Buscar

Processo Tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Contratos Civis
Prof. Orlando Guarizi Júnior
Processo Tributário
Profª. Anna Sylvia Lima Moresi
AVALIAÇÃO CONTINUADA: 
Bibliografia: 
	09/08/2011
	1. TRIBUTO
Tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constitua em sanção de ato ilícito, instituída em lei, e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
2.1. Características
2.1.1. Prestação pecuniária
	O tributo é prestação pecuniária, isto é, obrigação de prestar dinheiro ao Estado. O art. 3.º, CTN, em sua parte inicial, dispõe:
O tributo é prestação pecuniária, em moeda (...)
	É possível asseverar que o dispositivo objetivou evitar o tributo in natura (em bens) ou o tributo in labore (em trabalho, em serviços).
	A pecúnia representa a prestação em dinheiro em moeda corrente (Real, no Brasil) ou em cheque, conforme art. 162, I, CTN.
2.1.2. Prestação compulsória
	O tributo é prestação compulsória, logo, não contratual, não voluntária ou não facultativa.
	A prestação pecuniária é dotada de compulsoriedade, não dando motivo à autonomia da vontade.
Traduz-se o tributo em receita derivada, uma vez cobrada pelo Estado, no uso de seu poder de império, tendente a carrear recursos do patrimônio do particular para o do Estado.
2.1.3. Prestação diversa de sanção
	O tributo não é multa, e a multa não é tributo. Entretanto sabe-se que a multa deve estar prevista em lei, uma vez que é ela componente adstrito à reserva legal, consoante se depreende da dicção do art. 97, CTN:
Somente a lei pode estabelecer: (...)
a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos ou para outras infrações nela definidas.
Vale lembrar, ainda, que o tributo não resulta de sanção por ato ilícito, ou seja, “não se paga tributo porque se praticou uma ilicitude, embora se possa ter de pagá-lo com abstração do fato de ela ter sido praticada”.
Há que se atentar à distinção entre hipótese de incidência e fato gerador. O tributo se distingue da penalidade exatamente porque esta tem como hipótese de incidência um ato ilícito, enquanto a hipótese de incidência do tributo é sempre algo ilícito.
2.1.4. A prestação instituída por lei
	O tributo é prestação instituída por meio de lei, sendo, portanto, obrigação ex lege. Seu nascimento se dá pela simples realização do fato descrito na hipótese de incidência prevista em lei, sendo a vontade das partes de todo irrelevante. A legalidade avoca o caráter pecuniário do tributo e sua compulsoriedade, sendo, portanto, atributos dela decorrentes. Vale dizer que a legalidade e estes atributos se inter-relacionam, reflexamente.
2.1.5. A prestação cobrada por lançamento
	Definido conceitualmente no art. 142, CTN como atividade administrativa plenamente vinculada, o lançamento mostra-se como procedimento de exigibilidade do tributo. Consuma-se em ato documental de cobrança, por meio do qual se pode quantificar (quantum debeatur) e qualificar (an debeatur) a obrigação tributária que lhe é preexistente.
	Por ser ato vazado em documento escrito, não se admite lançamento verbal. Além disso, o lançamento é ato vinculado, logo, não discricionário.
	23/08/2011
	2. PROCESSO TRIBUTÁRIO ADMINISTRATIVO
O processo tributário no âmbito administrativo possui como vantagens:
a suspensão da exigibilidade;
não ter custas;
não necessitar de advogado
Na atualidade as demandas de discussões administrativas e judiciais estão bem distribuídas, na ordem de 50% para cada esfera recursal.
O processo administrativo é garantia constitucional (art. 5.º, inciso LXXVIII) que toma por base a legislação do ente federativo competente para a cobrança do tributo. É similar ao Poder Judiciário, seguindo os mesmos critérios de independência, imparcialidade, celeridade e eficiência.
2.1. Processo tributário administrativo federal
2.1.1. Processo administrativo fiscal (PAF)
É regido pelo Decreto 70.235/72, com a redação conferida pelas Leis 8.748/93, 9.532/97 e MP 1973-57/2000, que dispõe sobre o processo administrativo de determinação e exigência de créditos da União.
Ante a nova realidade eletrônica, às alterações legais também incluíram o art. 2.º, paragrafo único, que permite que os atos e termos processuais sejam encaminhados de forma eletrônica.[1: Os atos e termos processuais a que se refere o caput deste artigo poderão ser encaminhados de forma eletrônica ou apresentados em meio magnético ou equivalente, conforme disciplinado em ato da administração tributária.]
2.1.2. Mandado de Procedimento Fiscal (MPF)
O Mandado de Procedimento Fiscal é ordem específica que inicia a fiscalização, emitida pelo superintendente ou delegado da Receita Federal.
A ocorrência da denúncia espontânea dá-se com base no art. 138 do CTN, que tem a seguinte redação:
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
2.1.3. Auto de infração e imposição de multa (AIIM)
É o ato de formalização da exigência do crédito tributário. Através da notificação de fiscalização e lançamento de débito (NFLD) leva-se ao conhecimento do sujeito passivo o fato de ele estar obrigado ao cumprimento da exigência fiscal.
Procede-se os seguintes atos:
lançamento de ofício;
auto de infração;
notificação do lançamento;
notificação do auto de infração.
O lançamento declara que aconteceu um fato jurídico e que deve ser pago tributo pelo contribuinte. 
No Auto de Infração e Imposição de Multa embora também seja espécie de lançamento, se dá pelo descumprimento do dever jurídico do contribuinte pagar o tributo. Estabelece-se como lançamento de ofício.
2.1.4. Prazos
Impugnação: art.15, PAF
Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência.
Requisitos: art. 16 e 17, PAF
Art. 16. A impugnação mencionará:
a autoridade julgadora a quem é dirigida;
a qualificação do impugnante;
os motivos de fato e de direito em que se fundamenta;
as diligências que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem. 
Art. 17. A autoridade preparadora determinará, de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, a realização de diligências, inclusive perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. 
Parágrafo único. O sujeito passivo apresentará os pontos de discordância e as razões e provas que tiver e indicará, no caso de perícia, o nome e endereço do seu perito. 
Revelia: art.21 e § 3.º, PAF
Art. 21. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência, será declarada à revelia e permanecerá o processo no órgão preparador, pelo prazo de 30 (trinta) dias, para cobrança amigável do crédito tributário. 
§ 3.º Esgotado o prazo de cobrança amigável sem que tenha sido pago o crédito tributário, o órgão preparador declarará o sujeito passivo devedor remisso e encaminhará o processo à autoridade competente para promover a cobrança executiva.
Intimação: art.23, PAF
Art. 23. Far-se-á a intimação:
pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;
por via postal ou telegráfica, com prova de recebimento;
por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II.
§ 1.º O edital será publicado, uma única vez, em órgão de imprensa oficial local, ou afixado em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação.
§ 2.º Considera-se feita a intimação:
na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal;
na data do recebimento,por via postal ou telegráfica; se a data for omitida, 15 (quinze) dias após a entrega da intimação à agência postal-telegráfica;
30 (trinta) dias após a publicação ou a afixação do edital, se este for o meio utilizado. 
Competência: art.24 e 25, PAF
Art. 24. O preparo do processo compete à autoridade local do órgão encarregado da administração do tributo.
Art. 25. O julgamento do processo compete:
em primeira instância:
aos Delegados da Receita Federal, quanto aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;
às autoridades mencionadas na legislação de cada um dos demais tributos ou, na falta dessa indicação, aos chefes da projeção regional ou local da entidade que administra o tributo, conforme for por ela estabelecido,
em segunda instância, aos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda, com a ressalva prevista no inciso III do § 1.º.
§ 1.º Os Conselhos de Contribuintes julgarão os recursos, de ofício e voluntário, de decisão de primeira instância, observada a seguinte competência por matéria:
1º Conselho de Contribuintes: Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza;
2º Conselho de Contribuintes: Imposto sobre Produtos Industrializados;
3º Conselho de Contribuintes: tributos estaduais e municipais que competem à União nos Territórios e demais tributos federais, salvo os incluídos na competência julgadora de outro órgão da administração federal;
4º Conselho de Contribuintes: Imposto sobre a Importação, Imposto sobre a Exportação e demais tributos aduaneiros, e infrações cambiais relacionadas com a importação ou a exportação.
§ 2.º Cada Conselho julgará ainda a matéria referente a adicionais e empréstimos compulsórios arrecadados com os tributos de sua competência.
§ 3.º O 4º Conselho de Contribuintes, terá sua competência prorrogada para decidir matéria relativa ao Imposto sobre Produtos Industrializados, quando se tratar de recursos que versem falta de pagamento desse imposto, apurada em despacho aduaneiro ou em ato de revisão de declaração de importação.
2.1.5. Primeira instância (art. 25, I)
 
O julgamento se procede por órgão singular (representante do Fisco), que são as Delegacias da Receita Federal.
