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QUESTÃO 1 
Leia o poema para responder à questão. 
 
PORQUE ME UFANO 
 
A caravela sem vela, testemunho 
De antigos navegantes, ora entregues 
Ao comércio de secos e molhados. 
 
O cadáver do bugre, embalsamado 
Em trecho de ópera e tropo de retórica, 
Amainado o interesse antropológico. 
 
O escravo das senzalas na favela 
Batucante, pitoresca, sonorosa, 
A musa castroalvina estando morta 
. 
Os mamelucos malucos alistados 
Na milícia das fardas amarelas, 
Para exemplo dos frágeis Fabianos 
. 
As sotainas jesuítas no cabide, 
Cativado o gentio e pleno o cofre 
Encourado da santa companhia. 
 
As monjas de Gregório, tão faceiras, 
Compelidas ao mister destemeroso 
De lecionar burguesas donzelonas. 
 
Sob o signo do Cruzeiro insubornável, 
Tendo em conta passados e futuros, 
Sempre me ufano deste meu país. 
 
Fonte: PAES, José Paulo. Porque me ufano. In: ______. Novas Cartas Chilenas, São Paulo: Global, 1998, p. 97. 
 
No poema, há referência explícita a dois importantes poetas brasileiros. São eles: 
 
(A). José de Anchieta e Oswald de Andrade. 
(B). Olavo Bilac e Álvares de Azevedo. 
(C).Gonçalves Dias e Tomás Antônio Gonzaga. 
(D).Castro Alves e Gregório de Matos. 
 
QUESTÃO 2 
 
Leia o texto e responda à questão. 
A obra-prima inicial 
Carlos Heitor Cony 
 
O primeiro contato com Memórias de um Sargento de Milícias provoca surpresa. Em 
primeiro lugar, pela linguagem, a língua tal como é falada entre nós. Surpresa também pelo 
tratamento da história em si. Surgia afinal o primeiro anti-herói de nossa literatura. Chegavam à 
cena os primeiros tipos que delineariam a ficção nacional daí em diante, como o padrinho do 
personagem principal, além da comadre e do major Vidigal. 
Procurar as influências por trás de Memórias de um Sargento de Milícias é fácil. Todo o 
picaresco espanhol e, acima de tudo, As Aventuras de Tom Jones, Um Enjeitado, de Henry 
Fielding, autor que também é comumente citado como uma das maiores influências em Machado 
de Assis. 
Foi feliz Marques Rebelo ao acentuar a ausência de paisagem real em nossa literatura, 
sendo que em Machado, como acentua a crítica até hoje, ela é inexistente. 
Ausente em nosso maior escritor, a paisagem tornou-se feérica e irreal nos demais 
romancistas, as selvas eram tão luxuosas que mais pareciam cenários de operetas. No chamado 
romance urbano, todos os coxins eram de seda adamascada. 
Até que surgiu Manuel Antonio de Almeida completando e sublimando Debret: nossos 
escravos, nossos quiosques, nossos postes de iluminação a óleo de peixe, o pelourinho, a casa 
da cadeia pública, as mulheres de mantilha, as procissões, a via-sacra, os fogos no Campo dos 
Ciganos. E Debret ficou sendo, mesmo sem o saber e até hoje, o melhor ilustrador para o 
romance de Almeida, da mesma forma que os desenhos de Hogarth deram vida aos personagens 
e cenários de “Tom Jones”. 
Fonte: CONY, Carlos Heitor. A obra-prima inicial. Folha de S. Paulo, São Paulo, 1 ago. 2008. Ilustrada, p. E17. (com cortes). 
 
No último parágrafo, Carlos Heitor Cony utiliza dois procedimentos para desenvolver sua 
argumentação a respeito da importância do romance Memórias de um Sargento de Milícias. São 
eles: 
 
(A). a definição e a refutação. 
(B). a comparação e a exemplificação. 
(C). a oposição e a contestação. 
(D).a problematização e a solução. 
QUESTÃO 3 
 
Considere os textos a seguir e responda à questão: 
 
Texto 1 
 
 
 
Fonte: Disponível em: . 
. 
 
Texto II 
O processo produtivo mundial é formado por um conjunto de umas 400-450 grandes 
corporações (a maioria delas produtora de automóveis e ligada ao petróleo e às comunicações) 
que têm seus investimentos espalhados pelos cinco continentes. A nacionalidade delas é 
principalmente americana, japonesa, alemã, inglesa, francesa, suíça, italiana e holandesa. 
Portanto, pode-se afirmar que os países que assumiram o controle da 1ª fase da globalização 
(1450-1850), apesar da descolonização e dos desgastes das duas guerras mundiais, ainda 
continuam obtendo os frutos do que conquistaram no passado. A razão disso é que detêm o 
monopólio da tecnologia e seus orçamentos, estatais e privados. 
Fonte: BRASIL Escola. Disponível em: . 
 
O texto II denuncia que os benefícios da globalização ainda estão sob monopólio de um número 
reduzido de países ricos. Pode-se dizer que a charge apresentada como Texto I e também 
intitulada “Globalização” expressa o mesmo ponto de vista; tal afirmação se justifica na charge 
por meio: 
 
(A). da representação do globo com fisionomias humanas. 
(B) do contorno simétrico dos rostos sugerindo uniformidade. 
(C) da ilustração da área norte com rostos sorridentes e, da sul, com rostos tristes. 
(D) da inclinação do globo que sugere as mesmas possibilidades para os dois hemisférios 
 
QUESTÃO 4 
 
Leia os textos. 
 
