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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CAMPUS: MADUREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE VOCÊ QUER FAZER? Mapeamento dos Pré-Vestibulares Comunitários 
na Praça da Bandeira em São João de Meriti 
 
 
DISCIPLINA: Metodologias das Ciências Humanas e suas Tecnologias 
EIXO: Educação e Direitos Humanos 
 
Nome do(s) discente(s): Zeca Pagodinho (mat: 098765); Alcione (mat: 12334); 
Pretinho da Serrinha (mat: 56789); Tia Surica (mat: 202345); 
Elymar Santos (mat: 17890); Maria Bethania (mat: 345900); 
Seu Jorge (mat: 835972); Viviane Araujo (mat: 921674). 
 
 
Nome do(a) professor(a) orientador 
 
Profª. Drª Sandra Marcelino 
 
 
 
 
 
 
 
2024.2 
Rio de Janeiro/RJ 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO (ETAPA II) 
 
 
Identificação do público participante 
 
O público participante do projeto de extensão compreende jovens dos anos finais 
do Ensino Médio da escola filantrópica “Centro Educacional Nelson Mandela” que fica 
localizado na Rua das Margaridas, S/N, no Bairro Praça da Bandeira, distrito de Vilar 
dos Teles, no município de São João de Meriti/RJ. São cerca de 35 jovens que 
demonstraram interesse em participar e do projeto. A faixa-etária compreende dos 16 
aos 20 anos. No que tange as características étnico-racial, gênero e sexualidade, o grupo 
compreende um número maior de meninas, sendo o recorte racial negro (pretos e 
pardos) com predominância. Os estudantes moram próximos à escola ou em um bairro 
vizinho. Sobre a convivência familiar, 40% dos jovens disseram viver com pai, mãe e 
irmão; os outros 60% diversificam entre residirem somente com as mães, avós, irmãos e 
outros agregados. Alguns desse jovens já trabalham no contraturno ou aos fins de 
semana e a renda é revertida para ajudar em casa e comprar coisas pessoais, como, fone 
de ouvido, um boné ou guloseimas (açaí, refrigerantes, sorvetes e biscoitos) quando 
possível. Todas as informações foram obtidas por meio de um formulário estruturado. 
 
 
Demandas e ou situações-problema identificados 
 
Em visita à Escola Nelson Mandela, conversamos com a direção, com alguns 
professores e marcamos uma primeira visita à turma do último ano do Ensino Médio. A 
escola possui apenas uma turma neste segmento. Em conversa com os alunos, o Grupo 
se apresentou e explicou o objetivo da presença naquele lugar. Após os esclarecimentos, 
realizamos uma dinâmica para identificar quais eram os projetos de vida deles. Notamos 
que a maioria dos alunos disseram que iriam trabalhar; poucos mencionaram fazer um 
curso universitário. Percebemos também que alguns alunos destacavam 
aperfeiçoamento em cursos técnicos, pois acreditavam serem “mais fáceis” e rápidos 
para trabalhar. 
 Em seguida, perguntamos aos alunos se a escola oferecia alguma orientação 
sobre acesso à universidade, informações sobre cursos técnicos. Os alunos disseram que 
não. Apenas a professora de Literatura e o professor de História que provocavam mais 
essas conversas. 
 Um aluno mais falante do grupo relatou que sabia da existência de universidades 
públicas, pois uma prima cursava pedagogia na UERJ no município de Duque de 
Caxias. Nossa intenção enquanto demanda sociocomunitária era apresentar alguns 
cursos universitários; as diferenças entre a universidade e a escola; como era uma vida 
acadêmica, os compromissos; como se inscrever no vestibular. Porém, a fala do aluno 
que deu o exemplo da prima, nos chamou a atenção. Decidimos fazer uma enquete para 
que os alunos apresentassem propostas que gostariam de ter na escola que os ajudassem 
a ter mais informações sobre o ensino superior. 
 Surgiram as seguintes propostas: palestras; estudantes universitários de vários 
cursos indo à escola e falando sobre o curso; pré-vestibular, rodas de conversa, 
orientação sobre pré-vestibular; palestras sobre diferentes profissões e outras inviáveis, 
tais como aulas de robótica. Todas as respostas foram acolhidas. Explicamos que eles 
deveriam escolher uma das propostas e que fosse de interesse para a maioria e mais 
simples para ser executada, pois eles quem iriam fazer a proposta se tornar realidade. 
 Depois de muita de conversa, a proposta escolhida foi a do aluno que citou que 
seria bom se a escola tivesse um quadro informativo sobre pré-vestibular e quem se 
interessasse saberia como dar os primeiros passos. A turma acolheu a ideia e propomos 
que eles fizessem um levantamento na comunidade e bairros vizinhos e anotassem todas 
as informações que encontrassem onde havia pré-vestibulares-vestibulares comunitário 
nas redondezas. 
Tendo em vista as muitas propostas apresentadas em conjunto com os alunos 
optamos por realizar um levantamento da existência de Pré-Vestibulares comunitários 
na região e informações sobre horários, dias de funcionamento e formas de inscrição. 
 
