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O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 1 
 
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO DO PSICOPEDAGOGO, 
NEUROPSICOPEDAGOGO, TERAPEUTA OCUPACIONAL, PSICOMOTRICISTA, 
PSICÓLOGOS, FONOAUDIÓLOGOS E DEMAIS TERAPEUTAS COM CRIANÇAS TEA 
NO AMBIENTE CLÍNICO. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Francisca Araújo da Silva 
Sandro Garabed Ischkanian 
Eliana Drumond de Carvalho Silva 
O artigo aborda que o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição 
neurodesenvolvimental que afeta a comunicação, interação social e comportamento das crianças. 
Destaca a importância do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, composta por 
profissionais como psicopedagogos, neuropsicopedagogos, terapeutas ocupacionais, 
psicomotricistas, psicólogos e fonoaudiólogos, para promover o desenvolvimento das crianças 
com TEA. A colaboração entre esses especialistas visa melhorar áreas como aprendizagem, 
habilidades motoras, emocionais, sociais e de linguagem, favorecendo a inclusão escolar e a 
melhoria das habilidades cognitivas. A orientação familiar é essencial para garantir a continuidade 
do tratamento e melhorar a qualidade de vida da criança. 
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista (TEA); acompanhamento do psicopedagogo; 
neuropsicopedagogo; terapeuta ocupacional; psicomotricista; psicólogos; fonoaudiólogos. 
 
The article discusses that Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental condition 
that affects communication, social interaction, and behavior in children. It highlights the 
importance of the support from a multidisciplinary team, composed of professionals such as 
psychopedagogues, neuropsychopedagogues, occupational therapists, psychomotor therapists, 
psychologists, and speech therapists, to promote the development of children with ASD. The 
collaboration among these specialists aims to improve areas such as learning, motor, emotional, 
social, and language skills, fostering school inclusion and enhancing cognitive abilities. Family 
guidance is essential to ensure the continuity of treatment and improve the child’s quality of life. 
Keywords: Autism Spectrum Disorder; psychopedagogue support; neuropsychopedagogue; 
occupational therapist; psychomotor therapist; psychologists; speech therapists. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta 
crianças em diversas áreas do desenvolvimento, como comunicação, interação social e 
comportamento (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). A complexidade do TEA 
demanda um acompanhamento especializado e multidisciplinar para promover o desenvolvimento 
adequado desses indivíduos. Nesse contexto, diferentes áreas profissionais, como a 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 2 
 
psicopedagogia, a terapia ocupacional, a psicologia, a fonoaudiologia e a análise do 
comportamento, desempenham papéis cruciais no processo de intervenção e inclusão escolar. 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 2014) e outros estudos 
têm mostrado que intervenções específicas, como as realizadas por terapeutas ocupacionais, 
psicólogos e fonoaudiólogos, podem melhorar significativamente as habilidades motoras, 
cognitivas e comunicativas das crianças com TEA (BARANEK, 2002; CASE-SMITH; 
ARBESMAN, 2008). A intervenção precoce é outro aspecto essencial, como descrito pela Política 
Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2017), que reforça a importância de um acompanhamento 
contínuo desde os primeiros anos de vida. 
No Brasil, a legislação também busca garantir os direitos e a proteção de pessoas com 
transtornos mentais, incluindo aquelas com TEA. A Lei nº 10.216 (BRASIL, 2001) e outras 
normas regulamentadoras criam as bases para que esses indivíduos recebam o atendimento 
necessário de acordo com suas especificidades, por meio de equipes multidisciplinares e no 
Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2015). A atuação do terapeuta ocupacional, por 
exemplo, é fundamental no desenvolvimento das habilidades motoras e sensoriais (CONSELHO 
FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, 2013), enquanto o 
psicopedagogo e o psicólogo focam na aprendizagem e no apoio emocional. 
A interação lúdica também tem um papel destacado, como bem enfatizado por Simone 
Helen Drumond Ischkanian, que propõe jogos e brincadeiras como estratégias essenciais para a 
aprendizagem e o desenvolvimento do autista (ISCHKANIAN, 2009). A utilização de jogos no 
contexto terapêutico pode promover importantes avanços nas áreas de comunicação e interação 
social, além de tornar o processo de aprendizagem mais significativo e prazeroso (ISCHKANIAN, 
2014). 
O desenvolvimento de estratégias terapêuticas personalizadas e a colaboração entre os 
diferentes profissionais são fundamentais para garantir a inclusão e o bem-estar das crianças com 
TEA, como estabelecido por diversas diretrizes nacionais e internacionais (BRASIL, 2014; 
FERNANDES, 2003; SCOTT, 2006). A integração dessas abordagens e o respeito pelas 
singularidades de cada criança são determinantes para o sucesso da intervenção, promovendo um 
ambiente de aprendizagem mais inclusivo e adequado. 
É imprescindível que as equipes envolvidas no atendimento ao indivíduo com TEA 
estejam bem integradas e atualizadas em relação às melhores práticas e às novas descobertas na 
área do autismo, considerando as contribuições científicas mais recentes (SELLA; RIBEIRO, 
2018). O trabalho conjunto entre essas diferentes especialidades permite uma abordagem mais 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 3 
 
abrangente e eficiente, melhorando a qualidade de vida das crianças com TEA e garantindo sua 
inclusão plena na sociedade. 
2. DESENVOLVIMENTO 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neuropsiquiátrica caracterizada 
por alterações significativas na comunicação, interação social e comportamentos repetitivos e 
restritos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). A complexidade do TEA requer 
intervenções que considerem as múltiplas dimensões do desenvolvimento infantil. Nesse sentido, a 
atuação de uma equipe multidisciplinar é fundamental para o tratamento eficaz das crianças com 
esse transtorno, abrangendo áreas como psicopedagogia, terapia ocupacional, psicomotricidade, 
psicologia, fonoaudiologia, entre outras. 
Cada profissional que integra a equipe multidisciplinar tem um papel específico e 
complementa as intervenções de outros especialistas. O psicopedagogo, por exemplo, é essencial 
no desenvolvimento de estratégias que facilitem a aprendizagem das crianças com TEA, ajudando-
as a superar barreiras educacionais e a se adaptarem ao ambiente escolar (BARANEK, 2002). 
Segundo a American Psychiatric Association (2014), as dificuldades de comunicação e 
socialização são marcas centrais do transtorno, e a intervenção psicopedagógica visa justamente 
suprir essas lacunas, possibilitando o aprendizado de habilidades cognitivas e sociais. 
O neuropsicopedagogo trabalha diretamente com a promoção do desenvolvimento 
cognitivo e o aprimoramento das funções executivas, essenciais para a adaptação à vida escolar e 
ao convívio social. Esse especialista utiliza técnicas que favorecem a aquisição de habilidades 
cognitivas e de resolução de problemas, respeitando as limitações individuais de cada criança 
(BARANEK, 2002). 
O terapeuta ocupacional, que tem como principal objetivo promover a independência das 
crianças com TEA, trabalhando nas habilidades motoras e sensoriais. O TEA frequentemente está 
associado a dificuldades no processamento sensorial, o que pode afetar a percepção e a interação 
da criança com o ambiente. O terapeuta ocupacional contribui para a melhoria dessas habilidades, 
proporcionando atividades que incentivam a adaptação sensorial e motora (BRASIL, 2014). Além 
disso, ele auxilia na melhoria da coordenação motora finatratamento, com o objetivo de promover um cuidado de longo prazo e 
atender às necessidades de cada pessoa ao longo do seu desenvolvimento. Isso inclui a 
participação de diferentes profissionais da saúde, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas 
ocupacionais, entre outros, que devem colaborar para ajustar as intervenções conforme a evolução 
do quadro de cada criança. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 27 
 
O acompanhamento clínico e educacional personalizado é essencial para o 
desenvolvimento integral de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dada a 
heterogeneidade dessa condição, cada criança apresenta necessidades únicas, que exigem 
intervenções ajustadas ao seu ritmo, preferências e dificuldades específicas. Portanto, a 
personalização do tratamento é um dos maiores desafios e ao mesmo tempo uma das maiores 
oportunidades para maximizar os ganhos no processo de desenvolvimento. Profissionais de 
diferentes áreas, como psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e 
educadores, desempenham um papel fundamental nesse processo, ao ajustar suas abordagens para 
as particularidades de cada criança. 
Simone Helen Drumond Ischkanian (2025) enfatiza que a personalização das estratégias 
educacionais e terapêuticas é crucial para o sucesso de crianças com TEA. Segundo Ischkanian, 
cada criança com TEA possui um perfil de desenvolvimento distinto, o que implica na necessidade 
de abordagens flexíveis que atendam às suas capacidades cognitivas, motoras, emocionais e 
sociais. Para isso, a constante avaliação e monitoramento do progresso da criança são 
fundamentais para garantir que as estratégias terapêuticas e educacionais sejam ajustadas 
conforme necessário. Isso pode envolver a adaptação de materiais, métodos de ensino, 
intervenções terapêuticas e o suporte familiar, sempre com o objetivo de atender às necessidades 
específicas da criança e proporcionar uma experiência educacional rica e inclusiva. 
A psicopedagogia, como apontado por Gladys Nogueira Cabral (2025), desempenha um 
papel central no processo de inclusão educacional. Cabral destaca que, além de atuar nas questões 
cognitivas da aprendizagem, o psicopedagogo também deve estar atento às emoções e ao 
comportamento da criança, que podem interferir no processo de aprendizagem. O 
acompanhamento personalizado envolve, portanto, a observação contínua do aluno, possibilitando 
que o psicopedagogo identifique dificuldades específicas e desenvolva estratégias para superar 
barreiras cognitivas e sociais. Assim, a educação deve ser vista como um processo flexível, no 
qual as metodologias são adaptadas de acordo com as necessidades e preferências individuais da 
criança. 
Regina Daucia de Oliveira Braga (2025) acrescenta que o acompanhamento clínico deve 
ser integrado ao processo educacional, proporcionando uma abordagem multidisciplinar para tratar 
as diversas esferas de desenvolvimento de crianças com TEA. Braga enfatiza a importância da 
interação entre os profissionais da saúde e da educação para garantir que o tratamento e o ensino 
sejam eficazes e complementares. A colaboração entre fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, 
psicólogos e educadores facilita o entendimento das dificuldades da criança e a implementação de 
estratégias personalizadas, tanto na clínica quanto no ambiente escolar. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 28 
 
