Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
11 AfeC90es do Aparelho Reprodutor da Femea 1. rins; 2. ovarios; 3. trampas de Fal6pio; 4. ureteres; 5. como do utero; 6. cervice; 7. bexiga urinaria; 8. ubere; 9. vagina; 10. meato urinario; 11. vulva; 12. anus; 13. reto. 11.1. Anatomia e considera~oes gerais. o aparelho reprodutor da egua e formado por dois ovarios, duas trompas de Falopio, utero, cervice, vagina, clitoris e vulva. Os ovarios funcionalmente sac glandulas endocrinas e exo- crinas e sac essenciais a repro- du<;ao.Como glandula de secre- <;ao endocrina, os ovarios pro- duzem estrogeno e progestero- na, regulados por um complexo mecanisme de "feedback", en- volvendo outras estruturas glan- dulares do organismo. Como glandulas exocrinas produzem e liberam ovulos periodicamente, caracterizando, em conjunto com as manifesta<;6es genitais externas e com rela<;aoao com- portamento psfquico diante do garanhao, 0 cicio estral, ou es- pecificamente 0 cio. Os ovarios da egua estao si- tuados na regiao sublombar abaixo da quarta vertebra lom- bar.A superffcie externa do ova- rio e recoberta por uma mem- brana serosa que e parte do perit6nio, exceto na borda supe- rior por onde penetram os vasos sangufneos e os nervos, e na fossa ovulatoria sac recobertos por uma capa de epitelio germi- nativo primitivo. Os ovarios estao unidos na regiao sublombar pela por<;ao anterior do ligamenta uteri no, que e uma membrana ampla que mantem suspenso 0 utero na cavidade abdominal. No interior dos ovarios sac encon- trados numerosos folfculos que aparecem nas mais diversas fa- ses de desenvoivimento, ate atin- girem a matura<;ao. Dos ovarios partem as trom- pas de Falopio, ou ovidutos, que sac os canais de transporte do ovulo. A abertura do oviduto jun- to ao ovario e a trompa, local onde 0 ovulo inicia a migra<;ao, se comunica com a cavidade abdominal e e conhecida como oriffcio ou ostio abdominal; ja a abertura que comunica a trom- pa ao interior do utero se cha- ma ostio uteri no. o utero da egua e formado por um corpo e dois cornos. 0 corpo uterino se encontra parte na cavidade abdominal e parte na cavidade pelvica. Do assoalho pelvico ele segue em dire<;ao a regiao 10mbar, isto e, para cima. E no corno uterino que se insta- la 0 ovulo ja fecundado para se processar a gesta<;ao. Basica- mente, 0 utero como um todo e um orgao muscular, possuindo uma grande capacidade de se estender durante a gesta<;ao e se contrair, voltando ao tamanho normal durante 0 puerperio ou perfodo que sucede 0 parto. A cervice e a regiao que se- para anat6mica e estrutural- mente 0 corpo do utero do ca- nal vaginal. Normalmente, a cer- I vice permanece fechada por sua estrutura tecidual fibrosa e por um tampao mucoso, abrindo-se durante 0 cio e no parto. A cer- vice sobressai em dire<;ao a va- gina, formando uma separa<;ao bem-definida entre a cervice e a vagina chamada de fornix. E na cervice que se pode colher material ("swabs") para exame bacteriologico no caso de pro- cessos infecciosos uteri nos, de- terminando-se, assim, a etio- logia de possiveis infec<;6es. A vagina e um canal que se estende desde a cervice ate a vulva. Possui enorme capacida- de de distender-se, limitada ape- nas pela parede pelvica; permite alojar 0 penis do garanhao du- rante a copula, ou entao dar pas- sagem ao feto durante 0 parto. Dorsalmente a vagina est§, pro- xima ao reto, separada pelo saco retogenital do perit6nio, e ven- tralmente, se relaciona com a bexiga, separada apenas pelo fundo de saco vesicogenital. Frequentemente a parede dorsal da vagina e /esada du- rante 0 parto, pela pata do po- tro, que pode rompe-Ia e atin- gir a parede ventral do reto, co- municando 0 reto com a vagi- na. A por<;ao inicial da vagina e conhecida como vestlbulo va- ginal e contem 0 himen, que separa 0 vestlbulo do resto do conduto em potrancas ou e- guas virgens. No assoalho ven- tral, proximo ao vestlbulo, junto a vulva, temos a regiao onde a uretra desemboca no conduto vaginal, sendo denominada de meato urinario. A vulva,que e a por<;aotermi- nal do aparelho reprodutor, e for- mada por duas estruturas ex- ternas que saDos labios vulvares que possuem musculos potentes. Dorsa/mente a vulva se relaciona com 0 anus, regiao que comu- mente pode ser rompida ou dila- cerada durante 0 parto, e,ventral- mente, ja entre os labios, encon- tra-se uma estrutura eretil que e o clitoris, alojado na fossa c1ito- riana e que "corresponde" ao pe- nis do macho.A vulva possui uma posic;:aoe dimensao caracteristi- ca que impede, em condi<;6es normais, a entrada de ar e de substancias estranhas, principal- mente fezes. Oualquer altera<;ao de forma e de posi<;aoconstitui condi<;ao predisponente a pro- cessos inflamatorios ou infeccio- sos ascendentes que frequente- mente produzem esterilidade. 