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Recurso Ordinario - Direito do Trabalho

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ª VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE CURITIBA.
Processo n°____
FULANO DE TAL, devidamente qualificado no processo em epígrafe, por seus advogados que a esta subscreve, na Reclamação Trabalhista em desfavor da empresa EMPRESA TAL LTDA., a fim de modificar determinados pontos da r. sentença, vem tempestiva e respeitosamente perante Vossa Excelência interpor: 
RECURSO ORDINÁRIO
com base nos artigos 893, II e 895, alínea "a" da CLT, de acordo com a razões em anexo as quais requer que sejam recebidas e remetidas ao EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 9º REGIÃO
Segue comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
LOCAL, DATA E ANO. 
Advogados
OAB/...
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 9º REGIÃO
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
Recorrente: FELIZBERTO MORAES
Recorrida: EVENTOS EM GERAL LTDA.
Processo Nº: xxx
Origem: ___ª Vara do Trabalho de Curitiba - PR  
COLENDA TURMA
Eméritos Julgadores,
A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância.
A decisão recorrida merece reforma porque, data vênia, vez que partindo de premissas falsas, concluiu erroneamente, não representando a realidade dos autos.
Assim, pretende o Recorrente buscar, pela via do duplo grau de jurisdição, a decisão final que possa derramar justiça no deslinde da demanda em tela. Para tanto, respeitosamente, vem expor suas razões, articuladamente, como a seguir:
1. DO DEPOIMENTO DAS TESTEMUNHAS DA RECORRENTE
Antes de adentrar o mérito do presente recurso, impõe-se o pedido de reanalise dos depoimentos prestados por ambas as testemunhas do recorrente. Vejamos a decisão do MM. Juiz de 1º Grau:
“Ora, a primeira testemunha do Reclamante afirmou que a sua jornade trabalho iniciava somente às 16 horas, bem como labutava internamente, sem  contato com os eventos ocorridos fora do estabelecimento, pois somente fazia a  contratação  dos  eventos  e  nem  mesmo  contratava  os  funcionários  e  os  que  eventualmente trabalhavam para cobrir os eventos.
Assim,  não  houve  esclarecimento  por  esta  testemunha  acerca  da  jornada de trabalho, tanto que nem poderia em nada afirmar, visto que somente  iniciava a sua jornada de trabalhos as 16 horas, momento em que o Reclamante já  estava trabalhando, bem como não soube afirmar qual era o horário que este  finalizava a jornada de trabalho.
Por outro lado, a segunda testemunha afirmou que nos dias em que  não havia eventos, a jornada de trabalho era das 8 horas às 16 hora e nos diasem que ocorriam eventos, a jornada de trabalho iniciava às 13 horas até que o  evento finalizasse.
Desta  forma,  observa­se  que  a  segunda  testemunha  acompanhava  todos os eventos e a jornada normal de trabalho com o Reclamante. Diante disso,  constata­se que nos dias em que não havia eventos o Reclamante não fazia horas  extraordinárias, bem como nos dias em que havia eventos a jornada de trabalho  iniciava somente às 13 horas e finalizava somente ao término do evento variando  de evento para evento, não afirmando qual era exatamente o horário do término  dos eventos.” 
Houve falha clara de interpretação por parte do MM. de 1º Grau. Observa-se Vossa Excelência, que conforme os depoimentos prestados de Fls._, as testemunhas do recorrente confirmam sua alegação de que efetuava uma jornada de trabalho diária de segunda à segunda das 08:30h as 20h00.
Logicamente é uma questão de análise dos fatos e provas trazidas pelas testemunhas. NENHUMA das testemunhas afirmou que o recorrente começasse a trabalhar as 13h00 quando havia eventos. Ou seja, o mesmo não exercia horário diferenciado para compensar as jornadas. Sendo que as testemunhas arroladas informaram o SEU HORÁRIO de jornada de trabalho e que SEMPRE encontravam o recorrente dentro da empresa da recorrida. Infelizmente não souberam afirmar seu horário de entrada ou saída, mas, está claro que quando estas entravam e saiam de suas jornadas de trabalho, praticamente diariamente mantinham contado com o recorrente.