Pelo art. 34, do PAF, a autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão:
exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo ou de multa de valor originário, não corrigido monetariamente, superior a vinte vezes o maior salário-mínimo vigente no País;
deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada à infração denunciada na formalização da exigência.
Ainda, o art. 33, prevê que da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à ciência da decisão.
Da decisão de 1ª instância não cabe pedido de reconsideração. É o que dispõe o art. 36.
Se a decisão proferida em 1ª instância for desfavorável ao contribuinte, a regra é que resulte na extinção da obrigação tributária, mas, nos termos do art. 34, PAF, poderá haver recurso de ofício. E, se a decisão for desfavorável, o contribuinte poderá:
pagar o tributo;
não pagar;
buscar o judiciário; ou
recorrer administrativamente.
É cabível ainda, recurso voluntário (art.33, PAF) nos casos em que for o Fisco sucumbente.
2.1.6. Segunda instância (MP 449)
É o órgão colegiado de composição paritária (composto por representantes do fisco e do contribuinte).
A principal alteração que se deu com a égide na nova norma tributária, foi que a 2ª instância foi unificada, sendo que antes havia o Conselho de Contribuintes e a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) que decidiam separadamente, com a unificação restou tão somente o Conselho Administrativo Fiscal (CARF)
30/08/2011 
2.1.7. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF)
Apresenta como estrutura recursal os seguintes órgãos:
A distribuição nas Seções de Julgamento ocorre por sorteio. As seções dividem-se conforme determinação do Regimento Interno (RI) do órgão.
2.1.8. Câmara Superior de Recursos Fiscais (CARF)
É composta por 3 (três) Turmas, exemplificando:
1ª Turma: análise de recursos administrativos do IRPJ
2ª Turma: análise de recursos administrativos do IRPF
3ª Turma: análise de recursos administrativos que envolvam o IPI
O art. 25, § 4.º, do PAF, apresenta o voto de qualidade, onde, no caso de empate na decisão administrativa das turmas, a decisão ficará a cargo do Presidente do CARF.
Sua composição é paritária, com representantes tanto do contribuinte como do órgão fiscal.
Os arts. 28 e 29, da Portaria MF nº 256, remetem à designação dos conselheiros da Fazenda, sendo considerados cargos de confiança, não concursados, indicados em lista tríplice. [2: Art. 28. A escolha de conselheiro representante da Fazenda Nacional recairá dentre os nomes constantes de lista tríplice elaborada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e a de conselheiro representante dos contribuintes recairá dentre os nomes constantes de lista tríplice elaborada pelas confederações representativas de categorias econômicas de nível nacional e pelas centrais sindicais.§ 1.º As centrais sindicais, com base no art. 29 da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, indicarão conselheiros, representantes dos trabalhadores, para compor as turmas de julgamento das Câmaras com atribuição de julgamento de recursos que versem sobre contribuições previdenciárias elencadas no inciso IV do art. 3º deste Regimento.§ 2º Ato do Ministro de Estado da Fazenda definirá a distribuição proporcional de vagas de conselheiros representantes dos contribuintes dentre as entidades de que trata o caput, bem como a ordem em que se dará a participação de cada uma delas nas referidas indicações. Art. 29. A indicação de candidatos a conselheiro, recairá:no caso de representantes da Fazenda Nacional, sobre Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, em exercício no cargo há pelo menos 5 (cinco) anos;no caso de representantes dos contribuintes, sobre brasileiros natos ou naturalizados, com notório conhecimento técnico, registro no respectivo órgão de classe há, no mínimo, 5 (cinco) anos e efetivo e comprovado exercício de atividades que demandem conhecimento nas áreas de direito tributário, de processo administrativo fiscal, de tributos federais e de contabilidade.§ 1.º Os documentos comprobatórios dos requisitos estabelecidos nos incisos I e II e o currículo profissional dos candidatos à vaga de conselheiro deverão acompanhar a lista tríplice de indicação dos candidatos.§ 2.º Os indicados deverão manifestar expressamente sua integral concordância com a indicação, bem como o pleno conhecimento do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e disponibilidade para relatar e participar das sessões de julgamento e das demais atividades do CARF.§ 3.º O candidato poderá constar de até duas listas tríplices, desde que para mandato em Seções distintas.]
O mandado dos conselheiros do CARF, conforme art. 40, da Portaria MF nº 256, serão de 3 (três) anos 
2.1.8.1. Recursos
Em todos os casos, o recurso administrativo mantém a suspensão da exigibilidade. Mas, perderá a suspensão no ingresso de ação judicial.
Os embargos de declaração (art. 65, da Portaria MF nº 256) se procederá nos moldes do Processo Civil. Seu prazo é de 5 (cinco) dias, contra decisão OCO (Omissão, Contradição, Obscuridade). Interrompe o prazo para o Recurso Especial.[3: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.§ 1.º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão:por conselheiro do colegiado;pelo contribuinte, responsável ou preposto;pelo Procurador da Fazenda Nacional;pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões;pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação eexecução do acórdão.§ 2.º O presidente da Turma poderá designar conselheiro para se pronunciar sobre a admissibilidade dos embargos de declaração.§ 3.º O despacho do presidente será definitivo se declarar improcedentes as alegações suscitadas, sendo submetido à deliberação da turma em caso contrário.§ 4.º Do despacho que rejeitar os embargos de declaração será dada ciência ao embargante.§ 5.º Os embargos de declaração opostos tempestivamente interrompem o prazo para a interposição de recurso especial.§ 6.º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às decisões em forma de resolução.]
E, o recurso especial (art.37, § 2.º, PAF) é cabível nas decisões favoráveis ou não ao contribuinte, em que a decisão foi proferida com interpretação divergente entre outra Câmara, Turma ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF).
06/09/2011
2.1.9. Consulta fiscal (arts. 46/ 58, PAF)
	Consulta fiscal é o procedimento pelo qual o contribuinte indaga ao Fisco sobre sua situação legal diante de determinado fato, de duvidoso entendimento. É um procedimento preventivo, normalmente acontece no lançamento por homologação.
O contribuinte terá o prazo de 30 (trinta) dias para fazer o que ele pediu.
2.2. Processo tributário administrativo estadual
	A Lei 13.457/09 reforma a estrutura/procedimentos do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), trazendo maior celeridade, redução do número de julgadores e de prazos.
Em razão da Lei estadual não ser autoaplicável, sendo necessária sua regulamentação por meio de Decreto, no caso em apreço, a regulamentação veio com o Decreto Estadual nº 54.486/09. 
2.2.1. Primeira instância
A decisão em 1ª instancia são realizadas pelas Delegacias Tributárias de Julgamento (3 unidades) e pelas UJs (Unidades de Julgamento) descentralizadas (12 unidades).
A Lei Estadual nº 13.457/09, em seus arts. 33 e 34, prevê que o processo administrativo tributário regulado por esta lei tem por origem a apresentação de defesa, em face de auto de infração lavrado por Agente Fiscal de Rendas, que conterá, obrigatoriamente:
a identificação da repartição fiscal competente e o registro do dia, hora e local da lavratura;
a identificação do autuado;
a descrição do fato gerador da obrigação correspondente e das circunstâncias em que ocorreu;
a determinação da matéria tributável e o cálculo do montante do tributo devido e da penalidade cabível;
a indicação dos dispositivos normativos infringidos e dos relativos às penalidades cabíveis;
a indicação do prazo para cumprimento da exigência fiscal ou para apresentação da defesa;
o nome legível e a assinatura do Agente Fiscal de Rendas autuante, dispensada esta quando grafada por meio eletrônico, nas situações expressamente previstas pela Secretaria da Fazenda.
Lavrado o auto de infração, terão início, na forma estabelecida em regulamento, os procedimentos de cobrança administrativa, devendo o autuado ser notificado a recolher o débito fiscal, com o desconto de lei, quando houver, ou a apresentar defesa, por escrito, no prazo de 30 (trinta) dias. (art. 35, Lei Estadual nº 13.457/09)
2.2.1.1. Recursos
O recurso de ofício (art. 39, Lei Estadual nº 13.457/09) será cabível da decisão contrária a fazenda pública, de débitos no valor de até 5 (cinco) mil UFSPs. 
O julgamento da defesa, do recurso de ofício de que trata o art. 39 desta lei e do recurso voluntário será realizado em juízo singular (1ª instância), por servidores integrantes dos cargos de Julgador Tributário e de Agente Fiscal de Rendas lotados em órgãos subordinados às Delegacias Tributárias de Julgamento, da estrutura da Coordenadoria da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda, observado o disposto nesta lei (art. 53, Lei Estadual n. 13.457).
E o recurso voluntário (art. 40, Lei Estadual nº 13.457/09) será cabível da decisão favorável a fazenda pública, de débitos no valor de até 5 (cinco) mil UFSPs. Também será julgado pela própria 1ª instância, ou seja, pela Delegacia Tributária de Julgamento.
2.2.2. Segunda instância
O julgamento administrativo tributário em 2ª instancia se procederá no Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) ou Conselho de Contribuintes. 
