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Alzheimer UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Ana Denck Bruna Muniz Cristina Guasina Julya Fornari Natalie Rodrigues Simone Paim Objetivamos neste capitulo fazer uma breve explanação sobre a doença de Alzheimer. Veremos a seguir os seguintes tópicos sobre a progressão desta que é a doença degenerativa que mais cresce no mundo. Objetivos A doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo, caracterizada pelo comprometimento cognitivo e da memória, por sintomas neuropsiquiátricos, alterações do comportamento, implicando no prejuízo progressivo do desempenho em atividades do dia-a-dia (Ministério da Saúde, 2017). O que é Alzheimer? Segundo dados da OMS (2021), “estima-se que existam em torno de 55 milhões de pessoas com demência no mundo, sendo que o número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050 chegando a espantosos 139 milhões de pessoas”. Falar sobre Alzheimer transcende as questões fisiopatológicas apenas, trabalhar a doença em cima de projeções futuras está diretamente ligado as questões de manejo do impacto econômico da doença na economia, já que a população nacional tende a uma curva de envelhecimento populacional (Soares, Pereira, Figueiredo, Soares, Almeida & Portela, 2017). Compreende-se o mal de Alzheimer como uma doença progressiva, degenerativa e incurável que se manifesta em média por vias de regra na terceira idade, em torno dos 65 anos. Por ser uma doença silenciosa e multifatorial, às vezes o seu diagnóstico leva anos até ser feito de maneira correta, causa está que contribui para uma alta taxa de mortalidade em decorrência dos danos gerados pela doença, que são irreversíveis. Câmara (2019). Como não existe uma cura para o Alzheimer, as pessoas acometidas pela DA seguem um tratamento voltado para manutenção dos sintomas com medicações paliativas que auxiliam na manutenção da doença, prolongando e dando uma certa qualidade de vida para as pessoas acometidas por ela. Aspectos Gerais Fatores de Risco Os fatores de risco estão relacionados ao baixo nível de escolaridade, à idade e a história familiar que aumenta o número quando o paciente tem familiares de primeiro grau afetados pela doença. (Pinto, Rodrigues, Barros, Vasconcelos, Girão, Lobo & Fonteles, 2015). Epidemiologia Incidência de origem multifatorial, o grupo alvo na sua grande maioria são mulheres, existem fatores protetores e desencadeadores que contribuem para surgimento ou não da doença. A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ - https://abraz.org.br/, recuperado em 19 de setembro de 2023) traz muitas informações sobre o avanço da doença, que tem progressão lenta, podendo levar anos até um diagnóstico. Estudos e exames de imagem mostram que na DA há uma diminuição de células nervosas (neurônios) e de sinapses entre eles, além de uma redução do volume cerebral (Auld, Kornecook, Bastianetto e Quirion 2002, 68 apud Sereniki & Vital, 2008). Neurobiologia Conforme Viegas, Simões, Rocha, Castelli, Moreira e Viegas Junior (2011), na DA acontecem alterações neuropatológicas que causam a degeneração das células neuronais, causando uma degradação sináptica dos neurônios, sendo um quadro irreversível e progressivo ao longo da doença.Verifica-se uma quantidade significativa de placas senis, emaranhados neurofibrilares e perda neuronal no sistema nervoso central e deficiência de neurônios colinérgicos. Um dos principais neurotransmissores envolvidos na DA é a acetilcolina, um neurotransmissor fundamental para o funcionamento do cérebro diretamente ligada as questões de memória. Nota-se que ela fica diminuída nas pessoas acometidas pela doença de Alzheimer. Acontece que as enzimas colinesterases atacam e destroem a acetilcolina no cérebro, causando uma degradação progressiva de neurônios colinérgicos e resultando em déficits