Por sua vez, Francisca Araújo da Silva (2025) argumenta que a personalização das 
intervenções permite que as crianças com TEA desenvolvam suas habilidades sociais e 
acadêmicas de maneira mais eficaz, minimizando as frustrações causadas por abordagens 
educacionais que não levam em consideração suas particularidades. A autora defende que o 
acompanhamento contínuo e adaptado às necessidades da criança não apenas favorece a sua 
aprendizagem, mas também melhora sua autoestima e motiva o aluno a alcançar suas metas de 
desenvolvimento. Silva ainda ressalta que o respeito ao ritmo individual de aprendizagem é crucial 
para evitar sobrecarga emocional e para promover um ambiente de ensino mais acolhedor e 
produtivo. 
O especialista em Comunicações, educador escoteiro UEB Brasil e matemático Sandro 
Garabed Ischkanian (2025) destaca que a interação entre a terapia ocupacional e o ambiente 
educacional é fundamental para o sucesso do tratamento. Ischkanian sublinha que, ao adaptar as 
metodologias de ensino e as intervenções terapêuticas, é possível trabalhar as habilidades motoras, 
sociais e cognitivas de maneira mais eficaz. A abordagem personalizada deve considerar as 
dificuldades sensoriais, emocionais e cognitivas de cada criança, buscando promover seu bem-
estar geral e o seu desenvolvimento pleno. O papel do terapeuta ocupacional, portanto, não é 
apenas clínico, mas também educacional, visto que ele contribui para a construção de um 
ambiente escolar adaptado e inclusivo. 
O acompanhamento clínico e educacional personalizado é um processo contínuo que visa 
respeitar e atender às necessidades específicas de cada criança com TEA. A adaptação das 
intervenções terapêuticas e educacionais deve ser feita com base em avaliações regulares, 
permitindo ajustes que garantam o máximo desenvolvimento de cada criança. Profissionais de 
diferentes áreas devem colaborar para criar um ambiente integrado e inclusivo que favoreça o 
aprendizado, a socialização e o bem-estar da criança. 
A revisão das estratégias é um processo dinâmico, que requer a observação constante do 
comportamento da criança, de suas habilidades cognitivas, motoras e sociais, para que as 
intervenções possam ser ajustadas de maneira eficaz. 
O acompanhamento contínuo também envolve a troca de informações entre os 
profissionais da equipe multidisciplinar, permitindo um olhar integrado sobre as necessidades da 
criança e garantindo uma intervenção mais assertiva. A adaptação das estratégias terapêuticas 
conforme o progresso da criança não só favorece a evolução das habilidades, mas também 
contribui para o fortalecimento de sua autoestima, uma vez que ela sente que o tratamento está 
sendo moldado conforme suas reais necessidades. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 29 
 
Ischkanian (2025) complementa essa ideia, afirmando que a atualização constante das 
estratégias terapêuticas é fundamental para o sucesso do tratamento de crianças com TEA. 
Ischkanian destaca que, à medida que a criança progride, os terapeutas devem adaptar suas 
abordagens para atender aos novos desafios e habilidades que a criança desenvolve. Por exemplo, 
estratégias iniciais de ensino podem ser substituídas por abordagens mais avançadas conforme a 
criança adquire maior domínio de suas habilidades. Isso implica na necessidade de monitoramento 
constante das grandes e pequenas mudanças que ocorrem no comportamento e nas capacidades da 
criança, o que possibilita um ajuste preciso das intervenções. Ischkanian também aponta a 
importância de ferramentas como o Método de Portfólio SHDI, que permite uma avaliação mais 
detalhada do progresso da criança ao longo do tempo, contribuindo para uma intervenção mais 
personalizada. 
A interação entre a equipe terapêutica e a família é essencial para garantir a continuidade 
do acompanhamento fora do ambiente clínico. A participação dos pais no processo de adaptação 
das estratégias de tratamento permite que as intervenções sejam mais eficazes no cotidiano da 
criança, seja em casa, na escola ou em outros contextos sociais. 
A colaboração entre a família e os profissionais também ajuda a garantir que as 
abordagens terapêuticas sejam ajustadas de forma consistente e que a criança receba o suporte 
necessário em todos os ambientes. 
O acompanhamento contínuo não apenas contribui para a adaptação das intervenções, 
mas também fortalece a relação de confiança entre a criança e os profissionais envolvidos no seutratamento. Esse processo de ajuste regular das intervenções permite que as metas terapêuticas 
sejam atingidas de forma mais eficaz e que a criança se desenvolva dentro do seu potencial 
máximo. 
O acompanhamento contínuo e personalizado é crucial para o sucesso do tratamento de 
crianças com TEA, pois permite que as intervenções sejam adaptadas conforme o progresso da 
criança. O monitoramento constante, o ajuste das estratégias terapêuticas e a colaboração estreita 
entre os profissionais e a família são fatores-chave para garantir que a criança alcance seu pleno 
potencial de desenvolvimento. 
2.10 ORIENTAÇÃO E APOIO ÀS FAMÍLIAS: A importância da orientação contínua às 
famílias para garantir a continuidade do tratamento em diversos contextos (clínico, escolar, 
domiciliar), fortalecendo a eficácia das intervenções terapêuticas e promovendo um ambiente mais 
favorável ao desenvolvimento da criança. 
A orientação e o apoio contínuo às famílias de crianças com Transtorno do Espectro 
Autista (TEA) são fundamentais para garantir a continuidade do tratamento e promover um 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 30 
 
ambiente mais favorável ao desenvolvimento da criança. Este suporte não se limita ao contexto 
clínico, mas deve se estender ao ambiente escolar e domiciliar, assegurando que as intervenções 
terapêuticas sejam integradas e eficazes. Cada profissional envolvido no tratamento de uma 
criança com TEA tem um papel essencial na capacitação das famílias, fornecendo informações e 
estratégias que possibilitem a implementação das abordagens terapêuticas em diferentes contextos. 
A seguir, será discutido o papel dos principais profissionais envolvidos nesse processo. 
O psicopedagogo desempenha uma função crucial no apoio às famílias de crianças com 
TEA, pois é responsável por oferecer uma abordagem educacional personalizada. Como destacam 
SELLA e RIBEIRO (2018), o psicopedagogo deve orientar os pais sobre como adaptar as práticas 
pedagógicas em casa, de modo que o ambiente familiar se torne um espaço de aprendizagem 
contínua e eficiente. Além disso, a orientação contínua envolve a realização de encontros regulares 
com os pais para discutir o progresso da criança, identificar dificuldades e ajustar as estratégias 
pedagógicas, sempre respeitando o ritmo de aprendizagem da criança. 
O neuropsicopedagogo, por sua vez, traz uma abordagem mais focada nas dificuldades 
cognitivas e no desenvolvimento neurológico da criança com TEA. Segundo BRASIL (2017), esse 
profissional desempenha um papel de intermediário entre os conhecimentos sobre o cérebro e as 
práticas pedagógicas. A orientação oferecida ao núcleo familiar, portanto, deve considerar a 
neuroplasticidade da criança e as estratégias mais eficazes para o desenvolvimento cognitivo e 
comportamental. O neuropsicopedagogo pode proporcionar treinamento para os pais, orientando-
os sobre como utilizar as habilidades de autorregulação emocional da criança e como promover a 
independência nas atividades diárias. 
O terapeuta ocupacional tem um papel fundamental no apoio às famílias, principalmente 
no que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades motoras e sensoriais das crianças com 
TEA. A orientação contínua à família permite que os pais compreendam como adaptar o ambiente 
domiciliar para minimizar as dificuldades sensoriais e promover a independência da criança nas 
atividades cotidianas. SCOTT (2006) explica que o terapeuta ocupacional pode orientar os pais 
sobre estratégias para lidar com questões como hipersensibilidade ou hipoatividade sensorial, além 
de proporcionar exercícios que incentivem a criança a realizar atividades de vida diária de forma 
mais autônoma. 
A psicomotricidade contribui para o desenvolvimento da coordenação motora global e do 
esquema corporal. O psicomotricista deve orientar os pais sobre como integrar atividades físicas e 
jogos que favoreçam o movimento e a percepção corporal da criança. O acompanhamento familiar 
é essencial, pois permite que os pais ofereçam um suporte contínuo e consistente. O 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 31 
 
psicomotricista também pode fornecer sugestões sobre como lidar com as dificuldades motoras no 
contexto escolar e social, favorecendo a integração e o desenvolvimento físico da criança. 
O psicólogo tem um papel fundamental na orientação das famílias, pois trata de questões 
emocionais e comportamentais que muitas vezes são um desafio para crianças com TEA. SELLA 
e RIBEIRO (2018) destacam que o psicólogo trabalha com os pais no desenvolvimento de 
estratégias para lidar com a ansiedade, frustrações e dificuldades de interação social da criança. O 
acompanhamento psicológico contínuo permite que os pais adquiram habilidades para lidar com 
as questões emocionais de seus filhos e ofereçam um ambiente mais tranquilo e acolhedor, tanto 
em casa quanto na escola. 
Cindi Carvalho Silva destaca que o fonoaudiólogo é responsável por trabalhar as 
dificuldades de comunicação e linguagem da criança com TEA. A orientação contínua oferecida 
aos pais deve focar no uso de sistemas alternativos e aumentativos de comunicação, como o PECs 
(Picture Exchange Communication System), que ajudam a criança a expressar suas necessidades e 
sentimentos de maneira mais eficaz. O fonoaudiólogo pode ensinar aos pais como aplicar essas 
técnicas em casa, garantindo que a comunicação seja promovida em diversos contextos, seja em 
situações sociais, escolares ou familiares. 
Existem outros terapeutas que desempenham um papel importante no apoio às famílias, 
como os fisioterapeutas, terapeutas comportamentais e musicoterapeutas, por exemplo. Esses 
profissionais devem trabalhar em conjunto com os outros membros da equipe terapêutica para 
garantir que as intervenções sejam coerentes e integradas. BRASIL (2017) enfatiza que a 
colaboração entre os diferentes terapeutas facilita a implementação de estratégias eficazes no 
contexto familiar e escolar, ajudando a criança a desenvolver as habilidades necessárias para sua 
inclusão e autonomia. 
O acompanhamento contínuo e a orientação às famílias são essenciais para garantir que 
as intervenções terapêuticas e educacionais sejam eficazes e que a criança com TEA tenha seu 
desenvolvimento potencializado. 
A integração das diferentes áreas do conhecimento, como psicopedagogia, 
neuropsicopedagogia, terapia ocupacional, psicomotricidade, psicologia e fonoaudiologia, 
favorece um tratamento holístico, onde cada profissional contribui com sua expertise para o 
sucesso do tratamento. 
O papel das famílias é fundamental nesse processo, e a capacitação contínua dos pais para 
lidar com as necessidades da criança em diversos contextos é uma estratégia poderosa para 
promover a inclusão e o desenvolvimento das crianças com TEA. 
 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 32 
 
3. CONCLUSÃO 
O acompanhamento integrado e contínuo realizado por uma equipe multidisciplinar é 
essencial para o desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A 
atuação de profissionais como psicopedagogos, neuropsicopedagogos, terapeutas ocupacionais, 
psicomotricistas, psicólogos e fonoaudiólogos no ambiente clínico proporciona um atendimento 
mais eficaz, pois cada especialista contribui com suas habilidades específicas para abordar as 
diversas necessidades que as crianças com TEA apresentam. 
 O trabalho conjunto entre esses profissionais não só aprimora as áreas cognitivas, 
motoras, emocionais, sociais e de linguagem, mas também favorece a inclusão escolar, ampliando 
as possibilidades de desenvolvimento e autonomia dessas crianças. 
A orientação contínua e personalizada às famílias é crucial para garantir que as 
intervenções terapêuticas sejam aplicadas de maneira eficaz em todos os contextos da vida da 
criança, sejam eles clínico, escolar ou domiciliar. 
O apoio familiar fortaleceo vínculo entre os profissionais e as famílias, proporcionando 
um ambiente mais acolhedor e estimulante para a criança. 
O acompanhamento multidisciplinar, aliado a um forte suporte familiar, é um fator 
decisivo para a melhoria significativa da qualidade de vida das crianças com TEA, promovendo 
não apenas a evolução de suas habilidades, mas também o seu bem-estar emocional e social. 
 
