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em escritórios de advocacia GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Tudo que você precisa saber sobre E - B O O K As pessoas são os principais elementos impulsionadores da organização. São capazes de conduzi-la à excelência a partir de seus talentos. Fonte: https://blogrh.com.br/o-papel-das-pessoas-em-uma-empresa/ GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS Entenda como se faz e os ganhos que pode promover para o seu escritório Como as pessoas são geridas no seu escritório? Existe a clareza da matriz de responsabilidades de cargo? Existem processos de acompanhamento de performance que oportunizem o aprimoramento contínuo? Existe um cuidado para com a qualidade do ambiente relacional no trabalho? As pessoas são comprometidas? São engajadas? São diferenciadas na qualidade das entregas de valor que realizam de modo a contribuir para o sucesso do seu negócio? Esses e outros pontos são impactados pela prática da gestão estratégica de pessoas, ou pela ausência dela. 1 O que é gestão estratégica de pessoas? É um modo sistêmico de gerir pessoas, que alinha objetivos e necessidades e busca caminhos, políticas e práticas para promover ganhos tanto para o profissional quanto para o escritório. É a gestão alinhada aos objetivos estratégicos do negócio. A gestão estratégica de pessoas tem por propósito assegurar a prosperidade do escritório e a satisfação e comprometimento dos profissionais que nele atuam. A Gestão estratégica de Pessoas busca por atender as necessidades do escritório, assim como as necessidades dos profissionais que nele atuam, como apresenta a figura a seguir. Figura 1. Gestão estratégica de pessoas Fonte: Elaborado pela autora com base em Chiavenato (2014). A gestão estratégica de pessoas, mais do que um conjunto de práticas é um modo de gerir que rompe com a crença de que o relacionamento entre o profissional e o escritório seja considerada antagônica e até mesmo conflitiva. A gestão estratégica de pessoas entende que, resultados em que uma parte ganha tudo e a outra perde tudo, não promovem a sustentabilidade que a escritório necessita. Por este motivo visa promover na medida do possível o resultado ganha x ganha, o que significa que as pessoas também atinjam seus resultados individuais. E para chegar a tal resultado é essencial que exista a sinergia de esforços, entre equipe administrativa, equipe jurídica, coordenadores de áreas entre outros atores. Todo profissional que tem outro subordinado a ele é gestor de pessoas Pessoas não são recursos, são parceiros internos de negócios Alinhamento das áreas e dos cargos ao Planejamento Estratégico Clareza de propósito, objetivo e metas Engajamento e comprometimento Elevação dos níveis de qualidade e produtividade Assertividade na contratação de pessoal Redução de riscos Redução de níveis de rotatividade Satisfação do cliente interno com reflexos na qualidade e dedicação ao cliente externo E quais os ganhos a gestão estratégica de pessoas pode trazer para o seu escritório: Ao cuidar do capital humano, o seu escritório assegura que os objetivos estratégicos sejam alcançados, promove a inovação, fortalece a imagem da marca e a competividade. Em síntese, a gestão estratégica de pessoas transcende os aspectos burocráticos do escritório. É orientada para agregar valor, aos parceiros internos, ao escritório e aos clientes de forma sinérgica e com ganhos para os atores envolvidos no processo. Portanto, a gestão estratégica de pessoas é sobretudo a um convite para mudança de mentalidade e a adoção das seguintes premissas: Parceiros Internos de Negócios, um novo olhar para a composição, manutenção e desenvolvimento do time São dotados de personalidade própria e profundamente diferentes entre si com história pessoal peculiar e diferenciada. São ativadores de recursos, conhecimentos e talentos que impulsionam o escritório, indispensáveis em cenários altamente agressivos e competitivos. São Partners que investem energia, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos e daí a necessidade da criação de políticas e práticas de reciprocidade. São o principal ativo organizacional e agregam inteligência ao negócio. Um novo olhar para o seu time, entra em