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direito penal, segundo bimestre

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interpretação da lei penal
 Ato de interpretar extrair da norma o seu significado seu sentido e seu alcance, ou seja sua exata extensão normativa (ex art121 CP matar alguém sentido, o fato de cometer o crime e ter a pena, e o alcance é que ela atinge, que é a todos- significado- norma mandamental, está mandando que vc não mate). Por isso interpretação está na hermenêutica jurídica
1 conceito
Hermenêutica (estudo da interpretação) X exegese (pratica da interpretação)
2 interpretação quanto ao órgão ou sujeito
Pode ser autentica ou legislativa: quando uma lei interpreta a outra o legislador legisla para que uma lei venha interpretar a outra, venha esclarecer o significado o sentido o alcance da outra norma jurídica. Pode ser contextual ou contemporânea, quando a lei que vem aclarar o sentido da norma é editada juntamente com a outra norma a ser aclarada, ou seja, ex. art150 CP violação de domicilio
jurisprudencial ou judicial e doutrinária.
2.1 interpretação autentica ou legislativa
a)contextual contemporaneamente a norma a ser interpretada
b) posterior: editada posteriormente a norma a ser aclarada 
- ultratividade da interpretação posterior: a retroatividade da lei posterior, a lei posterior que aclara a norma pode retroagir? Em beneficio do acusado
Coisa julgada ex. art 150,§4° e 5° do CP art 37 decisão judicial que não cabe mais recurso, não se pode discutir o mérito da decisão. Definitividade as sentença, no caso do direito penal existe uma possibilidade, que é chamada revisão criminal.
2.2 Interpretação judicial ou jurisprudencial
É aquela efetuada pelos juízes ou tribunais no exercício da jurisdição aquela efituada quando o juiz ou desembargador esteja julgando um caso concreto, judicialmente, se interpretado um determinado diploma legal em uma obra é doutrinária, não judicial.
sumulas vinculantes do STF – art 103 de CF/88
são interpretações judiciais e vinculam todo o poder judiciário e também como os órgão de administração direta e indireta.
B- interpretações contidas em decisões transitadas em julgado e de observância obrigatória para o caso concreto decidido. A sua observância é obrigatória, a coisa julgada deve ser respeitada, e é uma interpretação judicial.
Decisões proferidas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade ( art 102,§ 2° da CF/88) De acordo com o artigo 10,§3° da lei 9882/99 são vinculantes as decisões do STF no julgamento das arguições de descumprimento de preceito fundamental. Também são vinculantes, e são decisões judiciais como a administração publica que vinculam todo poder judiciário.
A jurisprudência não pode conferir a fonte formal do direito, pois Não cria direito, declaram-nos, e tem um valor de interpretação doutrinária, quando por obscuridade e deficiência da lei positiva exigindo uma razão de decidir, utilizar casos idênticos. Estes quando decididos de formas iguais repetidas vezes são sumuladas, e quando ainda não são sumuladas não se tem obrigatoriedade de decidir de acordo com a jurisprudência, e as sumulas vem de modo a padronizar as decisões. Nela configura-se como fator primordial de correta aplicação da lei
2.3 Interpretação doutrinária
Aquela que surge no âmbito da doutrina, no âmbito do estudo realizado na academia, aquilo que é realizado pelos professores e estudiosos do direito. Quando se chega a uma opinião comum, chega se a um consenso, esse consenso não vincula o ordenamento jurídico. Ao lado da hermenêutica dos tribunais se formam a interpretação doutrinária, não tem força vinculante, só indica o caminho a seguir, e sua importância incorre do grau de cientificidade e da força dos argumentos geradores do maior ou menor nível de convicção. Nela configura-se como fator primordial de correta aplicação da lei.
A disposição do código penal é doutrinária
3 Interpretação quanto aos meios utilizados
3.1 Interpretação gramatical, literal, sintática ou filológica: Aquela que se extrai da norma o exato sentido dos vocábulos nela contidos, buscar o exato sentido das palavras é muito fácil. Dentro das diferentes formas de interpretação, costuma-se “atribuir o menor grau hierárquico à interpretação gramatical. O intérprete que se atém à letra fria da lei como único critério, sem se preocupar com os demais, é um mau intérprete ou um mau aplicador do texto legal, é um “formalista”. No entanto, normalmente,quase sempre se inicia o processo interpretativo pela interpretação gramatical. a lei não tem palavras supérfluas;as expressões contidas na lei têm conotação técnica e não vulgar. No entanto, somente a própria interpretação poderá esclarecer quando determinada expressão aparece na lei em seu sentido comum ou em sentido técnico-jurídico”
3.2 Interpretação teleológica buscar o fim a que se destina a norma, extrai dela seu alcance máximo, sua finalidade máxima está consagrado no Artigo 5° LINDB, “Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e das exigências do bem comum.
3.3 Interpretação sistêmica ou sistemática
“A interpretação sistemática também é conhecida como lógico-sistemática. Segundo Gimbernat Ordeig49, não há problema nessa denominação, desde que não
se ignore que, quando se destaca o critério lógico, cuida-se de uma interpretação que procura superar as possíveis contradições entre os diversos preceitos penais.
No processo interpretativo como um todo, partindo do aspecto literal, o intérprete envolve-se com a lógica e procura descobrir os fundamentos políticojurídicos da norma em exame. Procura relacionar a lei que examina com outras que dela se aproximam, ampliando seu ato interpretativo”
Aquela que se busca no ordenamento jurídico o contexto em que a norma está inserida, busca dentro do ordenamento o alcance sentido e significado na norma, qual o contexto da norma.