11.2. Defeitos de conforma~ao vulvar e perineal. A vulva das eguas, pelo seu posicionamento e conforma<;ao normal, funciona como uma val- vula de pressao que impede a comunica<;ao do vestlbulo vagi- nal com 0 meio ambiente. Este sistema fisiologico e propiciado pela gordura vulvar associado ao funcionamento dos muscu- los que comp6em 0 anel cons- tritor, e ao posicionamento dos labios em rela<;ao ao assoalho pelvico. Em condi<;6es de nor- malidade, a vulva deve situar-se cerca de 2/3 de sua comissura, abaixo do plano horizontal do assoalho da pelvis. Defeitos de conforma<;ao, como vulva superior, isto e, quan- do a rela<;ao vulva-assoalho e maior para a regiao dorsal, pos- sibilitando a entrada mecanica de ar para 0 interior da vagina, desencadeiam altera<;6es irrita- tivas ou ate mesmo infecciosas pela contamina<;ao com restos fecais. Ouando 0 vestlbulo vagi- nal eo meato urinario estao des- locados cranio-ventralmente, po- dera ocorrer a urovagina. Estas ocorrencias podem ser agravadas ou estarem associa- das a uma perda da gordura que propicia consistencia aos labios vulvares, aparecendo comumen- te em eguas velhas ou naquelas cujos partos provocaram exces- siva dilata<;ao do vestlbulo vagi- nal ou dos labios. Ocasionalmen- te as rupturas de perinea podem ser responsaveis pela ma-con- forma<;ao e desencadear um quadro c1inico semelhante. Os sintomas se caracterizam principal mente por infertilidade, e, ao exame, pode-se notar a entrada de ar na vagina, produ- zindo um ruido caracteristico co- nhecido como pneumovagina, ou apresentar acumulo de uri- na no fundo de saco vaginal, de- terminando a urovagina. A confirma<;ao do defeito po- de ser feita introduzindo-se uma pin<;areta na comissura labial ate tocar 0 assoalho da pelvis. A pin- <;adeve permanecer em posic;:ao horizontal. Desta maneira, pode- se fazer a avalia<;ao da rela<;ao vulvalassoalho e se estabelecer uma estrategia para 0 tratamen- to. Muitas das eguas portadoras de pneumovagina e urovagina possuem vaginite ou ate mesmo metrite ou endometrite, diagn6s- tico este que sera realizado por exame com especulo, cultura de material colhido da vagina e da cervice, ou mesmo por bi6psia do utero. 0 tratamento da ma-con- forma<;:aovulvare cirurgico. Os la- bios serao suturados por uma tec- nica que pode ser a de Caslick e a inflama<;:aotratada convenien- temente. Caso 0 problema seja secundario a uma ruptura do perlneo, ou a uma fistula reto-va- ginal, a cirurgia especifica se fara necessaria. Ouando as eguas apresentam urovagina decorrente de defeitos de conforma<;:aovulvar e perineal, pode-se realizar 0 prolongamen- to artificial do meato urinario,atra- ves da forma<;:aode "tunel" (tu- neliza<;:ao),ate pr6ximo do vestl- bulo da vagina. Esta tecnica pos- sibilita a elimina<;:aoda urina,sem que ela escoe para 0 fundo vagi- nal.Em seguida,caso a malforma- <;:aovulvar seja acentuada, utilize a tecnica corretiva de Caslick. Eguas submetidas a cirurgias que reduzem 0 tamanho da co-missura vulvar devem ter 0 parto acompanhado para no momen- to do nascimento ser feita a epi- siotomia, que e a incisao do pe- rlneo, para facilitar a expulsao do potro sem que ocora uma ruptu- ra irregular de consequencias mais graves. 1. anus; 2. pipeta aplicada entre os labios vulvar, apoiada sobre 0 [squio e nivelada; 3. labios da vulva; 4. [squio; 5. bexiga urinaria; 6. vagina; 7. reto. A: relac;:aovulva/assoalho normal (113 dorsal e 2/3 ventral a pipeta nivelada). B: relac;:aovulva/assoalho dorsal perpendicular (2/3 dorsal e 113 ventral a pipeta nivelada). C: relac;:aovulva/assoalho dorsal com inclinac;:aocranial (2/3 dorsal inclinada e 113 ventral a pipeta nivelada). 11.3. Ruptura da vulva e do perfneo no parto. Geralmente as feridas da vul- va e as rupturas de perineo sac consequencias de partos. Fetos demasiadamente grandes po- dem romper a comissura vulvar, produzindo uma lesao que pode comprometer inclusive 0 esffnc- ter anal, ou entao no momento do parto um dos cascos dos membros anteriores do potro romper 0 assoalho dorsal da va- gina e atingir 0 reto, perfuran- do-o. Nestas condi<;:6es quase sempre ocorre dilacera<;:aodos tecidos, atingindo a comissura dorsal dos labios da vulva e 0 esffncter anal. As rupturas ou lacera<;:6es perineais podem ser classifica- das conforme a extensao e gra- vidade das les6es teciduais: 1° grau: Quando a lacera<;:ao atinge apenas a muco- sa do vestlbulo da va- gina e a comissura dor- sal da vulva. 