cena o conceito de parceiros internos de negócios. Parceiros internos de negócios: O desenvolvimento pode deixar pessoas ótimas ainda melhores, mas se eu tivesse apenas um dólar para investir, investiria 70 centavos para fazer a pessoa certa vir a minha porta. Paul Russel, diretor de liderança da Google®, citado por Cumberland (2014, p. 97) O SEU NEGÓCIO TEM SOFRIDO COM ELEVADO ÍNDICE DE ROTATIVIDADE? Entenda como se faz e os ganhos que pode promover para o seu escritório Os gestores experimentam a amarga sensação de estarem sempre na linha da largada e jamais conseguir correr a maratona, por estarem sempre de volta ao início, treinando, treinando, investindo longas horas para ambientar o profissional que logo vai embora? Será que este fato tem a gênese na ausência de profissionais comprometidos e engajados? Ou será que tal resultado pode estar convidando o seu negócio a assumira gestão estratégica de pessoas? A gestão estratégica de pessoas do escritório de advocacia tem recebido cada vez mais destaque no cenário atual, dado o protagonismo exercido pelos profissionais que nele atuam. E, portanto, o papel que exercem diretamente sobre a excelência, sobre a qualidade do ambiente psicossocial, produtividade e imagem da marca. Tenho observado o intenso movimento dos escritórios em busca de elaboração de Planos de Carreira, Planos de Fortalecimento de relacionamento cm parceiros internos de negócios, cálculos de remuneração variável, com o nobre objetivo de gerar a permanência dos talentos na organização. Mas pense comigo, será que isto basta para a retenção desses profissionais que de fato fazem a diferença no seu negócio? Digamos que essas são inegavelmente boas práticas para a sustentabilidade e fortalecimento das carreiras. Mas não é a única. Se você está de fato comprometido a criar vínculos fortes de comprometimento, há se pensar em qual ponto exatamente que precisamos investir na retenção de talentos. A jornada da retenção de talentos tem início na gestão da porta de entrada. Uma gestão eficaz dos processos que compõem a porta de entrada é o primeiro passo firme para e retenção de profissionais talentosos que fazem entrega de valor para o seu negócio. 2 A gestão da porta de entrada compreende os processos de recrutamento, seleção; programa de onboarding; acompanhamento e avaliação de onboarding, assim como entrevistas de desligamento bem elaboradas, cujas informações possam ser traduzidas em identificação de oportunidades de melhorias, seja sobre o próprio processo seletivo, seja sobre políticas ou sobre liderança. A gestão da porta de entrada permite começar certo. Você já se deu conta da quantidade infinita de problemas que poderiam ser evitados ao trazer o profissional, cujas competências técnicas e socioemocionais sustentam os desafios e demandas do cargo? Mas será que a gestão da porta de entrada é de fato o primeiro capítulo da retenção? E a resposta é não. Para realizar de forma eficaz e efetiva os processos de gestão da porta de entrada há que se ter desenvolvida a Engenharia de Cargos, o estudo profundo da estrutura organizacional, dos cargos que a compõem e de um conjunto de informações que vai desde a clareza de propósito do cargo, às competências técnicas, competências socioemocionais, perfil comportamental até a construção clara da matriz de responsabilidades e entregas de valor daquele cargo. De posse das informações claras, é possível identificar o perfil comportamental e técnico que tem estofo para realizar as entregas de valor daquele cargo. Mas, não podemos nos enganar. Dificilmente encontraremos um profissional “pronto” para o exercício do cargo, dado sobretudo a natureza do ramo de atuação, o desenvolvimento socioemocional e técnico deve fazer parte da cultura. É importante que a cultura do treinamento e desenvolvimentofaçam parte do DNA do escritório. Os nossos clientes cujos negócios prosperam exponencialmente, adotam tal prática como cultura. Adotam também ciclos de acompanhamento de performance e desenvolvimento de acordos de desenvolvimento, tendo em vista o florescer constante do profissional para a excelência. Eis aí a influência dos programas de desenvolvimento na retenção dos talentos. E, ao continuarmos nossa jornada para a gestão da sustentabilidade