Prévia do material em texto
Aula 7 – Controle de qualidade microbiológico Prof.ª Nadielle Bidu nadiellebidu@hotmail.com Aspectos gerais • 1960 – relatos de infecções atribuídas a produtos farmacêuticos, correlatos de uso médico e cosméticos contaminados; • Realização de estudos – identificar a fonte da contaminação e estabelecer limites. • 1970 – limites para produtos não estéreis foram estabelecidos pela Federação Internacional Farmacêutica (FIP); • Hoje em dia – os limites estão descritos nas Farmacopeias; Controle de qualidade microbiologico • Qualidade microbiológica de produtos farmacêuticos constitui um dos atributos essenciais para o desempenho adequado. Eficácia Aceitabilidade Segurança Controle de qualidade microbiológico • Monitoramento microbiológico - requisito de BPF • Falha nas medidas preventivas e de controle do processo de fabricação pode resultar em produtos inadequados ao consumo; • Qualidade microbiológica definida por padrões microbianos descritos em compêndios oficiais e normas regulamentadoras. • Estéreis – ausência total de contaminação • Não estéreis – limite de contaminação e ausência de cepas específicas Controle de qualidade microbiológico • A ausência de microrganismos patogénicos depende da via de administração. • Produtos de uso oral - ausência de microrganismos do gênero Salmonella e bactérias coliformes, tais como Escherichia coli. • Produtos tópicos devem estar livre de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Deterioração microbiana de produtos • Consequências: • Redução da biodisponibilidade • Formação de pigmentos e odores • Aceitação do usuário – queda • Produção de toxinas • Degradação do sistema conservante • Degradação do princípio ativo; • Degradação de tensoativos; • Degradação de edulcorantes, flavorizantes e corantes; • Degradação de óleo e emulsões; Deterioração microbiana de produtos • A capacidade do microrganismo em promover o processo de deterioração depende de sua capacidade em produzir enzimas adequadas; • O risco maior no caso de produtos farmacêuticos e cosméticos reside na extrema versatilidade de caminhos bioquímicos dos microrganismos, possibilitando a síntese de enzimas degradativas; • Este processo degradativo pode demandar horas, meses ou mesmo anos; Deterioração microbiana de produtos • A produção de α-amilase é particularmente relevante em Bacillus spp.; • Estes microrganismos, juntamente com Aspergillus e Penicilium spp., são as fontes mais comuns de: Deterioração microbiana de produtos • A produção de lipase é largamente distribuída e ocorre mais comumente entre os fungos; • Daí a associação da deterioração à presença de fungos em cremes e emulsões; Deterioração microbiana de produtos • Consequências distintas, porém sempre nefastas advém da degradação enzimática, podendo ser: • A atividade microbiana pode também resultar na produção de toxinas ou na degradação do próprio sistema conservante. • Conservantes susceptíveis de degradação são a clorhexidina, cetrimida, fenólicos, ácido benzóico entre outros; • O que torna o produto inaceitável pelo usuário; Queda da potência Redução da biodisponibilidade Formação de pigmentos e odores Infecções decorrentes de produtos A experiência tem demonstrado que produtos que não apresentam alterações sensoriais evidentes podem ser portadores de populações microbianas; Equilíbrio hospedeiro e ambiente Microbiota Normal Proliferação de patógenos Estado Nutricional Enfermidades Crônicas Medicamentos e drogas Estado Emocional Aumento na incidência de Doenças infecciosas Comensalismo Simbiose Parasitismo Infecções decorrentes de produtos • Nos adultos saudáveis o contato com produtos contaminados não representa problema sério a menos que o microrganismo seja um patogênico primário; • Entretanto, pode ocorrer infecção em se tratando de paciente com sistema imunológico de alguma forma compromissado; • Além disso, se o produto se destinar a introdução em área normalmente estéril, pele lesada, olhos ou membrana mucosa; Infecções decorrente de produtos • Assim, o risco de infecção depende de fatores como características qualitativas e quantitativas envolvendo o microrganismo, resistência do hospedeiro e via de administração; • Dentre microrganismos que têm sido isolados de produtos farmacêuticos podem ser mencionados os patogênicos primários, como a Salmonella; • Os mais encontrados são os oportunistas, que se tornam agentes infecciosos com a falha do sistema imunológico: Infecções decorrentes de produtos Fatores que afetam a sobrevivência e o crescimento de organismos • Tipo e a grandeza da contaminação (fabricação, estocagem e uso) • Interação dos microrganismos com a formulação • Fatores físico-químicos • Atuação do sistema conservante • Presença de água: • Formas líquidas • Contaminação também pode estar presente em formas sólidas