2° grau: Quando a lacera<;:ao atinge alem da mucosa e submucosa do vestl- bulo da vagina, a pele da comissura dorsal da vulva e os musculos do perin eo, incluindo 0 constritor vulvar. 3° grau: Quando a lacera<;:ao acomete todas as es- truturas atingidas em segundo grau, acom- panhadas de ruptura do assoalho dorsal do vestlbulo da vagina, as- soalho ventral do reto, septa perineal, muscu- los e 0 esffncter anal. As lacera<;:6es de primeiro grau podem ser reparadas ape- nas com a opera<;:aode Caslick por primeira inten<;:ao,nao sen- do necessario qualquer outro cuidado adicional. As les6es de segundo grau ja necessitam da reconstitui<;:ao dos danos peri- neal e de esfincter vaginal, se- guidos da tecnica de Caslick. Por outro lade, quando a lacera<;:ao e de terceiro grau, com extenso comprometimento do assoalho dorsal do vestlbulo vaginal e as- soalho ventral do reto, necessa- rio se faz a reconstitui<;:ao em pianos de sutura, que se inicia na regiao cranial da lesao ate a reconstitui<;:ao do esffncter anal e comissura dorsal da vulva. Nas lacera<;:6es de terceiro grau, a egua apresenta elimina- <;:aode fezes pela vagina alem do extenso ferimento. Parte das fezes que sac eliminadas po- dem se acumular no fundo va- ginal, proporcionando grave in- fec<;:aogenital que pode levar a infertilidade. o p6s-operat6rio das recons- titui<;:6es de lacera<;:6esde ter- ceiro grau envolve alem dos cu- rativos diarios na ferida cirurgi- ca, tratamento dietetico para a manuten<;:aodas fezes em esta- do pastoso. Para tanto: a. Substitua gradualmente 0 ali- mento co'ncentrado para ra- <;:aopeletizada e, volumoso verde e tenro. b. Administre sulfato de magne- sio na dose de 0,5 a 1,0 g/ kg, ao dia. Normalmente, em eguas com alimentos tenros e agua a von- tade, apenas a administra<;:aode alimentos verdes e 0 laxante sac suficientes para auxiliar 0 tran- sito e elimina<;:aodas fezes. Ou- tra alternativa laxante e a admi- nistra<;:aode 10 a 20g/dia de semente de linha<;:aadicionada a ra<;:ao.Para tanto, mantenha a semente de linha<;:aimersa em agua morna durante cerca de 1 hora antes de sua administra<;:ao. Quando a egua e atendida ate cerca de seis horas ap6s a lacera<;:ao,existe grande possi- bilidade do caso ser resolvido por primeira inten<;:aoatraves de ci- rurgia para a reconstitui<;:aodas paredes do reto e da vagina. As les6es com mais de seis horas devem ser tratadas como uma ferida por segunda inten<;:ao,ate a forma<;:ao de tecido fibroso, para entao serem operadas. Com muita frequencia, eguas que apre- sentaram ffstula reto-vaginal apresentam recidivas do proble- ma nos partos futuros. 11.4. Ferimentos traumaticos da vulva. Embora de ocorrencia espora- dica,as les6es traumaticas da vul- va sempre causam grande preo- cupa<;:aoem razao das sequelas fibrosas que podem ocorrer, pre- judicando 0 trabalho de parto. As les6es vulvares podem ser ocasionadas por traumas acidentais ou criminosos, atin- gindo, ocasionalmente 0 vestl- bulo da vagina. Na maioria das vezes, as les6es saG lacerantes, de grande extensao, podendo haver perda de tecido vulvar. As les6es de aspecto regular po- dem ter origem em tumores da vulva, como 0 carcinoma, que evoluem com necrose e destrui- c;aode grande extensao dos la- bios vulvares. Os sintomas podem se res- tringir a apenas um desconforto discreto, e a perda da estrutura anat6mica da vulva. Ocasional- mente podera haver 0 compro- metimento do esflncter vulvar, predispondo aegua a pneumo- vagina. Quanto aos aspectos ge- rais do ferimento, estes acom- Figura 11.3 Ferida extensa da vulva com presen<;a de mifase. panham 0mesmo padrao descri- to para os casos de feridas cu- taneas, podendo hospedar larvas de moscas ou, ap6s sua resol - c;ao, apresentar retrac;6es cica- triciais indesejaveis. o diagn6stico e realizado pe- la observac;ao da lesao, deven- do-se diferenciar a sua origem traumatica ou tumoral. Sempre e importante que se encaminhe fragmentos contendo tecido le- sado e tecido normal para a rea- lizac;ao de exames histopato- 16gicos.A tecnica de bi6psia as- pirativa com agulha, alem de for- necer informac;6es quanto a etio- logia da lesao, e de facil e rapida execuc;ao. o tratamento a ser institufdo nos casos de les6es traumaticas podera acompanhar os procedi- mentos para 0 tratamento geral das feridas. As les6es com ori- gem tumoral, quando restritas a pequena area e nao possuem caracterfsticas invasivas, pode ser tratada cirurgicamente. As situac;6es que envolvam ferimentos traumaticos de ori- gem criminosa devem $er geren- ciadas com extrema cautela por parte do medico veterinario, de- vido a possibilidade de desdobra- mento policial que 0 caso pode- ra requerer. 