Desta  forma,  observa­se  que  a  segunda  testemunha  acompanhava  todos os eventos e a jornada normal de trabalho com o Reclamante. Diante disso,  constata­se que nos dias em que não havia eventos o Reclamante não fazia horas  extraordinárias, bem como nos dias em que havia eventos a jornada de trabalho  iniciava somente às 13 horas e finalizava somente ao término do evento variando  de evento para evento, não afirmando qual era exatamente o horário do término  dos eventos. 
Então, expunha-se por óbvio e não por menos que isso, que o recorrente permanecia o dia todo na empresa, sequer saia para seu intervalo para almoço/refeição.
De todo exposto, deseja a recorrente que os Eminentes Julgadores, considerem a falha ocorrida em 1º grau e despejem seu conhecimento para modificar tal entendimento errôneo e conceder a prova ao recorrente de que suas testemunhas provaram sim, a questão de jornada de trabalho.
2. SÍNTESE DA DEMANDA 
O Recorrente ajuizou reclamatória trabalhista com o objetivo de, entre outros pedidos, receber indenização pelos intervalos para repouso ou alimentação não gozados; receber os adicionais devidos quando a duração de sua jornada de trabalho ultrapassava os limites legais em face do exaustivo trabalho exercido pelo mesmo das 8:30h as 20:30h (em média), além de recebimento de adicional por insalubridade e danos morais relativos ao acidente de trabalho, entre outros.
Deseja o recorrente em todo, requerer a modificação da decisão de 1º grau, por esta Emérita Colenda. Sendo estes pedidos indeferidos pelo juízo a quo.
3. DA SENTENÇA
O MM. Juiz a quo, houve por bem dar pela procedência   apenas PARCIAL dos pedidos para deferir ao Reclamante, deferindo o vínculo empregatício, condenando o reclamado a fazer o devido registro na CLT, com devido recolhimento de seus benefícios de FGTS  e negar ao Reclamante o direito ao recebimento de valor relativamente ao adicional sobre as horas laboradas além da sexta hora, Repouso semanal remunerado e adicional noturno, além de negar o adicional por insalubridade e seus reflexos, não reconheceu o acidente de trabalho, seguro de vida normativo a categoria e os danos morais e estéticos relativos ao acidente de trabalho.
4. IRRESIGNAÇÕES
4.1. Do intervalo para repouso e alimentação
O Reclamante relatou na exordial e provou na instrução do processo que não gozava de uma hora diária para repouso e alimentação conforme lhe permite a lei.
Destarte, a teor do que dispõe a CLT, deverá a Reclamada remunerar a hora que deixou de conceder ao Recorrente:
Art.71 Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 4. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo cinqüenta por cento sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho." (grifo meu)
Todavia, o MM. Juiz a quo, entendeu não sendo comprovada pelo recorrente a sua jornada de trabalho. Porém, conforme exposto acima, ficou claro que o recorrente permanecia na empresa do recorrido o dia todo. E logicamente tem direito a repouso para alimentação conforme artigo 71 da clt. Data vênia, não é este o espírito da Lei, o legislador simplesmente determinou que o empregador remunerasse a hora não concedida com o objetivo de desestimular o descumprimento da lei e favorecer o trabalhador que tivesse seu direito negado.
O objetivo é resguardar a saúde do trabalhador, acima de tudo. 
No entendimento do MM. Juiz a quo, bastará ao Empregador pagar o adicional de hora extra e estará permitida a jornada além de seis horas independentemente de conceder ao trabalhador
o intervalo para repouso e alimentação. 
Ora, a lei estabelece uma hora porque é necessário, no mínimo, este lapso de tempo para que o ato de descanso ou alimentação possa produzir efeitos benéficos à saúde, e isto deve ser observado. Na concepção do MM. Juiz a quo, se durante as 12 horas de trabalho ininterrupto o recorrente então não merece dispor de horário de almoço, um absurdo inaceitável. Mesmo que não esteja claro a jornada de trabalho do recorrente, o vínculo empregatício existe e é óbvio e cristalino que o mesmo labutava mais de 6 horas diárias.
