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Enfermidades dos Cavalos - Cap. 11

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11
AfeC90es do Aparelho Reprodutor da Femea
1. rins; 2. ovarios; 3. trampas de Fal6pio; 4. ureteres; 5. como do utero;
6. cervice; 7. bexiga urinaria; 8. ubere; 9. vagina; 10. meato urinario;
11. vulva; 12. anus; 13. reto.
11.1. Anatomia e
considera~oes
gerais.
o aparelho reprodutor da
egua e formado por dois ovarios,
duas trompas de Falopio, utero,
cervice, vagina, clitoris e vulva.
Os ovarios funcionalmente
sac glandulas endocrinas e exo-
crinas e sac essenciais a repro-
du<;ao.Como glandula de secre-
<;ao endocrina, os ovarios pro-
duzem estrogeno e progestero-
na, regulados por um complexo
mecanisme de "feedback", en-
volvendo outras estruturas glan-
dulares do organismo. Como
glandulas exocrinas produzem e
liberam ovulos periodicamente,
caracterizando, em conjunto
com as manifesta<;6es genitais
externas e com rela<;aoao com-
portamento psfquico diante do
garanhao, 0 cicio estral, ou es-
pecificamente 0 cio.
Os ovarios da egua estao si-
tuados na regiao sublombar
abaixo da quarta vertebra lom-
bar.A superffcie externa do ova-
rio e recoberta por uma mem-
brana serosa que e parte do
perit6nio, exceto na borda supe-
rior por onde penetram os vasos
sangufneos e os nervos, e na
fossa ovulatoria sac recobertos
por uma capa de epitelio germi-
nativo primitivo. Os ovarios estao
unidos na regiao sublombar pela
por<;ao anterior do ligamenta
uteri no, que e uma membrana
ampla que mantem suspenso 0
utero na cavidade abdominal. No
interior dos ovarios sac encon-
trados numerosos folfculos que
aparecem nas mais diversas fa-
ses de desenvoivimento, ate atin-
girem a matura<;ao.
Dos ovarios partem as trom-
pas de Falopio, ou ovidutos, que
sac os canais de transporte do
ovulo. A abertura do oviduto jun-
to ao ovario e a trompa, local
onde 0 ovulo inicia a migra<;ao,
se comunica com a cavidade
abdominal e e conhecida como
oriffcio ou ostio abdominal; ja a
abertura que comunica a trom-
pa ao interior do utero se cha-
ma ostio uteri no.
o utero da egua e formado
por um corpo e dois cornos. 0
corpo uterino se encontra parte
na cavidade abdominal e parte
na cavidade pelvica. Do assoalho
pelvico ele segue em dire<;ao a
regiao 10mbar, isto e, para cima.
E no corno uterino que se insta-
la 0 ovulo ja fecundado para se
processar a gesta<;ao. Basica-
mente, 0 utero como um todo e
um orgao muscular, possuindo
uma grande capacidade de se
estender durante a gesta<;ao e
se contrair, voltando ao tamanho
normal durante 0 puerperio ou
perfodo que sucede 0 parto.
A cervice e a regiao que se-
para anat6mica e estrutural-
mente 0 corpo do utero do ca-
nal vaginal. Normalmente, a cer-
I
vice permanece fechada por sua
estrutura tecidual fibrosa e por
um tampao mucoso, abrindo-se
durante 0 cio e no parto. A cer-
vice sobressai em dire<;ao a va-
gina, formando uma separa<;ao
bem-definida entre a cervice e
a vagina chamada de fornix. E
na cervice que se pode colher
material ("swabs") para exame
bacteriologico no caso de pro-
cessos infecciosos uteri nos, de-
terminando-se, assim, a etio-
logia de possiveis infec<;6es.
A vagina e um canal que se
estende desde a cervice ate a
vulva. Possui enorme capacida-
de de distender-se, limitada ape-
nas pela parede pelvica; permite
alojar 0 penis do garanhao du-
rante a copula, ou entao dar pas-
sagem ao feto durante 0 parto.
Dorsalmente a vagina est§, pro-
xima ao reto, separada pelo saco
retogenital do perit6nio, e ven-
tralmente, se relaciona com a
bexiga, separada apenas pelo
fundo de saco vesicogenital.
Frequentemente a parede
dorsal da vagina e /esada du-
rante 0 parto, pela pata do po-
tro, que pode rompe-Ia e atin-
gir a parede ventral do reto, co-
municando 0 reto com a vagi-
na. A por<;ao inicial da vagina e
conhecida como vestlbulo va-
ginal e contem 0 himen, que
separa 0 vestlbulo do resto do
conduto em potrancas ou e-
guas virgens. No assoalho ven-
tral, proximo ao vestlbulo, junto
a vulva, temos a regiao onde a
uretra desemboca no conduto
vaginal, sendo denominada de
meato urinario.
A vulva,que e a por<;aotermi-
nal do aparelho reprodutor, e for-
mada por duas estruturas ex-
ternas que saDos labios vulvares
que possuem musculos potentes.
Dorsa/mente a vulva se relaciona
com 0 anus, regiao que comu-
mente pode ser rompida ou dila-
cerada durante 0 parto, e,ventral-
mente, ja entre os labios, encon-
tra-se uma estrutura eretil que e
o clitoris, alojado na fossa c1ito-
riana e que "corresponde" ao pe-
nis do macho.A vulva possui uma
posic;:aoe dimensao caracteristi-
ca que impede, em condi<;6es
normais, a entrada de ar e de
substancias estranhas, principal-
mente fezes. Oualquer altera<;ao
de forma e de posi<;aoconstitui
condi<;ao predisponente a pro-
cessos inflamatorios ou infeccio-
sos ascendentes que frequente-
mente produzem esterilidade.
