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<p>Globalização dos mercados</p><p>Globalização dos mercados • 2/12</p><p>Objetivos de Aprendizagem</p><p>• Identificar e explicar os conceitos de negócios internacionais, globalização,</p><p>internacionalização de empresas, diferenças de culturas, investimentos e</p><p>comércio internacional.</p><p>Globalização dos mercados</p><p>Conteúdo organizado por Renato Cividini Matthiesen em 2023 do livro</p><p>Internacionalização de empresas: teorias e aplicações, publicado em 2013 por</p><p>Adriana Beatriz Madeira, José Augusto Giesbrecht Da Silveira, pela editora Saint Paul.</p><p>https://player.vimeo.com/video/824867749</p><p>Globalização dos mercados • 3/12</p><p>Introdução</p><p>“Em um dos momentos mais emblemáticos da história empresarial</p><p>moderna, Steve Jobs abalou o mundo em janeiro de 2007 com</p><p>o anúncio do iPhone da Apple, lançado seis meses depois.</p><p>Literalmente, tudo na alta tecnologia mudou naquele dia – na</p><p>verdade, você pode até chamar isso de singularidade – à medida</p><p>que todas as estratégias existentes de eletrônicos de consumo</p><p>instantaneamente se tornaram obsoletas. Naquele momento, o</p><p>futuro do mundo digital teve de ser reconsiderado”. Ismail, Malone</p><p>e van Geest (2019, p. 35)</p><p>A globalização e os avanços tecnológicos são resultados de uma intensificação</p><p>da concorrência entre empresas. Ela desconsidera fronteiras e se manifesta pelo</p><p>crescimento da mobilidade de fatores de produção, especialmente o capital. Nesse</p><p>contexto, a globalização coloca em concorrência direta os assalariados do mundo</p><p>todo, com duas importantes consequências. Uma delas relaciona-se às condições de</p><p>remuneração, de emprego e de proteção social degradam-se em países de antiga</p><p>industrialização, considerando que o deslocamento de empresas de uma região</p><p>para outra enfraquece o poder de negociação dos trabalhadores e a concorrência</p><p>enaltece empresário a diminuir custos automatizando e informatizando a cadeia</p><p>produtiva, aumentando desta forma o desemprego e comprimindo os salários dos</p><p>trabalhadores. Soma-se a isto que, vivenciando uma migração da quarta revolução</p><p>industrial que preconizou a computação e a automação dos meios de produção para</p><p>uma idealizada quinta revolução industrial, onde os sistemas avançados de informação</p><p>e a inteligência artificial são utilizados para ampliar o trabalho dos softwares para</p><p>gestão e automação ainda maior de linhas de produção, uma nova onda de supressão</p><p>de postos de trabalhos tradicionais está por vir, conforme sustenta Leonhard (2019).</p><p>Outra consequência relaciona-se ao fato de que em muitos países emergentes que</p><p>acolhem atividades em empresas globalizadas, há escasso respeito às convenções</p><p>e recomendações da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e assim nasce a</p><p>possibilidade de serem utilizadas vantagens trabalhistas relativas à exploração do</p><p>trabalho, o que não descarta, em alguns países, a exploração da próxima mão de</p><p>trabalho infantil e prisional.</p><p>Globalização dos mercados • 4/12</p><p>Seitenfus (2013, p. 159) relata que “o sombrio quadro da evolução demográfica</p><p>indica que os problemas envolvendo uma melhor repartição de riquezas e</p><p>a definição de políticas internacionais de desenvolvimento constituem um</p><p>desafio inadiável”.</p><p>A globalização não é um fenômeno novo</p><p>Apesar de o termo globalização estar em baila nos últimos anos, considerando um</p><p>contexto de mundo tecnologicamente interconectado pela internet, o termo e seu</p><p>significado não são novos. Culpi (2020) disserta que o fenômeno da globalização</p><p>dos negócios tem como base dois aspectos: a distribuição geográfica dos fatores e as</p><p>falhas de mercado. Mas, em função de suas origens nacionais, algumas empresas são</p><p>superiores a outras em termos de competitividade e somente conseguem êxito nos</p><p>negócios transferindo seus recursos pelas fronteiras nacionais através de suas próprias</p><p>organizações, expandindo-se para outros mercados.