Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
14 AfeC90es dos Olhos e seus Anexos 14.1. Anatomia e considera~oes gerais. Ouando consideramos as afecc;:6es dos olhos, devemos ter em mente a necessidade do conhecimento espedfico da anatomia e da fisiologia, tanto do globo propriamente dito, quanto das demais estru- turas anexas que participam do sistema ocular do cavalo. As estruturas que formam 0 sistema ocular do cavalo sac: orbita, que constitui a cavidade ossea do cranio onde se aloja a globo ocular; palpebras e dlios; glandulas lacrimais; musculos oculares, regiao retrobulbar e canal nasolacrimal. A orbita e formada pelo osso frontal na regiao superior e tem- poral; pelo osso lacrimal, na re- giao nasal; pelo osso zigomatico, na regiao inferior, e pelo osso temporal na regiao lateral da cabec;:a. o globo ocular esta contido no interior da orbita e movimen- ta-se pela ac;:ao integrada de quatro musculos retos, dois mus- 1. palpebras; 2. cornea; 3. iris; 4. cristalino; 6. camara anterior; 6. conjuntiva bulbar; 7. corpo vitreo; 8. retina; 9. papila optica; 10. esclerotica; 11. nervo optico; 12. musculos oculares; 13. musculo temporal; 14. apofise supra-orbitaria; 16. glandula lacrimal. culos obliquos e um musculo retrator. A palpebra superior e maior e mais movel do que a inferior, e a comissura palpebral lateral e mais arredondada do que a comissura medial. A conjuntiva palpebral esta situada na face ocular e encontra-se firmemen- te aderida as palpebras, e pro- duzem a mucina que e um com- ponente do filme lacrimal. A episclera e a esclera se local i- zam junto a conjuntiva bulbar e, juntamente com a cornea, for- mam a tunica fibrosa do globo ocular. A terceira palpebra au membrana nietitante, e compos- ta por uma cartilagem elastica coberta por conjuntiva. 0 teci- do glandular situado junto a car- tilagem produz 0 componente seroaquoso lacrimal. A cornea que e a superficie refratora mais resistente do olho, que em condic;:6esde nor- malidade anatomica, e avascu- lar e transparente; e destituida de vasos sanguineos e linfati- cos e recebe nutrientes do te- cido vascular periferico e do humor aquoso, do filme lacrimal e dos capilares perilimbais. A cornea e formada por qua- tro camadas anatomicamente distintas, que terminam na re- giao do limbo, e que sac contf- gua com a conjuntiva bulbar, a episclera, a esclera e 0 angulo iridocorneal. A camada mais externa da cornea e formada por um epitelio escamoso estra- tificado nao queratinizado, e constitui uma barreira relativa- mente impermeavel para agua I e solutos. As microvilosidades da camada superficial das ce- lulas proporcionam aderencia e espalham 0 muco do filme la- crimal pre-ocular por sobre a superflcie da cornea; enquanto a membrana basal apresenta caracterlsticas semelhantes a encontrada em outros tecidos epitelial. A camada epitelial e ri- camente suprida com termina- <;:6esnervosas sensitivas nao mielinizadas, intraepiteliais, e derivadas dos ramos ciliares do tronco optico do nervo trigemeo. o estroma constitui 0 corpo da cornea e e formado par um arranjo lamelar paralelo de fibras colagenas do tipo I, e por um assoalho de proteoglicanas po- lissulfatadas. As fibras colagenas estao dispostas na mesma dire- <;:aoque as lamelas e estao ar- ranjadas de forma a eliminar reflexos luminosos, 0 que garan- te a transparencia da cornea. A membrana Descemet 10- caliza-se na por<;:aoposterior do estroma e e formada par um arranjo de fibras colagenas do tipo IV, denso e compacto, num assoalho de substancia glico- proteica. Esta apresenta pro- priedades de uma membrana basal convencional, incluindo elasticidade e resistencia as hidrolises qUlmica e enzimatica. o endotelio e uma camada permeavel simples de celulas escamosas hexagonais cuja face posterior e banhada pelo humor aquoso. A agua e os solutos atravessam 0 endotelio sob influencia de gradientes de pressao osmotica e hidros- tatica. As celulas endoteliais possuem um complexo sistema de bombas de sodio-potassio ATP-ase dependente, que re- gulam 0 influxo natural de agua para 0 interior da cornea, es- senciais na preserva<;:aodo es- tado normal de hidrata<;:ao re- lativa do estroma. A Iris e dividida em duas areas, sendo uma fina, denomi- nada zona pupilar, e uma gros- sa periferica. A pupila no cavalo tem a forma de uma elipse na horizontal, e na pupila podemos observar a granula<;:ao irldica (corpora nigra), que saGforma- <;:6es proeminentes das duas camadas epiteliais posteriores pigmentadas da Iris. Ja, 0 corpo ciliar tem duas por<;:6esdistin- tas, a saber: a pars plicata e a pars plana. A pars plicata, loca- lizada na face posterior da Iris, e formada por cerca de cem processos ciliares. o humor aquoso e produzi- do pelas camadas epiteliais e flui da camara posterior para a anterior pelo angulo iridocor- neal. 0 estroma do corpo ciliar e mais desenvolvido na pars plicata, e contem musculos, co- lageno, vasos sangulneos, ner- vos, melanocitos e fibroblastos. A pars plana representa a zona de transi<;:aoentre os processos ciliares e a retina o cristalino e uma lente bi- convexa, transparente, e forma- do pela capsula anterior, pela cortex anterior, pelo nucleo, pelo cortex posterior e pela capsula posterior. 