Busca no contexto do ordenamento jurídico a razão de existir a norma 157 CP que pratica latrocínio é julgado pelo juiz..no tribunal do júri se julga crimes contra a vida homicídio, e o artigo 5 da CF precisa interpretar para saber como vai ser julgado
3.4 Interpretação histórica: vai buscar como a lei foi feita, o projeto de lei, as discussões que se sucederam, buscar emendas que houveram no conselho de constituição e justiça ,ou seja buscar a história da norma, reler inclusive as normas que antecederam a norma a ser interpretada.” “Graças a ela podemos compreender as razões e os fundamentos de determinado instituto, desta ou
daquela norma jurídica. O aspecto histórico é importante para entendermos o sentido e a razão de determinada política criminal, para compreendermos por que em determinado momento o legislador adotou determinada orientação legislativa etc. No entanto, a maior ou menor importância do elemento histórico dependerá de dar-se preferência à finalidade que o legislador histórico perseguia ou à finalidade objetiva da lei (interpretação teleológica) “Onde essas fontes não bastem, a história total do nascimento da lei deve servir para possibilitar a extração de conclusões sobre os motivos, sobre as esperanças e sobre as representações concretas em relação à norma — Por fim, destaque-se a importância da ligação entre a legislação atual e a pretérita. Toda lei faz parte da evolução do direito, sendo indiscutível a importância de conhecer as origens remotas dos institutos jurídicos. O elemento histórico abrange o conhecimento não apenas do presente, mas também do passado de uma lei, como a lei que fora derrogada. Anton Oneca, lembrava que as leis novas costumam ser uma reforma mais ou menos ampla das anteriores, mas nem sempre são mais claras, pois às vezes o novo diploma legal, ao corrigir o texto anterior, deixa-o mais obscuro e deficiente em relação a outras aplicações inadvertidas aos reformador.”
Nenhum método se sobrepõe sobre o outro, eles se completam os jurista se utiliza de métodos de interpretação, vários aos mesmo tempo, sentido significado e alcance da norma, extrair da norma, sua pretensão, os fins, o que ela busca.
22-04-2015
4 A interpretaçãoquanto ao resultado ou seja o resultado da interpretação
4.1 Interpretação declarativa
A interpretação declarativa, o exegeta apenas declara a vontade da lei, ou seja apenas faz da norma jurídica sua vontade, mera reprodução dos vocábulos contidos da norma jurídica, nem amplia nem restringe o conteúdo da norma jurídica.
“expressa tão somente o sentido linguístico, literal, do texto interpretado, que seria a concordância entre o resultado da interpretação gramatical e o da lógico-sistemática. Na interpretação declarativa o texto não é ampliado nem restringido, correspondendo exatamente a seu real significado. Vicente Ráo preconizava que a interpretação declarativa “afirma a coincidência da norma com o sentido exato do preceito”.
A exemplo do que ocorre com a classificação das sentenças, que, segundo os processualistas, todas elas, independente de sua espécie, encerram uma grande carga declaratória, assim também acontece com a interpretação, que é sempre declarativa, já que sua finalidade é, em última instância, declarar o direito.”
Ex. art 141,III- art 150,,§ 1° e 226, I do CP
( nesses artigos um deles fala de varias pessoas, pensa-se duas ou mais, mas nos outros artigos define, duas ou mais, ou seja várias pessoas por mais de duas).
4.2 Interpretação Extensiva: 
O exegeta interprete da norma chega a um resultado que vai além do que disse o texto legal, porque a norma disse menos do que pretendia, busca-se a mens leges- a vontade da lei, e ao buscar a vontade da lei amplia-se o conteúdo da norma jurídica, e portanto estende-se o seu alcance.
Lex minus dixit quant voliut ( a lei disse menos que sua vontade)
Ex art 235 do CP se pensa em bigamia, mas pode se entender poligamia
Ex art. 176 do CP, pode se pensar em motel, pousada, lanchonete, não somente os listados na lei. “Nesse caso, ocorre uma situação inversa à que acabamos de abordar: aspalavras do texto legal dizem menos do que sua vontade, isto é, o sentido da norma fica aquém de sua expressão literal. Essa interpretação ocorre sempre que o intérprete amplia o sentido ou alcance da lei examinada. Enfim, como reconhecia Washington de Barros Monteiro, “nem sempre é feliz a expressão usada pelolegislador. Acontece algumas vezes que ele diz menos ou mais do que pretendia dizer,”
4.3 Interpretação Restritiva
Resulta de um alcance reduzido da norma jurídica concluindo que a norma disse mais do que pretendia, portanto o interprete restringe o campo de incidência da norma.
Lex dixit plus potius quan voliut
Ex art 28 do CP c/c art 26, caput do CP a lei de imputabilidade fala a respeito de pessoas com distúrbios mentais, generalizando, então pensa-se em alcoolismo como doença mental, aplicando a imputabilidade a respeito disso.
“A interpretação restritiva procura reduzir ou limitar o alcance do texto interpretado na tentativa de encontrar seu verdadeiro sentido, porque se trata de uma
exigência jurídica. Com efeito, é restritiva a interpretação quando se procura minimizar o sentido ou alcance das palavras que objetivam refletir o direito contido na norma jurídica.”
4.4 Interpretação progressiva, adaptativa ou evolutiva
Na causa de falta de lei de adapta uma que se trata de assunto parecido, mas nunca pode ser utilizada em desfavor do acusado. Ela é realizada para que a norma se adote ao momento ao período desde que não desfavoreça ao acusado.
Ex artigo 11 do CP cruzeiro significa a moeda da época.
4.5 Analogia
É uma espécie de integração da norma jurídica porque vai suprir lacuna da norma jurídica, no entanto eu só posso me utilizar quando em favor do réu (analogia in bona patem:) usar uma lei semelhante para um caso que nela se ajuste desde que em favor do acusado.
Mais que interpretação é um método de integração da lei.
Artigo 4° da LINDB= “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”
Quando se utiliza a analogia 
há necessidade de dar solução jurídica para uma determinada situação fática. Quando não há norma para este fato
Não há lei que regule a situação;
Há outra lei que regula a situação distinta porém com certas semelhanças com a situação analisada
Não precisa ser perfeita, mas sim com características semelhantes.
A analogia pode ser
Legal (analogia legis)
Jurídica (analogia juris
O recurso da analogia é excluído das seguintes hipóteses- não se usa a analogia.
Nas leis incriminadoras
nas leis excepcionais (exceção) lei A excepciona a lei B- já cuida de exceção, por isso não se usa a analogia...art 26 trata dos imputáveis.
nas leis fiscais não tem como aplicar a analogia nas leis fiscais. Lei 8137/90.