Assim, espera pela reforma da veneranda decisão, para condenar a Reclamada no pagamento de uma hora extra por dia trabalhado, retroativo aos últimos 05 anos, com os reflexos em férias, no terço constitucional, 13. Salário e FGTS. 
4.2. Do adicional sobre as horas laboradas além da sexta.
O Reclamante, na peça inicial registrou os fundamentos dos quais se valia para formular o pedido de adicional sobre as horas excedentes da jornada legal. 
Sendo parte da decisão do juízo a quo sobre tal pedido:
“Desta feita não há provas contundentes que o Reclamante cumpria  horas extraordinárias, por outro lado, foi dito pelo proprietário da Reclamada que  fazia banco de horas, que raramente ultrapassava de 8 horas trabalhadas por dia  e de 44 horas semanais, pagando eventualmente as horas que ultrapassavam ou  o Reclamante pegava dispensa. Assim não procedem as alegações do reclamante  quanto os dias trabalhados, bem como as horas que labutava.” (grifo meu)
  Vossa Excelência, não prospera tal decisão, pois o Recorrido NÃO COMPROVOU POR DOCUMENTO ALGUM o pagamento das horas extraordinárias que de acordo com o proprietário da empresa “raramente” teria feito o recorrente. Um absurdo total o juiz de 1º grau simplesmente apenas pela palavra do recorrente acreditar e conhecer que houve o pagamento de dais horas ou a compensação através de banco de horas. E mesmo assim, que fosse descontado através de banco, vejamos o entendimento da Jurisprudência dominante sobre as horas extra e seu pagamento:
PROC. Nº TST- RR- 125699/94.8 - Pág. 01/04
ACÓRDÃO - (Ac. 1ªT- 579/95)
HORAS EXTRAS. DESCUMPRIMENTO DO ART. 60, DA CLT.
É ilegal a adoção de regime de compensação em atividade insalubre sem autorização prévia da autoridade competente, devendo ser consideradas como extras as horas que excederem a jornada normal do trabalhador.
Recurso parcialmente conhecido e não provido. (grifo meu)
PROC. Nº TST- RR- 133795/94.7 - Pág. 01/02
ACÓRDÃO - (Ac. 1ªT- 1237/95)
Acordo de compensação de horas extras.
O art. 60 da CLT foi recepcionado pela CF/88. Portanto, não restando satisfeitos os seus requisitos, nulo é o acordo compensatório, impondo-se o pagamento das horas extras. 
Revista não provida. (grifo meu)
PROC. Nº TST- RR- 150811/94.3 - Pág. 01/02
ACÓRDÃO - (Ac. 5ªT- 2264/95)
Jornada compensatória. Acordo. Validade. Sem o prévio consentimento da autoridade competente, não se admite a prorrogação da jornada de trabalho nas atividades consideradas insalubres. A norma que assim estabelece - art. 60, da CLT - é de ordem pública e de interesse social, sendo, pois, inderrogável pela vontade das partes. Ademais, o art. 7º, inciso XIII, da Carta Política não derrogou tal dispositivo Consolidado mas com ele se coaduna, na medida em que prevê a compensação e a redução da jornada nos casos corriqueiros e não naquelas hipóteses de atividades insalubres. Revista não provida."
Destarte, o que se pretende é a remuneração do adicional, e neste caso só do adicional, incidente sobre as horas que excederem de   06 horas diárias, aliás, esta era e é a jornada do Reclamante.
O que a lei estabelece é que não pode haver prorrogação de jornada quando a atividade é insalubre, que é a situação tratada nos presentes autos.
Restou absolutamente claro que a jornada do Reclamante é de mais de 06 horas diárias, confessado até pela Reclamada, que, entretanto, alega que houve COMPENSAÇÃO DE JORNADA.
4.3 DA INSALUBRIDADE
Cumpre examinar, destarte, somente duas situações: primeiro se houve compensação de jornada e, depois, se a atividade profissional é desenvolvida em ambiente insalubre. 