O TIT é órgão de julgamento dos recursos administrativos da fazenda pública estadual, de débitos no valor superior a 5 (cinco) mil UFSPs. Foi criado pelo governo do estado de São Paulo em 1935, tendo se consolidado como órgão de recursos tributários. Em outros Estados Federativos foram criados os Conselhos de Contribuintes.
O art. 54, da Lei Estadual nº 13.457/09, apresenta as atribuições do TIT, dentre as quais:
julgar o recurso de ofício, o recurso ordinário e o recurso especial;
julgar o pedido de reforma dos julgados administrativos;
acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelos órgãos de julgamento das Delegacias Tributárias de Julgamento, promovendo a interação procedimental e jurisprudencial entre eles;
promover o cumprimento das metas de desempenho estabelecidas para maior celeridade da tramitação processual, no âmbito das Delegacias Tributárias de Julgamento e do Tribunal;
representar ao Coordenador da Administração Tributária, propondo a adoção de medidas tendentes ao aperfeiçoamento da legislação tributária e que objetivem, principalmente, a justiça fiscal e a conciliação dos interesses dos contribuintes com os da Fazenda Pública do Estado. 
Já o art. 55, da Lei Estadual nº 13.457/09, expõe a composição, que é a seguinte:
Presidência e Vice-Presidência;
Câmara Superior;
É composta por 16 (dezesseis) juízes, sendo a metade deles representantes dos contribuintes e a outra metade representantes dos servidores.
Câmaras Julgadoras; 
Composta em até 20 (vinte) Câmaras, cada uma possui 2 (dois) juízes representantes dos contribuintes e 2 (dois) juízes representantes dos servidores.
Secretaria. 
Pelo art. 63, os juízes exercerão o mandato por período de 2 (dois) anos, que terá início em 1º de janeiro e término em 31 de dezembro dos anos correspondentes ao início e término do período da nomeação. E o § 1.º aduz que as nomeações dos juízes serão processadas antes do final do período anterior, sendo permitida a recondução. 
A composição dos representantes do Fisco é definida pelo art. 64, procedendo da seguinte forma:
Os juízes servidores públicos, todos portadores de título universitário, serão nomeados pelo Governador do Estado, dentre servidores da Secretaria da Fazenda e Procuradores do Estado, especializados em questões tributárias, indicados pelo Secretário da Fazenda.
Os juízes contribuintes, todos portadores de título universitário, de reputação ilibada e reconhecida especialização em matéria tributária, com mais de 5 (cinco) anos de efetiva atividade profissional no campo do Direito, inclusive no magistério e na magistratura, serão nomeados pelo Governador do Estado, dentre os indicados pelas entidades jurídicas ou de representação dos contribuintes. (art. 65, Lei Estadual nº 13.457/09)
2.2.2.1. Recursos
	São cabíveis, em 2ª instância, os seguintes recursos:
recurso de ofício de que trata o art. 46 desta lei;
Cabe recurso de ofício de decisão contrária à Fazenda Pública do Estado no julgamento da defesa, em que o débito fiscal exigido na data da lavratura do auto de infração for superior a 5.000 (cinco mil) UFESPs, haverá recurso de ofício para o Tribunal de Impostos e Taxas.
Apresentado o recurso de ofício, a Representação Fiscal manifestar-se-á no prazo de 60 (sessenta) dias, findo o qual, com ou sem a manifestação, o processo será encaminhado à Delegacia Tributária de Julgamento para intimar o contribuinte para contrarrazões, no prazo de 30 (trinta) dias.
Expirado o prazo para contrarrazões ao recurso de ofício, será o processo encaminhado ao Tribunal de Impostos e Taxas para distribuição a juiz designado relator, que terá 30 (trinta) dias para encaminhá-lo para decisão pela Câmara de Julgamento.
recurso ordinário;
Cabe recurso ordinário de decisão favorável à Fazenda Pública do Estado no julgamento da defesa, em que o débito fiscal exigido na data da lavratura do auto de infração seja superior a 5.000 (cinco mil)UFESPs, poderá o autuado, no prazo de 30 (trinta) dias, interpor recurso ordinário para o Tribunal de Impostos e Taxas.
O recurso ordinário será interposto por petição contendo nome e qualificação do recorrente, a identificação do processo e o pedido de nova decisão, com os respectivos fundamentos de fato e de direito.
O juízo de admissibilidade do recurso ordinário cabe ao Delegado Tributário de Julgamento.
Se admitido, o recurso ordinário interposto pelo autuado será encaminhado, como regra, à Representação Fiscal, para que responda e produza parecer no prazo de 60 (sessenta) dias, findo o qual, com ou sem a manifestação, o processo será encaminhado ao Tribunal de Impostos e Taxas para distribuição a juiz designado relator, que terá 30 (trinta) dias para encaminhá-lo para decisão pela Câmara de Julgamento.
recurso especial. 
Cabe recurso especial, interposto tanto pelo autuado como pela Fazenda Pública do Estado, fundado em dissídio entre a interpretação da legislação adotada pelo acórdão recorrido e a adotada em outro acórdão não reformado, proferido por qualquer das Câmaras do Tribunal de Impostos e Taxas.
O recurso especial, dirigido ao Presidente do Tribunal, será interposto por petição contendo o nome e a qualificação do recorrente, a identificação do processo, o pedido de nova decisão, com os respectivos fundamentos, a indicação da decisão paradigmática, bem como a demonstração precisa da divergência, na forma estabelecida em regulamento, sem o que não será admitido o recurso. 
Cabe ao recorrente providenciar a instrução do processo com cópias das decisões indicadas, por divergência demonstrada.
O juízo de admissibilidade do recurso especial compete ao Presidente do Tribunal de Impostos e Taxas. Admitido o recurso especial, será intimada a parte contrária para contrarrazões.
Para contra-arrazoar o recurso especial, o prazo é de 30 (trinta) dias, contados da intimação da interposição do recurso.
Computar-se-á em dobro o prazo para contra-arrazoar, quando a parte recorrida for a Fazenda Pública do Estado.
Na hipótese de ambas as partes terem condições para recorrer, o prazo será deferido primeiramente à Fazenda Pública do Estado e posteriormente ao autuado, quando, então, poderá contra-arrazoar eventual recurso interposto e, em querendo, interpor recurso especial no mesmo prazo, caso em que o processo retornará à Fazenda Pública para contrarrazões.
Findos os prazos previstos nos §§ 5.º e 6.º deste artigo, com ou sem apresentação de contrarrazões, o processo será distribuído a juiz designado relator, que terá 30 (trinta) dias para encaminhá-lo para decisão pela Câmara Superior.
O recurso especial poderá ser interposto por meio eletrônico, conforme dispuser o regulamento.
2.2.2.2. Reforma dos julgados administrativos (arts. 50 e 51, Lei Estadual nº 13.457/09)
A reforma dos julgados administrativos substituiu o pedido de retificação.
O art. 50 aduz que cabe reforma da decisão contrária à Fazenda Pública do Estado, da qual não caiba a interposição de recurso, quando a decisão reformanda: 
afastar a aplicação da lei por inconstitucionalidade, observado o disposto no art. 28 desta lei;
adotar interpretação da legislação tributária divergente da adotada pela jurisprudência firmada nos tribunais judiciários. 
E, pelo art. 51, a apresentação do pedido de reforma, no prazo de 60 (sessenta) dias, cabe à Diretoria da Representação Fiscal, mediante petição fundamentada dirigida ao Presidente do Tribunal de Impostos e Taxas, o qual exercerá o juízo de admissibilidade. Admitido o pedido de reforma, será intimada a parte contrária para que responda no prazo de 30 (trinta) dias.
Findo esse prazo, com ou sem apresentação de resposta, o processo será distribuído a juiz designado relator, que terá 30 (trinta) dias para encaminhá-lo à Câmara Superior para decisão.
O pedido de reforma poderá ser apresentado por meio eletrônico, conforme dispuser o regulamento.
Quadro sinótico do procedimento administrativo do Estado de São Paulo
13/09/2011
2.3. Processo tributário administrativo municipal
Em São Paulo, o processo administrativo é regulado pelas Leis nº 14.107/05, 14.141/06 e 14.614/07, sendo válidas aos seguintes impostos: ITBI, ISS e IPTU.
2.3.1. Primeira instância
O julgamento do processo em primeira instância compete a unidades da Secretaria Municipal de Finanças, na forma estabelecida por ato do Secretário Municipal de Finanças (art. 51, Lei Municipal nº 14.107/05).
Pelo art. 36, da referida lei, o contribuinte poderá impugnar a exigência fiscal, independentemente do prévio depósito, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação do lançamento ou da intimação do auto de infração, mediante petição escrita, instruída com os documentos comprobatórios necessários. O § 1º prevê que o prazo fixado no “caput” deste artigo será contado da data de vencimento normal da 1ª (primeira) prestação, se a impugnação recair sobre lançamento de tributo passível de pagamento em parcelas.