0 cristalino pode proporcionar a acomoda- <;:aodo foco de visao devido a contra<;:ao do corpo ciliar que 0 sustenta. A camara posterior do glo- bo ocular e preenchida pelo humorvltreo, que e um gel com- posto por 99% de agua. A con- sistencia do humor vltreo e pro- porcionada principal mente pelo acido hialur6nico. Periferica- mente,o humor vltreo encontra- se firmemente unido a capsula posterior do cristalino. o fundo do olho refere-se a superflcie posterior do globo ocular que e composta pelo ner- vo optico, pela retina e pela co- roide, que recebem a inciden- cia da imagem e a transferem ao cerebro do animal para a per- cep<;:aoluminosa e composi<;:ao e forma<;:aoda imagem. 14.2. Afec~oes das palpebras. Duas saG as principais alte- ra<;:6espalpebrais, cuja origem pode ser congenita ou adquiri- da. Uma e chamada de entro- piom e a outra de ectropiom Entr6piom o entropiom e caracterizado pelo "reviramento" da palpebra em dire<;:aoao globo ocular. Este reviramento possibilita aos dios tocarem a cornea. A origem congenita do entro- piom caracteriza-se pela dispo- si<;:aoanat6mica das palpebras em rela<;:aoa orbita e ao globo ocular, proporcionando aos cnios tocarem a cornea, lesando-a. Outra condic;:13.ocongenita, po- rem rara de ocorrer, san os ca- sos de microftalmia, em que 0 tamanho do globo ocular e des- proporcionalmente menor em relac;:13.oa orbita, causando a Pro- jec;:aoda area dos dios em dire- c;:aoao globo. o entropiom adquirido, ge- ralmente pode ser decorrente de les6es dos musculos palpe- brais ou secundarias ao blefa- roespasmo, ou ainda por les6es traumaticas nas palpebras e re- giao tarsal. 0 entropiom adqui- rido pode tambem ser conse- quente a retrac;:ao do globo ocular devido a emagrecimen- to cr6nico ou desidratac;:ao, quando 0 quadro c1inico que se instalou for temporario. As consequencias imediatas do entropiom san: les6es da cornea produzindo ceratites, cujo grau de severidade e pro- fundidade de comprometimen- to aos pianos san proporcionais ao grau de entropiom ou a se- veridade da lesao primaria; lacrimejamento; dor e blefaroes- pasmo, devido a dor ou foto- fobia, quando 0 olho e exposto a luz solar direta. A permanencia da ac;:13.odo entropiom desenvolve, na maio- ria dos casos, situac;:6espatolo- gicas oculares de intensa gravi- dade,desde as ceratites que atin- gem pianos profundos com ulce- rac;:aoda cornea, ate a Desceme- tocele com perfurac;:aoe extrava- samento do humor aquoso. Figura 14.2 Microftalmia com protrusao da terceira palpebra e entropiom inferior empotro. o tratamento paliativo po e ser feito atraves de corte do dlios e a aplicac;:13.osobre a cornea, de pomadas a base de antiinflamatorios, antibioticos e cicatrizantes, exclusivas para uso oftalmico. Pode-se utiliz3r pomadas of tal micas cica:r- zantes, depositando-se sobre a cornea, pelo menos de 2 a t... vezes ao dia, cerca de 1 cm oe pomada. No entanto, somente com a correc;:aodas causas de- sencadeantes e que 0 proble- ma sera efetivamente resolvido. Ouando a causa primaria re- side em processo de mal-posicio- namento anat6mico das palpe- bras, 0 unico tratamento efetivo e 0 cirurgico, onde, pela retirada do excesso de pele, posicionar- se-a corretamente a palpebra e, consequentemente, a linha dos cnios.Concomitantemente, deve- se instituir a aplicac;:aode poma- das oftalmicas para 0 tratamento da les13.oda cornea, e, na depen- dencia da gravidade desta les13.o, antibioticos, preferencialmente pela via subconjuntival, superior e inferior (gentamicina na dose de 40 mg a cada 24 horas). Deve- se estar atento ao fato de que 0 volume maximo a ser aplicado subconjuntivalmente nao ultra- passe 1 ml. Ectr6piom A outra afecc;:ao palpebral relativamente frequente e 0 ectropiom, que nada mais e do que 0 "reviramento" da palpebra para fora do globo ocular. 0 ectropio propicia a exposic;:aoda cornea a ac;:aode agentes como o vento, poeira e corpos estra- nhos, como sementes de capim, palha de arroz, serragem etc. o ectropiom tem como cau- sa mais frequentes as les6es cicatriciais que acometem as palpebras, ou por senilidade, e deve ser diferenciado da parali- sia flacida associada com a dis- fun<;:aodo nervo facial que ge- ralmente e unilateral. o principal sintoma e a epf- fora (Iacrimejamento) e a con- juntivite, onde se pode observar a conjuntiva avermelhada, au intensamente hiperemica, alem de congestao dos vasos da es- c1era e ceratite seca. o tratamento paliativo con- siste na instila<;:ao de colfrios como a de neomicina, gentami- cina au associadas a antiinfla- matorios, au aplica<;:aode poma- das de usa oftalmico a base de gentamicina au c1oranfenicol. Como tratamento adjuvante con- vem realizar a lavagem dos olhos e conjuntivas com agua borica- da au solu<;:aofisiologica resfri- ada, antes da aplica<;:aoda po- mada au instila<;:aode colfrio, a cada 4 horas, no mfnimo. o tratamento cirurgico deve ser feito atraves de plastica cor- retiva, pela aplica<;:aoda tecni- ca de ressec<;:aode pele em V au Y da regiao do canto exter- no das palpebras. Ferimentos nas palpebras Sao ocasionados par que- das violentas durante as crises de c61ica ou em manobras de conten<;:ao e derrubamento, no momento em que 0 animal bate a cabe<;:ano solo. Em geral, sao feridas incisas que podem atin- gir ate a superffcie ossea da or- bita, produzindo abundante sangramento. o procedimento imediato deve ser estancar a