Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/05/2015 1 Engenharia Civil Mecânica dos Solos II Mecânica dos Solos II Capítulo II - 3ª parte Hidráulica dos Solos Mecânica dos Solos II 21/05/2015 2 Mecânica dos Solos II FLUXO BIDIMENSIONAL 1. Introdução: No caso dos permeametros estudados anteriormente, como a água corre sempre na mesma direção, diz-se que o fluxo é unidimensional Mecânica dos Solos II Quando as partículas de água se deslocam em qualquer direção, o fluxo é tridimensional. Um bom exemplo deste fluxo é a migração de água para um poço de onde se retira água com finalidade de se determinar o coeficiente de permeabilidade do solo 21/05/2015 3 Mecânica dos Solos II Quando temos as partículas de água se deslocando por caminhos curvos, mas contidos em planos paralelos, o fluxo é bidimensional. Este tipo de ocorrência é muito frequente em obras de engenharia, como a percolação de água pelas fundações de uma barragem. Mecânica dos Solos II O estudo do fluxo bidimensional é muito facilitado pela representação gráfica dos caminhos percorridos pela água e da correspondente dissipação de carga. Esta representação é conhecida como: rede de fluxo. 21/05/2015 4 Mecânica dos Solos II Rede de fluxo de água pelo solo permeável e Isotropico de uma barragem em estaca prancha Mecânica dos Solos II Linhas de fluxo: é a linha ao longo da qual a partícula de água se desloca de Montante para Jusante, no meio de solo permeável. O número de canais de fluxo é definido como : NF 21/05/2015 5 Mecânica dos Solos II Linha equipotencial: É a linha ao longo da qual a carga potencial tem o mesmo valor em todos os pontos O número de faixas de perda de potencial é definido como: ND Mecânica dos Solos II Linha equipotencial É a linha ao longo da qual a carga potencial tem o mesmo valor em todos os pontos 21/05/2015 6 Mecânica dos Solos II Demonstrativo das percas de cargas com as linhas equipotenciais Mecânica dos Solos II A combinação entre várias linhas de fluxo e equipotenciais é denominada de: Rede de fluxo E permitem calcular a percolação de água subterrânea e avaliação da carga nesse meio 21/05/2015 7 Mecânica dos Solos II • Construir uma rede de fluxo requer habilidade, tentativas e experiência anterior. • Para construir uma rede de fluxo, faz-se necessário que: 1) Que as linhas equipotenciais interceptem as linhas de fluxo em ângulo reto. 2) Os elementos da rede de fluxo formados tenham a forma aproximada de um quadrado. Mecânica dos Solos II • Condições de contorno de uma rede de fluxo 21/05/2015 8 Mecânica dos Solos II Condição 1: As superfícies a jusante e a montante na camada permeável (linhas ab e de) são linhas equipotenciais Mecânica dos Solos II Condição 2: Como as linhas as linhas ab e de são linhas equipotenciais, todas as linhas de fluxo as interceptam em ângulos retos. 21/05/2015 9 Mecânica dos Solos II Condição 3: O contorno da camada impermeável – isto é: a linha fg – é uma linha de fluxo, bem como a superfície da estaca prancha impermeável, a linha acd Mecânica dos Solos II Condição 4: As linhas equipotenciais interceptam as linhas acd e Fg em ângulos retos. 21/05/2015 10 Mecânica dos Solos II Propriedades básicas de uma rede de fluxo • A vazão em cada canal de fluxo é constante e igual para todos os canais; • As linhas de fluxo não se interceptam, pois não é possível ocorrerem duas velocidades diferentes para a mesma partícula de água em escoamento; Mecânica dos Solos II Propriedades básicas de uma rede de fluxo • As linhas equipotenciais não se interceptam, pois não é possível se ter duas cargas totais para um mesmo ponto; • A perda de carga entre duas equipotenciais consecutivas quaisquer é constante. 