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Bases Morfológicas e Funcionais do Sistema Genital- Texto de estudo- Profa Regina Ribeiro ✓ Bases morfológicas ✓ Bases funcionais Bases morfológicas Sistema genital feminino O sistema genital feminino é dividido em genitálias externa e interna. A genitália externa ou vulva pode ser estudada em conjunto com o períneo, constituindo a região vulvoperineal. Genitália externa feminina A vulva inclui as seguintes estruturas (Figura 1.1): •Monte de vênus, pênil ou monte púbico (mons veneris) •Pregas tegumentárias ou formações labiais: grandes e pequenos lábios •Espaço interlabial ou fenda vulvar: vestíbulo, meato uretral, introito vaginal e hímen •Órgãos eréteis: clitóris e bulbovestibulares •Glândulas acessórias: parauretrais (ou de Skene) e vulvovaginais (ou de Bartholin). A vulva representa a entrada da vagina e, em condições normais, cobre e protege o meato uretral. A porção externa da vulva está coberta por um tipo especial de pele, rica em folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas. Internamente, a partir dos pequenos lábios, a pele se modifica, tem umidade acentuada e não mais apresenta pelos. Os grandes lábios se continuam em direção ao períneo para formarem, na linha média, a comissura posterior ou fúrcula, limite inferior da vulva. Os pequenos lábios (ninfas) se separam anteriormente para englobar o clitóris, formando-lhe o freio e seu prepúcio. Posteriormente, fundem-se com os grandes lábios na porção média ou, muito raramente, vão mais abaixo até a fúrcula (ver Figura 1.1). O vestíbulo, espaço elíptico situado internamente em relação aos pequenos lábios, se estende do clitóris até a borda posterior do hímen (ver Figura 1.1). Os orifícios da uretra, da vagina, das glândulas parauretrais e de Bartholin têm suas aberturas no vestíbulo. O hímen, nas mulheres virgens, oclui parcialmente o orifício vaginal (ver Figura 1.1). Em geral, após o primeiro coito, e sempre depois do parto, a estrutura do hímen rompe-se, permanecendo vestígios conhecidos como carúnculas mirtiformes. Figura 1.1 Genitália externa feminina. (Adaptada de Kistner RW. Gynecology: Principles and Practice. 3rd ed. Chicago: Year Book; 1979.) O clitóris consta de dois corpos cavernosos que se inserem no ramo isquiopúbico, e de porção distal, glande, a única visível (ver Figura 1.1). É o clitóris, órgão erétil, homólogo do pênis masculino, que funciona para a mulher como o “centro nervoso do coito”. Os bulbovestibulares correspondem ao corpo esponjoso masculino. Consistem em duas estruturas eréteis, colocadas de cada lado do orifício vaginal, entre a fáscia inferior do diafragma urogenital e os músculos bulbocavernosos (Figura 1.2). As glândulas parauretrais de Skene, homólogas da próstata masculina, têm seus orifícios externos localizados lateroposteriormente ao meato uretral (ver Figura 1.1). As glândulas vulvovaginais de Bartholin se localizam de cada lado do introito vaginal, apresentando orifícios na parte posterior do vestíbulo, entre os pequenos lábios e o hímen (ver Figuras 1.1 e 1.2). Correspondem às glândulas bulbouretrais no sexo masculino e secretam muco, especialmente durante o ato sexual. Períneo Conjunto de partes moles (músculos e aponeuroses) que fecha inferiormente a cavidade pélvica, é atravessado pelo reto posteriormente, e pela vagina e pela uretra anteriormente. O períneo anatômico é habitualmente dividido em anterior (ou genital) e posterior (ou retal), pelo traçado da linha bi-isquiática. Os músculos do períneo são (ver Figuras 1.2 e 1.3): •Músculos do diafragma ou assoalho pélvico: levantador do ânus e coccígeo. Além desses, dois outros cobrem as paredes da pelve verdadeira: o obturador interno e o piriforme •Músculos do períneo anterior: superficiais – transverso superficial, isquiocavernoso e bulbocavernoso –; profundos – transverso profundo e esfíncter externo da uretra •Músculo do períneo posterior: esfíncter externo do ânus. O sistema aponeurótico é complexo e pode ser separado em três planos (Figura 1.4): •Aponeurose perineal superficial: cobre os músculos superficiais •Aponeurose perineal média ou diafragma urogenital: dois folhetos aponeuróticos que englobam os músculos profundos do períneo anterior (transverso profundo e esfíncter externo da uretra), atravessados pela vagina e pela uretra (ver Figura 1.2) •Aponeurose perineal profunda ou endopélvica: recobre, internamente, o assoalho pélvico, a bexiga, o útero, a vagina e o reto. Figura 1.2 Períneo feminino. (Adaptada de Netter FH. The CIBA collection of medical illustrations. v. 2: reproductive system. New York: CIBA- GEIGY Corp.; 1954.) Figura 1.3 Diafragma pélvico visto de cima, na mulher. (Adaptada de Netter FH – op. cit.) Figura 1.4 