Objetivos/resultados/efeitos a serem alcançados (em relação ao problema 
identificado e sob a perspectiva dos públicos envolvidos) 
 
• Realizar coletivamente uma ficha com informações para auxiliar na coleta dos 
dados sobre os Pré-Vestibulares. 
• Realizar um levantamento abrangente de pré-vestibulares existentes na região, 
identificando suas localizações, custos e disponibilidade de bolsas de estudo. 
• Montar um quadro informativo na parte interna e externa da escola que reúna 
informações sobre os pré-vestibulares, incluindo horários, materiais de estudo e 
informações de contato. 
• Convidar graduandos ou profissionais graduados em diversas áreas para uma 
roda de conversarem sobre a profissão. 
. 
 
Referencial teórico (subsídio teórico para propositura de ações da extensão) 
 
 Sabemos que a educação em nosso país ocupa um dos piores índices no ranking 
global e isso se deve por vários fatores, tais como: cortes no orçamento destinado à 
Educação, principalmente no último governo (2018-2022); falta de modernização das 
escolas, como acesso livre à computadores e internet; melhores condições de trabalho 
para os profissionais da educação; incentivos na parceria escola-família, novas 
metodologias de ensino, entre outros. 
 Diante de um cenário nada animador, ainda fomos atravessados por uma 
pandemia no período de 2020-2022 que impactou violentamente a educação, 
principalmente para as crianças e jovens das classes populares onde as limitações de 
acessibilidade à internet e computadores se tornaram um dos principais desafios para a 
continuidade dos estudos. 
 O fato Brasil ter sido um dos últimos países a retomar as aulas presenciais levou 
não apenas a uma defasagem do ensino, como comprometeu a saúde mental de milhões 
de crianças e jovens do país, conforme aponta a reportagem publicada no site do jornal 
Valor Econômico (2022). A reportagem ainda destaca a pesquisa realizada pela 
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e do Instituto Ayrton Senna que 
mostrou que dois em cada três estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º 
do ensino médio da rede estadual paulista manifestavam sintomas de depressão e 
ansiedade. 
 É relevante destacar também que outras pesquisas apontaram outros impactos 
trazidos pelo isolamento social na educação, como por exemplo, ampliaram-se as 
evasões escolares, em destaque para os jovens que cursavam o Ensino Médio, pois 
muitos precisaram abandonar a escola para buscar uma renda e auxiliar a família. Com 
isso, o resultado a curto prazo é a formação de um grande quantitativo de mão-de-obra 
desqualificada com baixos salários e ocupando subempregos, diminuindo assim as 
expectativas de ascensão. 
 Souza e Vásquez (2015) buscaram analisar as expectativas de jovens do ensino 
médio de escolas públicas em relação à continuidade dos estudos e à inserção no 
mercado de trabalho. Os dados revelaram que os jovens pesquisados pretendiam seguir 
estudando, e inclusive ingressar no ensino superior, todavia, marcadores sociais tais 
como, raça; escolaridade e tipo de ocupação dos pais/responsáveisreduziam as chances 
e aspirações de ingresso no ensino universitário desse grupo em específico. 
 Sonhar em chegar à universidade estava longe da realidade dos jovens das 
classes populares durantes anos. As políticas educacionais não atendiam a todos 
igualitariamente, então, restringia-se acessar os altos degraus de uma universidade 
pública ou privada apenas aqueles jovens cuja família tinha como “credencial” uma 
condição econômica era favorável. 
 