cognitivos e de memória, que contribuem para as alterações comportamentais observadas na DA (Viegas et al., 2011). Sinais e sintomas O principal sintoma, e o mais característico, do Mal de Alzheimer é a perda de memória recente. Conforme a doença avança, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota, irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo. A doença de Alzheimer costuma evoluir de forma lenta e letal, a partir do diagnóstico, a estimativa de vida varia de 8 a 10 anos (Pinto et al., 2015). Lapsos esporádicos de memória, esquecimento e confusão de rotinas e nomes de familiares, perda de interesse por atividades antes prazerosas e dificuldade na organização de pensamentos e na compreensão de novas informações e rotinas. Esquecimento de detalhes de eventos diários e de sua vida passada, perdendo consciência de seu estado, apresentando dificuldades para vestir-se e alimentar-se, podendo ter alucinações, depressão, agitação e comportamento violento. Passa a depender de cuidados permanentes, com dificuldade em se comunicar e reconhecer familiares, tornando-se incapaz de realizar atividades básicas como alimentação e higiene pessoal”. “A evolução da doença normalmente passa por três fases sintomatológicas: Tratamento O tratamento não farmacológico deve ser aplicado concomitantemente ao farmacológico, na medida em que pode diminuir a utilização e/ou a a dose dos medicamentos e assim, seus efeitos colaterais, além de proporcionar uma melhora na qualidade de vida destes pacientes, auxiliando na redução de sintomas comportamentais e psicológicos. As estratégias não farmacológicas podem incluir reabilitação cognitiva, reabilitação multidisciplinar, terapia ocupacional, fisioterapia, treino físico, terapia de reminiscência, arteterapia, dentre outras (Carvalho, Magalhães & Pedroso, 2016). Tratamento farmacológico Inúmeras substâncias psicoativas têm sido propostas para preservar ou restabelecer a cognição, o comportamento e as habilidades funcionais do paciente com demência. Contudo, os efeitos das drogas hoje aprovadas para o tratamento da DA limitam-se ao retardo na evolução natural da doença, permitindo apenas uma melhora temporária do estado funcional do paciente (Orestes V. Forlenza, 2005). Pacientes com a doença de Alzheimer têm deficiência de neurônios colinérgicos no SNC. Essa observação levou ao desenvolvimento de anticolinesterásicos como possíveis remédios para a perda da função cognitiva. A tacrina foi o primeiro disponível, mas foi substituída por outros devido à sua hepatotoxicidade. Apesar de donepezila, rivastigmina e galantamina retardarem o avanço da doença, nenhum evitou sua progressão (Whalen, Finkel & Panavelil, 2016). Conforme Forlenza (2005), o tratamentos que vêm sendo mais indicados são os da classe de inibidores de acetilcalineterase: Donepezila, Rivastigmina e Galantamina. Estes fármacos são indicados por promover um aumento da disponibilidade sináptica de acetilcolina. A Doença de Alzheimer possui três características diferenciais: 1) O acúmulo de placas senis (acúmulo β-amiloide); 2) A formação de numerosos entrelaçados neurofibrilares; 3) A perda de neurônios colinérgicos corticais. Os tratamentos atuais buscam melhorar a transmissão colinérgica no SNC ou evitar as ações excitotóxicas da superestimulação dos receptores NMDA glutamato em determinadas áreas do cérebro. O tratamento farmacológico na doença de Alzheimer é apenas paliativo e traz um benefício de curta duração, não alterando o processo neurodegenerativo subjacente (Whalen et al., 2016). Efeitos Colaterais Gastrointestinais: náuseas; vômitos; diarréia; anorexia; dispepsia; dor abdominal, aumenta de secreção ácida: Cardiovasculares: Oscilação da pressão arterial sincope arritmia, bradicardia. Outros sintomas como tonturas, cefaléia, agitação, insônia, câimbras, sudorese aumento da secreção