Infecções decorrentes de produtos • Risco de infecção depende de: • Características qualitativas e quantitativas do micro- organismo • Resistência do hospedeiro • Via de administração • Menor risco – administração oral ou aplicação à pele intacta • Maior risco – pele lesada, membrana mucosa e olhos • Uso de injetáveis contaminados – mais sérias ocorrências de infecção Fontes de contaminação • Para atingir um bom nível de qualidade microbianos produtos farmacêuticos é fundamental: • Que se conheçam as fontes de contaminação; • Que se conheçam os mecanismos responsáveis por esta contaminação; Fontes de contaminação • Matérias primas: • Origem sintética • Origem natural • Equipamentos e ambientes produtivos • Utensílios de produção • Operadores envolvidos • Materiais de embalagem (primária) • Contaminação pós-produção • Água • Ar ambiente • Utensílios e produtos de limpeza Fontes de contaminação • Os contaminantes microbianos presentes nas matérias-primas serão invariavelmente transferidos ao produto, acrescidos dos oriundos de: • Equipamentos e ambientes produtivos • Operadores envolvidos • Materiais de embalagem • As matérias-primas empregadas se constituem de pós sintéticos, com baixa carga microbiana; • As matérias-primas de origem natural podem conter elevadas cargas microbianas; Fontes de contaminação Fontes de contaminação Fontes de contaminação Fontes de contaminação microbiana • Contaminantes ambientais de paredes secas compreendem principalmente: Fontes de contaminação microbiana • Em áreas úmidas como pias e drenos, ocorre acúmulo de: • Que não apenas sobrevivem mas proliferam; Limite microbiano • O limite microbiano de medicamentos e seus insumos, cosméticos e seus adjuvantes, assim como correlatos pode-se constituir em: Ausência absoluta de formasviáveis (estéreis); Sua presença em grandezas definidas, restritas ou não a determinadas cepas (não estéreis); Exemplo de micro-organismos • Solução aquosa de menta caso não adequadamente preparada ou estocada, contamina-se por • Achromobacter • Flavobacterium • Acinetobacter • Enterobacter • Pseudomonas • Organismos Gram-negativos originados da contaminação aquosa incluem espécies de origem entérica como: Escherichia coli e Salmonella spp. Limites microbianos Limites microbianos Medicamento não-estéreis Produto não-estéril “Produtos não estéreis são aqueles nos quais se admite conceitualmente a presença de carga microbiana, embora limitada, tendo em vista as características de sua utilização”. Cosméticos, produtos farmacêuticos tópicos e orais Atenção no CQ destes produtos deve assegurar que a carga microbiana presente (quali e quantitativo) não comprometa a sua qualidade final ou mesmo a segurança do paciente. Altas cargas microbianas podem comprometer a ação da forma farmacêutica, alterar sua estabilidade e garantia de qualidade. Análises • Amostragem • Transporte e preparo da amostra • Determinação numérica • Isolamento e identificaçãoAnálises Amostragem Deve ser representativa: porção superior, mediana e inferior. Deve realizar processo de assepsia da área. Vedar devidamente a amostra. Coleta e transporte Temperatura Recipiente de boca larga Local sanitizado. Preparo da amostra Inativar conservantes pH Homogeneização da amostra Métodos de contagem • Pour plate • Semeadura em superfície • Membrana filtrante Métodos de contagem • Pour plate • É caracterizado em adicionar a amostra diluída no meio de cultura fundido em placa estéril até formar uma camada no meio, que após homogeneizado permanece em posição horizontal e temperatura ambiente. Métodos de contagem • Pour plate • Semeadura em superfície • Membrana filtrante Métodos de contagem • Semeadura em superfície • Nesta técnica o meio de cultura na placa estéril já fundido é semeado com a amostra diluída. • Porém a semeadura é realizada com auxílio da alça de drigalsky, fazendo com que o meio absorva toda a amostra. Análise quantitativa Meio de cultura não seletivo ou seletivo sólido, liquido ou semissólido. As diluições devem ser distribuídas por pipetas estéreis na superfície do meio. Métodos de contagem Método de contagem • Membrana Filtrante • Análise quantitativa • Permite amostrar grandes volumes. • Fica sobreposta a placa com meio de cultura sólido Incubação 30-35° C por 2 a 5 dias na posição invertida para bactérias. 