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04 - APARELHO LOCOMOTOR (DINÂMICA DA LOCOMOÇÃO, APRUMOS, EXAME CLÍNICO DE CLAUDICAÇÕES E MEDICINA ESPORTIVA EQUINA)

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04
Aparelho Locomotor
dinamica da locomo~ao, aprumos,
exame clinico das claudica~oes e
medicina esportiva eqlHna
Dentre os sistemas e apare-
Ihos que formam a estrutura cor-
p6rea dos equinos, sem duvida
nenhuma 0 aparelho locomotor
e um dos que se revestem de
grande importancia por constituir
o sistema de sustentac;:ao e da
dinamica locomotora.
Como sabemos, sem patas
nao ha cavalos, e em razao des-
ta certeza e que, no decorrer dos
anos, os membros dos equinos
receberam especial atenc;:aona
selec;:aoe evoluc;:aode cavalos
bem-estruturados.
Para que possamos com-
preender e melhor avaliarmos as
alterac;:oespatol6gicas dos mem-
bros dos equinos, bem como de
suas inter-relac;:oescom as qua-
lidades e caracterfsticas do apa-
relho de sustentac;:aoe locomo-
c;:ao,e de extrema valia um co-
nhecimento anatomico basico
para a abordagem das enfermi-
dades. Anatomica e funcional-
mente, os membros dos equinos
formam um conjunto perfeita-
mente harmonico com participa-
c;:aoativa de cada componente.
o esqueleto e 0 arcabouc;:o de
todo 0 corpo do cavalo e e 0 ali-
cerce para 0 sistema de alavan-
ca que as articulac;:oesexercem.
Os musculos atuam como trans-
missores da cinetica do movi-
mento aos tendoes, possibilitan-
do a movimentac;:aode todas as
estruturas que formam e man-
tem a estabilidade da articulac;:ao.
Sob 0 comando do Sistema
Nervoso Central, 0 complexo es-
trutural e funcional dinamico do
cavalo, constitufdo pelos muscu-
los esqueleticos, e dependente
dos sistemas cardiovascular e
respirat6rio, e e capaz de realizar
de maneira natural e instintiva-
mente, ou sob condicionamento,
movimentos como flexao, exten-
sao, aduc;:ao,abduc;:aoe rotac;:ao
dependendo, obviamente, do ti-
po de articulac;:ao.E par meio da
combinac;:aode cada um destes
movimentos que 0 cavalo pode
locomover-se das mais variadas
maneiras e submeter-se as con-
dic;:oesde esforc;:of1sico exigido,
particularmente em situac;:oes
esportivas.
4.2. Dinamica da locomo~o
- andaduras do cavalo.
o conhecimento das andadu-
ras do cavalo e de extrema im-
portancia para que possamos
avaliar as condic;:oeslocomotoras
do animal. De nada adianta de-
sejarmos identificar se 0 cavalo
c1audica de um ou mais mem-
bros, se a manqueira e de eleva-
c;:ao,mista ou de apoio, se nao
conhecermos como este animal
se locomove em condic;:oesnatu-
rais. Alguns grupos bem defini-
dos de afecc;:oesque acometem
os membros dos equinos s6 se
manifestam em determinada an-
dadura, podendo ficar mascara-
dos em outras.
Para 0 que se propoe esta ex-
posic;:ao,e suficiente 0 estudo das
andaduras naturais ao passo,tro-
te, galope e saito, este ultimo por
ser um tipo de trabalho que mui-
to predispoe a problemas trauma-
ticos, principalmente nas estrutu-
ras da regiao distal do membro.
1. PASSO - e caracterizado
como andadura tipo latero-dia-
gonal,simetrica,roladaou marcha-
da,basculada e ha quatro tempos.
Simetrica - Porque as varia-
c;:oesde movimentos de late-
ralidade da coluna vertebral
em relac;:aoao eixo longitudi-
nal da Iinhavertebral do cavalo
saGsimetricas.
Rolada - Porque neste tipo
de locomoc;:aonao existe tem-
po de suspensao, isto e, sem-
pre um dos membros do ca-
valo estara apoiado no chao.
Basculada - Devido a mo-
vimentac;:aovertical - da ca-
bec;:ae pescoc;:odurante a 10-
comoc;:ao.
H<iquatro tempos - Porque
da fase de elevac;:ao ate a
fase de apoio de um deter-
minado membro no solo, po-
demos ouvir quatro batidas
bem nitidas.
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Figura 4.1
Passo do cavalo.
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Ao observarmos um cavalo
ao passo, notamos que a anda-
dura se faz por diagonais disso-
ciadas, isto e,se 0 primeiro mem-
bro a se elevar do solo for 0 ante-
rior direito, 0 segundo sera 0 pos-
terior esquerdo, depois 0 ante-
rior esquerdo e finalmente 0 pos-
terior direito. 0 apoio sempre
ocorre na mesma ordem de ele-
vac;:ao,nao havendo altern ancia
nesta sequencia.
o passo e a andadura mais
favoravel ao sincronismo cava-
lo/cavaleiro, pois a excitac;:aodo
Sistema Nervoso Central do ani-
mal e relativamente pequena en-
quanto 0 sistema muscular esta
francamente tenso, porem sem
que haja grande atividade em ter-
mos de desenvolvimento motor.
Algumas variac;:6escom res-
peito ao passo podem ser ob-
servadas:
Passo medio - Livre, regu-
lar e desembarac;:ado, nao
leva a extensao do corpo do
animal e produz quatro bati-
das bem nitidas.
Passo reunido - 0 cavalo se
desloca resolutamente para
frente, eleva 0 pescoc;:oe si-
tua a cabec;:aquase na verti-
cal. Cada batida toma menos
terreno que no passo medio.
A andadura e marchada, e
as articulac;:6esflexionam-se
mais, e 0 apoio dos membros
posteriores se faz atras dos
membros anteriores e 0 ca-
vale se descobre por tras.
Passo alongado - 0 cavalo
cobre 0 maximo de terreno,
estica 0 pescoc;:oe a cabec;:a
se posiciona a frente da ver-
tical de postura de descanso.
o apoio dos membros poste-
riores ultrapassa 0 dos an-
teriores e 0 cavalo se desco-
bre pela frente.
2. TROTE - E uma andadura por
bipedes diagonais associados,
portanto a dois tempos, onde do
elevarao apoiar de um determina-
do bipede ouvem-se duas batidas.
Simetrica - Devido a sime-
tria dos movimentos de colu-
na em relac;:aoao seu eixo
longitudinal.
Fixada - Devido aos movi-
mentos do pescoc;:o serem
praticamente imperceptiveis.
Saltada - Porque do elevar
ao apoiar de um determina-
do bipede diagonal associ a-
do, existe um tempo de sus-
pensao, isto e, um momento
em que 0 cavalo se encontra
completamente no ar,sem ne-
nhum apoio ao solo.
Devido a estas caracteristicas
e a qualidade de perfeito equi-
Ilbrio mecanico, 0 trote se cons-
titui na melhor andadura para se
realizar 0 exame c1inico do apa-
relho locomotor e para 0 adestra-
mento do cavalo.
Trote curto - Ouando durante
a locomoc;:ao0 animal se des-
cobre por tras ou antepista.
Trate justa ou normal - 0
membro posteriorap6ianosolo
exatamente no mesmo ponto
de apoio do membro anterior,0
cavalo se cobre ou sobrepista
Trote largo - 0 apoio dos
membros posteriores ultrapas-
sa 0 ponto onde os anteriores
apoiaram,0 cavalose transp6e,
se descobre ou transpista.
No trote curto e no trote lar-
go, podemos observar que 0 ca-
valo deixa impresso no solo qua-
tro marcas, sendo uma de cada
membro. No trote justo ou normal,
observamos apenas duas marcas,
sendo uma de cada bipede.
No trote largo, 0 cavalo pode
deslocar a garupa para um lado
fazendo com que 0 membro
posterior passe entre os ante-
riores, para apoiar a sua frente,
ficando desta maneira em posi-
c;:aoobliqua em relac;:aoao eixo
da marcha. Nestas condic;:6es,
desde que a amplitude da loco-
moc;:aoseja grande, teremos um
animal em desequillbrio em re-
lac;:aoao seu eixo de gravidade
e deslocamento. Pode ocorrer
tambem que 0 cavalo eleve ra-
pidamente 0 anterior para dar
passagem ao posterior, desen-
cadeando uma falta de sincro-
nismo de batidas, tanto maior
quanto mais largo for 0 trote, de-
sequilibrando mais ainda 0 ani-
ma/ que corre 0 risco de se al-
canc;:ar,ferindo-se nos tal6es.
AE AD
0',0". . . .'. '.~'X"00
Figura 4.2
Trote do cavalo.
3. GALaPE - Constitui 0 terceiro
tipo de andadura e e caracteriza-
do por assimetria, basculada, sal-
tada e ha trestempos.
Assimetrica - Em virtude
dos movimentos de coluna
em relac;:aoao seu eixo lon-
gitudinal serem assimetricos.
Basculada - Devido aos
amplos movimentos de pes-
coc;:oque 0 animal realiza.
Saltada - Porque ocorre um
tempo de suspensao onde 0
animal se encontra sem qual-
quer contato com 0 solo.
Ha tres tempos - porque do
elevar de um dos membros do
bipede diagonal dissociado,
ou membros do bipede diago-
nal associado, ate seu apoio
no solo,ouvem-se tres batidas.
Galope reunido - E. uma mo-
dalidade em que 0 animal, de-
vido a intensa atividade pro-
pulsora, possui capacidade
de extensa mobilidade corpo-
ral e de comando, sem que
haja diminuic;:aoda capacida-
de impulsora na locomoc;:ao.
Galope alongado - E. obser-
vado quando 0 animal se en-
contra com 0 pescoc;:ocom-
pletamente estendido, ocor-
re aumento da amplitude dos
apoios, 0 cavalo se descobre
ou transpista sem que haja
acelerac;:aoda velocidade.
Galope media - Constitui a
forma intermediaria das an-
teriores, 0 avanc;:oe longo e
produz uma andadura tipica-
mente cadenciada.
Ha tambem 0 galope ha qua-
tro tempos, onde 0 apoio do
bipede diagonal associado nao
se faz simultaneamente, ha uma
batida para cada membro. Esta
forma de galope s6 e admissi-
vel no cavalo de corrida, que
pelo seu excesso de velocida-
de e forc;:ado a apoiar 0 mem-
bro posterior diagonal associa-
do antes do apoio do membro
anterior. Este movimento adicio-
nal faz com que a forc;:apropul-
sora aumente e tenha como re-
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4- TEMPOS
Figura 4.3
Galope do cavalo.
sultante um galope muito mais
longo que 0 normal.