Texto I: O sistema de cotas se parece com a democracia: cheia de defeitos, mas ainda não 
inventaram nada melhor. O resto é uma gritaria conservadora, imobilista, reacionária. 
Márcio Alvarenga Macedo (Belo Horizonte, MG) 
(Painel do leitor, Folha de S.Paulo, 02.05.2012) 
 
Texto II: Nosso país é racista em relação aos negros. Porém muita gente não admite tal 
realidade. Para quem nunca foi discriminado por sua raça é fácil concluir que o problema no 
Brasil é a renda, e não a raça. O sistema de cotas pode não ser perfeito, mas é uma iniciativa 
importante na tentativa de aumentar a oportunidade para aqueles que, por sua raça, são, na 
maioria das vezes, preteridos em relação às melhores vagas do mercado de trabalho. 
Jefferson C. Vieira (São Paulo, SP) 
(Painel do leitor, Folha de S.Paulo, 02.05.2012) 
 
Sobre as cotas sociais, os dois leitores deixam claro que esse sistema: 
 
(A) é relevante para a educação, apesar de seus defeitos. 
(B) desqualifica a capacidade dos beneficiados. 
(C) é problemático, pois ocorreu tardiamente no Brasil. 
(D) reforça as práticas discriminatórias quanto à raça. 
(E) é fruto de uma gritaria conservadora e imobilista. 
 
QUESTÃO 5 
 
Leia o texto. 
Uma nova chance para o planeta 
José Pedro Martins 
 
Uma pausa para respirar, avaliar o que passou e pensar o futuro de modo coletivo. 
Novamente, as atenções globais se voltam para a Conferência das Nações Unidas sobre 
Desenvolvimento Sustentável, de 20 a 22 deste mês, no Rio de Janeiro. Conhecido como Rio+20, 
o evento marca os 20 anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, a Eco-92. Com a participação prevista de dezenas de chefes de Estado e de 
milhares de representantes de empresas e organizações não governamentais de todo mundo, 
são três os temas principais na agenda da Rio+20: economia verde no contexto do 
desenvolvimento sustentável; erradicação da pobreza; construção de uma nova governança para 
o desenvolvimento sustentável. 
Para enfrentar os desafios atuais, de superação da pobreza e do alto risco representado 
pela ultrapassagem das fronteiras planetárias, é preciso construir uma nova governança, ou seja, 
um novo modelo institucional. O poder público, o sistema jurídico, o atual funcionamento das 
instituições dão conta dos complexos desafios do Século 21? 
 
(José Pedro Martins. Uma nova chance para o planeta. Terra da gente, junho de 2012. Adaptado) 
 
Para o autor, o desenvolvimento sustentável implica: 
 
(A) ações pessoais e independentes para resolvê-la. 
(B) a continuidade das atuais ações institucionais. 
(C) uma revisão do atual modelo de governança. 
(D) o fortalecimento dos desafios surgidos no Século 21. 
(E) uma retomada dos desafios de alto risco ambiental. 
 
 
QUESTÃO 6 
Leia o texto e responda à questão. 
04.julho.2012 05:14:51 
MEGADINOSSAURO BRASILEIRO 
 
Na maior escavação já feita no país, cientistas descobrem um dos últimos 
dinossauros do Brasil. 
Cathia Abreu 
 
Pesquisadores brasileiros e estrangeiros descobriram, em Uberaba, Minas Gerais, fósseis 
de uma nova espécie de dinossauroque viveu há cerca de 65 milhões de anos: o Uberabatitan 
ribeiroi. Na maior escavação já feita no Brasil em busca de um animal pré-histórico, com duração 
de três anos, centenas de ossos foram encontrados, o que ajudou os cientistas a reconstituir a 
espécie e trazer à tona muitas revelações. 
Considerado pelos pesquisadores o elo que faltava para explicar a história de vida na Terra 
e de como era o território brasileiro há milhões de anos, o Uberabatitan ribeiroi é uma das últimas 
espécies de dinossauro a habitar o Brasil. “Na época em que ele viveu, a Terra passava por 
bruscas mudanças ambientais, que conduziram à extinção dos dinossauros”, conta o 
paleontólogo Ismar de Souza Carvalho, do Departamento de Geologia, da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, especialista no estudo de formas de vida do passado e um dos 
responsáveispelas escavações e pela descrição da nova espécie. 
(Ciencia Hoje das Criancas, outubro de 2008) 
 
A citação no texto da fala do paleontólogo Ismar de Souza Carvalho torna a notícia: 
 
(A) detalhista e monótona. 
(B) difícil e complexa. 
(C) formal e extraordinária. 
(D) prolixa e científica. 
(E) respeitável e confiável 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 7 
 
Leia o texto e responda à questão. 
 
TRABALHO ESCRAVO 
 
Pior do que não conseguir trabalho é não conseguir sair dele. 
 
Trabalho escravo! 
Vamos abolir essa VERGONHA! 
Mais de 120 anos se passaram desde a Lei Áurea, e milhares de brasileiros continuam 
trabalhando em regime de escravidão. 
Homens, mulheres e crianças vivem em condições subumanas no campo, sem dignidade e sem 
liberdade. 
O Brasil vai dar um basta nisso. 
(GPI. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: www.gpi.g12.br. Acesso em fev. 2009) 
 
Os elementos que ilustram a figura selecionada e a maneira como eles estão nela dispostos 
permitem relacionar o trabalho 
 
(A) ao aprisionamento. 
(B) ao cansaço. 
(C) à paciência. 
(D) à desolação. 
(E) à resignação. 
 
QUESTÃO 8 
 
Leia a propaganda para responder à questão. 
 
 
Fonte: VOCÊ não faz ideia... Nova Escola, São Paulo, ano 23, no 124, p. 100, ago. 2008. 
 
