Buscar

22 - 26-06-12-RESPONSABILIDADE CIVIL 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Temas Diversos de Responsabilidade Civil para Concurso Público 
 
1. Introdução 
 
Neste material de apoio, concluindo a série de apostilas atinentes à 
responsabilidade civil, daremos seqüência à escolha de temas especiais, 
relevantes em sua preparação para concurso, apresentando julgados que 
reputamos importantes e de inegável interesse. 
Nesse contexto, respeitando a diretriz pedagógica do Intensivo 1, observamos 
que nem todos os temas constantes nesta apostila fazem parte da grade 
programática do Curso. Assim, em sala de aula, devem ser vistas as matérias 
pertinentes ao nosso conteúdo, especialmente as hipóteses de 
responsabilidade previstas no Código Civil. 
Por outro lado, cientes da importância do “material de apoio” para você, e 
visando a facilitar o seu estudo em casa e nas outras grades do Curso LFG nós 
mantivemos referências jurisprudenciais sobre diversos temas, nesta apostila. 
Chamamos a sua atenção para o item 8, “Fique por Dentro”, em que se vêem 
importantes notícias do STJ, inclusive no que tange à responsabilidade civil 
do médico. 
Data: 26-06-2012
 
 
 
 
 
 
INTENSIVO I
Resposabilidade Civil IV
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
INTENSIVO I 
Disciplina: Direito Civil 
Profª. Pablo Stolze
 
2. Responsabilidade Civil de Médicos e Hospitais 
 
INDENIZAÇÃO. ERRO MÉDICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. HOSPITAL. 
 
Trata-se, na origem, de ação movida pelo ora recorrente, cônjuge da vítima 
falecida, contra a clínica, ora recorrida, fornecedora de serviços médico-
hospitalares, postulando indenização por danos materiais e morais. A alegação 
central na ação, como causa de pedir, é a ocorrência de defeito na prestação de 
serviços consistente em sucessivos erros e omissões dos médicos prepostos da 
clínica por um período de quase dois meses, não chegando ao diagnóstico correto 
da doença de que era acometida a paciente, o que culminou em seu óbito. Em 
primeiro grau, foi indeferida a denunciação da lide dos médicos prepostos e deferida 
a inversão do ônus da prova, com base no art. 6º, VIII, do CDC. A recorrida 
interpôs agravo de instrumento ao qual foi dado parcial provimento pelo tribunal a 
quo, mantendo o indeferimento da denunciação da lide no caso dos médicos, mas 
afastando a inversão do ônus da prova com fundamento na regra do § 4º do art. 14 
do mesmo diploma legal, por reconhecer como subjetiva a responsabilidade civil da 
demandada. No REsp, o recorrente pretende a aplicação da regra do § 3º do 
mencionado artigo e, consequentemente, o restabelecimento da sentença. Portanto, 
a questão centra-se em definir o regime jurídico aplicável à responsabilidade civil da 
clínica recorrida pelos atos praticados pelos seus prepostos que culminaram na 
morte da paciente, esposa do recorrente. A Turma deu provimento ao recurso por 
entender que a regra geral do CDC para a responsabilidade pelo fato do serviço, 
traçada pelo caput do seu art. 14, é que se trata de responsabilidade objetiva, ou 
seja, independente de culpa do fornecedor, como consignado no próprio enunciado 
normativo. Observou-se que a incidência da regra de exceção do § 4º do art. 14 do 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
CDC restringe-se à responsabilidade civil dos profissionais liberais, não se 
estendendo aos demais fornecedores, inclusive aos hospitais e clínicas médicas, a 
quem se aplica a regra geral da responsabilidade objetiva, dispensando a 
comprovação de culpa. Desse modo, na hipótese, o ônus da prova da inexistência 
de defeito na prestação do serviço, por imposição do próprio legislador, é da clínica 
recorrida, que, no entanto, poderá excluir a sua responsabilidade civil mediante a 
comprovação de que inexistiu defeito na prestação de serviço, demonstrando ter 
adimplido corretamente as suas obrigações em relação à paciente falecida. 
Ressaltou-se que não havia necessidade sequer de ser determinada, como fez o 
magistrado de primeiro grau, a inversão do ônus da prova com base no art. 6º, 
VIII, do CDC, pois essa inversão já fora feita pelo próprio legislador ao estatuir o § 
3º do art. 14 do mesmo codex. Trata-se da distinção respectivamente entre a 
inversão ope judicis e a operada diretamente pela própria lei (ope legis). Assim, 
entendeu-se ter o acórdão recorrido violado texto expresso em lei, pois a 
responsabilidade da clínica é objetiva (independentemente da culpa de seus 
prepostos no evento), sendo dela o ônus da prova da inexistência de defeito na 
prestação dos serviços médicos. Precedente citado: REsp 696.284-RJ, DJe 
18/12/2009. REsp 986.648-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 10/5/2011 (ver Informativo n. 418). 
 
INDENIZAÇÃO. ERRO MÉDICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 
HOSPITAL. 
Trata-se, na origem, de ação movida pelo ora recorrente, cônjuge da vítima 
falecida, contra a clínica, ora recorrida, fornecedora de serviços médico-
hospitalares, postulando indenização por danos materiais e morais. A alegação 
central na ação, como causa de pedir, é a ocorrência de defeito na prestação 
de serviços consistente em sucessivos erros e omissões dos médicos prepostos 
da clínica por um período de quase dois meses, não chegando ao diagnóstico 
correto da doença de que era acometida a paciente, o que culminou em seu 
óbito. Em primeiro grau, foi indeferida a denunciação da lide dos médicos 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
prepostos e deferida a inversão do ônus da prova, com base no art. 6º, VIII, 
do CDC. A recorrida interpôs agravo de instrumento ao qual foi dado parcial 
provimento pelo tribunal a quo, mantendo o indeferimento da denunciação da 
lide no caso dos médicos, mas afastando a inversão do ônus da prova com 
fundamento na regra do § 4º do art. 14 do mesmo diploma legal, por 
reconhecer como subjetiva a responsabilidade civil da demandada. No REsp, o 
recorrente pretende a aplicação da regra do § 3º do mencionado artigo e, 
consequentemente, o restabelecimento da sentença. Portanto, a questão 
centra-se em definir o regime jurídico aplicável à responsabilidade civil da 
clínica recorrida pelos atos praticados pelos seus prepostos que culminaram na 
morte da paciente, esposa do recorrente. A Turma deu provimento ao recurso 
por entender que a regra geral do CDC para a responsabilidade pelo fato do 
serviço, traçada pelo caput do seu art. 14, é que se trata de responsabilidade 
objetiva, ou seja, independente de culpa do fornecedor, como consignado no 
próprio enunciado normativo. Observou-se que a incidência da regra de 
exceção do § 4º do art. 14 do CDC restringe-se à responsabilidade civil dos 
profissionais liberais, não se estendendo aos demais fornecedores, inclusive 
aos hospitais e clínicas médicas, a quem se aplica a regra geral da 
responsabilidade objetiva, dispensando a comprovação de culpa. Desse modo, 
na hipótese, o ônus da prova da inexistência de defeito na prestação do 
serviço, por imposição do próprio legislador, é da clínica recorrida, que, no 
entanto, poderá excluir a sua responsabilidade civil mediante a comprovação 
de que inexistiu defeito na prestação de serviço, demonstrando ter adimplido 
corretamente as suas obrigações em relação à paciente falecida. Ressaltou-se 
que não havia necessidade sequer de ser determinada, como fez o magistrado 
de primeiro grau, a inversão do ônus da prova com base no art. 6º, VIII, do 
CDC, pois essa inversão já fora feita pelo próprio legislador ao estatuir o § 3º 
do art. 14 do mesmo codex. Trata-se da distinção respectivamente entre a 
inversão ope judicis e a operada diretamente pela própria lei (ope legis). 
Assim, entendeu-se ter o acórdão recorrido violado textoexpresso em lei, pois 
a responsabilidade da clínica é objetiva (independentemente da culpa de seus 
prepostos no evento), sendo dela o ônus da prova da inexistência de defeito na 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
prestação dos serviços médicos. Precedente citado: REsp 696.284-RJ, DJe 
18/12/2009. REsp 986.648-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 10/5/2011 (ver Informativo n. 418). 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. INVERSÃO. ÔNUS. PROVA. 
Cuida-se de REsp interposto contra acórdão em agravo de instrumento que, 
em ação de indenização ajuizada pela ora agravada, manteve a inversão do 
ônus da prova com fulcro no art. 6º, VIII, do CDC. Para a ação, alegou a 
agravada erro médico em procedimento cirúrgico realizado pelo médico 
(agravante), arrolado como réu ao lado do hospital onde foi realizada a 
cirurgia. Ressalta a Min. Relatora que, segundo a jurisprudência do STJ, a 
responsabilidade subjetiva do médico (art. 14, § 4º, do CDC) não exclui a 
possibilidade de inversão do ônus da prova, se presentes os requisitos do art. 
6º, VIII, do CDC. Nesse caso, deve o profissional demonstrar ter agido com 
respeito às orientações técnicas aplicáveis e ter adotado as devidas cautelas. 
Igualmente, explica que a inversão do ônus da prova não implica procedência 
do pedido, mas significa apenas que o juízo de origem, em razão dos 
elementos de prova já trazidos aos autos e da situação das partes, considerou 
presentes os requisitos do art. 6º, VIII, do CDC (verossimilhança da alegação 
ou hipossuficiência), os quais não podem ser revistos em recurso especial 
(Súm n. 7-STJ). Diante do exposto, a Turma negou provimento ao agravo 
regimental. Precedentes citados: REsp 171.988-RS, DJ 28/6/1999, e REsp 
696.284-RJ, DJe 18/12/2009. AgRg no Ag 969.015-SC, Rel. Min. Maria 
Isabel Gallotti, julgado em 7/4/2011. 
 