brônquica. Classe de medicamentos Inibidores da acetilcolinesterase A perda de memória foi associada em diversos estudos com a diminuição progressiva de neurônios colinérgicos. Nesse sentido, a inibição da acetilcolinesterase (AChE) no SNC melhora a transmissão colinérgica. O primeiroinibidor da AChE disponível foi a tacrina, mas caiu em desuso devido à sua hepatotoxicidade. Os inibidores da AChE aprovados para o tratamento da doença de Alzheimer leve ou moderada incluem donepezila, galantamina e rivastigmina. Esses compostos auxiliam na diminuição do avanço da perda cognitiva em pacientes com Alzheimer (Whalen et al., 2016). Efeitos adversos dos inibidores da AChE. A donepezila é um inibidor reversível não competitivo e seletivo no tratamento. Atua no aumento da concentração de acetilcolina, neurotransmissor importante nos processos de memória. Por meio da inibição da quebra da enzima acetilcolinesterase, resulta no acumulo de acetilcolina na fenda sináptica, com um valor maior nos efeitos resultantes dos parassimpáticos (Engelhardt et al., 2005; Lima, 2008). O tratamento inicial com este fármaco é de 5 mg por dia, podendo posteriormente ser administrados 10 mg ao dia conforme aceitação e tolerância do paciente. É contraindicado aos pacientes com hipersensibilidade à donepezila e seus derivados e em casos de insuficiência ou arritmia cardíaca graves. Seus efeitos adversos são: insônia, náuseas, vômitos, diarréia, câimbra, fadiga, e outros menos frequentes como cefaleia, tontura, depressão, perda de peso, aumento da frequência urinária, bradicardia e artrite (Lima, 2008; Ministério da Saúde, 2017). A galantamina é um inibidor competitivo e reversível e estimula a ação da acetilcolinesterase nos receptores nicotínicos no sistema nervoso central. (Pinto et al., 2015; Whalen et al., 2016). O tratamento com galantamina deve iniciar iniciar com 8 mg por dia, durante 4 semanas. Após esse período, pode ser administrado 16 mg por dia por, no mínimo, 12 meses. A dose máxima é galantamina é de 24 mg por dia. É administrado em cápsulas de liberação prolongada, e, portanto, devem ser administradas uma vez ao dia, pela manhã, de preferência com alimentos. Nos casos de insuficiência hepática ou renal moderada, a dose máxima é de 16 mg por dia. Seus efeitos adversos incluem náusea, vômitos, diarreia, anorexia, perda de peso, dor abdominal, flatulência, tontura, cefaleia, depressão, fadiga, insônia e sonolência. A rivastigmina é um inibidor pseudo-irreversível da acetilcolinesterase (AChE) e da Butirilcolinesterase (BChE). Sua ação é imediata, proporcionando maior eficiência quanto ao aumento dos níveis cerebrais de Acetilcolina. Em casos mais avançados da doença de Alzheimer, a BChE pode estar aumentada. Portanto, a inibição da BChE pode ser um ponto principal para utilização desse tratamento (Engelhardt et al., 2005; Lima, 2008). Posologia INIBIDORES DE COLINESTERASE FÁRMACO DONEPEZILA RIVASTIGMINA GALANTAMINA ORAL ORAL VIA DE ADMINISTRAÇÃO ORAL ADESIVOS TRANSDÉRMICOS 3 MG 5 MG 8 MG 9,5 MG DOSE DIÁRIA INICIA L 6 - 12 MG 5 - 10 MG 16 - 24 MG DOSE DIÁRIA DE MANUTENÇÃ O UMA UMA UMA DUAS DOSES POR DIA JUNTO ÀS REFEIÇÕE S AO DEITAR COM OU SEM ALIMENTOS FORMA DE ADMINISTRAÇÃO PELA MANHÃ E DE PREFERÊNCIA COM ALIMENTOS A meia vida da rivastigmina é 1 a 2 hs, mas apresenta um movimento prolongado de 8 a 10hs. O tratamento deve ser iniciado com uma dose de 1,5 mg 2 vezes ao dia nas primeiras duas semanas, podendo ser aumentada após esse período por uma dose de 6 mg 2 vezes ao dia. Essas doses podem ser administradas junto às refeições. As reações adversas da rivastigmina incluem tontura, náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal ou ainda perda de apetite. Se estes sintomas forem apresentados, precisa ser alterada a dose, pois o paciente não teve uma tolerância aceitável. É contraindicado em casos de