4. SALTa - 0 Saito e um des-
locamento subito do corpo para
cima e para frente, saito de altu-
ra ou saito em distancia, respec-
tivamente, que se insere auto-
maticamente na sucessao das
pisadas do galope.
No momento do apoio do bi-
pede diagonal a base tripodal
anterior, 0 membra anterior do
lado interno nao chega para
frente como no galope. 0 animal
encurva-se e,mediante uma for-
te flexao do corpo na regiao to-
racica, situa os membros poste-
riores embaixo do corpo, elevan-
do a cabec;:ae 0 pescoc;:o.Esta-
mos na primeira fase ou tempo
de preparac;:ao para 0 saito.
Na segunda fase, ou fase de
execuc;:ao,0 corpo levanta-se pri-
meiramente por uma forte ex-
tensao do membro anterior inter-
no sobre os posteriores flexio-
nados, os quais se estendem
com grande energia, lanc;:ando0
corpo do animal para cima do
obstaculo, desta feita com os
membros anteriores flexionados
nas articulac;:6escarpicas.
A fase de abaixamento finalj-
za-se com 0 apoio das duas ex-
tremidades anteriores, sendo
que 0 membro anterior externo,
pouco antes que a do membra
anterior do lade interno da pista.
Neste momento, as articulac;:6es
metacarpofalangicas encon-
tram-se em situac;:aode flexao
dorsal maxima e recebem inten-
sa sobrecarga de retomada ao
solo. Os membros posteriores
flexionados vencem 0 obstaculo;
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as vezes a cabe~a e 0 pesco<;:o
formam movimento de bascula
para tras para frear 0 impulso do
corpo na fase inicial da retoma-
da, reduzindo a sobrecarga so-
bre os membros anteriores.
No final do saito, as extremi-
dades anteriores elevam-se rapi-
damente para deixar espa~o para
os posteriores que tomam con-
tato com 0 solo,elevando-se para
isto, primeira 0 membra anterior
do lado interno da pista. Assim 0
animal encontra-se novamente
no ponto de partida de galope.
Sempre que observamos um
cavalo, quer para sele<;:aogene-
tica, compra, avalia<;:aoda capa-
cidade de trabalho (perform an-
Figura 4.4
Saito do cavalo.
ce), ou para 0 exame c1fnicode
uma determinada afec~ao do
aparelho locomotor, devemos le-
var em conta as caracterfsticas
dos aprumos como fator impor-
tante a ser considerado.
Os aprumos sac praporciona-
dos pelos eixos 6sseos e pelas
angula~6es articulares que os
membros do animal tomam em
rela~ao ao seu corpo e ao solo.
Os aprumos refletem 0 exato
equillbrio harmonico da distribui-
~ao de for~as e do peso para ca-
da um dos membros do cavalo.
Esta distribui<;:aoproporciona es-
tabilidade na condu~ao da sus-
tenta<;:aoe propulsao, permitindo
a realiza<;:aode movimentos com
perfei~ao,elegancia e seguran~a
Para a realiza<;:aodo exame
dos aprumos do cavalo, e neces-
sario que 0 animal esteja tranqui-
10 e apoiado sobre solo firme e
plano. 0 cavalo deve ser adequa-
damente posicionado, estando
alinhados os membros anteriores
e posteriores. Na fase inicial do
exame, a cabe~a deve estar bem
posicionada em rela<;:aoao corpo
e mantida pelo condutor com 0
cabo do cabresto curto.A medida
que a inspe~ao do cavalo evolui,0
cabo da redea deve ser mantido
mais longo, para que 0 cavalo fi-
que descontrafdo e adote atitu-
des e posturas naturais. Sempre
que for necessario,0 condutor do
animal deve procurar restabelecer
a postura e 0 posicionamento,
pracurando corrigir 0 alinhamento
dos membros. Posturas e atitudes
anormais podem revelar altera-
<;:6esnos aprumos ou afec<;:6es
nas estruturas relacionadas a 10-
como~ao.
Para uma inspe<;ao correta
dos aprumos do cavalo, 0 exame
deve considerar a observa<;ao
vista de frente, por tras e de am-
bos os lados.
Visto de frente
Ao tra<;armos uma linha ima-
ginaria que parte da articu-
la<;aoescapuloumeral em di-
re<;aoao solo, esta devera di-
vidir 0 membro em duas par-
tes iguais e tocar no solo
exatamente no ponto medio
da pin<;ado casco.
Vista de tras
A linha imaginaria devera par-
tir das tuberosidades isquia-
ticas, dividindo 0 membro em
duas partes iguais e tocar 0
solo exatamente nos pontos
medios dos tal6es.
Para avalia<;ao do aprumo,
observando-se 0 animal por um
de seus lados, devemos tra<;ar
tres linhas basicas:
A primeiralinhadeverapartir da
articula<;aoescapuloumeral,na
sua por<;aomais anterior, des-
cer paralelamente ao membra
e tocar 0 solo a cerca de 10
centfmetros a frente do casco.
A segunda linha sera tra<;a-
da a partir do ter<;omedio da
escapula, descer em dire<;ao
ao solo e dividir 0 casco, pela
sua face lateral, em duas par-
tes simetricas.
Figura 4.5
Aprumos regulares - vista lateral.
Figura 4.6 Aprumos normais
vistos de frente.
Figura 4.7 Aprumos narmais
vistas de tras.
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• A terceira linha devera partir
do olecrano, descer paralela-
mente ao metacarpo e repou-
sar no solo atras do casco.
Membros posteriores
A avalia<;aodos aprumos nos
membros posteriorestambem tem
como base tres linhas principais:
• A primeira linha devera par-
tir da tuberosidade da tibia,
na sua face anterior, descer
em dire<;ao ao solo, parale-
lamente ao metatarso, e re-
pousar a cerca de 10 centl-
metros adiante do casco.
A segunda linha partira da ar-
ticula<;aocoxofemoral, cruza-
ra a tibia no seu ter<;omedio
e repousara no solo, dividin-
do a face lateral do casco em
duaspartes simetricas .
Figura 4.8
Aprumos normais vistos de
lado - membros anteriores.
• A terceira linha sera tra<;ada
desde a tuberosidade isquia-
tica, descera paralelamente
ao metatarso em toda sua ex-
tensao e tocara no solo atras
do casco.
Aprumos irregulares
As irregularidades observa-
das nos aprumos de um animal
podem ser proporcionadas ou
por defeitos de conforma<;ao
osteomuscular de origem con-
genita, ou adquiridos por vlcios
de postura, cascos mal-apara-
dos, qualidades de terreno em
que 0 animal trabalha e tipo de
trabalho exercido. Tais irregula-
ridades saGfatores que predis-
poem 0 animal a apresentar le-
soes a curto, medio e longo pra-
ZO, dependendo do grau de in-
Figura 4.9
Aprumos normais vistos de
lado - membros posteriores.
tensidade da altera<;ao,alem de
reduzir a capacidade de susten-
ta<;ao e impulsao atraves do
desvio dos eixos de gravidade
ou de aprumos.
Vista de frente
Ouando 0 tra<;ado da linha
que parte da articula<;ao
escapuloumeral tocar 0
solo na face medial do cas-
co, temos 0 que chamamos
de aberto de frente que
pode pisar com as pin<;as
dos cascos para dentro ou
para fora.
Se 0 tra<;ado da linha imagi-
naria, que parte da articula-
<;aoescapuloumeral, tocar 0
solo na face lateral do casco;
temos 0 animal fechado de
frente, que pode pisar 0 solo
com os cascos voltados para
dentro ou para fora.
Se tivermos desvios da arti-
cula<;ao carpica para dentro
ou medial, em rela<;ao a li-
nha escapuloumeral, tere-
mos um animal valgus car-
pico - Qoelhos cambaios).
Nesta situa<;ao tambem os
cascos podem estar voltados
com as pin<;as para fora.
Ouando tivermos desvio
da articula<;ao carpica para
fora ou lateral, em rela<;ao
a linha de aprumo, teremos
um cavalo varus carpico
(joelhos esquerdos), que
podem ser acompanhados
por frente fechada com as
pin<;as dos cascos voltadas
para dentro.
Figura 4.10
Aberto de frente.
Figura 4.12.
Joelhos cambaios - valgus.
Figura 4.11
Fechado de frente
Figura 4.13.
Joelhos esquerdos - varus.
Visto de lado
Ouando 0 trac;:ado da linha
que parte do olecrano descer
em direc;:aoao solo tangen-
ciando 0 boleto, e a linha que
parte do ten;;o medio da es-
capula tangenciar a articula-
c;:aocarpica, devido ao seu
desvio cranial, temos 0 cava-
10 conhecido como curvo ou
ajoelhado;
Se 0 eixo de aprumo escapu-
lar atingir 0 solo na regiao da
pinc;:ado casco, e a linha ima-
ginaria que parte do olecrano
tangenciar a face posterior
da articulac;:ao carpica, to-
cando 0 solo partindo do bo-
leto, teremos um desvio pos-
terior da articulac;:aocarpica,
sendo 0 cavalo conhecido co-
mo transcurvo;
Ouando a linha que parte da
escapula atingir 0 solo adian-
te da pinc;:ado casco, e a linha
que parte do olecrano a ra-
vessar obliquamen eo mem-
bro, tocando 0 solo na face
lateral do talao, devido ao
membro se posicionar como
um todo paratras e 0 corpo se
prajetar para frente, temos 0
cavalo debruc;:ado;
Se 0 eixo que parte da articu-
lac;:aoescapuloumeral atingir
o solo, dividindo 0 casco em
duas partes, e a linha que par-
te da escapula atravessar obli-
quamente 0membra, tocando
o solo atras do casco devido
ao membro se posicionar co-
mo um todo para frente, e 0
corpo se prajetar para tras, te-
mos 0 cavalo estacado ou
acampado de frente.
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Figura 4.14
Curvo.
Figura 4.15
Transcurvo.
Figura 4.17
Estacado.
Figura 4.16
Debruyado.
Figura 4.18
Aberto de tras.
Figura 4.19
Fechado de tras.
Figura 4.21
Jarretes abertos -varus.
Figura 4.20
Jarretesfechados- valgus.
Vista par tras
Se 0 eixo que parte da tubero-
sidade isquiatica tangenciar a
face medial do calcaneo, tere-
mos 0 animal aberto de tras.