 Ainda que hoje a presença desses segmentos se torna uma realidade mais 
representativa nas universidades, públicas ou privadas, muitos jovens das escolas 
públicas cursando os anos finais do Ensino Médio têm poucas ou nenhuma informação 
sobre como acessar a “porta de entrada” para o Ensino Superior, ou seja, a preparação 
em um Pré-Vestibular. Neste sentido, o nosso projeto de extensão com os alunos do 
Centro Educacional Nelson Mandela visou assessorar os alunos a partir de informações 
e estímulos na formulação de um plano de ação para que a barreira do desconhecimento 
e da acessibilidade ao Ensino Superior mediado pela preparação em um Pré-Vestibular 
Comunitário não seja empecilho para os jovens que assim desejarem seguir na vida 
acadêmica. 
 
 
Elaboração do plano de trabalho 
 
- Reuniões semanais nos intervalos das aulas para escolha do tema, local e primeiras 
iniciativas de contato com o grupo escolhido. 
- Visitação e contato com os responsáveis para apresentação do objetivo do trabalho, 
documentações necessárias e conhecimento do grupo. 
- Divisão do grupo para as demandas e distribuição de tarefas. 
- Montagem de um grupo no Whatsapp para socialização de todas as ações e 
informações do grupo. 
- Visitas para apresentação do projeto, objetivos e conhecimento dos alunos. 
- Encontro I: identificar demandas e traçar plano de ação. 
- Encontro II : socialização das ações realizadas e concretização do projeto. 
- Metodologia: Rodas de conversas; aplicação de questionário estruturado de 
identificação dos participantes; elaboração de ficha para coleta de informações dos Pré-
Vestibulares; Confecção de mural informativo no interior e exterior da escola com os 
informes da coleta pesquisa. 
 
Metas, critérios ou indicadores de avaliação do projeto 
 
• Visitação à escola e contatos com a direção e equipe pedagógica. 
• Realização de 2 reuniões na escola; 
• Construção de um formulário para a coleta de dados dos Pré-Vestibulares. 
• Aplicação de um questionário estruturado para identificação dos participantes. 
• Registros das reuniões e fechamento do projeto. 
• Avaliação do projeto será a partir de depoimentos dos alunos e comunidade 
escolar. 
• Conclusão do projeto e apresentação. 
 
 Recursos previstos 
 
 Foram utilizados materiais disponibilizados na escola, tais como, cartolina, papel 
A4 pra a confecção de 2 (dois) murais com informações sobre os Pré-vestibulares e 
notícias sobre ENEM, Universidades; Temas de redação; impressão de formulários; 
 
Cronograma 
 
MÊS AÇÃO 
AGOSTO - Apresentação da disciplina baseada em projeto e 
entendimento da atividade. 
- Divisão e organização do grupo. 
- Escolha da temática e do local. 
SETEMBRO - Primeiro encontro com a direção e equipe pedagógica. 
- Apresentação do projeto à instituição. 
- Início da elaboração da atividade. 
 
OUTUBRO - Reunião com o grupo de estudantes envolvidos. 
- Sistematização da coleta dos dados sobre os Pré-
Vestibulares pesquisados pelos estudantes e socialização 
das informações. 
- Organização e realização da palestra com profissionais 
de diferentes áreas. 
NOVEMBRO - Apresentação do produto final dos alunos na escola, 
avaliação e lanche para confraternização. 
- Convite à instituição para acompanhar a apresentação 
acadêmica da atividade. 
- Sistematização, entrega e apresentação da atividade à 
comunidade acadêmica. 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
DIAS, Pâmela. Saúde mental de crianças e jovens é desafio de escolas no pós-
pandemia. https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/06/29/saude-mental-de-criancas-
e-jovens-e-desafio-de-escolas-no-pos-pandemia-sembarreira.ghtml. Acesso em 
11/10/2023. 
SOUZA, Davisson Charles Cangussu; Souza; VAZQUEZ, Daniel Arias. Expectativas 
de jovens do ensino médio público em relação ao estudo e ao trabalho. Educ. Pesqui., 
São Paulo, v. 41, n. 02, p. 409-426, abr./jun. 2015. 
 
 
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/06/29/saude-mental-de-criancas-e-jovens-e-desafio-de-escolas-no-pos-pandemia-sembarreira.ghtml
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/06/29/saude-mental-de-criancas-e-jovens-e-desafio-de-escolas-no-pos-pandemia-sembarreira.ghtml

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