11.5. Lesoes traumaticas da vagina. Duas saGas principais les6e traumaticas da vagina Uma e 0 hematoma vaginal, que pode ser produzido no momento do parto. quando vasos da submucosa se rompem e formam um grande acumulo de sangue, que leva a degenera<;:aodos tecidos circun- vizinhos, tornando a regiao resis- tente a futuras dilata<;:6esna oca- siao do novo parto, Ocasional- mente podera ocorrer a ruptura da mucosa com consequente he- morragia vaginal, cuja gravidade depende da extensao da lesao e do calibre dos vasos rompidos, A outra lesao traumatica, es- ta de maior gravidade, e a ruptu- ravaginal. Muito embora nao seja frequente, quando acontece aco- mete 0 fundo de saco vaginal colocando 0 lumen da vagina em contato com a cavidade abdomi- nal. Este acidente pode ser con- sequente a parto laborioso e com o potro em posicionamento dist6cico, permitindo que 0mem- bro anterior se projete contra a parede ventral da vagina, ou en- tao, a lesao pode ser decorrente de cobertura de garanh6es gran- des com eguas relativamente pequenas, cuja rela<;:aopenis/ vagina seja desproporcional. De- ve tambem ser levado em consi- dera<;:ao0 comportamento sexu- al agressivo do garanhao no mo- mento da cobertura, Eguas que apresentam he- matoma vaginal ficam em ligeiro desconforto ap6s 0 parto, e se pode observar corrimento san- guinolento pela comissura vulvar, o exame com especulo revela a mucosa da regiao afetada in- flamada e intensamente averme- Ihadadevida ao hematoma Even- tualmente, 0 local da hemorragia pode ser visualizado, Por outro lado, as rupturas vaginais podem produzirintensa dor, 0 descon- forto e grande e a egua deixa fluir, atraves da vulva, filete san- guinolento, Raras vezes, ocorre a eviscera<;:aode al<;:asintesti- nais, pondo em risco a vida do animal. A ruptura pode ser con- firmada pelo exame com espe- culo ou mesmo por palpa<;:aovia vaginal. o tratamento do hematoma vaginal ou da hemorragia e feito aplicando-se, imediatamente ap6s 0 acidente, drogas anti- hemorragicas ou, se necessario for, caso a hemorragia seja copi- osa,a ligadura do vasa sangrante. A partir do segundo dia institua tratamento antiinflamat6rio para reduzir as sequelas da organiza- <;:aodo hematoma, As rupturas de fundo vagi- nal, quando pouco extensas, de- vem ser tratadas por segunda inten<;:ao;apenas fa<;:a infusao com nitrofurazona Ifquida, dilul- da a 50% em solu<;:aofisiol6gi- ca, uma vez ao dia, e cobertura antibi6tica de grande espectro, As lacera<;:6esou rupturas ex- tensas devem ser imediatamen- te suturadas e institulda a tera- pia antimicrobiana visando a possibilidade da instala<;:ao de uma grave peritonite, E uma enfermidade infecto- contagiosa causada pelo Her- pesvIrus equi-3 e transmitida pelo contato sexual. E conside- rada uma doen<;:aautolimitante devido a esterilidade tempora- ria que ela causa. Na egua, 0 processo carac- teriza-se pelo aparecimento de papulas e vesiculas com cerca de 1 a 3 mm de diametro, atin- gindo a mucosa e a pele dos labios da vulva e do perlneo e, ocasionalmente, a mucosa do vestlbulo vaginal. As papulas ou vesiculas se transformam em pustulas que se rompem e dei- xam areas de ulcera<;:ao.Em ra- zao dessas les6es, a vulva apre- senta-se congesta, edemaciada e extremamente senslvel. Ap6s a regenera<;:ao do processo, 0 epitelio atingido apresenta pe- quenas manchas de despig- menta<;:aoque desaparecem em um a dois meses, Nos machos e comum sua localiza<;:ao na glande, no corpo peniano e na mucosa prepucial. A transmissao, alem de ocor- rer atraves do ato sexual pode se dar indiretamente pela trans- ferencia de secre<;:ao vaginal contaminada ou por material de limpeza e esponjas, Verificada a ocorrencia da doen<;:a,principalmente duran- te a esta<;:aode monta, suspen- da imediatamente as cobertu- ras, apenas para nao agravar as ulceras e nao transmitir a infec- <;:ao,ate 15 dias ap6s a cura das les6es, o tratamento, embora traba- Ihoso, e bastante simples, Trate as les6es pincelando-as uma vez ao dia com glicerina iodada a 10%, Para acelerar a cura, an- tes de passar a glicerina iodada lave a vulva e perlneo com uma solU<;ao de permanganato de potassio a 1:3000. A torc;ao do Litero, embora pouco frequente na egua, pode acontecer quase sempre no ter- c;o final da gestac;ao, especial- mente no perfodo que antece- de ao parto ou imediatamente ap6s este. As causas da torc;ao