Aponeuroses do períneo feminino. (Adaptada de Netter FH – op. cit.) Vascularização e inervação da região vulvoperineal. A vascularização é assegurada pela artéria pudenda interna, ramo da hipogástrica, que imerge na região com o nervo, pelo canal de Alcock. O retorno venoso acompanha as artérias. Os nervos provêm do pudendo interno, ramos genitais do grande e do pequeno abdominogenital e do genitocrural, além da porção perineal do pequeno ciático (Figura 1.5). Genitália interna feminina A genitália interna feminina se compõe, essencialmente, de (Figuras 1.6 a 1.8): •Um longo canal que se estende da superfície externa do corpo até a cavidade peritoneal: vagina, útero e tubas uterinas •Um par de gônadas: ovários. Figura 1.5 Inervação da genitália externa feminina. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) Figura 1.6 Vista anterior da genitália interna feminina. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) A vagina é o órgão da cópula destinado a receber o pênis e o sêmen ejaculado durante o coito. O útero retém o óvulo fecundado (ovo), possibilitando-lhe desenvolvimento e crescimento, e o expulsa quando maduro (parto) ou antes disso (abortamento e parto pré-termo); é o órgão da gestação. As tubas uterinas recolhem o óvulo na superfície do ovário, após a postura, e o conduzem ao útero; são os ovidutos. Os ovários produzem os óvulos; são as gônadas. Figura 1.7 Secção sagital da pelve feminina. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) Figura 1.8 Vista posterior da genitália interna feminina. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) A vagina é um canal que se interpõe da vulva até o útero (ver Figura 1.7). Na mulher virgem, a sua abertura inferior, introito ou óstio vaginal, é provida do hímen. Em torno do introito estão localizados os músculos bulbocavernosos ou constritores da vagina. O útero é composto de três camadas separadas e distintas: (1) serosa, cobertura peritoneal externa; (2) miométrio, camada de músculo liso; (3) endométrio, membrana mucosa que reveste a cavidade uterina. O miométrio é formado por três camadas de fibras musculares lisas. Em cada uma delas há células musculares lisas que são mantidas em justaposição por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. A camada muscular externa, principalmente longitudinal, é contínua com as fibras que seguem pelos ligamentos largo e redondo. A camada média é a mais espessa, apresenta fibras em sentido circular e é ricamente vascularizada. A camada interna é ricamente constituída de musculatura da mucosa e é composta de fibras dispostas oblíqua e longitudinalmente. O arranjo dos vasos sanguíneos entre os feixes musculares constitui método ideal de hemostasia após o secundamento. O útero é constituído por duas partes: o colo e o corpo. É o colo ou cérvice a porção caudal. Acima, continua-se como corpo uterino, sendo o ponto de junção nomeado istmo. A vagina se dispõe em volta do colo, possibilitando separar-lhe uma porção supravaginal e outra vaginal (ver Figura 1.7). Na porção supravaginal, lateralmente, se inserem os ligamentos paracervicais (cardinais ou de Mackenrodt) que contêm os vasos uterinos. Posteriormente, a porção supravaginal está recoberta pelo peritônio e une-se aosacro pelos ligamentos uterossacros (ver Figuras 1.8 e 1.9). A porção vaginal do colo (portio vaginalis) projeta-se na vagina entre os fundos de saco anterior e posterior. Em condições normais, o orifício externo limita o epitélio pavimentoso estratificado da porção vaginal, contíguo ao epitélio cilíndrico, glandular, que reveste o canal cervical ou endocérvice. A endocérvice se estende do orifício externo até o orifício interno histológico, onde começa o istmo (Figura 1.10). Para saber mais: https://www.youtube.com/watch?v=1NiyGFk7o18&t=254s Figura 1.9 Secção frontal da pelve feminina. (Adaptada de Netter FH – op. cit.) Figura 1.10 Relações anatômicas entre o corpo, o istmo e o colo do útero. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) A porção superior do corpo uterino constitui o fundo, com ângulos denominados cornos, onde penetram as tubas. A área estreitada que liga o corpo ao colo é o istmo (ver Figuras 1.6 e 1.10). O canal do istmo é demarcado pelo orifício interno anatômico, que o separa da cavidade do corpo, e pelo orifício interno histológico, limite do canal cervical (ver Figura 1.10). O orifício histológico constitui zona de transição entre o epitélio endocervical e o endométrio. O istmo uterino, na gravidez, incorpora-se ao corpo para constituir o segmento inferior do útero. Os espaços entre os folhetos peritoneais que revestem a bexiga, o útero e o reto constituem os fundos de saco anterior e posterior (ou de Douglas) (ver Figura 1.7). As coberturas