dos talentos, chegamos as práticas e políticas de reconhecimento e recompensas. Neste aspecto, temos desde a oferta de benefícios e construção e parcerias, até a definição de políticas de Plano de Cargos, Carreiras e Salários para celetistas, Plano de Fortalecimento de Parceira Interna de Negócios; Remuneração Variável; Participação nos lucros, entre outros. A escolha das políticas e práticas devem obedecer a cultura e disponibilidade financeira do negócio e conectar com a percepção de recompensas do time. Em síntese, se seu escritório tem sofrido com a elevada taxa de rotatividade, que impacta na continuidade dos trabalhos, os coordenadores de área estão sempre recomeçando em treinamentos com novos profissionais, com a amarga sensação de estar em uma maratona, mas sempre retornando para a linha da largada, fique tranquilo! Como assim, fique tranquilo? Isso mesmo, todo desconforto e resultados que se distanciam do desejado são gritos de pedido de mudanças. Que tal refletir a respeito de seus processos, desde a contratação e identificar as oportunidades de melhorias. E, se precisar de uma ajudinha, conte conosco JORNADA DE RETENÇÃO Recrutamento Seleção Contatação Onboarding Acompanhamento e avaliação de onboarding Feedback e Plano de Desenvolvimento Individual PDI Mapeamento de perfil comportamental Acompanhamento de performance Rodadas de Feedback e Feedfoward Plano de Desenvolvimento Individual Programas de desenvolvimento de times e fortalecimento da cultura organizacional Acompanhamento de Performance Rodadas de autoavaliação, avaliação com o gestor e feedfoward Acordos de Desenvolvimento Individual Avaliação de desempenho Aplicação de Matriz Nine Box Definição de estratégicas para desenvolvimento e desempenho Pesquisa de clima organizacional 1. Gestão da Porta de Entrada 2. Gestão do Desenvolvimento 3. Gestão do Desempenho (aqui são três blocos distintos mesmo, pois são processos diferentes) Talento = Competência X Comprometimento X Contribuição GESTÃO DE CARREIRA E VALORIZAÇÃO Identificando e fortalecendo talentos Como o mapeamento de perfil comportamental pode alavancar a gestão estratégica de pessoas do seu escritório? Talvez você já tenha se deparado com a frase” conhecer para respeitar, respeitar para engajar, engajar para agir”. Acredito que esta frase, traga consigo toda a essência dos ganhos de conhecer o perfil comportamental dos profissionais que atuam para o seu negócio. É certo que a alta performance, sobretudo do advogado, está atrelada ao conjunto de conhecimentos que dão o estofo necessário para as competências técnicas, o grau de maturidade e equilíbrio emocional que nutre as competências sócios emocionais e, não podemos deixar de fora desta conversa, a qualidade do ambiente psicossocial. Em outras palavras, desempenho é resultado das competências do profissional + cultura e clima organizacional. Isto posto, vamos direto ao assunto, que é como uma simples (e poderosa ferramenta) como o mapeamento de perfil comportamental pode contribuir para diversos processos que sustentam a gestão estratégica de pessoas. Me acompanhe na leitura que quero destacar alguns deles. 3 Alinhamento e acordo societário O mapeamento de perfil é essencial tanto no processo de acordo societário quanto no caso de a sociedade já estar estabelecida. E por quê? Por meio do mapeamento de perfil dos membros da sociedade é possível identificar comportamentos, habilidades, ritmo, necessidades, fatores de afastamento, estilo de comunicação, como lida com resultados, pressão. Assim como as áreas de força e os valores de cada sócio. Quando tais elementos são postos a mesa com transparência e clareza é possível levantar as expectativas e desenhar as atribuições de cada sócio tendo em vista a sua linha de talento. Tal feito favorece a saúde da relação e por consequência a vitalidade, a longevidade e a sustentabilidade do negócio. Processo seletivo O currículo do candidato oferece informações significativas a respeito dos conhecimentos e experiência. Mas, pouca ou nenhuma informação a respeito da força de liderança e execução; comunicação e influência; atenção a detalhes ou capacidade de planejamento e organização. Ou ainda, habilidade de trabalhar sob pressão, tolerância a frustrações, iniciativa