E procede no § 2.º que, na hipótese de notificação do lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o prazo para impugnação será de 90 (noventa) dias, contados da data de vencimento normal da 1ª (primeira) prestação.
No caso de impugnação não se exige mais o depósito, a impugnação será dirigida ao diretor do departamento de rendas mobiliárias (ISS) ou imobiliárias (IPTU, ITBI).
A decisão contrária à Fazenda Municipal estará sujeita a um único reexame necessário, com efeito suspensivo, quando o débito fiscal for reduzido ou cancelado, em montante igual ou superior ao estabelecido por ato do Secretário Municipal de Finanças (art. 40).
2.3.2. Segunda instância
O julgamento em 2ª instancia se procede no Conselho Municipal de Tributos, pois a grande maioria dos municípios não têm órgão de 2ª instância.
2.3.2.1. Recursos
Cabe recurso ordinário da decisão final proferida em primeira instância, interposto pelo sujeito passivo. O recurso ordinário, que poderá impugnar, no todo ou em parte, a decisão recorrida, implicará apreciação e julgamento de todas as questões suscitadas no expediente, ainda que a decisão de primeira instância não as tenha julgado por inteiro.
As questões de fato, não alegadas em primeira instância, poderão ser suscitadas no recurso ordinário, se o recorrente provar que deixou de fazê-lo por algum dos seguintes motivos:
fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna por motivo de força maior;
refira-se a fato ou a direito superveniente;
destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.
O recurso ordinário será apreciado pelas Câmaras Julgadoras, observado o disposto no Regimento Interno.
Sendo o recurso intempestivo, a autoridade recorrida o indeferirá de plano. Sendo o recurso tempestivo, a autoridade recorrida encaminhará os autos do processo ao Conselho, prestando as informações que entender necessárias.
2.3.1.2. Composição
O Conselho Municipal de Tributos, órgão integrante da Secretaria Municipal de Finanças, é composto por representantes da Prefeitura do Município de São Paulo e dos contribuintes, com independência quanto à sua função de julgamento.
Os representantes da Prefeitura do Município de São Paulo serão nomeados pelo Prefeito, dentre servidores efetivos, integrantes das carreiras de Inspetor Fiscal e de Procurador do Município, indicados, respectivamente, pelos Secretários Municipais de Finanças e dos Negócios Jurídicos.
Os representantes dos contribuintes, portadores de diploma de título universitário, com notório conhecimento em matéria tributária, serão indicados por entidades representativas de categoria econômica ou profissional, serão nomeados pelo Prefeito, na forma do regulamento.
O Prefeito nomeará, também, 1 (um) suplente para cada membro do Conselho, a fim de substituí-los em seus impedimentos. Os membros do Conselho terão mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos.
2.3.1.3. Competência
Definido pelo art. 53, da Lei Municipal nº 14.107/05, compete ao Conselho Municipal de Tributos:
julgar, em segunda instância administrativa,no âmbito dos tributos administrados pela Secretaria Municipal de Finanças, os recursos previstos no art. 41 desta lei, decorrentes de notificação de lançamento ou de auto de infração;
representar ao Secretário Municipal de Finanças, propondo a adoção de medidas tendentes ao aprimoramento do Sistema Tributário do Município e que objetivem, principalmente, a justiça fiscal e a conciliação dos interesses dos contribuintes com os da Fazenda Municipal;
elaborar e modificar seu Regimento Interno, submetendo-o à aprovação do Secretário Municipal de Finanças.
Não compete ao Conselho Municipal de Tributos afastar a aplicação da legislação tributária por inconstitucionalidade ou ilegalidade.
2.3.1.3. Recursos
Cabe recurso ordinário (arts. 45 a 48) da decisão final proferida em primeira instância, interposto pelo sujeito passivo. O recurso ordinário, que poderá impugnar, no todo ou em parte, a decisão recorrida, implicará apreciação e julgamento de todas as questões suscitadas no expediente, ainda que a decisão de primeira instância não as tenha julgado por inteiro.
As questões de fato, não alegadas em primeira instância, poderão ser suscitadas no recurso ordinário, se o recorrente provar que deixou de fazê-lo por algum dos seguintes motivos:
fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna por motivo de força maior;
refira-se a fato ou a direito superveniente;
destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.
O recurso ordinário será apreciado pelas Câmaras Julgadoras, observado o disposto no Regimento Interno.
Sendo o recurso intempestivo, a autoridade recorrida o indeferirá de plano. Sendo o recurso tempestivo, a autoridade recorrida encaminhará os autos do processo ao Conselho, prestando as informações que entender necessárias.
Cabe recurso de revisão (art. 49) da decisão proferida pela Câmara Julgadora que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe haja dado outra Câmara Julgadora ou as Câmaras Reunidas. Será dirigido ao Presidente do Conselho, deverá conter indicação da decisão paradigmática, bem como demonstração precisa da divergência.
Para as matérias que forem julgadas pela primeira vez pelo Conselho, poderá ser indicada como paradigma decisão proferida em última instância pelos Departamentos de Rendas Mobiliárias e Imobiliárias.
O recurso, restrito à matéria da divergência, é admissível uma única vez. O recurso de revisão poderá ser interposto pelo sujeito passivo ou pelo Representante Fiscal.
Admitido o recurso, o sujeito passivo ou o Representante Fiscal, conforme o caso, terão o prazo de 10 (dez) dias, contados da respectiva intimação, para apresentar contrarrazões.
Cabe pedido de reforma da decisão (art. 50) contrária à Fazenda Municipal, proferida em recurso ordinário, que:
afastar a aplicação da legislação tributária por inconstitucionalidade ou ilegalidade;
adotar interpretação da legislação tributária divergente da adotada pela jurisprudência firmada nos tribunais judiciários.
Para o pedido de reforma deverá ser formulado pelo Representante Fiscal no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da intimação da decisão reformanda, e será dirigido ao Presidente do Conselho. 
O Presidente do Conselho determinará a intimação do sujeito passivo para que se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. Findo esse prazo, com ou sem a manifestação do sujeito passivo, o processo será distribuído na forma estabelecida no Regimento Interno e apreciado pelas Câmaras Reunidas.
O Secretário de Finanças poderá editar ato fixando o valor abaixo do qual não caberá o pedido de reforma.
	04/10/2011
	3. PROCESSO TRIBUTÁRIO JUDICIAL
3.1. Mandado de segurança
A previsão básica do mandado de segurança encontra-se no art. 5.º, LXIX, CF c/c art. 1.º, da Lei n. 1.5331/51:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Publico;
Art. 1.º, Lei 1.533/51. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado par habeas corpus, sempre que, ilegalmente ou com abuso do poder, alguém sofrer violação ou houver justa receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem às funções que exerça.
Em tempo, é válido frisar que, na hipótese de ajuizamento dessa ação pelo procedimento ordinário, devera a impetrante atentar para os compulsórios requisitos da petição inicial, que lhe darão logicidade, no intuito de propiciar ao juiz o impulso oficial do processo.
3.1.1. Finalidade
Trata-se de ação de natureza civil, de rito sumaríssimo, que desfruta de status de remédio constitucional, dedicada a proteger o direito líquido e certo daquele que sofrer ilegalidade ou abuso de poder – ou tiver o receio de sofrê-la –, como atos perpetrados por autoridade publica ou agente de pessoa jurídica, no exercício de atribuições do Poder Publico.
O mandado de segurança (mandamus ou writ) é de enorme valia na seara fiscal, principalmente em razão do fato de que a relação jurídico-tributaria sujeita-se em sua inteireza a legalidade. Com efeito, se o tributo apresenta-se em desconformidade com a lei, inequívoca será a lesão a direito líquido e certo do contribuinte, chancelando a sua acertada opção pelo mandado de segurança.
3.1.2. Particularidades
Tipos de mandados de segurança
O mandado de segurança pode ser preventivo ou repressivo. O mandado de segurança preventivo será utilizado sempre que houver uma exigência tributaria descabida, veiculada na lei que deflagra a relação jurídico-tributaria. O mandado de segurança repressivo, por sua vez, será utilizado nas situações que sucede ao lançamento.
A liquidez e a certeza do direito
O “direito liquido e certo” traduz-se no direito induvidoso que pode ser comprovado pelo julgador, tão logo ocorra a impetração da ação mandamental, independentemente de provas sobejas. Sendo assim, descabe a sua comprovação posterior, uma vez que não pairam duvidas sobre o elemento probatório. Nesse passo, diz-se que a prova nesta ação e pré-constituída e segura, e o fato alegado deve ser provado de plano, por rocio de documentação inequívoca, no momento do seu ajuizamento (art. 6.º, parágrafo único, da Lei 1.533/51).
Dai se afirmar que a liminar no mandado de segurança cumpre papel principal: ela legitima a medida de urgência e justifica o remédio constitucional.