peritoneais do corpo uterino se juntam lateralmente e formam o ligamento largo (ver Figura 1.8). Os ligamentos redondos vão da face anterolateral do fundo uterino até os grandes lábios, após penetrarem no canal inguinal. Estruturalmente, o corpo uterino é composto de: serosa (peritônio), miométrio e endométrio. As tubas uterinas se dirigem de sua inserção nos cornos uterinos até os ovários, onde permanecem em aposição (ver Figuras 1.6 e 1.8). Descrevem-se quatro regiões nas tubas (Figura 1.11): intersticial (ou intramural), ístmica, ampular e infundibular (com aproximadamente 25 fímbrias na sua parte mais distal). Suas paredes são formadas por serosa, muscular e mucosa, a última bastante pregueada, principalmente na porção mais externa (ver Figura 1.11). Os ovários estão ligados, anteriormente, à face posterior do ligamento largo pelo mesovário (ver Figuras 1.6 e 1.8). A face posterior é livre. A região do ligamento largo que prende os ovários à pelve chama-se ligamento suspensor do ovário, por onde transitam os vasos ovarianos. Em um dos polos do ovário está o ligamento uterovariano (ver Figura 1.8). O ovário é constituído pelo córtex e pela medula. O córtex, revestido pelo epitélio celômico (ou germinativo), contém os folículos ovarianos, e a medula apresenta estroma e rica vascularização. Vascularização da genitália interna feminina. Está assegurada pelas artérias uterina, ovariana e vaginal (Figura 1.12). O ramo ascendente da artéria uterina provê inúmeras artérias arqueadas que circundam o útero e emitem as artérias radiadas. Estas se ramificam no terço interno do miométrio em artérias retas e artérias espiraladas. As artérias retas alcançam a camada basal do endométrio e terminam em capilares nessa região. As artérias espiraladas atravessam a espessura do endométrio e dão origem a capilares logo abaixo do epitélio. Figura 1.11 Divisões anatômicas da tuba uterina. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) Figura 1.12 Vascularização do útero, do ovário e da tuba. (Adaptada de Kistner RW – op. cit.) Sistema genital masculino O sistema genital masculino é composto de (Figura 1.13): •Um par de gônadas, testículos, responsáveis pela produção de hormônios (células intersticiais ou de Leydig) e de espermatozoides (túbulos seminíferos) •Diversos canais, vias espermáticas, para a eliminação dos espermatozoides: rete testis, canais eferentes, canais epididimários, canais deferentes, vesículas seminais, canais ejaculatórios e uretra •Um órgão para a cópula, o pênis •Outros órgãos acessórios: ■Sistema de coberturas que rodeiam os testículos, as bolsas escrotais ■Glândulas cujas secreções se juntam aos espermatozoides, constituindo o esperma ou sêmen: próstata e glândulas bulbouretrais (ou de Cowper). Figura 1.13 Corte sagital do sistema genital masculino: 1, bolsa escrotal contendo os testículos e o canal epididimário; 2, canal deferente; 3, vesícula seminal; 4, canal ejaculatório; 5, próstata, atravessada pela uretra prostática; 6, glândula de Cowper; 7, uretra peniana; 8, túbulos seminíferos; 9, rete testis; 10, canais eferentes; 11, canal epididimário; 12, canal deferente. Bases funcionais Ciclos sexuais Tendo início na puberdade e se continuando pelos anos reprodutores, a mulher apresenta ciclos sexuais que envolvem o hipotálamo, a hipófise, o ovário e o útero, além de outros órgãos com participação menor (tubas, colo, vagina, glândulas mamárias etc.). Esses ciclos preparam o sistema genital para a gravidez e dependem do sistema hipotálamo-hipofisário. Sistema hipotálamo-hipofisário No controle neuroendócrino da ovulação, é determinante o papel desempenhado pelo eixo central – sistema hipotálamo-hipofisário –, que se conecta por feedback com as gônadas, enquanto se liga ao sistema sensorial, recebendo estímulos do meio ambiente e conexões do próprio cérebro. Células do hormônio liberador de gonadotrofina. As células do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) têm, no adulto, seu número estimado em menos de 10.000, distribuídas bilateralmente na parte anterior do hipotálamo, mais especificamente no núcleo arqueado. As células do GnRH direcionam os seus maiores axônios para a eminência média quando estão em frente aos vasos porta-hipofisários. Embora não haja conexão nervosa direta entre o hipotálamo e a hipófise anterior (adeno-hipófise), a comunicação vascular (sistema porta-hipofisário) liga essas duas estruturas. Os vasos sanguíneos do sistema porta-hipofisário carreiam neurotransmissores – fatores de liberação (releasing factors) – segregados pelas células nervosas dos centros hipotalâmicos para a adeno-hipófise (Figura 1.14). O neurotransmissor que regula as gonadotrofinas hipofisárias é denominado fator ou hormônio liberador de