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SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE 4 Aguida.souza@professor.unc.b Bíblia das aulas · Tratado da medicina de família e comunidade; · Tratado de pediatria. Aula 1- 19/08 CICLO DE VIDA FAMILIAR O estudo sobre CVF aborda o ciclo de vida familiar, suas fases e transições, e sua importância na prática da medicina de família e comunidade. Sequência de transformações · O ciclo familiar é uma sequencia de transformações que uma família atravessa ao longo de sua história; Ajustes emocionais e práticos · As diferentes fases do ciclo familiar exigem ajustes emocionais e práticos; Ferramenta para a prática clinica · O ciclo familiar é uma ferramenta para prever situações e orientar a família para manter o equilíbrio funcional; Função · Identificação de estágios · Permite ao médico de família entender em qual fase a família ou individuo se encontra; · Previsão de desafios e crises · O ciclo familiar ajuda a prever possíveis desafios e crises; · Intervenção preventiva e curativa · Orientação e preparação para as mudanças previstas, ajudando a reestabelecer a funcionalidade familiar. · Estágios clássicos do ciclo familiar 1- Saindo de casa: jovens solteiros · Processo emocional: aceitar a responsabilidade emocional e financeira por si mesmo; · Mudanças necessárias: diferenciar-se da família, estabelecer relacionamentos íntimos e independência financeira. 2- O novo casal · Processo emocional: comprometer-se com o novo sistema marital; · Mudanças necessárias: formar o sistema marital, realinhar relacionamentos para incluir o cônjuge. 3- Famílias com filhos pequenos · Processo emocional: aceitar novos membros no sistema familiar; · Mudanças necessárias: ajustar o sistema conjugal, unir-se nas tarefas de criação dos filhos; 4- Famílias com adolescentes · Processo emocional: aumentar a flexibilidade das fronteiras familiares; · Mudanças necessárias: modificar o relacionamento com os filhos, cuidar da geração mais velha. 5- Encaminhando os filhos e seguindo em frente · Processo emocional: aceitar as saídas e entradas no sistema familiar; · Mudanças necessárias: aceitar as saídas e entradas no sistema familiar. 6- Famílias no estágio tardio de vida · Processo emocional: aceitar as mudanças de papéis em cada geração; · Mudanças necessárias: manter o funcionamento em face do declínio biológico, lidar com as perdas. Variabilidade cultural · Diversidade cultural · Diferentes culturas e contextos sociais impactam o ciclo familiar. · Adaptação ao contexto familiar · Importância de adaptar o modelo de ciclo familiar ao contexto cultural especifico. · Desafios socioeconômicos · Fatores como pobreza e desemprego podem impactar as transições no ciclo de vida familiar. Crises no ciclo familiar · Crises previsíveis: · Transições normais, como aposentadoria ou a saída dos filhos de casa; · Crises inesperadas: · Eventos como doenças, acidentes, separação ou morte. · Intervenção clínica: · O papel do médico em auxiliar a família com crises e manter a funcionalidade. Ciclo familiar em populações de classe popular · Diferentes fases: · Estágios adaptados á realidade das classes populares; · Responsabilidade precoce · Responsabilidade precoce dos adolescentes, formação de famílias sem necessariamente ocorrer o casamento; · Desafios adicionais: · Como a falta de recursos impacta o ciclo de vida familiar. Resumo dos principais pontos · Importância do ciclo familiar como ferramenta na medicina de família; · Necessidade de adaptação cultural e contextual do modelo de ciclo familiar; · O papel do médico e manejo das crises familiares. GENOGRAMA · Definição · O genograma é uma representação gráfica da história e dinâmica familiar; · Objetivo · Explorar a história e dinâmica das famílias para entender melhor os fatores que influenciam a saúde dos pacientes; · Importância · Ferramenta essencial para um cuidado integral e personalizado na medicina de família. Eixo horizontal e vertical do genograma · Eixo horizontal: mostra como a família se move no tempo, lidando com mudanças e transições no ciclo de vida familiar; · Eixo