RECURSO ESPECIAL: 1) RESPONSABILIDADE CIVIL - ERRO DE DIAGNÓSTICO 
EM PLANTÃO, POR MÉDICO INTEGRANTE DO CORPO CLÍNICO DO HOSPITAL - 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL; 2) CULPA RECONHECIDA PELO 
TRIBUNAL DE ORIGEM - 3) TEORIA DA PERDA DA CHANCE - 4) 
IMPOSSIBILIDADE DE REAPRECIAÇÃO DA PROVA PELO STJ - SÚMULA 7/STJ 
1.- A responsabilidade do hospital é objetiva quanto à atividade de seu 
profissional plantonista (CDC, art. 14), de modo que dispensada demonstração 
da culpa do hospital relativamente a atos lesivos decorrentes de culpa de 
médico integrante de seu corpo clínico no atendimento. 
2.- A responsabilidade de médico atendente em hospital é subjetiva, a 
verificação da culpa pelo evento danoso e a aplicação da Teoria da perda da 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
chance demanda necessariamente o revolvimento do conjunto fático-
probatório da causa, de modo que não pode ser objeto de análise por este 
Tribunal (Súmula 7/STJ). 
3.- Recurso Especial do hospital improvido. 
(REsp 1184128/MS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 08/06/2010, DJe 01/07/2010) 
 
CIVIL. INDENIZAÇÃO. MORTE. CULPA. MÉDICOS. AFASTAMENTO. 
CONDENAÇÃO. 
HOSPITAL. RESPONSABILIDADE. OBJETIVA. IMPOSSIBILIDADE. 
1 - A responsabilidade dos hospitais, no que tange à atuação técnico-
profissional dos médicos que neles atuam ou a eles sejam ligados por 
convênio, é subjetiva, ou seja, dependente da comprovação de culpa dos 
prepostos, presumindo-se a dos preponentes. 
Nesse sentido são as normas dos arts. 159, 1521, III, e 1545 do Código Civil 
de 1916 e, atualmente, as dos arts. 186 e 951 do novo Código Civil, bem com 
a súmula 341 - STF (É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato 
culposo do empregado ou preposto.). 
2 - Em razão disso, não se pode dar guarida à tese do acórdão de, arrimado 
nas provas colhidas, excluir, de modo expresso, a culpa dos médicos e, ao 
mesmo tempo, admitir a responsabilidade objetiva do hospital, para condená-
lo a pagar indenização por morte de paciente. 
3 - O art. 14 do CDC, conforme melhor doutrina, não conflita com essa 
conclusão, dado que a responsabilidade objetiva, nele prevista para o 
prestador de serviços, no presente caso, o hospital, circunscreve-se apenas 
aos serviços única e exclusivamente relacionados com o estabelecimento 
empresarial propriamente dito, ou seja, aqueles que digam respeito à estadia 
do paciente (internação), instalações, equipamentos, serviços auxiliares 
(enfermagem, exames, radiologia), etc e não aos serviços técnicos-
profissionais dos médicos que ali atuam, permanecendo estes na relação 
subjetiva de preposição (culpa). 
4 - Recurso especial conhecido e provido para julgar improcedente o pedido. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
(REsp 258.389/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, 
julgado em 16.06.2005, DJ 22.08.2005 p. 275) 
 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
ERRO MÉDICO. 
NEGLIGÊNCIA. INDENIZAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. 
1. A doutrina tem afirmado que a responsabilidade médica empresarial, no 
caso de hospitais, é objetiva, indicando o parágrafo primeiro do artigo 14 do 
Código de Defesa do Consumidor como a norma sustentadora de tal 
entendimento. 
Contudo, a responsabilidade do hospital somente tem espaço quando o dano 
decorrer de falha de serviços cuja atribuição é afeta única e exclusivamente ao 
hospital. Nas hipóteses de dano decorrente de falha técnica restrita ao 
profissional médico, mormente quando este não tem nenhum vínculo com o 
hospital – seja de emprego ou de mera preposição –, não cabe atribuir ao 
nosocômio a obrigação de indenizar. 
2. Na hipótese de prestação de serviços médicos, o ajuste contratual – vínculo 
estabelecido entre médico e paciente – refere-se ao emprego da melhor 
técnica e diligência entre as possibilidades de que dispõe o profissional, no seu 
meio de atuação, para auxiliar o paciente. Portanto, não pode o médico 
assumir compromisso com um resultado específico, fato que leva ao 
entendimento de que, se ocorrer dano ao paciente, deve-se averiguar se 
houve culpa do profissional – teoria da responsabilidade subjetiva. 
No entanto, se, na ocorrência de dano impõe-se ao hospital que responda 
objetivamente pelos erros cometidos pelo médico, estar-se-á aceitando que o 
contrato firmado seja de resultado, pois se o médico não garante o resultado, 
o hospital garantirá. Isso leva ao seguinte absurdo: na hipótese de intervenção 
cirúrgica, ou o paciente sai curado ou será indenizado – daí um contrato de 
resultado firmado às avessas da legislação. 
3. O cadastro que os hospitais normalmente mantêm de médicos que utilizam 
suas instalações para a realização de cirurgias não é suficiente para 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
caracterizar relação de subordinação entre médico e hospital. Na verdade, tal 
procedimento representa um mínimo de organização empresarial. 
4. Recurso especial do Hospital e Maternidade São Lourenço Ltda. 
provido. 
(REsp 908.359/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro 
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/08/2008, DJe 
17/12/2008) 
 
PROCESSO CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. INFECÇÃO HOSPITALAR POR CULPA 
DOS MÉDICOS. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. COMPROVAÇÃO DE CULPA. 
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07 DO 
STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. 
1. Em casos como o dos autos, esta eg. Corte tem entendimento firmado no 
sentido de que a responsabilidade do hospital é subjetiva. 
2. A pretensão recursal objetiva o reconhecimento da responsabilidade do 
recorrido pelo infortúnio, com a conseqüente verificaçãodo nexo causal e 
reversão da conclusão exposta no aresto impugnado, o que é vedado ao 
Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso especial, conforme a 
orientação da Súmula 7/STJ. 
3. Para a comprovação e apreciação da divergência jurisprudencial, devem ser 
mencionadas e expostas as circunstâncias que identificam ou assemelham os 
casos confrontados, bem como juntadas cópias integrais dos julgados trazidos 
ou citado repositório oficial de jurisprudência. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 721.956/PR, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ 
FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 
07/08/2008, DJe 15/09/2008) 
 
Possível mudança de entendimento deriva da leitura do julgado seguinte: 
 
RECURSO ESPECIAL: 1) RESPONSABILIDADE CIVIL - HOSPITAL - DANOS 
MATERIAIS E MORAIS - ERRO DE DIAGNÓSTICO DE SEU PLANTONISTA - 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
OMISSÃO DE DILIGÊNCIA DO ATENDENTE - APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR; 2) HOSPITAL - RESPONSABILIDADE - CULPA DE 
PLANTONISTA ATENDENTE, INTEGRANTE DO CORPO CLÍNICO - 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL ANTE A CULPA DE SEU 
PROFISSIONAL; 3) MÉDICO - ERRO DE DIAGNÓSTICO EM PLANTÃO - CULPA 
SUBJETIVA - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA APLICÁVEL - 4) ACÓRDÃO QUE 
RECONHECE CULPA DIANTE DA ANÁLISE DA PROVA - IMPOSSIBILIDADE DE 
REAPRECIAÇÃO POR ESTE TRIBUNAL - SÚMULA 7/STJ. 
1.- Serviços de atendimento médico-hospitalar em hospital de emergência são 
sujeitos ao Código de Defesa do Consumidor. 
2.- A responsabilidade do hospital é objetiva quanto à atividade de seu 
profissional plantonista (CDC, art. 14), de modo que dispensada demonstração 
da culpa do hospital relativamente a atos lesivos decorrentes de culpa de 
médico integrante de seu corpo clínico no atendimento. 
3.- A responsabilidade de médico atendente em hospital é subjetiva, 
necessitando de demonstração pelo lesado, mas aplicável a regra de inversão 
do ônus da prova (CDC. art. 6º, VIII). 
4.- A verificação da culpa de médico demanda necessariamente o revolvimento 
do conjunto fático-probatório da causa, de modo que não pode ser objeto de 
análise por este Tribunal (Súmula 7/STJ). 
5.- Recurso Especial do hospital improvido. 
(REsp 696284/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 03/12/2009, DJe 18/12/2009) 
 
 
 