O texto publicitário exemplifica de modo criativo algumas das correções que deverão ocorrer a 
partir de 2009, com a nova reforma ortográfica. No caso da palavra “pára”, a correção deverá ser 
feita porque não será mais: 
(A). acentuado o ditongo aberto de palavras paroxítonas. 
(B) utilizado o trema nos dígrafos, a não ser em nomes próprios. 
(C) utilizado o acento que diferencia o verbo da preposição. 
(D) acentuada a terceira pessoa do plural do subjuntivo de alguns verbos. 
 
QUESTÃO 9 
Leia o texto e responda à questão. 
 
A designação de Realismo, dada a esse movimento, é inadequada, pois o realismo ocorre 
em todo os tempos como um dos polos da criação literária, sendo a tendência para reproduzir nas 
obras os traços observados no mundo real, – seja nas coisas, seja nas pessoas e nos 
sentimentos. Outro polo é a fantasia, isto é, a tendência para inventar um mundo novo, diferente e 
muitas vezes oposto às leis do mundo real. Os autores e as modas literárias oscilam 
incessantemente entre ambos, e é da sua combinação mais ou menos variada que se faz a 
literatura. 
Sob vários aspectos, o romance romântico foi cheio de realismo, pois a ficção moderna se 
constituiu justamente na medida em que visou, cada vez mais, a comunicar ao leitor o sentimento 
da realidade, por meio da observação exata do mundo e dos seres. 
(Antonio Candido; J. Aderaldo Castello. Presença da literatura brasileira – do Romantismo ao Simbolismo 
 
O provável público-alvo e o objetivo do enunciador do texto são, respectivamente: 
 
(A) interessados no estudo de literatura / abordar categorias relevantes da obra literária. 
(B) adolescentes / elucidar aspectos da fantasia na literatura. 
(C) terapeutas em geral / explicitar as diferenças entre a realidade e a fantasia. 
(D) leitores de biografias / evidenciar aspectos da realidade nas obras de literatura. 
(E) cineastas / ensinar a melhor maneira de mesclar realidade e fantasia em filmes. 
 
 
QUESTÃO 10 
Leia a charge para responder à questão. 
 
(www.a charge.com.br) 
 
Considerando-se o contexto apresentado na charge, é correto afirmar que 
 
(A) se mostra a tecnologia estendida a todos os grupos da sociedade, que a utilizam bem, já que 
os usuários não subestimam seu potencial. 
(B) se define o avanço tecnológico do país levando em consideração, principalmente, a política 
pública para o acesso a esse tipo de bem. 
(C) se estabelece uma relação paradoxal entre os avanços obtidos na área tecnológica e as 
condições de vida a que está sujeita expressiva parcela da população. 
(D) se pode entender como positiva a nova relação do homem com as máquinas, já que elas 
tiram expressiva parcela da população de condições aviltantes de vida. 
(E) se veem a criticidade e o bom senso de grande parte da população menos favorecida para o 
uso adequado das novas tecnologias no cotidiano. 
 
QUESTÃO 11 
 
A questão seguinte baseia-se no conto de Carlos Drummond de Andrade. 
 
Essas meninas 
 
As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com seus 
namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro que entrou na 
classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importância. 
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem 
musical, riem desafinado, riem sem motivo, riem. 
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas sem 
importância. 
Faltava uma delas. O jornal dera a notícia do crime. O corpo da menina encontrada naquelas 
condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa mais rir. 
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra: essas 
mulheres. 
(Carlos Drummond de Andrade, Contos Plausíveis) 
 
De acordo com os dois primeiros parágrafos, são características marcantes das alegres meninas: 
 
(A) a falta de interesse pela vida e o pouco respeito pelas pessoas. 
(B) o apego a coisas sem importância e o medo da selvageria do mundo. 
(C) a leveza como se comportam e a atenção às pequenas coisas do cotidiano. 
(D) a seriedade excessiva na escola e a brincadeira sutil fora dela. 
(E) a necessidade extrema de rir e o desafio às imposições sociais. 
 
QUESTÃO 12 
 
Leia o trecho do romance de Machado de Assis para responder à questão. 
 
Ao fundo, por trás do balcão, estava sentada uma mulher, cujo rosto amarelo e bexiguento 
não se destacava logo, à primeira vista; mas logo que se destacava era um espetáculo curioso. 
Não podia ter sido feia; ao contrário, via-se que fora bonita, e não pouco bonita; mas a doença e 
uma velhice precoce destruíam-lhe a flor das graças. Crê-los-ei, pósteros? Essa mulher era 
Marcela. 
Marcela lançou os olhos para a rua, com a atonia de quem reflete ou relembra; eu deixei-
me ir então ao passado, e, no meio das recordações e saudades, perguntei a mim mesmo por 
que motivo fizera tanto desatino. Não era esta certamente a Marcela de 1822; mas a beleza de 
outro tempo valia uma terça parte de meus sacrifícios? Era o que eu buscava saber, interrogando 
o rosto de Marcela. O rosto dizia-me que não; ao mesmo tempo os olhos me contavam que, já 
outrora, como hoje, ardia neles a flama da cobiça. Os meus é que não souberam ver-lha; eram 
olhos da primeira edição. 
(Machado de Assis, Dom Casmurro) 
Ao reencontrar Marcela, o narrador: 
 
(A) entristece-se por vê-la em má situação, mesmo sabendo que ela, desde sua juventude, já não 
vivia bem. 
(B) reconhece a beleza imutável de Marcela e consegue entender por que em sua juventude 
cometera tantos desatinos por ela. 
(C) toma consciência de que, mesmo depois de tanto tempo, continua amando Marcela com a 
mesma intensidade. 
(D) passa a questionar se os desatinos cometidos em sua juventude por Marcela valeriam a pena, 
de fato. 
(E) lamenta a sua situação decrépita, mas sente-se bem por saber que ela paga pelo sofrimentoque lhe causara. 
 