11.2. Defeitos de
conforma~ao vulvar
e perineal.
A vulva das eguas, pelo seu
posicionamento e conforma<;ao
normal, funciona como uma val-
vula de pressao que impede a
comunica<;ao do vestlbulo vagi-
nal com 0 meio ambiente. Este
sistema fisiologico e propiciado
pela gordura vulvar associado
ao funcionamento dos muscu-
los que comp6em 0 anel cons-
tritor, e ao posicionamento dos
labios em rela<;ao ao assoalho
pelvico. Em condi<;6es de nor-
malidade, a vulva deve situar-se
cerca de 2/3 de sua comissura,
abaixo do plano horizontal do
assoalho da pelvis.
Defeitos de conforma<;ao,
como vulva superior, isto e, quan-
do a rela<;ao vulva-assoalho e
maior para a regiao dorsal, pos-
sibilitando a entrada mecanica
de ar para 0 interior da vagina,
desencadeiam altera<;6es irrita-
tivas ou ate mesmo infecciosas
pela contamina<;ao com restos
fecais. Ouando 0 vestlbulo vagi-
nal eo meato urinario estao des-
locados cranio-ventralmente, po-
dera ocorrer a urovagina.
Estas ocorrencias podem ser
agravadas ou estarem associa-
das a uma perda da gordura que
propicia consistencia aos labios
vulvares, aparecendo comumen-
te em eguas velhas ou naquelas
cujos partos provocaram exces-
siva dilata<;ao do vestlbulo vagi-
nal ou dos labios. Ocasionalmen-
te as rupturas de perinea podem
ser responsaveis pela ma-con-
forma<;ao e desencadear um
quadro c1inico semelhante.
Os sintomas se caracterizam
principal mente por infertilidade,
e, ao exame, pode-se notar a
entrada de ar na vagina, produ-
zindo um ruido caracteristico co-
nhecido como pneumovagina,
ou apresentar acumulo de uri-
na no fundo de saco vaginal, de-
terminando a urovagina.
A confirma<;ao do defeito po-
de ser feita introduzindo-se uma
pin<;areta na comissura labial ate
tocar 0 assoalho da pelvis. A pin-
<;adeve permanecer em posic;:ao
horizontal. Desta maneira, pode-
se fazer a avalia<;ao da rela<;ao
vulvalassoalho e se estabelecer
uma estrategia para 0 tratamen-
to. Muitas das eguas portadoras
de pneumovagina e urovagina
possuem vaginite ou ate mesmo
metrite ou endometrite, diagn6s-
tico este que sera realizado por
exame com especulo, cultura de
material colhido da vagina e da
cervice, ou mesmo por bi6psia do
utero. 0 tratamento da ma-con-
forma<;:aovulvare cirurgico. Os la-
bios serao suturados por uma tec-
nica que pode ser a de Caslick e
a inflama<;:aotratada convenien-
temente. Caso 0 problema seja
secundario a uma ruptura do
perlneo, ou a uma fistula reto-va-
ginal, a cirurgia especifica se fara
necessaria.
Ouando as eguas apresentam
urovagina decorrente de defeitos
de conforma<;:aovulvar e perineal,
pode-se realizar 0 prolongamen-
to artificial do meato urinario,atra-
ves da forma<;:aode "tunel" (tu-
neliza<;:ao),ate pr6ximo do vestl-
bulo da vagina. Esta tecnica pos-
sibilita a elimina<;:aoda urina,sem
que ela escoe para 0 fundo vagi-
nal.Em seguida,caso a malforma-
<;:aovulvar seja acentuada, utilize
a tecnica corretiva de Caslick.
Eguas submetidas a cirurgias
que reduzem 0 tamanho da co-missura vulvar devem ter 0 parto
acompanhado para no momen-
to do nascimento ser feita a epi-
siotomia, que e a incisao do pe-
rlneo, para facilitar a expulsao do
potro sem que ocora uma ruptu-
ra irregular de consequencias
mais graves.
1. anus; 2. pipeta aplicada entre os labios vulvar, apoiada sobre 0 [squio e nivelada; 3. labios da vulva;
4. [squio; 5. bexiga urinaria; 6. vagina; 7. reto. A: relac;:aovulva/assoalho normal (113 dorsal e 2/3 ventral
a pipeta nivelada). B: relac;:aovulva/assoalho dorsal perpendicular (2/3 dorsal e 113 ventral a pipeta
nivelada). C: relac;:aovulva/assoalho dorsal com inclinac;:aocranial (2/3 dorsal inclinada e 113 ventral a
pipeta nivelada).
11.3. Ruptura da vulva e
do perfneo no parto.
Geralmente as feridas da vul-
va e as rupturas de perineo sac
consequencias de partos. Fetos
demasiadamente grandes po-
dem romper a comissura vulvar,
produzindo uma lesao que pode
comprometer inclusive 0 esffnc-
ter anal, ou entao no momento
do parto um dos cascos dos
membros anteriores do potro
romper 0 assoalho dorsal da va-
gina e atingir 0 reto, perfuran-
do-o. Nestas condi<;:6es quase
sempre ocorre dilacera<;:aodos
tecidos, atingindo a comissura
dorsal dos labios da vulva e 0
esffncter anal.