20-25° C por 5 a 7 dias na posição invertida para a presença de fungos e leveduras. Auxilio de contadores para quantificar. Medicamentos estéreis Produto estéril • Um produto para a saúde estéril é aquele que está livre de micro-organismos viáveis. • Com o conhecimento atual estatístico envolvendo a morte microbiana, há questionamentos quanto à afirmação absoluta da esterilidade dos produtos; Ausência absoluta de formasviáveis (estéreis); Esterilidade • É verdade que o processo esterilizante de inativação microbiana segue efetivamente critério de redução logarítmica, embora não se possa dizer o mesmo para o processo de remoção; • Ainda assim, todo o esforço é feito no sentido de assegurar carga inicial extremamente baixa, de maneira que na sequência dos tempos crescentes do processo inativante, níveis de potenciais negativos elevados correspondam à condição de probabilidade ínfima quanto à presença microbiana; Esterilidade Esterilidade • Pode-se confundir essa condição, para efeitos práticos, com a de ausência total de microrganismos, não factível matematicamente, porém permitindo pressupor condição de esterilidade do produto; Esterilidade • Segundo as farmacopéias, a condição de esterilidade de um produto deve ser considerada com base no fato que o mesmo tenha sido processado em condições ótimas e que o resultado de uma amostra representativa, submetida ao teste, indique ausência de viáveis; • A metodologia não abrange condições que permitam o crescimento de vírus, entretanto quando da ausência de bactérias e fungos extrapola-se o resultado negativo também a estes organismos Aspectos Estatísticos • Tratando-se de teste do tipo destrutivo, evidente que não pode ser aplicado a todo o lote; • O teste baseia-se portanto em método essencialmente estatístico de amostragem. • Assim, os resultados são determinados tanto pelo número de amostras tomado como pela incidência de contaminação no lote; • O número de unidades a ser testado depende em certo nível, do tamanho do lote e do tipo de produto; Aspectos estatístico • É evidente que a probabilidade de aprovar um lote contaminado é reduzida com o aumento do tamanho da amostra; • Para produtos parenterais abaixo de 1 mL , o conteúdo total deve ser inoculado; para aqueles contendo acima de 20 mL, somente 10% do conteúdo é exigido. Aspectos microbiológicos • Há uma variedade de problemas inerentes ao próprio teste no que diz respeito a vislumbrar a característica de esterilidade do produto; • Uma vez que a identidade de todos os potenciais contaminantes é desconhecida, é difícil escolher o meio de cultura a ser utilizado; • Na prática apenas dois meios, caldo caseína-soja e caldo tioglicolato são recomendados, embora se saiba ser o fluido tioglicolato tóxico a células fragilizadas; Aspectos microbiológicos • A natureza do produto sob teste pode também ser um problema quanto à amostragem; • No caso de produtos oleosos, tais como pomadas oftálmicas, as células microbianas podem estar na matriz do produto, tornando necessária a extração com um solvente adequado: • Miristato de isopropila; Aspectos microbiológicos • • Aspectos microbiológicos • Uma terceira possibilidade consiste na separação física de células microbianas dos compostos antimicrobianos mediante técnica de filtração em membrana; • Esta metodologia é vantajosa por permitir volumes elevados na amostragem e pela acuidade; • Uma membrana filtrante de bordas hidrófobas é usada para esta finalidade, sendo lavada com diluente estéril, por exemplo solução salina ou peptonada; Slide 1: Aula 7 – Controle de qualidade microbiológico Slide 2: Aspectos gerais Slide 3: Controle de qualidade microbiologico Slide 4: Controle de qualidade microbiológico Slide 5: Controle de qualidade microbiológico Slide 6: Deterioração microbiana de produtos Slide 7: Deterioração microbiana de produtos Slide 8: Deterioração microbiana de produtos Slide 9: Deterioração microbiana de produtos Slide 10: Deterioração microbiana de produtos Slide 11: Infecções decorrentes de produtos Slide 12: Infecções decorrentes de produtos Slide 13: Infecções decorrente de produtos Slide 14: Infecções decorrentes de produtos Slide 15: Fatores que afetam a sobrevivência e o crescimento de organismos Slide 16: Infecções decorrentes de produtos Slide 17: Fontes de contaminação Slide 18: Fontes de contaminação Slide 19: Fontes de contaminação Slide 20: Fontes de contaminação Slide 21: Fontes de contaminação Slide 22: Fontes de contaminação Slide 23: Fontes de contaminação microbiana Slide 24: Fontes de contaminação microbiana Slide 25: Limite microbiano Slide 26: Exemplo de micro-organismos Slide 27: Limites microbianos Slide 28: Limites microbianos Slide 29: Medicamento não-estéreis Slide 30: Produto não-estéril Slide 31: Análises Slide 32: Análises Slide 33: Métodos de contagem Slide 34: Métodos de contagem Slide 35: Métodos de contagem Slide 36: Métodos de contagem Slide 37: Métodos de contagem Slide 38: Método de contagem Slide 39: Incubação Slide 40: Medicamentos estéreis Slide 41: Produto estéril Slide 42: Esterilidade Slide 43: Esterilidade Slide 44: Esterilidade Slide 45: Esterilidade Slide 46: Aspectos Estatísticos Slide 47: Aspectos estatístico Slide 48: Aspectos microbiológicos Slide 49: Aspectos microbiológicos Slide 50: Aspectos microbiológicos Slide 51: Aspectos microbiológicos