“A analogia não se confunde com a interpretação extensiva ou mesmo com a interpretação analógica. A analogia, convém registrar desde logo, não é
propriamente forma de interpretação, mas de aplicação da norma legal. A função da analogia não é, por conseguinte, interpretativa, mas integrativa da norma
jurídica. Com a analogia procura-se aplicar determinado preceito ou mesmo os próprios princípios gerais do direito a uma hipótese não contemplada no texto legal.”
isto é, com ela busca-se colmatar uma lacuna da lei. Na verdade, a analogia não é um meio de interpretação, mas de integração do sistema jurídico
o uso da analogia não é irrestrito se circunscreve, se limita a ser emfavor do acusado quando ela não vir de encontro com leis incriminadoras,
Interpretação analógica: 
ou “entra legem”, é a que significa quando a lei contém no seu bojo uma formula casuística (norma tem uma textura aberta a interpretação) seguida de uma formula genérica. É necessário para possibilitar a aplicação da lei aos inúmeros e imprevisíveis casos que as situações praticas podem apresentar. A interpretação analógica diferentemente da analogia pode ser utilizada quer em favor, quer em desfavor do agente. Art 121 §2 III outro meio insidioso e cruel.
Precisa adapta-la aos vários casos previsíveis que podem ocorrer
“em que a própria lei determina que se amplie seu conteúdo ou alcance, e quando no último aparece claro o sentido que no primeiro está obscuro: com este entendimento, se a considera como uma espécie de interpretação sistemática.
Distinta da interpretação analógica é a aplicação da lei por analogia, que consiste em fazer aplicável a norma a um caso semelhante, mas não
compreendido na letra nem no pensamento da lei.”
Curiosidade para lembrar:
Normas penais em branco: A maioria das normas penais incriminadoras, ou seja, aquelas que descrevem condutas típicas, compõe-se de normas completas, integrais, possuindo preceitos e sanções; consequentemente, referidas normas podem ser aplicadas sem a complementação de outras. Há, contudo, algumas normas incompletas, com preceitos genéricos ou indeterminados, que precisam da complementação de outras normas, sendo conhecidas, por isso mesmo, como normas penais em branco. Na linguagem figurada de Binding, “a lei penal em branco é um corpo errante em busca de sua alma”. Trata-se, na realidade, de normas de conteúdo incompleto, vago, impreciso, também denominadas normas imperfeitas, por dependerem de complementação por outra norma jurídica (lei, decreto, regulamento, portaria, resolução etc.), para concluírem a descrição da conduta proibida. A falta ou inexistência dessa dita norma complementadora impede que a descrição da conduta proibida se complete, ficando em aberto a descrição típica. sua classificação em normas penais em branco, em sentido lato e em sentido
estrito. Segundo Pablo Rodrigo Alflen da Silva, “nas leis penais em branco em sentido estrito, há fonte formal heteróloga, pois remetem a individualização
(especificação) do preceito a regras cujo autor é um órgão distinto do poder legislativo, o qual realiza o preenchimento do ‘branco’ por meio de sua
individualização, v. g., através de atos administrativos” e nas “leis penais em branco em sentido amplo, em que há fonte formal homóloga, são aquelas que recorrem a regulamentações da mesma lei ou de outra lei, ou seja, originadas da mesma instâncialegislativa, contanto que possam ser pronunciadas por remissões (externas ou internas) expressas e concludentes”
24-04-2015
Conflito aparente de normas 
Não existem conflitos e sim conflitos aparentes, o conflito é ilusório, sempre haveria para um conflito aparente uma solução, se aplicará uma ou outra norma. 
“Tradicionalmente se distinguem várias categorias de concurso de leis, que, no entanto, têm mais valor classificatório do que prático. A doutrina majoritária
apresenta os seguintes princípios para solucionar o conflito em exame: especialidade, subsidiariedade e consunção. Há ainda alguns autores que arrolam também a alternatividade, que, a rigor, não soluciona conflito algum de normas, pois, na verdade, não há conflito aparente. Vejamos cada um desses princípios.”
1-conceito
Na realidade, háveria um conflito aparente de normas sob pena do direito penal deixar de ser um sistema ordenado e harmônico de normas juridicas, onde suas normas aparentam entre si uma relação de dependência e hierarquia, permitindo a aplicação da lei ao caso concreto, excluindo ou absorvendo os demais.
2- requisitos do conflito aparente das normas
Unidade de fato: o fato apreciado deve ser único. Essa unidade pode ser simples: quando há um único comportamento (que pode ser formado por vários atos) ou complexa: quando ocorre aglutinação d comportamentos distintos que a lei disciplina, como um só comportamento (isso ocorre, por exemplo, no crime complexo e no crime progressivo). Art 155 §4 prevalece a especial.
Pluralidade de dispositivos legais aparentemente aplicáveis ao mesmo fato para ocorrer o concurso aparente se faz necessário que, diante de um fato único, haja aparente possibilidade de aplicação de mais de uma norma veiculada por dispositivos legais diversos.
Vigência e validade simultâneas de todos os dispositivos legais aparentemente aplicáveis. Se após um aprofundado exame se conclua que apenas um dispositivo é vigente e valido, não será o caso de conflito real (antinomia) que se resolve pela conclusão da incompatibilidade jurídica da norma não aplicável.
Aplicabilidade de apenas um dispositivo legal: como o conflito de normas é ilusório, ao final da atividade cognitiva o interprete chega a conclusão. De que apenas um dispositivo regula o caso por ele analisado, afastam da hipótese de incidência dos demais aparentemente aplicáveis. Isto porque se a conclusão foi feita pela aplicação de mais de um tipo penal, o caso será de concurso de crimes e não de conflito aparente. (concurso de crimes art.69 CP).
O Bitencout vai falar que o principal recurso é o princípio da Especialidade.
3. Princípios para solucionar os conflitos aparentes de normas
3.1- principio da especialidade:
- a norma especial prevalece sobre a norma geral. É considerada norma especial é aquela que contem todos os elementos da norma geral mais os especializante que pode levar a uma maior ou menor gravidade. Á um conteúdo de minus menor e pluz menor, há uma relação de gênero e espécie.