As rupturas ou lacera<;:6es
perineais podem ser classifica-
das conforme a extensao e gra-
vidade das les6es teciduais:
1° grau: Quando a lacera<;:ao
atinge apenas a muco-
sa do vestlbulo da va-
gina e a comissura dor-
sal da vulva.
2° grau: Quando a lacera<;:ao
atinge alem da mucosa
e submucosa do vestl-
bulo da vagina, a pele
da comissura dorsal da
vulva e os musculos do
perin eo, incluindo 0
constritor vulvar.
3° grau: Quando a lacera<;:ao
acomete todas as es-
truturas atingidas em
segundo grau, acom-
panhadas de ruptura
do assoalho dorsal do
vestlbulo da vagina, as-
soalho ventral do reto,
septa perineal, muscu-
los e 0 esffncter anal.
As lacera<;:6es de primeiro
grau podem ser reparadas ape-
nas com a opera<;:aode Caslick
por primeira inten<;:ao,nao sen-
do necessario qualquer outro
cuidado adicional. As les6es de
segundo grau ja necessitam da
reconstitui<;:ao dos danos peri-
neal e de esfincter vaginal, se-
guidos da tecnica de Caslick. Por
outro lade, quando a lacera<;:ao
e de terceiro grau, com extenso
comprometimento do assoalho
dorsal do vestlbulo vaginal e as-
soalho ventral do reto, necessa-
rio se faz a reconstitui<;:ao em
pianos de sutura, que se inicia
na regiao cranial da lesao ate a
reconstitui<;:ao do esffncter anal
e comissura dorsal da vulva.
Nas lacera<;:6es de terceiro
grau, a egua apresenta elimina-
<;:aode fezes pela vagina alem
do extenso ferimento. Parte das
fezes que sac eliminadas po-
dem se acumular no fundo va-
ginal, proporcionando grave in-
fec<;:aogenital que pode levar a
infertilidade.
o p6s-operat6rio das recons-
titui<;:6es de lacera<;:6esde ter-
ceiro grau envolve alem dos cu-
rativos diarios na ferida cirurgi-
ca, tratamento dietetico para a
manuten<;:aodas fezes em esta-
do pastoso. Para tanto:
a. Substitua gradualmente 0 ali-
mento co'ncentrado para ra-
<;:aopeletizada e, volumoso
verde e tenro.
b. Administre sulfato de magne-
sio na dose de 0,5 a 1,0 g/
kg, ao dia.
Normalmente, em eguas com
alimentos tenros e agua a von-
tade, apenas a administra<;:aode
alimentos verdes e 0 laxante sac
suficientes para auxiliar 0 tran-
sito e elimina<;:aodas fezes. Ou-
tra alternativa laxante e a admi-
nistra<;:aode 10 a 20g/dia de
semente de linha<;:aadicionada
a ra<;:ao.Para tanto, mantenha a
semente de linha<;:aimersa em
agua morna durante cerca de 1
hora antes de sua administra<;:ao.
Quando a egua e atendida
ate cerca de seis horas ap6s a
lacera<;:ao,existe grande possi-
bilidade do caso ser resolvido por
primeira inten<;:aoatraves de ci-
rurgia para a reconstitui<;:aodas
paredes do reto e da vagina. As
les6es com mais de seis horas
devem ser tratadas como uma
ferida por segunda inten<;:ao,ate
a forma<;:ao de tecido fibroso,
para entao serem operadas. Com
muita frequencia, eguas que apre-
sentaram ffstula reto-vaginal
apresentam recidivas do proble-
ma nos partos futuros.
11.4. Ferimentos
traumaticos da vulva.
Embora de ocorrencia espora-
dica,as les6es traumaticas da vul-
va sempre causam grande preo-
cupa<;:aoem razao das sequelas
fibrosas que podem ocorrer, pre-
judicando 0 trabalho de parto.
As les6es vulvares podem
ser ocasionadas por traumas
acidentais ou criminosos, atin-
gindo, ocasionalmente 0 vestl-
bulo da vagina. Na maioria das
vezes, as les6es saG lacerantes,
de grande extensao, podendo
haver perda de tecido vulvar. As
les6es de aspecto regular po-
dem ter origem em tumores da
vulva, como 0 carcinoma, que
evoluem com necrose e destrui-
c;aode grande extensao dos la-
bios vulvares.
Os sintomas podem se res-
tringir a apenas um desconforto
discreto, e a perda da estrutura
anat6mica da vulva. Ocasional-
mente podera haver 0 compro-
metimento do esflncter vulvar,
predispondo aegua a pneumo-
vagina. Quanto aos aspectos ge-
rais do ferimento, estes acom-
Figura 11.3
Ferida extensa da vulva com presen<;a de mifase.
panham 0mesmo padrao descri-
to para os casos de feridas cu-
taneas, podendo hospedar larvas
de moscas ou, ap6s sua resol -
c;ao, apresentar retrac;6es cica-
triciais indesejaveis.
o diagn6stico e realizado pe-
la observac;ao da lesao, deven-
do-se diferenciar a sua origem
traumatica ou tumoral. Sempre
e importante que se encaminhe
fragmentos contendo tecido le-
sado e tecido normal para a rea-
lizac;ao de exames histopato-
16gicos.A tecnica de bi6psia as-
pirativa com agulha, alem de for-
necer informac;6es quanto a etio-
logia da lesao, e de facil e rapida
execuc;ao.
o tratamento a ser institufdo
nos casos de les6es traumaticas
podera acompanhar os procedi-
mentos para 0 tratamento geral
das feridas. As les6es com ori-
gem tumoral, quando restritas a
pequena area e nao possuem
caracterfsticas invasivas, pode
ser tratada cirurgicamente.