uterina podem ser oscilac;6es do Litero em razao da extensao dos liga- mentos que 0 sustentam, assime- tria do como uterino gravfdico; quantidade de Ifquido fetal e ida- de, devido a maior flacidez da parede abdominal. Os sintomas da torc;aodepen- dem exclusivamente do grau de rotac;aodo 6rgao. Torc;6esdiscre- tas, isto e, ate 900, manifestam poucos sinais de desconforto, e se a egua estiver muito pr6ximo do parto, os sintomas podem ser confundidos com 0mesmo. Oca- sionalmente podera ocorrer re- versao espontanea da rotac;ao quando 0 animal e movimentado. Nao existem grandes riscos para a vida do feto e da egua. Torc;6es moderadas ou gra- ves, acima de 900 produzem si- nais tfpicos de desconforto ab- dominal. A egua demonstra c6- lica, apresenta xifose, tensao da parede abdominal e tem dificul- dade em caminhar. Devido ao grande compro- metimento vascular, rapidamen- te 0 animal apresenta quadro de insuficiencia circulat6ria e con- juntiva congestas. A dor pode ser intensa e 0 animal rolar no chao contraindo 0 abdomen e emitindo gemidos. Ouando de pe, a egua tem 0 olhar dirigido para 0 abdomen. A torc;ao do Litero podera ocorrer na regiao pre ou p6s- cervix, 0 que determinara con- juntamente ao grau da torc;ao, a gravidade e urgencia no aten- dimento do caso. Sempre que uma egua apre- sentar quadro semelhante a tor- c;ao de Litero, atraves do exame com especulo e do toque retal, podera se confirmar a suspeita, avaliar 0 grau e 0 tipo de torc;ao e, instituir 0 tratamento adequa- do. As torc;6es discretas podem ser revertidas por manobras ma- nuais e girando a egua ao solo sobre 0 dorso, entretanto, torc;6es moderadas ou graves exigem a laparotomia para corrigi-Ia, e, nao raras vezes, e necessaria a reti- rada cirLirgica do feto para que se possa corrigir 0 posiciona- mento do Litero.Frequentemente o proprietario deve optar pela vida da egua no momento da interven- c;aocirLirgica, pois quase sempre o potro pode morrer quando a tor- c;aofor superior a 90° e a inter- venc;aofor tardia. E de extrema importancia ao atendimento de eguas com tor- c;ao de Litero, a sustentac;ao do estado circulat6rio e tratamen- to dos fenomenos decorrentes do choque, sendo relativamen- te comum que 0 6bito ocorra em razao de descuidos na terapeu- tica geral de sustentac;ao, a se- melhanc;a do que ocorre nos casos de sfndrome c6lica com origem no aparelho digest6rio. E um evento pouco comum na egua e se caracteriza pela exteriorizac;ao,no p6s-parto ime- diato, de todo 0 Litero. As causas principais do pro- lapso uterino sac a atonia do Litero, partos dist6cico ou labo- riosos, edema exagerado dos 6rgaos genitais e eguas com idade avanc;ada, cujos ligamen- tos uteri nos encontram-se bas- tante flacidos. Os sintomas sac locais e gerais. Localmente, se observa a exteriorizac;ao do Litero que pode apresentar ferimento ex- tenso ou grandes lacerac;6es, 0 que torna extremamente desfa- voravel a chance de recupera- c;aototal do animal, inclusive no que se refere a fertilidade futu- ra. Os sinais gerais sac descon- forto e intensa dor devido a dis- tensao do Litero.A egua rapida- mente pode entrar em choque neurogenico e morrer de insu- ficiencia circulatoria periferica. o diagn6stico e dado apenas pela observac;ao do Litero exte- riorizado imediatamente ap6s 0 parto. Ocorre intensa contrac;ao abdominal, semelhante aos mo- vimentos de expulsao do feto no momento do parto. Imediatamente ap6s a obser- vac;ao do prolapso, procure pro- teger 0 Litero de ferimentos, pois a egua podera se atirar ao solo. Envolvatodo 0 Literocom um len- <;01ou toalha grande embebida em solu<;aofisiologica aquecida. Caso observe hemorragia copio- sa, fac;:aum garroteamento na base do utero e libere-o a cada 15 minutos. Se a egua estiver se debatendo ou apresentando in- tenso desconforto, aplique anal- gesicos pela via intravenosa e,em seguida, administre pela mesma via, solu<;ao fisiologica ou glico- fisiologica para controlar a insufi- ciencia circulatoria periferica. Co- mo terapia de suporte, aplique corticosteroide pela via intraveno- sa, preferencialmente a hidrocor- tisona na dose de 2 a 4 mg/kg. Caso as les6es uterinas se- jam extensas, com lacera<;6es e hemorragia, torna-se imperiosa a amputa<;ao do utero, que po- dera ser realizada com 0 animal tranquilizado e sob anestesia epidural. Antes da amputa<;ao, examine criteriosamente 0 ute- ro para verificar-se a posslvel presen<;a de alc;:as intestinais contidas no saco uteri no, que se exteriorizou. Ouando as les6es uterinas decorrentes do prolapso sac dis- cretas, procure reduzir 0 prolapso, apos rigorosa lavagem do utero com solu<;6es anti-septicas. 