Quando 0 eixo de aprumo tan-
genciar 0 calcaneo junto a fa-
ce lateral, teremos 0 animal
fechado de tras.
Quando os calcaneos situa-
rem-se para dentro do eixo,
teremos 0 valgus tarsico ~ar-
retes fechados). Esta altera-
c;:aopropicia ao animal ter
um apoio de cascos com as
pinc;:asvoltadas para fora.
Se os calcaneos situarem-se
para fora do eixo isquiatico,
Figura 4.22
Avanc;ado de tras.
teremos 0 varus tarsico ~ar-
retes abertos), 0 que obriga
o animal a ter um apoio de
cascos com as pinc;:asvolta-
das para dentro.
Vista de /ada
Quando 0 eixo trac;:adoda ar-
ticulac;:aocoxofemoral tocar 0
solo atras do casco, tangen-
ciando 0 calcaneo, e a linha
que parte da tuberosidade da
tibia repousar no solo, dividin-
do 0 casco em dois, temos 0
animal avanc;:adode tras.
Se 0 eixo femoral tocar 0 solo
a frente do casco, e a linha is-
quiatica atingir 0 solo, dividin-
do 0 casco em dois, teremos
o cavalo plantado de tras.
Figura 4.23
Plantado de tras.
4.4. Exame c1inico
das c1audica~oes
em geral.
A definic;:aoc1assicadas c1au-
dicac;:6es e a de que estas se
constituem em transtorno estru-
tural ou funcional, caraderizado
pela desarmonia em um ou mais
membros, e manifestando-se,
particularmente, em movimento,
como consequencia de altera-
c;:6esdiversas, gerando no ani-
mal perturbac;:ao nas estruturas
envolvidas na locomoc;:ao.
o palavra c1audicac;:ao nao
significa propriamente uma a-
fecc;:ao,mas sim um conjunto de
sinais que podem caraderizar
uma entidade nosol6gica espe-
dfica ou de alterac;:6es que po-
dem acometer em conjunto, di-
versas estruturas e sistemas re-
lacionados com a locomoc;:aodo
cavalo.
Dentre as afecc;:6es exter-
nas dos equinos, as c1audica-
c;:6esrepresentam aproximada-
mente 75%; sendo que, destas,
aproximadamente 33% saD
dos tend6es e bainhas, 30%
das articulac;:6es, 20% dos pes,
12% dos ossos e 4% de vasos
e nervos. Estes percentuais po-
dem se modificar na dependen-
cia da faixa etaria do animal e
da modalidade de trabalho que
executa.
Assim como outra afecc;:6es
que acometem os caval os, as
c1audicac;:6es podem ser de-
sencadeadas por ac;:aomultifa-
torial, que, ao interagirem, de-
sencadeariam 0 quadro clau-
dic6geno.
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HEREDITARIOS INFECCIOSOS
CLAUDICAC::OES/
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AMBIENTAIS NUTRICIONAIS
A. Classifica~oes das
Claudica~oes
Para melhorentendimento
etiopatogenico e das caracterfs-
ticas c1fnicas das c1audicac;:6es,
podemos c1assifica-las confor-
me abaixo:
1. Quanto a etiologia: inflama-
t6rias; mecanicas e devido a
paralisias motoras.
2. Quanto ao grau
• Grau I. Transtorno motor
discreto, exige muita aten-
c;:aopara ser observado.
• Grau II. Animal c1audica,
porem apoia 0membro afe-
tado ao solo
• Grau III. Animal c1audica
apoiando 0 membro afe-
tado ao solo com muita di-
ficuldade.
• Grau IV.Animal nao apoia 0
membra ao solo e pode ter
muita dificuldade para iniciar
a locomoc;:ao(relutancia).
• Grau V. Decubito devido a
impossibilidade de se sus-
tentar sobre os membros.
3. Quanto a apresenta<;:8.o
•Subitas: Evoluc;:ao aguda,
sac intensas desde 0 infcio
dos sinais.
• Lentas: Evoluem vagorosa-
mente apresentando ten-
dencia a cr6nificac;:ao
• Recidivantes: Depois de
cura temporaria ou aparen-
te, voltam ase manifestar em
geral com caracterfsticas
diferentes.
4. Quanto a regi8.o afetada
Zootecnicamente podemos
considerar que 0 animal apre-
senta c1audicac;:aodo pe; do jar-
rete; da canela; da escapula; do
boleto; da coluna vertebral; da
bacia etc., conforme a regiao
acometida.
5. Quanto a evolu<;:8.O:podem
ser agudas ou cr6nicas.
6. Quanto a manifestaQ8.a:
• Contfnuas: quando a inten-
sidade da c1audicac;:aonao
sofre variac;:aocom 0 exer-
cicio ou repouso do animal.
• Remitente: quando a claud i-
cac;:aomelhora com 0 exer-
cicio ou com 0 repouso.
• Intermitente: quando a c1au-
dicac;:aodesaparece ou retor-
na com 0 exercfcio ou com 0
repouso:
Ainda quanta amanifestac;:ao,
as c1audicac;:6espodem ser:
• A frio: manifesta-se com 0
repouso e desaparece com
o exerclcio.
• A quente: ficam mais inten-
sas com 0 exercfcio e s6 de-
saparecem com 0 repouso
prolongado do animal.
7. Quanto a natureza:
• Manqueira de apoio: mani-
festa-se ou agrava-se no
momento que 0 animal apoia
o membro ao solo, sendo
mais intensa em terrenos
duros.
• Manqueira de eleva<;:8.a: ma-
nifesta-se ou se agrava no
momento que 0 animal ele-
va 0 membra do solo para a
locomoc;:ao,podendose apre-
sentar com caracterfsticas
mais intensa quando 0 ani-
mal saltaobstaculos ou loco-
move-se em terrenos fofos,
com baixa densidade.
• Mistas: manifesta-se duran-
te as duas condic;:6esante-
riores.
7. Quanto as causas
As c1audicac;:6espodem ser
congenitas e adquiridas e decor-
rentes de processos inflamat6-
rios; traumatismos; infecciosas;
metab6licas; musculares; tendf-
neas; nervos; circulat6rias; meca-
nicas; parasitarias; neoplasicas
ou multifatorial.
8. Quanta a predisposi<;:8.o
Sao condic;:6espredisponentes
no desencadeamento das c1au-
dicac;:6esos aprumos anormais
dos membras; a ma conformac;:ao
dos pes (finos, chatos, parede do
casco delgada, grau higrametrico
do casco etc.); 0 tipo de servi<;:o
que 0 cavalo executa; idade e trei-
namento inadequado; os diversos
tipos de terrenos e sua densida-
de; as ferraduras inadequadas ou
mal colocadas; 0 manejo nutricio-
nal deficiente ou a superalimen-
ta<;:ao;0 manejo higienico-sanita-
rio precario;a hereditariedade etc.
9. Quanto a determinayao das
claudicayoes:
• As que determinam sensa-
<;:oesdolorosas no membros
ou em regi6es circunvizinhas.
·Obstaculos mecanicos ou
funcionais nos ossos, ar-
ticula<;:6es, tend6es e nos
ligamentos.
• Paralisiascom les6esmuscu-
lares ou de nervos motores.
B. 0 cli"nico perante
o paciente
o diagn6stico c1lnicodas c1au-
dica<;:6esdos cavalos constitui-se
em um trlplice problema, e, desta
forma, 0 medico veterinario fre-
quentemente necessita realizar
um exame investigativo com me-
todologia cientlfica, perspicacia,
muita paciencia e 0 atendimento
aym protocolode exameque con-
tenha todas as informa<;:6esper-
tinentes ao meio ambiente em
que 0 animal vive, seu manejo e
caracterlsticas das afec<;:6escau-
sadoras de c1audica<;:ao.
E necessarioque seja definido:
1. Qual 0 membra c1audicante.
2. Qual a sede da lesao au da
afecyao.
3. Qual a natureza au afecyao
que esta acometendo a
animal como causa da
claudicayao.
Para a solu<;:aodo primeira
problema, devemos considerar:
1. Anamnese
A anamnese deve levar em
conta, principalmente, a inlcio e
evolu<;:aoda manqueira, causas
provaveis, comportamento das
fun<;:6esmotoras, tratamentos ja
realizados e resultados.
Na maioria das vezes a mem-
bra c1audicanteja vem identifica-
do pelo proprietario, tratador au
treinador do animal. Quanta esta
informa<;:aonao esta disponlvel,
e comum que tenhamos como
resposta que "0 animal esta de-
sequilibrado ou se defendendo".
Nestas situa<;:6es,a estudo das
caracterlsticas da cinematica 10-
comotora auxilia em muito a de-
termina<;:aodo membro que c1au-
dica. Imagens em video sac ex-
tremamente uteis, quando apre-
ciadas em camara lenta, para a
interpreta<;:ao dos diversos as-
pectos que caracterizam os va-
rios tipos de andamento e seus
padr6es fisiol6gicos.
2. Exame do animal
Deve ser realizado na seguin-
te sequencia:
1. Inspeyao em repouso.
2. Inspeyao em movimento.
3. Exame objetivo.
4. Exames complementares.
Sede da Lesao
Para a determina<;:aoda sede
da afec<;:ao,proceda da seguin-
te maneira:
Anamnese rememorativa:
ratificar as aspectos abaixo:
• Evolu<;:ao.
• Causas mais provaveis.
• Tipo de Manqueira.
• Manqueira a frio ou a quente.
• Uso de ferraduras.
Atitudes do membra au ex-
plorayao funcional:
• Posi<;:aoem rela<;:aoao solo
e ao corpo do animal (flexao,
extensao, adu<;:ao,abdu<;:ao
e rotacionado.
• Tipo de apoio utilizado (pin-
<;:a,tal6es, quartos).
Progressao do passo:
• Distancia: curta au longa.
• Arco de avan<;:o(eleva<;:ao):
alto ou baixo .
• Trajet6riado passo: para fora
ou para dentro.
Sintomas locais:
• Aumentos de volume.
• Sensibilidade local.
• Aumento ou redu<;:aodatem-
peratura.
• Movimentos anormais ativos
e passivos.
• Odores anormais.
• RUldos anormais.
Provas particulares: relacionadas
a estatica e dinamica da atitude
funcional do membro enfermo:
Aprumo for<;:ado:Erquimento
de membra (apoio contrala-
teral for<;:ado).
Prava da rampa ou da cunha
de Lungwitz: Les6es nos se-
sam6ides e face posterior do
casco.