gonadotrofina. O GnRH é um peptídio pequeno, constituído por apenas 10 aminoácidos. O GnRH é transportado como pré-hormônio através dos axônios, por via rápida e em direção à eminência média. As células do GnRH secretam o hormônio de modo pulsátil sob a influência de sinapses estimuladoras ou inibidoras. Os ciclos pulsáteis duram entre 30 e 90 minutos na fase folicular e mais tempo na fase luteínica. O GnRH se liga aos gonadotrofos hipofisários, células situadas na hipófise anterior (pars distalis) e que produzem as gonadotrofinas – hormônio luteinizante (LH) e hormônio foliculestimulante (FSH). Família glicoproteica. As gonadotrofinas são glicoproteínas que fazem parte da família que inclui o LH, o FSH, o hormônio tireoestimulante (TSH) e a gonadotrofina coriônica humana (hCG). Todas essas glicoproteínas são constituídas por duas subunidades – uma comum, denominada subunidade α, e outra hormônio-específica, chamada de subunidade β, que determina a ação biológica e imunorreativa do hormônio. Controle neuroendócrino A ligação do GnRH aos receptores das células da pars distalis induz a liberação do FSH armazenado na adeno-hipófise e estimula a sua síntese. A ligação subsequente do FSH a receptores específicos das células da granulosa dos folículos primários estimula o seu desenvolvimento a folículos secundários. O FSH também induz as células de teca interna dos folículos em desenvolvimento a iniciar a sua produção de androgênios, que são convertidos em estrogênios pelas células da granulosa. De fato, o ponto de partida da esteroidogênese ovariana são os esteroides C19 (androstenodiona e testosterona) produzidos pela teca interna, que funcionam como precursoresna granulosa, onde se originam os esteroides C18 (estrona e estradiol). As células da granulosa dos folículos secundários também produzem inibina e ativina, que ajudam a regular a liberação do FSH. O estrogênio desempenha papel relevante no controle das gonadotrofinas hipofisárias. A amplitude dos pulsos do GnRH (e das gonadotrofinas) é regulada pelo estrogênio, que torna sensíveis os gonadotrofos hipofisários, enquanto inibe a secreção do GnRH. Durante 90% do tempo de duração do ciclo ovariano, o controle das gonadotrofinas se faz por meio de feedback negativo, com o estrogênio e a inibina sendo os principais agentes. Assim, a queda na amplitude e no pulso da secreção do GnRH, induzida pelos estrogênios, leva à diminuição do FSH, a despeito de sensibilizarem a hipófise. A queda do FSH é também parcialmente decorrente da inibina produzida pelas células da granulosa. Figura 1.14 Esquema que ilustra as inter-relações entre hipotálamo, hipófise, ovário e endométrio. Estão assinalados os ciclos ovariano e menstrual. FSH, hormônio foliculestimulante; LH, hormônio luteinizante. (Adaptada de Moore KL, Persaud TVN. Embriologia clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2004.) Precedendo o pico do LH (fase pré-ovulatória), o folículo maduro secreta quantidades maciças de estrogênio no sangue, que excede 5 vezes os níveis basais desse hormônio. Os níveis elevados de estrogênio liberam as sinapses inibidoras da secreção do GnRH, determinando o aumento do pulso desse hormônio, que aciona as gonadotrofinas hipofisárias altamente sensibilizadas, acabando por determinar o pico do LH (feedback positivo). Na fase luteínica, volta a predominar o feedback negativo. Assim, os níveis de gonadotrofina alcançam, durante essa fase, os valores mais baixos durante todo o ciclo ovariano, na dependência de ação inibitória do estrogênio e da progesterona no hipotálamo. Ciclo ovariano As gonadotrofinas produzem alterações cíclicas nos ovários – desenvolvimento dos folículos, ovulação, formação do corpo lúteo –, constituindo o ciclo ovariano. ▶Desenvolvimento folicular É caracterizado por: •Crescimento e diferenciação do oócito I •Proliferação das células da granulosa •Desenvolvimento de uma cápsula de tecido conjuntivo, a teca folicular, proveniente do estroma ovariano (ver Figura 1.14). O crescimento do folículo primário (oócito I mais uma camada de células da granulosa) faz-se à custa, principalmente, dessas células, estratificadas em derredor do oócito. Subsequentemente, espaços cheios de líquido aparecem em volta das células, tornam-se coalescentes e formam uma cavidade única – o antro. O oócito situa-se excentricamente, cercado pelas células da granulosa, constituindo o cúmulo oóforo. Em cada ciclo, vários folículos (15 a 20) se desenvolvem; porém, apenas um (dito dominante), por mecanismo ainda pouco conhecido, chega à plena maturação e, após romper-se, expulsa o óvulo. É a ovulação. O desenvolvimento folicular é estimulado, basicamente, pelo FSH, que, além disso, prepara o folículo para responder ao LH (ovulação e