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CIRURGIA PLÁSTICA. DANO MORAL. O 
médico que deixa de informar o paciente acerca dos riscos da cirurgia incorre 
em negligência, e responde civilmente pelos danos resultantes da operação. 
Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag 818.144/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 09.10.2007, DJ 05.11.2007 p. 264) 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
DANO MORAL. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO. RESULTADO. 
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. ART. 14 DO 
CDC. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. CASO FORTUITO. 
EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. 
1. Os procedimentos cirúrgicos de fins meramente estéticos caracterizam 
verdadeira obrigação de resultado, pois neles o cirurgião assume verdadeiro 
compromisso pelo efeito embelezador prometido. 
2. Nas obrigações de resultado, a responsabilidade do profissional da medicina 
permanece subjetiva. Cumpre ao médico, contudo, demonstrar que os eventos 
danosos decorreram de fatores externos e alheios à sua atuação durante a 
cirurgia. 
3. Apesar de não prevista expressamente no CDC, a eximente de caso fortuito 
possui força liberatória e exclui a responsabilidade do cirurgião plástico, pois 
rompe o nexo de causalidade entre o dano apontado pelo paciente e o serviço 
prestado pelo profissional. 
4. Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que 
colhe a assinatura do paciente em “termo de consentimento informado”, de 
maneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam surgir durante 
o pós-operatório. 
RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
(REsp 1180815/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 19/08/2010, DJe 26/08/2010) 
Em ação indenizatória por fracasso de procedimento plástico-cirúrgico 
(abdominoplastia e mamoplastia com resultado de cicatrizes, necrose e 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
deformação), o Tribunal a quo reformou a sentença, condenando o médico a 
pagar todas as despesas despendidas com sucessivos tratamentos médicos e 
verbas honorárias, devendo o quantum ser apurado em sede de liquidação, 
além do pagamento de indenização por dano moral, em razão da obrigação de 
resultado. Entendeu aquele Tribunal que o cirurgião plástico responde pelo 
insucesso da cirurgia diante da ausência de informação de que seria impossível 
a obtenção do resultado desejado. Isso posto, o Min. Relator destaca que, no 
REsp, a controvérsia restringe-se exclusivamente em saber se é presumida a 
culpa do cirurgião pelos resultados inversos aos esperados. Explica que a 
obrigação assumida pelos médicos normalmente é obrigação de meio, no 
entanto, em caso da cirurgia plástica meramente estética, é obrigação de 
resultado, o que encontra respaldo na doutrina, embora alguns doutrinadores 
defendam que seria obrigação de meio. Mas a jurisprudência deste Superior 
Tribunal posiciona-se no sentido de que a natureza jurídica da relação 
estabelecida entre médico e paciente nas cirurgias plásticas meramente 
estéticas é de obrigação de resultado, e não de meio. Observa que, nas 
obrigações de meio, incumbe à vítima demonstrar o dano e provar que ocorreu 
por culpa do médico e, nas obrigações de resultado, basta que a vítima 
demonstre, como fez a autora nos autos, o dano, ou seja, demonstrou que o 
médico não obteve o resultado prometido e contratado para que a culpa 
presuma-se, daí a inversão da prova. A obrigação de resultado não priva ao 
médico a possibilidade de demonstrar, por meio de provas admissíveis, que o 
efeito danoso ocorreu, como, por exemplo: força maior, caso fortuito, ou 
mesmo culpa exclusiva da vítima. Concluiu que, no caso dos autos, o dano 
está configurado e o recorrente não conseguiu desvencilhar-se da culpa 
presumida. Diante do exposto, a Turma negou provimento ao recurso do 
cirurgião. Precedentes citados: REsp 326.014-RJ, DJ 29/10/2001; REsp 
81.101-PR, DJ 31/5/1999, e REsp 10.536-RJ, DJ 19/8/1991. REsp 236.708-
MG, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF da 1ª 
Região), julgado em 10/2/2009. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. OBRIGAÇÃO DE MEIO, E NÃO 
DE RESULTADO. ERRO MÉDICO. REEXAME DE PROVAS. SUMULA 07/STJ. 
1. O Superior Tribunal de Justiça entende que a relação entre médico e 
paciente é de meio, e não de fim (exceto nas cirurgias plásticas 
embelezadoras), o que torna imprescindível para a responsabilização do 
profissional a demonstração de ele ter agido com culpa e existir o nexo de 
causalidade entre a sua conduta e o dano causado – responsabilidade 
subjetiva, portanto. 
2. Todavia, o acórdão recorrido entendeu que houve responsabilidade da União 
mediante ter ocorrido erro médico, por meio de seu agente, pericialmente 
comprovado, o que afasta qualquer dúvida sobre a sua responsabilidade em 
ressarcir os danos materiais e compensar o dano moral. O valor arbitrado pela 
sentença proferida pelo juízo singular em R$10.000,00 (dez mil reais) foi 
majorado – em razão da gravidade do dano sofrido, que acarretou a 
incapacidade parcial e permanente do autor, com a perda de parte dos 
movimentosda perna esquerda, conforme o Tribunal de origem – para R$ 
25.000,00 (vinte e cinco mil reais). 
3. Resta nítido que a convicção formada pelo Tribunal de origem decorreu dos 
elementos existentes nos autos. Rever a decisão recorrida importaria 
necessariamente no reexame de provas, o que é defeso nesta fase recursal, 
nos termos da Súmula 07/STJ. 
4. Segundo entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça, somente é 
possível a modificação da indenização por danos morais, se o valor arbitrado 
for manifestamente irrisório ou exorbitante, de modo a causar enriquecimento 
sem causa e vulnerar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, o 
que não ocorre no presente caso. 
5. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag 1269116/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 06/04/2010, DJe 14/04/2010) 
 
DIREITO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ERRO MÉDICO. OPERAÇÃO 
GINECOLÓGICA. MORTE DA PACIENTE. VERIFICAÇÃO DE CONDUTA CULPOSA 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
DO MÉDICO-CIRURGIÃO. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVA. SUMÚLA 
7/STJ. 
DANOS MORAIS. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO. CONTROLE PELO STJ. 
I – Dos elementos trazidos aos autos, concluiu o acórdão recorrido pela 
responsabilidade exclusiva do anestesista, que liberou, precocemente, a vítima 
para o quarto, antes de sua total recuperação, vindo ela a sofrer parada 
cárdio-respiratória no corredor do hospital, fato que a levou a óbito, após 
passar três anos em coma. A pretensão de responsabilizar, solidariamente, o 
médico cirurgião pelo ocorrido importa, necessariamente, em reexame do 
acervo fático-probatório da causa, o que é vedado em âmbito de especial, a 
teor do enunciado 7 da Súmula desta Corte. 
II – O arbitramento do valor indenizatório por dano moral sujeita-se ao 
controle do Superior Tribunal de Justiça, podendo ser majorado quando se 
mostrar incapaz de punir adequadamente o autor do ato ilícito e de indenizar 
satisfatoriamente os prejuízos extrapatrimoniais sofridos. 
 Recurso especial provido, em parte. 
(REsp 880.349/MG, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 26.06.2007, DJ 24.09.2007 p. 297) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. INFECÇÃO HOSPITALAR. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL. ART. 14 DO CDC. DANO 
MORAL. 
QUANTUM INDENIZATÓRIO. 
O hospital responde objetivamente pela infecção hospitalar, pois esta decorre 
do fato da internação e não da atividade médica em si. 
O valor arbitrado a título de danos morais pelo Tribunal a quo não se revela 
exagerado ou desproporcional às peculiaridades da espécie, não justificando a 
excepcional intervenção desta Corte para revê-lo. 
Recurso especial não conhecido. 
(REsp 629.212/RJ, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, 
julgado em 15.05.2007, DJ 17.09.2007 p. 285) 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Direito civil. Suicídio cometido por paciente internado em hospital, para 
tratamento de câncer. Hipótese em que a vítima havia manifestado a intenção 
de se suicidar para seus parentes, que avisaram o médico responsável dessa 
circunstância. Omissão do hospital configurada, à medida que nenhum 
providência terapêutica, como a sedação do paciente ou administração de anti-
depressivos, foi tomada para impedir o desastre que se havia anunciado. 
- O hospital é responsável pela incolumidade do paciente internado em suas 
dependências. Isso implica a obrigação de tratamento de qualquer patologia 
relevante apresentada por esse paciente, ainda que não relacionada 
especificamente à doença que motivou a internação. 
- Se o paciente, durante o tratamento de câncer, apresenta quadro depressivo 
acentuado, com tendência suicida, é obrigação do hospital promover 
tratamento adequado dessa patologia, ministrando anti-depressivos ou 
tomando qualquer outra medida que, do ponto de vista médico, seja cabível. 
- Na hipótese de ausência de qualquer providência por parte do hospital, é 
possível responsabilizá-lo pelo suicídio cometido pela vítima dentro de suas 
dependências. 
Recurso especial não conhecido. 
(REsp 494.206/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Rel. p/ 
Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
16.11.2006, DJ 18.12.2006 p. 361) 
 
AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE MÉDICA. OBRIGAÇÃO DE MEIO. 
REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 07/STJ. INCIDÊNCIA. 
1. Segundo doutrina dominante, a relação entre médico e paciente é contratual 
e encerra, de modo geral (salvo cirurgias plásticas embelezadoras), obrigação 
de meio e não de resultado. Precedente. 
2. Afastada pelo acórdão recorrido a responsabilidade civil do médico diante da 
ausência de culpa e comprovada a pré-disposição do paciente ao descolamento 
da retina - fato ocasionador da cegueira - por ser portador de alta-miopia, a 
pretensão de modificação do julgado esbarra, inevitavelmente, no óbice da 
súmula 07/STJ. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
3. Agravo regimental improvido. 
(AgRg no REsp 
 256.174/DF, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado 
em 04.11.2004, DJ 22.11.2004 p. 345) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. MÉDICO E HOSPITAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA 
PROVA. RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS - MATÉRIA DE 
FATO E JURISPRUDÊNCIA DO STJ (REsp. Nº 122.505-SP). 
1. No sistema do Código de Defesa do Consumidor a "responsabilidade 
pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa" 
(art. 14, § 4º). 
2. A chamada inversão do ônus da prova, no Código de Defesa do Consumidor, 
está no contexto da facilitação da defesa dos direitos do consumidor, ficando 
subordinada ao "critério do juiz, quando for verossímil a alegação ou quando 
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências" (art. 6º, 
VIII). Isso quer dizer que não é automática a inversão do ônus da prova. Ela 
depende de circunstâncias concretas que serão apuradas pelo juiz no contexto 
da facilitação da defesa" dos direitos do consumidor. E essas circunstâncias 
concretas, nesse caso, não foram consideradas presentes pelas instâncias 
ordinárias. 
3. Recurso especial não conhecido. 
(REsp 171.988/RS, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 24.05.1999, DJ 28.06.1999 p. 104) 
 