QUESTÃO 13 
 
Leia os versos de Gregório de Matos. 
 
Goza, goza da flor da mocidade, 
que o tempo trata a toda ligeireza 
e imprime em toda flor sua pisada. 
 
Ó não aguardes, que a madura idade 
te converta essa flor, essa beleza, 
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. 
 
(http.//www.ig.com.br/livros/selecaoobraspoeticas_gregoriodematos) 
 
A filiação dos versos à época da literatura barroca é evidente pelo 
(A) sentimento de angústia com a morte iminente e pelo amor impossível. 
(B) amor idealizado e pela negação absoluta da morte. 
(C) jogo de ideias opostas e pela convocação para se aproveitar o dia presente. 
(D) descaso com a mocidade e pela glorificação da velhice. 
(E) amor carnal intenso e pela religiosidade punitiva aos amantes. 
 
 
QUESTÃO 14 
Leia o texto e responda à questão 
. 
... E o que comeremos amanhã? Conceitos revolucionários para alimentar o mundo 
Fred Langer e Susanne Krieg 
 
Metade da produção mundial de alimentos acaba no lixo – muito antes mesmo de 
chegarem ao consumidor final. Verduras e legumes que não atendem os requisitos-padrão ficam 
nos campos, porque o cliente supostamente não os quer; as padarias frequentemente descartam 
um em cada cinco pães, embora ele ainda fosse comestível. É óbvio que ninguém pode mandar 
pãezinhos velhos para a África – mas podemos fazer com que os cereais não sejam 
desperdiçados e retirados do mercado mundial, o que eleva cada vez mais o preço dos produtos; 
tanto para os pobres quanto para os ricos. Cada europeu joga fora, em média, 95 kg de alimentos 
por ano; inclusive porque eles se tornaram excessivamente cautelosos com as datas de validade 
dos produtos. Mas iogurtes e ovos, por exemplo, ainda podem ser consumidos além da data 
indicada na embalagem. 
(Fred Langer e Susanne Krieg. ... E o que comeremos amanhã? Conceitos revolucionários para alimentar o mundo. Revista Geo, 
edição n.º 38, 2012, p. 35) 
A proposta defendida no texto é que 
 
(A) a data de validade não importa para o consumo de nenhum alimento. 
(B) as pessoas sejam mais racionais e desperdicem menos alimentos. 
(C) os produtos com data de validade expirada sejam descartados. 
(D) os alimentos cheguem aos consumidores com mais qualidade. 
(E) os alimentos não consumidos aqui sejam enviados à África. 
 
 
QUESTÃO 15 
Leia o texto e responda à questão. 
Obesos no rehab 
Giuliana Miranda 
 
Comer pode ser “viciante”, dar “barato” e ainda dificultar a interação em situações 
cotidianas. É levando esse aspecto em conta que uma iniciativa está conseguindo bons 
resultados em São Paulo. Em cerca de quatro meses, boa parte dos pacientes obesos atendidos 
pelo grupo conseguiu perder até 5% da massa corporal – uma mudança que representa melhor 
qualidade de vida, facilitando a agilidade, o deslocamento e a respiração. No Gesto (Grupo de 
Estudo e Tratamento do Obeso), é feita uma espécie de “reabilitação” dos atendidos, envolvendo 
tanto a parte física quanto a psicológica. 
(Giuliana Miranda. Obesos no rehab. Folha de S.Paulo. Saúde + Ciência. 25 nov. 2012.Adaptado) 
 
No texto, o emprego de algumas palavras ou expressões indicam que pessoas que comem 
compulsivamente são tratadas, no Gesto, como pessoas que têm problemas de vício em drogas 
ou bebidas. Que palavras são essas? 
 
(A) Viciante, dar barato, reabilitação. 
(B) Comer, dificultar, massa corporal. 
(C) Qualidade de vida, agilidade, deslocamento. 
(D) Obesos, física, psicológica. 
(E) Interação, cotidiana, resultados. 
 
QUESTÃO 16 
Leia o texto para responder à questão. 
 
O maior congestionamento 
 
O fim de semana começou mal para o paulistano que tentava voltar para casa no dia 9 de maio 
deste ano, uma sexta-feira. Às 19h30, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou o 
recorde histórico de congestionamento na cidade: 266 quilômetros de lentidão – somente na 
Marginal Tietê foram 23 quilômetros, o dobro do habitual para o horário. O caos teve dois 
motivos: o tombamento de um caminhão com toras de madeira num acesso da Rodovia 
Presidente Dutra e um derramamento de óleo na avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi. 
Fonte: O MAIOR congestionamento. Veja, São Paulo, p. 42, 20 ago. 2008. 
O uso da expressão começou mal é explicitada e reforçada por uma outra expressão, que é 
a. tentava voltar para casa. 
b. uma sexta-feira, às 19h30. 
c. dia 9 de maio. 
d. recorde histórico de congestionamento. 
 
QUESTÃO 17 
 
Leia o texto e responda à questão. 
UMA ESPERANÇA 
 
Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica que tantas vezes verifica-se ser 
ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto. 
Houve um grito abafado de um de meus filhos: 
– Uma esperança! E na parede bem em cima de sua cadeira! 
Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. 
Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem 
ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era 
indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não podia ser. 
– Ela quase não tem corpo, queixei-me. 
– Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri 
com surpresa que ele falava das duas esperanças. 
(Clarice Lispector. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 92. Adaptado) 
 
A narradora combina humor e reflexão ao explorar a ambiguidade de significados da palavra 
“esperança”, usada no texto com o duplo sentido de 
(A) inseto e sentimento. 
(B) ser humano e animal. 
(C) bicho e filho. 
(D) emoção e juventude. 
(E) segredo e surpresa. 
 
QUESTÃO 18 
Leia o texto e responda à questão. 
 
