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TGP - Aula 6 - 2015.2

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
AULA 6
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
A jurisdição é uma, no entanto abrange todos os litígios que lhe levados a conhecimento, motivo pelo qual existem regras de direito processual civil, direito processual penal, direito processual trabalhista, direito processual constitucional, etc.
E a matéria processual está intimamente ligada ao direito material, sendo relevante tal especialização não somente para o mais criterioso entendimento da matéria, mas para sua prática especializada, a fim de proporcionar uma prestação jurisdicional mais eficaz.
Não somente quanto a matéria, mas diversas são as espécies de jurisdição.
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: DE EQUIDADE E DE DIREITO
Tem-se como jurisdição de direito, a limitação do juiz à lei, não podendo deixar de aplica-la, sendo esta a regra do ordenamento jurídico brasileiro.
Tem-se como jurisdição de equidade a liberação do Estado juiz dos critérios de legalidade estrita, permitindo-se que seja dada a solução, ao caso concreto pelo magistrado que considerar a mais justa, ainda que não aplique o direito, aplicando, assim os costumes, os princípios, a doutrina e a jurisprudência para preencher a lacuna.
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: SUPERIOR E INFERIOR
A jurisdição superior conceitua-se com o conhecimento da causa em grau de recurso, exercendo o 2º grau de jurisdição em cumprimento ao princípio do duplo grau de jurisdição.
A jurisdição inferior conceitua-se com o conhecimento da causa em competência originária, exercendo o 1º grau de jurisdição.
Grau de jurisdição não se confunde com instância, sendo que em casos específicos, o primeiro grau de jurisdição ocorre no órgão de segunda instância.
Cumpre destacar que não há que se falar em 3ª instância, muito embora haja a possibilidade de recurso interposto às instâncias superiores, por exemplo, ao TST, STF ou STJ. 
Sendo uma demanda interposta no juiz singular (primeiro grau de jurisdição) em que haja recurso final ao TST,com a terceira análise do processo pelo Poder Judiciário, não se trata de 3ª instância e sim de instância superior, pois na verdade os recursos à instância superior não revê todos os aspectos da causa, senão os aspectos puramente de direito.
Isso porque a Constituição Federal garante apenas o duplo grau de jurisdição e não o triplo, de modo que a demanda levada ao Judiciário é julgada integralmente na primeira e na segunda instância.
A instância superior busca tão somente a interpretação da lei federal, sua aplicação, interpretação e uniformização no território nacional.
Por isso, que os recursos interpostos em instâncias superiores possuem requisitos para serem admitidos muito mais complexos que os recursos levados ao conhecimento da 2ª instância.
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA
Em se tratando de jurisdição civil, temos a jurisdição voluntária e a contenciosa.
Tem-se como jurisdição contenciosa, a jurisdição propriamente dita, ou seja, a função do Estado de dizer o direito em casos reais que lhe tenha sido levado ao conhecimento para assim alcançar, a pacificação ou composição de litígios.
Tem-se como jurisdição voluntária, em outras palavras, a atuação administrativa do Poder Judiciário, sendo apenas a gestão pública do Estado sobre o interesse privado.
Trata-se de questões onde não há litígio ou partes, havendo apenas um negócio jurídico-processual envolvendo o juiz e os interessados.Temos como exemplo, ação de retificação de registro civil, nomeação de tutores, etc.
De modo algum podemos afirmar que o Estado substitui a parte interessada, mas sim, o Poder Judiciário tem natureza constitutiva, pois aquele que se socorre dessa tutela não poderia sozinho obter a finalidade que almeja.
SUBSTITUTIVOS DA JURISDIÇÃO - DESJUDICIALIZAÇÃO
Sendo a atuação do Poder Judiciário provocada, a parte pode utilizar, por sua intenção, de outros caminhos que não a jurisdicional, sendo certo que nosso ordenamento conhece meios alternativos para o alcance do direito pretendido pelo cidadão.
Assim, temos a autocomposição e a heterocomposição.
Tem-se como autocomposição, a conciliação entre as partes, onde cada uma faz concessões recíprocas com o interesse de solucionar a lide existente.
Humberto Theodoro destaca a diferença entre transação e conciliação, trazendo como transação a concessão feita pelas partes para por fim a lide existente antes de ter iniciado uma demanda judicial, sendo a conciliação a transação feita já com a existência de um processo judicial.
A conciliação é homologada pelo juiz e assim, possui força de título executivo judicial.
Também a mediação é tida como um meio de autocomposição, pois embora, haja um terceiro que figure como mediador, a função dele é tão somente auxiliar as partes a obterem por si uma composição.
Tem-se a heterocomposição quando há a nomeação de um terceiro, que não um juiz, para a solução do conflito existente.
Instituído pela lei 9.307/96 é na verdade uma substituição ao Poder Judiciário, tendo em vista que as partes renunciam a tutela jurisdicional do Estado e optam em entregar a terceiro, por elas escolhido, sendo a decisão proferida pelo juízo arbitral, irrecorrível.
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: PENAL E NÃO PENAL
A fim de saber se trata de matéria de jurisdição civil ou penal, faz analisa-se as exceções, a fim de chegar a competência do caso concreto.
Assim, questiona-se primeiramente:
*** Estamos diante de uma situação da matéria especializada?
Se a resposta for não, pergunta-se:
*** Estamos diante de uma situação de matéria penal?
Se a resposta for não, estamos diante de uma situação de jurisdição civil.
Dentro da esfera civil, se faz dois questionamentos: 
	*** Trata-se de litígio que envolva pessoas capazes de assumir obrigações na esfera civil?
*** Trata-se de litígio que verse sobre direitos patrimoniais disponíveis?
Se negativa a resposta de qualquer das perguntas, exclui-se a arbitragem, se positivas as duas, podem as partes optar pela via judicial ou extrajudicial de solução dos conflitos.

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