21/05/2015 11 Mecânica dos Solos II • Objetivo da construção das redes de fluxo: A) Cálculo da vazão que percola através da área permeável; B) Cálculo do gradiente hidráulico C) Da velocidade D) Da força de percolação E) Da pressão neutra F) Das subpressões Mecânica dos Solos II Para se calcular a vazão através de uma rede de fluxo necessita-se conhecer a quantidade de faixas de fluxo “Nf”e de equipotenciais “Nd” que formam esta rede 21/05/2015 12 Mecânica dos Solos II Quantidade de canais de fluxo - Nf: 4 Quantidade de faixas equipotenciais - Nd: 6 Mecânica dos Solos II Treinando: Faixas de fluxo- Nf: _________; Faixas equipotenciais – Nd:_______ 21/05/2015 13 Mecânica dos Solos II Treinando: Faixas de fluxo - Nf: 04 ; Faixas equipotenciais - Nd: 08 Mecânica dos Solos II Treinando: Faixas de fluxo - Nf: _________; Faixas equipotenciais - Nd: ________ 21/05/2015 14 Mecânica dos Solos II Treinando: Faixas de fluxo - Nf: 05 ; Faixas equipotenciais - Nd: 14 Mecânica dos Solos II A vazão é dada por: Onde: Q = Vazão K = Coeficiente de permeabilidade Δh= Diferença de carga Nf = Quantidade de faixas de fluxo Nd = Quantidade de faixas equipotenciais 21/05/2015 15 Mecânica dos Solos II Exemplo: O solo isotrópico sob a barragem possui um k = 10-4 m/s. Qual é a vazão (m³/h) por metro linear de barragem? Resp.: 1,98 m³/hora Mecânica dos Solos II Cálculo da perca de carga em cada linha equipotencial: A perca de carga total que provoca percolação, dividida pelo nº de linhas equipotenciais, indica a perca de carga de uma equipotencial para a seguinte. Do perfil acima temos: 15,4/14 = 1,1m – perca de carga que vai acontecendo a cada linha equipotencial. 21/05/2015 16 Mecânica dos Solos II Cálculo do gradiente hidráulico: O gradiente pode ser calculado dividindo-se a variação de carga entre Equipotenciais pelo nº (ou posição ocupada) da equipotencial analisada. No ponto A: 1,1/6 = 0,19 No ponto C: 1,1/10 = 0,11 Mecânica dos Solos II Cálculo da velocidade da água: Conhecido o coeficiente de permeabilidade do solo e o gradiente hidráulico, Obtém-se a velocidade pela fórmula: V = k .i 21/05/2015 17 Mecânica dos Solos II • Pressão neutra: • Em determinadas situações, como por exemplo no caso de estruturas de concreto (barragem vertedouro), construídas sobre fundações onde ocorrem fluxo de água, a pressão neutra atuará na base da estrutura exercendo uma força contrária ao seu peso, o que pode levá-la a uma situação instável. Mecânica dos Solos II Para se determinar as pressões neutras e subpressões , o nível de referência será sempre a cota da camada impermeável, e a partir daí calcular a carga total em cada equipotencial. 21/05/2015 18 Mecânica dos Solos II A carga total será a altura a soma das cargas altimétricas (Z) e piezométrica (u/γw) ao longo da sua extensão. htotal = � + � �� Mecânica dos Solos II Em cada equipotencial, o valor da carga total é constante, mas os valores das parcelas de carga altimétrica e piezométrica variam. htotal = � + � �� 21/05/2015 19 Mecânica dos Solos II Z = carga altimétrica: é a cota do ponto, tendo como referencia a rocha impermeável. htotal = carga total: é a altura que a água subiria num tubo colocado neste ponto (linha equipotencial). hp = carga piezométrica: é a diferença das duas. Mecânica dos Solos II Treinando: ponto A