No dia que houve a perícia (conforme laudo de fls._) designada pelo MMº Magistrado de 1º Grau, para verificação da insalubridade sonora, fora feira em dia e local que não havia evento, sendo, desta forma, não avaliada de forma efetiva a ocorrência de insalubridade. Mesmo aposto devida contestação sobre tal laudo, optou o MMº Juiz de 1º grau em manter este laudo. E de forma equivocada, sentenciou o processo, nos termos do que fora exposto em tal documento.
Entretanto, embora requerido e reiterado pelo Reclamante para que o senhor perito complementasse a perícia, definindo, inclusive, se o ambiente de trabalho do Reclamante era ou não insalubre, o qual em seu laudo conclui que era salubre (fls._). Porém, não o são.
O ambiente de trabalho do recorrente durante os Shows, é totalmente desproporcional para a boa saúde do trabalhador, sendo que nesses eventos o som dos carros de trio elétrico excede em muito o volume sonoro permitido chegando a atingir intensidades sonoras maiores que 120 decibéis (Db - unidade de medida do som), a aparelhagem dos trios é, ao mesmo tempo, motivo de alegria e também de muito incômodo, representando uma ameaça à saúde pública quando há exposição prolongada. Segundo dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), o limite que o ouvido humano suporta é de 85 Db.
Sendo aconselhável que uma pessoa (esteja ela trabalhando ou não nesse local) exposta a intensidade de 120Db, que permaneça por no máximo 7 minutos enquanto estiver exposta a estes ruídos, conforme Ministério da Saúde.
Lembrando que o recorrente labutava sem a utilização de protetor auricular, ou qualquer outro equipamento para proteção do trabalhador.
Conforme o artigo 190 da CLT, o Ministério do Trabalho irá aprovar o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.
As normas incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos. Os ambientes de trabalho que excedam os ruídos ou qualquer outro tipo de norma de proteção do Ministério do Trabalho, são considerados insalubres. 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHADOR RURAL. EXPOSIÇÃO AO CALOR. OJ No 173 DA SDI-1 DO E. TST. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional em grau mínimo, médio ou máximo (art. 192 da CLT). Preceito aplicável ao trabalhador rural (caput do art. 7o da CF). A exposição ao calor excessivo que ultrapassa o limite de tolerância do Anexo 03 da NR-15 do MTE enseja o recebimento do adicional de insalubridade correspondente, independentemente de o labor se realizar ao ar livre ou sob céu aberto. Posicionamento em consonância com a redação da OJ 173 da SDI-1 do E. TST. (TRT-9 , Relator: SERGIO GUIMARÃES SAMPAIO, Data de Julgamento: 20/08/2015, 5A. TURMA)
O entendimento de Ruído Contínuo ou intermitente para os fins de aplicação de Limites de Tolerância é o que não seja ruído de impacto. No entanto, com relação aos níveis de ruídos contínuo ou intermitente, devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação e circuito de resposta lenta (SLOW), embora as leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.
Já, para os valores encontrados de nível de ruído intermediário deverá ser considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. Não será permitida exposição a níveis de ruído acima de 115dB para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.
Vejamos Jurisprudência dos Tribunais:
INSALUBRIDADE.
RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE. CARACTERIZAÇÃO. A NR 15, em seu Anexo 1, item 1, conceitua como "Ruído Contínuo ou Intermitente ...o ruído que não seja ruído de impacto" (grifei), e, por outro lado, fixa limites diários de exposição a este agente. Para a caracterização da insalubridade é desnecessário que a sujeição ao ruído seja contínua ou intermitente, mas tão-somente que a condição adversa esta, sim, assinalada pela continuidade e intermitência - se faça sentir, diariamente, por um período superior ao ditado pela Norma. (TRT-3 - RO: 1754700 17547/00, Relator: Fernando Antonio de M. Lopes, Segunda Turma, Data de Publicação: 06/12/2000 DJMG . Página 19. Boletim: Não.)
