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A RELAÇÃO DE TRABALHO 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Karla Knihs 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Olá! Bem-vindo(a) a esta aula! Nela, continuaremos estudando as 
espécies de relação de trabalho que, como vimos, nem sempre é sinônimo de 
relação de emprego. Trataremos, portanto, do trabalho autônomo, eventual, 
avulso, voluntário e do estágio. É importante que ao final você saiba identificar 
cada uma das espécies de trabalhadores, a fim de aplicar o correto tratamento 
jurídico a cada um deles. 
Para esta aula, você precisará aliar a matéria abordada anteriormente, 
que também tratou sobre as espécies de trabalhadores. Após o estudo de hoje, 
você será capaz de identificar corretamente cada umas das relações 
apresentadas. Ao final da aula, veremos Direitos Fundamentais nas Relações de 
Trabalho, com especial destaque ao artigo 7º da Constituição Federal de 1988. 
O vídeo está disponível no material on-line. Bons estudos! 
PROBLEMATIZAÇÃO 
Considere as seguintes situações: 
1. Alexandre, engenheiro civil, prestou serviços por dois meses para a 
empresa Vigas de Concreto Ltda., empregando sua técnica para cumprir 
um contrato previamente combinado entre Alexandre e a empresa. 
2. Geraldo trabalha como pintor e foi contratado para pintar a fachada de 
uma empresa, pelo período de três meses, sendo o pagamento feito por 
obra certa. 
3. Mariana é nutricionista, faz o acompanhamento nutricional e elabora os 
cardápios de uma casa de acolhimento de idosos, trabalhando às quartas-
feiras e aos sábados, recebendo apenas pelas despesas que 
eventualmente tenha no desempenho de suas funções. 
Diante desses casos, como são classificados esses trabalhadores? Não 
precisa responder agora. Vá para o conteúdo teórico deste tema e, ao final, 
retomaremos essa questão (vídeo disponível no material on-line). 
TEMA 1 – RELAÇÕES DE TRABALHO: TRABALHO AUTÔNOMO 
Vimos em conteúdos anteriores que relação de emprego é espécie do 
gênero relação de trabalho. O primeiro trabalhador que não é empregado a ser 
 
 
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analisado é justamente o autônomo. O trabalho autônomo é aquele que se 
desenvolve por conta própria. Nele, não há subordinação do trabalhador a 
ordens ou ao controle por parte do tomador de serviços. O trabalho autônomo é 
executado de forma habitual para tomadores de serviços distintos (Romar, 2019, 
p. 131). 
Normalmente, o profissional autônomo possui determinadas habilidades 
técnicas, manuais ou intelectuais e decide trabalhar por conta própria, sem 
vínculo empregatício, a exemplo dos profissionais liberais em geral, tais como 
advogados, dentistas e médicos que têm profissões regulamentadas, ou aqueles 
que são autônomos em profissões não regulamentadas, como pedreiros, 
pintores, encanadores etc. 
Quando o profissional presta serviços na condição de autônomo deve 
haver contribuição para a Previdência Social, para que possa ter direito de 
usufruir os benefícios e serviços oferecidos pelo INSS. 
O contrato de prestação de serviços realizado com o trabalhador 
autônomo não é regido pela CLT, mas está no âmbito do Direito Civil, já que é 
um vínculo de direito privado, regido pelo Código Civil/2002, artigos 593 a 609. 
Os contratos de empreitada (artigo 610 e subsequentes, CC/2002), 
representação comercial ou de agência e distribuição (artigo 710 e 
subsequentes, CC/2002) também se enquadram nessa classificação. 
O autônomo goza de liberdade para definir a forma de execução de 
serviços e preços, assumindo os riscos da própria atividade, sem que haja 
subordinação, o que não quer dizer que haja liberdade absoluta do trabalhador 
autônomo. 
É importante notar que a CLT em seu artigo 442-B afirma que a 
contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com 
ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de 
empregado prevista no artigo 3º dessa Consolidação. Assim sendo o trabalho 
prestado por conta própria e sem subordinação, ainda que haja continuidade na 
prestação dos serviços. Isso ocorre porque, de acordo a redação dada pela 
reforma trabalhista, a contratação de trabalhador autônomo pode ocorrer de 
forma exclusiva ou não, de forma contínua ou não. A Lei n. 13.467/2017, ao 
definir o contrato de trabalho com autônomo, reconheceu a possibilidade de ser 
ele contratado em caráter de exclusividade. 
 
