método	descontínuo	sem	a	repetição.	Se</p><p>você	quiser	o	esgotamento,	é	aconselhável	ao	longo	do	processo	ir	separando	alíquotas</p><p>do	 extrato,	 concentrando	 para	 ver	 se	 ainda	 está	 saindo	 uma	 grande	 quantidade	 de</p><p>resíduo,	que	seria	o	extrato	seco.	Ou	você	pode	monitorar	com	testes	para	a	presença</p><p>da	classe	ou	classes	que	você	deseja	retirar	da	planta.</p><p>Se	 eles	 continuarem	 saindo,	 você	 acrescenta	 mais	 solvente,	 no	 caso	 dos	 métodos</p><p>contínuos,	 ou	 você	 inicia	 um	 novo	 processo	 de	 extração	 com	 a	 mesma	 amostra	 da</p><p>matriz	que	está	sendo	utilizada	no	caso	dos	métodos	descontínuos.	Agora	passaremos</p><p>para	 um	 componente	 da	 extração	 sólido	 líquido,	 que	 é	 o	 principal	 influenciador	 do</p><p>método	extrativo,	que	é	o	solvente.	Como	vocês	podem	ver,	existem	vários	fatores	que</p><p>estão	relacionados	ao	solvente	e	que	vão	interferir	no	método.</p><p>Vocês	 vão	 perceber	 também	 que	 esses	 fatores	 são	 complementares.	 A	 escolha	 do</p><p>solvente	 deve	 levar	 em	 consideração	 aspectos	 como	 baixo	 potencial	 de	 formação	 de</p><p>artefatos,	 baixa	 toxicidade,	 baixa	 inflamabilidade,	 baixo	 risco	 de	 explosão,	 economia,</p><p>facilidade	de	 recuperação	e	 reciclagem,	 solubilidade,	 facilidade	de	manuseio	e	 agrade</p><p>de	pureza.	Existe	algum	solvente	que	seja	aprovado	em	todos	esses	aspectos?	Talvez	a</p><p>água	chegue	mais	próximo	de	cumprir	todos	os	requisitos.</p><p>No	 entanto,	 a	 maioria	 dos	 produtos	 naturais	 secundários	 são	 insolúveis	 ou	 pouco</p><p>solúveis	em	água.	Então	vamos	ver	melhor	o	que	deve	se	observar	na	escolha	do	líquido</p><p>extrativo.	A	solubilidade	é	aquele	primeiro	 fator	que	a	gente	 leva	em	consideração	na</p><p>escolha	do	solvente.</p><p>Porque	 se	 você	 escolher	 um	 solvente	 incapaz	 de	 solubilizar	 as	 substâncias	 que	 te</p><p>interessam,	qualquer	método	escolhido	resultará	em	um	extrato	pobre	nas	substâncias</p><p>de	interesse.	Partindo	do	pressuposto	que	semelhante	dissolve	semelhante,	a	escolha	do</p><p>solvente	deve	 levar	em	consideração	principalmente	a	polaridade	das	substâncias	que</p><p>você	 deseja	 extrair.	 De	 modo	 que	 o	 solvente	 maximize	 o	 rendimento	 dos	 compostos</p><p>desejados	e	minimize	a	extração	de	constituintes	indesejados.</p><p>Aqui	 nós	 temos	 um	 quadro	 mostrando	 o	 índex	 de	 polaridade	 dos	 principais	 solventes</p><p>orgânicos	 e	 água,	 utilizado	 em	 métodos	 extrativos.	 Aqui	 podemos	 ver	 que	 a	 água	 é</p><p>considerada	o	mais	polar	deles	e	o	N-hexano	o	menos	polar,	ou	seja,	mais	 lipofil.	Mas</p><p>temos	outras	opções	entre	esses	dois	sistemas.</p><p>Ao	 longo	da	aula	a	gente	vai	 revisitando	esse	quadro.	O	segundo	parâmetro	que	deve</p><p>ser	observado	é	a	seletividade.	No	início	da	aula	vimos	que	podemos	produzir	extratos</p><p>totais	e	extratos	parciais.</p><p>E	isso	é	dependente	da	seletividade	do	solvente	escolhido.	