e “acabativa”, calma, apenas para citar algumas. Informações absolutamente essências para identificar a compatibilidade do candidato aos requisitos do cargo. O mapeamento de perfil, neste caso DISC permite, conhecer as características dos candidatos e identificar a compatibilidade entre as demandas do cargo e o aporte comportamental do candidato. Avaliação de desempenho e acompanhamento de performance O mapeamento de perfil, além de oportunizar autoconhecimento permite identificar pontos que de desenvolvimento, não apenas tendo em vista eventuais e possíveis gaps entre o que foi entregue pelo profissional até o momento da avaliação de desempenho. Permite ir além. Identificando recursos e competências podem e devem ser desenvolvidas para que o profissional se fortaleça ao enfrentar os desafios vindouros. E quando se tem a clareza dos desafios vindouros, dos pontos de força e das oportunidades de desenvolvimento o profissional tem uma trilha a seguir no sentido tanto do crescimento pessoal quanto na carreira e sem dúvida alguma, pode elevar a sua performance em termos de resultados para a organização. Feedbacks e reuniões Os fatores predominantes no perfil comportamental impactam diretamente no estilo de comunicação assim como no modo pelo qual deseja ser reconhecido. Portanto, quando o gestor conduz reuniões e feedbacks conhecendo o perfil comportamental do interlocutor ou da equipe, eleva a eficiência e eficácia do processo, fazendo crescer as chances de entendimento, aprendizados e por consequência de produtividade. Treinamento e desenvolvimento O mapeamento de perfil quando observado a luz das demandas do cargo oferece a clareza necessária para identificar os gaps que existem entre as expectativas das entregas requeridas pelo cargo e as entregas reais. O gap está na liderança? O gap está na atenção a detalhes? Somente tendo a clareza do “o que” é possível identificar “o como”, ou seja, quando se sabe o que especificamente se deve desenvolver podemos definir a estratégia de coo desenvolver este profissional, seja por meio de coaching, mentoring, treinamentos técnicos, entre outros. Gestão e liderança O mapeamento de perfil permite identifica as características do gestor / líder e as características do grupo. E com isso, é possível mapear a assertividade do gestor em relação às necessidades do grupo. Um gestor altamente técnico a frente de um grupo de generalistas pode ter uma certa dificuldade de atingir afinar a comunicação e atingir resultados desejados. Quando se conhece o perfil do gestor e time é possível adotar estratégias que de fato tenham valência e gere a força impulsionadora para colocar o time em movimento. Quando gestor e equipe não tem a clareza do estilo um do outro, existe a tendência de levar situações para o lado pessoal e gerar insatisfação, barreiras emocionais na comunicação e impactar de forma nada positiva na performance e na produtividade. Satisfação profissional e retenção de talento Quando o profissional percebe que seus talentos estão sendo plenamente utilizados no exercício das atividades e que ele está se sentindo bem aproveitado pelo meio, podemos tomar como forte indicativo de satisfação no trabalho. A satisfação do profissional com o trabalho é fatordeterminante para a permanência no escritório. Clima organizacional O mapeamento de perfil contribui com a saúde clima organizacional sob dois aspectos. O primeiro por que permite colocar a pessoa certa no lugar certo e essa é a primeira chave para que o profissional tenha satisfação com o trabalho. A segunda é que dá a conhecer as características das pessoas, o que impacta diretamente nos conflitos do dia a dia. Pois à medida que conhecemos o outro podemos respeitar. Isso inclui despersonalizar determinados comportamentos. Em outras palavras, sabemos que o outro é assim e que não está agindo de determinada forma só para me afrontar. O clima organizacional tem papel chave na qualidade dos relacionamentos interpessoais, no comprometimento, na qualidade e produtividade do pessoal. O clima, quando adoecido pode adoecer as pessoas e prestar um bom desserviço no sentido de perder bons profissionais. E aí, está convencido de como uma simples ferramenta pode contribuir de várias formas para o