REFERÊNCIAS 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
BARANEK, G. T. Efficacy of sensory and motor interventions of children with autism. 
Journal of Autism and Developmental Disorders, 2002. p. 397-422. 
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas 
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. 
BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em 
Psicologia e regulamenta a profissão de Psicólogo. 
BRASIL. Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975. Cria o Conselho Federal e os Conselhos 
Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e dá outras providências. 
BRASIL. Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981. Dispõe sobre a regulamentação da profissão 
de Fonoaudiólogo, e determina outras providências. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 33 
 
BRASIL. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá 
outras providências. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da 
Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece 
diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde 
(SUS). 
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: Crescimento e desenvolvimento. Cadernos 
de Atenção Básica (nº 33). Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com 
Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Especializada e Temática. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do 
espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de 
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação 
precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2016. 
CASE-SMITH, J.; ARBESMAN, M. Evidence-based review of interventions for autism used 
in or of relevance to occupational therapy. American Journal of Occupational Therapy, 2008. 
p. 416-429. 
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Resolução nº 425, 
de 08 de julho de 2013. Estabelece o Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional. 
Brasília, 2013. 
CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA. Resolução CFFA nº 640, de 3 de 
dezembro de 2021. Dispõe sobre a aprovação da atualização do Código de Ética da 
Fonoaudiologia e dá outras providências. Brasília, 2021. 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP nº 010, de 27 de agosto de 2005. 
Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005. 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 17, de 19 de julho de 2022. Dispõe 
acerca de parâmetros para práticas psicológicas em contextos de atenção básica, secundária e 
terciária de saúde. Brasília, 2022. 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 23, de 13 de outubro de 2022. 
Institui condições para concessão e registro de psicóloga e psicólogo especialistas; reconhece as 
especialidades da Psicologia e revoga as Resoluções CFP nº 13, de 14 de setembro de 2007; nº 3, 
de 5 de fevereiro de 2016; nº 18, de 5 de setembro de 2019. Brasília, 2022. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 34 
 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 31, de 15 de dezembro de 2022. 
Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da 
psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI 
e revoga a Resolução CFP nº 09/2018. Brasília, 2022. 
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 6, de 29 de março de 2019. Institui 
regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício 
profissional e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a Resolução 
CFP nº 04/2019. Brasília, 2019. 
CHIAVERINI, D. H. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília, DF: Ministério 
da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011. 
DIAS, I. S.; CORREIA, S.; MARCELINO, P. Desenvolvimento na primeira infância: 
características valorizadas pelos futuros educadores de infância. Revista Eletrônica de 
Educação, v. 7, n. 3, 2013. 
FERNANDES, F. D. M. Sugestões de procedimentos terapêuticos de linguagem em distúrbios 
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ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond. 75 Jogos e brincadeiras na aprendizagem do autista. 
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ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond. Construção do processo de aprendizagem do autista. 
O autista e a interação lúdica. 2009. Disponível em: https://lepedi-ufrrj.com.br/Rotina-de-
Autista. Acesso em: 10 jan. 2025. 
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond. Sugestões descritivas para os processos de progresso 
e regresso da pessoa autista. Lepedi UFRRJ. Disponível em: https://lepedi-ufrrj.com.br. Acesso 
em: 10 jan. 2025. 
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond. Grandezas e medidas para autistas. WordPress, 2014. 
Disponível em: https://jucienebertoldo.wordpress.com/2014/03/grandezas-e-medidas-para-
autistas-2/. Acesso em: 16 jan. 2025. 
ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond. Técnica para desenvolver a leitura da pessoa com 
autismo. WordPress, 2014. Disponível em: ttps://jucienebertoldo.wordpress.com/2014/03/tecnica-
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PARANÁ. SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE. Linha de Cuidado à Saúde da Pessoa 
com Deficiência: Rede de Atenção à Saúde do Paraná. 1. ed. Curitiba, 2013. 
SCOTT, J. B. American Occupational Therapy Association Fact Sheet: Occupational 
therapy’s Role with Autism. Bethesda, MD: American Occupational Therapy Association, Inc., 
2006. 
SELLA, A. C.; RIBEIRO, D. M. Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do 
Espectro Autista. 1. ed. Curitiba: Editora Appris, 2018.e global, habilidades fundamentais para 
a realização de atividades cotidianas. 
O psicomotricista, por sua vez, atua especificamente no desenvolvimento da coordenação 
motora global e no esquema corporal. Esse profissional trabalha para melhorar a integração 
sensório-motora, essencial para o equilíbrio e a realização de tarefas do cotidiano, como caminhar, 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 4 
 
correr e manipular objetos (BRASIL, 2014). O trabalho conjunto de psicomotricistas e terapeutas 
ocupacionais é particularmente eficaz no desenvolvimento motor das crianças com TEA. 
O psicólogo também desempenha um papel fundamental no tratamento, abordando 
questões emocionais e sociais que afetam diretamente a criança com TEA. As dificuldades na 
comunicação e na interação social podem resultar em distúrbios emocionais, como ansiedade e 
depressão, especialmente à medida que a criança cresce. 
O psicólogo utiliza técnicas de terapia cognitivo-comportamental e outras abordagens 
para ajudar as crianças a desenvolverem habilidades de enfrentamento, além de trabalharem com 
os pais para promover o entendimento das necessidades emocionais e comportamentais da criança 
(BRASIL, 2014). 
O fonoaudiólogo é essencial na intervenção voltada para a comunicação. Muitas crianças 
com TEA apresentam atrasos no desenvolvimento da linguagem e dificuldades em estabelecer 
uma comunicação efetiva, seja verbal ou não-verbal. A atuação do fonoaudiólogo visa melhorar a 
comunicação das crianças, utilizando estratégias que favorecem tanto a linguagem expressiva 
quanto a receptiva, além de intervenções voltadas para o desenvolvimento da fala e da 
compreensão (BRASIL, 2014). 
A eficácia das intervenções no tratamento do TEA não depende apenas da atuação isolada 
de cada especialista, mas da colaboração entre esses profissionais. 
A sinergia entre psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, psicomotricistas, psicólogos e 
fonoaudiólogos proporciona uma visão integrada e holística do desenvolvimento infantil, o que 
resulta em intervenções mais eficazes e personalizadas (BARANEK, 2002). Essa abordagem 
conjunta não apenas favorece a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, mas também 
facilita a inclusão escolar e social. 
O apoio e a orientação da equipe multidisciplinar às famílias são fundamentais para 
garantir que o tratamento seja eficaz também no ambiente doméstico e escolar, contribuindo para a 
continuidade do processo terapêutico. As orientações consistentes ajudam os pais a 
compreenderem melhor as necessidades de seus filhos e a implementarem estratégias em casa que 
reforçam o que foi trabalhado no ambiente clínico (BRASIL, 2015). 
O acompanhamento multidisciplinar tem um impacto significativo nas habilidades 
sociais, motoras e cognitivas das crianças com TEA. Ao integrar diferentes áreas do conhecimento 
e abordar o desenvolvimento infantil de maneira abrangente, os profissionais criam um ambiente 
acolhedor e adaptado às particularidades de cada criança, impulsionando seu desenvolvimento e 
qualidade de vida. A abordagem multidisciplinar é uma importante ferramenta para promover a 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 5 
 
inclusão escolar das crianças com TEA, o que contribui para sua integração social e melhora sua 
autoestima (BRASIL, 2001). 
O acompanhamento de uma equipe multidisciplinar no tratamento de crianças com 
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é fundamental para o desenvolvimento global dessas 
crianças. 
A colaboração entre profissionais de diferentes áreas permite intervenções mais eficazes, 
personalizadas e holísticas, que atendem às necessidades específicas de cada criança. Ao 
promover uma abordagem integrada, respeitando as características individuais, essa prática não só 
favorece a inclusão escolar, como também promove avanços significativos nas habilidades sociais, 
motoras e cognitivas das crianças com TEA. 
O trabalho em conjunto entre os profissionais da equipe multidisciplinar e a família da 
criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) desempenha um papel fundamental na eficácia 
do tratamento e no bem-estar da criança. A participação ativa da família não só garante a 
continuidade das intervenções terapêuticas em diferentes contextos, como também reforça a 
importância de uma abordagem holística e integrada, que considera as necessidades e 
peculiaridades do indivíduo em todos os aspectos da sua vida. 
Ao fornecer orientação e suporte contínuo, os profissionais ajudam as famílias a 
compreenderem melhor as especificidades do TEA e a aplicarem estratégias terapêuticas em casa 
e na escola, criando uma continuidade no processo de intervenção. Isso é crucial, uma vez que as 
crianças com TEA frequentemente enfrentam desafios relacionados à comunicação, interação 
social, habilidades motoras e comportamentais, que podem variar ao longo do tempo e exigir 
adaptações constantes. A família, ao ser capacitada a lidar com essas questões, torna-se uma 
extensão do trabalho realizado pelos profissionais, criando um ambiente de aprendizado contínuo 
e adaptado às necessidades da criança. 
Ao fortalecer o vínculo entre a equipe terapêutica e a família, o trabalho conjunto 
contribui para o desenvolvimento da confiança e da colaboração mútua, o que é essencial para o 
sucesso do tratamento. A família, ao estar alinhada com as orientações da equipe, sente-se mais 
preparada para enfrentar os desafios do dia a dia e mais confiante em suas decisões em relação ao 
cuidado e à educação da criança. Esse envolvimento positivo tem um impacto direto na autoestima 
e no bem-estar emocional da criança, que se sente mais segura e apoiada em seu ambiente 
familiar. 
Em contextos diversos, como o familiar, escolar e social, a continuidade do tratamento é 
favorecida quando os pais e responsáveis aplicam as estratégias ensinadas pelos profissionais, 
adaptando-as às situações cotidianas. Isso garante que os ganhos alcançados em terapias e 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 6 
 