As partes no mandado de segurança
Nesta ação, o demandante, comumente chamado de impetrante, é sempre pessoa física ou jurídica, publica ou privada, possuidora do direito liquido e certo. Por sua vez, o demandado, conhecido como impetrado ou autoridade coatora, deverá ser a pessoa jurídica de direito público ou privado que esteja no exercício de atribuições do Poder Publico.
A propósito, a escolha da autoridade coatora é um dos detalhes mais importantes na impetração do Mandado de Segurança. A indicação incorreta da autoridade coatara, por evidenciar uma postulação contra pessoa que não e parte legítima, pode provocar a carência da ação, extinguindo-se o feito, em face da ilegitimidade passiva ad causam.
O prazo decadencial
O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência oficial pelo interessado do ato a ser impugnado (art. 18, da Lei 1.533/51). Vale salientar que o prazo e decadencial, não admitindo interrupção nem suspensão. Com efeito, tal prazo extintivo, uma vez iniciado, flui continuamente: não se suspende nem se interrompe.
É evidente que, não se preenchendo os requisitos mínimos para a impetração do mandado de segurança, deverá o interessado arguir o direito pode meio das ações ordináriasrespectivas.
O pedido de compensação
Com base na jurisprudência sumulada pelo STF e pelo STJ, o mandado de segurança constitui ação adequada para declaração do direito à compensação tributária.
11/10/2011
3.2. Ação anulatória de débito fiscal
A previsão básica da ação anulatória, como costumeiramente e chamada, encontra-se no art. 38, da Lei n 6.830/80:
A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Publica só e admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida esta precedida do deposito preparatório do valor do debito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.
Paragrafo único. A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renuncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.
Na hipótese de ajuizamento dessa ação pelo procedimento ordinário, devera o autor atentar para as compulsórios requisitos da petição inicial, pressupostos lógicos e aptos a bem instrui-la, no intuito de propiciar ao juiz o impulsa oficial do processo.
3.2.1. Finalidade
A ação anulatória de debito fiscal, também conhecida por ação de lançamento tributário (ou, ainda, da forma como e intitulada na Lei n. 6.830/80, por “ação anulatória do ato declarativo da divida”), objetiva a anulação do lançamento tributário. Em outras palavras, o pressuposto dessa ação e que exista um precedente crédito tributário constituído pelo lançamento e passível de anulação.
Nesse passo, a ação anulatória não se confunde com a ação declaratória, uma vez que veicula pretensão relativa à nulidade de débito fiscal, plasmado em lançamento tributário. Mostra-se, assim, como uma ação desconstitutiva ou constitutiva negativa, na qual esta sempre implícita a postulação de anulação ou desconstituição de debito fiscal constituído. Por outro lado, o entendimento corrente que o pressuposto da ação declaratória e a inexistência de um lançamento, devendo ser proposta antes deste e pressupondo “a inexistência de um lançamento fiscal ao que este ainda nao esteja dotado de eficácia preclusiva”.
3.2.2. Particularidades
A ação anulatória e o depósito
Segundo a Súmula n. 247, do antigo Tribunal Federal de Recursos, “não constitui pressuposto da ação anulatória de debito fiscal o deposito de que cuida o art. 38 da Lei n. 6.830/80”.
Desse modo, a ausência do deposito não inibirá o normal processamento da ação, permitindo, naturalmente, que se promova, em via paralela, a cobrança judicial do tributo por meio da execução fiscal, em face da não suspensão do credito tributário (art. 151, V, CTN).
A ação anulatória e os tributos
Em matéria fiscal, a ação anulatória poderá ser utilizada no âmbito de quaisquer espécies tributarias, a luz da pentapartição do sistema tributaria atual, na visão do STF, aplicando-se, assim, aos impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições.
Vale dizer que, na seara dos tributos (art. 3.º, do CTN), o sujeito passivo na relação jurídico-tributaria (art. 121, parágrafo único, I e II, CTN) poderá buscar o provimento anulatório, afeto as obrigações principal e acessória (art. 113, §§ 1.º e 2.º, CTN), par meio da indigitada ação.
A ação anulatória e o procedimento
O procedimento da ação anulatória, como regra, e o procedimento comum ordinário, pelo qual basicamente e regida.
Polo passivo
Nas ações ordinárias, o polo passivo será identificado a partir do tributo que for objeto da lide.
18/10/2011
3.3. Ação rescisória
A ação rescisória é remédio processual excepcionalíssimo, cabível apenas nas situações expressamente previstas no CPC, que tem por objetivo atacar a coisa julgada material já formada, mas que está eivada de vícios que permitem a sua desconstituição e, em alguns casos, o re-julgamento da lide, em consonância com o ordenamento jurídico.
Dispõe o art. 485 do CPC sobre as hipóteses de cabimento da Ação Rescisória, nos seguintes termos:
Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
ofender a coisa julgada;
violar literal disposição de lei;
se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;
fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.
3.3.1. Possibilidade de propositura de Ação Rescisória pela Fazenda Pública em matéria tributária
Para um melhor esclarecimento da questão em enfoque, faz-se necessário o exame da possibilidade de ajuizamento de ação rescisória pela Fazenda Pública contra decisão favorável ao contribuinte, em razão de posterior manifestação da Suprema Corte em sentido contrário ao decidido.
Parte da doutrina sustenta que, caso se permitisse, pela via da ação rescisória, a reforma de uma decisão proferida a favor do contribuinte, em consonância com a jurisprudência então prevalecente, ainda que posteriormente haja entendimento jurisprudencial que consagre tese em sentido contrário, a autoridade da coisa julgada material seria seriamente comprometida.
Segundo tal entendimento, estaria vedada a ação rescisória em matéria tributária, sempre que o contribuinte tivesse a seu favor uma decisão transitada em julgado de declaração de inconstitucionalidade, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da segurança jurídica.
3.3.2. Efeitos da ação rescisória
A ação rescisória tem como escopo rescindir a decisão transitada em julgado, propiciando, nas hipóteses cabíveis, o rejulgamento da causa. Depreende-se desse objetivo a possibilidade de coexistência de dois tipos de pedido na ação rescisória: pedido rescindente e pedido rescisório.
O primeiro (judicium rescindens) refere-se ao mérito da rescisória, ou seja, se há na decisão rescindenda algum dos vícios elencados no art. 485 do CPC, que autorize sua desconstituição. Sua natureza será, pois, sempre desconstitutiva ou constitutiva negativa. Já o segundo (judicium rescissorium) diz respeito ao mérito da ação cuja sentença se pretende rescindir, vale dizer, trata-se de pedido de novo julgamento da ação rescindenda que será realizado pelo próprio tribunal, caso este julgue procedente a Ação Rescisória. Terá tal pedido a mesma natureza jurídica da sentença substituída.
Cumpre ressaltar que o pedido rescisório é cabível apenas em algumas hipóteses, como no caso de violação de literal disposição de lei material (art. 485, V). Ademais, o rejulgamento da causa está adstrito ao pedido da ação cuja decisão fora rescindida.
25/10/2011
3.4. Embargos à execução fiscal
A previsão básica dos Embargos a Execução ou Embargos de Executado, encontra-se nos arts. 736 e seguintes, do CPC:
Art. 736. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se a execução por melo de embargos.
Parágrafo Único. Os embargos a execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado, e instruídos com cópias (art. 544. § 1º, in fine) das peças processuais relevantes.
A Lei 6.830/80, intitulada de “Lei de Execução Fiscal” e, costumeiramente, chamada de “LEF”, dispõe acerca dos Embargos a Execução Fiscal, no art. 16:
Art. 16. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:
do depósito;
da juntada da prova da fiança bancária;
da intimação da penhora.
§ 1.º Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.
§ 2.º No prazo dos embargos, o executado devera alegar toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autosos documentos e rol de testemunhas, até 3 (três), ou, a critério do juiz, ate o dobro desse limite.
§ 3.º Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as exceções, salvo as de suspenção, incompetência e impedimentos, serão arguidas como matéria preliminar e serão processadas e julgadas com os embargos.
3.4.1. Particularidades
Considerações iniciais sobre a execução fiscal
Por meio da Lei 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), normatizou-se o trato da cobrança da dívida publica no Brasil, buscando-se a agilidade no processo executivo fiscal e na satisfação do direito fazendário. O CPC continuou caminhando, paralelamente a LEF, com aplicação subsidiaria, enquanto um conjunto de regras específicas passava a reger a execução fiscal e os embargos.
Como sujeito ativo (exequente), destaca-se a Fazenda Publica da União, Estados, Distrito Federal e respectivas autarquias. Na condição de sujeito passivo (executado), despontam o contribuinte e os demais responsáveis legais pela divida ativa de natureza tributaria ou não-tributária.