- E considerada especial aquela que contém todos os elementos da norma geral, além de outros tidos como especializantes, que podem levar a uma maior ou menor gravidade da incriminação.
“Há relação de especialidade entre o tipo básico e os tipos derivados, sejam qualificados ou privilegiados. Assim, os furtos qualificados e privilegiados constituem preceitos especiais em relação ao furto simples. Há igualmente especialidade quando determinada lei descreve como crime único dois pressupostos fáticos de crimes distintos, como, por exemplo, o crime de roubo, que nada mais é do que o furto praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.”
- relação de gênero (norma geral) X espécie (norma especial)
“Para pensar: Alguns autores acrescentam a alternatividade como outro princípio do conflito de normas, que, a nosso juízo, é desnecessário, ante a ausência do conflito aparente. Haveria alternatividade quando dois tipos contêm elementos incompatíveis entre si, excluindo-se mutuamente, como seriam exemplos o furto e 
apropriação indébita. Ora, o fundamento do concurso de leis é a coincidência parcial das normas penais. Sendo, pois, incompatíveis, afastam, por razões lógicas, o referido conflito3. Na realidade, ou não se trata de fato único, mas de fatos múltiplos, que se excluem mutuamente, assim como as disposições legais que lhes correspondem, ou então se trata de fatos que se enquadram nos critérios da especialidade ou da subsidiariedade.”
Ex art 121/artigo 123 do CP
Os diversos tipos penais derivados (qualificados e privilegiados(situações que privilegiam) são especiais em Relação aos tipos básicos( é o caput) (formas simples do delito) a que estão vinculados
Artigo 32 do código de transito brasileiro (lei 9503/97) que prevê o homicídio culposo na condução de veiculo automotor, é especial em ralação ao artigo 121,§3°do CP que prevê o homicídio culposo.
O delito de trafico de drogas, previsto no art. 33 da lei 11.343/2006, é especial em ralação ao crime de contrabando.
3.2 observações quanto ao principio da especialidade
a) o norma especial ou delito especial pode ser previsto na mesma lei em que está previsto o delito geral.
b)o artigo 12 do CP, apesar de não se referir expressamente sobre o conflito aparente da norma incriminadora geral e norma incriminadora especial tem fundamento no principio da especialidade.
c) Como não há conflito real entre lei geral e lei especial, esta pode ser anterior, contemporânea ou posterior aquela, mesmo assim prevalecerá para regulação de casos específicos por elas previstos (respeitadas as regras de vigência)
d)Em se tratando de conflito aparente de lei penais o fato deve ser único. Assim, se o agente primeiro praticar uma conduta regulada pela norma geral e em um outro contexto fático pratica uma outra conduta prevista em lei especial, deve responder pelos dois crimes. Ex matou a esposa na cama com o menino de 18 anos, o amante fugiu pela janela mas ele matou o amante, só vai ter o privilégio da pena da esposa e o amante é homicídio qualificado
e) a descrição da conduta pode corresponder a uma pena mais severa ou mais branda, o importante é que nela contenha todos os elementos da descrição geral (lei geral) acrescida de elementos especializantes.
3.3 principio da Consunção
O fato maior engloba os de menor gravidade
Fato central e mais grave enquadra o fato (crime ponderante) absorve os demais fatos correspondentes a outros delitos que atuam como: a) como meio necessário para a realização do crime preponderante, b) normal faze de preparação ou de execução do crime preponderante,(espancou e depois matou) c) mero incremento do crime preponderante(matou e depois esquartejou). Ex. comete se outro crime em busca de cometer outro maior, mas se é absolvido do de menor gravidade punido crime de maior gravidade.” Na relação consuntiva, os fatos não se apresentam em relação de gênero e espécie, mas de minus e plus, de continente e conteúdo, de todo e parte, deinteiro e fração. Por isso, o crime consumado absorve o crime tentado, o crime de perigo é absorvido pelo crime de dano. A norma consuntiva constitui fase mais avançada na realização da ofensa a um bem jurídico, aplicando-se o princípio major absorbet minorem. Assim, as lesões corporais que determinam a morte são absorvidas pela tipificação do homicídio, ou o furto com arrombamento em casa habitada absorve os crimes de dano e de violação de domicílio etc. A norma consuntiva exclui a aplicação da norma consunta, por abranger o delito definido por esta. Há consunção quando o crime-meio é realizado como uma fase ou etapa do crime-fim, onde vai esgotar seu potencial ofensivo, sendo, por isso, a punição somente da conduta criminosa final do agente.”
Crime preponderante= consultivo
Crime absorvido=consunto
Evita a dupla punição
3.4 hipotese de aplicação do principio da consunção
3.4.1. crime complexo
É aquele que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos com acréscimos ou não de elementos circunstanciais. Então os crimes fundidos passam a integraro crime complexo (também chamado de composto), como elementares ou circunstancias destes. E que o legislador entende como um único crime, também pode ser chamado de crime composto
Ex: Roubo (art157)...(art 129 do CP)- (art 147 do CP) (art155 do CP).o legislador considera a fusão de todos os artigos e considera o 157, que contem todos os outros acima.
Damasio de Jesus: especialidade ou de subsidiariedade tácita.
Cezar bitencourt
Discordam da posição de outros doutrinadores dizendo que nos crimes complexos não se trata do principio da consunção, mas do principio da especialidade ou de subsidiariedade, o prof. já viu em concursos tanto dos dois
3.4.2 Crime progressivo
Ocorre quando o agente que praticar um crime de maior gravidade, necessariamente incorre, para alcançar o resultado pretendido, em uma conduta compatível com outro crime menos grave.
No crime progressivo há: a) unidade do elemento subjetivo (desde o inicio o agente almeja um determinado resultado final, b) unidade de fato (conduta única, crime único) c) pluralidade de atos (deve ser um crime plurissubsistente,(sua pratica deve se desdobrar em vários atos, o homicídio da yoki, provocou a lesão, esquartejou) ou seja sua pratica deve se desdobrar em um conjunto de atos, d) progressividade da lesão ao bem jurídico (atos sequenciais violando crescentemente o bem jurídico protegido, deve o bem jurídico sofrer uma lesão progressiva) conduta única, crime unico
Ex art 121 do CP – art 129 do CP.