autoconhecimento, construção de equipes de alta performance, desenvolvimento e tomada de decisões estratégicas? E, se você ficou curioso e até mesmo está se sentindo chamado a aplicar mapeamento de perfil comportamental no seu time, parabenizo pela decisão. E para dar ajudazinha para você, converse conosco, temos uma equipe altamente preparada para aplicar a ferramenta e conduzir o processo! Ferramentas para desenvolvimento profissional e construção de times de alta performance DISC Assessments são facilitadores para autoconhecimento, tanto em nível individual quanto grupal. Promovem o autoconhecimento. Oferecem informações para liderança, dado que municia gestores com informações a respeito de estilos de comunicação, percepção de reconhecimento entre outros, favorecendo as relações interpessoais, seja no nível estratégico por meio de composição de políticas e práticas de gestão estratégica de pessoas. Conheça os diversos assessmetns que você pode aplicar para conhecer seu time, fortalecer a equipe, identificar pontos fortes e aspectos de fragilidade do profissional e do time a agir de forma estratégica sobre eles: Willian Martson Trata de quatro fatores comportamentais Dominância; Influência, Estabilidade e Conformidade que descrevem estilos de comportamento, necessidades comuns e fatores de motivação pela hierarquia de predominância de cada fator. ANCORAS DE CARREIRA Edgar Schein Identifica a combinação de áreas percebidas de competências, motivos e valores das quais o indivíduo não abre mão dado que estabelece a identificação da pessoa com o estilo de trabalho. MOTIVADORES Eduard Spranger Permite identificar Forças Impulsionadoras e como afloram informações referentes à ambição, facilidade para formar e desenvolver equipes, altruísmo, empreendedorismo entre outras. LINGUAGEM DE VALORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO Gary Chapman Permite identificar a principal linguagem de valorização dos profissionais com os quais se relacionam no dia a dia de trabalho. VALORES Richard Barret Identifica valores que refletem o que é importante descrevendo as motivações individuais. Em conjunto com nas crenças, são os fatores causais que orientam a tomada de decisões INTELIGÊNCIA POSITIVA E SABOTADORES Shirzad Chamine Identifica os sabotadores, denominação atribuída ao um conjunto de padrões mentais automáticos e habituais, cada qual com sua própria voz, crença suposições que trabalham contra o indivíduo. BIG FIVE Identifica as dimensões da personalidade, 5 dimensões e as facetas relacionadas a elas: Abertura; Conscienciosidade; Extroversão; Amabilidade e Neuroticismo. Cada uma das dimensões elencadas no modelo, é constituída por um conjunto de fatores primários, específicos a elas relacionadas. Assim, cada pessoa apresenta graus e uma combinação diferente dessas características. Assim, ao invés de afirmarmos que uma pessoa tem uma característica ou não, o modelo BIG FIVE observa que, o indivíduo tem um espectro entre os dois extremos. Cada dimensão é composta por seis facetas, em um somatório de 30 domínios. Por isso que não se pode “avaliar” um indivíduo acerca de seus traços de personalidade reduzindo-o a uma visão binária, tendo em vista a pontuação de um ou outro trato. Ficou curioso, converse conosco e experimente a aplicação e os benefícios que os assessments podem trazer para seu time! Nenhuma empresa é melhor do que o seu administrador permite. Peter Drucker SERÁ QUE PARA FAZER GESTÃO DE PESSOAS É NECESSÁRIO TER UM DEPARTAMENTO DE RH NO SEU ESCRITÓRIO? Ao adotar uma área exclusivamente voltada a gestão de pessoas estamos assegurando um ambiente de trabalho propício ao engajamento e produtividade? Em que pese a relevância de uma área destinada a gestão de pessoas e cultura organizacional, quando o número de pessoas no time assim o demande para articular os processos específicos, a resposta é não. Não basta apenas instituir um departamento para cuidar das pessoas que o escritório está fazendo gestão de pessoas. Gerir pessoas não é ação de responsabilidade única da área de RH. Compete ao RH aplicar métodos no processo seletivo de modo a reduzir riscos de contratação de profissional não alinhado aos requisitos do cargo, desenvolver e aplicar políticas de gestão de