Prova da flanela: bandagem
de flanela sob pressao alivia
a c1audica<;:aonos casos de
exostose do metacarpo du-
rante a fase de forma<;:ao.
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Prova do esparavao.
Movimentos passivos de fle-
xao,extensao,adu~ao,abdu-
~ao, rota~ao e tra~ao.
• Anestesias local e regional.
OBS.: nas formas agudas de
c1audica~ao,as provasanat6micas
e funcionais podem resolver0 se-
gundo problema,ao passoque nas
formas cr6nica,faz-se necessario,
na maioria das vezes, a utiliza~ao
de bloqueios anestesicos.
Determinada atraves do co-
nhecimento do rol de afec~6es
clinico-cirurgica, dos ossos, liga-
mentos, articula~6es, musculos,
tend6es, vasos, nervos, metab6-
licas etc., tratadas nos capitulos
espedficos.
C. Exame e interpreta~ao
cllnica das claudica~oes
o exame do animal, quer em
repouso quer em movimento,
sempre deve ser realizado em lo-
cal plano e livre de ocorrencias
que possam interferir com 0 com-
portamento do animal. Observe-
o pelos quatro pontos cardiais
(pela frente, por tras, pelo lado di-
reito e pelo lado esquerdo), em
repouso e em movimento.
a. Inspeyao - Observar:
• Atitudes e posturasanormais.
• Inflama~6es, solu~6es de
continuidade, aumentos de
volume.
• Altera~6es de colora~ao da
pele.
• Simetria, aprumos e ponto
de apoio dos membros.
b. Palpayao:
• Direta (com a mao).
• lndireta (com instrumental).
• Temperatura (inflama~6es,
gangrenas e interrup~ao da
circula~ao).
• Sensibilidades superficial e
profunda, cutanea, dos ten-
d6es e ligamentos, e das
articula~6es.
• Movimentos passivos:flexao,
extensao, adu~ao, abdu~ao,
rota~ao, tra~ao.
• Temperatura local e pulso
arterial.
c. Audiyao: ruidos crepitantes,
fraturas, roces ou enfisemas.
d. Olfayao: processos supu-
rativos e gangrenosos (gan-
grena umida e dermovilite
exsudativa).
2. Emmovimento:
a. Inspeyao: 0 animal deve ser
observado pelos quatro pon-
tos cardeais no passo, no tro-
te, e no galope, em pista reta
e redondel e em solos de tres
consistencias diferentes, co-
mo por exemplo: cimento, gra-
ma, areia (fofa).
o trote constitui-se no melhor
andamento para observa~ao de
claudica~6es.
Neste sentido:
o membro que claudica se
eleva ou apoia em abdu~ao
nos problemas externos e da
regiao inguinal; ou 0 membro
se eleva ou apoia em adu<;ao
em les6es externas.
o cavalo apoia 0 membro s6
com a pin~a,talao, face lateral
ou medial do casco, conforme
a sede da afec~ao, contra-la-
teral aomodo de pisar(defesa).
Casco mais elevado do solo:
principalmente na flexao es-
pasm6dica do membro (har-
pejo) e na osteoartrite tarsica
(esparavao) .
Apoio cuidadoso do membro:
nos proc$SSOSdolorosos do
interior do casco ou superfi-
cie volar (contusao da sola,es-
trepada, abscesso solear, fra-
tura da falange distal);
• Apoio e eleva~ao rapidas: na
flexao espasm6dica e nas
afec~6es dos tend6es, dos
musculos.
Flex6es articulares incomple-
tas: nas anquiloses ou pro-
cessos articulares; ou flexao
mais ampla nas roturas de li-
gamentos.
Movimentos de eleva<;ao e
abaixamento de cabe<;ae da
pelve: nas diversas manquei-
ras de manifesta~ao intensa.
A eleva<;ao da cabe<;a e da
bacia coincide com a eleva-
<;aoou 0 apoio do membro,
deslocando 0 ponto de apoio.
A cabe<;ase eleva sincronica-
mente no apoio do membro
comprometido por afec<;aona
regiao distal (manqueira bai-
xa), e se eleva na eleva~ao do
membro comprometido por
afec<;ao na regiao proximal
(manqueira alta)
Deslocamento do corpo para
o lado nao comprometido.
Dificuldade para iniciar a
marcha.
Passos curtos e rapidos dos
membros anteriores nos ca-
sos de laminite.
Incoordenac;ao motora pos-
terior: nas les6es do Sistema
Nervoso Central, ossos da co-
luna, ossos da pelve e nas
mieloencefalites.
Manqueira
• baixa: passo longo. Com-
prometimento de estrutu-
ras situadas do terc;o me-
dio do 1110o. metacarpico ou
metatarsico, ate a extremi-
dade distal do membro.
• alta: passo curto. Com pro-
metimento de estruturas
situadas no terc;o proximal
dos membros anteriores e
posteriores.
• mista: nao ha diferenc;a.
Ouando 0 acometimento for
da regiao situada entre 0 ter-
C;O medio do radio e ulna ate
o terc;omedio do metacarpo
nos membros anteriores, e
do terc;o medio da tibia e fi-
bula ate 0 terc;o medio do
terceiro o. metatarsico, nos
membros posteriores.
Tipo do terreno e da pista
• Duro: intensifica as manquei-
ras de apoio.
• Mole (fofo): intensifica as
manqueira de elevac;ao.
• Redondel:intensificaasman-
queiras quando 0 membro
afetado estiver situado inter-
namente ao raio da pista, e
agrava-se, ainda mais,quan-
to menor for este raio.0 exa-
me pode ser iniciado com
uma guia de cerca de 8 me-
tros de comprimento e dimi-
nuida, paulatinamente, em 1
metro a cada procedimento.
b. PalpaQaoconcomitante: cre-
pitac;ao quando ao passo.
c. AudiQao: rUldos em geral; no
passo, 0 rUldo do membro
c1audicante e mais abafado
que 0 contra-lateral sadio, e
crepitante nos casos de fratu-
ras do osso coxal. 0 rUldopo-
de tambem ser audlvel com 0
uso de estetosc6pio.
OBS.: reexaminar 0 animal em
repouso ap6s a realizac;aodo exa-
me em movimento.
3. Exames complementares
Punc;6es diagn6sticas (ava-
liac;6es dos aspectos flsicos
e laboratoriais).
Bloqueios anestesicos (exa-
minar novamente em repou-
so e exercfcio).
Raios-X (simples e contras-
tados).
Ultra-sonografia.
Termografia.
Esteira de alta perfomance
(avaliac;ao ergometrica).
Outros.
PROTOCOLO DE CLAUDICAvAo
LOGOTIPO DA CLiNICA OU DADOS DE IDENTIFICAC;AO DO PRO FISSIONAL
Data _/_/_/ R.G.: Nome do animal: _
Ra9a: -----
Nome do proprietario: _/_-------------------------
Enderec;:o: _
Telefone de contato: _
Hist6ria c1inica
Responsavel pelas informac;:6es: ( ) proprietario
Manejo do animal: ( ) estabulac;:ao permanente
( ) pasto exclusivamente
Uso do animal (trabalho): ( ) infcio do treinamento
( ) provas de aptidao
Mudanc;:a do tipo de trabalho (treinamento)? Oual? _
Alimentac;:ao : tipo de capim disponfvel _
( ) tratador
( ) semi estabulado
( ) "creeper"
( ) enduro ( ) saito
- Oual? _
( ) medico veterinario
( ) cocho no pasta
( ) corrida ( ) sela
( ) outro
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Verde / feno: Sal mineral: _
E: fornecida suplementa<;ao vitaminica ou promotor de crescimento? Oual? _
Vermifugac;:ao: _
Vacinas: _
Oueixa de c1audica<;ao do membro: ( ) MAD
Ocorreu a/gum trauma (acidente) com 0 animal?
Caso positivo, descreva: _
( ) MAE
( ) sim
( ) MPD () MPE
( ) nao
o animal c1audica ha quanto tempo? _
Ja apresentou c1audica<;ao anteriormente?
Caso positivo, descreva: _
) de manha () apos exercicio
) piora com 0 exercicio
( ) melhora com 0 exercicio
( ) indiferente
Notou aumento de volume ou deformidades em algum membro?
Caso positivo, qual 0 local? _
o processo: ( ) aumentou () diminuiu () estabilizou
Houve drenagem expontanea ou provocada de material: () sangue () pus () seroso
Foi elaborada alguma hipotese diagnostica?
Caso positivo, qual? _
Foi realizado algum tipo de tratamento? ( ) sim () nao
Caso positivo, quais medicamentos foram utilizados, dose, tempo: _
Foi realizado repouso?
Houve melhora?
( ) sim
( ) sim
( ) nao
( ) nao
Caso positivo, par:
( ) piorou
Frequencia de casqueamento e ferrageamento: _
Realizado par: _
o animal nasceu com alguma alterac;:ao de aprumos?
Caso positivo, qual? _
o animal ja foi submetido a cirurgias corretivas?
Caso positivo, qual? _
1. Animal em repouso
Ferrageamento: ( ) sim ( ) nao
Tipo de ferradura: _
Alterac;:oes de Aprumos
Visto de frente: _
Visto de tras: _
Visto de lado (direito e esquerdo): _
Eixo podofalangico: _
Nivelamento e balanceamento do pe: _
Posturas anormais:
Existe solu<;:aode continuidade da pele?