13-05-15
3.4.3 progressão criminosa (em sentido estrito)
A consunção se justifica pelo processo lógico do entrelaçamento concreto entre a pluralidade de fatos a doutrina alivede a progressão criminosa em , os fatos ocorrem a um entrelaçamento lógico, as circunstancias.
sentido estrito (os fatos se dão no mesmo espaço de tempo-entrelaçamento logico entre os fatos. Aquela que para praticar um fato precisa praticar um fato de maior gravidade, depois de produzir o fato desejado produz outro de maior gravidade
 fato anterior não punível (ante factum impunível): não é meio necessário para a pratica do delito maior, funciona como faze de execução do delito maior, não é meio necessário, mas o antecedente, normal faze de preparação e execução do delito maior,( o sujeito deseja roubar a bolsa da pessoa que se encontra dentro do carro, e ele quebra o vidro do carro, necessariamente ele passa pelo crime de dano.
Fato posterior não punível (post factum impunível
3.4.3.1 Progressão Criminosa em sentido estrito
Ex art 129- art121
3.4.3.2 fato anterior não punível
É aquele fato previsto como crime precedente á realização do delito maior (consuntivo), não sendo meio necessário para se chegar a consumação deste fato, mas funciona de como fase normal de preparação ou execução, identificável no caso concreto como desdobramento antecedente para atingir a ofensa maior.
3.4.3.3 fato posterior não punível.
Há post factum inpunivel quando, após concretizado um fato criminoso, o mesmo agente responsável realiza novo ataque ao mesmo bem jurídico, configurando a conduta subsequente meio incremento da lesão antecedente.
É aquele que o agente realiza o ataque ao bem jurídico, e ele pretende realizar um novo ataque a esse bem jurídico, um exemplo, é quando a pessoa furta um objeto e após furtá-lo o destrói, primeiro furto e depois dano.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
1 CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS 
- A lei penal nasce, vive e morre: A LEI É POSTA, PROMULGADA, PUBLICADA TEM UM TEMPO DE VIGENCIA E É REVOGADA, e tem cessada sua eficácia, é revogada por uma lei posterior ou simplesmente revogada
- Entre a entrada em vigor e a cessação de sua vigência está sua eficácia, ou seja entre a entrada em vigor e sua cessação de vigência (entre ser publicada a lei em vigor e outra que cesse sua vigência, este período é a eficácia da lei
- A regra é tempus regit actum: a lei a ser aplicada é a lei do momento em que o fato ocorre, ocorreu o fato a lei que está em vigor é a que deve ser aplicada ao fato
“A lei anterior, como regra, perde sua vigência quando entra em vigor uma lei nova regulando a mesma matéria. E, como diz Damásio de Jesus1, “entre estes dois limites — entrada em vigor e cessação de sua vigência — situa-se a sua eficácia. Não alcança, assim, os fatos ocorridos antes ou depois dos dois limites extremos: não retroage nem tem ultra-atividade. É o princípio tempus regit actum”. Em outros termos, a lei aplicável à repressão da prática do crime é a lei vigente ao tempo de sua execução. Essa é uma garantia do cidadão: além da segurança jurídica, garante-se-lhe que não será surpreendido por leis ad hoc, criminalizando condutas, inclusive a posteriori, que até então não eram tipificadas como crime.”
2 PRINCÍPIOS DA LEI PENAL NO TEMPO
2.1 irretroatividade da lei penal: a primeira tônica que se sobressai é a segurança jurídica, o individuo não terá contra si uma lei posterior que, a segurança jurídica é da liberdade do individuo frente ao poder punitivo do estado, está diretamente ligado ao principio da legalidade e da anterioridade da lei penal. A lei penal não retroagira nunca salvo em beneficio do acusado. “O dinamismo do Direito Penal, que procura acompanhar a evolução cultural dos povos, percebeu que, ao menos em tese, as leis novas são melhores que as mais antigas e teriam melhores condições para fazer justiça. Essa natureza dinâmica do Direito determinou a necessidade de conciliar, no âmbito da sucessão de leis no tempo, o princípio tempus regit actum com o da aplicação da lei posterior, sempre que for mais favorável ao indivíduo. Diante dessa necessidade, procurou-se temperar aquele velho princípio para adequá-lo às necessidades modernas, determinando que a lei penal não retroage, salvo para beneficiar o infrator (retroatividade da lei penal mais benigna), que, finalmente, foi recepcionado pela Constituição Federal do Brasil de 1988 (art. 5º, XL). A reforma penal de 1984, que alterou toda a Parte Geral do Código de 1940, adotou expressamente essa orientação prescrevendo no parágrafo único do seu art. 2º: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”.
-segurança jurídica
-principio da legalidade e da anterioridade
“Irretroatividade da lei penal: é a ideia de segurança jurídica, que se consubstancia num dos princípios reitores do Estado de Direito,
segundo o qual as normas que regulam as infrações penais não podem modificar-se após as suas execuções em prejuízo do cidadão.”
“Retroatividade e ultratividade da lei mais benigna: No conflito de leis penais no tempo, é indispensável investigar qual a que se apresenta mais favorável ao indivíduo tido como infrator. A lei anterior, quando for mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada. O inverso também é verdadeiro, isto é, quando a lei posterior for mais benéfica, retroagirá para alcançar fatos cometidos antes de sua vigência.”
-artigo 5°, inciso XXXIX, da CF/88 principio da legalidade que está no artigo 1 ° do CP nos empresta segurança jurídica.
2.2 Retroatividade da lei penal mais benigna
-artigo 5°, inciso XL, da CF/88 não retroagira, salvo para beneficiar o réu. A constituição nos da a tônica sobre a retroatividade da lei excepcionalmente para beneficiar o reu. 
