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Plano de Aula Ação Declaratória

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	NOTA DE ENSINO:
	
	1.1 Ementa da Aula
	
Execução Fiscal. Lei no. 6.830/1980
	1.2 Objetivos Pedagógicos
	
Gerais
Indicar o regime jurídico aplicável à propositura da Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico-Tributário.
 
Específicos
O aluno deverá ser capaz de elaborar a Ação Declaratória levando em consideração as atuais decisões jurisprudenciais do Superior Tribunal de Justiça a respeito dos requisitos indispensáveis à sua propositura.
	1.3 Métodos de Ensino
	
Abordagem e síntese dos princípios jurídicos aplicáveis a Ação Declaratória.
Exposição, passo a passo, dos requisitos à propositura da Ação Declaratória.
Discussão e soluções para o exercício prático.
	1.4 Recursos didáticos
	
Exposição no Quadro Negro e Legislação Tributária
	1.5 Meios de Avaliação
	
Participação em Sala de Aula
1.6 Roteiro de Aula
	Tempo
	Desenvolvimento da aula
	40 minutos
	
Requisitos da Ação
 Art. 4º do CPC : Art. 4º do CPC : Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; II - da autenticidade ou falsidade de documento. Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
Dever do Autor em provar o interesse de tutelar a ação visando a declaração de existência ou inexistência da relação jurídica.
Não se presta a ação declaratória para esclarecimentos de fatos ou interpretação do direito em tese.
Típica ação judicial voltada a definir responsabilidades em face do direito aplicado
Nada obsta que a ação declaratória possa ser intentada ainda que com a presença da violação do direito, apesar de seu caráter preventivo, contudo, deve ser porposta como medida incidental à demanda já proposta. Art. 5º do CPC.
A ação declaratória é a ação que pode ser utilizada toda vez que o contribuinte esteje em situação de insegurança jurídica em razão de algum vício de constitucionalidade ou ilegadlidade em face da exigência de determinada imposição tributária.
Não podemos deixar de frisar que a ação declaratória é ação que admite dilação probatória para a comprovação da inexistência de relação jurídica tributária e pode ser utilizada para questionar em juízo os seguintes casos :
Incerteza jurídica quanto a responsabilidade tributária de tributos indiretos ;
Para declaração de existência ou inexistência de relação jurídica tributária de uma obrigação tributária principal ou acessória;
Reconhecimento de prescrição da obrigação;
Declaração de nulidade de citação
 É possível a cumulação de ação declaratória e ação de repetição de indébito, na esteira da permissão do art. 292, inciso I, do CPC : Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação: I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário.
A ação declaratória não comporta execução exceto em relação aos honorários de sucumbência.
É admissível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela recursal, previsto no art. 273 do CPC em ação declaratória. Tal situação corresponde a perspectiva do Autor ingressar com a ação e provar a verossimilhança de suas alegações no sentido de impedir o prosseguimento dos atos de cobrança do lançamento tributário em razão da inexistência de relação jurídica-tributária, isto na conformidade do art. 151, inciso V, do CTN.
	60 minutos
	