vertical: retrata as conexões e padrões transmitidos de geração em geração; · Aplicação: como esses eixos ajudam a identificar possíveis fontes de estresse e disfunção familiar. Interpretação do genograma · Identificação de padrões; · Sinais de disfunção; Conclusão · Reforço da importância do genograma na pratica da medicina de família e comunidade; · Incentivo a utilização do genograma como ferramenta regular nas consultas para melhorar o cuidado ao paciente; · Pratica na construção e interpretação de genograma em diferentes cenários clínicos. MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA O MCCP é um modelo de abordagem clinica que visa entender e integrar a pessoa como um todo em sua consulta médica, além de abordar a doença de maneira isolada. Objetivo: oferecer um cuidado mais eficaz, atendendo as necessidades e expectativas tanto do paciente quanto do médico. Importância do MCCP na APS · Continuidade e longitudinalidade · Diferencia-se por envolver continuidade e longitudinalidade no cuidado; · Consulta “rizomática” · Flexível e adaptativa, permitindo que a consulta siga diferentes caminhos conforme as necessidades emergentes do paciente. Componentes do MCCP · Componente 1: explorando a saúde, a doença e a experiencia da doença · Definição: · Doença(disease): avaliação objetiva em exames físicos e laboratoriais; · Experiencia da doença: experiencia pessoal e subjetiva do paciente, que inclui emoções e percepções; · Dimensões SIFE: · Sentimentos: medo e preocupações com a doença; · Ideias: crenças sobre o que está errado; · Funcionamento: impacto da doença na vida diária; · Expectativa: o que o paciente espera do médico. · Componente 2: entendendo a pessoa como um todo · Busca da integridade para compreender o indivíduo, a família e o contexto em que esta inserido, inclui o ciclo de vida, a história de saúde e de vida, lazer, crenças, religião, relações pessoais e amorosas, a rotina, o sono, atividade física e hábitos de vida, o ambiente, moradia, costumes e momento econômico. · Componente 3: elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas · Trabalho em equipe · Médico e paciente colaboram para definir problemas, metas e papeis no tratamento. · Prevenção e promoção de saúde · Incorporadas ao plano, aproveitando cada consulta como uma oportunidade. · Componente 4: intensificando a relação entre a pessoa e o médico · Construção de relacionamento · Conhecimento continuo e aprofundado do paciente, reconhecendo suas necessidades e variando as abordagens conforme o contexto. · Escuta ativa: · Entender a pessoa e criar um ambiente de confiança. Desafios e recomendações para a implementação do MCCP · Desafios · Administração do tempo e energia do médico; · Necessidade de uma abordagem flexível e adaptável as diferentes necessidades dos pacientes. · Recomendações · Envolver o paciente nas decisões; · Manter comunicação clara e aberta; · Utilizar estratégias para conciliar a abordagem cientifica com a humanização do atendimento. Benefícios do MCCP · Promove um cuidado mais humano e centrado no paciente; · Facilita a construção de um relacionamento duradouro entre o médico e o paciente; Aula 2-26/08 PROJETO SINGULAR E REGISTRO CLÍNICO ORIENTADO POR PROBLEMAS (SOAP). CLÍNICA AMPLIADA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR. Introdução ao projeto singular · Definição: plano de cuidado individualizado e personalizado; · Atende às necessidades especificas de paciente ou família; · Elaborado pela equipe multiprofissional; · “singular” - contexto particular. Características do projeto singular · Foco individualizado; · Abordagem multidisciplinar; · Dinamicidade (continuidade e flexibilidade); · Engajamento do paciente. Objetivos do projeto singular · Promoção do cuidado integral; · Melhoria da qualidade de vida; · Facilitar a adesão ao tratamento. REGISTRO CLÍNICO ORIENTADO POR PROBLEMAS · Conceito geral: definição e importância na atenção primaria à saúde (APS); · Histórico e desenvolvimento do RMOP; ReSOAP – registro de saúde orientado por problemas· Multiprofissionalidade: adaptação do RMOP para equipes multiprofissionais