luteinização). Os folículos em crescimento produzem estrogênios (estradiol), hormônio sexual feminino que regula o desenvolvimento e a função dos órgãos genitais. ▶Ovulação Algumas substâncias não esteroides existem no líquido folicular, modulando os processos ovarianos (inibina, ativina e inibidor da maturação do oócito). Sob o estímulo dos estrogênios (especificamente, nível de estradiol plasmático acima de 200 pg/mℓ agindo sobre o centro cíclico hipotalâmico por período crítico de 50 horas), há liberação significativa de LH (pico do LH) pela adeno-hipófise, fenômeno que permanece por cerca de 24 horas e induz a ovulação. A postura ovular ocorre dentro de 24 horas após o pico do LH, cerca de 2 semanas antes do período menstrual a se instalar, isto é, 14 dias após o 1o dia da menstruação, no ciclo usual de 28 dias. O tempo decorrido entre a ovulação e o início do catamênio seguinte é quase sempre constante, mas a fase folicular (proliferativa) pode ter duração variável. Como já mencionado, dos diversos folículos que amadurecem a cada ciclo, apenas uma unidade avança até a ovulação, caso seja adequado o estímulo gonadotrófico. Morfologicamente, os fenômenos que concorrem para a ovulação estão caracterizados pelo crescimento súbito do folículo, em decorrência do acúmulo de líquido folicular, produzindo adelgaçamento da teca interna e abaulamento pré-ovulatório na superfície do ovário. Uma pequena área avascular (estigma) logo aparece nessa elevação (Figura 1.15 A). Antes da ovulação, o oócito e algumas células do cúmulo oóforo se separam do interior do folículo distendido. Na ovulação, o estigma rompe-se e o oócito é expulso com o líquido folicular, do folículo e do ovário (Figura 1.15 B a D). O oócito está cercado pela zona pelúcida e por uma ou mais camadas de células foliculares que logo se dispõem de modo radial – coroa radiada (Figura 1.15 C). ▶Formação do corpo lúteo Logo após a ovulação, as células da granulosa, sob a influência do LH, hipertrofiam-se acentuadamente e enchem a cavidade cística remanescente, por vezes com conteúdo hemorrágico, transformando-a em estrutura granulosa, tingida por pigmento amarelo (luteína), o corpo lúteo ou corpo amarelo, produtora de estrogênio e de progesterona.* Figura 1.15 Esquema que ilustra a ovulação. O estigma se rompe e o oócito é expulso com o líquido folicular. (id., ibid.) Na verdade é que, as células da granulosa e da teca interna do folículo ovulatório remanescente, que apresentam receptores LH, ativadas pelo hormônio, formam o corpo lúteo. Essas células são convertidas em células luteínicas e produzem ativamente progesterona, principalmente as derivadas da granulosa. A vida útil do corpo lúteo – não importa a invocação a supostos agentes luteolíticos – é mantida, provavelmente, por determinismo biológico intrínseco e permanece por 10 dias, aproximadamente. É relevante acentuar essa noção, posto que o primeiro fenômeno gravídico de importância é modificar a duração do corpo lúteo, prolongando-a. Os estrogênios, sobretudo a progesterona, estimulam a secreção das glândulas endometriais, preparando, concomitantemente, todo o endométrio para a implantação do ovo. Fertilizado o óvulo, o corpo lúteo aumenta de tamanho e passa a constituir o corpo lúteo gravídico, que tem a produção hormonal aumentada. Nessas circunstâncias, não ocorrerá a sua degeneração porque o trofoblasto produz hormônio de ação gonadotrófica (hCG). O corpo lúteo gravídico mantém-se funcionante até 8 a 9 semanas, quando a esteroidogênese placentária assume papel endócrino dominante. Se o óvulo não foi fecundado, o corpo lúteo começa a degenerar-se cerca de 10 dias depois da ovulação e se transforma em cicatriz branca – o corpus albicans. ▶Fisiologia do ciclo menstrual | Síntese O GnRH é liberado de modo pulsátil, sendo sua periodicidade e sua amplitude críticas para determinar a liberação fisiológica do FSH e do LH, gonadotrofinas produzidas na adeno-hipófise. O FSH tem produção crescente no início do ciclo menstrual por estímulo do GnRH, com aumento mais marcante na metade do ciclo; é responsável pelo desenvolvimento do folículo pré-antral e pela secreção dos estrogênios pelas células da granulosa. O folículo inicia a produção do estrogênio por meio da intervenção do FSH nas células da granulosa e do LH nas células da teca interna. Na verdade, os estrogênios são produzidos na granulosa por meio de precursores androgênicos elaborados nas células da teca. O LH, liberado em pequena quantidade desde o início do ciclo, apresenta elevação subitânea em torno do 13o dia, causada por pico na produção do estradiol ovariano (feedback positivo) (Figura 1.16). O pico do estradiol ocorre aproximadamente 24 horas antes do pico do LH, que, por sua vez, precede