hemorragia, aplicando-se compressao sabre a ferida, com gaze au algodao embebido em agua oxigenada a 10 volumes. Em seguida de- vera ser realizada a limpeza do ferimento e a anaplastia, para cicatriza<;:aopar primeira inten- <;:ao,procurando-se manter as palpebras em condi<;:6esanat6- micas suficientes para exercer as fun<;:6esde prote<;:aoe lubri- fica<;:aomecanica da cornea. Casas em que ten ham ocor- rido somente escoria<;:6es das palpebras e regiao supra-orbi- taria podem ser tratados pas- sando-se sobre as les6es, uma vez ao dia, gaze au algodao embebido em glicerina iodada 10% au nitrofurazona. As palpebras do cavalo po- dem ainda alojar uma serie grande de processos tumorais au granulomatosos como 0 sar- coide equino e a carcinoma, que geralmente acomete cavalos despigmentados e pode iniciar- se na 3a palpebra au membra- na nictitante. o tratamento deve ser insti- tufdo apos a avalia<;:aorigorosa do grau de comprometimento do globo ocular e demais estrutu- ras anexas, optando-se pela sim- ples remo<;:aoda massa,pela enu- c1ea<;:aoau pela conclusao da inviabilidade cirurgica do caso. Les6es tumorais extensas que na maioria das vezes, quando ressecadas, alteram anatomica- mente as palpebras que podem permanecer semicerradas au ex- cessivamente abertas, expondo a cornea a ressecamento e trau- matismo. Os tumores palpebrais podem ser tratados com meto- dos de congelamento (C02 au Figura 14.3 Sarc6ide palpebral. se, com auxnio de seringa e son- da, a solu<;13.ofisiol6gica, que pode estar associada a muco- liticos e antibi6ticos. Nos casos congenitos, 0 tratamento con- sistira de sondagem do ducto nasolacrimal, via saco lacrimal ou oriflcio nasal, e 0 estabeleci- mento do trajeto de drenagem de lagrima com incis13.odos te- cidos do fundo de saco, por so- bre a proeminencia formada pela ponta da sonda. Nas obstru<;6es secundarias, algumas vezes torna-se neces- sario 0 tratamento concomitan- Figura 14.4 Carcinoma palpebral. Figura 14.5 Sarc6ide palpebral difuso. nitrogenio liquido) antes da res- sec<;13.ocirurgica. 14.3. Obstru~ao do canal nasolacrimal. o canal nasolacrimal e um conduto que se inicia no can- to interno do olho, junto ao saco lacrimal, e desemboca no assoalho da narina, cuja fun- <;13.0e drenar 0 excesso de la- grimas produzidas pelas glan- dulas lacrimais. A obstru<;13.opode ser prima- ria, devido a processos inflama- t6rios da mucosa do canal, es- pessando suas paredes, ou se- cundaria a inflama<;6es das vias aereas superiores, tumores 6s- seos da face, ferimentos e le- s6es habronematosas e tumo- rais situadas na comissura in- terna do olho. A obstru<;13.odo canal nasolacrimal, embora de ocorrencia rara, podera ser con- genita, sendo que 0 animal apre- sentara os sintomas desde 0 nascimento. Nestes casos, po- dera haver a agenesia do orifl- cio, tanto no saco lacrimal, quan- to no meato nasal, ou de parte do trajeto do ducto, sendo mais grave quando localizado em seu leito 6sseo. o principal sintoma e a epi- fora (Iacrimejamento) e a irrita- <;13.0da pele no trajeto do liqui- do lacrimal, sendo chamado de "chorador" 0 cavalo que apre- senta este sinal. o tratamento consiste na la- vagem do ducto atraves de seu orificio na via nasal, injetando- te da afec<;:aoprimaria. Ocasio- nalmente, esta situa<;:ao exige lavagens periodicas do conduto, obrigando a passagens contrnu- as da sonda, que podera irritar ou lesar ainda mais a mucosa. Ouando isto for necessario, po- de-se manter temporariamente a sonda, com varias perfura<;:6es em seu trajeto fixando-a a pele da regiao nasal. Este procedi- mento possibilita a aspersao uni- forme dos Irquidospor todo 0 tra- jeto.do dudo nasolacrimal. Figura 14.6 Lavagem do canal nasolacrimal. Figura 14.7 Cateterizayao do ducto nasolacrimal. A conjuntivite e 0 processo inflamatorio que acomete a con- juntiva palpebral, podendo ser de origem primaria no globo ocular e seus anexos, ou secun- daria a outros processos gerais ou sistemicos. Ouanto a etiologia, as con- juntivites em geral, podem ser c1assificadas em: a. Conjuntivite traumatica. b. Conjuntivite mecanica devido a ectropio, entropiom, triqufa- se e corpos estranhos. c. Conjuntivite toxica (alimentar). d. Conjuntivite alergica. e. Conjuntivite infecciosa: 1. primaria: do globo e anexos. 2. secundaria: geral ou sintomatica. Os principais microorganis- mos causadores de conjuntivite Figura 14.8 Cateterizayao do ducto nasolacrimal. sac as bacterias, fungos e vi- rus, que estao presentes no saco conjuntival de muitos ani- mais normais, compondo 0 microbiota. Quanto aos parasi- tos, sac causadores de conjun- tivite 0 Onchocerca cervicalis e as moscas de estabulos, que no periodo de verao podem trans- mitir a habronemose. Os processos alergicos sis- temicos e as infecc;:6esvirais do aparelho respiratorio podem manifestar sinais conjuntivais, entretanto,as causas mais co- muns de conjuntivite nos cava- los sac as irritac;:6es causadas pelo vento, quando 0 animal e transportado de caminhao e car- retas abertas, por corpos estra- nhos como areia, palha de arroz e por sementes de gramineas. A sintomatologia pode ser aguda ou cr6nica, unilateral ou bilateral, sendo que regular- mente, 0 proce'sso cr6nico po- de revelar uma fase aguda nao- tratada ou inadequadamente tratada. Nas conjuntivites sempre se observa hiperemia