Hipóteses:- leis de natureza penal e processual penal que ampliem o campo da licitude penal; aquelas que cominam crime, pena licitude e ilicitude, as leis processuais penais mistas, que tratam de prisão preventiva liberdade provisória, estas retroagem pois tratam da liberdade do individuo
 - que funcionem como abolição da pena; aquelas que vão abolir a pena -Reflitam nas excludentes de criminalidade - dirimentes de culpabilidade, retiram a culpa do acusado, afastam a culpabilidade (legitima defesa, desconhecimento da lei art 21 
“Pode acontecer, no entanto,que infração penal iniciada sob a vigência de uma lei venha a consumar-se sob a vigência de outra; ou, então, que o sujeito pratique conduta criminosa sob a vigência de uma lei, e a sentença condenatória venha a ser prolatada sob a vigência de outra, que comine pena distinta da primeira; ou, ainda, que durante a execução da pena surja lei nova regulando o mesmo fato e determinando sanção mais suave. Afinal, qual a lei a ser aplicada: a do tempo da prática do fato ou a posterior? Essa é uma questão aparentemente simples relativa ao chamado direito intertemporal, mas que, no quotidiano, pode apresentar inúmeras dificuldades para a solução do conflito de leis penais no tempo. Alguns princípios procuram oferecer a solução para aquelas que são consideradas as hipóteses mais comuns em matéria criminal.CP.)”
3 hipoteses de conflitos de leis penais no tempo: 
“A regra geral é a atividade da lei penal no período de sua vigência. A extra-atividade é exceção a essa regra, que tem aplicação quando, no conflito
intertemporal, se fizer presente uma norma penal mais benéfica. São espécies dessa atividade estendida a retroatividade e ultratividade. Esses dois efeitos
ocorrem: quando a lei revogada for mais benéfica, ela terá ultratividade, aplicando-se ao fato cometido durante sua vigência; no entanto, se a lei revogadora fora mais benigna, esta será aplicada retroativamente.
O sistema penal brasileiro procura resolver as situações de conflitos temporais que a lei penal pode apresentar, inserindo normas específicas, tanto no Código
Penal como na Lei de Introdução ao Código de Processo Penal (art. 13 do Decreto-Lei n. 3.931/41), na Lei de Execução Penal (art. 66, I, da Lei n. 7.210/84), e também na própria Constituição Federal (art. 5º, XXXIX e XL).”
-art 2° do CPB. Este trata do conflito de leis penais no tempo...ninguém pode ser punido por fato de que lei posterior que considere crime, a lei posterior que favorecer o agente que o cometeu anteriormente crime
-regra geral é a atividade da lei penal no período da sua vigência. “No entanto, quando a lei posterior for mais grave, não retroagirá, sendo a lei anterior que adquirirá ultratividade, devendo ser aplicada, mesmo na vigência de outra lei. Nesses termos, aplica-se o princípio tempus regit actum, como regra; mas se aplica, como exceção, a lei penal posterior, sempre que beneficiar o agente.”
- A extra-atividade é exceção; quando a lei tem ultratividade (durante a vigência)e retroatividade (após sua vigência)
-Especiais de extra-atividade. Lei favorável mais benéfica é plicada a fatos ocorridos durante sua vigência. Se a lei revogada for mais favorável será retroativa.
 -lei de introdução do CP- decreto lei n°3914/41
 -lei de execução penal (art 66, I da lei 7.210/84
 -artigo 5°XXXIX e XLda CF.
Todos falam da retroatividade da lei em beneficio do acusado
3.1 A abolitio Criminis: ocorre quando a lei nova deixa de considerar crime o que a lei anterior o considerava como tal
-artigo 2° do CP ninguém pode ser punido fato que lei posterior desconsidera como crime. Isso não ofende a coisa julgada, em hipotese alguma, com a abolitio crime todos os lançamentos em virtude do fato da abolitio crime são limpados da ficha e da história criminal do agente.
“Ocorre abolitio criminis quando a lei nova deixa de considerar crime fato anteriormente tipificado como ilícito penal. A lei nova retira a característica de ilicitude penal de uma conduta precedentemente incriminada. Nessa hipótese, partindo da presunção de que a lei nova é a mais adequada, e de que o Estado não tem mais interesse na punição dos autores de tais condutas.
A abolitio criminis configura uma situação de lei penal posterior mais benigna, que deve atingir, inclusive, fatos definitivamente julgados, mesmo em fase de
execução. A abolitio criminis faz desaparecer todos os efeitos penais, permanecendo os civis.: “O inquérito policial ou o processo são imediatamente trancados e extintos, uma vez que não há mais razão de existir; se já houve sentença condenatória, cessam imediatamente sua execução e todos os seus efeitos penais, principais e secundários; os efeitos extrapenais (sic),
no entanto, subsistem, em face do disposto no art. 2º, caput, do Código Penal, segundo o qual cessam apenas os efeitos penais da condenação”. Na hipótese de abolitio criminis não subsiste, na verdade, nem a execução da pena, que é seu efeito principal, mesmo transitada em julgado. Aliás, se o condenado já tiver cumprido a pena, inclusive, terá sua folha de antecedentes inteiramente corrigida, para dela afastar a condenação que existiu, por fato que não é mais crime.”
3.2 Novatio Legis incriminadora: quando a lei nova incrimina o fato
-artigo 5° XXXIX da CF e art 1° do CP
3.3 No vatio legis in pejus: lei posterior que de qualquer modo agrava a condição do sujeito esta lei também não retroagirá, a plaicarse-á o Artigo 5°, inciso XL, CF/88
“A novatio legis incriminadora, ao contrário da abolitio criminis, considera crime fato anteriormente não incriminado. A novatio legis incriminadora é irretroativa e não pode ser aplicada a fatos praticados antes da sua vigência, segundo o velho aforisma nullum crimen sine praevia lege, hoje erigido a dogma constitucional (art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º do CP).
Nessas circunstâncias, o autor do fato não praticou crime, uma vez que, no momento da execução, sua conduta era indiferente para o Direito Penal. Nesse
sentido, “A lei penal mais grave não se aplica aos fatos ocorridos
antes de sua vigência, seja quando cria figura penal até então inexistente, seja quando se limita a agravar as consequências jurídico-penais do fato, isto é, a pena ou a medida de segurança. Há, pois, uma proibição de retroatividade das normas mais severas de direito penal material”.