A Dívida Ativa do Estado-administrador (Fazenda Pública) provém de créditos tributários ou de créditos não-tributários, conforme o disposto no art. 2.º, caput, da LEP com a seguinte redação:
Art. 2º. Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não-tributária na Lei 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Nessa toada, quando os créditos da Fazenda Publica não são pagos em tempo hábil (art. 2.º da LEF), ocorre a sua inscrição no cadastro da Divida Ativa (art. 201 do CTN)
O credito tributário, se não for pago administrativamente as repartições arrecadadoras, dentro do prazo legal ou resultante de decisão do processo do qual de provenha, converter-se-á em “Divida Ativa” da Fazenda pele procedimento da “inscrição” nos livros da repartição competente para isso.
A certidão do termo de inscrição funciona como o título executivo extrajudicial (art. 202 do CTN), a ser utilizado pela Fazenda Publica para cobrar esses créditos em juízo.
No processo de execução fiscal, o juiz realiza atos tendentes a satisfação do crédito, a partir de um título executivo líquido, certo e exigível – a certidão de divida ativa (CDA), extrai da a partir do termo, cujos detalhamentos podem ser verificados no art. 202 do CTN:
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundada;
a data em que foi inscrita;
sendo caso, o numero do processo administrativo de que se originar o credito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.
Aliás, o processo de execução fiscal não é um processo dialético, próprio para discutir e acertar o direito das partes, mas apenas um meio de sujeição do devedor à realizar o direito líquido e certo do credor. Não tem por objeto a constituição ou a declaração do direito, mas, sim, a efetivação deste, que se presume líquido e certo, por força de lei. Com efeito, o devedor não é citado para se defender, mas para cumprir a obrigação (art. 16 da LEF).
De fato, ajuizada a execução e presentes os requisitos necessários, o juiz profere um despacho deferindo a petição. Tal ato importa ordem para a citação, que se fará pelo correio, com aviso de recepção, por mandado ou por edital, conforme o caso.
Feita a citação, o executado poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com juros, multa de mora e demais encargos ou garantir a execução, com a nomeação à penhora de bens, de sua propriedade ou de terceiros, aceitos pela Fazenda Pública e suficientes para satisfazer, integralmente, o credito da exequente.
O art. 9.º, I a IV e parágrafos 1º a 6º da LEF dispõem a esse respeito, discriminando as formas de garantia:
Deposito em dinheiro, à ordem do Juízo, em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária;
Fiança bancaria;
Nomeação de bens à penhora, observada a ordem do art. 11 da LEF;
Indicação à penhora de bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Publica (art. 19 da LEF).
A penhora é feita em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, juros, correção monetária, custas, verbas honorarias e demais cominações legais. A propósito, o STJ reconhece como pacifica a jurisprudência no sentido de que, no trato de nomeação à penhora, e legítima a recusa do exequente a bem de difícil alienação.
Os embargos à execução
Diante da ação de execução fiscal, a sistemática atual da Lei de Execução Fiscal (LEF) permite a oposição, por parte do executado, de ação autônoma, intitulada “embargos à execução”, processando-se em apenso aos autos principais. A bem da verdade, os embargos à execução servem como meio efetivo de proteção a direitos do executado, cujo patrimônio não poderá ser alcançado sem o devido processo legal.
A oposição dos chamados embargos de executado poderá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias, a serem contadas:
do depósito.
da juntada da prova da fiança bancaria;
da intimação da penhora.
A garantia do juízo é requisito de admissibilidade dos embargos de executado. Uma vez realizada a garantia, no prazo de 5 (cinco) dias, abre-se o trintídio legal (período de 30 dias, conforme o art. 16 da LEF), dentro do qual deverá se dar a protocolização dessa ação de índole incidental, que visa desconstituir o título exequendo. Em outras palavras, no processo autônomo dos embargos, em relação ao processo de execução fiscal, o executado vai perseguir a desconstituição do título executivo manejado pela Fazenda Pública para cobrá-lo.
Por fim, tem-se entendido que os embargos a execução devem ser reunidos com as possíveis ações anulatórias ou declaratórias, contemporaneamente ajuizadas, para uma solução uniforme das questões levantadas. Para o STJ, só deve ser paralisada a execução fiscal, quando proposta ação anulatória, se houver garantia mediante deposito integral ou penhora.
A suspensividade dos embargos a execução fiscal perante as alterações do Código de Processo Civil
Em 2006, publicou-se a Lei 11.382/06, que veiculou importante reforma no processo de execução de título extrajudicial, alterando substancialmente a sua disciplina no âmbito do Código de Processo Civil, com o escopo de garantir uma maior celeridade na execução, desonerando o credor dos entraves enfrentados na satisfação de seu crédito 
Entre as varias alterações, a Lei 11.382/06 revogou o § 1º do art. 739 do CPC, segundo o qual os embargos do executado deveriam ser sempre recebidos no efeito suspensivo. Além disso, incluiu no Código o art. 739-A, que dispõe:
Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo.
§ 1.º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida par penhora, depósito ou caução suficientes (...)
Considerando-se que a LEF nada regulava sobre o assunto, as disposições do CPC seriam, sim, aplicáveis ao procedimento de execução fiscal. O CPC, como lei geral ordinária que versa sobre o direito processual civil, aplica-se a todos os processos regulados por lei especial, em que esta for omissa.
Nesse rumo, segue o art. 1º da LEF:
Art. 1.º A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.
A exceção de pré-executividade
Como se notou,a Lei de Execução Fiscal determina que o executado se defenda por meio do oferecimento de embargos, no prazo de 30 (trinta) dias (art. 16), por meio do depósito (inciso I), fiança bancaria (inciso II) ou penhora (inciso III).
A exceção de pré-executividade aparece como medida substitutiva da segurança ou garantia em juízo. Com efeito, tal mecanismo prescinde de segurança do juízo, o seu cabimento ocorre, basicamente, em duas situações generalizantes:
carência econômica do executado (art. 5º, XXXV e LV, da CF);
ausência no titulo executivo dos requisitos da liquidez, da certeza e da exigibilidade (nula executio sine titulo), exigidos pelo art. 586 do Código de Processo Civil.
Seu processamento se da por meio de simples petição nos próprios autos da execução, de modo incidental, sem embargos ou penhora, em que são levantadas matérias de ordem publica e nulidades absolutas que não reclamam, para caracterização, produção de provas.
De fato, em casos de flagrante nulidade do titulo executivo ou do processo, tem-se admitido sua propositura. O título será líquido (ou dotado de liquidez) quando seu valor for conhecido; será certo (dotado de certeza) quando sua existência for indiscutível; e será exigível (dotado de exigibilidade) quando for vencido. O normal processamento da execução fiscal depende de que esses 3 (três) requisitos sejam atendidos cumulativamente, de forma não alternativa, sob pena do exequente tomar-se carecedor de ação.
A guisa de exemplificação, insta citar algumas matérias que costumam ser arguidas em exceção de pré-executividade:
a falta de condições da ação e de pressupostos processuais decorrentes de nulidades absolutas;
a falta de jurisdição;
a ilegitimidade de parte;
a inépcia da petição inicial;
a falta ou irregularidade de citação;
a falta de capacidade postulatória;
a coisa julgada, a litispendência e a perempção;
os vícios do processo administrativo fiscal;
as nulidades relativas a execução;
o excesso de execução;
a inexistência total ou parcial do débito fiscal;
qualquer outra causa extintiva da obrigação, como pagamento, novação;
entre outras causas.
Os embargos e os tributos
Em matéria fiscal, os embargos de executado poderão ser utilizados no âmbito de quaisquer espécies tributárias, a luz da pentapartição do sistema tributário atual, na visão do STF, aplicando-se, assim, aos impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições.
Vale dizer que, na seara dos tributos (art. 3.º, CTN), a sujeito passivo na relação jurídico-tributária (art. 121, parágrafo único, I e II, CTN) poderá buscar o provimento declaratório, afeta as obrigações principal e acessória (art. 113, §§ 1.º e 2.º, CTN), por meio da indigitada ação.
Polo passivo nos embargos
01/11/2011
3.5. Ação de consignação em pagamento
Pagar um tributo não é apenas um dever, mas também um direito. Essa é a razão pela qual existe ação própria para proteger tal direito do sujeito passivo, em certas circunstâncias, dele obstativas, evitando-se que se faça um pagamento inadequado – a ação de consignação em pagamento, comumente chamada consignatória.
A ação e exaustivamente tratada no Direito Civil, com previsão na legislação pertinente (Código Civil, art. 335; Código de Processo Civil, art. 890 e seguintes).
Nesse passo, a consignação em pagamento, segundo Pablo Stolze Gagliano, é “o instituto jurídico colocado a disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo devedor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional”.
No âmbito tributário, a consignatória assegura o direito de bem pagar o tributo, em decorrência de uma resistência oferecida pelo credor ou em virtude da existência de uma pretensão de mais de um credor em perceber a indigitada exação a ser quitada.