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL CONTRADITÓRIO. Há contradição intrínseca no laudo pericial quanto à exposição do Reclamante ao risco físico: ruído. Isso porque, primeiramente o i. Perito afirmou a exposição do Reclamante ao ruído com insalubridade de grau médio, ao passo que na conclusão do laudo declinou que o nível de insalubridade a que se submetia o Reclamante quanto ao ruído era o máximo, sem qualquer fundamento. Assim, à ausência de prova (documental ou testemunhal) quanto à utilização de protetores auriculares, não há como se afastar a configuração da insalubridade pelo agente físico: ruído, ainda que em grau médio (20%). (TRT-10 , Relator: Desembargador José Leone Cordeiro Leite, Data de Julgamento: 16/07/2014, 3ª Turma)
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. A exposição do reclamante a agentes insalubres, comprovado por laudo pericial, aliada à não comprovação pela reclamada do fornecimento e obrigatoriedade dos usos de EPIs, caracteriza o trabalho em condições insalubres, nos termos da NR-15, Anexo n.º 9, dando ensejo ao adicional respectivo. Recurso não provido. (TRT-10 , Relator: Desembargadora Maria Piedade Bueno Teixeira , Data de Julgamento: 20/10/2011, 2ª Turma)
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DEFICIÊNCIA DE ILUMINAMENTO E RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES. Hipótese em que os níveis de iluminamento, quando do trabalho noturno, variavam de 04 a 92 lux, sendo que era de 150 lux o mínimo exigido pelo Anexo 4 da NR-15 da Portaria nº 3214/78. Adicional insalutífero, por esse aspecto, limitado a 26.02.91, dado o prazo de adaptação estabelecido pela Portaria nº 3751, de 23.11.90. Em outro período, o reclamante esteve exposto a ruído excessivo, variável de 93 a 94 dB (A), sendo que o máximo permitido pelo Anexo 1 da NR-15 da Portaria nº 3214/78 é de 85 dB (A), para trabalho em 8 horas diárias contínuas ou intermitentes, e o EPI fornecido, por estar incompleto, não elidia o agente insalutífero. (...) (TRT-4 - REENEC: 1475006019945040902 RS 0147500-60.1994.5.04.0902, Relator: BEATRIZ ZORATTO SANVICENTE, Data de Julgamento: 17/07/1997, 2ª Vara do Trabalho de Pelotas (d))
TRT-PR-04-08-2006 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Devido o adicional de insalubridade se comprovado nos autos o efetivo labor nas condições fixadas pela perícia como insalutífera. No presente caso, a conclusão do Sr. Perito foi no sentido de que devido à exposição aos ruídos contínuos ou intermitentes e ao calor acima dos limites de tolerância, as atividades do Reclamante como motorista de ônibus e caminhão, nos termos dos Anexos nº 1, 2 e 3 da NR-15 da Portaria nº 3.214-78, enquadram-se como insalubres, fazendo jus ao adicional de insalubridade de grau médio. Já no que tange à base de cálculo, resta pacificado por meio da Súmula nº 228 do C. TST, o entendimento jurisprudencial que "o percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas no Enunciado nº 17." Nos autos não há qualquer lei ou norma coletiva a comprovar o salário profissional do Autor, razão pela qual, não merece reforma a r. sentença que declarou o salário mínimo mensal como base de cálculo do adicional de insalubridade. (TRT-9 17212005562908 PR 1721-2005-562-9-0-8, Relator: ARNOR LIMA NETO, 4A. TURMA, Data de Publicação: 04/08/2006)
Por outro lado a Reclamada não negou que o Reclamante trabalhava em ambiente insalubre, podendo, desta forma, entender este egrégio Tribunal que a Reclamada anuiu com as alegações do Reclamante e, desta forma, já deferir ao Reclamante o seu pedido, condenando-a no pagamento do adicional de 50% sobre as horas laboradas excedentes da sexta hora.
Mas, na hipótese de entender este colegiado que impõe-se a realização de nova perícia para definição do direito pleiteado pelo Reclamante, requer a anulação da veneranda sentença, com a determinação de retorno dos autos à instância a quo para nova avaliação.