intervenções clínicas sejam reforçados no dia a dia da criança, ajudando-a a generalizar as 
habilidades aprendidas e promovendo seu desenvolvimento de maneira mais efetiva, a interação 
constante entre os terapeutas e a família também permite ajustes rápidos nas intervenções, 
conforme a evolução da criança e suas necessidades específicas. 
Hevelin Katana Farias Ribeiro, mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista 
(TEA) e nubente advogada, destaca a importância do acompanhamento de profissionais como 
psicopedagogos, neuropsicopedagogos, terapeutas ocupacionais, psicomotricistas, psicólogos, 
fonoaudiólogos e outros especialistas, pois reconhece que cada um desses profissionais 
desempenha um papel essencial no desenvolvimento e adaptação da criança ao mundo, 
proporcionando-lhe a oportunidade de superação de barreiras e o auxílio necessário para que possa 
conquistar autonomia, habilidades sociais e emocionais, além de integrar-se plenamente no 
ambiente clínico, escolar e familiar. 
Tatiana Coelho enfatiza que o acompanhamento integrado de uma equipe multidisciplinar 
é crucial para promover a inclusão efetiva das crianças com TEA, considerando as diferentes 
abordagens terapêuticas e como elas se complementam para um tratamento mais eficaz, onde o 
psicopedagogo, o neuropsicopedagogo, o terapeuta ocupacional, o psicomotricista, o psicólogo e o 
fonoaudiólogo, juntos, promovem o desenvolvimento cognitivo, motor, sensorial, emocional e de 
comunicação da criança, assegurando que ela seja bem apoiada em cada fase de seu crescimento. 
Tatiani Bonfim Bianchini afirma que o envolvimento de profissionais especializados no 
tratamento das crianças com TEA no ambiente clínico é fundamental para que cada área do 
desenvolvimento da criança seja tratada de maneira cuidadosa e personalizada, sendo os 
psicopedagogos responsáveis por ajudarna superação das dificuldades de aprendizagem, os 
terapeutas ocupacionais promovendo a independência funcional, os psicomotricistas trabalhando a 
coordenação motora, os psicólogos e fonoaudiólogos auxiliando na construção das habilidades 
emocionais e de comunicação, tudo isso permitindo que a criança atinja seu potencial máximo. 
Thamirys Patricia Ramos da Costa ressalta que a atuação de uma equipe multidisciplinar 
com profissionais como psicopedagogos, neuropsicopedagogos, terapeutas ocupacionais, 
psicomotricistas, psicólogos e fonoaudiólogos não só garante um atendimento completo às 
diversas necessidades de uma criança com TEA, mas também cria um ambiente terapêutico de 
apoio e confiança, onde cada aspecto do desenvolvimento da criança é compreendido e tratado de 
forma integrada, promovendo avanços significativos tanto no âmbito social, acadêmico quanto 
emocional da criança. 
Wanessa Delgado Silva Ronque compartilha que a colaboração de diversos profissionais, 
como psicopedagogos, neuropsicopedagogos, terapeutas ocupacionais, psicomotricistas, 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 7 
 
psicólogos e fonoaudiólogos, é essencial no processo de tratamento das crianças com TEA, uma 
vez que cada especialidade contribui de maneira única para a evolução das crianças, oferecendo 
uma abordagem holística e personalizada, fundamental para que estas possam enfrentar os 
desafios diários, desenvolver suas habilidades e conquistar uma vida com mais qualidade e 
inclusão. 
A participação ativa da família também proporciona uma visão mais completa do 
comportamento e das dificuldades da criança em diferentes ambientes, o que pode enriquecer o 
trabalho dos profissionais e resultar em um tratamento mais personalizado. Em contextos 
escolares, a colaboração entre pais, professores e terapeutas é essencial para a criação de um 
ambiente inclusivo e adaptado, que respeite as limitações da criança, ao mesmo tempo em que a 
estimula a desenvolver novas habilidades sociais e acadêmicas. 
Ao garantir que as famílias estejam bem informadas, envolvidas e capacitadas para lidar 
com as necessidades da criança com TEA, o trabalho conjunto também promove um aumento 
significativo na qualidade de vida da criança. 
A interação contínua e o suporte da família em todos os momentos da vida da criança 
favorecem o desenvolvimento de uma rede de apoio sólida, que facilita a adaptação da criança em 
diversos contextos e a integração social e escolar, promovendo seu bem-estar geral e autoestima. 
2.1 INTEGRAÇÃO MULTIDISCIPLINAR: A importância de uma abordagem integrada entre 
os diferentes profissionais para tratar as necessidades diversas das crianças com TEA, 
promovendo intervenções mais eficazes e completas. 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental 
caracterizada por dificuldades na comunicação, nas interações sociais e na presença de 
comportamentos repetitivos, o que demanda uma abordagem terapêutica especializada e 
diversificada. O tratamento do TEA requer uma intervenção multidisciplinar, pois as necessidades 
de uma criança com esse transtorno são variadas, abrangendo aspectos motores, emocionais, 
cognitivos e sociais. A integração entre diferentes áreas de conhecimento, como a psicopedagogia, 
a terapia ocupacional, a psicomotricidade, a psicologia e a fonoaudiologia, é essencial para 
promover intervenções eficazes e completas, considerando as múltiplas facetas do 
desenvolvimento infantil. 
A importância do trabalho conjunto é enfatizada pela Linha de Cuidado para a Atenção 
às Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo desenvolvida pelo Ministério da Saúde, que 
destaca a necessidade de uma rede de cuidados integrada e articulada entre os diversos 
profissionais que atendem crianças com TEA. Segundo o documento, "a atenção deve ser 
organizada de forma que possibilite o acesso da pessoa com TEA a cuidados contínuos e de 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 8 
 
qualidade, com envolvimento de uma equipe multiprofissional capacitada" (BRASIL, 2015, p. 
14). Essa abordagem garante que cada aspecto do desenvolvimento da criança seja tratado de 
forma específica, respeitando as peculiaridades de cada indivíduo, promovendo, assim, avanços 
significativos. 
Cada membro da equipe multidisciplinar tem um papel fundamental na intervenção com 
crianças com TEA. O psicopedagogo, por exemplo, é responsável por diagnosticar e intervir nas 
dificuldades de aprendizagem, buscando desenvolver estratégias que favoreçam a adaptação da 
criança ao ambiente escolar (BRASIL, 2016). Já o neuropsicopedagogo atua no entendimento dos 
processos cognitivos, facilitando o aprendizado por meio de atividades que estimulam a memória, 
atenção e outras funções executivas essenciais (CASE-SMITH; ARBESMAN, 2008). A terapia 
ocupacional é outro componente essencial nesse cenário, focando no desenvolvimento de 
habilidades motoras e na promoção da independência nas atividades diárias, o que é fundamental 
para a construção de uma rotina funcional e adaptada às necessidades da criança com TEA 
(CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, 2013). 
No que diz respeito à psicomotricidade, o psicomotricista tem como principal objetivo a 
promoção da coordenação motora e o desenvolvimento do esquema corporal da criança, áreas 
frequentemente comprometidas em crianças com TEA. A estimulação adequada dessas áreas 
favorece a adaptação da criança ao seu ambiente físico e social, melhorando sua capacidade de 
interação e comunicação (BRASIL, 2016). O psicólogo, por sua vez, trabalha questões emocionais 
e comportamentais, abordando desafios relacionados à regulação emocional, autoestima e 
interações sociais (CASE-SMITH; ARBESMAN, 2008). Por fim, o fonoaudiólogo atua na 
melhoria das habilidades de comunicação, promovendo a linguagem expressiva e receptiva da 
criança, aspecto fundamental para que ela consiga se comunicar adequadamente com os outros 
(BRASIL, 2015). 
Essas abordagens não apenas atendem às necessidades individuais de cada criança, mas 
também se complementam, criando uma rede de suporte que favorece o desenvolvimento global 
da criança com TEA. A interação entre os profissionais resulta em um cuidado mais abrangente, 
uma vez que permite que o atendimento seja coordenado e personalizado, adaptado às 
especificidades de cada caso. A sinergia entre essas diferentes áreas do conhecimento permite 
intervenções mais eficazes, ao considerar a criança de forma holística, respeitando suas 
necessidades cognitivas, emocionais, motoras e sociais (BRASIL, 2015). 
O acompanhamento de uma equipe multidisciplinar fortalece também o papel da família 
no processo terapêutico. Como observado por Case-Smith e Arbesman (2008), é fundamental que 
os pais e familiares estejam integrados no processo de intervenção, recebendo orientações que 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 9 
 
favoreçam a continuidade do tratamento e a implementação de estratégias em casa. Esse 
envolvimento familiar é essencial para garantir que as intervenções realizadas no ambiente clínico 
sejam efetivas também no contexto familiar e escolar, favorecendo a generalização das habilidades 
adquiridas pela criança em diferentes ambientes. 
A atuação conjunta de profissionais também proporciona a inclusão da criança com TEA 
em diferentes contextos, sendo o ambiente escolar um dos principais desafios para essas crianças. 
O acompanhamento terapêutico especializado facilita a adaptação das crianças ao ambiente 
educacional, promovendo a inclusão de forma eficiente e garantindo que elas tenham acesso a uma 
educação de qualidade. A personalização do atendimento, realizada através da colaboração entre 
os profissionais, permite que a criança desenvolva suas habilidades sociais, motoras, cognitivas e 
de comunicação, melhorando, assim, sua qualidade de vida (BRASIL,2016). 
A integração entre os diversos profissionais que atuam no tratamento de crianças com 
TEA não é apenas uma questão de complementariedade, mas sim uma estratégia indispensável 
para garantir que as crianças recebam cuidados completos e contínuos. 
A combinação das abordagens terapêuticas permite que as intervenções sejam mais 
eficazes, respeitando as particularidades de cada criança e promovendo seu desenvolvimento de 
forma plena, abrangente e integrada. 
2.2 O DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS: O papel do 
psicopedagogo e neuropsicopedagogo na criação de estratégias de aprendizagem personalizadas 
que favoreçam a inclusão escolar e superação de barreiras educacionais. 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta o 
desenvolvimento da criança, impactando diretamente suas habilidades cognitivas, sociais e 
comportamentais. Dada a diversidade de manifestações dessa condição, o desenvolvimento de 
estratégias educacionais personalizadas torna-se essencial para garantir a inclusão escolar efetiva e 
a superação das barreiras educacionais enfrentadas por essas crianças. Nesse contexto, os 
profissionais da psicopedagogia e da neuropsicopedagogia desempenham papéis fundamentais, 
uma vez que ambos buscam otimizar os processos de aprendizagem, proporcionando abordagens 
individualizadas e adaptadas às necessidades de cada criança com TEA. 
A psicopedagogia é um campo que integra conhecimentos da psicologia e da educação, 
com o objetivo de promover a aprendizagem. De acordo com a Resolução nº 17, de 19 de julho de 
2022, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), o psicólogo educacional tem a responsabilidade 
de apoiar o desenvolvimento da criança no contexto escolar, trabalhando tanto na identificação de 
dificuldades quanto no aprimoramento das capacidades cognitivas, emocionais e sociais do aluno 
(CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2022). No caso de crianças com TEA, o 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 10 
 