</p><p>Cavusgil (2010, p. 22) nos diz que “a moderna tecnologia intensifica a atividade</p><p>dos negócios internacionais em níveis sem precedentes”. Muitas empresas do</p><p>setor de software, por exemplo, mantêm presença comente em ambientes virtuais</p><p>através da WWW (World Wide Web), que representa um mundo desconectado de</p><p>locais físicos como ambiente de trabalho e produção. A evolução das tecnologias de</p><p>transportes e comunicações também contribuíram sobremaneira com os serviços de</p><p>entrega rápida de fornecedores espalhados por todo o planeta. Machado e Silveira</p><p>(2013) nos lembram que a globalização e a internacionalização das empresas são uma</p><p>consequência moderna do desenvolvimento das tecnologias e sistemas de informação</p><p>e de logística. Cavusgil (2010) ainda reflete que a globalização não é um fenômeno</p><p>novo pois desenvolveu-se a partir de uma herança comum, compartilhada de todas</p><p>as civilizações, independentemente de onde surgiram, para que se expandissem e</p><p>tocassem umas às outras. O autor conclui que a globalização foi incrementada em</p><p>fases, sendo a primeira com início em 1830 e auge em 1880 devido à expansão das</p><p>ferrovias, a eficiência do transporte marítimo e ao crescimento das grandes empresas</p><p>manufatureiras e de comércio. A segunda fase começou por volta de 1900 e foi</p><p>associada ao aumento da produção de eletricidade e aço. A terceira fase teve início</p><p>em 1948, após o final da Segunda Guerra Mundial e auge na década de 1970 com a</p><p>formação do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio. Por fim, a quarta fase instaurou-</p><p>Globalização dos mercados • 5/12</p><p>se a partir dos anos 1980 com expressivos avanços nas tecnologias de informação,</p><p>comunicações, manufatura e consulta; privatização de empresas estatais em países em</p><p>transição e notável crescimento econômico nos mercados emergentes.</p><p>Figura 2 – Fases da globalização</p><p>Fonte: Cavusgil (2010, p. 24)</p><p>Por sua vez, Vasconcellos (2017, p. 18) nos ensina que “a economia mundial está</p><p>presenciando um período de transformações radicais; em particular, houve</p><p>uma dramática internacionalização (globalização) da atividade econômica</p><p>nas últimas décadas com profundas consequências econômicas, políticas e</p><p>sociais”. Veja que o autor faz referência à internacionalização e globalização no mesmo</p><p>contexto. O grande desafio por ele apresentado para o Brasil, especificamente, é fazer</p><p>parte desse grupo de países já internacionalizados e integrados competitivamente</p><p>na economia mundial. Com a globalização, as decisões de produção e comércio</p><p>internacional ficaram interconectadas, a internacionalização de empresas espalhou-</p><p>se pelo mundo, e a maior parte dos novos produtos que chegam ao mercado é</p><p>transacionável internacionalmente, chamados de traded goods, ou ainda depende</p><p>de componentes transacionáveis.</p><p>Globalização dos mercados • 6/12</p><p>Saiba Mais</p><p>Assista o vídeo: A primeira revolução industrial do canal Nerdologia.</p><p>Link: https://www.youtube.com/watch?v=m_KTF3iNrY0. Acesso em:</p><p>13 dez. 2022.</p><p>Dimensões da globalização dos mercados</p><p>Com um fenômeno amplo, a globalização tem sido analisada sobre a perspectiva de</p><p>várias disciplinas, como economia, história, antropologia, ciências políticas, sociologia</p><p>e tecnologia. No contexto de negócios internacionais, Cavusgil (2010) entende que</p><p>ela pode ser avaliada simultaneamente como uma consequência das tendências</p><p>nas políticas econômicas, um fator gerador dos fenômenos econômicos, políticos e</p><p>sociais e também um fator gerador de consequência da internacionalização no nível</p><p>empresarial. Ela é um fenômeno multifacetado, com cinco dimensões. Vejamos:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=m_KTF3iNrY0</p><p>https://player.vimeo.com/video/824867961</p><p>Globalização dos mercados • 7/12</p><p>1. Integração e interdependência das economias nacionais:</p><p>2. Aumento de blocos de integração econômica regional.</p><p>3. Crescimento dos fluxos globais financeiros e de investimentos.</p><p>4. Convergência dos estilos de vida e preferências dos consumidores.</p><p>5. Globalização da produção.</p><p>Considerando a modernidade, diversas tendências têm convergido como causas para</p><p>a globalização dos mercados. Veja a seguir cinco desses fatores geradores:</p><p>1. Redução mundial das barreiras ao comércio</p><p>e ao investimento.</p><p>2. Liberação de mercado e adoção do livre comércio.</p><p>3. Industrialização, desenvolvimento econômico e modernização.</p><p>4. Integração dos mercados financeiros mundiais.</p><p>Figura 3 – Fatores geradores e consequências para globalização</p><p>Fonte: Cavusgil (2010, p. 26)</p><p>Globalização dos mercados • 8/12</p><p>Oportunidades e desafios da globalização</p><p>O crescimento econômico e a participação crescente na economia mundial são forças</p><p>que se complementam, e a grande oportunidade vista por Vasconcellos (2017, p.