Requer então o reconhecimento de adicional de insalubridade relativo a função exercida pelo recorrente em grau médio, sendo fixado o percentual de 20% (vinte por cento) conforme NR 15, ANEXO n.º 1 - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente. (doc. Anexo ao processo em fls._)
4.4 DO SEGURO DE VIDA NORMATIVO
Em sua respeitável decisão o Juiz de 1º grau, decidiu da seguinte forma: 
(...)
“A Reclamada negou dever ao Reclamante o valor por ele postulado.Com razão, pois as normas coletivas devem ser observadas apenas  nos seus períodos de vigência. 
Como no dia do sinistro do autor a CCT de 2009/2010 ainda não estava  em  vigência,  não  há  como  condenar  a  Reclamada  a  pagar  um  seguro  cuja  obrigação de contratar não existia em 25 de maio de 2008.”
Então, por tal fundamento o juízo a quo negou tal pedido ao recorrente. Eminente Julgador, vejamos o seguinte: houve deferido o pedido do reclamante de sua inicial, sobre o registro em carteira de sua função de MOTORISTA, sento o vínculo empregatício caracterizado e todos os direitos da categoria postos ao recorrente como se seu direito.
Mesmo que, as regulamentações legais sobre a profissão de motorista tenham sido normatizadas apenas com Lei n. 12.619, de 28 de abril de 2012, este EGRÉGIO TRIBUNAL, desde 2005, entende que as empresas devem manter um seguro de vida normativo para seus funcionários, independe da função exercida. Vejamos:
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO DAS CATEGORIAS PREPONDERANTES. Por unanimidade de votos, DEFERIR a pretensão, parcial ou totalmente, por constar de cláusula preexistente, com a seguinte redação: (...) CLÁUSULA SEXAGÉSIMA NONA-SEGURO DE VIDA - As empresas que, em 1º de janeiro de 2005, não possuam seguro de vida em grupo, sob sua inteira responsabilidade, pagarão mensalmente o valor equivalente a 2% (dois por cento) do salário mínimo, por empregado abrangido por esta convenção, ao Sindicato Profissional, que se obriga a manter apólice coletiva de seguro, em favor de seus representados, constantes da relação mensal, junto à guia de recolhimento. O mencionado seguro deverá oferecer cobertura mínima de R$ 3.000,00 para morte natural e invalidez permanente e R$ 6.000,00 para morte em decorrência de acidente. Na hipótese da empresa possuir até cinco empregados abrangidos por esta convenção, deverá proceder a pagamentos semestrais antecipados, a este título, ao Sindicato Profissional, sem se desobrigar, no entanto, de manter informada a Entidade Sindical obreira sobre alterações de admissão e demissão. O seguro estipulado pelo Sindicato profissional vigerá após 60 (sessenta) dias da comunicação de adesão e pagamento do prêmio em guias por este fornecidas, com autenticação do recolhimento em conta bancária, onde deverá constar o nome completo e a data do nascimento do segurado no seu verso. Ocorrendo o sinistro dentro do mencionado prazo de carência, não caberá qualquer responsabilidade ao Sindicato profissional. Permanecem válidos os benefícios mais favoráveis concedidos pela empresa, neste sentido, ficando esta, no entanto, responsável por eventual indenização, decorrente do não-cumprimento do ora estabelecido. (...) (TRT-9 160292004909907 PR 16029-2004-909-9-0-7, Relator: FATIMA TERESINHA LORO LEDRA MACHADO, SEÇÃO ESPECIALIZADA, Data de Publicação: 29/11/2005) (grifo meu)
Conforme próprio entendimento deste tribunal, deverá concedido ao recorrente seu direito a receber do recorrente valor
igual ao definido neste acordo, conforme direito de sua categoria.