0 animal devera estar tranquilizado e sob anestesia epidural ou ge- ral.Apos a reintroduc;:aodo utero, fa<;a0 fechamento da comissura vulvar atraves de sutura e, insti- tua tratamento de sustentac;:ao fluida. Antibioticoterapia sistemi- ca e aplica<;ao de soro antite- tanico devem ser realizados. Fatalmente deveraadvir apos a reduc;:aodo prolapso de utero, a instalac;:ao de uma severa endometrite e, ocasionalmente, pododermatite asseptica difusa. Constituem uma das causas mais importantes e frequentes de Figura 11.4 Prolapso de utero. esterilidade e de baixa eficiencia reprodutiva nos rebanhos. A endometrite e 0 processo infeccioso que acomete 0 en- dometrio das eguas e pode ser causada por processos nao-es- pecfficos, isto e, nao-venereos, ou por germes que se instalam em razao de sua transmissao venerea, isto e, pela cobertura com garanh6es infectados ou que tiveram contato sexual re- cente com eguas que apresen- tam endometrite. Os germes que mais frequen- temente sac isolados e, con- siderados potencial mente como causadores de molestias venere- as sac 0 Haemophilus equi- genitalis, Klebsiella aerogenes e algumas variedades de Pseu- domonas aeruginosa e Proteus, independentes de estarem cau- sando problemas inflamatorios genitais, ou que simplesmente se encontrem como contaminantes do penis e prepucio do garanhao ou no clitoris e fossa c1itorianada egua. Por outro lado,as infec<;6es inespecfficas sac mais comumen- te causadas pe/os Streptococcus zooepidemicus, Streptococcus equisimillis Staphilococcus au- reuse algumas especies de Cory- nebacterium, alem de Candida spp. e Aspergyllus sp. Rebanhos que apresentam baixa fertilidade ou grupos de eguas inferteis, devem antes de tudo ser pesquisados quanto a possibilidade de apresentarem infecc;:6esendometriais. As eguas podem ou nao apresentar secre- <;aovaginal, dependendo do grau de les6es. 0 utero se apresenta espessado devido as rea<;5es inflamat6rias e ocasionalmente podera, nas afec<;5es cr6nicas ou de menor gravidade, eliminar em quantidade moderada uma secre<;13.ode colora<;13.oclara atraves da vagina. 0 exame com especulo pode revelar congest13.ovascular moderada. Os casos mais graves podem se caracterizar por descargas purulentas, grumosas e geral- mente inodoras. o diagn6stico e baseado na baixa fertilidade do rebanho, na infertilidade individual e nos si- nais clfnicos da doen<;a. A confirma<;13.odevera ser fei- ta por exames bacteriol6gicos do material colhido com "swabs" ute- rinos ou tambem da fossa c1ito- riana das eguas e do penis do garanh13.o.A ausencia de bacte- rias n13.oelimina a possibilidade de infec<;13.o,e diante do quadro re- produtivo, exige a realiza<;13.ode bi6psias uterinas e de esfrega<;os para exames citol6gicos. Tanto a bi6psia como 0 esfrega<;o uteri- no podem ser considerados como exames definitivos para 0 esta- belecimento do diagn6stico. A ultra-sonografia, assim como a histeroscopia, possibilitam uma avalia<;13.oeficiente das condi<;5es da parede uterina, auxiliando na formula<;13.odo diagn6stico e do progn6stico da afec<;13.o. o tratamento tradicional con- siste no lavado uterino com solu- <;13.0fisiol6gica aquecida, quando tivermos grande quantidade de secre<;13.oou restos placentarios, e a infus13.ode antibi6ticos espe- dficos para 0 combate ao germe isolado. As lavagens e infus5es devem ser realizadas rigorosa- mente uma vez ao dia durante cerca de 5 a 7 dias ou ate que se obtenha resultados negativos na cultura e recupera<;13.odo endo- metrio. Eventualmente, a infus13.o uterina de antibi6ticos podera ser acompanhada de antibioticotera- pia sistemica. Atualmente tem-se realizado infus5es uterinas de plasma da pr6pria egua, ou infus5es de san- gue total, que atuariam imunolo- gicamente junto ao endometrio, produzindo a revers13.Odo qua- dro c1fnico.A grande vantagem da utiliza<;13.odeste esquema te- rapeutico reside no fato de ser um tratamento "natural", abrindo m13.oda utiliza<;13.ode antibi6ticos. Tanto a infus13.ode plasma, quan- to de sangue total devem ser realizadas durante 0 perfodo de cio, com cerca de 200 a 300 ml ao dia durante 3 a 4 dias. Nor- malmente, passado 0 tratamen- to, os resultados de cultivo e citol6gicos sac favoraveis a fer- tilidade e, 0 animal coberto no pr6ximo cio pode ser fecundado e iniciar a gesta<;13.osem qualquer complica<;13.o. Eguas portadoras de pneu- movagina, urovagina e lacera- <;5esperineais, devem ter essas altera<;5es anat6micas corrigi- das cirurgicamente, para que se possa obter resultados