psicopedagogo adota estratégias que consideram as características individuais da criança, como 
suas dificuldades de comunicação, socialização e comportamento, ajustando o ambiente 
educacional de maneira que favoreça a aprendizagem e a inclusão. 
O neuropsicopedagogo, por sua vez, alia os conhecimentos da neurociência à 
psicopedagogia, abordando mais diretamente os aspectos cerebrais e cognitivos do 
desenvolvimento. Como afirmado pela Resolução nº 23, de 13 de outubro de 2022, do Conselho 
Federal de Psicologia (CFP), os neuropsicopedagogos são profissionais capacitados para atuar na 
análise das funções cognitivas, como memória, atenção, raciocínio lógico, entre outros, e 
promover intervenções que favoreçam a aprendizagem de maneira personalizada (CONSELHO 
FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2022). No contexto do TEA, o neuropsicopedagogo pode atuar 
identificando as funções cognitivas que necessitam de estimulação e criando atividades que 
ajudem a criança a superar dificuldades específicas, como a falta de foco ou a dificuldade em 
manter a atenção por períodos prolongados. 
O papel desses profissionais na educação das crianças com TEA é estratégico, pois eles 
auxiliam no desenvolvimento de abordagens pedagógicas que se ajustem ao ritmo e às 
necessidades cognitivas e emocionais da criança. 
O psicopedagogo, ao trabalhar em colaboração com o neuropsicopedagogo, pode 
desenvolver estratégias como o uso de imagens, atividades sensoriais, jogos interativos e outras 
ferramentas pedagógicas que incentivem a aprendizagem por meio da experiência prática e da 
exploração sensorial. 
A integração de metodologias diversificadas garante que a criança com TEA tenha acesso 
a oportunidades de aprendizagem adequadas, respeitando suas limitações, mas também 
incentivando seu potencial. 
De acordo com a Resolução nº 31, de 15 de dezembro de 2022, do Conselho Federal de 
Psicologia (CFP), a colaboração entre psicopedagogos, neuropsicopedagogos, professores e outros 
profissionais da educação, como fonoaudiólogos e psicólogos, é fundamental para garantir a 
inclusão escolar. A construção de um ambiente educacional inclusivo exige a compreensão das 
necessidades individuais das crianças e a implementação de estratégias que permitam o 
aprendizado de maneira efetiva, garantindo que todas as crianças, independentemente de suas 
dificuldades, possam acessar o conteúdo curricular de forma equitativa (CONSELHO FEDERAL 
DE PSICOLOGIA, 2022). 
O trabalho do psicopedagogo e do neuropsicopedagogo no contexto escolar, portanto, não 
se limita apenas à adaptação do conteúdo curricular, mas também à criação de um ambiente que 
promova o bem-estar emocional e social da criança com TEA. Essas estratégias são essenciais não 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 11 
 
só para a superação de barreiras cognitivas, mas também para fortalecer as habilidades sociais e 
emocionais, promovendo o desenvolvimento global da criança. 
A colaboração entre os diversos profissionais envolvidos, incluindo fonoaudiólogos, 
psicólogos e terapeutas ocupacionais, é indispensável para o sucesso da inclusão escolar e para a 
formação de um ambiente que atenda às necessidades de todas as crianças. 
2.3 A PROMOÇÃO DA INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA: O trabalho do terapeuta 
ocupacional no desenvolvimento das habilidades motoras e sensoriais, visando aumentar a 
independência da criança nas atividades do dia a dia. 
O trabalho do terapeuta ocupacional é fundamental no contexto do Transtorno do 
Espectro Autista (TEA), especialmente no que se refere ao desenvolvimento das habilidades 
motoras e sensoriais, com o objetivo de aumentar a independência e autonomia da criança nas 
atividades cotidianas. 
A intervenção precoce e contínua, coordenada por terapeutas ocupacionais, busca adaptar 
o ambiente e as atividades de forma que a criança com TEA possa desempenhar suas tarefas 
diárias com o máximo de independência possível. Segundo Chiaverini (2011), a terapia 
ocupacional visa trabalhar as capacidades de organização sensorial e motora, essenciais para que a 
criança tenha autonomia em suas atividades do cotidiano. 
Em crianças com TEA, a percepção sensorial e a coordenação motora podem ser 
prejudicadas, dificultando atividades simples, como vestir-se, alimentar-se ou interagir com os 
outros. A partir de uma análise detalhada das dificuldades individuais da criança, o terapeuta 
ocupacional planeja e implementa estratégias de intervenção que trabalham essas habilidades, 
promovendo o desenvolvimento de funções essenciais para a vida independente (DIAS; 
CORREIA; MARCELINO, 2013). O trabalho do terapeuta ocupacional é estruturado para 
promover o aprendizado de habilidades motoras finas e grossas, como pegar objetos, controlar os 
movimentos do corpo, caminhar e correr, além de lidar com estímulos sensoriais de forma mais 
eficaz. 
O terapeuta ocupacional também tem um papel crucial na modulação sensorial, visto que 
crianças com TEA frequentemente enfrentam dificuldades em processar estímulos sensoriais de 
forma adequada, apresentando hipersensibilidade ou hipossensibilidade. A intervenção ocupa-se 
da organização sensorial, permitindo que a criança desenvolva uma maior habilidade para lidar 
com os diferentes estímulos ambientais, como sons, toques e luzes. Para isso, o terapeuta utiliza 
diferentes abordagens, como o uso de materiais e atividades que promovem a estimulação 
sensorial controlada e progressiva. A combinação de atividades motoras e sensoriais no contexto 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 12 
 
terapêutico ajuda a criança a desenvolver uma percepção mais equilibrada e controlada do seu 
corpo e do ambiente, aumentando sua confiança nas atividades diárias (FERNANDES, 2003). 
O objetivo final da terapia ocupacional, conforme o Conselho Federal de Psicologia 
(2019), é promover uma maior autonomia e qualidade devida para a criança com TEA, 
capacitando-a para que possa desempenhar suas tarefas diárias com mais liberdade e menos 
dependência de outros. Esse processo se dá por meio da criação de uma abordagem 
individualizada que respeita as características sensoriais e motoras de cada criança, buscando 
sempre uma intervenção personalizada. O terapeuta ocupacional, portanto, trabalha para que a 
criança alcance um maior grau de independência, criando estratégias específicas que possibilitam 
a ela participar ativamente de sua vida cotidiana, seja em casa, na escola ou em outros contextos 
sociais (CHIAVERINI, 2011). 
Essa abordagem integrativa não apenas proporciona a melhoria nas habilidades motoras e 
sensoriais, mas também colabora diretamente para a inclusão da criança em diversos ambientes, 
principalmente no escolar, onde ela pode interagir com seus pares de maneira mais eficiente e 
independente. O trabalho do terapeuta ocupacional vai além da intervenção clínica; ele se estende 
à orientação da família e da escola, garantindo que os suportes necessários sejam oferecidos para 
que a criança tenha as condições ideais para seu desenvolvimento. 
O trabalho do terapeuta ocupacional no contexto do TEA é essencial para promover a 
independência da criança nas atividades diárias. Ao focar no desenvolvimento das habilidades 
motoras e sensoriais, esse profissional contribui significativamente para que a criança tenha uma 
vida mais autônoma, interagindo de forma mais eficiente e equilibrada com o mundo ao seu redor. 
O acompanhamento de profissionais como psicopedagogos, neuropsicopedagogos, 
terapeutas ocupacionais, psicomotricistas, psicólogos, fonoaudiólogos e outros terapeutas 
especializados é crucial para o tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
A colaboração entre esses profissionais permite uma abordagem integrada que atende às diversas 
necessidades da criança, promovendo seu desenvolvimento de forma holística e eficaz. A 
interação de diferentes saberes no ambiente clínico contribui para superar barreiras, promovendo 
avanços significativos nas áreas emocional, social, cognitiva e comportamental das crianças com 
TEA. 
Conforme ressaltado pelo Conselho Federal de Psicologia (2019), o trabalho integrado 
de profissionais com competências distintas no cuidado de crianças com TEA é fundamental para 
garantir que a abordagem terapêutica seja ajustada às necessidades de cada indivíduo, respeitando 
os limites e potencialidades apresentados pela criança. Essa abordagem multidisciplinar assegura a 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 13 
 
aplicação de práticas e estratégias que favorecem a inclusão escolar e social da criança, 
contribuindo para o aumento de sua autonomia e qualidade de vida. 
De acordo com Ischkalian (2009), em sua obra 75 Jogos e Brincadeiras na Aprendizagem 
do Autista, enfatiza a importância do uso de jogos e atividades lúdicas como ferramentas 
terapêuticas que estimulam o aprendizado, a socialização e a comunicação das crianças com TEA. 
A autora aponta que a interação lúdica permite a criança experimentar o mundo de maneira segura 
e controlada, ajudando-a a desenvolver habilidades cognitivas e motoras que são essenciais para 
sua inclusão escolar e social. 
Em outro estudo, A Construção do Processo de Aprendizagem do Autista, Ischkalian 
(2009) realizado no Paraguay, Argentina, Peru e Colômbia a autora aborda o papel fundamental da 
interação lúdica no desenvolvimento da criança com TEA, destacando que essa interação não 
apenas favorece a aprendizagem, mas também facilita o entendimento e o manejo das emoções e 
comportamentos das crianças. A autora defende que o trabalho conjunto entre diferentes áreas da 
terapia, como a psicologia, a fonoaudiologia e a psicopedagogia, é imprescindível para o sucesso 
do tratamento e para o desenvolvimento integral da criança. 
A inclusão dessas práticas no ambiente clínico fortalece a rede de apoio à criança, 
proporcionando a ela uma abordagem terapêutica que respeita suas necessidades e promove o seu 
crescimento e desenvolvimento em diversas esferas de sua vida. 
2.4 A MELHORIA DA COORDENAÇÃO MOTORA: O impacto da psicomotricidade no 
desenvolvimento da coordenação motora global, esquema corporal e no controle de movimentos 
essenciais para a realização de atividades cotidianas. 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é frequentemente associado a dificuldades na 
coordenação motora e no controle dos movimentos, aspectos fundamentais para a realização de 
atividades cotidianas e para a integração social das crianças afetadas. 
O trabalho de psicomotricidade tem um papel crucial no desenvolvimento da 
coordenação motora global e no esquema corporal dessas crianças. 
O psicomotricista atua diretamente nessas dificuldades, por meio de atividades que visam 
melhorar o controle postural, a percepção do corpo no espaço e a execução de movimentos 
coordenados, fatores essenciais para a autonomia e independência. 
A psicomotricidade pode, assim, ajudar a criança com TEA a melhorar sua capacidade de 
realizar tarefas simples do dia a dia, como se vestir, comer e brincar, promovendo, ao mesmo 
tempo, uma maior confiança em suas habilidades motoras, o impacto da psicomotricidade vai 
além da execução de tarefas físicas, também favorecendo o desenvolvimento emocional e social 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 14 
 