A ÁGUIA 
 
A Águia pode viver 70 anos. Sabe por quê? 
 
A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos, mas 
para chegar a essa idade, aos 40 ela tem de tomar uma séria decisão. 
É nessa fase da vida que ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais 
agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apertando 
contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e 
voar já é tão difícil... 
A águia então tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de 
renovação que vai durar 150 dias. Esse processo de renovação consiste em voar para o alto de 
uma montanha e recolher-se em ninho próximo a um paredão onde não necessite voar. 
Após encontrar esse lugar, a Águia começa a arrancar suas unhas. Quando as novas 
unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E, só cinco meses depois, sai 
para o famoso voo de renovação para viver então mais 30 anos. 
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um 
processo de renovação. 
Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, 
costumes e velhos hábitos que nos causam dor. 
Somente livre do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que a 
renovação sempre nos traz. 
 
Fonte: O VOO da águia. Tonotícias, Teófilo Otoni, MG, 15 jan. 2009. Meio ambiente. Disponível em: . 
 
Ao chegar aos 40 anos, a águia tem que tomar uma das seguintes decisões: 
 
(A) continuar como está e reproduzir-se. 
(B) morrer ou tratar de se renovar. 
(C) manter seus hábitos e aquietar-se. 
(D) mudar os hábitos alimentares ou morrer. 
(E) trocar de ninho ou voar para longe. 
 
QUESTÃO 19 
Leia o texto e responda à questão. 
GUERRA À DENGUE 
 
A dengue é uma doença transmitida pelo Aedes aegypti, mosquito que se alimenta quase 
que exclusivamente do sangue do homem. Por isso, vive em locais onde há pessoas, seja dentro 
ou no entorno de casas, escritórios, ou de propriedades rurais, como chácaras e sítios. Áreas 
silvestres ou de matas, como pantanal, mata atlântica ou florestas da Amazônia não atraem o 
inseto. 
Ainda não há comprovação da existência de plantas cuja presença física iniba a 
aproximação do Aedes aegypti.Mas estão em avanço as pesquisas desenvolvidas pela Fiocruz – 
Fundação Instituto Oswaldo Cruz, sediada no Rio de Janeiro, com extratos naturais que possam 
ajudar a controlar o inseto. 
A instituição tem analisado a toxicidade de substâncias extraídas da flora brasileira, para o 
desenvolvimento de produtos naturais – chamados de biocidas –, com ação efetiva no combate e 
controle do mosquito da dengue. Entre os testes elaborados, foi comprovada uma propriedade da 
espécie Piper solmsianum que pertence à família das pimentas (Piperaceae). A píper, planta que 
não tem um nome popular, mas é típica da Mata Atlântica, contém uma substância capaz de 
eliminar as larvas do Aedes em até 24 horas. O biocida, que já foi patenteado sob o número BR-
PI-0604786-6 e se encontra em testes de campo, não deixa resíduos que alteram o equilíbrio 
ecológico local. 
A Piperaceae, em análise desde a metade de 2003, já é reconhecida para o combate ao 
Trypanosoma crusi, parasita transmitido pelo bicho barbeiro que provoca o mal de Chagas. Outra 
análise em andamento pela Fiocruz é o da Ocotea cymbarum, planta que pertence à família 
Lauraceae formada por diversas árvores e arbustos. 
Fonte: GUIMARÃES, Anthony Érico. Guerra à dengue. Globo Rural, São Paulo, jun. 2008 
 
A principal contribuição das pesquisas desenvolvidas pela Fiocruz visa principalmente 
(A) anunciar ao leitor que o mosquito da dengue se alimenta quase sempre do sangue humano. 
(B) comprovar a existência do Aedes aegypti na Mata Atlântica e nas florestas da Amazônia. 
(C) esclarecer o leitor a respeito de plantas que têm o efeito de repelir o mosquito da dengue. 
(D) identificar os principais cuidados para a prevenção da doença, evitando o sofrimento. 
(E) informar o leitor sobre as preferências do Aedes aegypti pelas florestas da Amazônia. 
 
QUESTÃO 20 
 
Leia o texto e responda à questão. 
VIDAS SECAS 
 
Deu-se aquilo porque sinhá Vitória não conversou um instante com o menino mais velho. 
Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de sinhá Terta, pediu 
informações. Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e como o filho 
exigisse uma descrição, encolheu de ombros. 
Sinhá Vitória falou em espetos quentes e fogueiras. 
– A senhora viu? 
Aí sinhá Vitória se zangou, achou-o insolente e aplicou-lhe um cocorote. 
O menino saiu indignado com a injustiça, atravessou o terreiro, escondeu-se debaixo das 
catingueiras murchas, à beira da lagoa vazia. 
O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cachorra, pôs-se a contar-lhe baixinho uma 
estória. Tinha o vocabulário quase tão minguado como o do papagaio que morrera no tempo da 
seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, e Baleia respondia com o rabo, com a língua, 
com movimentos fáceis de entender. 
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as 
sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na 
caatinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante 
porque figurava na conversa de sinhá Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra. 
Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso. 
– Inferno, inferno. 
Fonte: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 55-60. (Fragmento) 
Nesse fragmento de Vidas Secas, o conflito ocorre em virtude: 
 
(A) de sinhá Vitória ter discutido com sinhá Terta. 
(B) de o filho de sinhá Vitória querer ficar sozinho e ela não permitir. 
(C) da insistência do filho de sinhá Vitória em conversar com os animais. 
(D) da curiosidade do filho de sinhá Vitória por uma palavra dita pela mãe. 
(E) de o menino balbuciar expressões complicadas e a mãe desaprovar. 
Leia o texto e responda à questão. 
 