terapeu- ticos satisfat6rios ao se tratar a endometrite. Eguas que abortaram no ter- <;0final da gesta<;13.oe que apre- sentaram reten<;13.ode placenta, alem dos cuidados relativos a possfvel instala<;13.ode laminite aguda, devem ter 0 utero "Iava- do" sistematicamente ate que se obtenha a completa elimina<;13.o dos restos placentarios. Poste- riormente, controle 0 processo uteri no, atraves de exames ci- tol6gicos e culturas, antes de se conduzir 0 animal novamente a reprodu<;13.o. Preventivamente, deve-se im- plantar manejo sanitario rigoro- so. Sempre que for adquirir uma egua ou garanh13.osolicite exa- mes c1fnicose bacteriol6gicos do aparelho genital. No haras, n13.O negligencie, exija ou fa<;a pelo menos 0 "swabs" das eguas que iraQ ser cobertas. Caso 0 gara- nh13.oseja utilizado apenas para cobrir as eguas do seu haras, fa<;a a triagem sanitaria do re- banho e "swabs" uteri no, da fos- sa c1itorianae da abertura uretral. o garanh13.otambem deve ser examinado bacteriologicamente. Esfrega<;os uteri nos tambem devem ser introduzidos na roti- na do exame sanitario genital, e servem, basicamente, como uma forma de teste direto para 0 diag- n6stico da endometrite aguda. E a expuls13.oprematura do feto vivo ou morto e constitui, ainda em nossos dias, um pro- blema extremamente grave quando se consideram os valo- res das taxas de fecunda<;13.oe de nascimentos. Geralmente e considerado aborto, 0 feto ex- pulso ate 0 decimo mes de ges- tac;:ao.Via de regra, eguas gine- cologicamente normais, cober- tas sob estrito controle ovaria- no, podem ter um diagn6stico de gestac;:ao negativo devido a grande incidencia de reabsor- c;:aofetal nos estagios precoces da gravidez, 0 que nem sempre e considerado como aborto. Muitas saG as causas de aborto, e embora se conhec;:a bastante sobre elas, pouco se conseguiu resolver, principal- mente no que se refere as cau- sas nao-infecciosas como: dis- turbios hormonais, anomalias de cordao umbilical, conforma- c;:aoanormal do potro, gestac;:ao gemelar, ma-confarmac;:ao vul- var, traumatismos externos, pro- blemas nutricionais, desequili- brios metab61icos e problemas ambientais. Sao tambem desen- cadeadores de abortos nao-in- fecciosos, medicamentos que provocam contrac;:6es de mus- culatura lisa; droga antiinflama- t6ria corticoster6ide ou anti- prostaglandinicos, utilizados no terc;:ofinal da gestac;:ao; vermi- fugos administrados em ani- mais enfraquecidos no terc;:o inicial e final da gestac;:ao; ali- mentos t6xicos ou deteriora- dos; predisposic;:ao hereditaria; e enfermidades que produzem toxemias e alterac;:6es circula- t6rias graves. Os abortos nao infecciosos saG rapidos e raramente provo- cam retenc;:ao da placenta. A egua apresenta ligeiro descon- forto, muitas vezes sem altera- c;:6esgenitais externas significa- tivas, e elimina 0 feto envolto em suas membranas. Em poucos dias 0 animal volta a normal ida- de mantendo seu estado geral em boas condic;:6es. Outra causa de aborto nos animais domesticos, e que as ve- zes pode ser consequente a fa- tores primarios estruturais como as mal-confarmac;:6es vulvares, saD os abortos infecciosos. Os abortos infecciosos constituem cerca de 10 a '20% de todos os abortos dos equinos e podem ser causados por bacterias, virus e fungos. Muitos dos abortos infec- ciosos podem ser causados par enfermidades sistemicas nao-es- pecfficas. As baderias que mais comumente produzem aborto saG: Streptococcus, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Proteus vulgaris, Micrococcus, Pseudomonas aeruginosa, Bru- cella abortus, Salmonellaabor- tusequi, Klebsiella e Leptospira sp. Os virus causadores de abor- to saGos do aborto equino a vi- rus (Herpesv(rus equi-l) e da arterite viral equina (RNA virus). Os fungos saG0 Aspergyllus sp, Mucor sp e Allescheria boydii. Devido a grande multiplicida- de etiol6gica dos abortos, a ocor- rencia dos mesmos deve ser considerada sempre como um problema complexo a ser resol- vido pelo medico veterinario. Como exemplo de aborto infec- cioso, podemos citar 0 aborto contagioso das eguas causado pela Salmonella abortusequi, denominado tambem de aborto paratifico. A enfermidade se ini- cia por sinais mais ou menos aparentes e que podem ser co- muns a muitos tipos de aborta- mento bacteriano; com c61icas ou desconforto leve, edema de mamas, aumento de volume dos mem bros posteriores e corri- mento mucopurulento pela vul- va. 0 aborto ocorre entre 4 a 8 meses de gestac;:ao quando a Salmonella alcanc;:a0 utero gra- Figura 11.5 Abortamento por anomalia fetal - hidrocefalia. vido por via hematica, causando principal mente, descolamento placentario devido a placentite hemorragica e purulenta, com necrose das vilosidades cori6- nicas. 