hipersensibilidade ou intolerância a rivastigmina e insuficiência ou arritmia cardíaca graves (Engelhardt et al., 2005; Lima, 2008; Ministério da Saúde, 2017). Antagonistas de receptores N-metil-D-aspartato No que se refere a formação de memórias, Whalen et al. (2016), destacam sobre a importância da estimulação de receptores glutamato no SNC, como também sobre a superestimulação destes receptores: A memantina é um antagonista não competitivo do receptor NMDA indicado em casos moderados ou graves da doença de Alzheimer. Os mecanismos de ação deste fármaco são o bloqueio do receptor NMDA e a limitação do influxo de Ca2 no neurônio, permitindo que não sejam atingidos níveis intracelulares tóxicos. Ou seja, a memantina possui dupla ação, pois permite a ativação fisiológica durante os processos de formação da memória e bloqueia a abertura dos canais e sua ativação patológica. "a superestimulação de receptores glutamato, particularmente do tipo NMDA, pode resultar em efeitos excitotóxicos nos neurônios, e é sugerida como mecanismo dos processos neurodegenerativos ou apoptóticos (morte celular programada). A ligação do glutamato ao receptor NMDA causa a abertura do canal iônico que permite a entrada de Ca2+ no neurônio. O excesso de Ca2+ intracelular pode ativar inúmeros processos, que finalmente lesam o neurônio e levam à apoptose." Posologia ANTAGONISTA DE RECEPTORES N- METIL-D-ASPARTATO MEMANTINA ORAL DUAS (DOSE ÚNICA NAS DUAS PRIMEIRAS SEMANAS) 5 MG A CADA 1 -2 SEMANAS 20 MG NÃO NECESSÁRIA Possui boa tolerância e poucos efeitos adversos, pois os efeitos adversos esperados, como confusão, agitação e intranquilidade, não se distinguem dos sintomas da doença de Alzheimer. Os efeitos colaterais mais comuns apresentados pela memantina são diarreia, vertigens, cefaleia, insônia, inquietação, excitação e cansaço. A memantina é contraindicada em casos de hipersensibilidade ao fármaco ou ao componente da fórmula (Forlenza, 2005; Lima, 2018; Whalen et al., 2016). O tratamento com a memantina deve ser iniciado com meio comprimido (5mg) por dia. A dose pode ser aumentada 5mg por semana, nas 3 semanas do início do tratamento, até chegar na dose de 20mg por dia. Ou seja, é administrado um comprimido de 10mg duas vezes ao dia a partir da quarta semana de tratamento, sendo mantida essa dose (Ministério da Saúde, 2017). MEMANTINA DONEPEZILA RIVASTIGMINA GALANTAMINA FÁRMACOS MECANISMO DE AÇÃO INDICAÇÃO CONTRA- INDICAÇÃO EFEITOS COLATERAIS ANTAGONISTA NÃO COMPETITIVA DO NMDA, POR MEIO DE UM BLOQUEIO DE RECEPTORES DO GLUTAMATO MECANISMO DE DUPLA AÇÃO: - INIBE A ENZIMA ACETILCOLINESTERASE -INIBE A ENZIMA BUTIRILCOLINESTERASE INIBIÇÃO COMPETITIVA E REVERSÍVEL DA ENZIMA ACETILCOLINESTERAS -MODULAÇÃO DE RECEPTORES COLINÉRGICOS NICOTÍNICOS INIBIÇÃO REVERSÍVEL DA ACETILCOLINESTERASE. ATIVIDADE SELETIVA NO SNC E ESCASSA NA PERIFERIA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER LEVE E MODERADA DEMÊNCIA MODERADA A GRAVE DO TIPO ALZHEIMER DEMÊNCIA LEVE A MODERADA DO ALZHEIMER DEMÊNCIA LEVE A MODERADA DO ALZHEIMER. DEMÊNCIA LEVE A MODERADA NA DOENÇA DE PARKINSON HIPERSENSIBILIDADE OU INTOLERÂNCIA À RIVASTIGMINA E INSUFICIÊNCIA OU ARRITMIA CARDÍACA GRAVES HIPERSENSIBILIDADE AO FÁRMACO OU AO COMPONENTE DA FÓRMULA HIPERSENSIBILIDADE COMPROMISSO HEPÁTICO GRAVE COMPROMISSO RENAL E INSUFICIÊNCIA OU ARRITMIA CARDÍACA GRAVES HIPERSENSIBILIDADE AO MEDICAMENTO, AOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA, E EM CASOS DE INSUFICIÊNCIA OU ARRITMIA CARDÍACA GRAVES TONTURA, CEFALEIA NÁUSEA, VÔMITO, DIARREIA, ANOREXIA, FADIGA, INSÔNIA NÁUSEA, VÔMITO, DIARREIA, ANOREXIA, PERDA DE PESO, DOR ABDOMINAL, TONTURA, CEFALEIA INSÔNIA, NÁUSEA, VÔMITO, DIARREIA, ANOREXIA, DISPEPSIA, CÃIBRAS MUSCULARES E FADIGA DIARREIA, VERTIGENS, CEFALEIA, INSÔNIA, INQUIETAÇÃO, EXCITAÇÃO E CANSAÇO Na tabela abaixo, é possível conferir brevemente quais