a ovulação em 24 horas. Os estrogênios voltam a ter pequena elevação na segunda fase do ciclo. A progesterona,que, no início do ciclo, apresenta níveis muito baixos, tem sua expressão maior logo após a ovulação, produzida pelo corpo lúteo. Quando os níveis desses hormônios esteroides (estrogênios e progesterona) estão altos, ocorre feedback negativo com o hipotálamo, que suprime a liberação do GnRH, levando à queda da produção hipofisária de LH e de FSH no fim do ciclo e à consequente diminuição da produção hormonal do corpo lúteo. ▶Ciclo menstrual As alterações cíclicas que ocorrem no endométrio constituem o ciclo uterino, comumente referido como o ciclo menstrual, porque a menstruação é o fenômeno mais conspícuo. A parede uterina consta de três camadas (Figura 1.17 A): •Uma serosa •Uma espessa porção de músculo liso – o miométrio •Uma estrutura interna – o endométrio. Durante a fase secretória do ciclo menstrual, há também três camadas no endométrio (Figura 1.17 B e C): ■Camada compacta, fina, superficial, formada por células do estroma, densamente arranjadas em torno das porções vizinhas às glândulas endometriais ■Camada esponjosa, espessa, edemaciada, contendo glândulas dilatadas e tortuosas ■Camada basal, fina, que não apresenta edema ou hipertrofia e contém as porções distais das glândulas. A camada basal tem sua própria vascularização e não se destaca na menstruação. A compacta e a esponjosa, ao contrário, desprendem-se durante o catamênio ou após o parto e, em razão disso, constituem, conjuntamente, a camada funcional. Os hormônios ovarianos causam alterações cíclicas nas estruturas do sistema genital, notadamente no endométrio. O ciclo menstrual pode ser dividido em quatro fases (ver Figura 1.14): •Fase menstrual: o 1o dia da menstruação é contado como o início do ciclo. A camada funcional do endométrio descama-se e é expelida durante o sangramento, que normalmente ocorre a cada 28 dias e dura de 3 a 5 dias •Fase proliferativa ou folicular: os estrogênios determinam a recuperação do endométrio, o crescimento glandular e a multiplicação das células do estroma •Fase secretória ou progestacional: a progesterona induz o entortilhamento das glândulas, que passam a segregar em abundância, e o edema do estroma •Fase isquêmica ou pré-menstrual: se o óvulo não é fertilizado, o corpo lúteo degenera, os efeitos progestacionais declinam e surgem alterações vasculares acentuadas que ocasionam a isquemia da camada funcional. Figura 1.16 A ovulação é precedida pelo pico de LH 24 horas antes. FSH, hormônio foliculestimulante; LH, hormônio luteinizante. (id., ibid.) À menstruação, segue-se novo ciclo uterino. Antes de completar-se a fase menstrual, o FSH induz o desenvolvimento de outro grupo de folículos, iniciando mais um ciclo ovariano, com os estrogênios recomeçando a exercer os seus efeitos no endométrio. Em caso de gravidez, o ciclo menstrual não se completa, mas se continua com o ciclo gravídico. Finalizada a gestação, realizado o parto e completada a involução puerperal, os ciclos ovariano e uterino ressurgem, após intervalo variável. Após os 40 anos de idade, os ciclos sexuais ainda se sucedem nitidamente, embora muitos deles não mais ovulatórios. Entre 48 e 55 anos, encerra-se definitivamente a vida reprodutora da mulher, fato que se exibe ostensivamente pela cessação da função menstrual (menopausa). Figura 1.17 A. Secção frontal do útero mostrando as três camadas: serosa, miométrio e endométrio. B. Pormenores da área delimitada em A. C. Mesmo esquema sob outra interpretação. (id., ibid.) Fecundação Na sequência de fenômenos que se originam das gametogêneses masculina e feminina e culminam na fecundação, destacam-se: •Inseminação: deposição do sêmen na vagina. Os gametas masculinos assim liberados já alcançaram plena maturidade, são espermatozoides. As divisões de maturação, redutoras, transformaram os espermatogônios, células diploides, 44 + XY, em espermatócitos, células haploides, 22 + X ou 22 + Y (Figura 1.18). Os espermatócitos evoluem para espermátides. Há, portanto, espermatozoides de dois tipos. A espermatogênese dá-se, em média, no prazo de 75 dias. Em outras palavras, qualquer que seja a idade do homem, seus espermatozoides têm sempre 2 meses e meio •Ascensão dos espermatozoides pelo sistema genital feminino: cerca de 300 milhões de espermatozoides são depositados no fundo de saco posterior da vagina, durante o coito, próximo ao orifício externo do útero. Impulsionados por movimentos das próprias caudas, transitam através do canal cervical, embora o percurso pelo útero e pelas tubas se faça principalmente pela contração da musculatura desses órgãos. Espermatozoides podem ser encontrados no muco cervical 90 segundos depois da ejaculação, e no