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Alimentos orgânicos

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Alimentos orgânicos: O que são?
Caracterizam-se por ser isento de insumos artificiais como os adubos químicos e os agrotóxicos, drogas veterinárias, hormônios e antibióticos e de organismos geneticamente modificados. É vetado o uso de radiações ionizantes e aditivos químicos sintéticos, tais como corantes e aromatizantes.
Como se é feita a produção?
Em um ambiente de produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
Legislação
Tanto a cultura como a comercialização são dispostas na Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Entretanto, a regulamentação ocorreu em 27 de dezembro de 2007 com a publicação do Decreto Nº 6.323.
Segundo a legislação, considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.
Finalidades do sistema
Ainda, de acordo com a Lei, no parágrafo 1, o sistema orgânico tem como finalidades:
I – a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais;
II – a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção;
III – incrementar a atividade biológica do solo;
IV – promover um uso saudável do solo, da água e do ar, e reduzir ao mínimo todas as formas de contaminação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas;
V – manter ou incrementar a fertilidade do solo a longo prazo;
VI – a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis;
VII – basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados localmente;
VIII – incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e de consumo de produtos orgânicos e a regionalização da produção e comércio desses produtos;
IX – manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração cuidadosos, com o propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas.
O produto do sistema orgânico deve, portanto, obtido por esse tipo de sistema orgânico agropecuário ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local, seja ele in natura ou processado.
Comercialização dos produtos
Ainda de acordo com a lei, os produtos orgânicos deverão ser certificados por organismo reconhecido oficialmente, segundo critérios estabelecidos em regulamento.
Comissões da Produção Orgânica
As Comissões de Produção Orgânica - CPOrg são fóruns compostos por representantes de segmentos da rede de produção orgânica dos estados ou Distrito Federal, dividido igualmente por entidades governamentais e não governamentais.
A CPOrg se reúne regularmente e tem várias atribuições definidas na Instrução Normativa nº 54, de 22 de outubro de 2008, tais como coordenar ações e projetos de fomento à produção orgânica, sugerir adequação das normas de produção e controle da qualidade orgânica, auxiliar na fiscalização, através do controle social, e propor políticas públicas para desenvolvimento da produção orgânica.
A CPOrg do Estado do Rio de Janeiro é composta por:
Organizações Governamentais: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Sup. Federal de Agricultura no Estado do Rio de Janeiro, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – CNPAB, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - PESAGRO/RIO, Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ/Campus Nilo Peçanha, Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, Secretaria de Estado de Agricultura, Pesca, Pecuária e Abastecimento - SEAPPA/RJ, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – PCRJ, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro - EMATER-RIO, Instituto Estadual do Ambiente
Organizações Não-Governamentais: Serviços Técnicos Agropecuários Ltda – AGROSUISSE, Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa – ASPTA, Engenharia, Tecnologia e Desenvolvimento de Soluções - Limpas Ltda- AMBIENTE BRASIL, Sociedade Nacional de Agricultura – SNA, Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro – ABIO, Rede Ecológica, Associação de Produtores Orgânicos do Vale do Rio Preto - HORTA ORGÂNICA, Associação dos Criadores de Abelhas do Médio Paraíba, Centro Sul e Baixada Fluminense – ACAMPAR, Associação dos Agricultores Orgânicos da Pedra Branca – AGROPRATA, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro - SEBRAE-RJ
Programas
Semana dos Alimentos Orgânicos: Realizada anualmente desde 2005, sendo realizada uma campanha nacional na última semana de mai, objetivando esclarecer os consumidores sobre o que são produtos orgânicos, seus benefícios e sobre consumo responsável.
Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica: Visa fortalecer e ampliar o ensino, pesquisa e extensão em agroecologia e produção orgânica. Os núcleos são compostos pela comunidade escolar e entidades parceiras.
Bancos comunitários de sementes: Iniciado em 2007 visando a redução da dependência de insumos externos. Atualmente, são apoiados 360 bancos comunitários de sementes, em 15 Unidades da Federação (RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG, SP, MS, MT, DF, TO, AC, BA, PB)
Fichas Agroecológicas: tem a finalidade de produzir material técnico para a divulgação de práticas adequadas a produção orgânica, em conteúdo técnico resumido cuja linguagem e concepção visual facilitem a divulgação e o entendimento pelos agricultores.
Extrativismo Sustentável Orgânico: Objetiva garantir a orientação das atividades extrativistas e para garantir a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das populações que desenvolve essa atividade, em especial os povos e comunidades tradicionais.
Regularização
Para comercializar os produtos, é preciso: Obter certificação por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, podendo vender os produtos em feiras, supermercados, lojas, restaurantes, hotéis, indústrias, internet ou se organizar em grupo e se cadastrar junto ao MAPA para realizar a venda direta sem certificação. A última alternativa restringe a venda só para feira e compras do governo, sendo proibida a venda para terceiros.
Para vender na feirinha, o produtor sem certificação deve apresentar um documento chamado Declaração de Cadastro, que demonstra que ele está cadastrado junto ao MAPA e que faz parte de um grupo que se responsabiliza por ele. Neste caso, só o produtor, alguém de sua família ou de seu grupo pode estar na barraca, vendendo o produto. Essa Declaração deve ser mostrada sempre que o consumidor e a fiscalização 	pedirem.
Já os produtos vendidos em mercados, supermercados, lojas, devem estampar o selo federal do SisOrg em seus rótulos, sejam produtos nacionais ou estrangeiros. Se o produto for vendido a granel deve estar identificado corretamente, por meio de cartaz, etiqueta ou outros. 