acompanha- da ou nao de congestao de va- sos da esclera; quemose (ede- ma conjuntival); secrec;:aoocular, que pode ser serosa, nos casos alergicos ou por irritac;:aomeca- nica; mucoide em doenc;:ascr6- nicas,e purulentas nas infecc;:6es baderianas e nos corpos estra- nhos que estejam causando irri- tac;:aopor varios dias. A dor sem- pre estara presente de forma leve a severa na dependencia da causa da conjuntivite, e podera resultar em blefaroespasmo, que, nos casos cr6nicos, pode promo- ver 0 entropiom espastico. Quanto ao aspedo c1inico, as conjuntivites podem ser c1as- sificadas em: 1. Catarral simples: aguda, cr6- nica, mono ou biocular com hiperemia da conjuntiva pal- pebral e bulbar, epifora, ble- faroespasmo, secrec;:aosero- sa e dificuldade de visao. Q. Catarral folicular: presenc;:a de pequenos foliculos (gra- nulac;:6esarredondadas) dis- seminados na face interna, principal mente da 3a palpe- bra, com sinais semelhantes a catarral, so que com pre- senc;:ade foliculos e infiltra- c;:aolinfocitaria das glandulas. 3. Flictenular: presenc;:ade ve- siculas transparentes espa- Ihadas na conjuntiva alem dos sinais c1assicos da con- juntivite catarral simples. 4. Conjuntivite por microorga- nismos: decorrentes de in- fecc;:6es local ou secundaria a afecc;:6es sistemicas, com produc;:aode secrec;:aopuru- lenta. Principais etiologias: a. microorganismos comuns: Pseudomonas, Streptococcus, Staphylococcus, Enterobacter, E. coli e Moraxella equi; b. mycoplasma: Acholeplasma oculi; c. c1amidia: em potros com po- liartrite por Clamldia; d. viral: AdenovIrus e Herpes- vIrus 1 e 2. e. outras: Sporotricose, Blasto- micose, Histoplasmose, Crip- tococose, Aspergilose e Rinosporidiose. o tratamento geral consiste em se controlar todas as cau- sas que possibilitem irritac;:ao conjuntival e, quando secunda- ria a afecc;:6essistemicas, a do- enc;:aprimaria deve ser tratada. o tratamento sintomatico da conjuntivite consiste em lava- gens com agua boricada ou so- luc;:aofisiologica ou agua filtra- da ou mineral resfriada, para a retirada da secrec;:aoe reduc;:ao do desconforto causado pela ejec;:aodos vasos da conjuntiva e da esclera. Estas lavagens po- dem ser precedidas de colheita de material do saco conjuntival para cultura e antibiograma. Quando 0 processo e bacte- riano, colirios e pomadas com antibioticos como c1o-ranfenicol e gentamicina sac bastante efi- cazes no combate a infecc;:ao. Alguns produtos sac acompa- nhados por antiinflamatorios cor- ticosteroide, 0 que reduz co - sideravelmente a resposta infla- matoria. Sempre que for pos f- vel, realize cultura dos exsudatos purulentos e a lavagem do due nasolacrimal com agua boricada 2%, ou soluc;:aofisiol6gica. Como regra geral, estabe- lec;:a a lavagem do olho pelo menos 2 a 4 vezes ao dia. Instile colirio a cada 2 horas nas primeiras 24 horas e a cada horas nos dias seguintes, a e a cura. Quando se tratar de madas oftalmicas, a freque ~ se reduz a cada 6 horas. dendo-se usa-las, para m ~ conforto, no periodo da '-:= preferindo-se os collrios u ;:-- te 0 dia. Quando existe suspeita de processo viral, evite 0 usa de corticosteroide, mesmo que seja pela via subconjuntival. As conjuntivites virais podem ser tratadas com pomada oftal- mica de 5-iodo-2-deoxyuridina. Quanta as conjuntivites mico- ticas, alem do tratamento geral com lavagens e combate a ger- mes oportunistas, a aplicac;:ao subconjuntival de 2 a 3 mg de anfotericina 8, de 2 em 2 dias, durante 2 a 3 semanas, asso- ciada a instilac;:ao de nistatina (0,015%),3 a 6 vezes ao dia po- dera reverter 0 quadro. Nas con- juntivites traumaticas nao e raro o surgimento de hifema (derra- me sanguineo na camara ante- rior), exigindo tratamento sub- conjuntival com corticosteroide e antibioticos. Ocasionalmente sera necessaria a aspirac;:aoau a retirada cirurgica do coagula, para que se possa restabelecer a transparencia do humor aquo- so e, consequentemente, a vi- sao do cavalo. Nas conjuntivites alergicas, corticosteroides topicos ou sis- temicos em conjunto com anti- histaminicos sistemicos sao muito efetivos na resoluc;:aodo problema, mantendo-se uma frequencia de tratamento de 2 a 3 vezes ao dia. Em qualquer situac;:ao em que exista concomitantemente a conjuntivite, lesao de qualquer grau na cornea, evite a utiliza- c;:aode corticoide em razao da possibilidade da resoluc;:ao da lesao da cornea ser inibida, no- tadamente nas fases iniciais da formac;:ao de neovasos. As ceratites sao inflamac;:6es que acometem a cornea e fre- Figura 14.9 Hifema devido a traumatismo. quentemente vem acompanha- das por conjuntivites. Geralmen- te saG consequentes a trauma- tis mas causados por talos de capim ou feno, au irritac;:6escau- sadas par palha de arroz e far- pas de madeira au ainda devido a entropiom e a implantac;:aode tumores palpebrais. Qualquer alterac;:ao na inte- gridade dos planas constituin- tes da cornea au alterac;:6esnos seus mecanismos fisiologicos predisp6e a instalac;:aode afec- c;:6es,que na maioria das vezes saG de extrema gravidade. As ceratites podem se apre- sentar como: a. Superficial, com vasculariza- c;:aono pannus, na pigmentar e na neoplasicas. b. Superficial, sem vasculariza- c;:aonas punctatas e nos infil- trados metabolicos. c. Ceratite profunda, que pode ser ulcerativa e sob a forma de