Modelo de Ação Declaratória
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____SUBSEÇÃO DE ________.
O, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° xxxxx, estabelecida na xxxxxxxxx, xxx, xxx, xxxxx, Estado xxxx, através do seu representante legal e por meio de seus advogados, com escritório profissional na rua xxxxxx, nº xx, bairro xxxx, na cidade de xxxx – xx, onde recebe as respectivas intimações, que esta subscrevem – instrumento de mandato anexo – vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência propor
AÇÃO DECLARATÓRIA C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
contra o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), autarquia federal, vinculado ao Ministério da Previdência Social, com sede em Brasília e Superintendência Estadual em xxxxx, com fundamento nas razões de ordem fáticas e jurídicas a seguir expostas.
I – DOS FATOS QUE DERAM ORIGEM A PRESENTE AÇÃO JUDICIAL
No ano de 1987 foi constituída uma empresa denominada de W. Esta mesma empresa senhor juiz, a partir do ano de 1996 deixou de ser uma S/A de capital fechado e passou a ser uma Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada (doc 03).
Em 1994 esta empresa chamada de W, fez uma confissão de dívida em favor do INSS, com o objetivo de na seqüência requerer um parcelamento correspondente a falta de recolhimento de contribuição no período de 12/92 a 08/94.
Na época, o INSS exigiu que a empresa devedora –W- para obter o deferimento do parcelamento haveria que prestar garantia hipotecária, e para tanto a empresa devedora precisou de um bem imóvel.
A W, embora possuísse o imóvel onde existe o seu parque industrial, preferiu resguardar o mesmo, até porquê, parque industrial é algo que precisa ser modificado constantemente, e ainda, o imóvel aqui era essencial à função da empresa, que sempre foi e é de produzir e engarrafar bebidas.
 Então, depois de muitas conversas e diante da concordância todos os sócios, que são os mesmos em ambas as empresas, ficou avençado que a O que é a empresa administradora dos bens móveis e imóveis, cederia um imóvel à W , para garantir o parcelamento com o INSS (doc. 02 e 03).
E assim foi feito. A O, empresa que tem por finalidade e objeto a administração de bens móveis e imóveis próprios (doc. 02) acabou por ceder, a título gratuito, um imóvel à W para garantir o parcelamento com o INSS. 
E isto foi materializado por escritura pública, onde a requerente figura como INTERVENIENTE ANUENTE, cedendo um imóvel de sua propriedade situado à rua B, na cidade de Xxx em primeira e única hipoteca de primeiro grau para a W– escritura em anexo. (doc.04)
Na seqüência dos acontecimentos, a W . que era a empresa devedora do INSS ingressou no Programa de Recuperação Fiscal – REFIS – instituído pela Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, de forma a equacionar todos débitos tributários com a União e com o INSS. (doc. 05)
Ocorre que dentro deste valor consolidado no REFIS estava também o saldo restante da dívida com o INSS, que havia sido outrora objeto do parcelamento onde a O figurou como garantidora hipotecária, cedendo o imóvel como garantia.
Em verdade, atualmente, o INSS possui como garantia de seu débito o imóvel da O e ainda o patrimônio integral da W que foi arrolado no REFIS, ou seja, há duas garantias ao débito do INSS. (doc. 06)
Logo, a W precisa providenciar a liberação do ônus hipotecário do imóvel de Xxx para a O porque não mais necessita dele para permanecer como garantia, uma vez que todos os seus bens já estão à garantir o REFIS. 
O mesmo ocorre com o INSS. A autarquia também precisa liberar o imóvel para a O uma vez que no saldo devedor consolidado à seu favor no REFIS já foram prestadas várias garantias, melhor dizendo, todo o patrimônio da W ., está presa ao fisco federal – SRF/INSS – cópia das garantias em anexo. (doc.06.)
Vale a pena salientar que a devedora que é a W está rigorosamente cumprindo com os pagamentos mensais do REFIS, conforme documentação anexo (doc.07). No português claro, está com os pagamentos em dia.
A empresa O atualmente precisa do imóvel que cedeu em garantia ao parcelamento do INSS e não consegueliberar o ônus hipotecário pelo INSS, razão pela qual vem à presença de Vossa Excelência propor a presente ação judicial.
Uma vez que o INSS já possui outras garantias, inclusive outros imóveis, e que o débito consolidado no REFIS encontra-se regularmente pago, não há sentido em se manter o gravame sob o imóvel da O.
Ao se manter o gravame por mera irredutibilidade e intransigência do INSS deixa-se o imóvel condenado sem que se dê ao mesmo sua devida utilidade.
Logo, ao se determinar a liberação do ônus hipotecário, estar-se-á dando a devida função social do imóvel bem como liberando um valor que poderá ser capitalizado em prol da W .., porque ambas empresas pertencem aos mesmos sócios.
Estas são as razões de fato da lide ora posta.
II – DO REFIS
Antes de entrarmos ao mérito da questão – da garantia hipotecária – faz-se necessário uma análise do que veio a ser o REFIS, para que se possa entender a relação jurídica entre O e a W que é a empresa devedora.