QUESTÃO 21 
 
DEFESA DO CONSUMIDOR REPROVA COMBOS DE FAST-FOOD 
 
Estudo do Instituto de defesa do Consumidor mostra que refeições do tipo combo – lanche, 
acompanhamento e bebida – vendidas em redes de fast-food podem conter 70% da quantidade 
de gordura saturada e sal recomendados para o consumo diário, além de grandes concentrações 
de gorduras trans. 
Fonte: DEFESA do consumidor… O Estado de S. Paulo, São Paulo, 08 de agosto de 2008, p. A 17. (Fragmento) 
 
No texto, a expressão além de pode ser substituída, sem alteração do sentido do texto, por: 
 
(A) mas. 
(B) bem como. 
(C) embora. 
(D) em virtude de. 
(E) desde que. 
 
QUESTÃO 22 
 
Leia o texto e responda à questão. 
 
OS HOMENS DE AMANHÃ 
 
É principalmente durante a adolescência que sentimos necessidade de marcar a diferença, 
quer pelo que somos, quer pelo modo como nos apresentamos. 
A maior parte dos jovens procura vestir-se de modo original, utilizando a sua roupa como 
forma de expressão. De maneira mais simples ou mais “chocante”, procuramos dar um toque 
pessoal ao que vestimos, criar um estilo próprio, que nos distinga dos outros. Alguns estilos de 
vestuário estão fortemente ligados a determinadas correntes musicais e sociais. Em certos casos, 
a aparência de um indivíduo torna-se uma forma de inclusão e noutros, uma forma de exclusão 
em determinados grupos sociais. 
Todos os dias somos julgados pela nossa aparência, podendo escolher a imagem que 
transmitimos aos outros através do nosso estilo pessoal. Algumas características de 
determinados estilos (como piercings e as tatuagens, por exemplo) foram em tempos vistas como 
algo bizarro. Atualmente, estão tão banalizadas que foram “absorvidas” pela nossa sociedade. 
Muitas meninas vivem obcecadas em igualar-se à beleza “vendida” pelas revistas. Sentem 
que não são bonitas o suficiente, magras o suficiente, perfeitas o suficiente. Desta forma, deixam-
se enredar numa busca incessante por uma falsa perfeição que as leva a rejeitar a sua própria 
imagem. Em suma, a moda não é algo que devemos seguir à risca, querendo transformar-nos no 
que vemos. Devemos sim, vê-la como algo que podemos adaptar a nós próprios, sem nunca 
abdicarmos daquilo que realmente somos. 
Fonte: GALVÃO, Carolina. Os homens de amanhã.Disponível em: .(Fragmento). 
 
No trecho “torna-se uma forma de inclusão e noutros, uma forma de exclusão em 
determinados grupos sociais.” (segundo parágrafo), o termo sublinhado se refere a: 
 
(A) casos. 
(B) correntes. 
(C) estilos. 
(D) grupos. 
(E) indivíduos. 
QUESTÃO 23 
 
 
Leia o texto e responda à questão. 
O VOTO OBRIGATÓRIO 
 
RIO DE JANEIRO – Recente pesquisa divulgada na semana que acaba revelou que 
grande parcela do eleitorado nacional é contra o voto obrigatório. Não se trata, ainda, de maioria, 
mas de simples tendência que está indicando a conveniência de uma discussão formal sobre o 
assunto. 
O voto obrigatório é a causa principal que cria os currais eleitorais, os votos de cabresto. 
Por um motivo qualquer, o cidadão não tem interesse na vida pública, por falta de educação ou 
por excesso dela. Obrigado a votar, para não sofrer sanções que não chegam a ser punitivas mas 
apenas incômodas, cumprem o chamado dever cívico com má vontade, votando em qualquer um, 
ou em candidatos extravagantes que nem chegam a ser candidatos, como no caso do bode 
Cheiroso. 
Grandes massas de eleitores, sobretudo nas cidades pequenas, são facilmente 
manobradas por coronéis e donos de redutos que formam os grotões – tradicional fonte de votos 
para políticos fisiológicos que tentam a vida pública para a realização de uma carreira pessoal 
problemática. 
Até mesmo no caso da eleição para presidente da República, quando o eleitorado recebe 
maiores esclarecimentos e está em jogo uma esperança, os indecisos e nauseados são cada vez 
em maior número, criando a realidade da “boca de urna”, o voto de última hora, apenas para 
cumprir o dispositivo do voto obrigatório. 
Nem vale a pena citar os países de tradição democrática em que votar ou não votar é um 
direito do cidadão livre. Sob regimes ditatoriais, a presença dos eleitoresnas urnas chega a 99%. 
 
Fonte: CONY, Carlos Heitor. O voto obrigatório. Folha de S. Paulo. São Paulo, 17 ago. 2008. Opinião. (Fragmento) 
 
No texto, há uma série de consequências negativas, trazidas pela obrigatoriedade do voto nas 
eleições brasileiras. Ao fazer suas proposições, o enunciador elenca alguns “tipos” de voto. A 
sequência em que estes aparecem no texto é: 
(A) voto fisiológico, voto de última hora, voto de má vontade. 
(B) voto de última hora, voto fisiológico, voto de má vontade. 
(C) voto de cabresto, voto de má vontade, voto de última hora. 
(D) voto de última hora, voto fisiológico, voto de cabresto. 
(E) voto de cabresto, voto de última hora, voto de má vontade. 
 