ceratoconjuntivite. Independentemente do tipo e da c1assificac;:aoda ceratite, as sinais c1inicos sao muito seme- Ihantes. Pode-se observar epifora (Ia- crimejamento), quemose (edema palpebral), palpebras semi- cerradas (blefaroespasmo), fotofobia, em consequencia da dor, e conjuntivas congestas. Os cavalos que apresentam foto- fobia evitam a claridade direta. A cornea no inicio da afecc;:ao apresenta-se ligeiramente opa- lescente, tornando-se esbran- quic;:adae, quando a lesao e re- lativamente extensa, ultrapas- sando a camada epitelial, inicia- se a neovascularizac;:ao prove- niente da regiao esclero-corneal que se dirige no sentido da le- sao. Muitas vezes a lesao da c6rnea, na permanencia do a- gente desencadeador, pod era evoluir para ulcerac;:ao,com con- sequencias mais serias com re- lac;:aoao progn6stico. Ao atingir camadas mais profundas, a ul- cerac;:aopode acometer a cama- da de Descemet, causando sua protrusao a borda ulcerada (Des- cemetocele), em razao da pres- sao exercida pelo humor aquo- so. Nestas circunstancias, na de- pendencia da localizac;:aoda ul- cera, podera haver tambem a Figura 14.10 Ceratite por trauma com tala de capim. Figura 14.11 Quemase e ulcera de cornea com comprometimento da camada de Descemet. protrusao da iris e a forma,a de sinequia anterior. o diagn6stico se baseia _ sinais da afecc;:ao e deve ~a' conduzido atraves de um mir~- cioso exame c1inico do ani e- e, em particular, do globo oc- lar. 0 posicionamento ant",-~' das fibras sensoriais nervos2.S na c6rnea, explicam 0 ele a ::: grau de dor demonstrado e animais com eros6es corneals e ulceras em relac;:aoaos de ul- cera profunda. Oualquer lesao na c6rnea pode promover ede- ma. Por ser na maioria das ve- zes um processo extremamen- te doloroso, 0 animal devera ser manejado com paciencia e cau- tela, 0 que ira possibilitar a rea- lizac;:ao de um exame c1inico completo. Para tanto, instale 0 animal em local tranquiloe a meia luz,e, se necessario, pode- se tranquilizar 0 cavalo com xila- zina, na dose de 0,4 a 1,0 mg/ kg, pela via intravenosa, ou com butorfanol na dose de 0,025 a 0,2 mg/kg, ou 0,01 a 0,02 mg/ kg se associado a xilazina. Sao tambem indicadas para uma boa tranquilizac;:ao,drogas como a detomidina, na dose de ate 10 mg/kg ou a romifidina na dose de 50 mg/kg, podendo esta ser associada ao butorfanol na dose de 0,02 a 0,05 mg/kg. Ocasionalmente pode ser necessaria a realizac;:aoda anes- tesia da inervac;:aoauriculo-pal- pebral, que enerva 0 musculo orbicular do olho, com injec;:ao de 2 a 4 ml de lidocaina 1%. sem vasoconstritor, impossibili- tando, dessa forma, a ocorren- cia de blefaroespasmo ou que o cavalo possa fechar 0 olho, dificultando 0 seu exame. o exame oftalmologico ini- ciar-se pela inspe<;aodas palpe- bras a procura de corpos estra- nhos, neoplasias ou les6es trau- maticas, seguida do exame da cornea para a verifica<;aode ede- ma,neovasculariza<;ao,infiltrados celulares, tecidos neoplasicos, corpos estranhos e altera<;6esna integridade estrutural. Caso haja grande quantidade de fibrina ou de outras secre<;6es, realize um lavado ocular com solu<;aofisio- logica ou agua resfriada, para possibilitar uma visualiza<;ao mais adequada do globo ocu- lar. Em seguida deve ser reali- zado 0 exame preliminar da cornea munido do of talmosco- pio, Em seguida, instile 1 a 2 gotas de fluoresceina e repita 0 procedimento utilizando-se da incidencia de feixe de luz ade- quado (Iuz negra) para causar fluorescencia e possibilitar a observa<;ao de quebras da inte- gridade do epitelio da cornea. A oftalmoscopia deve, ainda, ser realizada para a observa<;ao do trato uveal, do cristalino e da retina. Na suspeita de extravasa- mento de humor aquoso, quan- do for rompida a barreira da ca- mada de Descemet, a tono- metria ira revelar redu<;ao da pressao intra-ocular. A ultra-sonografia e util nos casos em que a opacidade da cornea nao permite a visualiza- <;aodo fundo de olho, possibili- tando a avalia<;aomorfometrica do globo ocular e de suas es- truturas internas. Podem ser realizados "swabs" das secre<;6es e raspados das palpebras, da conjuntiva e da cornea para realiza<;ao de exa- mes microbiologicos. Para tan- to, fa<;a anestesia topica da cornea. A abordagem terapeutica das ceratites pode ser realiza- da utilizando-se os seguintes procedimentos: • aplica<;aotopica manual (uso de colirios e pomadas). • dispositivos para lavagem subpalpebral. • sondagem nasolacrimal. • inje<;6essubconjuntivais que podem ser repetidas em in- tervalos de 24 a 48 horas. o tratamento geral e seme- Ihante ao das conjuntivites, de- vendo-se, quando apenas esti- ver presente a ceratite, sem le- s6es das camadas mais profun- das da cornea que caraeterizem ulcera<;ao, associar corticos- teroide pela via subconjuntival a cada 48 a 72 horas, preferen- cialmente a betametasona. Na presen<;a de ulcera de cornea, prefira, alem do trata- mento geral da conjuntivite, evi- tando-se 0 usa de corticosteroi- des, a cauteriza<;ao da ulcera com tintura de iodo a 2%, po- mada epitelizante, a cada 4 ho- ras e aplica<;aosubconjuntival de 40 mg de gentamicina (1 ml), no 10 dia, e instila<;ao de gentami- cina colirio no minima 4 vezes ao dia, nos dias subsequentes, ate a cicatriza<;ao da cornea e a re- versao dos sinais de conjuntivite. Caso 0 blefaroespasmo seja