Novatio legis in pejus — Lei posterior que de qualquer modo agravar a situação do sujeito não retroagirá (art. 5º, XL, da CF). Se houver um conflito entre duas leis, a anterior, mais benigna, e a posterior, mais severa, aplicar-se-á a mais benigna: a anterior será ultra-ativa, por sua benignidade, e a posterior será irretroativa, por sua severidade. A lei menos favorável, seja anterior, seja posterior, denomina-se lex gravior e, como tal, não pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua vigência.”
3.4 Novatio Legis in Mellius: a lei que descriminaliza ou de qualquer modo favorece o sujeito, esta lei retroage, a aplica se a ela o art 5° inciso “Novatio legis in mellius — Pode ocorrer que a lei nova, mesmo sem descriminalizar, dê tratamento mais favorável ao sujeito. Mesmo que a sentença
condenatória encontre-se em fase de execução, prevalece a lex mitior que, de qualquer modo, favorece o agente, nos estritos termos do parágrafo único do art. 2º do CP. O dispositivo citado deixa claro que a retroatividade é incondicional.não fere o princípio constitucional que preserva a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, da CF), pois essa norma constitucional protege as garantias individuais e não o direito do Estado enquanto titular do ius puniendi.
A lex mitior — seja abolitio criminis, seja qualquer alteração in mellius — retroage e aplica-se imediatamente aos processos em andamento, aos fatos delituosos cujos processos ainda não foram iniciados e, inclusive, aos processos com decisão condenatória já transitada em julgado. Aspecto que merece também pequena consideração é a situação da lex mitior durante o período de vacatio legis: afinal, aplica-se retroativamente ou não? No momento em que é publicado um
novo texto legal, este passa a existir no mundo jurídico, representa o novo pensamento do legislador sobre o tema de que se ocupa, produto, evidentemente, de novas valorações sociais. Assim, não sendo possível ignorar a existência do novo diploma legal, bem como as transformações que ele representa no ordenamento jurídico-penal, a sua imediata eficácia é inegável, e não pode ser obstaculizada a sua aplicação retroativa quando configurar lei penal mais benéfica, mesmo que ainda se encontre em vacatio legis. Hungria,a seu tempo, já sustentava orientação nesse sentido: “A lei em período de vacatio não deixa de ser lei posterior,devendo, pois, ser aplicada, desde logo, se mais favorável ao réu””
-lei posterior que discriminaliza ou dê tratamento mais favorável ao sujeito
-não fere a coisa julgada (art5°XXXIX, da CF/88)
-sumula 611 do STF.
15-05-15
3.5 LEI INERMEDIARIA E CONJUGAÇÃO DE LEIS PENAIS
CONCEITO
É quando surge a sucessão de leis penais no tempo, e a mais favorável não é nem a lei do tempo do fato, nem a lei do tempo da solução do fato, mas uma intermediária, ou seja, que não estava vigindo nem ao tempo do fato, nem no momento da solução do fato, mas uma lei intermediária que vigiu entre o fato e a solução do fato. Há três correntes para solucionar esse conflito
A1) 1° corrente- diz que essa lei não pode ser aplicada: pq não há lei expressa que a ela se refira.” Um setor da doutrina considera que não pode ser aplicada a lei intermediária, pois a lei penal não se refere a ela expressamente, além do que não estava em vigor em nenhum momento essencial — nem no do fato nem no do julgamento.”
A2) 2° corrente- princípios gerais de Direito Intertemporal: deve ser aplicada a lei mais favorável. “deve-se aplicar a lei mais favorável. Se a lei intermediária fora mais favorável, deverá ser aplicada. Assim, a lei posterior, mais rigorosa, não pode ser aplicada pelo princípio geral da irretroatividade, como também não pode
ser aplicada a lei da época do fato, mais rigorosa. Por princípio excepcional, só poderá ser aplicada a lei intermediária, que é a mais favorável. Nessa hipótese, a lei intermediária tem dupla extra-atividade: é, ao mesmo tempo, retroativa e ultra-ativa”!
A3) é possível conjugar aspectos favoráveis da lei anterior com os aspectos favoráveis da lei posterior. E assim solucionar o fato, seleciona-se parte de um um todo de cada uma e aplica ao caso que está julgando, no caso do juiz, há quem diga que isso não é possível pois tornaria o juiz um legislador, pois ele estaria fazendo uma terceira norma. “Grande setor da doutrina nacional e estrangeira opõe-se a essa possibilidade, porque isso representaria a criação de uma terceira lei, travestindo o juiz de, outroscontrariamente, admite a combinação de leis no campo penal, pois, como afirma, nunca há uma lei estritamente completa, enquanto há leis especialmente incompletas, como é o caso da norma penal em branco; consequentemente, o juiz sempre está configurando uma terceira lei, que, a rigor, não passa de simples interpretação integrativa, admissível na atividade judicial, favorável ao réu. No mesmo sentido era o entendimento de Frederico Marques, segundo o qual, se é permitido escolher o “todo” para garantir tratamento mais favorável ao réu, nada impede que se possa selecionar parte de um todo e parte de outro, para atender a uma regra constitucional que deve estar acima de pruridos de lógica formal.
A nosso juízo, esse é o melhor entendimento, que permite a combinação de duas leis, aplicando-se sempre os dispositivos mais benéficos. O Supremo TribunalFederal teve oportunidade de examinar essa matéria e decidiu pela possibilidade da conjugação de leis para beneficiar o acusado.”
B1)-juiz-papel de legislador (o prof acredita que se o juiz toma parte de cada norma e aplica ao caso está legislando, fazendo uma norma, ele não está mais interpretando está criando a norma, não é posição de grande parte da doutrina)
Ou seja a norma intermediária ela tem poder ultrativo, mesmo após sua vigência ela se aplica a fatos anteriores.