CIVIL E PROCESSUAL - CIRURGIA ESTÉTICA OU PLÁSTICA - OBRIGAÇÃO DE 
RESULTADO (RESPONSABILIDADE CONTRATUAL OU OBJETIVA) - 
INDENIZAÇÃO - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. 
I - Contratada a realização da cirurgia estética embelezadora, o cirurgião 
assume obrigação de resultado (Responsabilidade contratual ou objetiva), 
devendo indenizar pelo não cumprimento da mesma, decorrente de eventual 
deformidade ou de alguma irregularidade. 
II - Cabível a inversão do ônus da prova. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
III - Recurso conhecido e provido. 
(REsp 
 81.101/PR, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 
13.04.1999, DJ 31.05.1999 p. 140) 
 
3. Responsabilidade Civil das Empresas de Planos de Saúde 
 
RESPONSABILIDADE. PLANO DE SAÚDE. PRESTAÇÃO. SERVIÇO. 
Reiterando seu entendimento, a Turma decidiu que a operadora de plano de 
saúde é solidariamente responsável pela sua rede de serviços médico-
hospitalar credenciada. Reconheceu-se sua legitimidade passiva para figurar 
na ação indenizatória movida por segurado, em razão da má prestação de 
serviço por profissional conveniado. Assim, ao selecionar médicos para prestar 
assistência em seu nome, o plano de saúde se compromete com o serviço, 
assumindo essa obrigação, e por isso tem responsabilidade objetivaperante os 
consumidores, podendo em ação regressiva averiguar a culpa do médico ou do 
hospital. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.037.348-SP, DJe 17/8/2011; 
AgRg no REsp 1.029.043-SP, DJe 8/06/2009, e REsp 138.059-MG, DJ 
11/6/2001. REsp 866.371-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 
27/3/2012. 
 
DANO MORAL. VÍTIMA. TENRA IDADE. 
In casu, segundo os autos, criança de três anos deixou de realizar, por recusa 
da clínica credenciada e pela ineficiência de seu plano de saúde, exames 
radiológicos prescritos por profissional habilitado com a finalidade de 
diagnosticar dores. A Turma deu provimento ao recurso da menor, 
representada por sua mãe, para reconhecer seu direito à indenização por dano 
moral. Observou-se que, embora a criança tenha percepção diferente e uma 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
maneira peculiar de se expressar, está sujeita a medos, aflições e angústias, 
até mais prejudiciais do que as sentidas pelos adultos, pois, sem noção exata, 
percebe-os ao compartilhar a aflição da mãe. Ademais, a criança, mesmo de 
tenra idade, tem direito à proteção irrestrita dos direitos da personalidade, 
entre os quais se inclui o direito à integridade mental, o que lhe assegura 
indenização por dano moral decorrente de sua violação (arts. 5º, X, da 
CF/1988 e 12 do CC/2002). Mesmo nas hipóteses em que o prejuízo ao menor 
decorra de uma relação de consumo (art. 6º, VI, do CDC), é-lhe assegurada a 
efetiva reparação do dano. Portanto, pelo dano moral causado pelas recorridas, 
há o dever de reparação. Ressaltou-se, ainda, que o plano de saúde é 
responsável pela escolha de seus credenciados para que prestem um serviço 
adequado, sob pena de responder solidariamente, como no caso, pelos danos 
causados (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, do CDC). REsp 1.037.759-
RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/2/2010. 
 
AGRAVO INTERNO - AGRAVO DE INSTRUMENTO – RECURSO ESPECIAL - 
RESPONSABILIDADE CIVIL - ERRO MÉDICO - EMPRESA PRESTADORA DO 
PLANO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE LEGITIMIDADE PASSIVA. 
A empresa prestadora do plano de assistência à saúde é parte legitimada 
passivamente para ação indenizatória proposta por associado em decorrência 
de erro médico por profissional por ela credenciado. 
Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 682.875/RJ, Rel. Ministro PAULO FURTADO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/BA), TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2009, DJe 
15/10/2009) 
 
CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. PLANO DE SAÚDE. 
ERRO EM TRATAMENTO ODONTOLÓGICO. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO NÃO CONFIGURADO. CERCEAMENTO DE 
DEFESA INOCORRENTE. 
MATÉRIA DE PROVA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO. 
AUSÊNCIA. SÚMULAS NS. 282 E 356-STF. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
I. A empresa prestadora do plano de assistência à saúde é parte legitimada 
passivamente para a ação indenizatória movida por filiado em face de erro 
verificado em tratamento odontológico realizado por dentistas por ela 
credenciados, ressalvado o direito de regresso contra os profissionais 
responsáveis pelos danos materiais e morais causados. 
II. Inexistência, na espécie, de litisconsórcio passivo necessário. 
III. Cerceamento de defesa inocorrente, fundado o acórdão em prova técnica 
produzida nos autos, tida como satisfatória e esclarecedora, cuja 
desconstituição, para considerar-se necessária a colheita de testemunhos, 
exige o reexame do quadro fático, com óbice na Súmula n. 7 do STJ. 
IV. Ausência de suficiente prequestionamento em relação a tema suscitado. 
V. Recurso especial não conhecido. 
(REsp 328.309/RJ, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA 
TURMA, julgado em 08.10.2002, DJ 17.03.2003 p. 234) 
 
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS. Quem 
se compromete a prestar assistência médica por meio de profissionais que 
indica, é responsável pelos serviços que estes prestam. Recurso especial não 
conhecido. 
(REsp 138.059/MG, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 13.03.2001, DJ 11.06.2001 p. 197) 
 
4. Responsabilidade Civil do Transportador 
 
 
SÚMULA 145, STJ - NO TRANSPORTE DESINTERESSADO, DE SIMPLES 
CORTESIA, O TRANSPORTADOR SO SERA CIVILMENTE RESPONSAVEL POR 
DANOS CAUSADOS AO TRANSPORTADO QUANDO INCORRER EM DOLO OU 
CULPA GRAVE. 
 
 (SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08.11.1995, DJ 17.11.1995 p. 39295) 
 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. TRANSPORTE DE 
SIMPLES CORTESIA OU BENÉVOLO EM CARROCERIA ABERTA, SEM PROTEÇÃO. 
CULPA GRAVE (MODALIDADE CULPA CONSCIENTE) CONFIGURADA. VALOR DA 
CONDENAÇÃO. 
 REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. 
 1. Em se tratando de transporte desinteressado, de simples cortesia, só 
haverá possibilidade de condenação do transportador se comprovada a 
existência de dolo ou culpa grave (Súmula 145/STJ). 
 2. Resta configurada a culpa grave do condutor de veículo que transporta 
gratuitamente passageiro, de forma irregular, ou seja, em carroceira aberta, 
uma vez que previsível a ocorrência de graves danos, ainda que haja a crença 
de que eles não irão acontecer. 
 3. Não é possível o conhecimento da pretensão de redução da condenação, 
pois o recorrente não apontou qualquer lei que teria sido vulnerada pelo 
acórdão recorrido. Aplica-se, por analogia, na espécie, o disposto na Súmula 
284 do STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na 
sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia. 
 4. Recurso especial desprovido. 
 (REsp 685.791/MG, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 
18/02/2010, DJe 10/03/2010) 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRANSPORTE AÉREO. 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DISSÍDIO 
JURISPRUDENCIAL. 
1. Após o advento do Código de Defesa do Consumidor, a responsabilidade civil 
do transportador aéreo pelo extravio de mercadoria subordina-se ao princípio 
da ampla reparação, afastando-se a indenização tarifada prevista na 
Convenção de Varsóvia. 
2. Em se tratando de danos morais, torna-se incabível a análise do recurso 
com base na divergência pretoriana, pois, ainda que haja grande semelhança 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
nas características externas e objetivas, no aspecto subjetivo, os acórdãos são 
sempre distintos. 
3. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no Ag 1230663/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA 
TURMA, julgado em 24/08/2010, DJe 03/09/2010) 
 
 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. 
EXTRAVIO DE BAGAGEM. CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. INAPLICABILIDADE. 
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADA. 
1. O acórdão recorrido encontra-se em consonância com o entendimento 
preconizado por esta Corte, no sentido de que a responsabilidade do 
transportador aéreo, pelo extravio de bagagem ou de carga, rege-se pelo CDC, 
se o evento deu-se em sua vigência. Incide, pois, na espécie, a Súmula 
83/STJ. 
2. A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do 
prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando 
a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, 
embora idênticos os fatos que as ensejaram, o que não ocorre in casu. 
3.Não se revela admissível o recurso excepcional, quando a deficiência na sua 
fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia. Incidência, 
mutatis mutandis, da Súmula284-STF. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 1089538/RJ, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 
25/08/2009, DJe 02/09/2009) 
Além deste entendimento sumulado, merece destaque também o 
enfrentamento do transporte aeronáutico e a incidência do Código de Defesa 
do Consumidor. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
AGRAVO REGIMENTAL. TRANSPORTE AÉREO DE MERCADORIAS. EXTRAVIO OU 
PERDA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR. 
É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que a responsabilidade civil 
do transportador aéreo pelo extravio de bagagem ou de carga rege-se pelo 
Código de Defesa do Consumidor, se o evento se deu em sua vigência, 
afastando-se a indenização tarifada prevista na Convenção de Varsóvia. 
Agravo improvido. 
(AgRg no Ag 827.374/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 04/09/2008, DJe 23/09/2008) 
 
CIVIL. TRANSPORTE AÉREO. BAGAGEM. EXTRAVIO OU PERDA. DANOS. 
INDENIZAÇÃO. CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. AFASTAMENTO. CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICAÇÃO. 
1 - A responsabilidade civil do transportador aéreo pelo extravio ou perda de 
bagagem regula-se pelo Código de Defesa do Consumidor, ficando, pois, 
elidida a aplicação dos parâmetros tarifados da Convenção de Varsóvia. 
Precedente da Segunda Seção. 
2 - Recurso especial conhecido em parte e, nesta extensão, provido. 
(REsp 347.449/RJ, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, 
julgado em 26.10.2004, DJ 29.11.2004 p. 342) 
 