intenso e a fotofobia evidente, intercale ao tratamento institui- do cicloplegicos, como atropina colirio a 1%, devendo-se, no entanto tomar a precau<;ao de manter 0 animal estabulado em ambiente escuro, ou com tapa- olho protetor, caso 0 processo seja unilateral. Uma formula de colirio que tem proporcionado bons resul- tados em ceratites ulcerativa pode ser aviada com os seguin- tes produtos: Tobramicina 1,2 ml Atrapina 1% 6,0 ml Acetilcisteina 20% 6,0 ml Lagrima artificial (qsp. 24 ml) 10,8 ml A tobramicina podera ser substituida por 1,2 ml de succi- nato de cloranfenicol a 20% ou 1,5 ml de solu<;ao de genta- micina a 5%, Ocasionalmente, quando a manipula<;:aadas palpebras para a lavagens e a instila<;aode co- lirios for muito dolorosa para 0 cavalo,pode-se realizara lavagem pela sondagem do ducto nasola- crimal atraves da via nasal, ou entao se instalar uma sonda subpalpebral (pode ser uma san- da uretral utilizada em caes ma- chos), 0 que elimina a necessida- de de se manipular as palpebras para expor 0 globo ocular, facili- tando 0 tratamento e evitando 0 desconforto para 0 animal. Nos casos de ulcera profun- da, na presen<;a de Desceme- tocele, ou os casos que nao res- pondem satisfatariamente ao tratamento convencional, torna- Figura 14.12 Tapa-olho protetor. Figura 14.13 Sonda subpalpebral aplicada. se necessaria a intervenc;ao ci- rurgica com a realizac;ao da ceratedomia parcial ou profun- da, para a reativac;ao cicatricial da cornea, eliminando-se os te- cidos comprometidos. Como na maioria das vezes este procedi- mento exige a realizac;ao de recobrimento da cornea com a terceira palpebra, de transposi- c;ao de "flap" da conjuntiva pal- pebral ou transposic;ao da con- juntiva ese/eral, ou da cerato- plastia com uso de enxertos bio- logicos, as palpebras deverao estar cerradas cirurgicamente realizando-se a tarsorrafia, 0 que dificultaria as lavagens e insti- lac;6es de colirios. Nestas cir- cunstancias deve-se instalar previamente uma sonda na re- giao subpalpebral, ou utilizar-se do dudo nasolacrimal para rea- lizac;aodos lavados e instilac;ao dos demais medicamentos so- bre a cornea. 14.6. Oftalmia peri6dica - uveite recorrente ou iridociclite recorrente. Afecc;ao mista que atinge varias estruturas do globo ocu- lar, com etiologia ainda nao bem definida. A oftalmia periodica e a maior causa de cegueira em cavalos, caraderizando-se por um processo inflamatorio da iris, do corpo ciliar e da coroide (uvea ou trato uveal), Muito embora nao esteja bem determinada, a oftalmia periodica deve ser considerada como afecc;ao ocular de partici- pac;ao eminentemente imuno- mediada. Para tanto: 1. Atividade imuno-mediada: a. Baderias: estreptococos, leptospirose e brucelose. b. Virus: influenza e adenovirus. c. Parasitas: estr6ngilos, on- chocerca e toxoplasma. d. Trauma: pode iniciar com um epis6dio inflamat6rio. e. Outras: qualquer doenc;a que diretamente afete 0 olho ou cause afecc;ao sistemica desencadeante de resposta imune. 2. Fatores nutricionais e here- ditarios nao comprovados: a. Deficiencias de vitaminas A, 82 e C. b. Predisposic;ao hereditaria. o processo pode ser agudo ou cr6nico, unilateralou bilateral,pos- suindo periodicidade ou recorren- cia da manifestac;aoc1lnica. A oftalmia peri6dica, alem de ser uma afecc;ao extrema- mente dolorosa, manifesta-se com eplfora, blefaroespasmo e quemose como sinais c1lnicos evidentes. Os cavalos podem fi- car apaticos e apresentarem anorexia durante as fases ati- vas da doenc;a. Ocorrem ainda disturbios visuais, opalescencia e turvac;ao da c6rnea, hip6piom (derrames na camada anterior, causada por coagulo de protel- na e fibrina) e hifema (hemor- ragia na camara anterior). A pu- pila pode apresentar miose (es- pasmo) e sinequia (aderencia) posterior, alem de descolorac;ao da Iris. 0 cristalino podera apre- sentar alterac;6es na capsu la anterior e posterior e desenvol- ver catarata, assim como sublu- xac;ao e luxac;ao. Podera haver o desenvolvimento secundario de glaucoma. o quadro uveal caracteriza- se por uvelte manifesta e de grande gravidade para a evolu- c;ao satisfat6ria da afecC;ao. Em mais ou menos cada 15 dias, 0 quadro pode melhorar espontaneamente para, poste- riormente, ocorrer nova man i- festac;ao, ate que se desenvol- vam les6es oculares irreversl- veis com cegueira. o exame c1lnicodeveser di- recionado para a detecc;ao da causa desencadeante do proces- so, sendo 0 exame oftalmol6gico realizado adotando-se os mes- mos procedimentos utilizados no exame das ceratites. E de fun- damental importancia a realiza- c;ao de exame sorol6gico para detecc;ao de anticorpos para leptospirose, brucelose e toxo- plasmose. A bi6psia conjuntival ocasionalmente podera revelar microfilarias de Onchocerca. o diagn6stico baseia-se nos sinais c1fnicos da uvelte, nota- damente nos resultados do e- xame oftalmico e da sorologia diferencial. Figura 14.14 Panoftalmia e uvefte. Figura 14.15 Blefaroespasmo. o tratamento consiste na apli- a fotofobia e 0 blefaroespasmo, A catarata juvenil pode apa- cac;aode drogas t6picas e siste- mantenha 0 cavalo estabulado recer em potros com ate cerca micas. Basicamente nas condu- em ambiente sem luz direta ou de 1 ana de idade e ser decor- tas terapeuticas utilizam-se de: com tapa-olho protetor. rente de fatores hereditarios ou 