3.5.1. Hipóteses e fundamentos
A consignação judicial da importância tributária pode ser efetuada pelo sujeito passivo, nos casos referidos no art. 164 do CTN, cujo teor segue adiante:
Art. 164. A importância de credito tributário pode ser consignada judicialmente peto sujeito passivo, nos casos:
de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;
de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito publico, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Nota-se, portanto, que a consignatória será cabente nas seguintes situações:
quando houver recusa de recebimento por parte da autoridade administrativa (exemplo: a autoridade alega não ser a competente para tal recebimento);
quando a autoridade administrativa subordina o recebimento ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória, exigências essas consideradas ilegítimas pelo contribuinte;
quando a autoridade administrativa subordina o recebimento ao cumprimento de exigência administrativa sem fundamento legal (exemplo: a autoridade exige o obrigatório preenchimento e apresentação de certa guia documental não prevista em lei);
quando ocorre exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre o mesma fato gerador, o que se tem intitulado “bitributação”.
3.5.2. Efeitos da ação
Os efeitos da consignação em pagamento, referidos no § 2.º do art. 164 do CTN, podem ser assim memorizados:
se a consignação for julgada procedente por decisão transitada em julgado, o pagamento se considera efetuado, e a importância consignada será convertida em renda, extinguindo-se, em consequência, o credito tributário (art. 156, VIII, CTN);
se a consignação for julgada improcedente, no todo ou em parte, poderá o Fisco cobrar o crédito, acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
A sentença proferida nas hipóteses em que o depósito e suficiente para extinguir a obrigação limita-se a declarar a inexistência do crédito por esse fato. Sempre que o depósito da quantia for reconhecido como adequado à prestação devida, terá de a força de pagamento, libertando o autor da obrigação a qual estava vinculado. De outra banda, quando houver sentença proferida a luz do § 2.º do art. 899 do CPC, prevendo-se a hipótese em que o autor e condenado ao pagamento de diferença do depósito, haverá, também, a parcela condenatória da sentença, que qualifica o título executivo judicial e dá ensejo ao procedimento para seu cumprimento.
3.5.3. Casos obstativos da ação
A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe a pagar (CTN, art. 164, § 1.º), não se prestando para disputa de questões outras.
A ação de consignação em pagamento não e a via adequada em certos casos, já consagrados na retórica jurisprudencial, cuja citação se faz necessária. Sendo assim, não se deve utilizar a consignatória para:
discutir a possibilidade e legitimidade da exigência tributaria, uma vez que só pode versar a ação sobre o crédito que a consignante se propõe a pagar. Aliás, a ação de consignação em pagamento, prevista no art. 164 do CTN, de índole nitidamente declaratória, tem por escopo a extinção da obrigação com o pagamento devido, por meio do deposito initio litis, visando a liberação do devedor, quando satisfeita a divida em sua integralidade.
obter a concessão do parcelamento ou de moratória: tem insistido o STJ que a intenção do devedor, que pretende não pagar o tributo, no montante que entende devido, mas, sim, obter parcelamento ou moratória, inviabiliza a utilização da via consignatória, que não se presta a obtenção de provimento constitutivo, modificador de um dos elementos conformadores da obrigação, ou seja, o praza para pagamento do tributo.
excluir parcelas registradas no auto de infração e multa, com a pretensão de discutir a validade da divida fiscal para liberar-se da obrigação de pagamento, não tendo sido recolhido, a tempo e modo, o credito tributário;
obter provimento jurisdicionalque reconheça a viabilidade de se utilizar de apólices da divida publica para adimplemento de debito tributário referente a tributo, uma vez que tais títulos possuem natureza diversa da prestação devida;
elidir a possibilidade de se configurar o crime de sonegação fiscal: com efeito, o simples fato de haver sido ajuizada uma ação de consignação em pagamento ou, ainda, a eventual possibilidade de haver a extinção do crédito tributário a partir da compensação, per se, não elide a caracterização do crime de sonegação fiscal, mormente quando se tem na figura típica a descrição de fraude.
3.5.4. Particularidades
Legitimidade ativa
O art. 164 do CTN determina a legitimidade ativa para propor a ação de consignação em pagamento ao sujeito passivo da relação tributaria. Apresentada a contestação, a Fazenda Publica, na condição de ré, poderá alegar toda matéria de defesa processual, bem como, no mérito, as matérias discriminadas no art. 896 do CPC, quais sejam:
que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida;
que foi justa a recusa;
que o depósito não se efetuou no praza ou no lugar do pagamento;
que o deposito não foi integral, hipótese em que o réu devera indicar o montante que reputa devido, abrindo-se a possibilidade para a complementação do valor.
Legitimidade passiva
Na ação de consignação em pagamento, o polo passivo será identificado a partir do tributo que for objeto da lide.
O rito da ação consignatória e o CPC
A ação consignatória segue o rito previsto no CPC, nos arts. 890 a 900.
	08/11/2011
	4. EXECUÇÃO FISCAL
Execução fiscal é o processo para cobrança de créditos da Fazenda Pública (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) e constitui um conjunto de atos sucessivos e coordenados destinados à realização do direito, consubstanciado no título executivo.
A Lei n. 6.830/80 foi editada com o fim de regular a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública. O seu art. 1.º estabelece que a cobrança judicial se estenda a toda dívida ativa tributária ou não-tributária. A dívida ativa, conforme define o seu art. 2.º, consiste em crédito da Fazenda Nacional, de qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o seu art. 1.º.
As partes no processo de execução fiscal são exequente e executado, e o processo se inicia por meio de petição do exequente objetivando a satisfação do seu direito, ou seja, o pagamento de dívida em dinheiro. Sem o pagamento do débito no prazo legal, faz-se a penhora em bens do executado e a sua intimação desta para a oposição de embargos a execução no prazo de 30 (trinta) dias. Transcorrido esse prazo, a conversão desta em dinheiro efetua-se por meio de leilão, que é a transferência da propriedade do bem para um terceiro adquirente. Esse procedimento de transferência de propriedade ou alienação judicial sucede à penhora, desde que o executado/devedor não se oponha à execução por meio de embargos ou, ainda, pague o débito, o que extinguirá o processo; em não havendo oposição, o procedimento é automático:
1º avaliação;
2º publicação dos editais do leilão;
3º lavratura (em 24 horas após o leilão) do auto de arrematação;
4º quando se tratar de bem imóvel, o arrematante irá ao Cartório de Registro de Imóveis com a Carta da Arrematação (desde que pago o imposto de transmissão), para efetuar a transcrição.
As principais inovações da Lei n. 6.830, de 22/09/80, são:
faculta que a certidão de dívida ativa seja preparada e numerada por processo manual, mecânico ou eletrônico (art. 2º, § 7º);
a petição inicial será instruída com a certidão da dívida ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita (art. 6º, § 1º);
a petição inicial e a certidão da dívida ativa poderão constituir documento único, preparado até mesmo por processamento eletrônico (art. 6º, § 2º);
a produção de provas pela Fazenda Pública independerá de requerimento na petição inicial (art. 6º, § 3º);
o valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais (art. 6º, § 4º);
segundo o princípio da economia processual, evita a repetitiva “conclusão dos autos”, para a prolação de despachos ordenatórios de autos cuja sequência é óbvia e vai, desde logo, implicitamente admitida no deferimento da inicial (art. 7º); 
a citação será por via postal (art. 8º);
o prazo para pagar será de cinco dias (art. 8º);
a citação será por edital para o réu ausente do país (art. 8º, §1º);
a competência para processar e julgar a execução da dívida ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o de falência, concordata, liquidação, insolvência ou inventário (art. 5º);
a faculdade de se garantir a execução, mediante depósito, fiança bancária ou indicação à penhora de bens oferecidos por terceiros (art. 9º);
a faculdade de se pagar parcela da dívida e garantir a execução pelo saldo sobre o qual recai a controvérsia (art. 9º, § 6º);
a intimação da penhora será feita mediante publicação na imprensa oficial do ato da juntada de penhora aos autos (art. 12);
a avaliação poderá ser efetuada pelo Oficial de Justiça (art. 13);
o registro de penhora, independente do novo despacho, de mandado ou de pagamento de custas ou de outras despesas, será efetuado mediante contrafé e cópia de termo ou auto de penhora (art. 14);
o prazo para os embargos será de trinta dias (art. 16);
haverá dispensa de audiência nos casos do art. 17, parágrafo único, combinado com o art. 330 do CPC;
será realizada intimação de terceiro que ofereceu garantia para remição ou pagamento (art. 18);
na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, que os remeterá ao juízo deprecante para instrução e julgamento (art. 20);
elimina-se a distinção entre praça e leilão;
estabelece-se o que já ocorre na praxe forense, com relação à intimação do procurador (art. 25, parágrafo único);
se antes da decisão de primeira instância for a inscrição cancelada, extinguir-se-á a execução fiscal (art. 26);
facultam-se as publicações dos atos processuais resumidamente ou reunidas num só texto, referentes a diversos processos (art. 27);
permite-se a reunião de processos contra um mesmo devedor (art. 28);
a cobrança da dívida ativa não é sujeita a concurso de credores, habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento (art. 29);
nos processos de falência, concordata, liquidação, inventário, arrolamento ou concurso de credores, nenhuma alienação será judicialmente autorizada sem a prova de quitação da dívida ativa ou concordância da Fazenda (art. 31);
os depósitos serão feitos na Caixa Econômica Federal ou no banco oficial do Poder Público (art. 32);
será feita comunicação da decisão final contrária à Fazenda (art. 33);
serão cabíveis embargos infringentes e de declaração às decisões em execuções fiscais de valor igual ou inferior a 50 ORTN (ou padrão equivalente) (art. 34);
dispensar-se-á revisor nas apelações (art. 35);
dispensar-se-á a Fazenda Pública do pagamento de custas e de emolumentos e a prática de atos de seu interesse independerá de preparo ou prévio depósito (art. 39);
suspender-se-á a execução enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis (art. 40);
durante o período de suspensão de que trata o item anterior não ocorrerá a prescrição; e sendo encontrado o devedor ou o bem, será determinado pelo juiz o prosseguimento do feito (art. 40, § 3º).