QUESTÃO 24 
Leia o texto e responda à questão. 
FILOSOFIA DO MENDES 
 
Decididamente o Fulgêncio não nascera para cavalarias altas: não havia rapaz de trinta 
anos mais tímido nem mais pacato vivendo só, na sua casinha de solteiro, independente e feliz. 
Aconteceu, porém, que um dia o Fulgêncio foi tão provocado pelos bonitos olhos de uma 
senhora, que se sentara ao seu lado num bondinho da Carris Urbanos, que se deixou arrastar 
numa aventura de amor. 
Quando, depois da primeira entrevista, na casa dele, Bárbara – ela chamava-se Bárbara – 
lhe confessou que era casada com um sujeito chamado Mendes, o pobre rapaz, que a supunha 
solteira ou pelo menos viúva, ficou horrorizado de si mesmo. 
– Como vamos ser felizes! Mas olha, peço-te que não te exponhas nestes primeiros 
tempos... O Mendes é ciumento e brutal e, mesmo antes de ter certeza de que eu o enganava, 
andava armado de revólver! 
Um dia, tendo descido de um tílburi no Largo da Carioca, para comprar cigarros, encontrou 
na charutaria o Mendes, que comprava charutos. Ficou de repente muito pálido e trêmulo e quis 
fugir, mas o outro agarrou-o por um braço, dizendo-lhe com muita brandura: 
– Faça favor... venha cá... não se assuste... não trema... não lhe quero mal... ouça-me... é 
para o seu bem...O pobre Fulgêncio não conseguiu articular um monossílabo. 
As maxilas batiam uma na outra. (...) 
– Matá-lo? Bater-lhe? Seria uma ingratidão! O Sr. prestou-me um relevante serviço: livrou-
me de Bárbara! 
O Fulgêncio continuava a tremer. 
– Não esteja assim nervoso! Depois que o Sr. me libertou daquela peste, sou outro 
homem, vivo mais satisfeito, como com mais apetite, tudo me sabe melhor e durmo que é um 
regalo... 
Daí por diante, o Fulgêncio nunca mais teve receio de estar na rua, mas em pouco tempo 
se convenceu de que não podia estar em casa, porque Bárbara era definitivamente insuportável. 
O Mendes foi o mais feliz dos três. 
(Artur de Azevedo. Contos de humor. Rio de Janeiro: Rocco. Adaptado) 
 
A vida pacata de Fulgêncio sofreu profunda transformação a partir do momento em que: 
 
(A) chegou ao Largo da Carioca. 
(B) dividiu a casa com Bárbara. 
(C) encontrou Mendes na charutaria. 
(D) percebeu Bárbara no bonde. 
(E) soube que Bárbara era solteira. 
 
 
QUESTÃO 25 
 
Leia o texto e responda à questão. 
MAR PORTUGUÊS 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 
 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 
Fonte: PESSOA, Fernando. Mar português. In: Mensagem. 10 ed. Lisboa: Edições Ática, 1972. 
 
 
O poema de Fernando Pessoa retoma, no século XX, uma temática também presente na obra 
épica Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões, escrita no século XVI. Essa temática é: 
 
(A) uma concepção social de feitos mitológicos. 
(B) o lamento pela condição do homem diante dos perigos. 
(C) a exaltação das conquistas ultramarinas. 
(D) a constante tensão entre o amor ideal e o amor real. 
(E) a veneração religiosa ao perigo do mar. 
 
QUESTÃO 26 
Leia o texto e responda à questão. 
 
HANSEN A BORDO DO NAVIO DE CASTRO ALVES 
 
Castro Alves juntou as tintas mais negras para dar “um quadro dantesco” que ajudou a 
formar uma consciência contra a escravidão, mas sabemos que esse quadro pecava por muito – 
e por pouco. Por muito – porque nem sempre todas as circunstâncias referidas no poema se 
conjugavam. Por pouco porque, ignorante como era o poeta, muitos outros elementos dramáticos, 
“dantescos”, não foram utilizados. 
Castro Alves não quis (nem podia) fazer um poema documental. A maldade era tráfico. 
Trazer o negro custava dinheiro e trabalho, e era do interesse do traficante proteger a sua 
mercadoria, que lhe dava lucros fabulosos no Brasil. É certo que a ganância permitia que os 
navios trouxessem carga superior à sua arqueação e que a morte se instalava a bordo para fazer 
a viagem de volta, reduzindo de um terço o número de fôlegos, eliminados por varíola, escorbuto, 
beribéri, ou envenenados pela comida deteriorada. Muitos negros, por desleixo dos capitães, 
chegavam aos navios atacados de bexigas ou de lepra. Enfureceu-se com a dança do convés, 
que era um costume salutar, pois dava ar puro e movimento aos corpos emperrados e 
angustiados na estreiteza dos porões, mas apenas observou que a escravaria viajava 
acorrentada – “presa nos elos de uma só cadeia” – sem tirar todo o proveito poético desse fato. 
As correntes serviam para inocentar os traficantes – toda a carga humana podia ser lançada ao 
mar sem deixar vestígios – quando a Marinha Inglesa passou a interceptar os navios de escravos 
e a processar, com extremo rigor, os seus capitães. 
CARNEIRO, Edison. Hansen a bordo do Navio de Castro Alves. In: Alves, Castro. Navio negreiro. Brasília: Imprensa Nacional, 1988. (Adaptado) 
 
A afirmação do crítico “Castro Alves não quis (nem podia) fazer um poema documental.” sugere 
que o poema Navio negreiro, de Castro Alves, na época em que foi escrito, 
 
(A) reproduz o fato histórico do tráfico de escravos. 
(B) é uma transposição artística do fato histórico. 
(C) retrata com fidelidade os episódios ocorridos na época. 
(D) prioriza uma parte específica do fato histórico. 
(E) é uma visão alienada do fato histórico. 
 
QUESTÃO 27 
 
Leia um trecho do poema de Gonçalves Dias: 
 
I-JUCA-PIRAMA 
 
No meio das tabas de amenos verdores, 
Cercadas de troncos – cobertos de flores, 
Alteiam-se os tetos d’altiva nação; 
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, 
Temíveis na guerra, que em densas coortes 
Assombram das matas a imensa extensão. 
 