pessoas, planejar a área alinhada aos objetivos estratégicos da organização, entre outros. Contudo, o mais marcante protagonismo da gestão de pessoas é do gestor da área. É ele quem, no dia a dia da operação, dá o tom do relacionamento interpessoal, oferece abertura e apoio a aprendizagem e a produtividade; vivencia os valores da organização; utiliza conflitos como fonte de desenvolvimento; articula as capacidades e talentos humanos. E sem dúvida alguma, a forma como faz isso é determinante na percepção de satisfação ou insatisfação da equipe; no engajamento ou no descomprometimento; na saúde ou no adoecimento do clima organizacional e das pessoas no trabalho. 4 Em outras palavras, a forma como a gestão de pessoas é realizada, além das políticas do RH é determinante na atração e retenção de talentos, na produtividade, na competitividade (haja vista a evasão dos talentos para a concorrência); na rentabilidade e na sustentabilidade da organização. Quero enfatizar aqui a indissociável relação entre pessoas e resultados. Lacombe (2009, p.3) inclusive, define gestão como “obter resultados por meio de pessoas, ou seja, é o ato de trabalhar com pessoas para realizar os objetivos da organização e de seus membros". Em outros termos, para que o seu escritório possa atrair, gerir e sobretudo manter os melhores talentos, é essencial que os líderes, aqui me referindo os gestores das áreas, sejam estes coordenadores, diretores jurídicos estejam comprometidos com a gestão de pessoas. O departamento de RH não tem o poder de levar a termo este objetivo sem o protagonismo dos profissionais que atuam nos papeis de gestores no seu escritório. Pois “a chave para gerenciar pessoas em direção à produtividade e ao aprendizado está, em última instância, na perspectiva do gerente” explicam Pfeffer e Veigas (1999) citados em Silva (2006, p. 78). Mas será que a gestão de pessoas, nesta perspectiva que estou abordando aqui, deve ser legada apenas á a parceria entre RH e gestores das áreas? Ou será que, a gestão de pessoas pode ser adotada também como uma mentalidade, como parte da cultura? Entendemos que cada profissional ai do seu escritório, que tenha um subordinado que seja é gestor de pessoas. Consideramos gestor de pessoas, todo aquele profissional que tem sobre si a responsabilidade de orientar e conduzir ações e resultados de outro profissional na organização. A gestão de pessoas sob esta ótima, assume a premissa de mentor, ou seja, um guia de jornada para o desenvolvimento, neste caso, profissional. E quais os ganhos de adotar a premissa alicerçada na aprendizagem contínua, como valor na cultura? Engajamento, melhoria técnica, melhores práticas, cultura do diálogo, desenvolvimento de talentos, back up de mão de obra,sucessão são apenas alguns exemplos. O gestor de área, ou aquele que tenha mesmo que “apenas um outro profissional cuja produtividade está sob sua responsabilidade é gestor de pessoas. Dado que, suas ações, no exercício de suas atribuições são determinadas pelo grau de suas competências técnicas e socioemocionais e impactam diretamente o resultado do trabalho de outra pessoa. Quero trazer aqui, para apoiar nossa reflexão, o resultado de uma pesquisa que, embora possa parecer um tantinho antiga contribui para reflexões muito profundas acerca do protagonismo do gestor ou superior hierárquico no que tange ao employee experience- experiencia do empregado; na employer branding – marca empregadora; no clima organizacional, na retenção de talentos e na produtividade. Este estudo conduzido, ao longo de décadas, pelas Organizações Gallup, com 80.000 gerentes em 400 companhias, e validado pela Harvard Management Update (2000) constatou que a qualidade do relacionamento entre colaboradores e gestores imediatos é mais importante para a permanência do profissional talentoso na organização do que a substancial política de salários e benefícios. SILVA (2006). O profissional, pode até ingressar na organização fortemente atraído por generosos pacotes de benefícios ofertados ou por notáveis políticas de valorização. Contudo, é o relacionamento com os gestores imediatos, que determinará por quanto tempo este profissional talentoso permanecerá no escritório. E eu ainda tenho mais uma perguntinha para finalizar. Como