0 feto e expulso morto ou morre imediatamente ap6s 0 aborto. Eventualmente, a egua podera apresentar eleva~ao de temperatura e ter laminite agu- da como complica~ao. o tratamento pode ser feito com tetraciclinas na dose de 10 a 20 mg/ kg por via parenteral, durante 15 dias, ou usar estrep- tomicina a 10 mg/kg, por via in- tramuscular, durante 10 dias, de- venda estas drogas ser utilizada para as femeas que efetivamen- te tiveram aborto paratrfico. Do ponto de vista profilati- co, vacine todo 0 rebanho con- tra 0 paratifo com a baderina morta sem adjuvante. Fa~a uma revacina~ao quinze a trinta dias ap6s e posteriormente mante- nha 0 esquema de uma s6 dose anual, procurando fazer com que a vacina~ao seja feita no ultimo ter~o da gesta~ao, para transmitir alta imunidade ao po- tro que Ira nascer. Sempre que observar abor- to, procure estabelecer a causa e instituir 0 tratamento adequa- do, pois muitas eguas podem apresentar infertilidade tempo- rariaou definitiva em razao das sequelas que podem se insta- lar. Instale a egua em baia ou piquete de isolamento, longe do contato com 0 resto do rebanho. Recolha 0 feto e a placenta com luvas de borracha e acondicio- ne-os em saco plastico e este colocado em caixa de isopor com gelo. Mantenha assim este material por um maximo de 24 horas para que se possa exa- mina-Io, ou encaminha-Io a um laborat6rio de diagn6stico. Nunca entre em contato di- reto com os restos placentarios e com 0 feto, desinfete bem 0 local do aborto. Para se reduzir os riscos e a ocorrencia de abortos, algumas medidas importantes podem ser tomadas: fa~a sempre um acu- rado exame c1fnico e ginecol6- gico da egua e do garanhao; os "swabs" da cervice devem ser uma medida de prote~ao para o rebanho; eguas detedadas como infectadas nao devem ser cobertas antes de terem dois "swabs" com resultado negati- vo; procure sempre corrigir as mal-forma~i3es vulvares, pois a pneumovagina e urovagina sac responsaveis por muitos insu- cessos na reprodu~ao;adote medidas de maxima higiene du- rante as coberturas controladas e parto, para que as infec~i3es no utero sejam evitadas; mane- je adequadamente as eguas du- rante toda a gesta~ao proporci- onando assistencia imediata sempre que observar qualquer anormalidade quanto a saude do animal, e final mente, nunca deixe de isolar as eguas que abortaram e desinfetar as ins- tala~i3es ate que 0 diagn6stico etiol6gico seja estabelecido. ENVIE SEMPRE FETO E PLA- CENTA EM GELO a um labo- rat6rio especializado, pois esta ainda e a unica forma segura que se tem para estabelecer a causa precisa do problema. 11.11. Tumores dos ovarios. As neoplasias ovarianas tem assumido importante papel den- tre as anormalidades reproduti- vas das eguas. A neoplasia ovariana mais frequente e a das celulas da gra- nulosa, que afeta as eguas, prin- cipalmente entre 5 e 7 anos de idade. Outros tipos de tumores como teratomas, melanomas, epiteliomas, cistoadenomas, dis- germinomas, hemangiomas, adenocarcinomas, sac menos frequentes. Com rela~ao aos tumores de celulas da granulosa, desenca- deiam, principalmente, tres tipos de comportamento: a. Comportamento agressivo como 0macho,quando a egua fica em contato com outros animais; b. comportamento estral contI- nuo ou irregular (ninfomania); c. manifesta~ao de anestro. As eguas que apresentam tumor das celulas da granulo- sa, em geral unilateral, apresen- tam usualmente nfveis significa- tivamente elevados de testoste- rona plasmatica, que exercem mecanisme "feedback" negati- vo na hip6fise. o diagn6stico do tumor de celulas da granulosa e realiza- do com base nas altera~i3es do comportamento da egua e con- firmado atraves da palpa~ao re- tal, ultra-sonografia ou dosa- gem hormonal. Algumas eguas podem apresentar 0 tumor na fase gestacional, porem, acre- dita-se que 0 infcio da neopla- sia tenha se dado ap6s a fecu- nda<;:aoe nida<;:ao. o tratamento de elei<;:aoe a ovariectomia, que podera ser realizada pela via vaginal, fossa paralombar ou linha mediana, na dependencia do diametro do tu- mor, idade e temperamento da egua, por cirurgia convencional ou atraves de cirurgia laparos- c6pica. A maioria das eguas ovariectomizada, unilateralmen- te, devido a tumor das celulas da granulosa, retornam a ativi- dade ovariana dclica normal po- dendo voltar a reprodu<;:ao na proxima esta<;:aode monta. Figura 11.6 Tumor ovariano - celulas da granulosa. Figura 11.7 Tumor ovariano - tecoma.
Compartilhar