As situac;6es que envolvam
ferimentos traumaticos de ori-
gem criminosa devem $er geren-
ciadas com extrema cautela por
parte do medico veterinario, de-
vido a possibilidade de desdobra-
mento policial que 0 caso pode-
ra requerer.
11.5. Lesoes traumaticas
da vagina.
Duas saGas principais les6e
traumaticas da vagina Uma e 0
hematoma vaginal, que pode ser
produzido no momento do parto.
quando vasos da submucosa se
rompem e formam um grande
acumulo de sangue, que leva a
degenera<;:aodos tecidos circun-
vizinhos, tornando a regiao resis-
tente a futuras dilata<;:6esna oca-
siao do novo parto, Ocasional-
mente podera ocorrer a ruptura
da mucosa com consequente he-
morragia vaginal, cuja gravidade
depende da extensao da lesao e
do calibre dos vasos rompidos,
A outra lesao traumatica, es-
ta de maior gravidade, e a ruptu-
ravaginal. Muito embora nao seja
frequente, quando acontece aco-
mete 0 fundo de saco vaginal
colocando 0 lumen da vagina em
contato com a cavidade abdomi-
nal. Este acidente pode ser con-
sequente a parto laborioso e com
o potro em posicionamento
dist6cico, permitindo que 0mem-
bro anterior se projete contra a
parede ventral da vagina, ou en-
tao, a lesao pode ser decorrente
de cobertura de garanh6es gran-
des com eguas relativamente
pequenas, cuja rela<;:aopenis/
vagina seja desproporcional. De-
ve tambem ser levado em consi-
dera<;:ao0 comportamento sexu-
al agressivo do garanhao no mo-
mento da cobertura,
Eguas que apresentam he-
matoma vaginal ficam em ligeiro
desconforto ap6s 0 parto, e se
pode observar corrimento san-
guinolento pela comissura vulvar,
o exame com especulo revela a
mucosa da regiao afetada in-
flamada e intensamente averme-
Ihadadevida ao hematoma Even-
tualmente, 0 local da hemorragia
pode ser visualizado, Por outro
lado, as rupturas vaginais podem
produzirintensa dor, 0 descon-
forto e grande e a egua deixa
fluir, atraves da vulva, filete san-
guinolento, Raras vezes, ocorre
a eviscera<;:aode al<;:asintesti-
nais, pondo em risco a vida do
animal. A ruptura pode ser con-
firmada pelo exame com espe-
culo ou mesmo por palpa<;:aovia
vaginal.
o tratamento do hematoma
vaginal ou da hemorragia e feito
aplicando-se, imediatamente
ap6s 0 acidente, drogas anti-
hemorragicas ou, se necessario
for, caso a hemorragia seja copi-
osa,a ligadura do vasa sangrante.
A partir do segundo dia institua
tratamento antiinflamat6rio para
reduzir as sequelas da organiza-
<;:aodo hematoma,
As rupturas de fundo vagi-
nal, quando pouco extensas, de-
vem ser tratadas por segunda
inten<;:ao;apenas fa<;:a infusao
com nitrofurazona Ifquida, dilul-
da a 50% em solu<;:aofisiol6gi-
ca, uma vez ao dia, e cobertura
antibi6tica de grande espectro,
As lacera<;:6esou rupturas ex-
tensas devem ser imediatamen-
te suturadas e institulda a tera-
pia antimicrobiana visando a
possibilidade da instala<;:ao de
uma grave peritonite,
E uma enfermidade infecto-
contagiosa causada pelo Her-
pesvIrus equi-3 e transmitida
pelo contato sexual. E conside-
rada uma doen<;:aautolimitante
devido a esterilidade tempora-
ria que ela causa.
Na egua, 0 processo carac-
teriza-se pelo aparecimento de
papulas e vesiculas com cerca
de 1 a 3 mm de diametro, atin-
gindo a mucosa e a pele dos
labios da vulva e do perlneo e,
ocasionalmente, a mucosa do
vestlbulo vaginal. As papulas ou
vesiculas se transformam em
pustulas que se rompem e dei-
xam areas de ulcera<;:ao.Em ra-
zao dessas les6es, a vulva apre-
senta-se congesta, edemaciada
e extremamente senslvel. Ap6s
a regenera<;:ao do processo, 0
epitelio atingido apresenta pe-
quenas manchas de despig-
menta<;:aoque desaparecem em
um a dois meses, Nos machos
e comum sua localiza<;:ao na
glande, no corpo peniano e na
mucosa prepucial.
A transmissao, alem de ocor-
rer atraves do ato sexual pode
se dar indiretamente pela trans-
ferencia de secre<;:ao vaginal
contaminada ou por material de
limpeza e esponjas,
Verificada a ocorrencia da
doen<;:a,principalmente duran-
te a esta<;:aode monta, suspen-
da imediatamente as cobertu-
ras, apenas para nao agravar as
ulceras e nao transmitir a infec-
<;:ao,ate 15 dias ap6s a cura das
les6es,
o tratamento, embora traba-
Ihoso, e bastante simples, Trate
as les6es pincelando-as uma vez
ao dia com glicerina iodada a
10%, Para acelerar a cura, an-
tes de passar a glicerina iodada
lave a vulva e perlneo com uma
solU<;ao de permanganato de
potassio a 1:3000.