Atrofias museu lares:
Aumentos de volume: () sim () nao
2. Animal em movimento
Reluta iniciar 0 andamento:
Caracterfstica do andamento:
Apresenta c1audica<;:aoao:
( ) sim () nao
( ) marchador () trotador () outros: _
( ) passo () trote () galope () MAD
( ) MPD () MPE
Caracterfstica da c1audica<;:ao:( ) eleva<;:ao ( ) mista () apoio ( ) complementar
Caracterfstica da fase de eleva<;:ao: _
Caracterfstica da fase de avan<;:o: _
Caracterfstica da fase de apoio: _
Distancia do apoio: () aumentada () diminufda () sem altera<;:ao
Interferencias observadas: _
Movimentos anormais de cabe<;:a/ pesco<;:o(batida de cabe<;:a):
Movimentos anormais de coluna: _
Movimentos anormais da pelve e dos membros posteriores: _
Exacerba<;:ao da c1audica<;:aoap6s movimentos e posturas sob esfor<;:o: () sim () nao
Caracterfsticas: _
Movimentos em redondel: () membro direito (sentido horario) () membros esquerdo (sentido anti-horario)
Caracterfsticas: _
Exacerba<;:ao da c1audica<;:aoem solo: ( ) duro
Movimentos em esteira de alta velocidade ( ) sim
A c1audica<;:aoestave presente no exame na esteira
Esteira na horizontal () Esteira com aclive ( )
Velocidade em que apresentou c1audica<;:ao: _
Tempo,.-deexercfcio na esteira: _
Caracterize 0 quadro da c1audica<;:ao: _
( ) arenoso) () grama () pedra( ) nao
( ) sim ( ) nao
Quantos graus? _
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Foram realizadas filmagens dos testes em esteira: () sim () nao
Foram realizados exames ergometricos e complementares
(avalia<;:6es respirat6ria, cardiovascular, hemogasometricas e laboratoriais de sangue) () sim () nao
Oescreva os resultados: _
Exames objetivos
Temperatura local: () aumentada () diminuida () normal
Reflexos cutanea e muscular: () hiperreflexia () hiporreflexia () normal
Oescrever regiao e estruturas: _
Sensibilidade local (dor): () aumentada () diminuida () normal
( ) profunda por movimentos: ( ) passivo
Movimentos pasivos: () adu<;:ao () abdu<;:ao () rota<;:ao () flexao
Caracterize: _
( ) superficial
( ) ativo
( ) extensao
Ruido de crepta<;:ao: () sim () nao
Estrutura (descrever): _
Ruido de roce articular: ( ) sim () nao
Realizada pun<;:6es? () sim () nao
Caso positivo, caracterizar a estrutura puncionada: _
Oescrever caracterlsticas f1sicas do material drenado _
Encaminhamento laboratorial: () sim () nao
Exames complementares
Bloqueio anestesico da regiao: _
Houve melhora do quadro de c1audica<;:ao? () sim () nao
Raios-X: _
Ultra-sonografia: _
Termografia: _
Artroscopia: _
Outros: _
Suspeitas diagn6sticas:
1. _
2. _
3. _
Tratamentos instituidos:
Conservativo: _
Cirurgico: _
Progn6stico:
Quanto a vida:
Quanto a fun<;:aomotora: _
Observa<;:6es gerais: _
Nome _
4.5. Medicina esportiva
eqUina e protocolos
de avalia~ao de
desempenho atletico
de cavalos em esteira
de alta performance.
Em complementa<;:ao aos
exames convencionais do apa-
relho locomotor dos equinos, os
testes em esteiras de alta per-
formance se constituem em fer-
ramenta de grande utilidade na
avalia<;:aodo membra c1audican-
te, da sede da lesao e das carac-
terfsticas c1inicas da manqueira,
para a elabora<;:aode diagn6sti-
co seguro.
Desde a antiguidade 0 ho-
mem vem desafiando sua capa-
cidade ffsica, objetivando cada
vez mais a supera<;:aode marcas
de velocidade e da capacidade de
resistencia, como desafio a natu-
reza do organismo humano.
A atividade atletica, como de-
safio a capacidade ffsica do ho-
mem, como a conhecemos nos
dias de hoje, iniciou-se efetiva-
mente com osjogos Olfmpicos na
Grecia, e tem demonstrado que
a tenacidade, 0 desafio e 0 conhe-
cimento dos diversos fen6menos
metab61icosligados a fisiologia do
exercfcio podem contribuir para
o aperfei<;:oamentode tecnicas de
prepara<;:aocom vistas a uma per-
formance que poderfamos dizer,
sem Iimites.
o improviso e a falta de me-
todos cientfficos de condiciona-
mento e de prepara<;:aocom ati-
vidades ffsicas desastrosas, ate
na atualidade, tem retirado defi-
nitivamente de competi<;:6es,atle-
tas e figuras promissoras nas di-
versas modalidades esportivas.
Sob 0 ponto de vista hist6ri-
co, a aten<;:aocientffica sobre os
diversos mecanismos organicos
ligados ao esfor<;:offsico e as al-
tera<;:6esfisiol6gicas que ocorrem
durante 0 transcorrer do exercf-
cio em humanos, iniciou-se por
volta de 1920, quando foram rea-
lizados estudos objetivando 0 co-
nhecimento das possfveiscausas
bioqufmicas e fisiol6gicas que le-
vavam a graves manifesta<;:6esde
fadiga durante e ap6s 0 exercf-
cio. Entretanto, tao somente na
decada de 60 e que foram reali-
zadas pesquisas com metodolo-
gia cientffica, estabelecendo-se
uma nova area de conhecimento
medico denominada medicina
esportiva, que evoluiu como cien-
cia do exercfcio no meio cientffi-
co internacional. Tanto isto e real,
que muitas das marcas atleticas
anteriores ha esta decada foram
superadas por atletas dos pafses
que desenvolveram tecnologias e
metodos cientfficos de avalia<;:ao
da fisiologia e da fisiopatogenia
do exercfcio, como os EUA e al-
guns pafses do leste europeu.
estimulando a pesquisa nesta
area de conhecimento medico.
que recebe vultosas quantias em
recursos financeiros. Outra as-
peeto a ser levado em conside-
ra<;:ao,referente ao conhecimen-
to da fisiologia e da fisiopatologia
do exercfcio, e a crescente preo-
cupa<;:aoda comunidade cientf-
fica e da popula<;:ao em geral,
com a melhoria da qualidade de
vida, mantendo um organismo
saudavel e livre do empirismo
atletico danoso, atraves de ativi-
dades ffsicas orientadas e res-
paldadas no conhecimento da
capacidade do organismo. Isto s6
se torna possfvel conhecendo-se
a fisiologia e a habilidade de res-
posta as exigencias do exercfcio
contralado e da atividade atleti-
ca desafiadora.
Seguindo a mesma linha de
indaga<;:aocientffica da atividade
Figura 4.24
Avaliac;;aolocomotora em esteira de alta performance.
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f1sica e atletica do homem, os
eqi.iinos, importantes como meio
de transporte e de trabalho des-
de os tempos mais remotos, fo-
ram submetidos a estudos sobre
a fisiologia do exerdcio em 1934
par Procter et aI., objetivando 0
conhecimento do metabolismo
energetico, em particular no que
se referia aos fen6menos decor-
rentes do trabalho realizado por
cavalos de tra<;:ao,Pode-se con-
siderar os estudos de Procter et
al. (1934) como 0 primeiro mar-
co no conhecimento da fisiologia
do exerdcio nos eqi.iinos, So-
mente muito tempo depois, nas
decadas de 50 e 60 com Irvaine
(1958) e Pearsson (1967),e que
foram realizados estudos sobre
as altera<;:6eshematol6gicas re-
lacionadas ao exerdcio, estudos
estes que se constituiram no se-
gundo marco da medicina espor-
tiva eqi.iina,
o terceiro marco da medici-
na esportiva eqi.iina ocorreu na
decada de 80 com Irves (1983)
e Swan (1984), que publicaram
livros sobre treinamentos de ca-
valos, que tinham por base a apli-
ca<;:aode protocolos simples que
exaltavam as possibilidades de
sucesso atletico, sucessos esses
que na pratica nao se confirma-
ram devida a falta de embasa-
mento cientifico e de conheci-
mentos mais profundos de me-
todologia cientlfica aplicada,
o quarto marco do conheci-
mento da medicina esportiva
eqi.iina,com base cientifica, ocar-
reu no final da decada de 80 ate
o inicio do novo milenio, quando
foram desenvolvidos estudos
que uniram os conhecimentos da
fisiologia em geral, notadamen-
te da biodinamica dos cavalos,
da bioquimica da energia, do sis-
tema cardiocirculat6rio, do siste-
ma respirat6rio, do sistema ner-
voso, do sistema musculo-es-
queletico, da genetica e da sau-
de animal. Este complexo qua-
dro de conhecimentos foi inter-
ligado e desenvolvido a favor da
fisiologia do exerdcio, e, conse-
qi.ientemente, do conhecimento
das aptid6es atleticas dos cava-
los, por equipes multidisciplina-
res, destacando-se os trabalhos
de Bayly (1989); WAGNER et
al. (1989); Seeherman & Morris,
(1990); Art & Lekeux, (1993);
Rose e Hodgson (1994); Der-
man & Noakes, (1994); Evans
et aI., (1995); Mckeever & Hin-
chcliff, (1995); Christley et al.
(1999); Katz et al.(1999); Ro-
berts et al. (1999); O-Ooster-
baan & Clayton, (1999); GOETZ
et aI., (2001); MANOHAR et al.
(2001) e Marlin (2001), e no
Brasil por Meirelles e por Fernan-
des (1994), entre muitos outros
produzidos por pesquisadores da
medicina esportiva eqi.iina,
Atualmente, sabe-se da ine-
xistencia de metod os simples
para proporcionar 0 sucesso
atletico em cavalos, uma vez que
ha a necessidade de uma com-
plexa intera<;:aodas avalia<;:6es
dos sistemas musculo-esquele-
tico, nervoso, respirat6rio e car-
diovascular, para a obten<;:aodo
maximo desempenho, Assim
sendo, a capacidade e a integri-
dade destes sistemas frente ao
exerdcio representam um indice
substancialmente importante na
determina<;:ao do potencial de
performance, de forma que, pes-
quisas forneceram a oportunida-
de da uti Iiza<;:aode metodos mo-
demos de avalia<;:6ese progra-
mas de treinamento do cavalo
pelos proprietarios, treinadores e
medicos veterinarios,
E de suma importancia que
se destaque que os conheci-
mentos obtidos, assim como os
prindpios utilizados na ciencia
do exerdcio em humanos, nem
sempre saG possiveis de serem
aplicados para 0 treinamento de
eqi.iinos, uma vez que os treina-
dores de atletas humanos con-
tam com 0 relato objetivo do
atleta, das sensa<;:6ese das difi-
culdades encontradas durante
o transcorrer do exerdcio. Infe-
lizmente, para os treinadores de
cavalos e os pesquisadores da
medicina esportiva eqi.iina, esta
inter-rela<;:ao direta nao ocorre,
estando na dependencia de re-
latos das sensa<;:6esdo ginete
e da observa<;:aoda psique e do
comportamento atletico dos ca-
valos, Em razao dessas peculia-
ridades, e improvavel que pro-
gramas e protocolos utilizados
em treinamento possam aten-
der a especificidade necessaria
para cada cavalo. Ha que se
considerar que, atletas de alto
desempenho, sejam eles huma-
nos ou cavalos, quase sempre
saG compelidos a se exercita-
rem pr6ximos ao limite entre 0
maximo de esfor<;:o suportavel
pelo seu organismo e 0 excesso
de treinamento.