são os mecanismos de ação, indicações, contraindicações e alguns dos principais efeitos colaterais de cada fármaco utilizado para o tratamento de Alzheimer: A escolha do tratamento farmacológico O tratamento medicamentoso indicado para a doença de Alzheimer tem como finalidade estabilizar o comprometimento cognitivo, o comportamento e a realização das atividades do dia a dia do paciente, com o mínimo de efeitos adversos (Ministério da Saúde, 2017). De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticasda Doença de Alzheimer (PCDT), os inibidores da acetilcolinesterase são considerados a primeira opção para o tratamento da DA leve a moderada, pois aumentam a secreção ou o prolongamento da meia-vida da acetilcolina na fenda sináptica em áreas relevantes do cérebro. "A disfunção dos neurônios glutaminérgicos aumenta as concentrações de glutamato, o que, por sua vez, aumenta a frequência da despolarização da membrana pós-sináptica e reduz a detecção dos sinais fisiológicos mediados pelo receptor de NMDA. Isso contribui para o dano cognitivo e oportuniza o outro tratamento para DA, que é o antagonista do receptor de NMDA – memantina" (Ministério da Saúde, 2017). Para realizar a escolha do fármaco utilizado deve-se levar em consideração a saúde do paciente, ao seu histórico médico e efeitos adversos do medicamento. Precisa ser realizado uma avaliação por uma equipe multiprofissional de saúde, na qual irá definir o melhor fármaco de acordo com o perfil de cada paciente, realizar o relatório médico, e de tempos em tempos é realizado uma reavaliação periódica a fim de avaliar se o fármaco está atendendo as expectativas, os efeitos adversos, monitorização do tratamento e evolução de sintomas. ESTÁGIO 1- ASSINTOMÁTICO Os 7 Estágios da doença de alzheimer Para uma melhor compreensão dos sintomas da Doença de Alzheimer, as fase da doença de Alzheimer são divididas em 7 estágios(Instituto de Psiquiatria Paulista, 2020): Surgem danos cerebrais devido ao início da doença, mas a pessoa tem suas atividades normais por um período sem prejuízos. ESTÁGIO 2 – ESQUECIMENTO O principal sintoma é o esquecimento. O nome de pessoas ou de lugares, por exemplo, são esquecidos com frequência. Já se percebem os sintomas pois as pessoas que convivem a sua volta notam os esquecimentos dos nomes de pessoas conhecidas. Também é possível que essa pessoa comece a repetir histórias que contou há pouco tempo, bem como começam aparecer às dificuldades de realizar as tarefas diárias. ESTÁGIO 3 – DECLÍNIO COGNITIVO LEVE ESTÁGIO 4 – DECLÍNIO COGNITIVO MODERADO Os sintomas ficam mais acentuados: esquecimento de situações recentes e de histórias pessoais, dificuldades em realizar tarefas diárias e alterações de comportamento e humor. O diagnóstico torna-se mais evidente. O paciente tem muita dificuldade em lembrar informações simples, como seu próprio endereço e outras informações pessoais, bem como sua orientação temporal fica prejudicada. Tarefas básicas também. Tende a lembrar mais de suas histórias de infância. ESTÁGIO 5 – DECLÍNIO COGNITIVO MODERADO- AVANÇADO Fase onde as capacidades cognitivas e motoras e emocionais estão muito comprometidas, já não sabe sobre si, e de como e onde esta. Sintomas como confusão mental, irritabilidade, agressividade, perda de sono, os pensamentos obsessivos, incontinência urinária e fecal podem ocorrer. Como suas atividades motoras já estão comprometidas, não conseguem mais vestir-se ou calçar-se de forma adequada. ESTÁGIO 6 – DECLÍNIO COGNITIVO AVANÇADO Existe um comprometimento total da integridade do individuo, necessitando de cuidados de um tutor. Seu humor e sua capacidade motora ficam totalmente comprometidos. ESTÁGIO 7 DECLÍNIO COGNITIVO AVANÇADO- TARDIO Caso Clínico Márcio é um senhor de 75 anos, chega para atendimento após um episódio em que saiu de casa e se perdeu, sendo levada para