A torc;ao do Litero, embora
pouco frequente na egua, pode
acontecer quase sempre no ter-
c;o final da gestac;ao, especial-
mente no perfodo que antece-
de ao parto ou imediatamente
ap6s este.
As causas da torc;ao uterina
podem ser oscilac;6es do Litero
em razao da extensao dos liga-
mentos que 0 sustentam, assime-
tria do como uterino gravfdico;
quantidade de Ifquido fetal e ida-
de, devido a maior flacidez da
parede abdominal.
Os sintomas da torc;aodepen-
dem exclusivamente do grau de
rotac;aodo 6rgao. Torc;6esdiscre-
tas, isto e, ate 900, manifestam
poucos sinais de desconforto, e
se a egua estiver muito pr6ximo
do parto, os sintomas podem ser
confundidos com 0mesmo. Oca-
sionalmente podera ocorrer re-
versao espontanea da rotac;ao
quando 0 animal e movimentado.
Nao existem grandes riscos para
a vida do feto e da egua.
Torc;6es moderadas ou gra-
ves, acima de 900 produzem si-
nais tfpicos de desconforto ab-
dominal. A egua demonstra c6-
lica, apresenta xifose, tensao da
parede abdominal e tem dificul-
dade em caminhar.
Devido ao grande compro-
metimento vascular, rapidamen-
te 0 animal apresenta quadro de
insuficiencia circulat6ria e con-
juntiva congestas. A dor pode
ser intensa e 0 animal rolar no
chao contraindo 0 abdomen e
emitindo gemidos. Ouando de
pe, a egua tem 0 olhar dirigido
para 0 abdomen.
A torc;ao do Litero podera
ocorrer na regiao pre ou p6s-
cervix, 0 que determinara con-
juntamente ao grau da torc;ao,
a gravidade e urgencia no aten-
dimento do caso.
Sempre que uma egua apre-
sentar quadro semelhante a tor-
c;ao de Litero, atraves do exame
com especulo e do toque retal,
podera se confirmar a suspeita,
avaliar 0 grau e 0 tipo de torc;ao
e, instituir 0 tratamento adequa-
do. As torc;6es discretas podem
ser revertidas por manobras ma-
nuais e girando a egua ao solo
sobre 0 dorso, entretanto, torc;6es
moderadas ou graves exigem a
laparotomia para corrigi-Ia, e, nao
raras vezes, e necessaria a reti-
rada cirLirgica do feto para que
se possa corrigir 0 posiciona-
mento do Litero.Frequentemente
o proprietario deve optar pela vida
da egua no momento da interven-
c;aocirLirgica, pois quase sempre
o potro pode morrer quando a tor-
c;aofor superior a 90° e a inter-
venc;aofor tardia.
E de extrema importancia ao
atendimento de eguas com tor-
c;ao de Litero, a sustentac;ao do
estado circulat6rio e tratamen-
to dos fenomenos decorrentes
do choque, sendo relativamen-
te comum que 0 6bito ocorra em
razao de descuidos na terapeu-
tica geral de sustentac;ao, a se-
melhanc;a do que ocorre nos
casos de sfndrome c6lica com
origem no aparelho digest6rio.
E um evento pouco comum
na egua e se caracteriza pela
exteriorizac;ao,no p6s-parto ime-
diato, de todo 0 Litero.
As causas principais do pro-
lapso uterino sac a atonia do
Litero, partos dist6cico ou labo-
riosos, edema exagerado dos
6rgaos genitais e eguas com
idade avanc;ada, cujos ligamen-
tos uteri nos encontram-se bas-
tante flacidos.
Os sintomas sac locais e
gerais. Localmente, se observa
a exteriorizac;ao do Litero que
pode apresentar ferimento ex-
tenso ou grandes lacerac;6es, 0
que torna extremamente desfa-
voravel a chance de recupera-
c;aototal do animal, inclusive no
que se refere a fertilidade futu-
ra. Os sinais gerais sac descon-
forto e intensa dor devido a dis-
tensao do Litero.A egua rapida-
mente pode entrar em choque
neurogenico e morrer de insu-
ficiencia circulatoria periferica.
o diagn6stico e dado apenas
pela observac;ao do Litero exte-
riorizado imediatamente ap6s 0
parto. Ocorre intensa contrac;ao
abdominal, semelhante aos mo-
vimentos de expulsao do feto no
momento do parto.
Imediatamente ap6s a obser-
vac;ao do prolapso, procure pro-
teger 0 Litero de ferimentos, pois
a egua podera se atirar ao solo.
Envolvatodo 0 Literocom um len-
<;01ou toalha grande embebida
em solu<;aofisiologica aquecida.
Caso observe hemorragia copio-
sa, fac;:aum garroteamento na
base do utero e libere-o a cada
15 minutos. Se a egua estiver se
debatendo ou apresentando in-
tenso desconforto, aplique anal-
gesicos pela via intravenosa e,em
seguida, administre pela mesma
via, solu<;ao fisiologica ou glico-
fisiologica para controlar a insufi-
ciencia circulatoria periferica. Co-
mo terapia de suporte, aplique
corticosteroide pela via intraveno-
sa, preferencialmente a hidrocor-
tisona na dose de 2 a 4 mg/kg.
Caso as les6es uterinas se-
jam extensas, com lacera<;6es e
hemorragia, torna-se imperiosa
a amputa<;ao do utero, que po-
dera ser realizada com 0 animal
tranquilizado e sob anestesia
epidural. Antes da amputa<;ao,
examine criteriosamente 0 ute-
ro para verificar-se a posslvel
presen<;a de alc;:as intestinais
contidas no saco uteri no, que se
exteriorizou.