Fatores ligados ao
desempenho atletico
Independentemente da ativi-
dade esportiva ou da especie, a
habilidade atletica e determina-
da por quatro fatores principais:
Genetica.
Ambiente.
Saude.
Treinamento.
Destes quatro fatores, de-
po is dos fatores geneticos, 0
treinamento seria a variavel mais
importante para determinar 0
sucesso desportivo do atleta
higido. Neste sentido, os progra-
mas de treinamento de equinos
devem objetivar os seguintes
aspectos:
1. Aumentar a capacidade do
caval a ao exercicio.
2. Aumentar a tempo de inicio
das manifestayoes de fadiga.
3. Aumentar a desempenho,
pelo aumento:
1. da destreza.
2. da forc;a.
3. da velocidade.
4. da resistencia.
4. Diminuir os riscos de lesoes.
Respostas do organlsmo
ao exercfcio
Func;ao cardfaca
As mensurac;6es da frequen-
cia cardiaca durante 0 exerdcio
em cavalos atletas sac emprega-
das para quantificar a intensida-
de da carga de trabalho, monito-
rar 0 condicionamento flsico e
para estudar os efeitos do exer-
dcio sobre 0 sistema cardiovas-
cular. 0 sistema cardiovascular
responde ao exerdcio com acen-
tuado aumento da frequencia car-
diaca, da forc;a de contrac;ao, do
volume sist61icoe do debito car-
diaco. Estas respostas cardiovas-
culares sac rapidas e concomi-
tantes a venoconstricc;ao e vaso-
dilatac;ao arterial para um traba-
Iho muscular adequado as exi-
gencias do exerdcio.
Durante a atividade flsica,
observa-se um aumento linear
da frequencia cardiaca, propor-
cional ao aumento da velocida-
de de exerdcio ate atingir valo-
res de 210 bpm, e frequente-
mente atinge um valor maximo,
o qual nao se eleva mesmo com
o aumento da intensidade de
trabalho, caracteristica esta de-
nominada de frequencia cardia-
ca maxima (Fe .), que para
max
cavalos de corrida situa-se em
tomo de 240-250 bpm.
A mensurac;ao da velocida-
de de exerdcio na qual a fre-
quencia cardiaca atinge 0 valor
de 200 bpm, que corresponde
ao V200, disponibiliza informa-
c;ao util para avaliar a capacida-
de de trabalho aer6bico de ca-
valos, e possui boa correlac;ao
com 0 consumo maximo de oxi-
genio (V02 ) nos testes em
max
esteira de alta velocidade. En-
tretanto, a frequencia cardiaca
maxima nao se altera com a
condic;ao de treinamento, de
forma que a velocidade na qual
e obtida pode ser maior em ani-
mais com melhor condiciona-
mento e menor naqueles que
apresentam, por exemplo, doen-
c;a pulmonar obstrutiva cranica,
hemorragia pulmonar induzida
por exerclcio ou enfermidade
cardiaca. A elevac;ao do V200
durante 0 treinamento sugere
um aumento do maximo poder
aer6bico e a sua diminuic;ao
pode sugerir perda de condicio-
namento cardiovascular, enfer-
midade pulmonar ou cardiaca,
ou a presenc;a de claudicac;ao.
Func;ao respirat6ria e
hemogasometria
Tanto em humanos quanto
em cavalos, no ar expirado du-
rante 0 exerclcio podem ser
mensurados os conteudos de
oxigenio e di6xido de carbono,
possibilitando, dessa forma, 0
calculo da taxa de consumo de
oxigenio para diferentes inten-
sidades de exerclcios. 0 valor
do consumo maximo de oxige-
nio (V02 ), que e definido
max
como sendo a quantidade ma-
xima de oxigenio utilizada pelo
individuo durante um exerclcio
maximo ate a exaustao, e de-
terminado pelo aumento da
carga de trabalho ou da veloci-
dade da esteira, de maneira
gradativa, e sob monitoramen-
to constante da taxa de con-
sumo de oxigenio. 0 consumo
de oxigenio aumenta linear-
mente com 0 aumento da ve-
locidade, ate 0 momento em
que se observa que 0 aumento
na velocidade nao e acompa-
nhado por um aumento propor-
cional no consumo de oxigenio.
o volume de ar inspirado e
expirado durante um cicio respi-
rat6rio normal, e chamado de
volume corrente (Vc). Este valor
em cavalos atletas saudaveis e
em repouso e de aproximada-
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mente 12 mL/kg de peso cor-
poral. Multiplicando-se 0 volume
corrente pela frequencia respi-
ratoria (8 a 15 movimentos res-
piratorios por minuto), teremos a
ventila<;:13.opor minuto (VE), que
e da ordem de 80 I/min, poden-
do atingir durante exerdcio ma-
ximo, valores de 1800 I/min.
Em humanos, ha uma tenden-
cia nos melhores atletas (de eli-
te), em apresentarem valores al-
tos de V02max, variando entre 69
e 85 ml de 02/kg/min, enquan-
to que cavalos PSI de corridas
tem valores duas vezes maiores,
cerca de 160 ml 02/kg/min.
Os exerdcios realizados em
altas velocidades, nos quais as
cargas de trabalho est13.oentre
65% a 85% do consumo maxi-
mo de oxigenio (V02 ), as ce-
max
lulas mantem 0 requerimento
energetico de ATP para a con-
tra<;:13.omuscular atraves do me-
tabolismo anaerobico da glicose,
resultando em acumulo de acido
IMico nas celulas musculares,
com consequente desenvolvi-
menta de acidemia arterial.
A avalia<;:13.odas trocas ga-
sosas pulmonares pode ser
baseada na mensura<;:13.odas
tens6es dos gases no sangue
arterial, isto e, press6es par-
ciais arteriais de oxigenio
(Pa02) e dioxido de carbona
(PaC0
2
). Com rela<;:13.oa essas
press6es parciais, observa-se
a desenvolvimento de "hi po-
xemia fisiologica" com valores
menores do que 80-84 mmHg,
durante exerdcios de alta in-
tensidade. Sabe-se que valo-
res de PaC02 maiores que 46-
50 mmHg, s13.osuficientes para
a desenvolvimento de hiper-
capnia quando a carga de tra-
balho for superior a 85% doV02max (medido pela mascara de
avalia<;:13.ode gases respirato-
ria), em equinos submetidos
aos testes de exerdcios pro-
gressivos em esteira. A ocor-
rencia da hipoxemia pode ser
decorrente da limita<;:13.odo flu-
xo aereo para as pulm6es, as-
sociada com a alta frequen-
cia respiratoria, em virtude do
sincronismo da frequencia res-
piratoria com cada "gal13.o"(um
movimento respiratorio par pas-
sada completa no galope), uma
vez que cavalos em exerdcio em
altas velocidades (> 10,Om/s)
em superficies com inclina<;:13.o
acima de 10%, apresentam fre-
quencias respiratorias maiores
que 110 mpm.
Lactato sangufneo
As mensura<;:6esdas concen-
tra<;:6esde lactato no sangue em
cavalos de esporte refletem sua
condi<;:13.omuscular, au seja, ten-
do-se como referencia 0 limiar de
lactato no sangue (V4) , revelam
as reais condi<;:6esdo metabolis-
mo aerobio e anaerobio do siste-
ma musculo-esqueletico.° lactato e produta do meta-
bolismo muscular em qualquer
tipo de exerdcio e a aumento de
sua concentra<;:13.oe decorrente
da limita<;:13.oda disponibilidade
de oxigenio para oxida<;:13.odo pi-
ruvato na mitocondria. Desta
maneira, a rela<;:13.oentre a con-
centra<;:13.ode lactato e a veloci-
dade de exerdcio obtida nos tes-
tes de exerdcio, ilustra a situa-
<;:13.0na qual ha um aumento expo-
nencial de suas concentra<;:6es
sangulneas quando a contribui-
<;:13.0da energia aerobica come-
<;:aa ser insuficiente frente aos
requerimentos energeticos to-
tais. A intensa produ<;:13.ode lac-
tato resulta na diminui<;:13.odo pH,
a qual pode limitar a capacidade
para 0 trabalho por interferir na
atividade enzimatica muscular.°
termo V4 representa a velocida-
de em mis, na qual a concen-
tra<;:13.ode lactato no sangue e de
Figura 4.25
AvaliaQao da frequencia cardfaca
com monitor "polar".
4 mmol/L, e e considerado um
valor com repetibilidade e con-
fiabilidade para a determina~ao
do nivel de condicionamento.
Portanto, podemos afirmar que
a velocidade na qual a concen-
tra~ao de lactato alcan~a 0 valor
de 4 mmol/L de sangue (V4), e
utilizada para se determinar a ap-
tidao atletica de um cavalo. Va-
rios estudos indicaram que ca-
valos com alta capacidade aera-
bica, normal mente tem baixas
concentra<;:6esde lactato frente
as intensidades de exerdcio
submaximo.
As mensura~6es de lactato
permitem a ado~ao de condutas
preventivas a saude atletica do
cavalo, bem como a modifica~ao
do programa de treinamento.
Assim sendo, 0 conhecimento
dos valores de lactato sanguineo
auxilia na avalia~ao da capacida-
de atletica de um cavalo subme-
tido a determinado programa de
treinamento, de tal modo que, al-
tera~6es neste treinamento pos-
sam melhorar seu desempenho
e prevenir les6es, por vezes des-
percebidas, ou observadas tar-
diamente, e que estejam limitan-
do sua capacidade funcional.
E/etr6/itos sangiifneos
Durante exerclcios de alta in-
tensidade, altera~6es nas con-
centra~6es plasmaticas de ions
fortes sac decorrentes do aumen-
to do volume globular e da con-
centra~ao de proteinas plasmati-
cas. Durante teste de exerclcio
progressivo, ha uma diminui~ao
do conteudo e da concentra~ao
de sadie eritrocitario, indicando 0
efluxo de sadie da celula. Contu-
do, 0 intenso aumento das con-
centra~6es de potassio e lacta-
to nao podem ser justificadas
apenas pelos aumentos do he-
matacrito e da concentra~ao de
proteina plasmatica, indicando
que ha um significante efluxo do
potassio e do lactato das celulas
musculares paraa circula~aosan-
guinea. Uma redu<;:aona concen-
tra<;:aoplasmatica venosa pode
ser decorrente do movimento do
cloreto para dentro das celulas
musculares e dos eritracitos. Este
processo e revertido nos pulm6es
com consequente aumento na
concentra~ao arterial de cloreto.