CIVIL. RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR. Se, contratualmente, o 
transportador estava obrigado a fazer o seguro facultativo da carga para evitar 
os prejuízos resultantes do seu desaparecimento, inclusive em decorrência de 
roubo, e deixa de fazê-lo, caracterizada está sua responsabilidade pelo 
ressarcimento dos danos resultantes desse evento. Agravo regimental não 
provido. 
(AgRg no REsp 439.628/MG, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 16.03.2006, DJ 10.04.2006 p. 169) 
 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
CIVIL. TRANSPORTE AÉREO. CARGA. MERCADORIA. EXTRAVIO. 
TRANSPORTADOR. 
INDENIZAÇÃO INTEGRAL. CDC. APLICAÇÃO. CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. 
AFASTAMENTO. 
1 - A jurisprudência pacífica da Segunda Seção é no sentido de que o 
transportador aéreo, seja em viagem nacional ou internacional, responde 
(indenização integral) pelo extravio de bagagens e cargas, ainda que ausente 
acidente aéreo, mediante aplicação do Código de Defesa do Consumidor, desde 
que o evento tenha ocorrido na sua vigência, conforme sucede na espécie. 
Fica, portanto, afastada a incidência da Convenção de Varsóvia e, por via de 
conseqüência, a indenização tarifada. 
2 - Recurso especial conhecido e provido para restabelecer a sentença. 
(REsp 552.553/RJ, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, 
julgado em 12.12.2005, DJ 01.02.2006 p. 561) 
 
 RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE 
FERROVIÁRIO. 
 'PINGENTE'. CULPA CONCORRENTE. PRECEDENTES DA CORTE. 
 I - É dever da transportadora preservar a integridade física do passageiro e 
transportá-lo com segurança até o seu destino. 
 II - A responsabilidade da companhia de transporte ferroviário não é 
excluída por viajar a vítima como "pingente", podendo ser atenuada se 
demonstrada a culpa concorrente. Precedentes. 
 Recurso especial parcialmente provido. 
 (REsp 226.348/SP, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 19/09/2006, DJ 23/10/2006 p. 294) 
 
Finalmente, vale consignar jurisprudência acerca do indesejável “overbooking”, 
prática antijurídica, que pode ensejar responsabilidade civil da companhia que 
o pratique: 
 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
“INDENIZAÇÃO. ATRASO. VÔO. OVERBOOKING. Só após o atraso de cerca 
de 24 horas os recorridos puderam embarcar em vôo internacional, isso 
devido ao excesso na lotação da aeronave. Anotando que o overbooking é 
prática condenável e intolerável, pois só leva em conta o interesse da 
companhia aérea, que assume o risco de deixar viajantes em terra por sua 
mera conveniência administrativa, em franco desrespeito ao consumidor, a 
Turma entendeu que, nesse caso, a aflição causada aos passageiros excede 
substancialmente o mero percalço comum na vida das pessoas, gerando o 
direto à indenização.” (STJ, REsp 211.604-SC, Rel. Min. Aldir Passarinho 
Junior, julgado em 25/3/2003). 
 
E mais recentemente: 
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - 
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - NÃO OCORRÊNCIA - 
INDEVIDA INVERSÃO DOS ÔNUS PROBATÓRIOS - NÃO VERIFICAÇÃO - 
APLICAÇÃO DAS REGRAS DE EXPERIÊNCIA SOBRE OS ELEMENTOS 
FÁTICOS-PROBATÓRIOS - POSSIBILIDADE - OVERBOOKING - COMPANHIA 
QUE PERMITE O EMBARQUE DO PASSAGEIRO E O ACOMODA NA CABINE 
DOS PILOTOS - DANO MORAL - VERIFICAÇÃO - QUANTUM - REDUÇÃO - 
NECESSIDADE - JUROS DE MORA - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO TEMPUS 
REGIT ACTUM - RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. 
I - A conclusão do acórdão é resultante da aplicação das regras de 
experiência sobre os elementos fáticos-probatórios reunidos nos autos. 
Procedimento, aliás, absolutamente correto e respaldado pelo artigo 131 do 
Código de Processo Civil; 
II - O autor logrou êxito em comprovar o fato constitutivo de seu direito; 
III - É possível aferir todo o constrangimento suportado pelo ora recorrido, 
que se iniciou perante os funcionários da companhia, para conseguir 
embarcar na aeronave, prosseguiu, na constatação de que seu assento por 
outra pessoa estava ocupado, e culminou com sua indevida acomodação na 
cabine dos pilotos, frustrando, inequivocamente, todas as expectativas 
naturais que o contrato de transporte pode gerar ao passageiro; 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
IV - A despeito da reprovável conduta da empresa-aérea (venda de bilhetes 
em número superior à capacidade de assentos na aeronave), culminando 
com a indevida acomodação do passageiro na cabine de pilotos 
(procedimento, aliás, contrário às normas mais singelas de segurança), 
durante as duas horas de seu vôo, conforme dá conta a sentença, tais fatos 
não ensejaram maiores conseqüências, a corroborar o elevado arbitramento 
pelo Tribunal de origem; 
V - Aos juros moratórios, por referirem-se ao ressarcimento decorrente do 
inadimplemento da obrigação, a qual se protrai no tempo, deve-se aplicar o 
princípio tempus regit actum; 
VI- Recurso Especial parcialmente provido. 
(REsp 750.128/RS, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 05/05/2009, DJe 15/05/2009) 
 
5. Responsabilidade Civil do Construtor 
 
Sobre a matéria, dispõe o art. 618, CC: 
 
Art 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras 
construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução 
responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez 
e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do 
solo. 
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo 
o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos 
cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou 
defeito. 
 
Em nosso sentir, o prazo previsto no parágrafo único deste artigo 
concerne apenas a eventuais vícios de qualidade que prejudiquem a 
econimicidade ou a utilização da obra realizada. Ou seja, o dono da obra terá o 
prazo decadencial de 180 dias para redibir o contrato, rejeitando a obra, ou, 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.comtatianaconcursos@hotmail.com
 
eventualmente, pleitear o abatimento no preço, caso constate qualquer defeito 
desta natureza. Trata-se, pois, de regra específica, que prevaleceria em face 
da prevista no art. 445 do Código Civil, referente aos vícios redibitórios em 
geral. 
Registre-se, porém, que o termo inicial de tal prazo não se identifica 
com a celebração do negócio jurídico, mas sim com a manifestação do vício ou 
defeito1. 
Se, entretanto, tiver havido dano proveniente de falha na estrutura da 
obra, por defeito de segurança ou solidez, o direito de pleitear a reparação por 
perdas e danos (formulando a pretensão em juízo) poderá ser postulado no 
prazo prescricional geral de três (CC) ou cinco anos (CDC), como visto acima, 
caso se cuide ou não de relação de consumo. 
 É como pensamos.2 
 Nesse diapasão, vale afirmar que a entrega da chave do imóvel não 
traduz absoluta “isenção de responsabilidade”. 
 
 Nessa linha, o STJ: 
 
 
1 “CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - RELATÓRIO QUE NÃO MENCIONA UM DOS 
ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO - APRECIAÇÃO NA SENTENÇA - AUSÊNCIA DE 
PREJUÍZO - RECURSO ADESIVO - MATÉRIA NÃO APRECIADA PELA SENTENÇA - 
AUSÊNCIA DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS - NÃO CONHECIMENTO - 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONSTRUTOR - PRAZO.- 1) NÃO IMPLICA EM 
NULIDADE A AUSÊNCIA DE EXPRESSA MENÇÃO NO RELATÓRIO DE FATO ALEGADO NA 
DEFESA, DESDE QUE A SENTENÇA O TENHA APRECIADO. NÃO SE DECRETA NULIDADE 
QUANDO NÃO HÁ PREJUÍZO. 2) NÃO SE CONHECE DO RECURSO ATACANDO OMISSÃO 
DA SENTENÇA QUE NÃO FOI OBJETO DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONSTRUTOR. EDIFÍCIO QUE APRESENTA 
RACHADURAS NO MESMO ANO EM QUE FOI ENTREGUE AOS CONDÔMINOS. 
REALIZAÇÃO DE REPAROS PELO CONSTRUTOR. RESSURGIMENTO DOS PROBLEMAS E 
ASSUNÇÃO FORMAL DE RESPONSABILIDADE PELO MESMO CONSTRUTOR.- SE OS 
CONSERTOS REALIZADOS NÃO RESOLVEREM O PROBLEMA DE RACHADURAS 
APARENTES, QUE VOLTAM A RESSURGIR POUCO TEMPO DEPOIS, A INDICAR 
DEFICIÊNCIA DA ESTRUTURA, É RESPONSABILIDADE DO CONSTRUTOR 
PROCEDER AOS REPAROS, MESMO SE DECORRIDOS MAIS DE CINCO ANOS 
DESDE A ENTREGA FORMAL DA OBRA. INTELIGÊNCIA DO ART. 1.245, DO CÓDIGO 
CIVIL.” (TJDF, APELAÇÃO CÍVEL APC4462497 DF , Acordão Número : 112865, Data 
de Julgamento : 23/11/1998, Órgão Julgador : 2ª Turma Cível, Relator : GEORGE 
LOPES LEITE, Publicação no DJU: 12/05/1999 Pág. : 43) 
2 Ver o nosso vol. III – Responsabilidade Civil (Novo Curso de Direito Civil), escrito em 
co-autoria com Rodolfo Pamplona Filho, Saraiva. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Civil. Recurso especial. Ação de indenização por perdas e danos e rescisão 
contratual. Julgamento "extra-petita". Inocorrência. 
Responsabilidade do construtor. Defeitos na construção. 
- Não há julgamento 'extra petita' quando é acolhida a pretensão do autor, 
segundo pode-se compreender das afirmativas contidas na petição inicial. 
- A entrega do imóvel ao comprador não corresponde ao exaurimento, por 
parte do empreiteiro, construtor ou financiador de imóvel residencial, de sua 
obrigação contratual ante a impossibilidade de que haja, neste instante, 
comprovação plena da segurança e solidez da unidade residencial. 
Recurso não conhecido. 
(REsp 590.385/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 05.10.2004, DJ 05.09.2005 p. 399) 
 