da criança, ao proporcionar uma forma de expressão corporal que é fundamental para a 
comunicação e interação com os outros. 
Scott (2006), ao abordar a importância da terapia ocupacional no contexto do autismo, 
destaca como o desenvolvimento de habilidades motoras pode facilitar a adaptação da criança ao 
ambiente escolar e social. Segundo a autora, a terapia ocupacional pode ser uma abordagem 
valiosa na promoção da coordenação motora, garantindo que a criança tenha as ferramentas 
necessárias para desempenhar atividades que são cotidianamente esperadas, tanto em casa quanto 
na escola. 
Sellar e Ribeiro (2018), por sua vez, discutem a relevância da análise do comportamento 
aplicada (ABA) no tratamento de crianças com TEA, ressaltando que a combinação de abordagens 
comportamentais e psicomotoras tem um impacto positivo no desenvolvimento motor dessas 
crianças. A integração entre a psicomotricidade e a análise do comportamento permite um 
acompanhamento mais eficaz, no qual são trabalhadas não só as questões motoras, mas também as 
questões comportamentais que afetam a execução de movimentos. 
A psicomotricidade desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das 
habilidades motoras de crianças com TEA, contribuindo para a melhoria da coordenação motora 
global, do esquema corporal e, consequentemente, da realização de atividades cotidianas. 
A colaboração entre terapeutas ocupacionais, psicomotricistas e outros profissionais da 
saúde é essencial para o sucesso do tratamento, garantindo que cada criança tenha as condições 
necessárias para seu desenvolvimento integral. 
Os professores de Educação Física José Maria Oliveira Araújo Júnior e Rita Cristina 
Guimarães de Almeida, em suas abordagens sobre a psicomotricidade, ressaltam sua importância 
fundamental para o desenvolvimento global de crianças e jovens, especialmente aqueles que 
enfrentam dificuldades motoras ou comportamentais. A psicomotricidade, que integra aspectos 
físicos, cognitivos e emocionais do indivíduo, é essencial para a melhoria das habilidades motoras, 
a percepção corporal e a interação social, sendo uma ferramenta poderosa no contexto do 
Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
Araújo Júnior e Almeida destacam, ainda, que as práticas esportivas diárias 
desempenham um papel significativo na promoção do desenvolvimento motor e social, ao atuar 
como uma estratégia eficaz para combater estereotipias comuns em crianças com TEA. Essas 
práticas oferecem oportunidades para que as criançasse engajem em atividades que favoreçam a 
coordenação motora, o trabalho em equipe e a comunicação, ao mesmo tempo em que 
proporcionam um ambiente mais estruturado para a socialização. O esporte, em especial, torna-se 
uma poderosa ferramenta para integrar e estimular a criança no desenvolvimento de habilidades 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 15 
 
cognitivas e sociais, além de contribuir para a redução de comportamentos repetitivos, típicos do 
espectro autista. 
O trabalho com esportes e atividades psicomotoras não apenas ajuda a sanar estereotipias, 
mas também amplia o desenvolvimento social dessas crianças, criando um ambiente de interação 
com outras crianças e possibilitando o aprendizado de normas sociais e comportamentais. Dessa 
forma, Araújo Júnior e Almeida ressaltam que a psicomotricidade, aliada à prática de atividades 
físicas, oferece uma abordagem integrada e eficaz para o desenvolvimento global de crianças e 
jovens com TEA, promovendo não só melhorias no campo motor, mas também na esfera 
emocional e social. 
Esses professores reforçam que, ao incorporar a psicomotricidade no currículo escolar e 
nas atividades cotidianas das crianças, promove-se uma abordagem holística do desenvolvimento 
infantil, que vai além do aprendizado acadêmico, abrangendo a formação de uma criança mais 
equilibrada, com maiores habilidades para interagir e participar ativamente da sociedade. 
2.5 O APOIO EMOCIONAL E SOCIAL: O papel do psicólogo no suporte emocional, 
trabalhando questões relacionadas à autoestima, ansiedade, e desafios sociais que as crianças com 
TEA frequentemente enfrentam. 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por um conjunto de desafios que 
afetam as áreas da comunicação, interação social e comportamento, apresentando variações no 
grau de intensidade e nas manifestações dos sintomas. Entre as dificuldades mais comuns que as 
crianças com TEA enfrentam estão as questões emocionais e sociais, que exigem uma intervenção 
cuidadosa e especializada. Nesse contexto, o papel do psicólogo é fundamental para proporcionar 
apoio emocional, trabalhando diretamente com as questões de autoestima, ansiedade e desafios 
nas interações sociais. 
A abordagem psicológica busca, por meio de estratégias específicas, fortalecer a 
capacidade de enfrentamento da criança, melhorando sua qualidade de vida e sua inserção no 
contexto social e escolar. 
O psicólogo desempenha um papel essencial no suporte emocional às crianças com TEA, 
atuando no desenvolvimento da autoestima. Muitas vezes, as crianças com TEA podem 
experimentar dificuldades relacionadas à percepção de si mesmas, especialmente devido a 
comparações com outras crianças que não apresentam as mesmas limitações. O psicólogo, 
portanto, tem o papel de trabalhar a construção de uma identidade positiva, ressaltando as 
habilidades e características únicas de cada criança. Simone Helen Drumond Ischkianian, em sua 
obra Técnica para desenvolver a leitura da pessoa com autismo (2014), aponta a importância da 
adaptação de métodos de ensino e estímulos que favoreçam a valorização da individualidade e 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 16 
 
potencial da criança com TEA. A psicóloga deve criar um ambiente acolhedor, que permita ao 
indivíduo explorar e reconhecer suas próprias capacidades, ao mesmo tempo em que lida com as 
frustrações típicas do processo de aprendizagem. 
O psicólogo também tem um papel crucial no manejo da ansiedade, um sintoma 
recorrente entre as crianças com TEA. As dificuldades de comunicação e a incapacidade de 
compreender adequadamente o ambiente social podem gerar grande estresse e desconforto, 
resultando em comportamentos ansiosos ou até agressivos. O profissional deve identificar esses 
sinais de ansiedade e implementar estratégias terapêuticas para ajudar a criança a lidar com 
situações que causam desconforto, promovendo a autorregulação emocional. A linha de cuidado 
da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (2013) enfatiza a importância de incluir o apoio 
psicológico nos programas de atendimento às pessoas com deficiência, ressaltando que a 
ansiedade, quando não tratada adequadamente, pode agravar os sintomas do TEA e dificultar o 
processo de socialização e aprendizagem. 
No que diz respeito aos desafios sociais, o psicólogo trabalha diretamente com as 
dificuldades de interação e comunicação que as crianças com TEA frequentemente enfrentam. 
Essas crianças podem ter dificuldades em entender e responder adequadamente aos sinais sociais, 
como expressões faciais, tom de voz e posturas corporais. 
O apoio psicológico, nesse caso, visa trabalhar essas habilidades sociais, proporcionando 
ao paciente o desenvolvimento de estratégias que possibilitem uma melhor compreensão e 
interação com os outros. Por meio de terapias comportamentais e cognitivas, o psicólogo pode 
auxiliar a criança a se expressar de maneira mais eficaz e a responder de forma mais adaptativa às 
situações sociais, criando um ambiente de maior compreensão e inclusão. 
O psicólogo também tem um papel importante no trabalho com as famílias, ajudando os 
pais a lidar com o estresse e as dificuldades emocionais que podem surgir ao cuidar de uma 
criança com TEA. O apoio à família é essencial para garantir que o tratamento seja eficaz e 
sustentável, promovendo um ambiente familiar saudável e equilibrado. O psicólogo, portanto, 
deve não só atender à criança, mas também apoiar seus familiares, promovendo estratégias para 
melhorar a dinâmica familiar e aumentar a compreensão sobre o TEA. 
O apoio emocional e social fornecido pelo psicólogo é uma parte fundamental do 
tratamento das crianças com TEA. Ao trabalhar questões relacionadas à autoestima, ansiedade e 
interação social, o psicólogo contribui para o desenvolvimento emocional e social dessas crianças, 
proporcionando uma maior qualidade de vida e facilitando sua inclusão na sociedade. Estratégias 
adaptadas e individualizadas, conforme sugerido por especialistas como Ischkianian (2014) e o 
Ministério da Saúde do Paraná (2013), são essenciais para garantir que cada criança com TEA 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 17 
 
possa explorar seu potencial máximo, superando desafios e alcançando uma vida mais satisfatória 
e independente. 
2.6 O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: A atuação do 
fonoaudiólogo para tratar dificuldades de linguagem, expressão e comunicação, fundamentais para 
o processo de integração social da criança com TEA. 
O desenvolvimento da linguagem oral e escrita em crianças com Transtorno do Espectro 
Autista (TEA) é um dos maiores desafios na intervenção terapêutica, uma vez que muitas dessas 
crianças apresentam dificuldades significativas na comunicação, seja por falhas na expressão 
verbal, seja pela dificuldade de compreender as nuances da linguagem. Existem diversas técnicas 
de intervenção que podem ser aplicadas para promover o desenvolvimento da linguagem oral e 
escrita nessas crianças, com o objetivo de facilitar sua comunicação e socialização. A seguir, 
explicamos algumas dessas técnicas: 
 
2.6.1 ANÁLISE COMPORTAMENTAL APLICADA (ABA) 
A Análise Comportamental Aplicada (ABA) é uma das abordagens mais utilizadas no 
tratamento de crianças com TEA, com foco na modificação do comportamento e no aprendizado 
de novas habilidades, incluindo a linguagem. Na técnica ABA, o terapeuta utiliza reforços 
positivos para incentivar as respostas desejadas, seja na produção de sons, palavras ou frases. 
Reforço positivo: O terapeuta recompensa a criança com reforços imediatos, como 
elogios ou recompensas tangíveis, quando ela utiliza palavras ou frases corretamente. 
Modelagem: O terapeuta ensina palavras ou frases aos poucos, começando com uma 
aproximação e reforçando o progresso da criança até que ela consiga produzir a palavra ou frase 
completa. 
Discriminaçãoverbal: Ensina-se a criança a distinguir entre diferentes sons ou palavras, 
promovendo a identificação de palavras específicas para objetos ou ações. 
Essa técnica é muito eficaz para ajudar as crianças a aprenderem a linguagem de forma 
gradual e reforçada. 
 
2.6.2 PECS - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO POR TROCA DE FIGURAS 
O PECS (Picture Exchange Communication System) é uma abordagem visual baseada 
em imagens que ajuda as crianças com TEA a se comunicarem sem usar a fala. O sistema é 
especialmente útil para crianças não verbais ou com fala limitada, uma vez que oferece uma forma 
alternativa de comunicação, utilizando figuras para representar palavras e frases. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 18 
 
Troca de imagens: A criança aprende a trocar imagens ou cartões com figuras para pedir 
o que deseja, como comida, brinquedos ou atividades. 
Desenvolvimento progressivo: À medida que a criança se familiariza com o sistema, o 
uso de imagens vai se tornando mais complexo, passando de simples solicitações para frases 
completas. 
Foco na comunicação funcional: O PECS ajuda a criança a expressar suas necessidades 
de forma clara e eficaz, promovendo a socialização e a interação com outras pessoas. 
 