1. Antibioticoterapia (necessa- Nos casos de uverte cr6nica lesoes causadas por toxinas riamente). unilateral, recorrente e sem res- metab6licas, ou mesmo proces- 2. Midriaticos/Cicloplegicos. posta terapeutica, ou com retra- sos inflamat6rios. 3. Inibidores da colagenase. c;aodegenerativa do globo ocu- A catarata senil do cavalo De uso t6pico sac recomen- lar - "phthisis bulbi" - deve-se ocorre geralmente ap6s os 20 dados midriaticos e ciclople- indicar a enucleac;ao para se anos de idade como conse- gicos como a atropina 1 a 4% e melhorar a qualidade de vida do quencia de um estado degene- fenilefrina a 10% para aliviar a animal. rativo do metabolismo do cris- dor e prevenc;ao das sinequias, talino, possuindo caracterrsticas 4 a 6 aplicac;oes no primeiro dia de irreversibilidade. e 2 a 4 nos dias subsequentes. 14.7. Catarata. A catarata traumatica e a Ouanto aos cortic6ides e anti- mais comum das alterac;oes do bi6ticos sac recomendados a Sao denominadas de cata- cristalino do cavalo. Pode ser dexametasona e a gentamicina, rata toda e qualquer opacidade consequencia de lesoes sobre instiladas 4 a 6 vezes ao dia. do cristalino, seja apenas da o globo ocular e inflamac;oes de o tratamento t6pico nos do is capsula e da substancia pr6pria estruturas adjacentes ao globo <:primeiros dias pode ser substi- que 6 forma ou somente da e 6rbita. turdo pela aplicac;ao subcon- substancia pr6pria. Cavalos com uverte recor- = juntival nos casos de cortic6ide As cataratas podem ser rente podem desenvolver cata- e antibi6tico. congenitas, juvenil, senil, trau- rata resultante da inflamac;ao da -: Pela via sistemica, consti- matica ou decorrente de outros uvea anterior. - tuem excelente adjuvante do processos sistemicos. A cata- A catarata pode ser c1assifi- - tratamento t6pico a aplicac;ao rata congenita se apresenta cada como: -- de flunixin meglumine, na dose logo ap6s 0 nascimento e de- 1. Quanto a localizac;ao: - de 1,1 mg/kg, a cada 12 horas, corre de processo hereditario a. Catarata capsular ou subca- - pela via intramuscular, nos 3 de mal-formac;ao e mal-posi- psular. < primeiros dias ou de corticos- cionamento da lente, da perda b. Catarata polar. ter6ides nas fases precoces da de transparencia ou como re- c. Catarata duplicada (catarata evoluc;ao da oftalmia recorren- sultante de influencia materna subcapsular anterior que en- te. Ouando 0 diagn6stico etio- durante a gestac;ao. A catarata volve 0 c6rtex anterior). 16gico estiver estabelecido e ti- congenita ocorre tambem co- d. Catarata hialoidal. ver como agente a leptospirose, mo 0 unico defeito ocular, mas e. Catarata cortical. a toxoplasmose ou a brucelose, pode estar associada a persis- f. Catarata nuclear. os procedimentos paralelos ao tencia da membrana pupilar, a g. Catarata na linha de sutura tratamento do olho devem ser persistencia das estruturas em Y. da doenc;a primaria. Nos casos vasculares hial6ides, aniridia, h. Catarata axial. de suspeita de Onchocerca, as- microftalmia, e as anormalida- i. Catarata pigmentar congenita socie ao tratamento geral apli- des multiplas do globo ocular. 2. Quanto aos estagios de de- cac;ao de ivermectina. As cataratas congenitas podem senvolvimento: Durante as fases iniciais do ser unilateral ou bilateral, focais a. Incipiente. tratamento, enquanto perdurar ou difusas. b. Imatura. 433 c. Intumescente. d. Madura. Os sintomas variam confor- me a natureza do processo, a causa e 0 estagio de desenvol- vimento. Basicamente, 0 que chama a aten<;ao e a opacida- de do olho. Ouando observamos o globo sem nenhum aparelho, podemos notar um reflexo cin- za-azulado, brilhante, que nao deve ser confundido com a opa- cidade da cornea. 0 reflexo da pupila imediato e completo, e a resposta com contra<;ao e dita- ta<;aoa incidencia de luz de for- te intensidade e direta, indicam uma boa transparencia dos meios e uma adequada fun<;ao da retina. A catarata difusa ou focal axial pode ser identificada ao .exame de ilumina<;ao com uma lanterna, com a luz incidindo perpendicularmente ou obliqua a cornea, ou pela oftalmoscopia apos a dilata<;ao da pupila com drogas midriatica. Aten<;ao es- pecial deve ser dada a presen- <;adas linhas de sutura do cris- talino que sac visrveis na maio- ria dos potros e cavatos adul- tos, e devem ser diferenciados da catarata. As altera<;6es de colora<;ao e da opacidade depend em mui- to do estagio de evolu<;ao da catarata e do grau de com pro- metimento do cristalino. Pode ser desde uma degenera<;ao parcial ou ate mesmo estar ocor- rendo ressecamento e atrofia da lente. o diagnostico definitivo deve ser realizado pela oftalmoscopia, procurando-se determinar se a catarata e primaria ou secunda- ria, congenita, juvenil, senil ou traumatica, para depois se ins- tituir a terapia adequada. Con- vem ressaltar-se que a catarata pode ser uma consequencia re- lativamente comum em animais com oftalmia periodica. Animais que apresentam catarata bilateral em grau avan- <;ado possuem a visao bastan- te prejudicada, distinguindo apenas vultos e chocando-se contra objetos nos testes de avalia<;ao subjetiva de acuida- de visual. o tratamento basicamente consiste no usa de corticos- teroides subconjuntivais e colr- rios c1arificantes, porem 0 tra- tamento medico so fornece al- gum resultado favoravel nos casos iniciais ou quando