</p><p>28) para o Brasil no cenário da internacionalização é de “reverter seu isolamento</p><p>da economia mundial e aproveitar as oportunidades oferecidas pela globalização</p><p>para acelerar seu crescimento econômico”. A globalização representa oportunidades</p><p>de aumentar a capacidade produtiva doméstica por meio do investimento direto</p><p>estrangeiro pela sua capacidade de ampliar o acesso ao mercado externo em produtos</p><p>dos quais um determinado país tem vantagens comparativas, dada à alta propensão</p><p>exploradora de organizações empresariais multinacionais. Considerando um dos</p><p>grandes mercados emergentes do planeta, o Brasil a exemplo da China, Índia, Rússia e</p><p>Indonésia, enfrenta atualmente um grande desafio de manter um conjunto de políticas</p><p>econômicas coerentes para que o País possa aproveitar as oportunidades que a</p><p>globalização dos mercados oferece e retornar a um padrão histórico de crescimento</p><p>mais acelerado, que fora interrompido no final dos anos 1970. Para que isso seja</p><p>realidade, é necessário manter políticas macroeconômicas estáveis, criar condições</p><p>favoráveis aos investimentos em capital físico e humano e ampliar a abertura ao</p><p>exterior.</p><p>Saiba Mais</p><p>“A globalização está na ordem do dia; uma palavra da moda que se</p><p>transforma rapidamente em um lema, uma encantação, uma senha</p><p>capaz de abrir as portas de todos os mistérios presentes e futuros.</p><p>Para alguns, globalização é o que devemos fazer se quisermos ser</p><p>felizes; para outros, é a causa da nossa infelicidade. Para todos,</p><p>porém, globalização é o destino irremediável do mundo, um</p><p>processo irreversível; e também um processo que nos afeta a todos</p><p>na mesma medida e da mesma maneira”. Bauman (1999, p. 1)</p><p>Globalização dos mercados • 9/12</p><p>Em Resumo</p><p>Nessa unidade, vimos que a globalização e os avanços tecnológicos são resultados</p><p>de uma intensificação da concorrência entre empresas. Vimos também que a</p><p>moderna tecnologia intensifica a atividade dos negócios internacionais em níveis</p><p>sem precedentes”. Muitas empresas do setor de software, por exemplo, mantêm</p><p>presença comente em ambientes virtuais através da WWW (World Wide Web), que</p><p>representa um mundo desconectado de locais físicos como ambiente de trabalho</p><p>e produção. A evolução das tecnologias de transportes e comunicações também</p><p>contribuíram sobremaneira com os serviços de entrega rápida de fornecedores</p><p>espalhados por todo o planeta. A globalização e a internacionalização das empresas</p><p>são uma consequência moderna do desenvolvimento das tecnologias e sistemas de</p><p>informação e de logística. Ela não é um fenômeno novo pois desenvolveu-se a partir</p><p>de uma herança comum, compartilhada de todas as civilizações, independentemente</p><p>de onde surgiram, para que se expandissem e tocassem umas às outras. Considerando</p><p>a modernidade, diversas tendências têm convergido como causas para a globalização</p><p>dos mercados. Veja a seguir cinco desses fatores geradores: redução mundial das</p><p>barreiras ao comércio e ao investimento; liberação de mercado e adoção do livre</p><p>comércio; industrialização, desenvolvimento econômico e modernização e Integração</p><p>dos mercados financeiros mundiais.</p><p>Globalização dos mercados • 10/12</p><p>Na ponta da língua</p><p>https://player.vimeo.com/video/824868226</p><p>Globalização dos mercados • 11/12</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>Bauman, Z. (1999). Globalização: as consequências humanas, 1. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Zahar..</p><p>Cavusgil, S. T. (2010). Negócios internacionais: estratégia, gestão e novas realidades.</p><p>São Paulo: Pearson Prentice Hall.</p><p>Culpi, Ludmila Andrzejewski. (2020). Internacionalização de empresas. Curitiba:</p><p>Contentus.</p><p>Galloway, Scott. (2017).Os quatro: Apple, Amazon, Facebook e Google. São Paulo:</p><p>HSM.</p><p>Ismail, Salim; Malone, Michael, S.; Geest, Yuri. (2019). Organizações exponenciais:</p><p>por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que</p><p>fazer a respeito), Rio de Janeiro: Alta Books.</p><p>Leonhard, Gerd. (2018). Tecnologia versus humanidade. Lisboa/Portugal: Gradiva</p><p>Publicações, 2018.</p><p>Madeira, A. B.; Silveira, K. A. G. (2013). Internacionalização de empresas: teorias e</p><p>aplicações. São Paulo. BR: Saint Paul.</p><p>Vasconcellos, M. A. S. (2017). Manual de comércio exterior e negócios</p><p>internacionais. 1. ed. São Paulo: Saraiva.</p><p>Seitenfus, Ricardo. (2007). Relações internacionais. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2013.</p><p>GUEDES, Ana Lucia. Negócios Internacionais. São Paulo: Cengage Learning.</p><p>Globalização dos mercados • 12/12</p><p>Im</p><p>ag</p><p>en</p><p>s:</p><p>Sh</p><p>utt</p><p>er</p><p>st</p><p>oc</p><p>k</p><p>LIVRO DE REFERÊNCIA:</p><p>Internacionalização de Empresas: Teorias e</p><p>Aplicações</p><p>Adriana Beatriz Madeira, José Augusto Giesbrecht Da</p><p>Silveira</p><p>Saint Paul, 2013</p>