2.6.3 TÉCNICAS DE ENSINO DE LINGUAGEM DE SINAIS 
Em alguns casos, quando a criança apresenta dificuldades significativas para se expressar 
verbalmente, a linguagem de sinais pode ser uma alternativa útil. O uso de sinais permite à criança 
se comunicar de maneira não verbal, o que pode reduzir a frustração e melhorar as habilidades 
sociais. 
Sinais associados a palavras: A criança aprende a associar sinais (gestos) a palavras ou 
frases, o que facilita a compreensão e a expressão. 
Integração com a fala: A linguagem de sinais pode ser usada em conjunto com a fala, 
ajudando a criança a entender e a se expressar de formas alternativas enquanto desenvolve 
habilidades de linguagem verbal. 
 
2.6.4 ESTRATÉGIAS DE ENRIQUECIMENTO DA LINGUAGEM 
Essas técnicas envolvem a utilização de atividades lúdicas e interativas para enriquecer a 
experiência linguística da criança, incentivando-a a usar a linguagem para interagir e explorar seu 
ambiente. 
Leitura interativa: Ler livros com a criança e fazer perguntas sobre as imagens ou o 
enredo da história. Isso estimula a compreensão de palavras e frases e a construção de vocabulário. 
Modelagem verbal: O terapeuta ou cuidador repete ou amplia as palavras ditas pela 
criança, enriquecendo o discurso dela. Por exemplo, se a criança diz “bola”, o adulto pode 
responder “Sim, é uma bola vermelha”. 
Jogos de imitação: Os jogos de imitação ajudam a criança a aprender a usar palavras e 
frases no contexto de ações ou objetos, facilitando a aquisição de novas palavras e a compreensão 
de suas funções. 
 
2.6.5 MÉTODO DE PORTFÓLIO SHDI 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 19 
 
O Método de Portfólio SHDI, desenvolvido por Simone Helen Drumond Ischkianian, é 
uma abordagem individualizada que visa o acompanhamento progressivo do desenvolvimento da 
linguagem de crianças com TEA. Esse método utiliza um portfólio, onde o progresso da criança é 
registrado e monitorado, ajudando a adaptar as intervenções conforme suas necessidades e 
avanços. 
Avaliação contínua: O portfólio contém registros do desempenho da criança em várias 
áreas da linguagem, como vocabulário, compreensão e produção verbal, permitindo ao terapeuta 
ajustar a intervenção conforme o progresso. 
Planejamento personalizado: A abordagem foca em estratégias específicas para cada 
criança, respeitando seu ritmo de aprendizagem e as particularidades do seu desenvolvimento 
linguístico. 
 
2.6.6 TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO PRECOCE 
A estimulação precoce é uma abordagem que foca no desenvolvimento de habilidades de 
linguagem em crianças ainda muito jovens, antes mesmo da escolarização. Essa intervenção pode 
incluir atividades como jogos de imitação, estimulação de sons e palavras, e o uso de recursos 
visuais, como livros de figuras. 
Estímulos auditivos e visuais: A criança é exposta a sons, palavras e imagens, o que 
facilita a aquisição da linguagem. 
Estimulação através do brincar: Brincadeiras que envolvem o uso de palavras e frases 
ajudam a criança a associar as palavras ao contexto e a desenvolvê-las naturalmente. 
2.6.7 ESTRATÉGIAS DE ENSINO DE LEITURA E ESCRITA 
Quando a criança começa a desenvolver a linguagem oral, as técnicas para o ensino de 
leitura e escrita devem ser introduzidas gradualmente, usando métodos visuais e auditivos. 
Métodos fonológicos: Envolve a associação entre sons e letras, ajudando a criança a 
reconhecer palavras a partir de seus fonemas. 
Leitura compartilhada: Os livros são lidos em conjunto, com o adulto apontando as 
palavras e ajudando a criança a relacioná-las com as imagens. 
Uso de tecnologia: Aplicativos educacionais e jogos de computador podem ser utilizados 
para apoiar o desenvolvimento da leitura e da escrita, de forma lúdica e envolvente. 
As técnicas de desenvolvimento de linguagem oral e escrita para crianças com TEA 
devem ser individualizadas, levando em conta as necessidades específicas de cada criança. A 
combinação de abordagens, como o uso do PECS, a análise comportamental, técnicas de 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 20 
 
intervenção precoce e o Método de Portfólio SHDI, oferece um panorama abrangente para o 
desenvolvimento das habilidades linguísticas. O trabalho em conjunto entre profissionais, como 
psicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, é fundamental para 
promover o melhor desenvolvimento linguístico e social das crianças com TEA. 
A intervenção fonoaudiológica é crucial para ajudar as crianças com TEA a superar essas 
dificuldades, promovendo o desenvolvimento da linguagem expressiva e receptiva, além de 
melhorar a capacidade de interação com o mundo ao seu redor. 
O trabalho do fonoaudiólogo é amplo, envolvendo desde a estimulação das funções 
comunicativas básicas até o uso de recursos alternativos para facilitar a expressão, como o PECs 
(Sistema de Comunicação por Troca de Figuras) e as técnicas de trabalho com imagens. 
O Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECs) é uma ferramenta amplamente 
utilizada no contexto da fonoaudiologia para crianças com TEA. O PECs utiliza imagens para 
representar objetos, ações ou emoções, permitindo que a criança se comunique de maneira não 
verbal. Esse sistema é fundamental para crianças que não têm o desenvolvimento adequado da 
fala, proporcionando uma maneira eficiente de expressar necessidades, desejos e sentimentos. De 
acordo com a Lei nº 6.965 de 1981, que regulamenta a profissão de fonoaudiólogo, o profissional 
deve utilizar técnicas específicas para cada caso, levando em consideração as necessidades 
particulares de cada paciente. 
O PECs é uma dessas técnicas que, quando bem aplicada, pode ser transformadora no 
processo de comunicação da criança com TEA, oferecendo-lhe uma alternativa viável para 
interagir e se comunicar com os outros. Além dos métodos como o PECs, outra técnica importante 
é o Método de Portfólios SHDI, desenvolvido por Simone Helen Drumond Ischkianian (2012), 
que propõe um acompanhamento individualizado e progressivo do desenvolvimento da criança 
com TEA. 
A partir de um portfólio, o fonoaudiólogo pode acompanhar e registrar a evolução da 
criança em diversas áreas da comunicação, proporcionando uma visão ampla e detalhada do seu 
progresso. Esse método contribui para o desenvolvimento da linguagem de forma integrada, 
considerando as particularidades de cada criança e suas necessidades específicas. 
A metodologia do portfólio permite ao profissional educador terapeuta ajustar suas 
estratégias de intervenção conforme a resposta da criança, criando um plano de desenvolvimento 
que respeite o seu ritmo e facilite a aprendizagem. 
É importante destacarque o trabalho do fonoaudiólogo não se restringe apenas ao uso de 
sistemas alternativos de comunicação ou métodos pedagógicos como o SHDI. Ele também 
envolve um trabalho contínuo de estimulação das funções básicas de comunicação, como a 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 21 
 
articulação, a compreensão verbal e a expressão de sentimentos e necessidades. Crianças com 
TEA frequentemente apresentam dificuldades não apenas na produção da fala, mas também na 
interpretação de sinais sociais, como expressões faciais e entonação vocal, que são fundamentais 
para a comunicação eficaz. A atuação fonoaudiológica visa melhorar esses aspectos, favorecendo 
a inclusão social da criança, sua adaptação ao contexto escolar e, mais amplamente, sua interação 
no ambiente social. 
A atuação integrada do fonoaudiólogo é essencial para o desenvolvimento global da 
criança com TEA. Ela não apenas facilita a comunicação, mas também contribui para a construção 
de uma identidade social, promovendo interações mais adequadas e eficazes no contexto familiar, 
escolar e social. A utilização de ferramentas como o PECs e os portfólios SHDI, associadas a uma 
abordagem personalizada, é uma forma eficaz de garantir que a criança com TEA possa se 
expressar de maneira mais completa, respeitando suas necessidades e ampliando sua capacidade 
de integração. 
2.7 ATENÇÃO ÀS NECESSIDADES SENSORIAIS: A contribuição dos terapeutas 
ocupacionais para o desenvolvimento de estratégias que ajudam a criança a lidar com as 
dificuldades sensoriais típicas do TEA, como hipersensibilidade ou hipoatividade sensorial. 
As crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente enfrentam 
desafios significativos relacionados às suas percepções sensoriais. Muitas vezes, apresentam 
respostas atípicas a estímulos sensoriais que podem afetar seu comportamento e a capacidade de 
se envolver em atividades diárias. 
A contribuição dos terapeutas ocupacionais é essencial nesse processo, pois eles 
desenvolvem estratégias que auxiliam as crianças a lidar com essas dificuldades sensoriais. Esses 
profissionais identificam, avaliam e criam intervenções personalizadas para ajudar a criança a 
regular as respostas sensoriais, promovendo maior conforto e integração social (BRASIL, 2012; 
ISCHKANIAN, 2014). 
 
2.7.1 HIPERSENSIBILIDADE SENSORIAL 
A hipersensibilidade sensorial refere-se a uma reação exagerada a estímulos sensoriais 
que outras crianças, ou até mesmo adultos, podem não perceber ou achar excessivos. Em crianças 
com TEA, essa hipersensibilidade pode se manifestar em várias áreas, como a visão, audição, tato, 
olfato e paladar. Por exemplo, uma criança pode se sentir sobrecarregada ou ansiosa ao ouvir sons 
cotidianos como a campainha da escola ou o som de um aspirador de pó, ou ainda pode evitar 
roupas com determinados tecidos devido à sensação desconfortável na pele (BRASIL, 2014). 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 22 
 
Audição: Reações exageradas a sons de baixa intensidade, como o barulho de um carro 
passando ou o som de um relógio. 
Tato: Rejeição a certos tipos de roupas, como aquelas que têm etiquetas ou materiais que 
provocam sensação de “coceira”. 
Visão: Sensibilidade excessiva à luz, como brilho ou luzes fluorescentes em sala de aula. 
Ambientes controlados e sensoriais: O terapeuta ocupacional pode ajudar a criança a se 
habituar a estímulos sensoriais de forma gradual e controlada, utilizando ambientes mais calmos e 
previsíveis. 
Bloqueadores sensoriais: O uso de protetores auditivos, óculos de sol ou tecidos 
específicos para o conforto tátil pode ajudar a diminuir os estímulos sensoriais excessivos 
(ISCHKANIAN, 2014). 
 