Os	solventes	que	utilizamos</p><p>como	 líquidos	 extratores	 têm	 um	 grau	 de	 seletividade	 que	 nos	 possibilita	 agrupar</p><p>constituintes	 químicos,	 diminuindo	 a	 complexidade	 do	 extrato.	 No	 mundo	 ideal	 dos</p><p>fitoquímicos	 teríamos	 solventes	 que	 dissolveriam	 apenas	 uma	 classe	 de	 produtos</p><p>naturais.</p><p>Mas	não	é	isso	que	acontece,	infelizmente.	O	que	temos	em	mãos	são	solventes	que	irão</p><p>agrupar	 substâncias	 não	 em	 classes	 de	 produtos	 naturais,	 mas	 de	 acordo	 com</p><p>parâmetros	como	polaridade.	Por	isso	nesse	quadro	nós	podemos	ver	um	agrupamento</p><p>de	classes	de	substâncias	diferentes	em	relação	a	cada	um	dos	solventes.</p><p>Outra	 coisa	 que	 podemos	 perceber	 é	 que	 nós	 temos	 variação	 na	 polaridade	 dos</p><p>solventes	em	cada	uma	das	classes	apresentadas.	Isso	acontece	porque	dentro	de	cada</p><p>uma	dessas	classes	a	presença	ou	ausência	de	determinados	grupos	 funcionais,	 como</p><p>hidroxilas,	 carboxilas,	 ou	 a	 substância	 ser	 uma	 genina	 ou	 um	 heterosídeo,	 vai	 levar	 a</p><p>variação	na	polaridade	da	molécula.	Isso	explica	porque	podemos	extrair	saponinas	com</p><p>água,	metanol,	butanol	e	outros	solventes	polares.</p><p>Mas	 aqui	 também	 aparecem	 solventes	 como	 diclorometano	 e	 clorofol,	 que	 solvam	 ou</p><p>bilisam	esses	compostos	quando	eles	estão	na	forma	de	genina,	ou	seja,	sem	o	açúcar.</p><p>Recapitulando.	 Quando	 vamos	 escolher	 um	 líquido	 extrator	 pensando	 na	 seletividade,</p><p>temos	duas	possibilidades	de	caminho	a	ser	seguido.</p><p>A	obtenção	de	extratos	totais,	quando	precisamos	dos	diferentes	tipos	de	constituintes</p><p>que	a	matriz	produziu,	e	isso	acontece	normalmente	no	caso	de	preparação	de	extratos</p><p>para	triagem	fitoquímica,	ou	quando	o	isolamento	é	biobiado,	ou	quando	você	pretende</p><p>trabalhar	 com	 diferentes	 classes	 e	 polaridades	 de	 componentes	 químicos	 produzidos</p><p>pela	matriz.	Nesse	caso,	o	que	você	precisa	escolher	é	um	solvente	capaz	de	solubilizar</p><p>a	 maioria	 dos	 constituintes	 produzidos	 pela	 matriz,	 e	 que	 se	 adequem	 ao	 método</p><p>extrativo	proposto.	Nesse	caso,	utilizamos	solvente	de	média	a	alta	polaridade.</p><p>Os	 mais	 utilizados	 são	 o	 etanol,	 o	 metanol	 e	 misturas	 hidroalcoólicas	 com	 esses	 dois</p><p>álcools,	 com	 baixos	 percentuais	 de	 água.	 Nesse	 momento,	 você	 deve	 estar	 se</p><p>questionando	como	esses	 solventes	vão	conseguir	 arrastar	da	matriz	 componentes	de</p><p>diferentes	 polaridades.	 Quem	 trabalha	 com	 prótons,	 por	 exemplo,	 já	 percebeu	 que	 se</p><p>fizer	uma	extração	com	álcool,</p><p>Este	arquivo	é	mais	longo	que	30	minutos.</p><p>Atualize	para	Ilimitado	em	TurboScribe.ai	para	transcrever	arquivos	de	até	10</p><p>horas.</p><p>https://turboscribe.ai/pt/subscribed?ref=pdf_export_upsell</p><p>https://turboscribe.ai/pt/?ref=pdf_export_upsell</p>

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