Ponto C ponto D Carga altimétrica – Z = Z = Z = Carga total - htotal = htotal = htotal = Carga piezométrica - hp = hp = hp = 21/05/2015 20 Mecânica dos Solos II Treinando:ponto A Ponto C ponto D Carga altimétrica – Z = 35m Z = 35 m Z = 30,6 m Carga total - htotal = 48,8 m htotal = 44,4 m htotal = 44,4m Carga piezométrica - hp = 13,8 m hp = 9,4 m hp = 13,8 m Mecânica dos Solos II • Então: • A pressão da água num ponto qualquer é a carga piezométrica vezes a densidade da água: • Hp = u / γw Logo: ua;d = 13,8 x10 → u = 138 KN/m² 21/05/2015 21 Mecânica dos Solos II Determinar a Qdiaria e subpressões no sistema Mecânica dos Solos II • A figura abaixo mostra uma rede de fluxo, solução gráfica do problema de fluxo permanente 2D, ao redor de uma cortina impermeável em uma camada de solo isotrópico e homogêneo. 21/05/2015 22 Mecânica dos Solos II • Qual o valor da carga hidráulica total - htotal no ponto A situado na profundidade 1,40 m abaixo do NR? A-) 4,00 m. B-) 0,36 m. C-) 1,40 m. D-) 3,76 m. E-) 5,76 m. Mecânica dos Solos II 21/05/2015 23 Mecânica dos Solos II Mecânica dos Solos II 21/05/2015 24 Mecânica dos Solos II Mecânica dos Solos II 21/05/2015 25 Mecânica dos Solos II Mecânica dos Solos II 21/05/2015 26 Mecânica dos Solos II • 10.1 Dispositivos de redução da vazão: • 1. Execução de tapetes impermeabilizantes; • 2. Revestimento de proteção do talude; • 3.Núcleo com material de baixa permeabilidade; • 4. Trincheira de vedação, com material de baixa permeabilid. • 5. Cortina de injeção. Mecânica dos Solos II • 10.2 dispositivos de drenagem: • 6. Filtros verticais e inclinados; • 7. Tapetes filtrantes; • 8. Material mais permeável na zona de jusante; • 9. Filtros verticais ou poços de alivio; • 10. Construção de enrocamento de pé 21/05/2015 27 Mecânica dos Solos II 11. Filtros de proteção: • A água que percola através de um solo é origem de grandes problemas em uma obra de terra. • Para contornar estes problemas, temos que construir filtros, dando vazão à água e direcionando-a aos locais seguros. Mecânica dos Solos II • Os filtros permitem que a água ao sair com facilidade, alivie as pressões exercidas pelas forças de percolação sobre as partículas de solo, mantendo constante as tensões entre as partículas de solo (atrito), portanto mantendo a sua estabilidade. 21/05/2015 28 Mecânica dos Solos II Os filtros de proteção devem ser construídos de modo a satisfazer duas condições básicas: • Os vazios do material de proteção devem ser suficientemente pequenos, de forma que impeça a passagem das partículas do solo a ser protegido: • Os vazios do material devem ser suficientemente grandes de forma que propiciem a livre drenagem das águas e o controle das forças de percolação, isto é, devem impedir o desenvolvimento de pressões hidrostáticas. Mecânica dos Solos II Ao atender estas condições, Terzaghi estipulou duas relações para definição do material de um filtro. • Condição a- D15filtro ˂ 5 x D85solo ; (para o filtro impedir a passagem dos finos do solo) • Condição b- D15filtro ˃ 5 x D15solo: (para o filtro ser mais permeável que o solo) Obs.: D15 e D85 correspondem ao diâmetro que possui 15 e 85% de material passando na curva granulométrica. 21/05/2015 29 Mecânica dos Solos II Exemplo de como escolher o material do filtro • Conhecidos os limites para D15f (pontos A e B) deve-se desenhar curvas granulométricas com Cu aproximadamente igual. Por hoje é só Próxima aula, exercícios Obrigado pela atenção Mecânica dos Solos II
Compartilhar