Visita técnica ao Mercado Orgânico: Veio da Roça
O Mercado foi inaugurado em 1986 e desde então vem fornecendo os produtos vindos doBrejal, pertencente a Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (ABIO). Além disso, há o recebimento de outros locais, tais como São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato grosso, Acre, Alagoas e produtos importados vindos da Espanha, Chile, Argentina. Essa variação é devido a safra. As vendas são de acordo com os produtos da época. O preço elevado é graças aos custos da produção e transporte. Como há a perecibilidade na produção, há menor produção, elevando-se, portanto, os preços. Entretanto, o tempo de prateleira dos produtos é maior, quando comparados à produtos tradicionais (geralmente dura de 2 à 3 dias mais). A maior parte da produção é vinda da agricultura familiar.
O mercado não tem grandes perdas, devido a alta rotatividade. Há recebimento nas terças e quintas. Nas segundas, quartas e sextas há uma redução do preço, contribuindo também para minimizar as perdas. O mercado tem uma perda semanal de aproximadamente 10% de produtos. As FLV’s que não são compradas pelos consumidores e que ainda estão com qualidade são doadas à hospitais, exemplo, Hospital das Freiras, localizado em Santa Isabel.
A clientela geralmente é encaminhada ao mercado mediante profissionais da saúde. Eles enviam os pacientes, tendo em mente que são benéficos à saúde.
Quanto ao fornecimento, os produtos vêm em caixinhas dentro de caminhões até o Rio de Janeiro. O mercado possui um caminhão próprio que busca e trás os alimentos. O recebimento é feito às 4 horas da manhã. Os fornecedores precisam fazer parte da associação, que emprega agrônomos, nutricionistas, técnicos agrícolas, entre outros. Para que seja apto à produzir produtos orgânicos, a propriedade agrícola precisa, de no mínimo, 2 anos de descanso da terra. Os produtos que chegam são maduros.
Quanto à procura, no verão a produção cai cerca de 30%, enquanto a procura pelos alimentos orgânicos é maior. Isso se inverte quando é inverno, onde a procura é menor e a produção é maior.
Análise Sensorial
Pudemos perceber visualmente que os alimentos orgânicos possuem cor mais viva, exemplo disso são os morangos. Entretanto são menores, como maçãs e tangerinas. Quanto ao sabor, experimentamos maçãs e pudemos perceber que o sabor é mais acentuado e ainda há uma “crocância” maior nesses produtos.
Entrevista à uma cliente
Entrevistamos uma cliente que estava realizando compras no momento da visita. Ela é cliente há mais de 16 anos do mercado e mora em um prédio em frente. Segundo ela, os produtos orgânicos são mais saborosos em comparação à outros produtos, além de durarem bem mais. Ela comentou, que, por exemplo, as laranjas não envelhecem como as outras. Quando envelhecidas elas ficam enrugadas e não cheia de pintas. A banana é mais doce. Além disso, afirmou que a qualidade do pescado vendido é superior aos vendidos em outros locais. Disse também que as terças o local fica cheio, pois os produtos chegam “fresquinhos”. Além de todos os benefícios já mencionados, ela diz que ali vende produtos que ela não encontra com tanta facilidade em outros estabelecimentos. Ela, que tornou-se cliente por conhecer o dono do estabelecimento, concluiu a entrevista afirmando que vale a pena comprar os produtos, apesar dos preços. 
Pontos Chaves e Teorização
Verificamos que o local é limpo, com condições higiênicas adequadas e não constatamos nenhuma irregularidade. 
Ressaltamos como pontos chaves os benefícios dos alimentos orgânicos, a produção pela agricultura familiar e a burocracia que o mercado necessita para comercializar esses produtos. Segundo o artigo “Alimentos Orgânicos: Qualidade Nutritiva e Segurança do Alimento”, 70% da produção de orgânicos advém da agricultura familiar, principalmente da região Sul. Entretanto, esse mesmo artigo afirma que no Sudeste a maioria vem de propriedades de grande porte. Além disso, segundo o artigo “Inovação tecnológica na agricultura orgânica: estudo de caso da certificação do processamento pós-colheita”, mostra uma série de exigências da cadeia produtiva de orgânicos. 
E no artigo “Comparação entre a qualidade do alimento orgânico e convencional”, há a demonstração das vantagens nutritivas, organolépticas e agrônomas da produção orgânica
Referências Bibliográficas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.831.htm
http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/o-que-e-agricultura-organica
http://www.brasilbio.com.br/pt/organicos/conceitos/
http://www.portalorganico.com.br/sub/21/o_que_e_alimento_organico
http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/regularizacao-producao-organica
(Consultas no dia 12/09/2014)
Borguini RG, Torres EAFS. Alimentos Orgânicos: Qualidade Nutritiva e Segurança do Alimento. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas 13(2):64-75, 2006.
Mazzolenil EM, Oliveira LG. “Inovação tecnológica na agricultura orgânica: estudo de caso da certificação do processamento pós-colheita. Rev. Econ. Sociol. Rural 34(3), Brasilia, Jul./Sept 2010.
Darolt MR. Comparação entre a qualidade do alimento orgânico e convencional. In Strigheta PC & Muniz JN. Alimentos orgânicos: produção, tecnologia e certificação. 1 ed. Universidade Federal de Viçosa: 289-312, 2003.
(Consultas no dia 15/09/2014)
Universidade Federal Fluminense
Docentes: Alexandra Anastacio, Manuela Dolinsky e Roseane Barbosa
Relatório 2: Visita ao Mercado Orgânico “Veio da Roça”
Trabalho apresentado às docentes como parte da avaliação da disciplina Prática Integrada em Comercialização de Alimentos
Por: Bruna Araújo, Caroline Abreu, Luana Oeby e Thaís Coutinho
Niterói, 18 de setembro de 2014.

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