6. Responsabilidade Civil do Condomínio 
 
Há entendimento no STJ no sentido de que a responsabilidade civil do 
condomínio pressupõe previsão expressa da assunção da guarda e vigilância 
dos bens localizados em áreas comuns. 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE 
CIVIL. 
CONDOMÍNIO. FURTO EM UNIDADE AUTÔNOMA. MATÉRIA DE PROVA. SÚMULA 
7/STJ. ALEGADA EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA DE RESPONSABILIDADE. SÚMULA 
5/STJ. PREPOSTO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO CONDOMÍNIO. 
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. PRECEDENTES. 
1. A Segunda Seção desta Corte firmou entendimento no sentido de que "O 
condomínio só responde por furtos ocorridos nas suas áreas comuns se isso 
estiver expressamente previsto na respectiva convenção." (EREsp 268669/SP, 
Relator o Ministro ARI PARGENDLER, DJ de 26.4.2006) 
2. Na hipótese dos autos, o acórdão recorrido está fundamentado no fato de 
que: (a) o furto ocorreu no interior de uma unidade autônoma do condomínio e 
não em uma área comum; (b) o autor não logrou êxito em demonstrar a 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
existência de cláusula de responsabilidade do condomínio em indenizar casos 
de furto e roubo ocorridos em suas dependências. 
3. Para se concluir que o furto ocorreu nas dependências comuns do edifício e 
que tal responsabilidade foi prevista na Convenção do condomínio em questão, 
como alega a agravante, seria necessário rever todo o conjunto fático 
probatório dos autos, bem como analisar as cláusulas da referida Convenção, 
medidas, no entanto, incabíveis em sede de recurso especial, a teor das 
Súmulas 5 e 7 desta Corte. 
4. Impossibilidade de análise da questão relativa à responsabilidade objetiva 
do condomínio pelos atos praticados por seus prespostos por ausência de 
prequestionamento. 
5. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 1102361/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, 
julgado em 15/06/2010, DJe 28/06/2010) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL - CONDOMÍNIO - SUBTRAÇÃO DE EQUIPAMENTO 
DE SOM E DE PERTENCES DEIXADOS NO INTERIOR DE AUTOMÓVEL 
ESTACIONADO NA GARAGEM COLETIVA DO PRÉDIO - INEXISTÊNCIA DE 
PREPOSTO, COM A INCUMBÊNCIA DE GUARDAR E VIGIAR OS VEÍCULOS - 
ENCARGO DE PROMOVER VIGILÂNCIA, COMETIDO AO SÍNDICO, EM CARÁTER 
GENÉRICO, QUE HAVERÁ DE SER EXERCIDO EM SINTONIA COM OS MEIOS 
POSTOS À SUA DISPOSIÇÃO, PELO ORÇAMENTO DE RECEITAS - 
INEXISTÊNCIA DE APARATO ESPECÍFICO DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA - 
SUBTRAÇÃO, ADEMAIS, QUE TERIA SIDO COMETIDA, COM AMEAÇA A MÃO 
ARMADA – NÃO CONFIGURAÇÃO DE CULPA IN VIGILANDO - RECURSO 
ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 
- Ao contrário da posição adotada pela Corte de origem, mostra-se relevante a 
necessidade expressa previsão na convenção ou, ainda, de deliberação tomada 
em assembléia no sentido de que o condomínio tenha, especificamente, serviço 
de guarda e vigilância de veículos. 
In casu, a circunstância de existir porteiro ou vigia na guarita não resulta em 
que o condomínio estaria a assumir a prefalada guarda e vigilância dos 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
automóveis, que se encontram estacionados na área comum, a ponto de incidir 
em responsabilidade por eventuais subtrações ou danos perpetrados. 
-Em harmonia com os precedentes desta Corte Superior, bem como com lições 
doutrinárias, merece acolhida o inconformismo, a repercutir na inversão do 
ônus da sucumbência. 
- Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 618.533/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, 
julgado em 03/05/2007, DJ 04/06/2007 p. 356) 
 
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONDOMÍNIO. O condomínio só responde 
por furtos ocorridos nas suas áreas comuns se isso estiver expressamente 
previsto na respectiva convenção. Embargos de divergência não conhecidos. 
(EREsp 268.669/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA SEÇÃO, 
julgado em 08/03/2006, DJ 26/04/2006 p. 198) 
 
Civil. Recursos Especiais. Ação de compensação por danos morais. 
Agressões físicas entre condôminos. Ausência de responsabilidade do 
condomínio. Dissídio jurisprudencial. Cotejo analítico e similitude fática. 
Ausência. 
- Hipótese em que foi ajuizada ação de compensação por danos morais por 
condômino, em face do condomínio, decorrente de agressão física praticada na 
garagem do prédio.- O condomínio não responde pelos danos morais sofridos por condômino, em 
virtude de lesão corporal provocada por outro condômino, em suas áreas 
comuns, salvo se o dever jurídico de agir e impedir a ocorrência do resultado 
estiver previsto na respectiva convenção condominial. 
- O dissídio jurisprudencial deve ser comprovado mediante o cotejo analítico 
entre acórdãos que versem sobre situações fáticas idênticas. 
Recurso especial do condomínio conhecido e provido, e negado provimento ao 
recurso especial do condômino. 
(REsp 1036917/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 24/11/2009, DJe 02/12/2009) 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
Ainda sobre os “condomínios”, conforme mencionamos em sala, o STJ, 
recentemente, noticiou: 
 
Condomínios X moradores - como o STJ tem resolvido esses conflitos 
10/05/2009 
O morador que nunca teve problemas com um vizinho, síndico ou condomínio 
residencial é uma raridade. As encrencas são muitas: barulho, uso de áreas 
comuns, uso incorreto do dinheiro do condomínio, bichos, garagem, festas... 
Muitas vezes, os problemas são resolvidos extrajudicialmente: numa boa 
conversa, num bate-boca acalorado nas reuniões de condomínio ou com uma 
multa. Mas há litígios que só o Poder Judiciário é capaz de sanar. 
De acordo com o Sindicato dos Condôminos Residenciais e Comerciais do 
Distrito Federal, 95% dos casos vão parar nos juizados especiais, pois 
geralmente são pequenos conflitos que envolvem baixos valores. As ações que 
vão para a justiça comum costumam envolver questões mais complexas e 
altos valores de indenizações. Algumas delas ultrapassam as instâncias 
ordinárias da Justiça e chegam aos tribunais superiores. O Superior Tribunal de 
Justiça (STJ) vem julgando vários processos envolvendo condomínios 
residenciais, síndicos e moradores. Conheça, abaixo, qual a posição do Tribunal 
sobre alguns dos principais assuntos relacionados a esses tipos de conflitos. 
 
Uso exclusivo de áreas comuns 
 
Dois moradores de um edifício no Rio de Janeiro recorreram ao STJ para anular 
a convenção de condomínio. Eles contestavam a autorização para uso 
exclusivo e individual de áreas comuns, no caso, pequenos depósitos 
construídos na garagem, alegando violação da Lei n. 4.591/64, a Lei dos 
Condomínios. De acordo com o processo, há um depósito para cada condômino 
e a distribuição foi feita por sorteio. Os depósitos são utilizados há mais de 
quinze anos, com aprovação dos demais moradores, com exceção dos 
recorrentes. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
O STJ já tem consolidado o entendimento de que é possível a utilização, em 
caráter exclusivo, de partes comuns do condomínio, desde que aprovada em 
assembléia. Até porque o artigo 3º da Lei n. 4.591/64 determina que a 
convenção delibere sobre o modo de uso das partes comuns. (Resp 281290) 
 
Furto em garagem 
 
O condomínio só responde por furtos ocorridos nas suas áreas comuns se isso 
estiver expressamente previsto em convenção. Seguindo essa jurisprudência 
pacificada no STJ, a Quarta Turma acolheu recurso de um condomínio que 
havia sido condenado a indenizar um morador pelo furto de parte do aparelho 
som instalado em seu veículo, que estava estacionado na garagem do prédio. 
Para o STJ, não há fundamento jurídico para responsabilizar o condomínio 
quando ele não assumiu nenhuma obrigação quanto à guarda de veículos 
perante os condôminos. 
 
Há um precedente que esclarece bem a situação. No julgamento do Resp 
268669, foi decidido que a responsabilidade do condomínio por atos ilícitos 
contra os moradores ocorridos nas áreas comuns só pode ser reconhecida 
quando estiver expressamente prevista na convenção e claramente assumida. 
Isso porque a socialização do prejuízo sofrido por um dos condôminos onera a 
todos, e é preciso que todos, ou a maioria exigida, estejam conscientes dessa 
obrigação e a ela tenham aderido. (Resp 618533 e Resp 2688669 ). 
 