2.7.2 HIPOATIVIDADE SENSORIAL 
Por outro lado, a hipoatividade sensorial ocorre quando a criança com TEA apresenta 
uma resposta reduzida ou insensível a estímulos sensoriais, ou seja, ela não reage adequadamente 
a certos estímulos que normalmente seriam percebidos por outras crianças. As crianças com 
hipoatividade sensorial podem não perceber que estão se machucando, como ao cortar a pele, ou 
podem não reagir a estímulos ambientais importantes, como o som de um alarme de incêndio 
(BRASIL, 2014). 
Audição: Não responder a sons ou vozes, como quando a criança não reage ao chamado 
de seu nome. 
Tato: Dificuldade em perceber dor ou desconforto, o que pode levar a acidentes ou à falta 
de consciência corporal. 
Propriocepção e equilíbrio: A criança pode não perceber sua posição no espaço ou os 
limites de seu corpo, o que pode afetar a coordenação motora e aumentar o risco de quedas. 
Estímulos de alto impacto: Aumentar gradualmente os estímulos, como os toques ou 
sons, para ajudar a criança a se acostumar com diferentes percepções. 
Propriocepção e estimulação tátil: Atividades que estimulam a consciência corporal, 
como o uso de massas de modelar ou brincadeiras com texturas variadas, são importantes para a 
criança se tornar mais consciente de seu corpo e dos ambientes ao seu redor. 
Técnicas de "alerta sensorial": Técnicas como saltos, movimentos bruscos ou massagens 
suaves podem ser usadas para aumentar a percepção de estímulos (ISCHKANIAN, 2014). 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 23 
 
 
2.7.3 BLOQUEADOR SENSORIAL E SUA IMPORTÂNCIA NO TEA 
O bloqueador sensorial é uma ferramenta crucial na terapia ocupacional de crianças com 
TEA que enfrentam dificuldades relacionadas à hipersensibilidade sensorial. Um bloqueador 
sensorial pode ser qualquer dispositivo ou técnica que ajude a reduzir ou controlar o impacto de 
estímulos sensoriais que possam sobrecarregar a criança. 
Fones de ouvido ou tampões auriculares: Utilizados para bloquear ruídos fortes ou 
indesejados, permitindo que a criança possa permanecer em um ambiente mais calmo e 
controlado, especialmente em ambientes escolares ou públicos. 
Óculos de sol ou viseiras: São usados para bloquear luz intensa e ajudar as crianças com 
hipersensibilidade visual a ficarem mais confortáveis em ambientes com iluminação forte ou luzes 
fluorescentes. 
Roupas com texturas específicas: Tecidos mais suaves ou sem costuras podem ser 
utilizados para diminuir o desconforto tátil causado por roupas convencionais. 
Esses bloqueadores ajudam a criança a se concentrar mais facilmente, reduzindo a 
sobrecarga sensorial e promovendo um ambiente mais adequado às suas necessidades. 
 
2.7.4 CONTRIBUIÇÃO DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS 
Os terapeutas ocupacionais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de 
estratégias para ajudar as crianças com TEA a lidar com suas dificuldades sensoriais. Eles avaliam 
as necessidades individuais de cada criança e, com base nessa avaliação, desenvolvem 
intervenções sensoriais que visam melhorar a regulação sensorial, permitindo que a criança 
participe de atividades diárias e sociais de maneira mais eficaz (BRASIL, 2012). 
Esses profissionais também orientam os pais e educadores sobre como adaptar o 
ambiente escolar ou domiciliar, utilizando recursos como o uso de blocos sensoriais e a 
modificação de rotinas para reduzir ou aumentar estímulos conforme necessário (ISCHKANIAN, 
2014). O apoio sensorial é uma parte vital do tratamento das crianças com TEA. As dificuldades 
sensoriais, sejam de hipersensibilidade ou hipoatividade, podem interferir significativamente no 
desenvolvimento, na aprendizagem e nas interações sociais dessas crianças. 
A intervenção de terapeutas ocupacionais, por meio de estratégias como o uso de 
bloqueadores sensoriais e a adaptação de ambientes, é essencial para ajudar essas crianças a 
enfrentarem as demandas sensoriais do dia a dia. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 24 
 
A personalização das abordagens, levando em consideração as necessidades sensoriais 
individuais de cada criança, pode promover uma integração social e escolar mais eficaz, 
favorecendo seu desenvolvimentoglobal. 
2.8 ABORDAGEM INDIVIDUALIZADA: A importância de cada profissional adaptar suas 
intervenções de acordo com as características individuais de cada criança, respeitando seu ritmo e 
necessidades específicas. 
A abordagem individualizada no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é 
essencial para garantir que cada criança receba o suporte necessário de acordo com suas 
características e necessidades específicas. 
As crianças com TEA apresentam uma ampla gama de habilidades e desafios, o que exige 
uma intervenção personalizada, que respeite seu ritmo de desenvolvimento e promova o progresso 
de forma eficaz. 
A individualização das estratégias terapêuticas é um processo contínuo que requer 
acompanhamento constante para ajustar as intervenções às mudanças no comportamento e nas 
habilidades da criança. 
Gladys Nogueira Cabral (2025) destaca que a adaptação das intervenções de acordo com 
as características de cada criança é crucial para o sucesso terapêutico. Segundo Cabral, uma 
abordagem centrada na criança, que leva em conta as particularidades cognitivas, sociais e 
emocionais do indivíduo, é fundamental para garantir que a criança tenha um envolvimento ativo 
no processo de intervenção. Ela enfatiza que a personalização das estratégias terapêuticas permite 
que a criança se sinta mais segura, motivada e capaz de alcançar suas metas de desenvolvimento, 
respeitando seu tempo e suas limitações. Além disso, ela alerta para a importância de um 
acompanhamento constante, que possibilite ajustes nas abordagens terapêuticas à medida que a 
criança evolui, garantindo que a intervenção esteja sempre alinhada às suas necessidades. 
Regina Daucia de Oliveira Braga (2025) também defende a importância da flexibilidade 
nas intervenções para crianças com TEA. Braga argumenta que, ao longo do processo terapêutico, 
os profissionais devem estar atentos ao ritmo da criança e à sua resposta aos estímulos, ajustando 
as estratégias conforme necessário. Ela destaca que o envolvimento dos pais, professores e outros 
membros da equipe multidisciplinar é fundamental para uma abordagem integrada e eficaz. A 
colaboração entre os profissionais e as famílias assegura que a intervenção seja mais consistente e 
que a criança seja apoiada em diferentes contextos, seja na escola, em casa ou em outros 
ambientes sociais. Braga ainda ressalta que a individualização das estratégias permite o 
desenvolvimento de habilidades específicas e promove a inclusão social da criança. 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 25 
 
Francisca Araújo da Silva (2025) também contribui para a compreensão da importância 
de uma abordagem personalizada no tratamento de crianças com TEA. Silva enfatiza que cada 
criança tem um perfil único, o que exige que os profissionais adaptem suas abordagens 
terapêuticas com base nas necessidades individuais de cada criança. A especialista argumenta que 
a avaliação constante do comportamento e do desenvolvimento da criança é necessária para ajustar 
as estratégias de intervenção ao longo do tempo. Ao fazer isso, os profissionais podem maximizar 
os resultados, promovendo o desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança de forma 
eficaz. Silva destaca que a flexibilidade e a capacidade de adaptação são aspectos essenciais para o 
sucesso do tratamento, permitindo que as crianças alcancem seu pleno potencial. 
Sandro Garabed Ischkanian (2025) reforça que a abordagem individualizada deve ser 
acompanhada de perto por um acompanhamento contínuo, onde as intervenções são ajustadas 
conforme a evolução da criança. Para Ischkanian, a personalização das terapias não se restringe 
apenas às necessidades cognitivas ou comportamentais da criança, mas deve abranger o contexto 
social e familiar. A intervenção deve ser planejada de forma a considerar o ambiente em que a 
criança está inserida e as interações com seus familiares, professores e colegas. O especialista 
enfatiza a importância de um acompanhamento multidisciplinar, onde os diferentes profissionais 
(psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, etc.) colaboram para garantir que a criança 
receba o suporte adequado em todas as áreas do seu desenvolvimento. Ischkanian sugere que essa 
abordagem colaborativa aumenta as chances de sucesso, uma vez que permite uma visão integral 
das necessidades da criança. 
Eliana Drumond de Carvalho Silva (2025) aborda a abordagem individualizada no 
contexto escolar, destacando a importância de as intervenções terapêuticas serem ajustadas às 
especificidades de cada criança, principalmente no ambiente educacional. Silva observa que, para 
a inclusão escolar de crianças com TEA, é fundamental que as estratégias de ensino e apoio sejam 
adaptadas de acordo com o ritmo e as necessidades da criança, permitindo sua plena participação 
nas atividades escolares. Ela sugere que os professores e outros profissionais da educação devem 
ser treinados para reconhecer e responder às necessidades individuais de cada aluno, criando um 
ambiente inclusivo que favoreça a aprendizagem e a socialização. 
A especialista também alerta para a necessidade de se considerar as habilidades 
cognitivas, sociais e emocionais da criança na hora de desenvolver atividades e tarefas escolares, 
para que elas sejam adequadas ao seu desenvolvimento. 
A importância de uma abordagem individualizada é, portanto, um ponto consensual entre 
os diversos profissionais que atuam no campo do TEA. Adaptar as intervenções de acordo com as 
O ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS TEA NO AMBIENTE CLÍNICO. Página 26 
 
características de cada criança não só melhora os resultados terapêuticos, mas também contribui 
para a autoestima e a confiança da criança em suas próprias capacidades. 
A abordagem personalizada permite que a criança se sinta compreendida, respeitada e 
apoiada, o que é fundamental para o seu desenvolvimento emocional, social e acadêmico. Quando 
a criança percebe que as intervenções estão sendo planejadas de forma a atender às suas 
necessidades específicas, ela tende a se envolver mais ativamente nas atividades terapêuticas, 
potencializando o seu desenvolvimento em todas as áreas. 
A personalização das intervenções é uma das principais estratégias para promover o 
desenvolvimento de crianças com TEA. Respeitar o ritmo de cada criança, adaptar as abordagens 
e trabalhar de forma colaborativa com os familiares e a equipe multidisciplinar são aspectos 
essenciais para o sucesso do tratamento. 
A intervenção individualizada não apenas melhora as habilidades cognitivas, sociais e 
emocionais das crianças, mas também favorece sua inclusão social e escolar, proporcionando-lhes 
uma maior qualidade de vida e a chance de alcançar seu pleno potencial. 
2.9 ACOMPANHAMENTO CONTÍNUO E PERSONALIZADO: O acompanhamento regular 
e a revisão das estratégias de tratamento, garantindo que as intervenções sejam ajustadas conforme 
o progresso da criança. 
O acompanhamento contínuo e personalizado é um dos pilares fundamentais no 
tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Como o TEA é uma condição 
com grande variabilidade, as intervenções terapêuticas precisam ser adaptadas ao longo do tempo, 
à medida que a criança cresce e apresenta mudanças em suas necessidades. O acompanhamento 
regular, que envolve a revisão constante das estratégias de tratamento, assegura que as abordagens 
terapêuticas se mantenham alinhadas com o progresso individual da criança, promovendo um 
desenvolvimento mais eficaz e alinhado às suas especificidades. 
De acordo com o BRASIL (2010), por meio da Portaria nº 4.279, a organização da Rede 
de Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) enfatiza a importância de um 
acompanhamento contínuo e integral para indivíduos com transtornos como o TEA. A portaria 
destaca que os serviços de saúde devem assegurar um monitoramento regular e uma revisão 
periódica das estratégias de

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