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* CARNES OVOS E PESCADOS Manoel Chagas * CARNES Manoel Chagas * É dito carne a parte comestível dos músculos dos bovinos, ovinos e caprinos, declarados adequados para a alimentação humana pela inspeção veterinária oficial. (Rolando Salinas, 2002) CARNES * COMPOSIÇÃO GERAL DA CARNE Essa composição depende da Idade Sexo Raça Alimentação Parte anatômica do animal ÁGUA – 65 a 80% PROTEÍNAS – 16 a 22% GORDURA – 3 a 13% CARNES * PROTEÍNAS (PTN) Sarcoplasmáticas Miofibrilares (insolúveis) As SARCOPLASMÁTICAS são solúveis em água e representam 30 a 35% do total das PTN. São de dois tipos: ENZIMAS DIVERSAS e PTN de cor (mioglobina e hemoglobina) Mioglobina – presente nos músculos cardíaco e estriado dos vertebrados. É uma PTN conjugada CARNES * CARNES MIOGLOBINA - Transformações * PROTEÍNAS MIOFIBRILARES (há maior qtde.) MIOSINA – globulina formada por duas cadeias de peptídeos torcidas, formando hélice dupla. Tem muitos AA com grupos livres carregados positiva e negativamente ACTINA - proteína globular que, quando se junta com a miosina, forma a actomiosina que dá a dureza da carne pós abate do animal CARNES * PROTEÍNAS DO ESTROMA (DOS TECIDOS CONECTIVOS) – PTN que recobrem as fibras e os feixes musculares) O tecido conectivo é formado pelo COLÁGENO e ELASTINA São PTN mais insolúveis e menos digeríveis A rigidez da carne é medida pela quantidade de tecidos cenectivos existentes nela CARNES * COLÁGENO – Fração principal dos tecidos cenectivos. É um conjunto de fibras insolúveis, trançadas entre si, formando uma hélice. É formada por aminoácidos como prolina, hidroxiprolina, lisina e hidroxilisina. É a mais abundante, faz parte de ossos, cartilagens, tendões e pele. Quando hidrolisada gera a gelatina. GELATINA – É uma parte parcialmente solubilizado do colágeno. É solúvel em água quente e forma gel por resfriamento (tem baixos níveis de aminoácidos essenciais, como metionina e triptofano). CARNES * LIPÍDEOS DA CARNE Triacilgliceróis ou triglicerídeos de ácidos graxos monoinsaturados (oléico) ou saturados A gordura solubiliza alguns carotenos e colesterol A carne magra (músculo) deve ser escolhida para prevenção de aterosclerose CARNES * LIPÍDEOS – GORDURAS Localizam-se nos tecidos adiposos como gorduras neutras (triglicerídeos) e nas membranas biológicas (fosfolipídeos e colesterol) Suinos – 5 e 6,6% Bovinos aves e coelho – 2 a 3% Considerar o teor de colesterol, que é variável. Animais monogástricos (porcos, coelho e aves) têm a composição lipídica afetada pela alimentação; os ruminantes não. CARNES * COMPOSIÇÃO DE GORDURA CARNES * COMPOSIÇÃO DE GORDURA CARNES * VITAMINAS E SAIS MINERAIS A carne é rica em vitaminas B1, B2 e pobre em vitaminas A e C Suínos têm cinco vezes mais tiamina Frango tem mais niacina e B6 Gado bovino tem B6 e B12 A carne é rica em Zn, Fe, Cu, P, K e Se CARNES * RIGOR MORTIS ou RIGIDEZ CADAVÉRICA Fenômenos físico-químicos, na miofibrila, que dão ao músculo dureza e rigidez características. Sequência: Interrupção do fluxo sanguíneo (falta O2 e nutrientes para a célula) Uso do glicogênio pela célula (síntese de glicose) A glicose (do glicogênio) produz ácido lático (via anaeróbia, glicólise) Baixa do pH de 7,3 para 5,5 (inibindo enzimas) Queda drástica de ATP Actina e miosina se unem em actomiosina, enrijecendo o músculo CARNES * RIGOR MORTIS ou RIGIDEZ CADAVÉRICA O estabelecimento do fenômeno “Rigor Mortis” demarca a transformação do MÚSCULO em CARNE MÚSCULO – animal vivo CARNE – animal morto CARNES * RIGOR MORTIS ou RIGIDEZ CADAVÉRICA Animais de abate devem ter um tratamento SEM ESTRESSE. Acumula glicogênio no músculo pós abate A carne alcança um pH ideal para a qualidade microbiológica A qualidade geral da carne possibilita processamentos de transformação e melhoria do “flavor”. CARNES * CARNES RIGOR MORTIS COM ESTRESSE Alteração na coloração e textura da carne Carnes PSE (“pale, soft, exudative” – pálida, mole, exsudativa) – animal abatido sob estresse no momento do abate, desenvolve maior acúmulo de lactato no músculo (redução brusca do pH), temperatura alta (38ºC), liberação de água (conteúdo celular), com amolecimento e cor menos intensa * CARNES RIGOR MORTIS COM ESTRESSE Alteração na coloração e textura da carne Carnes DFD (“Dark, firm, dry” – Escura, Firme e Seca) - problemas