Síndico faz uso particular de verba do condomínio 
Não são raros os casos em que o síndico faz uso indevido do dinheiro do 
condomínio. A Sexta Turma julgou um habeas-corpus impetrado por um 
síndico condenado por apropriação indébita. Em duas ocasiões, ele usou 
dinheiro do condomínio para pagar despesas pessoais. Ele queria que a ação 
penal fosse parcialmente trancada, alegando que, em uma das situações, havia 
interesse do condomínio. Ele usou o dinheiro no pagamento de advogado para 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
ajuizar uma ação privada contra uma moradora que o havia injuriado. 
Acrescentou que não sabia estar agindo de forma ilícita contratando esse 
serviço. 
 
A Turma negou o habeas-corpus por considerar que a ofensa supostamente 
feita contra o síndico não ultrapassou sua própria pessoa. Além disso, o valor 
gasto com o advogado ultrapassou o equivalente a dez salários mínimos, 
quantia que precisava de prévia autorização do condomínio para ser gasta. De 
acordo com a sentença, o síndico tinha plena consciência dessa exigência. (HC 
105559 ). 
 
Prestação de contas 
O condômino, individualmente, pode pedir prestação de contas ao síndico 
quando ela não tiver sido feita por falta de convocação de assembléia e diante 
da impossibilidade de obtenção de quorum para realização de assembléia 
extraordinária. Em um recurso especial julgado pela Terceira Turma, o síndico 
contestou a legalidade desse pedido individual de prestação de contas. Alegou 
que a Lei n. 4.591/64 dá essa legitimidade ao condomínio, e não aos 
condôminos de forma direta e individualizada. 
 
A Turma decidiu, por unanimidade, que a lei não atribui exclusividade à 
assembléia nem exclui literalmente a possibilidade de algum condômino pedir 
prestação de contas ao síndico, ainda mais com a peculiaridade do caso em 
que as contas não foram prestadas à assembléia. A decisão ressaltou que não 
é admitido ao condômino pedir a prestação de contas já aprovadas pela 
assembléia. 
 
Acidentes e crimes no condomínio 
O condomínio não é civilmente responsável por todos os fatos que ocorrem no 
seu interior. É o caso de atos dolosos praticados por terceiros. Essa tese foi 
aplicada no julgamento de um recurso especial em que a família de um homem 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
assassinado pelo vigia do prédio pretendia responsabilizar o condomínio. Por 
unanimidade, a Quarta Turma entendeu que, mesmo estando a administração 
do condomínio a cargo do síndico, não se pode concluir que ele seja o 
responsável por todos os danos sofridos pelos condôminos, notadamente os 
causados por atos dolosos de terceiros. 
 
Em outro caso, a Quarta Turma condenou um condomínio a indenizar e cobrir 
o tratamento médico de uma menina que, em 1998, quando tinha dez de 
idade, teve os cabelos sugados por um equipamento de limpeza enquanto 
nadava na piscina. Ela ficou em estado vegetativo em consequência do 
afogamento. Perícia comprou que o equipamento, uma bomba de sucção, era 
excessivamente potente para o tamanho da piscina, alerta que constava no 
manual, e que ele foi instalado sem acompanhamento técnico adequado. A 
mãe da vítima recorreu ao STJ para responsabilizar o condomínio. Os ministros 
atenderam esse pedido por considerar que, além do uso inadequado da bomba 
de sucção, o condomínio não instalou placas de alerta para o perigo nem 
impediu que a piscina fosse utilizada no momento em que a limpeza dela 
estava sendo realizada.(Resp 579121 e Resp 1081432). 
Processos: Resp 281290; Resp 618533; Resp2688669; Resp 535696; Resp 
579121; Resp 1081432; HC 105559 
Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.
area=398&tmp.texto=91921
 
7. Texto Complementar 
 
 
 
Segue texto nosso acerca da responsabilidade dos bancos por assalto em 
terminais eletrônicos. 
 
“Responsabilidade dos Bancos por Assaltos em Terminais Eletrônicos” 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
 
Pablo Stolze Gagliano 
 
1 – Introdução 
 
 
Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do 
Recurso Especial nº 488.310 - RJ (2002/0170598-3), sendo relator o então 
Min. Ruy Rosado de Aguiar, e, para o acórdão, o Min. Aldir Passarinho Júnior, 
enfrentou um dos mais palpitantes temas da atualidade, na seara da 
Responsabilidade Civil. 
 
Posto não houvesse sido conhecido o recurso, o STJ, neste julgado, 
descortinou o seu entendimento no que tange a uma das mais lamentáveis e 
freqüentes cenas dos grandes centros urbanos brasileiros: o assalto nos 
caixas bancários eletrônicos. 
 
Vale conferir a ementa do importante julgado: 
 
 
“CIVIL E PROCESSUAL. ACÓRDÃO ESTADUAL. NULIDADE NÃO 
CONFIGURADA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE 
CIVIL. ASSALTO EM CAIXA ELETRÔNICO OCORRIDO DENTRO DA 
AGÊNCIA BANCÁRIA. MORTE DA VÍTIMA. DEVER DE INDENIZAR. 
I. Não há omissão, contradição ou obscuridade no acórdão estadual, eis que o 
mesmo enfrentou, suficientemente, a matéria controvertida, apenas que com 
conclusões desfavoráveis à parte ré. 
II. Inocorrendo o assalto, em que houve vítima fatal, na via pública, porém, 
sim, dentro da agência bancária onde o cliente sacava valor de caixa eletrônico 
após o horário do expediente, responde a instituição ré pela indenização 
respectiva, pelo seu dever de proporcionar segurança adequada no local, que 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
está sob a sua responsabilidade exclusiva. 
III. Recurso especial não conhecido”. 
 
 
 
Trata-se, em síntese, da trágica morte de correntista, assaltado e fatalmente 
agredido ao sacar dinheiro em terminal de auto-atendimento, no interior da 
agência bancária. 
 
Circunstância peculiar, aliás, que deve ser registrada é o fato de o roubo haver 
ocorrido fora do horário do expediente. 
 
Tal entendimento rende ensejo a uma profunda reflexão acerca da 
responsabilidade civil do banco, à luz da teoria da atividade de risco, 
explicitamente consagrada no art. 927 do Código Civil de 2002. 
 
Neste texto, portanto, cuidaremos de analisar os termos do presente acórdão, 
passando em revista a responsabilidade civil das instituições financeiras e do 
Estado, em uma indispensável perspectiva civil-constitucional. 
 
2 – Passando em Revista a Responsabilidade Civil dos Bancos3 
 
 
Inicialmente, cumpre-nos, por amor à precisão científica, fazermos um 
registro de cunho terminológico. 
 
A palavra banco, nos dias que correm, perdeu espaço para a expressão 
“instituição financeira”, mais abrangente e precisa, por caracterizar, não 
apenas os estabelecimentos que gerenciam a guarda e o depósito de valores 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
(bancos, na acepção tradicional), mas, sobretudo, por traduzir a idéia de 
instituição de crédito. 
 
Nesse sentido, preleciona ARNOLDO WALD: 
 
 
“Na realidade, o banco moderno não se restringe a recolher 
as economias monetárias dos que lhas confiam, para emprestá-
las, através do mútuo de dinheiro, aos seus clientes, como ocorria 
no passado. 
Atualmente, o conceito de banco foi substituído ou 
complementado pelo de instituição financeira, ou até de 
conglomerado financeiro, cuja função no mercado é o exercício do 
crédito sob as suas novas e sofisticadas formas, das quais o 
recebimento de depósitos em dinheiro e sua aplicação é uma das 
mais antigas, mas não a única. 
 
E conclui o autor: 
 
 
“É, portanto, o exercício técnico e profissional do crédito, 
que tanto pode ser de dinheiro, quanto de outra natureza (o de 
assinatura, p. ex., através do aceite cambial ou do aval), que 
caracteriza a instituição financeira, e o estabelecimento de crédito, 
hoje intensamente empolgados pelos chamados serviços 
bancários”. 
 
A par de tais considerações, é corrente na prática judiciária a utilização da 
palavra banco, pelo que empregaremos, neste texto, ambas as expressões 
como sinônimas. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
Posto isso, devemos enfrentar tema mais espinhoso: devem os bancos (ou 
instituições financeiras) responder por eventuais danos sofridos por seus 
clientes (consumidores), em virtude de assalto, por ocasião do uso de terminal 
eletrônico, mesmo fora do horário de expediente? 
 
Para respondermos adequadamente à esta indagação, é necessário 
analisarmos a responsabilidade civil em uma tríplice perspectiva, como 
veremos abaixo. 
 
3 – Planos de Análise da Responsabilidade Civil dos Bancos: em face de 
seus prepostos, de terceiros e dos seus clientes (consumidores) 
 
 
Pelos danos causados aos seus prepostos (empregados), respondem as 
instituições na forma da legislação específica em vigor, segundo os princípios 
que regem o “acidente de trabalho”. 
 
Imagine-se o exemplo de o caixa do banco acidentar-se na porta automática, 
ou sofrer ferimento durante um assalto. 
 
 Em se tratando de acidente de trabalho, sem prejuízo da verba 
previdenciária, poderá ser ajuizada demanda contra o empregador (ação de 
responsabilidade civil). 
 
Em face dos seus clientes, por sua vez, não temos dúvida de ser, o banco, 
parte de uma relação de consumo, de maneira que, o seu cliente, é reputado 
consumidor. 
 
Por isso, não consideramos tão necessárias as Resoluções 2878 e 2892/01 do 
Banco Central do Brasil, referentes ao denominado “Código do Cliente 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 37
Bancário”, as quais, posto não isentas de justas críticas, apenas explicitam, em 
nosso sentir, mandamentos do Código do Consumidor. 
 
Já em face de terceiros, a situação é mais complexa. 
 
Entendemos, no caso, que se deve aplicar a norma contida no parágrafo único 
do art. 927 do CC, que admite responsabilidade civil objetiva, em função 
do risco da atividade habitualmente exercida. 
 