nao Figura 14.16 Catarata juvenil. Figura 14.17 Catarata p6s-uvefte em cavalo adulto. existe envolvimento heredita- rio, alem de n13.Ose ter com- provat;:13.ocientffica sobre sua eficacia. Cataratas senis, ou em fase de degenerat;:13.oe atrofia do cristalino, devem ser tratadas cirurgicamente extraindo-se 0 cristalino por tecnicas de frag- mentat;:13.oou facoemulsifica- <;13.0.0 animal melhora a vis13.o e tera apenas dificuldade de adaptat;:ao visual ao focar 0 meio ambiente. Excepcional- mente pode-se estudar a via- bilidade de implantat;:ao de len- te intra-ocular. A luxat;:aoe 0 deslocamento do cristalino, que embora pou- co comum, pode ocorrer de ma- neira concomitante ao glau- coma, senilidade, inflama<;6es do trato uveal, anormalidades congenitas e traumatismos. A luxat;:ao pode ser total ou parcial. Quando total, 0 cristali- no pode deslocar-se completa- mente para sua face anterior ou posterior, e quando parcial, ocor- re apenas um ligeiro desloca- mento do seu eixo. 0 processo decorre da ruptura ou atrofia dos ligamentos suspensores do cristalino, fazendo a lente tomar posi<;6es anormais dentro do globo ocular. Quando a luxat;:ao ou 0 deslocamento e anterior, frequentemente ocorrem sine- quias, entre este e a iris, preju- dicando 0 movimento de adap- tac;:aoda pupila. Os sintomas saG bastante face is de serem reconhecidos, uma vez que 0 animal perde a capacidade de adaptac;:aovisual por alterac;:aonos angulos de in- cidencia da luz no cristalino, tra- duzida por um brilho anormal.Raras vezes 0 cristalino pode ser encontrado flutuando livremen- te dentro da camara anterior. Em razao das consequencias que podem surgir, 0 tratamento indicado e a extra<;aodo cristali- no e, quando houver, tratamento da enfermidade primaria. E 0 aumento da pressao in- tra-ocular decorrente de anor- malidades congenitas, trauma- tismos ou enfermidades do glo- bo ocular, como uveite e enfer- midades sistemicas. o aumento da pressao in- tra-ocular acontece em virtude da reduc;:ao do fluxo de humor aquoso entre a camara anterior e a posterior, assim como uma maior produc;:ao de liquido em detrimento da sua absorc;:ao. o glaucoma pode ser origi- nario de afecc;:6es do cristalino, da iris e do trato uveal e e ca- raderizado pela hipertensao in- tra-ocular, edema da cornea e iris, edema de conjuntiva e pal- pebras, pupila dilatada, cristali- no turvo e projec;:ao parcial do globo ocular para fora da cavi- dade orbitaria (buftalmia). Embora a diagnostico seja relativamente simples de ser rea- lizadoatraves do controle da pres- saGintra-ocular por tonometria, 0 tratamento e muito complexo, e o prognostico quanto a cura, re- servado. Drogas diureticas e a instilac;:aode midriaticos podem abrandar 0 desconforto que 0 au- mento da press13.ointra-ocular pode ocasionar. 14.1 O. Perfura~ao do globo ocular. A perfurac;:aodo globo ocular, embora pouco frequente, pode ser causada par traumas violen- tos ocasionados par galpes com bast6es, penetrac;:aode pontas de arame de cabresto improvisado e por estrepada profunda com galhos de arvore au arbustos em pastas sujos e inadequados. Sempre que acontecem, os traumas perfurantes do globo ocular ocasionam les6es graves e apresentam soluc;:aode con- tinuidade da cornea com extra- vasamento do humor aquoso. Quando profundos, podem com- prometer a iris e 0 cristalino,pro- duzindo les6es irreversiveis. A perfurac;:aodo globo ocular sem- pre e acompanhada de invasao baderiana de diffcil controle e tratamento. Devido as graves alterac;:6es decorrentes do trauma, e da in- fecc;:ao que se instala, 0 trata- mento indicado e a enucleat;:ao do globo. Para que seja manti- da a estetica, e possivel a colo- cac;:aode protese ocular confec- cionada especial mente para es- tes casas, na medida certa do diametro do olho enucleado. Sao comuns os carcinomas primarios de terceira palpebra e os sarc6ides; estes se insta- lam primariamente, ou atraves de implante subconjuntival, na c6rnea e na terceira palpebra, proveniente de outras regi6es do corpo. Os carcinomas sao observa- dos como massas vegetantes, extremamente exuberantes que se projetam da terceira palpe- bra e podem invadir a regiao retrobulbar. Sao de rapido cres- cimento e podem comprimir 0 globo ocular para 0 fundo. Por outro lado, 0 sarc6ide palpebral e de crescimento relativamente lento e implantado abaixo da conjuntiva palpebral. Eventual- mente podem aflorar a pele com caracterfstica ulcerativa e de co- lora<;:aoavermelhada, sendo li- sos e brilhantes. A ressec<;:ao dos tumores constitui 0 tratamento eletivo, sendo menos problematica no sarc6ide devido a sua carac- terfstica pouco infiltrativa. Tu- mores peri-orbitarios e palpe- brais de tamanho reduzido po- dem ser tratados com aplica- <;:aode CO2 ou nitrogenio Ifqui- do. Os sarc6ides respondem bem ao tratamento com infil- tra<;:aode BCG. Os carcinomas quase sem- pre recidivam devido a dificul- dade em se retirar toda massa tumoral, a nao ser que ela este- ja comprometendo apenas a terceira palpebra e em sua fase inicial de evolu<;:ao. Figura 14.18 Tarsorrafia pos-enuclea<;8.o. it ~ ~/ '.: I , Figura 14.19 Sarcoide palpebral. Figura 14.20 Carcinoma de terceira palpebra. Figura 14.21 Carcinoma de terceira palpebra. Figura 14.22 Carcinoma invasivo de palpebra, 6rbita e globo ocular.
Compartilhar