Ouando as les6es uterinas
decorrentes do prolapso sac dis-
cretas, procure reduzir 0 prolapso,
apos rigorosa lavagem do utero
com solu<;6es anti-septicas. 0
animal devera estar tranquilizado
e sob anestesia epidural ou ge-
ral.Apos a reintroduc;:aodo utero,
fa<;a0 fechamento da comissura
vulvar atraves de sutura e, insti-
tua tratamento de sustentac;:ao
fluida. Antibioticoterapia sistemi-
ca e aplica<;ao de soro antite-
tanico devem ser realizados.
Fatalmente deveraadvir apos
a reduc;:aodo prolapso de utero,
a instalac;:ao de uma severa
endometrite e, ocasionalmente,
pododermatite asseptica difusa.
Constituem uma das causas
mais importantes e frequentes de
Figura 11.4
Prolapso de utero.
esterilidade e de baixa eficiencia
reprodutiva nos rebanhos.
A endometrite e 0 processo
infeccioso que acomete 0 en-
dometrio das eguas e pode ser
causada por processos nao-es-
pecfficos, isto e, nao-venereos,
ou por germes que se instalam
em razao de sua transmissao
venerea, isto e, pela cobertura
com garanh6es infectados ou
que tiveram contato sexual re-
cente com eguas que apresen-
tam endometrite.
Os germes que mais frequen-
temente sac isolados e, con-
siderados potencial mente como
causadores de molestias venere-
as sac 0 Haemophilus equi-
genitalis, Klebsiella aerogenes e
algumas variedades de Pseu-
domonas aeruginosa e Proteus,
independentes de estarem cau-
sando problemas inflamatorios
genitais, ou que simplesmente se
encontrem como contaminantes
do penis e prepucio do garanhao
ou no clitoris e fossa c1itorianada
egua. Por outro lado,as infec<;6es
inespecfficas sac mais comumen-
te causadas pe/os Streptococcus
zooepidemicus, Streptococcus
equisimillis Staphilococcus au-
reuse algumas especies de Cory-
nebacterium, alem de Candida
spp. e Aspergyllus sp.
Rebanhos que apresentam
baixa fertilidade ou grupos de
eguas inferteis, devem antes de
tudo ser pesquisados quanto a
possibilidade de apresentarem
infecc;:6esendometriais. As eguas
podem ou nao apresentar secre-
<;aovaginal, dependendo do grau
de les6es. 0 utero se apresenta
espessado devido as rea<;5es
inflamat6rias e ocasionalmente
podera, nas afec<;5es cr6nicas
ou de menor gravidade, eliminar
em quantidade moderada uma
secre<;13.ode colora<;13.oclara
atraves da vagina. 0 exame
com especulo pode revelar
congest13.ovascular moderada.
Os casos mais graves podem
se caracterizar por descargas
purulentas, grumosas e geral-
mente inodoras.
o diagn6stico e baseado na
baixa fertilidade do rebanho, na
infertilidade individual e nos si-
nais clfnicos da doen<;a.
A confirma<;13.odevera ser fei-
ta por exames bacteriol6gicos do
material colhido com "swabs" ute-
rinos ou tambem da fossa c1ito-
riana das eguas e do penis do
garanh13.o.A ausencia de bacte-
rias n13.oelimina a possibilidade de
infec<;13.o,e diante do quadro re-
produtivo, exige a realiza<;13.ode
bi6psias uterinas e de esfrega<;os
para exames citol6gicos. Tanto a
bi6psia como 0 esfrega<;o uteri-
no podem ser considerados como
exames definitivos para 0 esta-
belecimento do diagn6stico. A
ultra-sonografia, assim como a
histeroscopia, possibilitam uma
avalia<;13.oeficiente das condi<;5es
da parede uterina, auxiliando na
formula<;13.odo diagn6stico e do
progn6stico da afec<;13.o.
o tratamento tradicional con-
siste no lavado uterino com solu-
<;13.0fisiol6gica aquecida, quando
tivermos grande quantidade de
secre<;13.oou restos placentarios,
e a infus13.ode antibi6ticos espe-
dficos para 0 combate ao germe
isolado. As lavagens e infus5es
devem ser realizadas rigorosa-
mente uma vez ao dia durante
cerca de 5 a 7 dias ou ate que se
obtenha resultados negativos na
cultura e recupera<;13.odo endo-
metrio. Eventualmente, a infus13.o
uterina de antibi6ticos podera ser
acompanhada de antibioticotera-
pia sistemica.
Atualmente tem-se realizado
infus5es uterinas de plasma da
pr6pria egua, ou infus5es de san-
gue total, que atuariam imunolo-
gicamente junto ao endometrio,
produzindo a revers13.Odo qua-
dro c1fnico.A grande vantagem
da utiliza<;13.odeste esquema te-
rapeutico reside no fato de ser
um tratamento "natural", abrindo
m13.oda utiliza<;13.ode antibi6ticos.
Tanto a infus13.ode plasma, quan-
to de sangue total devem ser
realizadas durante 0 perfodo de
cio, com cerca de 200 a 300 ml
ao dia durante 3 a 4 dias. Nor-
malmente, passado 0 tratamen-
to, os resultados de cultivo e
citol6gicos sac favoraveis a fer-
tilidade e, 0 animal coberto no
pr6ximo cio pode ser fecundado
e iniciar a gesta<;13.osem qualquer
complica<;13.o.