 
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O quadro a seguir mostra as principais diferenças entre o empregado e o 
trabalhador autônomo (Vídeo disponível no material on-line). 
TEMA 2 – TRABALHO EVENTUAL E TRABALHO AVULSO 
A própria lei previdenciária traz o conceito de trabalhador eventual, no 
artigo 12, IV, da Lei n. 8.212/91 (revogada), temos que “quem presta serviço de 
natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem 
relação de emprego”. 
Conforme Martins (2017, p. 95) “trabalhador eventual é a pessoa física 
contratada para prestar serviços em certo evento, como reparar as instalações 
elétricas de uma empresa etc”. Assim, o trabalho é exigido em caráter 
absolutamente temporário ou transitório, cujo exercício não se integra na 
finalidade da empresa. 
Novamente, a lei previdenciária conceitua quem é o trabalhador avulso: 
“quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de 
natureza urbana ou rural definidos no regulamento”. (Lei n. 8.212/91, artigo VI). 
Ainda, o Regulamento da Previdência Social, em seu artigo 9º, VI, dispõe que: 
VI - como trabalhador avulso - aquele que, sindicalizado ou não, 
presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, 
sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do 
órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de 
fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria, assim 
considerados: (grifei) 
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, 
conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; 
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, 
inclusive carvão e minério; 
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de 
navios); 
d) o amarrador de embarcação; 
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; 
f) o trabalhador na indústria de extração de sal; 
g) o carregador de bagagem em porto; 
h) o prático de barra em porto; 
i) o guindasteiro; e 
j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em 
portos. 
 
 
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São, portanto, características do trabalho avulso: 
1. Ausência de habitualidade. 
2. Intermediação obrigatória do sindicato ou do Ogmo (Órgão Gestor de Mão 
de Obra). 
3. Relação jurídica trilateral: trabalhador, tomador de serviços e 
intermediador de mão de obra. 
O trabalhador eventual não deve ser confundido com o trabalhador 
avulso; o trabalhador avulso presta serviços de forma esporádica a diversas 
empresas, não possuindo, contudo, qualquer vínculo empregatício com qualquer 
delas, já que ele é contratado por sindicatos e órgãos. Apesar disso, não recebe 
salários do sindicato e não é considerado empregado dos sindicatos, já que 
estes não exercem atividade lucrativa. 
Pode-se dizer então que o trabalhador avulso é aquele que presta 
serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com 
intermediação obrigatória do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou 
do órgão gestor de mão obra (na área portuária). São exemplos: carregador de 
bagagem em porto; guindasteiro, ensacador de café, cacau, sal; amarrador de 
embarcação; vigilante de embarcação etc. 
O trabalhador eventual, frise-se, também não é a mesma coisa que o 
trabalhador temporário. Isso porque o trabalhador eventual exerce sua atividade 
esporadicamente, por curto espaço de tempo, sem ser empregado da empresa 
ou da pessoa física que o contrata, porque não trabalha com habitualidade, todo 
dia, e o trabalhador temporário trabalha por tempo fixo, com carteira assinada, 
conforme veremos no tópico seguinte (vídeodisponível no material on-line). 
TEMA 3 – ESTÁGIO 
Conforme a Lei n. 11.788/2008, estágio é ato educativo escolar 
supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação 
para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino 
regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de 
ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, 
na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. O estágio pode ser 
obrigatório ou não obrigatório, sendo o obrigatório definido como tal no projeto 
do curso. 
 
 
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Ainda segundo a Lei, o estágio visa ao aprendizado de competências 
próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o 
desenvolvimento do educando para a vida cidadã e o trabalho. Assim, a 
instituição de ensino possui obrigações em relação aos estudantes, conforme o 
artigo 7º: 
São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de 
seus educandos: 
I – celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu 
representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou 
relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as 
condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, 
à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e 
calendário escolar; 
II – avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua 
adequação à formação cultural e profissional do educando; 
III – indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, 
como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades 
do estagiário; 
IV – exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não 
superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades; 
V – zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o 
estagiário para outro local em caso de descumprimento de suas 
normas; 
VI – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos 
estágios de seus educandos; 
VII – comunicar à parte concedente do estágio, no início do período 
letivo, as datas de realização de avaliações escolares ou acadêmicas. 
Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em 
acordo das 3 (três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3º 
desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso por meio de 
aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho 
do estudante. 
Ainda, diversas obrigações devem ser cumpridas pela parte concedente, 
nos termos do artigo 9º: 
As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração 
pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como 
profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em 
seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem 
oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações: 
I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o 
educando, zelando por seu cumprimento; 
II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao 
educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural; 
III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou 
experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no 
curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) 
estagiários simultaneamente; 
IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, 
cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique 
estabelecido no termo de compromisso; 
V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de 
realização do estágio com indicação resumida das atividades 
desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho; 
 