na APS no Brasil; · Importância do ReSOAP para a continuidade e qualidade do cuidado. Estrutura do SOAP · Subjetivo (S); · Sintomas relatados pelo paciente; · Histórico familiar e social relevante; · Expectativas e demandas do paciente. · Objetivo (O); · Observações clinicas feitas pelo profissional; · Achados físicos e exames complementares; · Importância da organização e clareza dos dados. · Avaliação (A); · Identificação dos problemas ou condições; · Importância da elaboração da lista de problemas (LP); · Relação entre a avaliação e a evolução do diagnóstico. · Plano (P). · Planejamento terapêutico e diagnostico; · Exames solicitados e referenciamentos; · Orientações ao paciente e educação em saúde. Longitudinalidade e continuidade do cuidado · Importância do registro longitudinal; · Comparação entre “foto” e “filme” na APS; · Como a ReSOAP facilita a continuidade do cuidado. Vantagens e desafios do ReSOAP · Vantagens · Sistematização do raciocínio clinico; · Melhoria da comunicação entre profissionais. · Desafios · Adaptação de diferentes profissionais ao ReSOAP; · Manutenção da qualidade do registro. Governança clínica · Sistema que assegura a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde oferecidos pelas organizações; · Promoção da excelência na pratica clínica. Componentes principais da governança clínica · Qualidade do cuidado; · Segurança do paciente; · Eficiência clínica; · Responsabilidade e transparência; · Melhoria continua; · Envolvimento dos profissionais; · Envolvimento dos pacientes. Exemplos de práticas de governança clinica · Auditoria clínica; · Auditoria do prontuário; · Importância de um registro adequado para a governança clínica. · Gerenciamento de riscos; · Educação continuada; · Políticas de segurança. CLÍNICA AMPLIADA E PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR · Saúde integral e estratégia saúde da família (eSF); · A especificidade da eSF em trabalhar em um território definido e com uma população adscrita; · A importância da integralidade no cuidado no SUS; · Objetivo: transformar o cuidado em um encontro entre trabalhador e usuário, capaz de afetar mutuamente. Intersetorialidade · Definição e importância · Porta de entrada para problemas de saúde e questões sociais; · Integração entre os diversos serviços para um cuidado integral. · Objetivos da intersetorialidade · Formação de redes informais e formais; · Superação da fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais. Princípios da clínica ampliada · Mudança de fase · Da doença para o sujeito portador de demandas e necessidades. · Importância do conhecimento da história de vida · Compreensão do sentido e impacto da doença; · Identificação de projetos, desejos e incômodos. · Ferramentas necessárias · Uso de tecnologias leves: técnicas relacionais e comunicação transversal. Projeto terapêutico singular · Definição · Construção de condutas terapêuticas articuladas, considerando o terrirorio, a família e o próprio usuário. · Resultado de discussão coletiva com a equipe. · Objetivo · Planejar ações, definir objetivos e dividir responsabilidades. Etapas do PTS · Divisão de responsabilidades · Tarefas de cada envolvido, incluindo o próprio paciente. · Reavaliação · Discussão da evolução e necessidade de correções de rumo. Implementação do PTS · Preparação da equipe · Coleta de informações essenciais, identificação, arranjo familiar, queixa principal, histórico, etc. · Construção conjunta com o paciente · Participação ativa do paciente e sua família · Criação de uma rede de apoio e avaliação constante das ações. Desafios e considerações finais · Desafios na implementação · Superação de trocas superficiais de informações; · Necessidade de um dialogo continuo e compartilhamento de responsabilidade; · Conclusão · A busca pela integralidade é um processo dinâmico e constante; · A construção de práticas de saúde novas e ampliadas é essencial para o sucesso da atenção básica. ABORDAGEM DA CRIANÇA E ADOLESCENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA INTRODUÇÃO À SAÙDE DA CRIANÇA · Definição e importância da saúde infantil · Estado de