local da fecundação, a ampola tubária (ver Figura 1.17 A), 5 minutos após a inseminação. Acredita-se que os primeiros espermatozoides a penetrarem na tuba não sejam capazes de fecundar, papel desempenhado por aqueles que, guardados no muco cervical, seriam liberados posteriormente. Em consequência da ação letal da secreção vaginal, ácida, e da insuficiência dos mecanismos de transporte, menos de 200 espermatozoides conseguem chegar às tubas. Figura 1.18 Espermatogênese e oogênese. O complemento cromossômico está indicado a cada estágio. Após divisões de maturação, o número diploide de cromossomos (46) é reduzido para o número haploide (23). Enquanto quatro espermatozoides se formam apenas de um espermatócito, um só óvulo resulta de um oócito. (id., ibid.) Na ovulação, as oogônias, diploides 44 + XX, durante a vida fetal, proliferam por mitoses reducionais e passam a oócitos I (ver Figura 1.18), que, rodeados por camada de células da granulosa, constituem os folículos primários. Ao contrário do que se dá no homem, a oogênese é um processo extremamente lento. As oogônias são formadas exclusivamente durante a vida intrauterina; no feto, os oócitos I iniciam a divisão de maturação antes do nascimento, mas não se completa a prófase, que ocorrerá somente após a puberdade, precedendo imediatamente a ovulação, que é singular em cada ciclo. Assim, o óvulo de uma adolescente de 14 anos tem essa idade ou um pouco mais, uma vez que, ao nascer, as células germinativas contavam já alguns meses; pela mesma razão, o óvulo de uma mulher de 40 anos tem 40 anos ou ligeiramente mais. Justifica-se a afirmação de que o homem, jovem ou idoso, tem espermatozoides invariavelmente jovens, enquanto a mulher, independentemente da fase de sua vida, gera óvulos “velhos”. O fenômeno tem consequências clínicas. Devido ao amadurecimento do folículo, o oócito I adquire membrana – zona pelúcida –, e, como foi referido, precedendo de perto a ovulação, completa-se a primeira divisão de maturação ou meiose. O oócito II recebe todo o citoplasma, e o primeiro corpúsculo polar, quase nada, acabando, mais tarde, por se degenerar (ver Figura 1.18). O núcleo do oócito II inicia a segunda divisão de maturação, que progride, todavia, só até a metáfase, em que a divisão é paralisada. Se a fertilização ocorre, a segunda divisão de maturação se completa, e novamente o óvulo maduro recebe a maioria do citoplasma, e a outra célula, o segundo corpúsculo polar, pequena, logo se desintegra. O óvulo, liberado no momento da ovulação, está cercado pela zona pelúcida e pela camada de células da granulosa, nomeada coroa radiada. A respeito dos cromossomos sexuais, ao contrário dos espermatozoides, há apenas um tipo X, de tal modo que os óvulos são sempre 22 + X. Em geral, cerca de 1 a 2 milhões de oócitos estão presentes nos ovários de recém-nascida, mas a maioria regride durante a infância, permanecendo à puberdade apenas 300 mil. Destes, somente um em cada mil alcança plena maturidade e é expulso durante a ovulação. Todos os oócitos restantes degeneram à medida que os folículos que os contêm tornam-se atrésicos, isto é, regridem. Transporte do óvulo. Após a ovulação, o óvulo está cercado pelas células da granulosa que se aderem à superfície do ovárioaté serem finalmente captadas pelas fímbrias da tuba uterina (ver Figura 1.15 A). As células da granulosa proporcionam contato indispensável para que os cílios, existentes em determinadas células do epitélio das fímbrias, impulsionem o óvulo para dentro do infundíbulo da tuba. O transporte ulterior do óvulo para a ampola (ver Figura 1.17 A) ocorre em minutos ou horas, e o fator responsável por isso é a contração da musculatura tubária, cabendo ao aparelho ciliar o papel menor. Vitalidade das células germinativas. Os espermatozoides parecem reter a capacidade de fertilização por 24 a 48 horas, e o óvulo, apenas por 12 a 24 horas. Capacitação e reação acrossômica. Antes de o espermatozoide fecundar o óvulo, deve sofrer uma alteração fisiológica, nomeada capacitação (perda da camada protetora), e outra estrutural, a reação acrossômica (Figura 1.19). Esta é caracterizada pelo aparecimento de pequena perfuração na parede do acrossoma por onde saem as enzimas que digerem a coroa radiada e a zona pelúcida, favorecendo o percurso do espermatozoide no interior do óvulo. Fenômenos importantes em diversas espécies animais parecem ter pouca relevância no homem. Figura 1.19 Esquema ilustrativo da reação acrossômica e da penetração do espermatozoide no óvulo. O pormenor ampliado da área delimitada em A vê-se em B, em que: 1, espermatozoide após a capacitação; 2, espermatozoide durante a reação acrossômica; 3, espermatozoide percorrendo seu caminho pela ação de enzimas liberadas pelo