São rudos, severos, sedentos de glória, 
Já prélios incitam, já cantam vitória, 
Já meigos atendem à voz do cantor: 
São todos Timbiras, guerreiros valentes! 
Seu nome lá voa na boca das gentes, 
Condão de prodígios, de glória e terror! 
 
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/GoncalvesDias/IJucaPirama.htm 
 
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/GoncalvesDias/IJucaPirama.htm
As estrofes apresentam uma tribo indígena e seus guerreiros como homens valentes, temíveis e 
cheios de glória. Essa caracterização heroica do indígena é típica: 
 
(A) da Era Medieval, século XI, em que se produziam novelas de cavalaria, cujo enredo contava 
com bravos guerreiros indígenas. 
(B) da Era Clássica, século XVII, em que se produziam obras que relatavam as Grandes 
Navegações e a descoberta da Nova Terra. 
(C) da Era Romântica, século XIX, em que se encontrou no índio uma figura nacional para 
engrandecimento da terra. 
(D) do Realismo, século XIX, em que teorias científicas serviram de inspiração a obras literárias. 
(E) do Modernismo, século XX, em que se procurou resgatar os valores nacionais para uma 
produção literária autêntica. 
 
QUESTÃO 28 
 
Leia o trecho de Os Sertões, de Euclides da Cunha, no qual se narra como Antônio Vicente 
Mendes Maciel se transforma na figura do Conselheiro. 
 
Os sertões 
Euclides da Cunha 
 
De repente, surge-lhe revés violento. O plano inclinado daquela vida em declive termina, 
de golpe,em queda formidável. Foge-lhe a mulher, em Ipu, raptada por um policial. Foi o 
desfecho. Fulminado de vergonha, o infeliz procura o recesso dos sertões, paragens 
desconhecidas, onde lhe não saibam o nome; o abrigo da absoluta obscuridade. 
Desce para o sul do Ceará. 
Ao passar em Paus Brancos, na estrada do Crato, fere com ímpeto de alucinado, à noite, 
um parente, que o hospedara. Fazem-se breves inquirições policiais, tolhidas logo pela própria 
vítima reconhecendo a não culpabilidade do agressor. Salva-se da prisão. Prossegue depois para 
o sul, à toa, na direção do Crato. 
E desaparece... 
Passaram-se dez anos. O moço infeliz de Quixeramobim ficou de todo esquecido. Apenas 
uma ou outra vez lhe recordavam o nome e o termo escandaloso da existência, em que era 
magna pars um Lovelace de coturno reúno, um sargento de polícia. 
Graças a este incidente, algo ridículo, ficara nas paragens natais breve resquício de sua 
lembrança. 
Morrera por assim dizer. 
... E surgia na Bahia o anacoreta sombrio, cabelos crescidos até os ombros, barba inculta e 
longa; face encaveirada; olhar fulgurante; monstruoso, dentro de um hábito azul de brim 
americano; abordoado ao clássico bastão em que se apoia o passo tardo dos peregrinos... 
(Euclides da Cunha. Os sertões. São Paulo: Ediouro, 2003. p. 241. Adaptado) 
A transformação de Antônio Vicente em Conselheiro decorre 
(A) de sua alucinação em Paus Brancos. 
(B) da traição de sua mulher. 
(C) de sua indevida prisão. 
(D) de sua origem humilde. 
(E) da sua vontade de ser policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 29 
 
Leia a charge e, em seguida, responda à questão.
 
 
Fonte: AMARILDO. Nós, humanos... Gazeta Esportiva, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: . 
. 
A charge é um tipo de texto que, por meio de desenhos simbólicos, denuncia ou ironiza uma 
situação (geralmente política) que já é conhecida por todos. Por essa charge percebemos o 
cuidado do artista em denunciar: 
 
(A) o quanto sentem os atletas de alto nível ao receberem uma medalha. 
(B) o quanto se entristecem aqueles que não conseguem uma medalha em uma disputa de alto 
nível. 
(C) o quanto um ser humano é insatisfeito com seus próprios resultados. 
(D). o quanto um ser humano se espelha nos atletas que se superam. 
 
. 
QUESTÃO 30 
. 
Leia o texto para responder à questão. 
 
PIQUERI 
 
Algumas pessoas se apaixonam às margens do Sena, outras caminhando em Veneza. 
Jonas se apaixonou na ponte do Piqueri. Lembrava perfeitamente: o carro quebrado, as buzinas, 
o beijo antes de o reboque chegar. 
Agora, de novo sobre a ponte, pensava no que tinha lido outro dia: que, para a ciência, 
dois corpos nunca se tocam. Os átomos ficam, no máximo, à distância de um centésimo 
milionésimo de centímetro um do outro. Então, nunca tinha tocado nos lábios dela. Nunca tinha 
de fato segurado suas mãos. 
Que alívio. Aquela vadia! 
Pulou com a certeza de que morreria sem tocar o chão imundo. 
 
Fonte: ROSSI, Fabio Danesi. Piqueri. Folha de S. Paulo, São Paulo, 13 jan. 2008. Cotidiano, A cidade de São Paulo em contos de cem palavras, 
p. C3. 
Sobre o sentido do último parágrafo do mini-conto, é correto afirmar que o personagem Jonas 
 
(A) morre assassinado por acreditar que quando se ama é possível superar as leis da ciência. 
(B). salta da ponte para salvar a amada que se acidentara enquanto ele lia um livro de ciência. 
(C). pratica um homicídio porque se nega a aceitar uma realidade em que a ciência é mais 
valorizada do que o amor. 
(D) comete o suicídio por causa de uma desilusão amorosa e acreditando no que a ciência diz 
sobre o contato entre os corpos.

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