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Alimentação e Cultura Padrões Alimentares Profª Celeste Viana Adaptado da aula da Profª Cristiane Borges Alimentação e Cultura Quais os mecanismos subjacentes que determinam o que, quanto, e como comemos? Alimentação Necessidade básica Direito Humano Atividade cultural Crenças Tabus Distinções Cerimônias Alimentação e Cultura COMER Não representa apenas o fato de incorporar elementos nutritivos importantes para o nosso organismo! Como toda relação que se dá entre pessoas, traz convívio, diferenças e expressa o mundo da necessidade, da liberdade ou da dominação. Alimentação e Cultura É UM ATO SOCIAL Alimentação e Cultura Comer é um dos prazeres da vida • a comida está imersa na vida social • o que comemos está determinado por “social drives” (economia, cultura, política agrícola e agrária, religião, etc) • sobre bases biológicas e ecológicas foram construídos diversos sistemas alimentares. • a existência de diferentes sistemas culinários indica que as preferências alimentares são forjadas culturalmente. • os hábitos alimentares são uma construção social. Os padrões alimentares de um grupo sustentam a identidade coletiva, posição na hierarquia, na organização social, mas, também, determinados alimentos são centrais para a identidade individual. Alimentação e Cultura Isto significa que as preferências e símbolos alimentares não são, necessariamente, entidades estáticas. Alimentação e Cultura A SOCIALIZAÇÃO ALIMENTAR Começa na infância, através da família é pré-determinada pela cultura de onde provêm. Podem colaborar, fatores, como a: propaganda, a mídia, os profissionais, as instituições do estado, os movimentos ideológicos e religiosos e até o mesmo indivíduo (manifestado nas possibilidades de escolha). É CONTÍNUA... De certa forma, os alimentos representam a ligação mais primitiva entre natureza e cultura, fazendo parte da raiz que liga um povo, uma comunidade ou um grupo à sua terra e à “alma” de sua história (FISCHLER, 1988:92). Alimentação e Cultura Os estudos antropológicos que abordam o tema dos hábitos alimentares demonstram que: O que se come e como se come são elementos fortemente incorporados na construção da identidade cultural dos povos, constituindo uma das mais fortes barreiras de resistência às mudanças. Estudos no Brasil: Existem trabalhos antropológicos relevantes sobre hábitos e tabus alimentares. Alimentação e Cultura No campo da nutrição são poucos os considerados: Estudos relacionados geralmente à parte técnica e reducionista com os distúrbios, sem reconhecer que tais problemas têm causas básicas (sócio-históricas-econômicas)que ultrapassam a mera ingestão alimentar; Menosprezo aos hábitos, crenças, às representações e aos tabus populares. Tudo o qual pode provocar fracassos nos programas alimentares, nos programas de prevenção em saúde e nas orientações dietoterápicas...uma vez que não conseguem penetrar nas dimensões simbólicas e culturais das questões alimentares. Determinados alimentos podem portar carga simbólica negativa : Associações com doenças, imoralidade, profanação ritual, etc. Alimentação e Cultura Aspectos da dimensão cultural e simbólica da alimentação Outros podem portar carga simbólica positiva : Associações com saúde, integridade moral, purificação espiritual, etc. Exemplo: Considerar a carne vermelha, por seu alto conteúdo de sangue, como um alimento “forte” (que confere força) e, como exemplo oposto, a crença comum entre os franceses de que o consumo de nabo induz à fraqueza – alimento “fraco” – ou a “sangue fraco” (FISCHLER, 1988:92). Os alimentos diferem de uma cultura para outra, também nas formas de como são cultivados, colhidos, preparados, servidos e ingeridos. Alimentação e Cultura Aspectos relacionados às variações nas diferentes etapas da cadeia alimentar: O seu consumo, por depender dos gostos, muda segundo a mobilidade social dos indivíduos ou pela mudança da composição social. Os gostos das classes populares são gostos de necessidades, por ter que eleger necessariamente os alimentos que lhes conferem uma sensação máxima de saciedade e ao menor custo possível. Os gostos de luxo e a seleção de alimentos mais refinados são próprios dos indivíduos distantes da necessidade. Isto, praticamente, implica não poder falar de gostos na seleção de alimentos por parte das classes populares, pois o que premia é a necessidade (gosto supõe liberdade na escolha). Assim, os hábitos alimentares mudam pouco, mas não deixa de ser importante a questão cultural do tradicionalismo alimentar, pois são nos gostos alimentares onde se encontram a marca mais forte e inalterável dos aprendizados primitivos (BOURDIEU, 1979). Alimentação e Cultura Alimentação e Cultura POF – PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES - Estudo encomendado pelo IBGE teve por objetivo analisar a disponibilidade DOMICILIAR de alimentos e do estado nutricional do Brasil. - Dados relativos ao aspecto nutricional e antropometria (antropologia física); - Este estudo propiciou uma comparação de hábitos alimentares: Primeira POF: 1987 - 1988 Segunda POF: 1995 -1996 Terceira POF: 2002 – 2003 Quarta POF: 2008 - 2009 Alimentação e Cultura DIFERENÇAS COMPARATIVAS ENCONTRADAS • Transição Epidemiológica: diminuição da desnutrição e doenças infecciosas oportunistas e/ou aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Alimentação e Cultura Alimentação e Cultura • Transição Nutricional: aumento do consumo de alimentos de origem animal, gorduras, açúcares, alimentos industrializados e pouca quantidade de carboidratos complexos e fibras e diminuição do consumo de grãos e cereais (Costa e Silva, 1998). DIFERENÇAS COMPARATIVAS ENCONTRADAS Alimentação e Cultura • Consumo de alimentos de origem vegetal (cereais, leguminosas, tubérculos, frutas, verduras e legumes decresceram. • Consumo inadequado de cálcio, ferro e vitamina A. Alimentação e Cultura • A produção e o consumo de alimentos de origem animal, produtos industrializados, gordura hidrogenada e saturada, sal, açúcar, na forma de refrigerante (aumento de 40%) e produtos refinados AUMENTARAM... Alimentação e Cultura Alimentação e Cultura Vejam que estamos estudando o homem (ANTROPOLOGIA), e como as mudanças sociais, econômicas e culturais estão influenciando no seu padrão alimentar atual e consequentemente em sua SAÚDE Entrada da mulher no mercado de trabalho do número de refeições fora de casa do número de pessoas solteiras GLOBALIZAÇÃO OBRIGADA!
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