 
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VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem 
a relação de estágio; 
VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 
(seis) meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao 
estagiário. 
Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade 
pela contratação do seguro de que trata o inciso IV do caput deste 
artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela instituição de 
ensino. 
A lei prevê uma série de garantias ao estagiário, tais como jornada de 
trabalho não superior a quatro horas diárias e 20 vinte horas semanais no caso 
de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, 
na modalidade profissional de educação de jovens e adultos, e a seis horas 
diárias e 30 horas semanais no caso de estudantes do ensino superior, da 
educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. 
É importante ressaltar que o estágio não cria vínculo empregatício de 
qualquer natureza, salvo se deixar de observar os requisitos legais, quais sejam: 
a) matrícula e frequência regular; b) celebração do termo de compromisso; c) 
compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no 
termo de compromisso; d) respeito à carga horária. Ainda, a concessão de 
benefícios como alimentação, transporte e saúde não caracteriza vínculo 
empregatício. O estagiário não tem férias, mas, sim recesso, que é assegurado 
sempre que o estágio tiver duração igual ou superior a um ano. O período de 
recesso é de 30 dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias 
escolares. 
A manutenção de estagiários em desconformidade com a Lei caracteriza 
vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos 
os fins da legislação trabalhista e previdenciária (vídeo disponível no material on-
line). 
TEMA 4 – TRABALHO VOLUNTÁRIO 
A principal característica do trabalho voluntário é a ausência de 
onerosidade. A Lei n. 9.608/98 assim conceitua em seu artigo 1º: 
Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não 
remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer 
natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha 
objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de 
assistência à pessoa. 
 
 
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O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, obrigações de 
natureza trabalhista ou de natureza previdenciária. Conforme o artigo 2º da Lei 
n. 9.608/98, o serviço voluntário será exercido mediante celebração de termo de 
adesão entre a entidade (pública ou privada) e o prestador do serviço voluntário, 
devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. Por fim, a lei garante 
que o prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que 
comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. 
Na Copa do Mundo, houve discussão no Tribunal Superior do Trabalho 
sobre o trabalho voluntário por algumas pessoas, celeuma sobre a qual 
destacamos o entendimento final da Sétima Turma do Tribunal Superior do 
Trabalho, que manteve decisão que julgou improcedente o pedido do Ministério 
Público do Trabalho (MPT) para reconhecer vínculo de emprego entre 
voluntários e o Comitê Organizador Brasileiro da Copa do Mundo Fifa 2014. Para 
o TST, a finalidade lucrativa da entidade de futebol, em regra, descaracterizaria 
o serviço voluntário, mas os ministros concluíram que as contratações tiveram 
autorização da Lei n. 12.663/2012 (Lei Geral da Copa)1. 
Assim, a regra geral é que não se configura vínculo empregatício em caso 
de trabalho voluntário, pois nesse tipo de prestação de trabalho falta o requisito 
da onerosidade, bem como não deve haver fim lucrativo daquele que se 
aproveita desse tipo de trabalho. Caso se comprove a onerosidade ou a 
existência de fins lucrativos, pode ser considerada existente fraude trabalhista, 
com o consequente reconhecimento do vínculo empregatício (vídeo disponível 
no material on-line). 
TEMA 5 – DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO 
Direitos fundamentais são aqueles inerentes à proteção do Princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana e estão alinhados aos Direitos Humanos. Além 
disso,Direitos Fundamentais garantem os interesses do cidadão em face do 
Estado, ante a disparidade de poder existente entre eles. No que se refere à 
seara trabalhista, a Constituição Federal, já em seu artigo 1º traz como 
fundamentos o trabalho e a livre iniciativa. 
 