acrossoma; 4, fusão do espermatozoide com o óvulo. (id., ibid.) Fecundação (fertilização ou concepção) é a fusão dos gametas, células haploides, restabelecendo o número diploide de cromossomos e constituindo o ovo ou zigoto (Figura 1.20). A fusão de espermatozoide 22 + Y com óvulo, este sempre 22 + X, resulta em um ovo 44 + XY, cuja evolução natural será a formação de indivíduo masculino. Se o espermatozoide for 22 + X, o zigoto será 44 + XX, e o indivíduo, feminino. Os principais tempos de fecundação são: •O espermatozoide atravessa a coroa radiada e penetra na zona pelúcida, auxiliado pela ação das enzimas liberadas no acrossoma (ver Figura 1.19 B). Embora diversos espermatozoides possam atravessar a zona pelúcida, em condições normais apenas um atinge o óvulo e o fertiliza •A cabeça do espermatozoide liga-se à superfície do óvulo (ver Figura 1.19 B); a união da membrana celular é de tal ordem que as duas células ficam conjugadas dentro de envoltório único •A célula sexual feminina reage ao contato do espermatozoide de duas maneiras: (1) ocorrem alterações na zona pelúcida e na membrana celular que inibem a entrada de outros espermatozoides (liberação de grânulos pelo citoplasma ovular); (2) o oócito II completa a segunda divisão de maturação e expele o segundo corpúsculo polar (ver Figura 1.20 B). O óvulo está, então, maduro, e seu núcleo é conhecido como pronúcleo feminino (ver Figura 1.20 B) •Uma vez no interior do citoplasma ovular, o espermatozoide rapidamente perde a cauda, e sua cabeça aumenta de tamanho para formar o pronúcleo masculino (ver Figura 1.20 C). O oócito contendo dois pronúcleos haploides é chamado oótide •Os pronúcleos feminino e masculino se aproximam no centro do óvulo, onde ficam em contato, perdem as membranas nucleares e fusionam seus cromossomos (ver Figura 1.20 D), constituindo o ovo (ver Figura 1.20 E). Figura 1.20 Esquema ilustrativo da fecundação. A. Oócito II prestes a ser fecundado (são vistos apenas 6 dos 23 pares cromossômicos). B. A coroa radiada desapareceu; um dos espermatozoides penetrou no óvulo, e a segunda divisão de maturação ocorreu. C. A cabeça do espermatozoide constitui o pronúcleo masculino. D. Os pronúcleos se fundem. E. Formação do ovo que se prepara para a segmentação. (id., ibid.) Pontos-chave •O sistema genital feminino é dividido em genitálias externa e interna. A genitália externa ou vulva pode ser estudada em conjunto com o períneo, constituindo a região vulvoperineal •A genitália externa feminina inclui a vulva e as seguintes estruturas: monte de vênus, grandes e pequenos lábios, fenda vulvar (vestíbulo, meato uretral, introito vaginal, hímen), órgãos eréteis (clitóris e órgãos bulbovestibulares) e glândulas acessórias (de Skene e de Bartholin). O períneo é o conjunto de partes moles (músculos e aponeuroses) que fecha inferiormente a cavidade pelviana e é atravessado pelo reto, vagina e uretra •A genitália interna feminina se compõe essencialmente de vagina, útero, tubas uterinas e ovários •O sistema genital masculino é composto de: testículos, bolsas escrotais, vias espermáticas, pênis, próstata e glândulas de Cowper •Tendo início na puberdade e continuando pelos anos reprodutores até a menopausa, a mulher apresenta os ciclos sexuais, que envolvem especialmente o sistema hipotálamo-hipofisário, ovário, útero e outros órgãos de participação menor •O sistema hipotálamo-hipofisário exerce o controle neuroendócrino da ovulação e se conecta por feedback com os ovários •O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) é produzido pelo hipotálamo e, por meio do sistema porta-hipofisário, estimula a adeno-hipófise a secretar o hormônio foliculestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) •O ciclo ovariano corresponde ao desenvolvimento dos folículos que produzem estrogênios sob o estímulo do FSH, ovulação (pico do LH) e formação do corpo lúteo, com secreção de progesterona •O ciclo menstrual corresponde às alterações cíclicas que ocorrem no endométrio e pode ser dividido em quatro fases: menstrual, proliferativa, secretória e pré-menstrual •A fecundação (fertilização ou concepção) é a fusão dos gametas (óvulo e espermatozoide), células haploides, restabelecendo o número diploide de cromossomos e constituindo o ovo ou zigoto. ____________ * Os valores médios de progesterona em plena fase luteínica chegam a 7 ng/mℓ, e quantidades de 10 a 12 ng/mℓ são, com frequência, encontradas. Nível de progesterona no plasma superior a 5 ng/mℓ é indício quase certo de ovulação. Referência: FILHO, Jorge R. Obstetrícia Fundamental. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2024. E-book. ISBN 9788527740173. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527740173/. Acesso em: 14 ago. 2024.