Nesse sentido, responsabilizando a instituição financeira por dano causado a 
terceiros, já há jurisprudência no próprio Superior Tribunal de Justiça (grifos 
nossos): 
 
“RESPONSABILIDADE CIVIL. CHEQUE. TALONARIO SOB A 
GUARDA DO BANCO. FURTO. LEGITIMIDADE DO BANCO. 
INOCORRENCIA DE VIOLAÇÃO DA LEI FEDERAL. DISSIDIO NÃO 
DEMONSTRADO. PRECEDENTES. RECURSO NÃO CONHECIDO. 
I - PODE A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA RESPONDER 
PELOS DANOS SOFRIDOS POR COMERCIANTE, QUANDO 
ESSE, TOMANDO TODAS AS PRECAUÇÕES, RECEBE CHEQUE 
COMO FORMA DE PAGAMENTO, POSTERIORMENTE 
DEVOLVIDO PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA POR SER DE 
TALONARIO FURTADO DE DENTRO DE UMA DAS SUAS 
AGENCIAS. 
II - PARA CARACTERIZAÇÃO DO DISSIDIO, NECESSARIO O 
COTEJO ANALITICO DAS BASES FATICAS QUE SUSTENTAM AS 
TESES EM CONFLITO.” (STJ, Acórdão RESP 56502 / MG ; 
RECURSO ESPECIAL 1994/0033758-2, Relator Min. SÁLVIO DE 
FIGUEIREDO TEIXEIRA, Data da Decisão 04/03/1997 Orgão 
Julgador QUARTA TURMA) 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
“RESPONSABILIDADE CIVIL. BANCO. ABERTURA DE 
CONTA. DOCUMENTOS DE TERCEIRO. ENTREGA DE TALONARIO. 
LEGITIMIDADEATIVA. GERENTE DE SUPERMERCADO. 
1. FALTA DE DILIGENCIA DO BANCO NA ABERTURA 
DE CONTAS E ENTREGA DE TALONARIO A PESSOA QUE SE 
APRESENTA COM DOCUMENTOS DE IDENTIDADE DE 
TERCEIROS, PERDIDOS OU EXTRAVIADOS. RECONHECIDA A 
CULPA DO ESTABELECIMENTO BANCARIO, RESPONDE ELE 
PELO PREJUIZO CAUSADO AO COMERCIANTE, PELA 
UTILIZAÇÃO DOS CHEQUES PARA PAGAMENTO DE 
MERCADORIA. 
2. O GERENTE DO SUPERMERCADO, QUE RESPONDE PELOS 
CHEQUES DEVOLVIDOS, ESTA LEGITIMADO A PROPOR A AÇÃO 
DE INDENIZAÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO.” (STJ, Acórdão 
RESP 47335 / SP ; RECURSO ESPECIAL 1994/0012062-1, Relator 
Min. RUY ROSADO DE AGUIAR, Data da Decisão 29/11/1994 
Orgão Julgador QUARTA TURMA) 
 
Na mesma linha, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi ainda mais longe, ao 
já admitir aplicação da teoria do risco, em hipótese congênere: 
 
“INDENIZAÇÃO. DOCUMENTO FALSO. ABERTURA DE CONTA 
CORRENTE. DANO A TERCEIRO NÃO CLIENTE. 
RESPONSABILIDADE DO BANCO. TEORIA DO RISCO 
PROFISSIONAL. CIÊNCIA DO USO INDEVIDO DO DOCUMENTO. 
MANUTENÇÃO DO PROTESTO. RESPONSABILIDADE. QUANTUM 
INDENIZATÓRIO. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO. 1 - Correm por 
conta do Banco os riscos inerentes à sua atividade, 
devendo responder pelos danos causados a terceiro pela 
inclusão de seu nome no SERASA e no SPC, em razão da 
abertura de conta corrente com base em documento falso. 
2 - O não-cancelamento do protesto, após o conhecimento de que 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
o CPF constante do cheque não pertencia ao seu emitente, conduz 
à responsabilidade pelos danos daí advindos. 3 - Para a fixação do 
quantum indenizatório, o juiz deve pautar-se pelo bom senso, 
moderação e prudência, devendo considerar, também, os 
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como o 
componente punitivo e pedagógico da condenação e os 
constrangimentos por que passou o ofendido. 4 - Preliminar 
rejeitada, não providos a primeira apelação e o recurso adesivo, 
segunda apelação provida.” (TJMG, Apelação, Número do 
Processo: 0364499-7, Orgão Julgador: Segunda Câmara 
Cível, Relator: Pereira da Silva, Data da Julgamento: 
10/09/2002) 
 
 
Por todo o exposto, podemos concluir que, se um terceiro é vítima de atividade 
danosa do banco, a responsabilidade civil deste último independerá da aferição 
de culpa, por estar afeta ao âmbito de incidência do parágrafo único do art. 
927 do CC (atividade de risco). 
 
E se a tal conclusão, por esta via de raciocínio, o intérprete não chegar, 
poderá, em nosso sentir, trilhar outra vereda: o art. 17 do Código de Defesa 
do Consumidor equipara aos consumidores todas as vítimas do evento 
(bystanders), viabilizando, da mesma forma, aplicação dos princípios 
da responsabilidade civil objetiva. 
 
 
 
4 – Os Fundamentos do Acórdão e o Caso Sub Judice à Luz da Teoria 
da Atividade de Risco 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
O culto Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR JR., com habitual sabedoria, ao 
enfrentar a questão sub judice, no Recurso Especial sob análise, assevera que: 
 
 
“O critério da razoabilidade invocado pelo recorrente leva à 
conclusão de que o estabelecimento comercial que se 
beneficia com a instalação de caixas eletrônicos, o que 
também serve para facilitar os seus negócios, angariar 
clientes e diminuir gastos, deve responder pelo risco que 
decorre da instalação desses postos, alvo constante da ação 
dos ladrões. Isto é, o risco é criado pela instalação do caixa 
e por ele deve responder a empresa. Segundo o novo 
Código Civil, trata-se até de responsabilidade objetiva (art. 
927, § único, do CC)” 
 
 
Nota-se, pois, que o eminente Ministro encarta a exploração dos terminais 
eletrônicos – corretamente, em nosso pensar - no conceito (aberto) de 
atividade de risco, previsto na segunda parte do parágrafo único do art. 927 
do CC. 
 
De fato, por se tratar de um risco criado (risco-proveito), nada mais razoável 
do que se sustentar a responsabilidade civil do banco pelos danos causados 
aos seus clientes, usuários deste tipo de serviço. 
 
Por outro lado, o Ministro ALDIR PASSARINHO Jr., acompanhado pelo Ministro 
FERNANDO GONÇALVES, ressalva que os assaltos ocorridos em terminais 
localizados, não na própria agência, mas em via pública, resultariam na 
responsabilidade do Estado, e não do banco (REsp. 402.870-SP): 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
“Geralmente, tais caixas eletrônicos estão situados fora das 
agências bancárias e no interior de bens públicos de uso 
comum (Código Civil, art. 66, I), de modo que sua 
fiscalização deve ficar a cargo dos agentes da segurança 
pública, nos termos do contido no artigo 144 da Constituição 
da República e no artigo 139 da Constituição Estadual 
Paulista'. 
.................................................................................. . 
'Verificado o ato delituoso contra o filho dos 
autores em plena via pública, desvincula-se a instituição 
bancária de qualquer responsabilidade (fl. 183)'”. 
 
 
E, conclui, no presente Recurso Especial: 
 
 
“Efetivamente, como assentado acima, estou em que não há 
responsabilidade da instituição bancária se o ato lesivo 
ocorreu na via pública, eis que cabe ao Estado e não ao 
particular a segurança da área, inexistindo norma legal que 
estenda, ao último, tal ônus. Mas a situação em comento se 
me afigura distinta daquela que então identifiquei no 
precedente acima transcrito, o que me leva a solução 
diversa. 
 
 
Verifica-se, portanto, que o assalto se desenrolou dentro do 
estabelecimento bancário, ainda que fora do horário do 
expediente, mas, pelas instalações internas e segurança dos 
usuários responde o réu, sem dúvida. Não foi na via pública, 
circunstância que me levaria, em princípio, salvo alguma 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
peculiaridade, a decidir diferentemente. Por igual restou 
firmado que não houve culpa concorrente da vítima”. 
 
 
Assim, sintetizando tais entendimentos, poderíamos concluir que: 
 
Assalto ocorrido em terminais da própria agência, ainda que fora do 
horário de expediente bancário ���� responsabilidade civil do banco. 
 
Assalto ocorrido em terminais localizados em via pública (postos de 
auto-atendimento 24 horas) ���� responsabilidade civil do Estado. 
 
 
 5 – Nossas Conclusões 
 
A despeito dos cultos argumentos expendidos nos referidos julgados, ousamos, 
ao menos em parte, divergir. 
 
Entendemos que, mesmo em assaltos ocorridos em terminais localizados em 
via pública, a responsabilidade civil do banco é manifesta, sem prejuízo de 
poder ingressar com ação regressiva contra o Estado. 
 
O que não aceitamos é o argumento - teoricamente impactante, mas 
socialmente injusto - de que “a segurança pública toca ao Estado” e, por 
conseguinte, o banco não responde por danos decorrentes de assaltos 
ocorridos em terminais instalados em via pública. 
 
Ora, a instalação desses terminais obedece, sem sombra de dúvida, a uma 
estratégia comercial, com vista à conquista de mais e mais clientes, que têm, 
nessa apontada “comodidade”, um fator decisivo de escolha de uma rede 
bancária. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Algumas redes bancárias, inclusive, cobram, do usuário, uma “taxa” de 
utilização, muitas vezes pulverizada no próprio extrato, mas que, se 
multiplicada por milhares ou talvez milhões de clientes, traduzem uma receita 
colossal com a exploração deste tipo de serviço. Isso sem

Outros materiais