A sudorese que ocorre em
situa<;:6esde estresse em exer-
dcio de alta intensidade ou nos
de longa dura~ao em condi~6es
de clima quente, agravam as
perdas de eletralitos, notada-
mente do sadio.
Hematimetria
°volume de eritracitos apre-
senta acentuado aumento du-
rante a realiza~ao de exerclcio
nos cavalos, devido, inicialmen-
te, a contra~ao esplenica e a re-
distribui~ao de fluidos corp6reos
circulantes, resultante do au-
mento da pressao arterial, e, pos-
teriormente, pela redu~ao do vo-
lume plasmatico decorrente da
desidrata<;:ao.Este fen6meno e
resultante da adapta~ao dos ca-
valos para a execu~ao de exer-
cicio e possibilita um aumento de
50-60% a mais de afinidade
pelo 02' Isso representa um ajus-
te compensatario para uma que-
da na pressao parcial de 02 ar-
terial e de satura~ao de hemo-
globina. Um grande aumento no
volume de eritracitos (hipervo-
lemia eritrocitaria), pode ser des-
vantajoso a hemodinamica du-
rante 0 exerclcio, uma vez que
ha concomitante aumento da vis-
cosidade do sangue.°aumento do volume eritro-
citario e um importante fator que
contribui para as eleva~6es da
pressao sanguinea e da circu-
la~ao sistemica durante 0 exer-
dcio, possibilitando condi<;:6es
para 0 desenvolvimento de he-
morragia pulmonar induzida
pelo exerclcio em cavalos.
Como 0 volume eritrocitario
total (VT) na circula~ao e um dos
maiores determinantes da capa-
cidade de trans porte de oxige-
nio nos cavalos, mensura<;:6esdo
volume eritrocitario total podem
prover algum indice de capaci-
dade de exerclcio. A mensura-
~ao do VT e frequentemente ba-
seado na utiliza~ao de Azul de
Evans, um corante que possibili-
ta a mensura~ao do volume
plasmatico utilizando-se a tecni-
ca da dilui<;:aodo corante.
Varios estudos relatam corre-
la~ao positiva entre capacidade
de exerclcio em ra~as de trote e
volumes totais de hemoglobina e
eritracitos. Valores normais de
volume total de eritracitos variam
dependendo da idade, com valo-
res menores que 44 ml/kg em
potros de ate 1 ano, aumentan-
do para valores medios de 63 mil
kg para animais de 3 anos de ida-
de e 74 ml/kg para aqueles com
4 arios de idade.Valores de 89 ±
9 ml foram determinados em PSI
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Q)
adultos seniores e valores em tor-
no de 78 a 102 ml/kg em PSI
em treinamento.
A quantidade total de leuc6-
citos aumenta de 10 a 30%,
dependendo da intensidade do
exerdcio, mas nao e tao inten-
so quanto ados eritr6citos. Du-
rante exerdcios realizados por
longas distancias e com baixa
a moderada intensidade, obser-
va-se leucocitose resultante da
ac;:aoda liberac;:aode cortisol, e
tambem neutrofilia e linfopenia.
Ja, nos exerdcios de rapida ace-
lerac;:ao e alta intensidade, a
leucocitose e decorrente da
contrac;:ao esplenica. Alem dis-
so, como 0 exerdcio estimula a
liberac;:aode catecolaminas e os
neutr6filos presentes nas mar-
gens dos vasos sac arrastados
para a circulac;:ao.
Bioqufmica sangDfnea
As enzimas mais comumen-
te utilizadas para indicar lesao
muscular sac a aspartate ami-
notransferase (AST), creatina
quinase (CK) e a lactato desi-
drogenase (LDH), embora 0 lac-
tato desidrogenase seja menos
espedfica que as demais cita-
das. Niveis sericos de CK eAST
elevados sac indicativos de le-
sac muscular, uma vez, que sac
observados em cavalos acome-
tidos por rabdomi6lise. Entretan-
to, a ocorrencia de aumentos
moderados dessas enzimas em
cavalos considerados higidos,
submetidos a exerdcios de mo-
derada a alta intensidade, po-
dem ser encontrados regular-
mente. Alguns autores sugeri-
ramque as elevac;:6esdas enzi-
mas museu lares ap6s 0 exerd-
cio sejam resultantes de altera-
c;:6es da permeabilidade da
membrana celular, e nao pro-
priamente de lesao nas celulas
musculares. Somente altos ni-
veis de atividade plasmatica da
CK (>10000 U/L) podem ser
indicativos de ocorrencia de le-
saG muscular.
/
.~
Figura 4.26
Mensurac;:aodo lactato sanguineo com "Accutrend".
Os niveis da ureia e creatinina
saG utilizados para avaliac;:aoda
func;:aorenal, e suas concentra-
c;:6esestao aumentadas em res-
posta a desidratac;:aoe ao exer-
dcio. Ap6s um exerdcio de alta
intensidade pode-se observar
aumento na concentrac;:ao de
creatinina, que se mantem por
aproximadamente 60 minutos
ap6s 0 termino do exerdcio. As
alterac;:6esda func;:aorenal decor-
rente da atividade atletica sac
temporarias, no entanto, nos ca-
sos de exerdcio de longa dura-
c;:ao,no qual normalmente ocor-
rem grandes perdas de liquidos
corp6reos pela sudorese, pode-
se observar a manutenc;:aode al-
tos niveisde ureia e creatinina por
provavellesao renal aguda, como
complicac;:aocomum em cavalos
submetidos a prova de enduro.
As enzimas mensuradas para
a avaliac;:aoda func;:a~hepatica
sac a gamaglutamiltransferase
(GGT) e a fosfatase alcalina (FA).
Nos casos de alterac;:aohepato-
celular e comprometimento dos
canais biliares, os valores sericos
dessas enzimas estarao aumen-
tados. Em cavalos de corrida em
treinamento, pode-se encontrar
aumento significante da ativida-
de da GGT sem que 0 cavalo
apresente sinais c1inicos de le-
sac hepatica e sem estar asso-
ciado com queda de desempe-
nho atletico.
Dos glicocortic6ides, 0 nivel
de cortisol representa a condi-
c;:aodo estresse, e e um dos prin-
cipais hormonios a apresentar-
se alterado no exerdcio; obser-
va-se valores de duas a tres ve-
zes maiores do que em repouso,
retornando aos valores basais
ap6s aproximadamente 4 horas
do termino da atividade atletica.
Em cavalos de enduro, durante
a prova, os valores de cortisol
podem ser ate 30% maiores.
Ava/iac;ao dos museu/os
As mensurac;:6es das con-
centrac;:6es de lactato no san-
gue em cavalos de esporte re-
velam as reais condic;:6es do
metabolismo aer6bio e anae-
r6bio do sistema musculo-es-
queletico, tendo-se como refe-
rencia 0 limiar de lactato no san-
gue (V4). No entanto, uma ava-
liac;:aoprecisa da aptidao espor-
tiva e da eficiencia do treina-
mento do cavalo, pode ser rea-
lizada, objetivamente, pela tipi-
ficac;:aoe morfometria das fibras
musculares. Sabemos que a ti-
pificac;:aoe a morfometria, reve-
lam os tipos de fibras, suas por-
centagens e areas relativas,
permitindo estimar a tendencia
deste atleta em ter ou nao um
bom desempenho esportivo.
o volume total do musculo e
constitufdo de 75% a 90% de
miofibras, alem de celulas de
gordura, fibroblastos, vasos ca-
pilares, nervos e tecido conjunti-
vo, cuja composic;:ao proporcio-
nal pode variar conforme 0 mus-
culo. As miofibras saG compos-
tas de miofibrilas que constituem
as unidades basicas necessarias
para a contrac;:aodo musculo.
As miofibrilas possuem dois
tipos de fibras, a saber:
• Fibras do tipo I,de contrac;:ao
lenta, altamente oxidativas.
• Fibras do tipo II, de contra-
c;:aorapida, apresentando os
subtipos IIA, liB e IIC; sendo
as do tipo IIA altamente
oxidativas, e dos tipos IIB e
IIC com baixa propriedade
oxidativas.
Estas caracterfsticas, aliadas
a porcentagem de cada fibra e
sua area relativa, possibilitam
estimar 0 perfil da capacidade
de trabalho do atleta.
A tipificac;:aopor exames his-
toqufmicos e morfometria do
musculo e realizada em amos-
tras colhidas por bi6psia dos
musculos gluteo medio direito
e esquerdo, sem qualquer pre-
jufzo estetico ou funcional ao
cavalo.
Cavalos de corridas em trei-
namento (velocistas), apresen-
tam uma alta concentrac;:ao de
fibras do tipo IIA e menores do
tipo liB, quando os exames de
seus fragmentos de bi6psia saG
comparados aos de animais de
corridas mantidos por longos
perfodos sem exercfcio (seden-
tarios). Quanto as fibras do tipo
I,estas nao apresentam diferen-
c;:as significativas no proces-
so comparativo, demonstrando
uma dependencia estreita da
performance na produc;:ao de
energia aer6bica nos musculos
locomotores. E uma constata-
c;:aoque cavalos de corridas com
melhores fndices de performan-
ce possuem maiores propor-
c;:6esde fibras do tipo IIA, em
relac;:aoas do tipo liB, e meno-
res areas das fibras do tipo I, e
um maior potencial oxidativo no
tecido muscular.
Por outro lado, cavalos que
atuam em provas de resistencia
(enduro), portanto submetidos a
trabalho aer6bico e com excelen-
te desempenho atletico, possuem
as mais altas porcentagens e
areas relativas de fibras dos tipos
leilA, e menores porcentagens
e areas relativas de fibras do tipo
liB, do que aqueles com desem-
penho atletico moderado, ou
quando comparado aos animais
jovens em competic;:aoou em inf-
cio de treinamento.
Com base nas caracterfsticas
histoqufmica e morfometrica da
fibra muscular, e possfvel esta-
belecer-se quase que com pre-
cisao, um fndice musculofisiol6-
gico para cada cavalo, demons-
trando sua aptidao esportiva e
possibilitando a instituic;:ao de
modelos de treinamento que es-
timulem as modificac;:6es das
caracterfsticas das celulas mus-
culares, de forma a atenderem a
demanda de contrac;:aoe relaxa-
mento, conforme seja 0 exercf-
cio aer6bico ou anaer6bico.