1 TST. Processo AIRR-10704-52.2014.5.01.0059. Disponível em: . Acesso em: 07 fev. 2020. 
 
 
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Somente pela realização do direito fundamental ao trabalho decente, 
previsto nos artigos 1º e 6º da CF/88 e em vários outros dispositivos 
constitucionais, bem como nas Convenções da OIT (Organização Internacional 
do Trabalho), é possível a realização do previsto no artigo 1º, III, e caput do 
artigo 170 da CF/88, que assim dispõe: “A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os 
seguintes princípios (...)”. 
O artigo 6º afirma que “são direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição”. 
Já o artigo 7º da CF/88 listou uma série significativa de direitos 
fundamentais trabalhistas, um rol de garantias e direitos individuais que se 
constitui em um conjunto mínimo de condições do contrato de trabalho. Vamos 
estudar cada um dos incisos do artigo 7º, por categorias, a fim de traçar um 
panorama dos direitos ali previstos. São direitos dos trabalhadores urbanos e 
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
5.1 Proteção contra despedida arbitrária 
• I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa 
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
5.2 Disposições sobre FGTS, seguro desemprego e aviso prévio 
• II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
• III - Fundo de garantia do tempo de serviço; 
• XXI - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 
30 dias, nos termos da lei; 
5.3 Proteção ao salário/remuneração 
• IV – Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de 
atender suas necessidades vitais básicas e às de sua família com 
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
 
 
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transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer 
fim; 
• V - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
• VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo 
coletivo; 
• VII - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
• VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no 
valor da aposentadoria; 
• IX - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
• X - Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção 
dolosa; 
• XI - Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, 
e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme 
definido em lei; 
• XII - Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa 
renda nos termos da lei; 
• XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
• XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios 
de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
5.4 Jornada de trabalho 
• XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a 
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
• XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos 
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
• XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
• XVI - Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 
cinquenta por cento à do normal; 
 
 
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5.5 Férias 
• XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a 
mais do que o salário normal; 
5.6 Proteção à maternidade/paternidade/infância 
• XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a 
duração de cento e vinte dias; 
• XIX - Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
• XXV - Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento 
até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
5.7 Proteção à mulher 
• XX - Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei; 
• XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
5.8 Saúde e segurança do trabalho 
• XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança; 
• XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, na forma da lei; 
• XXVIII - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo 
ou culpa; 
• XXXIII - Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores 
de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 
5.9 Aposentadoria 
• XXIV - Aposentadoria; 
 
 
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5.10 Direito coletivo do trabalho 
• XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
5.11 Automação 
• XXVII - Proteção em face da automação, na forma da lei; 
Assim, tais direitos, por serem previstos constitucionalmente, são normas 
de ordem pública com características invioláveis e imperativas. 
FINALIZANDO 
Chegou a hora de retomarmos a problemática apresentada no início deste 
tema. 
1. Alexandre, engenheiro civil, prestou serviços por dois meses para a 
empresa Vigas de Concreto Ltda., empregando sua técnica para cumprir 
um contrato previamente combinado entre Alexandre e a empresa. 
De acordo com os conhecimentos adquiridos na presente disciplina, você 
deve ser capaz de reconhecer Alexandre como um trabalhador autônomo. 
2. Geraldo trabalha como pintor e foi contratado para pintar a fachada de 
uma empresa, pelo período de três meses, sendo o pagamento feito por 
obra certa. 
De acordo com os conhecimentos adquiridos na presente disciplina, você 
deve ser capaz de reconhecer Geraldo como um trabalhador eventual. 
3. Mariana é nutricionista, faz o acompanhamento nutricional e elabora os 
cardápios de uma casa de acolhimento de idosos, trabalhando às quartas-
feiras e aos sábados, recebendo apenas pelas despesas que 
eventualmente tenha no desempenho de suas funções. 
De acordo com os conhecimentos adquiridos na presente disciplina, você 
deve ser capaz de reconhecer Mariana como uma trabalhadora voluntária. 
Acesse o vídeo disponível no material on-line para ter acesso à 
explicação detalhada. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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DINIZ, M. H. As lacunas no direito. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 1997. 
DINIZ, M H. Compêndio de introdução à ciência do Direito. 15 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2003. 
FINCATO, D.; STÜRMER, G. A reforma trabalhista simplificada: comentários 
à Lei n. 13.467/2017. Porto Alegre: EdiPUC-RS, 2019 (e-pub). 
GUIMARÃES, R. P. de F. Manual de direito individual do trabalho. São Paulo: 
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MANUS, P. P. T. Direito do Trabalho. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
MARQUES, F.; ABUD, C. J. Direito do trabalho. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
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ROMAR, C. T. M. Direito do Trabalho esquematizado. 6 ed. São Paulo: 
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