completo bem-estar físico, mental e social das crianças; · Nascimento até a adolescência. · Principais desafios na saúde da criança · DIP, nutrição, saúde mental e acesso aos serviços. · Objetivos da atenção primaria à saúde (APS) para crianças; · Panorama atual da saúde infantil no Brasil. MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL · Redução da mortalidade infantil nas últimas décadas · Principais causas de mortalidade infantil: · Respiratórias, diarreicas, neonatais, desnutrição; · Desigualdades regionais na mortalidade infantil · N e NE; · Fatores socioeconômicos; · Intervenções necessárias. · Impacto das politicas publicas na redução da mortalidade · PSF; · Campanhas de vacinação; · Programas de nutrição; · Melhorias no saneamento. · Transição epidemiológica · Declínio das doenças infecciosas; · Aumento das doenças crônicas; · Novas morbidades na infância; · Desafios da transição epidemiológica. · Nutrição infantil · Redução da desnutrição infantil; · Problemas atuais: má qualidade da alimentação e obesidade; · Impacto da nutrição na saúde a longo prazo; · Estratégias de promoção da alimentação saudável; · Puericultura na atenção primaria · Evolução histórica da puericultura no Brasil · Anos 80 – assistência integral à saúde da criança”; · Desenvolvimento subsequente; · Mudanças recentes. · Desafios da puericultura tradicional · Integração de conceitos de risco e vulnerabilidade · Consultas de puericultura · Importância das primeiras consultas de puericultura; · Papel do médico de família e comunidade; · Frequência das consultas conforme faixa etária · Recém-nascidos: consultas semanais no primeiro mês, quinzenais no segundo e mensais até um ano; · Primeira infância: consultas a cada 3 meses até os 2 anos; · Pré-escolar e escolar: redução da frequência, mas manutenção de acompanhamento regular; · Enfoque nas crianças de risco habitual. · Atenção integral a criança · Definição de atenção integral à saúde da criança; · Atenção pediátrica vs atenção à criança na APS; · Importância do trabalho em equipe multiprofissional; · Papel do pediatra na retaguarda especializada. · Vigilância à saúde da criança · Conceito de vigilância à saúde na infância; · Critérios para seleção de crianças prioritárias; · Importância da vigilância para crianças acima de 2 anos; · Participação da equipe de saúde na vigilância. · Promoção da saúde infantil · Ações de promoção da saúde na infância; · Desenvolvimento de hábitos saudáveis; · Importância da atividade física saudável; · Prevenção de doenças crônicas na vida adulta. · Acolhimento da demanda na APS · Importância do acolhimento na APS; · Identificação de problemas e necessidades de saúde; · Abordagem da demanda programática e eventual; · Reconhecimento das condições de vida da criança. · Anamnese ampliada · Conceito de anamnese ampliada; · Participação da equipe de saúde na anamnese; · Importância das visitas domiciliares; · Papel do agente comunitário de saúde (ACS). · Atenção à saúde bucal infantil · Importância da saúde bucal na infância; · Estratégias de promoção de saúde mental; · Procedimento odontológicos coletivos; · Integração da saúde bucal na APS. · Atenção diferenciada para bebes de alto risco · Identificação de bebes de alto risco; · Estratégias de acompanhamento na APS; · Atenção diferenciada conforme a classificação de risco; · Importância do seguimento continuo. · Prevenção da violência contra crianças · Tipos de violência infantil (domestica, urbana, etc); · Estratégias de prevenção na APS; · Papel da comunidade na proteção infantil; · Intervenções em casos de violência identificada. · Desenvolvimento infantil · Importância do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM); · Avaliação do DNPM na APS; · Papel do ACS na observação do desenvolvimento; · Impacto do desenvolvimento infantil na fase escolar. · Crescimento e desenvolvimento · Conceito de vigilância do crescimento e desenvolvimento; · Fatores que interferemno crescimento infantil; · Estratégias de promoção de saúde física e afetiva; · Impacto na qualidade de vida da criança. · Condições sensíveis à APS · Definição de