o escritório tem tratado os profissionais em exercício de gestão e liderança? Também esse grupo de profissionais merece especial atenção no modelo de gestão de pessoas. A experiencia tem mostrado que, líderes que passam conosco por programas de desenvolvimento, recém o próprio mapeamento comportamental e de todo o time, tem experimentado significativa diferença nos resultados da equipe. Pois, à medida que tomam conhecimento de seu estilo de comunicação, de forma de lidar com pessoas, detalhes, fatores de afastamentos, valores podem criar estratégias e adotar novos comportamentos para fortalecer a confiança e a parceria entre as pessoas. E, é certo que o reflexo disto é percebido em diversos aspectos, desde a maior permanência dos profissionais O que a área de Capital Humano pode fazer pelo seu escritório 1.Engenharia de cargos Identificação e mapeamento detalhado do cargo, desde requisitos de acesso; competências técnicas e socioemocionais; matriz de responsabilidade e indicadores de resultados. 2. Política de gestão de desempenho Acompanhamento de performance + avaliação de desempenho individual + pesquisa de clima Acompanhamento de performance Foco: Crescimento e desenvolvimento Cliente final: o profissional Pois é ele quem irá receber elementos construtivos (inputs, feedbacks, coaching de performance) que o permitam se desenvolver, planejar sua carreira e crescer. O que gera: reuniões de feedbacks e feedfowards, acordos de desempenho, identificação de desafios e formas de ultrapassá-los. Avaliação de Desempenho Individual Foco: Tomada de decisão Cliente final: o escritório É uma forma de saber quem o escritóriotem que priorizar na alocação dos seus recursos escassos, como bônus, participações acionárias, promoções e treinamentos. O que gera: informações obtidas por meio de critérios claros, que permite, sob o olhar estratégico, identificar quem deve ser fortemente recompensado pelo desempenho, quem são os talentos, quais profissionais que não são responsivos ás metas de desempenho e alinhamento cultural, quem e o que precisa ser treinado, entre outros. Pesquisa de clima Foco: Identificar as percepções dos parceiros internos de negócios a respeito de diversas variáveis presentes no escritório Cliente final: o Escritório O que gera: um relatório contendo informações a respeito de como os profissionais enxergam o escritório, a detecção de riscos de rotatividade em virtude de diversos aspectos, os pontos de satisfação e a identificação de diretrizes para tomada de decisões de modo a eliminar ou reduzir fatores de insatisfação e potencializar os fatores geradores de engajamento e satisfação. 3. Gestão da carreira e sustentabilidade Programa de reconhecimento e recompensa Cliente final: o escritório Por meio de aplicação de instrumento validado cientificamente, identifica-se como os profissionais se percebem reconhecidos O que gera: além do autoconhecimento, gera um conjunto de informações a serem utilizados na gestão de pessoas e na construção de políticas de reconhecimento e recompensa alinhadas ao perfil do time Políticas de remuneração variável Cliente final: o profissional O que gera: clareza a cerca da recompensa por desempenho, que a luz de critérios claros, indicadores qualitativos e quantitativos, o escritório faz a distribuição variável com transparência e justiça 4. Programas de desenvolvimento de equipes de alta performance Cliente final: o time O que gera: autoconhecimento; alinhamento de comunicação; identificação de riscos e informações para tomada de decisões estratégicas a respeito da gestão de pessoas Sem trabalho toda a vida se deteriora. Mas sob um trabalho sem alma, a vida sufoca e morre. Albert Camus Erika Lotz é trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy. É docente em programas de graduação e MBAs nas áreas de Gestão de Pessoas e Coaching (Grupo Uninter, Opet, Instituto Euvaldo Lodi- IEL ente outros). Graduada em Administração pela UEM (1994). Pós- graduanda em Análise Neuroescritual pela Universidade do Atlântico ( 2017), Espanha. Possui formação em Coaching pela Coaching Foundation Skills in Coaching (2009). É Autora de 6 livros na área de Gestão Estratégica e Capital Humano. SOBRE A AUTORA Conheça mais @eosgestaoadvocacia www.eos.adv.br