Eguas portadoras de pneu-
movagina, urovagina e lacera-
<;5esperineais, devem ter essas
altera<;5es anat6micas corrigi-
das cirurgicamente, para que se
possa obter resultados terapeu-
ticos satisfat6rios ao se tratar a
endometrite.
Eguas que abortaram no ter-
<;0final da gesta<;13.oe que apre-
sentaram reten<;13.ode placenta,
alem dos cuidados relativos a
possfvel instala<;13.ode laminite
aguda, devem ter 0 utero "Iava-
do" sistematicamente ate que se
obtenha a completa elimina<;13.o
dos restos placentarios. Poste-
riormente, controle 0 processo
uteri no, atraves de exames ci-
tol6gicos e culturas, antes de se
conduzir 0 animal novamente a
reprodu<;13.o.
Preventivamente, deve-se im-
plantar manejo sanitario rigoro-
so. Sempre que for adquirir uma
egua ou garanh13.osolicite exa-
mes c1fnicose bacteriol6gicos do
aparelho genital. No haras, n13.O
negligencie, exija ou fa<;a pelo
menos 0 "swabs" das eguas que
iraQ ser cobertas. Caso 0 gara-
nh13.oseja utilizado apenas para
cobrir as eguas do seu haras,
fa<;a a triagem sanitaria do re-
banho e "swabs" uteri no, da fos-
sa c1itorianae da abertura uretral.
o garanh13.otambem deve ser
examinado bacteriologicamente.
Esfrega<;os uteri nos tambem
devem ser introduzidos na roti-
na do exame sanitario genital, e
servem, basicamente, como uma
forma de teste direto para 0 diag-
n6stico da endometrite aguda.
E a expuls13.oprematura do
feto vivo ou morto e constitui,
ainda em nossos dias, um pro-
blema extremamente grave
quando se consideram os valo-
res das taxas de fecunda<;13.oe
de nascimentos. Geralmente e
considerado aborto, 0 feto ex-
pulso ate 0 decimo mes de ges-
tac;:ao.Via de regra, eguas gine-
cologicamente normais, cober-
tas sob estrito controle ovaria-
no, podem ter um diagn6stico
de gestac;:ao negativo devido a
grande incidencia de reabsor-
c;:aofetal nos estagios precoces
da gravidez, 0 que nem sempre
e considerado como aborto.
Muitas saG as causas de
aborto, e embora se conhec;:a
bastante sobre elas, pouco se
conseguiu resolver, principal-
mente no que se refere as cau-
sas nao-infecciosas como: dis-
turbios hormonais, anomalias
de cordao umbilical, conforma-
c;:aoanormal do potro, gestac;:ao
gemelar, ma-confarmac;:ao vul-
var, traumatismos externos, pro-
blemas nutricionais, desequili-
brios metab61icos e problemas
ambientais. Sao tambem desen-
cadeadores de abortos nao-in-
fecciosos, medicamentos que
provocam contrac;:6es de mus-
culatura lisa; droga antiinflama-
t6ria corticoster6ide ou anti-
prostaglandinicos, utilizados no
terc;:ofinal da gestac;:ao; vermi-
fugos administrados em ani-
mais enfraquecidos no terc;:o
inicial e final da gestac;:ao; ali-
mentos t6xicos ou deteriora-
dos; predisposic;:ao hereditaria;
e enfermidades que produzem
toxemias e alterac;:6es circula-
t6rias graves.
Os abortos nao infecciosos
saG rapidos e raramente provo-
cam retenc;:ao da placenta. A
egua apresenta ligeiro descon-
forto, muitas vezes sem altera-
c;:6esgenitais externas significa-
tivas, e elimina 0 feto envolto em
suas membranas. Em poucos
dias 0 animal volta a normal ida-
de mantendo seu estado geral
em boas condic;:6es.
Outra causa de aborto nos
animais domesticos, e que as ve-
zes pode ser consequente a fa-
tores primarios estruturais como
as mal-confarmac;:6es vulvares,
saD os abortos infecciosos. Os
abortos infecciosos constituem
cerca de 10 a '20% de todos os
abortos dos equinos e podem ser
causados por bacterias, virus e
fungos. Muitos dos abortos infec-
ciosos podem ser causados par
enfermidades sistemicas nao-es-
pecfficas. As baderias que mais
comumente produzem aborto
saG: Streptococcus, Escherichia
coli, Staphylococcus aureus,
Proteus vulgaris, Micrococcus,
Pseudomonas aeruginosa, Bru-
cella abortus, Salmonellaabor-
tusequi, Klebsiella e Leptospira
sp. Os virus causadores de abor-
to saGos do aborto equino a vi-
rus (Herpesv(rus equi-l) e da
arterite viral equina (RNA virus).
Os fungos saG0 Aspergyllus sp,
Mucor sp e Allescheria boydii.
Devido a grande multiplicida-
de etiol6gica dos abortos, a ocor-
rencia dos mesmos deve ser
considerada sempre como um
problema complexo a ser resol-
vido pelo medico veterinario.