Bitencourt adere a essa corrente
B2) Frederico Marques: “se é permitido escolher o todo para garantir tratamento mais favorável ao réu, nada impede que se possa selecionar parte de um todo e parte de outro, para atender á uma regra constitucional que deve estar a cima de pruridos de logica formal.” 
3.6 LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORAIS
São as leis que vigem por um período de tempo por razões e circunstancias transitórias que em outros momentos não haveria necessidade de sua existência. (leis que são necessárias por um período determinado quando a lei que permitiu a bebida alcooloca em estádioa na copa) ou leis que duram por um período de tempo. “São leis que vigem por período predeterminado, pois nascem com a finalidade de regular circunstâncias transitórias especiais que, em situação normal, seriam desnecessárias. Leis temporárias são aquelas cuja vigência vem previamente fixada pelo legislador, e são leis excepcionais as que vigem durante situações de emergência.”
-execução do principio da irretroatividade
-artigo 3° do CPB é uma excessão ao principio da irretroatividade da lei.
-ultratividade
Inconstitucionalidade artigo 5°, inc XL. Tem um debate sobre a insconstitucionalidade, as doutrinas estão divididas. O prof considera constitucional, pois isto é uma exceção da exceção.
Entendi que nesse caso a lei não é retroativa, não se usa para beneficiar o réu, a lei era temporária.
3.7 Retroatividade e leis penais em branco (aquelas que necessitam de complementação do seu preceito primário). “Algumas normas incompletas, com preceitos genéricos ou indeterminados, que precisam da complementação de outras normas, sendo conhecidas, por isso mesmo, como normas penais em branco. A delimitação e constitucionalidade das leis penais em branco sempre foi objeto de debate na doutrina em função do princípio de legalidade e de reserva legal. E, em virtude dessa problemática, surge uma questão inevitável: a norma penal em branco retroage ou não? As leis penais em branco não são revogadas em consequência da revogação de seus complementos. Tornam-se apenas temporariamente inaplicáveis por carecerem de elemento indispensável à configuração da tipicidade. Recuperam, contudo, validez e eficácia com o surgimento de nova norma integradora, que, sendo mais grave, a nosso juízo, não pode retroagir para atingir fato praticado antes de sua existência.”
3.8 retroatividade e lei processual
Vige o principio tempu regit actum , o processo penal é uma ordenação de atos, uma sequencia de atos, ex o juiz o ministério publico oferece a denuncia, atos que estão previsto no cod...aplica se a lei do tempo do ato, a lei processual não retroage nunca, nem em beneficio do réu. No entanto, nós temos as leis processuais que alguns doutrina chamam de leis processuais mistas ou leis processuais materiais, que falam da prisão provisória prisão preventiva, da prescrição, estas retroagem. Materiais e mistas retroagem. “Vige o princípio tempus regit actum, que se relaciona aos atos do processo, ao contrário do princípio tempus comissi delicti, que está relacionado ao fato delitivo. Isso implica afirmar que a nova lei processual aplica-se de imediato, sem efeito retroativo, respeitando-se, portanto, a validade dos atos praticados sob a vigência da lei processual anterior. Em qualquer caso em que uma lei dita processual, posterior à prática do crime, determine a diminuição de garantias ou de direitos fundamentais ou implique qualquer forma de restrição da liberdade, não terá vigência o princípio
tempus regit actum, aplicando-se, nessas hipóteses, a legislação vigente na época do crime. Isso pode ocorrer, por exemplo, em matéria de prescrição, prisão preventiva, prisão provisória etc.
O princípio da irretroatividade da lei penal limita-se às normas penais de caráter material, entre as quais se incluem aquelas que de qualquer modo atingem algum direito fundamental do cidadão ou restringem sua liberdade, como é o caso das que proíbem a liberdade provisória, tornam crimes inafiançáveis etc.”
3.9 tempo do crime
 Tempo do crime é necessário inclusive para se saber a norma a ser aplicada, de antemão o prof adianta que a legislação, o cod penal brasileiro adota para resolver o tempo do crime, a teoria da atividade. “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. Considerando que crime continuado e crime permanente são institutos distintos, equipará-los,especialmente para ampliar a punibilidade de ambos, é uma opção de alto risco, ferindo princípios sagrados, como o da irretroatividade da lei penal mais grave. O crime permanente é uma entidade jurídica única, cuja execução alonga-se no tempo, e é exatamente essa característica, isto é, manter-se por algum período mais ou menos longo, realizando-se no plano fático (e esse fato exige a mantença do elemento subjetivo, ou seja, do dolo), que se justifica que sobrevindo lei nova, mesmo mais grave, tenha aplicação imediata, pois o fato, em sua integralidade, ainda está sendo executado. É necessário, convém destacar, que entre em vigor o novo diploma legal mais grave antes de cessar a permanência da infração penal, isto é, antes de cessar a sua execução”.
-teoria da atividade- art 4°- CPB: considera-se crime o momento da ação, e não o momento do resultado. Ex fulano atira em deutrano as 12hs, deutrano faleceu as 18hs no hospital. No hora que atirou, este é o momento. Legislação brasileira adota esta
-teoria do resultado: diz que momento do crime é quando ocorre a produção do resultado
-teoria da Ubiquidade ou mista: o tempo do crime é indiferente, seja o momento da ação ou omissão, ou do resultado.
3.10 Retroatividade da lei penal mais grave em crimes “continuados” e crimes “permanentes”- sumula 711 STF.
“a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanencia”
Crime permanente: aquele cuja ação se alonga no tempo, se distende no tempo.. ex sequestro, enquanto a vitima fica nas mão do sequestrador ainda está ocorrendo o sequestro , no dia que avitima é resgatada, sessa o crime, aplica-se a lei no dia em que cessou o crime de sequestro, mesmo que seja mais grave. Outro ex. cárcere privado.
Crime continuado: dois ou mais crimes da mesma espécie, mesmo lugar em mesmo espaço de tempo. Roubar varias casas quebrando a janela, na mesma rua, logo em sequencia, o crime continuado é uma ficção jurídica. O legislador criou o crime continuado para beneficiar o réu. Como vai se aplicar a lei mais grave ao crime continuado.

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