4.5 DANOS MORAIS
Por fim, é necessário refutar a decisão do juízo de 1º sobre os danos morais e indenização referentes ao acidente ocorrido durante o expediente, sendo negado, devido ao entendimento do juízo a quo de que a culpa pelo fato foi exclusivo da vítima. Porém, conforme julgados desta colenda, verifica-se decisões no sentido de que o empregador deve comprovar a culpa do trabalhado pelo fato lesivo e não o sendo, verifica-se o direito do recorrente a ter firmado pagamento de indenização material e moral:
ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. ÔNUS DA PROVA. Entende o C. TST que há a inversão do ônus da prova quando há alegação de culpa exclusiva da vítima no acidente de trabalho, cabendo, portanto, ao empregador comprovar que o empregado agiu com culpa, causando o acidente por ato exclusivo seu. Não havendo demonstração da culpa exclusiva da vítima, prevalece a responsabilidade da empregadora pelas indenizações por danos materiais e morais cabíveis. Recurso da reclamada a que se nega provimento. (TRT-9 , Relator: CÁSSIO COLOMBO FILHO, Data de Julgamento: 10/09/2015, 2A. TURMA) (grifo meu)
TRABALHADOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL. ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Incontroversa a ocorrência de acidente de trabalho em que o autor cortou a perna direita, quando estava trabalhando no sexto andar enchendo a laje, procedimento efetivado através de um mangote que envia o concreto para cima. Segundo o art. 927 do Código Civil haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Na esteira do recente entendimento do C. TST, a atividade de construção civil é de grande risco para os trabalhadores - grau 3 de risco de acidente de trabalho, conforme classificação do CNAE - Código Nacional de Atividade Econômica da Previdência Social Brasileira - o que autoriza a responsabilização objetiva da reclamada. Isso se dá em virtude das peculiaridades inerentes ao meio ambiente de trabalho, em que o labor é exercido em condições de risco para a saúde e integridade física do empregado. Da descrição do acidente se constata que o autor trabalhava em altura, sem equipamento de proteção e estava exposto a queda fatal, bem como outros infortúnios. Comprovado o evento lesivo - incontroverso acidente de trabalho que resultou em corte na perna do autor impõe-se a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais ao autor. Trata-se de dano "in re ipsa" (decorrente do próprio fato), em que o dano moral é consequência do próprio fato ofensivo. Sentença mantida. (TRT-9, Relator: THEREZA CRISTINA GOSDAL, Data de Julgamento: 09/09/2015, 3A. TURMA) (grifo meu)
Destarte, data vênia, pede e espera o Recorrente se digne este Egrégio Tribunal reformar a veneranda sentença recorrida, decretando a INTEIRA procedência dos pedidos para conceder ao Recorrente, também e de forma completa, dos pedidos já expostos na inicial, nestes termos:
I- Recebimento de 01 (uma) hora por dia trabalhado, relativamente ao intervalo para repouso ou alimentação, com acréscimo de 50%, conforme previsto no artigo 71 da CLT, calculados durante os últimos 05 anos, a apurar;
II - Recebimento do seguro de vida conforme entendimento da jurisprudência deste tribunal;
III - Recebimento das diferenças de valor relativamente às horas extras prestadas;
IV – Reconhecimento de adicional de insalubridade relativo a função exercida pelo recorrente em grau médio, sendo fixado o percentual de 20% (vinte por cento) conforme NR 15, ANEXO n.º 1 - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente;
V – Reconhecimento de direito a danos morais e matérias oriundos do dano sofrido;
Sucessivamente, requer o recorrente, caso entendam os Eminentes Julgadores sobre a efetiva invalidação da perícia anexada aos autos, por:
VI - Na hipótese de entender este colegiado que impõe-se a realização de nova perícia para definição do direito pleiteado pelo Reclamante, requer a anulação da veneranda sentença, com a determinação de retorno dos autos à instância a quo para nova avaliação.
DO PEDIDO
Do exposto, espera seja provido o presente recurso, para ver ampliada a condenação já imposta e, ainda, deferidos os reflexos perseguidos nestes títulos por ser de Justiça.
Nestes termos,
Espera deferimento.
LOCAL, DATA E ANO.
Advogados
OAB/...

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