Como exemplo de aborto infec-
cioso, podemos citar 0 aborto
contagioso das eguas causado
pela Salmonella abortusequi,
denominado tambem de aborto
paratifico. A enfermidade se ini-
cia por sinais mais ou menos
aparentes e que podem ser co-
muns a muitos tipos de aborta-
mento bacteriano; com c61icas
ou desconforto leve, edema de
mamas, aumento de volume dos
mem bros posteriores e corri-
mento mucopurulento pela vul-
va. 0 aborto ocorre entre 4 a 8
meses de gestac;:ao quando a
Salmonella alcanc;:a0 utero gra-
Figura 11.5
Abortamento por anomalia fetal - hidrocefalia.
vido por via hematica, causando
principal mente, descolamento
placentario devido a placentite
hemorragica e purulenta, com
necrose das vilosidades cori6-
nicas. 0 feto e expulso morto ou
morre imediatamente ap6s 0
aborto. Eventualmente, a egua
podera apresentar eleva~ao de
temperatura e ter laminite agu-
da como complica~ao.
o tratamento pode ser feito
com tetraciclinas na dose de 10
a 20 mg/ kg por via parenteral,
durante 15 dias, ou usar estrep-
tomicina a 10 mg/kg, por via in-
tramuscular, durante 10 dias, de-
venda estas drogas ser utilizada
para as femeas que efetivamen-
te tiveram aborto paratrfico.
Do ponto de vista profilati-
co, vacine todo 0 rebanho con-
tra 0 paratifo com a baderina
morta sem adjuvante. Fa~a uma
revacina~ao quinze a trinta dias
ap6s e posteriormente mante-
nha 0 esquema de uma s6 dose
anual, procurando fazer com
que a vacina~ao seja feita no
ultimo ter~o da gesta~ao, para
transmitir alta imunidade ao po-
tro que Ira nascer.
Sempre que observar abor-
to, procure estabelecer a causa
e instituir 0 tratamento adequa-
do, pois muitas eguas podem
apresentar infertilidade tempo-
rariaou definitiva em razao das
sequelas que podem se insta-
lar. Instale a egua em baia ou
piquete de isolamento, longe do
contato com 0 resto do rebanho.
Recolha 0 feto e a placenta com
luvas de borracha e acondicio-
ne-os em saco plastico e este
colocado em caixa de isopor
com gelo. Mantenha assim este
material por um maximo de 24
horas para que se possa exa-
mina-Io, ou encaminha-Io a um
laborat6rio de diagn6stico.
Nunca entre em contato di-
reto com os restos placentarios
e com 0 feto, desinfete bem 0
local do aborto.
Para se reduzir os riscos e a
ocorrencia de abortos, algumas
medidas importantes podem ser
tomadas: fa~a sempre um acu-
rado exame c1fnico e ginecol6-
gico da egua e do garanhao; os
"swabs" da cervice devem ser
uma medida de prote~ao para
o rebanho; eguas detedadas
como infectadas nao devem ser
cobertas antes de terem dois
"swabs" com resultado negati-
vo; procure sempre corrigir as
mal-forma~i3es vulvares, pois a
pneumovagina e urovagina sac
responsaveis por muitos insu-
cessos na reprodu~ao;adote
medidas de maxima higiene du-
rante as coberturas controladas
e parto, para que as infec~i3es
no utero sejam evitadas; mane-
je adequadamente as eguas du-
rante toda a gesta~ao proporci-
onando assistencia imediata
sempre que observar qualquer
anormalidade quanto a saude
do animal, e final mente, nunca
deixe de isolar as eguas que
abortaram e desinfetar as ins-
tala~i3es ate que 0 diagn6stico
etiol6gico seja estabelecido.
ENVIE SEMPRE FETO E PLA-
CENTA EM GELO a um labo-
rat6rio especializado, pois esta
ainda e a unica forma segura
que se tem para estabelecer a
causa precisa do problema.
11.11. Tumores dos
ovarios.
As neoplasias ovarianas tem
assumido importante papel den-
tre as anormalidades reproduti-
vas das eguas.
A neoplasia ovariana mais
frequente e a das celulas da gra-
nulosa, que afeta as eguas, prin-
cipalmente entre 5 e 7 anos de
idade. Outros tipos de tumores
como teratomas, melanomas,
epiteliomas, cistoadenomas, dis-
germinomas, hemangiomas,
adenocarcinomas, sac menos
frequentes.
Com rela~ao aos tumores de
celulas da granulosa, desenca-
deiam, principalmente, tres tipos
de comportamento:
a. Comportamento agressivo
como 0macho,quando a egua
fica em contato com outros
animais;
b. comportamento estral contI-
nuo ou irregular (ninfomania);
c. manifesta~ao de anestro.
As eguas que apresentam
tumor das celulas da granulo-
sa, em geral unilateral, apresen-
tam usualmente nfveis significa-
tivamente elevados de testoste-
rona plasmatica, que exercem
mecanisme "feedback" negati-
vo na hip6fise.
o diagn6stico do tumor de
celulas da granulosa e realiza-
do com base nas altera~i3es do
comportamento da egua e con-
firmado atraves da palpa~ao re-
tal, ultra-sonografia ou dosa-
gem hormonal. Algumas eguas
podem apresentar 0 tumor na
fase gestacional, porem, acre-
dita-se que 0 infcio da neopla-
sia tenha se dado ap6s a fecu-
nda<;:aoe nida<;:ao.
o tratamento de elei<;:aoe a
ovariectomia, que podera ser
realizada pela via vaginal, fossa
paralombar ou linha mediana, na
dependencia do diametro do tu-
mor, idade e temperamento da
egua, por cirurgia convencional
ou atraves de cirurgia laparos-
c6pica. A maioria das eguas
ovariectomizada, unilateralmen-
te, devido a tumor das celulas
da granulosa, retornam a ativi-
dade ovariana dclica normal po-
dendo voltar a reprodu<;:ao na
proxima esta<;:aode monta.
Figura 11.6
Tumor ovariano - celulas da granulosa.
Figura 11.7
Tumor ovariano - tecoma.

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