condições sensíveis à APS; · Principais condições infantis sensíveis à APS; · Importância da APS na redução de internações; · Estratégias de manejo na APS. · Saúde Mental Infantil · Emergência de novas demandas em saúde mental · Problemas comportamentais e de socialização · Impacto do ambiente familiar e escolar · Abordagens na APS para saúde mental infantil · Ações Prioritárias na Saúde Infantil · Definição de metas prioritárias na APS · Importância da participação comunitária · Exemplo de metas na saúde infantil · Implementação e monitoramento das metas · Condições Crônicas de Saúde em Crianças · Definição de doenças crônicas na infância · Impacto na vida familiar e escolar · Necessidade de coordenação entre APS e especialistas · Exemplos comuns: Síndrome de Down, artrite reumatoide juvenil. · Integração entre Serviços de Saúde · Importância da comunicação entre serviços · Referenciamento para especialistas · Papel do pediatra e do médico de família · Exemplo: Infecções respiratórias e seu manejo · Integração entre Serviços de Saúde · Importância da comunicação entre serviços · Referenciamento para especialistas · Papel do pediatra e do médico de família · Exemplo: Infecções respiratórias e seu manejo · Classificação de Risco ao Nascimento · Risco clínico, social e habitual · Critérios para classificação · Exemplos de condições de risco ao nascer · Importância do acompanhamento personalizado · Acompanhamento da Criança na APS · Importância do acompanhamento contínuo · Visitas domiciliares na primeira semana de vida · Avaliação das condições de vida e vínculo familiar · Papel da equipe de saúde da família · Puericultura na Criança Pré Escolar · Expansão da puericultura para crianças maiores · Identificação de riscos sociais e emocionais · Acompanhamento individualizado · Importância do contexto escolar · Abordagem Integral e Equidade · Atendimento diferenciado de acordo com a necessidade · Importância da equidade na saúde infantil · Identificação e manejo de situações de risco · Papel das políticas públicas na promoção da saúde infantil · Registro de Informações na APS · Importância do prontuário na APS · Registro sistematizado e socialização das informações · Utilização do acrônimo SOAP para diagnósticos · Exemplos de registros essenciais · Prioridades no Atendimento Neonatal · Predomínio da mortalidade neonatal · Importância do pré-natal e puericultura no primeiro ano de · Vida · Enfoque na prevenção de agravos na vida adulta · Papel do médico de família no atendimento do RN · Calendário de Consultas · Calendário mínimo de consultas para o primeiro ano de vida · MS: 1ª semana → 1º mês → 2° mês → 4° mês → 6° mês → 9° mês → 12° mês → 18° mês → 24° mês → 36° mês · SBP: 3 consultas 1° mês (5-30 dv) || Mensais até 6° mês || Bimestrais: · até 12 meses. · Primeira Consulta Médica · Conteúdo da anamnese o Gestação/ Parto · Atual · Itens do exame físico · Orientações básicas para os responsáveis o Amamentação · Higiene · Consultas Subsequentes · Acompanhamento de intercorrências e desenvolvimento neuropsicomotor. · Avaliação da situação vacinal e alimentação. · Registro no prontuário e Carteira de Saúde da Criança. · Crescimento Infantil · Métodos de monitorização do crescimento. · Importância da medição adequada dos dados antropométricos (peso, comprimento, perímetro cefálico). · Interpretação das curvas de crescimento. Gráfico de crescimento da menina · Alimentação Infantil · Dez Passos para a Alimentação Saudável de Crianças Menores de 2 Anos. · Introdução de alimentos complementares. · Importância da alimentação variada e rica em nutrientes. · Suplementação de Nutrientes · Vitamina D: recomendações para lactentes · 0 refrigerado até 5°C 12 horas; · Frasco próprio; · Vidro com tampa plástica. · Uso de Medicamentos Durante a Amamentação · Medicamentos permitidos e contraindicados · Impacto no leite materno e na saúde do bebê · Https://www.e-lactancia.org. · Introdução de Novos Alimentos · Momento adequado para introdução de alimentos sólidos · Combinação com o leite materno · Impacto do AM na Saúde Pública · Redução de hospitalizações e gastos em saúde · Papel na prevenção de doenças em larga escala · Desafios e Perspectivas futuras · Resistências culturais e sociais · Inovações e políticas públicas para aumentar a taxa de amamentação ALIMENTAÇÃO NOS DOIS PRIMEIROS ANOS DE VIDA · Importância: A alimentação nos primeiros 1000 dias de vida (do período gestacional até os 2 anos) - crescimento físico, desenvolvimento neuropsicomotor, prevenção de doenças crônicas, formação de hábitos saudáveis · Introdução à Alimentação Infantil · Evidências: Pesquisas indicam que uma nutrição adequada reduz o risco de obesidade, diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas ao longo da vida. · Função dos profissionaisde saúde: Apoiar e orientar a família no processo de amamentação e alimentação complementar. · Amamentação Exclusiva · Recomendações globais: OMS, MS e SBP: AME até os 6 meses. · A amamentação deve ser continuada junto com alimentos complementares até os 2 anos ou mais. · Benefícios da amamentação exclusiva: LM supre todas as necessidades nutricionais do lactente nos primeiros 6 meses e protege contra infecções gastrointestinais e respiratórias. · Leite Materno · Fluido biológico complexo, espécie-específico, adaptado do ponto de vista evolutivo para ser um alimento inigualável e que atende às necessidades da criança nos primeiros anos de vida. · Substâncias biologicamente ativas como células do sistema imunológico, anticorpos, bactérias vivas e vesículas extracelulares (exossomos) → atuam, de forma personalizada, no desenvolvimento, amadurecimento e expressão gênica de tecidos, órgãos e sistemas do lactente. · "Tecido vivo" - impossível comparar a sua composição com qualquer outro leite ou alimento. · Benefícios da Amamentação · Lactente (curto prazo): Redução da mortalidade infantil, menor incidência de diarreia, infecções respiratórias, internação por doenças respiratórias, otite média, má oclusão dentária. · Lactente (longo prazo): Menor risco de obesidade, sobrepeso, diabetes tipo 2, HAS, e melhor DNPM, redução de asma e sibilância · Mãe: Amamentação reduz o risco de câncer de mama e ovário, DM tipo 2, ajuda na recuperação pós-parto. · Introdução à Alimentação Complementar · Definição: Processo de introdução de outros alimentos além do LM por volta dos 6 meses de vida, com continuidade até os 2 anos. · Por que iniciar aos 6 meses? · O leite materno deixa de suprir todas as necessidades nutricionais da criança, principalmente em relação ao ferro e vitaminas. · Período crítico · Fase importante para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e para garantir o crescimento físico e mental adequado. · Recomendações · "Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos" publicado pelo Ministério da Saúde em 2019. · Princípios do Guia alimentar para crianças menores de dois anos (MS, 2019) 1) A saúde da criança é prioridade absoluta e responsabilidade de todos 2) O ambiente familiar é espaço para a promoção da saúde 3) Os primeiros anos de vida são importantes para a formação dos hábitos alimentares 4) O acesso a alimentos adequados e saudáveis e à informação de qualidade fortalece a autonomia das famílias 5) A alimentação é uma prática social e cultural 6) Adotar uma alimentação adequada e saudável para a criança é uma forma de fortalecer sistemas alimentares sustentáveis 7) O estímulo à autonomia da criança contribui para o desenvolvimento de uma relação saudável com a alimentação. 12 Passos para Alimentação Saudável 1. Amamentar até dois anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até seis meses. 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos seis meses 3. Oferecer água própria para o consumo criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas 4. Oferecer comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contém açúcar à criança até dois anos de idade 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para criança 7. Cozinhar a mesma comida para criança e para família 8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja o momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família 9. Prestar atenção nos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição 10. Cuidar da hygiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família 11.Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa 12. Proteger a criança da publicidade de alimentos · Diversidade Alimentar · Cinco grupos alimentares diferentes ao dia · Preparações culinárias caseiras · Temperos naturais · Frequência alimentar mínima de refeições com alimentos complementares · 6-8 meses: 2-3x/dia · 9-11 meses e 12-24 meses: 3-4x/dia · Tipos de Alimentos Recomendados · Alimentos in natura ou minimamente processados: · Cereais e tubérculos: Arroz, batata, milho. · Leguminosas: Feijão, lentilha, ervilha. · Carnes e ovos: Carne bovina, suína, aves, peixes, ovos. · Verduras e legumes: Cenoura, abóbora, brócolis. · Frutas: Frutas frescas como banana, maçã, abacate (amassadas, cortadas ou raspadas) · Recomendações · Evolução da consistência: Iniciar com alimentos bem cozidos, amassados com garfo e oferecidos por colher. Progredir para pedaços maiores conforme a criança cresce. · Não oferecer os alimentos na forma líquida · Não é recomendado adicionar leite ou suco nas preparações para melhor aceitação · Quantidade de alimentos consumidos · 6-8 meses: 2 a 4 colheres de sopa · 12 meses: fundo de um prato médio · Variação do apetite, quantidade de alimento ingerido · Alimentação Responsiva · O que é? Alimentar a criança conforme sinais de fome e saciedade. Não forçar a criança a comer. · Prática durante a alimentação: Conversar com a criança, fazer da refeição um momento de interação positiva. · Benefícios: Alimentação responsiva promove uma relação saudável com a comida e previne distúrbios alimentares no futuro. · Evitar: distrações excessivas (celular, tablet, TV), comportamento dos familiares exageradamente permissivos ou controladores · Frutas e Bebidas · Frutas: Devem ser consumidas in natura (amassadas ou cortadas). Evitar sucos, mesmo naturais, pois concentram apenas carboidratos simples e têm pouca fibra. · Água: A partir dos 6 meses, deve-se oferecer água potável regularmente, evitando bebidas açucaradas e refrigerantes. · Suplementação de ferro: O leite materno oferece pouco ferro após os 6 meses, então é importante fornecer alimentos ricos em ferro, como carne e leguminosas. · Alimentos a Evitar · Açúcar e alimentos açucarados: Não oferecer antes dos 2 anos. · Alimentos ultraprocessados: Evitar biscoitos, salgadinhos, alimentos com conservantes, corantes e aditivos químicos. · Bebidas adoçadas e refrigerantes: Não recomendados antes dos 2 anos, pois aumentam o risco de obesidade e cáries. · Preparação dos Alimentos · Como preparar? Os alimentos devem ser cozidos e amassados com garfo. Evitar o uso de liquidificadores e processadores, que podem reduzir a textura importante para o aprendizado de mastigação. · Importância da textura: A textura dos alimentos deve evoluir conforme a criança cresce, para estimular o desenvolvimento da mastigação. · Importância da Diversidade Alimentar · Exposição a novos alimentos: Oferecer uma grande variedade de alimentos e formas de preparo (cozido, assado, cortado, ralado). · Rejeição inicial: É comum que a criança rejeite novos alimentos no início, mas a repetição (até 10 tentativas) ajuda na aceitação. · Introdução de Alimentos Potencialmente Alergênicos · Quando iniciar: Ovos, peixes, amendoins e castanhas podem ser introduzidos a partir dos 6 meses. · Benefícios da introdução precoce: Estudos mostram que a introdução tardia desses alimentos (após os 12 meses) pode aumentar o risco de desenvolvimento de alergias. · Cuidados com a Alimentação em Lactentes Não Amamentados · Uso de fórmulas infantis: Fórmulas infantis são a melhor opção para crianças que não recebem leite materno, especialmente até os 12 meses. · Guia Alimentar do MS (2019): Fl até 9 meses · Sociedade de Pediatria, Nutrição e Aleitamento Materno do Canadá: 9-12 meses · AAP/ Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutriçao (ESPGHAN)/ SBP: 12 meses · Diretriz da OMS: FI/ LV não modificado: 6-11 meses · 1-3 anos: não há recomendação formal de fórmulas infantis ou leite fortificado, exceto em situações