de estresse prolongado antes do abate podem esgotar as reservas de glicogênio, impedindo o declínio do pH: Maior retenção de água pela célua (superfície seca) Músculo mais estruturado (firme) Coloração mais escura (menor refração da luz) * MATURAÇÃO – processo autolítico, com produção de substâncias nitrogenadas, lipólise e oxidação de ácidos graxos que contribuem para a boa qualidade da carne, acentuando sabor e aroma. A maturação é feita em câmara a 150 C, umidade 85%, entre 24 a 48 horas (R. Salinas) Mudanças que determinam o relaxamento lento do músculo, provocando amolecimento lento da carne após 3 ou 4 dias de armazenamento a frio (150C) (Juan A Ordóñez 2005) Há autores que indicam temperatura entre 0 e 1ºC, durante até 15 dias, em embalagem a vácuo. CARNES * PESCADOS * PESCADOS (produtos de pesca) PESCADOS – são os peixes, crustáceos, moluscos, batráquios (rãs), quelônios (tartarugas) e produtos derivados (Rolando Salinas, 2002) COMPOSIÇÃO – em termos de PTN há semelhança entre a carne e o pescado. A diferença é que o pescado tem menos tecido conectivo com mais colágeno que elastina. PESCADOS * PESCADOS RIGOR MORTIS O rigor mortis acontece em qualquer animal pós abate. Há uma diferença quanto ao abaixamento do pH do peixe. O pH passa de 6,9 – 7,0 para 6,2 – 6,3. Isso pode comprometer a qualidade do pescado por invasão microbiana * PESCADOS Deterioração microbiana em peixes, em função do TGI e falta de nutrientes * LIPÍDEOS – é a grande diferença entre a carne de animais terrestres e pescados. Predominam os ÁCIDOS GRAXOS POLI- INSATURADOS (PUFA’s) Maior variedade de ácidos graxos Maior proporção de ácidos graxos de cadeia longa PESCADOS * A maior parte dos PUFA’s são ω-3 e menor proporção de ω-6 Os mais representativos: C 20 : 5 ω-3 ácido eicosapentaenóico (EPA) C22:6 ω-3 ácido docosahexaenóico (DHA) Implicação desses lipídeos na alimentação: o organismo produz substâncias (prostagladinas e leucotrienos) que melhoram a fluidez do sangue (menor agregação plaquetária) e diminuem a intensidade da dor PESCADOS * SAIS MINERAIS E VITAMINAS Cálcio (Ca), fósforo (P), sódio (Na), potássio (K), e magnésio (Mg) Em menor quantidade, iodo (I), ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn), fluor (F) etc. VITAMINAS – A, D, E, K são encontradas principalmente no fígado de peixes. As ostras são boas fontes de tiamina e B12 PESCADOS * O pigmento que dá cor à carne do salmão é a astaxantina, um carotenóide produzido por algas e consumido por camarões. Astaxantina PESCADOS * OVOS * PROTEÍNAS DA CLARA OVALBUMINA - >50% do total de PTN. Formada por moléculas com muitos grupos – SH e grupos fosfóricos. Desnaturação por agitação e aquecimento CONALBUMINA – coagula pelo calor <600C Essas duas PTN representam ± 70% do total de PTN do ovo. OVOS * PROTEÍNAS DA CLARA (cont.) OVOMUCÍODE – glicoproteína rica em ligações dissulfídicas LISOZIMA – enzima que despolimeriza polissacarídeos (ação antibacteriana) OVOMUCINA – glicoproteína AVIDINA – é uma desoxirriboproteina com capacidade de se ligas à BIOTINA (vit B) OVOS * PROTEÍNAS DA GEMA LIPOVITELINA – é uma fosfoproteína FOSFOVITINA – é uma fosfoproteína, com função de reter íons ferro da gema LEVITINA – glicoproteína As PTN da clara têm a função de proteção do embrião, enquanto as PTN da gema servem para alimentá-lo. OVOS * LIPÍDIOS - os lipídios do ovo estão todos na gema: triglicerídios saturados, colesterol, lecitina, na forma de emulsão e COLESTEROL - 360mg/unidade A cor amarelo-avermelhada da gema é dada em função dos carotenóides usados na ração. A única diferença nutricional entre ovo de quintal e ovo de granja, é a maior quantidade de carotenóides no ovo de quintal OVOS * MINERAIS - ferro da gema na forma Fe2+ (ferro ferroso) VITAMINAS - principalmente as lipossolúveis A, D, E, K. Essa composição de ferro leva à formação de sulfeto de ferro, quando o ovo é fervido por muito tempo (acima de 40 min de fervura) OVOS * REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Ordónez, Juan A. Tecnologia de Alimentos: componentes dos alimentos e processos,, Porto Alegre: Artmed, 2005. Salinas, Rolando. Alimentos e Nutrição : Introdução à Bromatologia 3 ed São Paulo: Artmed, 2002. CARNE, PESCADOS E OVOS * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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