Formas de avalia9aO de ap-
tidao e desempenho atletico
Muitas saGas formas ou "f6r-
mulas" e metodos de treinamen-
to utilizados para a preparac;:ao
do cavalo atleta; alguns ate con-
siderados "milagrosos". Em ge-
ral, tais f6rmulas e metodos, na
maioria das vezes empfricas, se
baseiam exclusivamente em va-
riaveis tais como 0 desempenho
de seus ascendentes, 0 fen6ti-
po e a cronometragem, nao aten-
dendo, entretanto, os perfis fisio-
16gicosdo animal, que responde
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diferentemente conforme as exi-
gencias do exerdcio.
A escolha de um futuro atle-
ta deve sempre levar em consi-
derac;aoas diversas variaveis que
possam indicar um bom desem-
penho em potencial. Sao funda-
mentais as considera<;6es quan-
to a genetica; sem que nos es-
quec;amos que nem sempre fi-
Iho de campeao sera bem suce-
dido em atividades desportivas.
As variaveis mais importan-
tes a serem utilizadas para a
avalia<;aoda aptidao e da capa-
cidade de desempenho atletico,
sac variaveis fisiol6gicas Cjare-
feridas na parte I do trabalho),
uma vez que fatores psicol6gi-
cos como 0 "desafio" e "a von-
tade de veneer" nao podem ser
mensurados objetivamente.
Modalidades de testes de
desempenho atletico
o cavalo deve ser avaliado
quanto a sua aptidao e ao de-
sempenho atletico, utilizando-se
de testes que atendam as mais
diferentes condic;6es de traba-
Iho, sendo imprescindlvel que se
disponha de condic;6es mlnimas
para sua realizac;ao,quer seja a
campo ou em laborat6rio de
medicina esportiva equina que
disponha de esteira de alta ve-
locidade, necessarias para ana-
lise cientlfica dos fen6menos de
resposta do animal ao teste que
ira ser aplicado.
As varias modalidades de
testes de aptidao e de desem-
penho atletico do cavalo podem
ser instituldas para a avaliac;ao
de baixo desempenho, da per-
Figura 4.27.
Biopsia do musculo glutea media.
da de desempenho e do poten-
cialde desempenho, levando-se
em considerac;ao as caracterls-
ticas de trabalho anaer6bico ou
aer6bico.
Baixo desempenho e
perda de desempenho
Como regra geral, toda e
qualquer avaliac;aode desempe-
nho deve sempre considerar
previamente as condic;6es de
manejo alimentar e de sanida-
de do cavalo, seguida de rigo-
roso exame c1lnico, especial-
mente em situac;6es de investi-
gac;ao de baixo desempenho e
perda de desempenho.
A avaliac;aode baixo desem-
penho desportivo de um cavalo
que nunca apresentou nlveis de
competitividade tem como cau-
sas principais:
• Falta de aptidao ou de habi-
lidade nata.
• Treinamento insuficiente ou
inadequado.
• Participac;aoem competic;6es
impr6prias a sua aptidao.
• Disfunc;6es fisiol6gicas.
• Fatores ligados a psique.
Por outro lado, a pesquisa de
perda de desempenho, compa-
rada as marcas que 0 cavalo ob-
teve recentemente, e mais com-
plexa e ira depender da expe-
riencia do c1lnico durante todo
o transcorrer do exame, com 0
dos resultados das diversas pro-
vas fu ncionais e laboratoriais
necessarias para a identificac;ao
das causas.
Exames laboratoriais como
hemograma, leucograma e bio-
qUlmicos, em especial as ativida-
des enzimaticas espedficas para
os diversos 6rgaos e sistemas,
podem ser valiosos indicativos de
afee<;:6esrestritivas a atividade ff-
sica do cavalo. Outra particulari-
dade fundamental no decorrer
do exame c1rnico e a avaliac;:ao
dos aprumos e a possibilidade de
manifestac;:ao de c1audicac;:ao
como causa da restric;:aoatleti-
ca. Exames complementares
como endoscopia das vias aere-
as superiores, lavado br6nquioal-
veolar, teste de func;:ao respira-
t6ria, eletrocardiografia, ecocar-
diografia, cintilografia, termogra-
fia, Raios-X, ultra-sonografia e
bi6psia de musculo, sac algumas
das importantes ferramentas de
diagn6stico das possrveiscausas
restritivas.
As alterac;:6es respirat6rias
podem ocorrer tanto no cavalo
com baixo desempenho, quan-
to naquele com perda de de-
sempenho. 0 colapso respirat6-
rio, como causa de obstruc;:aodi-
namica das vias aereas superio-
res, e uma das causas frequen-
tes de baixo desempenho em
cavalos submetidos a exerdci-
os de alta intensidade, e somen-
te poden§.ser diagnosticada du-
rante exame endosc6pico fun-
cional em esteira. A hemorragia
pulmonar induzida pelo exerd-
cio deve ser interpretada com
reserva, como causa de baixa
performance, por ser a doen<;:a
mais comum em cavalos de cor-
ridas. Murmurios e arritmias car-
dracas devem ser pesquisados
com eletrocardiografia funcional
(em exerdcio) e tambem com
ecocardiografia.
Potencial de desempenho
o potencial de desempenho
e considerado como sendo a
capacidade f1sicae, consequen-"
temente, metab61ica que 0 ani- .
mal apresenta, proporcionando
que os dados obtidos sejam co-
tejados com os que se desejam
como ideal a ser alcanc;:adoem
termos de desempenho. Portan-
to, 0 potencial de desempenho
pode ser utilizado para sele<;:ao
negativa, descartando-se, de
imediato, animais cujas respos-
tas metab61icas nao demonstra-
rem perfil atletico compatrvel
com a modalidade esportiva a
que se pretende submete-Io.
Isto nao implica, entretanto, em
descarte definitivo, pois a insti-
tuic;:aode condicionamento, trei-
namento e alimentac;:aoadequa-
da podem proporcionar melho-
res respostas metab61icas ao
trabalho esportivo.
Testes de avaliayao de de-
sempenho
Independentemente do obje-
tivo da aplicac;:ao do teste de
desempenho, a avaliac;:aodeve
se iniciar par uma analise deta-
Ihada dos diversos aspectos re-
lacionados aos fatores vincula-
dos a aptidao atletica do cavalo,
como a genetica, os fatores am-
bientais aos quais 0 cavalo esta
submetido, 0 estado de higidez
e a modalidade de treinamento
que sera aplicada.
Na pratica, as avaliac;:6esde
desempenho realizadas com a
cronometragem do tempo e afe-
ric;:aoda frequencia cardraca em
determinadas modalidades es-
portivas, embora sejam bons in-
dicadores da capacidade atletica
do animal, nao avaliam os fen6-
Figura 4.28
Exame endoscopico com 0 cavalo posicionado na esteira.
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menos gerais decorrentes das
respostas dos diversos sistemas
do organismo, que respondem ao
estresse do exercfcio, e que sao
fundamentais para a aprecia<;:ao
dos resultados do condiciona-
mento f1sicoe do treinamento que
foram instituidos na prepara<;:ao
do cavalo para a competi<;:ao.
o teste de avalia<;:aoa campo
deve ser iniciado com 0 animal
em repouso para se proceder a
avalia<;:aodo bi6tipo, e aplica<;:ao
de rigoroso exame c1inico,objeti-
vando a detec<;:aode possiveis
altera<;:6esque possam ser res-
tritivas ao exercfcio, principalmen-
te no aparelho respirat6rio, no sis-
tema cardiovascular e no apare-
Iho locomotor. Ocasionalmente,
na dependencia da disponibilida-
de de equipamentos, 0 animal
deve ser submetido a exame
endosc6pico das vias respirat6-
rias, e, eventualmente, Raios-X e
ultra-sonografia, quando assim 0
exame c1inicoos exigir ou quan-
do a idade indicar a necessidade
de avalia<;:aoda maturidade da
placa fisaria.
Nesta fase da avalia<;:ao,de-
vem-se mensurar os parametros
que serao utilizados na analise da
aptidao e do desempenho, com a
avalia<;:aodo cavalo no exercfcio.
A avalia<;:aode aptidao e de-
sempenho atletico em exercfcio
e a campo, pode ser realizada
sem muita sofistica<;:ao,permitin-
do uma estimativasegura das res-
postas metab61icasdo cavalo em
exercfcio,notadamente no que se
refere a frequencia cardiaca e ao
nivel de lactato sanguineo.
Para tanto, Evans (Ouadro 1)
e Lindner (Ouadro 2) propuse-
ram um protocolo de avalia<;:ao
extremamente pratico, e com
pouca sofistica<;:ao em equipa-
mentos. 0 protocolo de Evans
eo de Lindner possibilitam, en-
tre outras, a mensura<;:ao dos
niveis de lactato sanguineo,
pela leitura em aparelho porta-
til "Accutrend", estabelecendo-
se, assim, a fronteira entre 0
trabalho anaer6bico e aer6bico
do animal, denominado V4, 0 V4
medido corresponde a veloci-
dade em que a concentra<;:ao
de lactato no sangue atinge 0
valor de 4 mmol/I, prestando-
se, dessa forma, para avaliar a
qualidade do condicionamento
do cavalo ao exerdcio.
Os parametros fisiol6g icos
sao mais facilmente mensu-
rados em medicina esportiva
quando se utilizam testes pa-
QUADRO 1. Protocolo de avaliac;;8.ode desempenho atletico, segundo Evans.
Momento Tempo FC FR Lactato Ht PT CK ToC
Repouso 0 X X X X X X X
Aquecimento 3' X X X X X X X
Trote lento 2' X X X X X X X
Trote rapido l' X X X X X X X
Galope lento l' X X X X X X X
Galope rapido l' X X X X X X X
Galope rapido l' X X X X X X X
Galope rapido l' X X X X X X X
Avaliar;aoda FC e da FR 2' ap6s 0 termino do exercfcio: FC= FR=
FC: freqLienciacardraca;FR: freqLienciarespirat6ria;Ht: hemat6crito; PT: proternastotais;
CK: creatinina quinase
90
QUADRO 2. Protocolo para avalia9ao de cavalos de saito em pista de terra batida de 400m, segundo Arno Lindner
(CICADE 2003). Data: __ /__ /__ Hora: _
Tempo 4':10"
(240 m/min)
25"/100m
Tempo 3':34"
(280 m/min)
21"/100m
Tempo 3':08"
(320 m/min)
19"/100m
Tempo 2':47"
(360 m/min)
17"/100m
Tempo 2':30"
(400 m/min)
15"/100m
Tempo 2': 16"
(440 m/min)
13"/100m
Giro
(Volta)
Dura<;:ao (segundos)
Exigida Real
100
100
100
300
X
86
86
86
86
344
X

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