4.1. Partes
Exequente, que é a parte ativa na execução. O credor tem atividade equiparada ao autor no processo de conhecimento.
Executado, que é o devedor na execução tem posição equiparada ao réu no processo de conhecimento.
4.2. Atos
Citação: É o ato pelo qual se chama o juízo, o réu ou interessado a fim de se defender (art. 213, CPC).
Mandado: É ordem de juiz ou membro de tribunal, com o fim de ser tomada medida coativa contra o destinatário ou de dar ciência para que seja feito ou deixe de ser praticado algum ato.
4.3. Tramitação na secretaria
A petição inicial é distribuída pela Seção de Distribuição e entregue à Secretaria para ser autuada e numeradapara a tramitação regular.
Recebida a petição inicial, o servidor verificará se a mesma possui a certidão da dívida ativa e cópias para acompanhar o mandado, procedendo às anotações e registros necessários na Secretaria, encaminhado os autos ao juiz para o despacho de citação do executado.
Quando a inicial não preenche os requisitos dos arts. 282 e 614 do CPC e/ou apresenta outros defeitos ou irregularidades, o juiz solicitará a emenda da inicial em 10 (dez) dias.
Cumprindo o despacho ou decorrido o prazo, fazer conclusão ao juiz com a minuta do despacho, que poderá ser requerendo a citação ou decretando a extinção do processo sem o julgamento do mérito.
Os autos retornarão à Secretaria para o cumprimento do despacho, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, conforme o art. 190 do CPC e demais atos processuais.
Recebidos os autos, o servidor providenciará o cumprimento do despacho:
se for simplesmente para a citação, lavrará certidão de recebimento dos autos e encaminhará ao setor competente;
se for outro o despacho, remeterá para publicação no Diário da Justiça, lavrará certidão de recebimento dos autos e remeterá o despacho para a publicação.
Determinada a citação, o servidor expedirá o mandado, que após assinado será distribuído pela secretaria ou pela central de mandados, onde houver, mediante lançamento no sistema processual eletrônico ao Oficial de Justiça, certificando sua expedição e entrega.
4.4. Pagamento pelo executado (art. 8.º da Lei n. 6.830/80)
Citado o devedor, o Oficial de Justiça aguardará o prazo de 5 (cinco) dias para o comparecimento na Secretaria para pagamento do débito.
Comparecendo o executado à Secretaria dentro do prazo estipulado, o servidor certificará o seu comparecimento e providenciará a remessa imediata dos autos à Seção de Cálculos para que seja estimada a conta e expedidas as guias de recolhimento do débito e das custas.
4.5. Petição do exequente
Quando o exequente discordar dos cálculos e do pagamento, o juiz determinará seu retorno à Seção de Cálculos. Apurada diferença a favor do exequente, o executado será intimado a efetuar a complementação, sob pena de prosseguimento da execução.
Efetuado o pagamento da diferença apontada e juntadas as cópias das guias de recolhimento fornecidas pela CEF, e o mandado de intimação, se expedido, o servidor fará conclusão dos autos ao juiz, que novamente dará vista aos exequentes.
Quando o exequente concordar com o pagamento, irão os autos conclusos para o juiz, que julgará extinta a execução.
4.5.1. Executado comprova pagamento
Quando a dívida já se encontra regularmente inscrita na Fazenda Nacional e distribuído o processo de execução, o oficial de justiça, ao citar o executado que comprovar o pagamento do débito, deverá devolver o mandado à Secretaria da Vara, com a cópia do recibo de quitação do débito efetuado pelo devedor/executado. Feitas as anotações de costume vão os autos conclusos para o juiz, que determinará vista ao exequente.
Se o exequente concordar com o pagamento do débito, requererá a extinção do feito (art. 267 do CPC c/c art. 26 da Lei n. 6.830/80) e o juiz julgará extinto o processo, determinando sua baixa e arquivamento.
Quando não ocorrer pagamento do débito, o exequente requererá o prosseguimento do feito, a ser deferido pelo juiz.
4.5.2. Executado nomeia bens à penhora (art. 9.º da Lei n. 6.830/80)
Após a petição, o oficial de justiça avaliador aguardará 5 dias para o executado nomear bens à penhora. Feita a nomeação, o servidor cientificará o oficial de justiça de juntada de petição, e fará conclusão dos autos ao juiz.
4.6. Petição do executado (art. 9.º da Lei n. 6.830/80)
Atendendo-se a citação e usando das prerrogativas do art. 9º da Lei n. 6.830/80, o devedor nomeia bens à penhora.
Recebido o processo na Secretaria o servidor remeterá o despacho para publicação, exceto os processos da Fazenda Nacional, nos quais as intimações são feitas com a remessa direta dos feitos.
Publicado o despacho, o processo deverá ser remetido à Fazenda Nacional e ao INSS, observado o disposto no art. 25 da Lei n. 6.830/80 – intimação pessoal ao representante judicial da Fazenda Pública.
Sempre que o processo for remetido da Secretaria, preencher e assinar o livro competente, ou o equivalente, anotando-se a data da devolução e registrando-se o ocorrido em ficha ou computador.
O exequente, cumprindo o despacho, juntará a petição, e o servidor lavrará certidão.
4.7. Petição do exequente
O exequente aceita a indicação dos bens oferecidos à penhora, ou o exequente impugna os bens oferecidos à penhora. Após a juntada da petição do credor, o servidor fará conclusão dos autos ao juiz.
Recebido o processo na Secretaria, o servidor remeterá o despacho para publicação no Diário da Justiça.
Publicado o despacho que rejeitou a impugnação do exequente, poderá este agravar de instrumento, sem, porém, ser suspenso o curso do processo, observado o que determina o art. 25 da Lei n. 6.830/80. Deverá o servidor lavrar o ocorrido.
4.8. Agravo de instrumento (arts. 522 e 529 do CPC)
Agravo de instrumento é recurso que cabe das decisões, ou seja, dos atos pelos quais o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente, sem encerrá-lo (art. 522). O prazo é de 10 (dez) dias (art. 532), quer seja o agravo retido ou por instrumento, este a ser ajuizado na instância imediatamente superior.
O processo da execução terá seu curso normal, salvo se for concedida a sua suspensão por decisão do Tribunal Regional Federal.
Quando o exequente impugna a indicação dos bens oferecidos à penhora e o juiz acolhe a impugnação, os autos aguardarão o cumprimento do despacho que determina a indicação de outros bens à penhora.
Quando o exequente impugna a indicação dos bens oferecidos à penhora e o juiz rejeita a impugnação, em não havendo interposição do agravo de instrumento, ou logo após sua atuação de registro, o oficial de justiça avaliador fará a penhora dos bens indicados, e o servidor lavrará certidão.
Após a lavratura da certidão que cientificou o Oficial de Justiça Avaliador da penhora dos bens indicados, os autos permanecerão em escaninho próprio, aguardando a devolução do mandado.
Devolvido o mandado, o servidor verificará seu cumprimento e procederá ao movimento respectivo, dependendo de cada situação que poderá ensejar:
ato ordinatório com vista ao exequente;
aguardar prazo para oposição de embargos, caso tenha havido a penhora de bens;
ou fazer os autos conclusos ao juiz nos demais casos.
Deixando o oficial de justiça avaliador de cumprir integralmente o mandado por qualquer motivo, serão os autos conclusos ao juiz.
4.9. Embargos do devedor
Embargos de devedor é denominação atual dos antigos embargos à execução, ou seja, a defesa do executado, consistente em ação constitutiva negativa do título exequente, mediante procedimento especial, com contraditório, provas, audiência e julgamento, conforme arts. 736 a 747, CPC c.c arts. 16 e 17 da Lei n. 6.830/80.
O prazo para interposição de embargos são de 30 (trinta) dias, contados:
do depósito;
da juntada da prova da fiança bancária;
da intimação da penhora (vide art. 12 da Lei n. 6.830/80).
Ocorrendo interposição de embargos, será lavrada certidão.
2
40

Continue navegando