especiais · Cuidados com a Alimentação em Lactentes Não Amamentados · Riscos do leite de vaca: Leite de vaca não modificada quantidade excessiva de proteína, sódio e carga potencial de soluto renal, e reduzida de ácidos graxos poli-insaturados essenciais de cadeia longa, ferro, zinco e vitaminas Diretrizesgerais para alimentação complementar em lactentes saudáveis. · Políticas Públicas de Apoio à Amamentação · Programas de apoio: Iniciativa Hospital Amigo da Criança, Rede de Bancos de Leite Humano, Licença Maternidade e Paternidade, agosto Dourado, Salas de Amamentação. · NBCAL · Papel dos Profissionais de Saúde · Orientar as famílias: Ajudar na compreensão das etapas da alimentação complementar e na superação de desafios. · Personalizar as orientações: Adaptar as recomendações conforme a realidade social e cultural da família. · Apoio contínuo: Estar disponível para esclarecer dúvidas e dar suporte durante todo o processo. · NBCAL · Norma Brasileira de Comercialização de alimentos para Lactentes e Crianças de primeira infância · Criada para proteger o aleitamento materno, regulando a comercialização de produtos que possam interferir nesse processo. · Principais leis: Lei 11.265/2006 e RDC 221/2002 · Alvo da norma: Produtos de puericultura, fórmulas infantis, leites modificados e alimentos de transição para lactentes e crianças de 1ª infância. · Produtos regidos pela NBCAL · Mamadeiras, bicos, chupetas e protetores de mamilo; · Formulas infantis para lactentes (até 6 meses); · Formulas de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância (a partir de 6 meses); · Leite modificado de origem animal ou vegetal; · Leites desnatados e semidesnatados com ou sem adição de nutrientes essenciais; · Alimentos de transição e à base de cereais, como papinhas e bebidas para lactentes e crianças de primeira infância. · Rótulos e advertências obrigatórias · Bicos, chupetas e mamadeiras: “o uso de mamadeira, bico ou chupeta prejudica o aleitamento materno”; · “Protetores de mamilo”: o uso de protetor de mamilo prejudica a amamentação · Essas advertências são obrigatórias para garantir que os pais estejam cientes dos riscos para o aleitamento materno. · Advertências · Formulas infantis para lactentes: “este produto deve ser usado sob indicação expressa de médico ou nutricionista”; · Importância: reforçar que a formula deve ser uma alternativa à amamentação apenas em situações especificas e sempre sob orientação médica. · Proibições de promoção comercial · A NBCAL proíbe promoções comerciais de produtos como: · Mamadeiras, bicos, chupetas e protetores de mamilos; · Formulas infantis para lactentes; · Produtos nutricionais indicados para recém-nascidos de alto risco. · Objetivo: evitar que as promoções comerciais interfiram na escolha pelo aleitamento materno. · Promoções permitidas · Formulas infantis de seguimento para crianças de primeira infância e alimentos de transição podem ser promovidos comercialmente, desde que sigam as diretrizes da NBCAL; · Exigência: devem sempre incluir a advertência sobre os benefícios do aleitamento materno. · Regulação da publicidade · A publicidade de produtos afetos à NBCAL deve seguir normas rígidas, evitando induzir ao desmame precoce; · Qualquer menção ou promoção de formulas infantis deve conter advertências sobre o aleitamento materno; · Produtos como leites vegetais modificados podem ser comercializados e promovidos, desde que contenham avisos como: “o aleitamento materno evita infecções e alergias e deve ser mantido até os dois anos de idade ou mais”. · Rotulagem de alimentos de transição · Papinhas, cereais e alimentos indicados para lactentes e crianças de primeira infância também são afetados pela NBCAL; · Devem conter o aviso: “este produto não deve ser usado para crianças menores de 6 meses, a não ser por indicação de médico ou nutricionista”. · Impacto da NBCAL · Positivo: A NBCAL é considerada um marco na proteção do aleitamento materno e no controle das praticas comerciais voltadas para lactentes e crianças de primeira infância. · Redução do uso inadequado de formulas infantis e aumento das taxas de amamentação.