casa por vizinhos que conheciam a família. A cuidadora relata que é a primeira vez que isso acontece, porém que tiveram outros episódios de esquecimento que no início parecia ser apenas desatenção como sair e não se recordar se fechou a porta, nomes de pessoas que acabará de conhecer, esquecer palavras e se perder no raciocínio que estava tendo, apresenta também dificuldade em executar atividades diárias como fazer uma lista de compras, usar o telefone e tomar o medicamento, necessita sempre de auxilio da esposa ou cuidadora para executar estas tarefas. atualmente ele não reconhece parentes próximos e confunde a neta com a filha quando tinha a mesma idade. Repetia as mesmas histórias muitas vezes. Manifesta alguns episódios de irritabilidade exagerada que a família também acreditava ser da idade. Após exames para descartar outras comorbidades o paciente foi diagnosticado com DA. Considerações finais Os pesquisadores continuam na busca constante de tratamentos que visam a cura para a doença de Alzheimer. Muitas terapias e tratamentos farmacológicos estão em andamento para evitar a morte de células cerebrais associadas a doença. Além desses tratamentos, estão sendo exploradas outros métodos para melhorar a qualidade de vida destas pacientes, seus cuidadores e familiares. O uso de sistemas de apoio e intervenções comportamentais não farmacológicas mostram ser muito importantes nesse processo (Alzheimer's Association, 2021). Referências Alzheimer's Association (2021) Alzheimer e demência no Brasil. Caetano, L. A. O., Silva, F. S., & Silveira, C. A, B. (2017) Alzheimer, sintomas e grupos: uma revisão integrativa. Vínculo, 14 (2), 84-93. Câmara, A. B. (2019) Receptores neurais e a doença de Alzheimer: uma revisão sistemática da literatura sobre as famílias de receptores mais associadas a doença, suas funções e áreas de expressão. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 68(3), 161-176. Carvalho, P. D. P., Magalhães, C. M. C. & Pedroso, J. S. (2016) Tratamentos não farmacológicos que melhoram a qualidade de vida de idosos com a doença de Alzheimer: uma revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 65(4), 334-339. Engelhardt, E., Brucki, S. M. T., Cavalcanti, J. L. S., Forlenza, O. V., Laks, J. & Vale, F. A. C. (2005) Tratamento da doença de Alzheimer: recomendações e sugestões do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 63 (4) 1104-1112. Forlenza, O. V. (2005) Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer. Revista de psiquiatria clínica, 32 (3) 137-148. Instituto de Psiquiatria. Gaion, J.P.B.F. (2020). Doença de Alzheimer: saiba mais sobre a principal causa de demência no mundo. InformaSUS UFSCAR. Recuperado em: . Lima, D. A. (2008) Tratamento Farmacológico da Doença de Alzheimer. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, 78- 87. Ministério da Saúde. (2017) Portaria Conjunta nº 13, de 28 de novembro de 2017. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Alzheimer. Organização Mundial da Saúde. (2021, 2 de setembro) Demência. Disponível em https://www.who.int/news-room/fact- sheets/detail/dementia. Paulista (2020) Sintomas do Alzheimer: saiba identificá-los em seus 7 estágios. Pinto, R. S., Rodrigues Neto, E. M., Barros, K. B. N. T., Vasconcelos, L. M. O., Girão Jr., F. J., Lobo, P. L. D. & Fonteles, M. M. F. (2015) Doença de Alzheimer: Abordagem farmacoterapêutica. Boletim Informativo Geum, 6,(1), 16-25. Soares, N. M., Pereira, G. M., Figueiredo, R. I. N., Soares, N. M., Almeida, R. M. M. & Portela, A. S. (2017) Impacto econômico e prevalência da doença de Alzheimer em uma capital brasileira. Ciências e Saúde, jul.-set; 10 (3)133-138. Whalen, K., Finkel, R. & Panavelil, T. A. (2016) Farmacologia Ilustrada-6ª Edição: Artmed Editora. World Health Organization. (2012) . Dementia: a public health priority. World Health Organization. Referências