Em Primeiro; o programa de recuperação fiscal visava promover a regularização dos créditos da União, decorrentes de débitos de pessoas jurídicas, administradas pela Receita Federal e INSS – art. 1º da Lei 9.964/00.
Em Segundo; o ingresso no regime do REFIS consolidava todos os débitos existentes em nome da pessoa jurídica devedora, ou seja, todos os valores relacionados a tributos federais em atraso faziam parte deste valor consolidado – art. 2º da lei 9.964/00.
Em Terceiro; a opção pelo REFIS exclui qualquer outra forma de parcelamento de débitos tributários, ou seja, os parcelamentos em curso eram incorporados ao novo programa de recuperação fiscal – art. 3º da Lei que instituiu o REFIS.
Em Quarto e último; a opção implica na manutenção automática dos gravames decorrentes de medida cautelar fiscal e das garantias prestadas nas ações de execução fiscal - § 3º, art. 3º da Lei 9.964/00. Diz a lei ainda - § 4º do art. 3º - que a homologação fica condicionada a prestação de garantia, ou a critério da pessoa jurídica, ao arrolamento de bens de seu patrimônio.
Resumindo as lições da lei, aplicável a presente solução do litígio, temos as seguintes informações:
o programa visa recuperar a empresa;
consolida todos os débitos tributários;
a opção exclui qualquer outra forma de parcelamento
as garantias dadas e efetivadas nas execuções fiscais permanecem no novo parcelamento;
a homologação fica condicionada a prestação de garantia ou arrolamento de bens.
São estas cinco condutas que disciplinam e regulamentam a solução do litígio entre a O e o INSS.
Destas cinco condutas, duas merecem serem bem frisadas:
a opção pelo REFIS exclui toda e qualquer outra forma de parcelamento
apenas as garantias oferecidas nas execuções fiscais e arroladas em medida cautelar fiscal permanecem com o gravame.
Forçoso concluir que o parcelamento da W . com INSS deixou de existir, noutro giro verbal, deixou de ter validade. Esta afirmação por si só já bastaria para liberar o imóvel da O do gravame fincado pelo INSS. 
Mas, há ainda a segunda afirmativa decorrente do §3° Art.3° do texto da lei, a qual dispõe expressamente que apenas as garantias já efetuadas em execução fiscal e em medida cautelar fiscal permanecem com gravame. 
Ora!! Este imóvel da O não estava gravado em execução fiscal e tampouco estava mencionado em medida cautelar fiscal!! 
Então, o que justifica sua não liberação?? 
Não sobrevive ao crivo da lei esta situação de manter o imóvel preso como garantia de débito ao INSS.
III – DA EXTINÇÃO DO PARCELAMENTO DE 1994 – ESCRITURA PÚBLICA
Conforme já foi dito, a devedora, W ., ao ingressar no Programa de Recuperação Fiscal – cópia do ingresso anexo (doc..05)– tornou sem efeito o parcelamento que estava em curso, passando o passivo a ser regulado pelas regras estipuladas na Lei nº 9.964/00.
Esta nova situação acabou por dar um novo tratamento jurídico na relação entre a O, INSS e o devedor. Na realidade, o bem que a O emprestou como garantia da dívida, deixou de ser garantia hipotecária e deveria voltar, em tese, ao patrimônio do seu legítimo proprietário sem tal ônus – isto é o que determina a lei.
Na realidade, com a adesão no REFIS pela devedora, a obrigação da O firmada na relação contratual nos termos da Escritura Pública acabou por extinguir porque em verdade, nasceu uma outra relação obrigacional. Aqui ocorreu a figura de direito civil que se assemelha em muito com a transação e ou, para outros a novação. Reproduz-se a lição do Professor Orlando Gomes, visando clarear os efeitos desta lei do REFIS na escritura pública em debate:
Sua natureza contratual explica a relatividade de seus efeitos. A transação é res inter alios acta. Não aproveita, nem prejudica, senão aos que nela intervieram. Por outras palavras, obriga exclusivamente as partes. Terceiros não podem ser prejudicados com sua realização. Se concluída entre o credor e o devedor principal, desobriga o fiador. Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os outros credores. Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores.”(Contratos; 18ª edição, pág. 443; Editora Forense; 1998.)
Pela lei e ensinamento da doutrina, o passivo do devedor passou a ser disciplinado por um novo contrato de parcelamento por adesão, cujas garantias de adimplemento passaram a ser oferecidas pelo próprio devedor – isto também está na lei.
Significa então que o imóvel da O não é mais garantidor da dívida da empresa devedora. Tal afirmativa está assim prevista na jurisprudência de nossos tribunais, que analisaram o presente caso:
Tributário e Processual Civil. Embargos de Declaração. Inexistência de Omissão no Acórdão. Embargos à Execução Fiscal. Adesão ao Refis. Desconstituição de penhora anterior. Arrolamento de Bens Patrimoniais. Possibilidade. Art. 3º, §§ 3º e 4º, da Lei nº 9.964/2000.
...omississ...
5. No caos dos autos, a recorrente ingressou regularmente no Refis e fez sua opção pelo arrolamento de bens patrimoniais. A manutenção da penhora estaria garantindo duplamente a mesma dívida. Nada impede, dessa forma, seja desconstituída a penhora sobre bem indicado anteriormente, uma vez cumpridas regularmente as obrigações relativas ao Programa.
6. O contribuinte, ao aderir ao Refis, pretende corrigir a sua situação fiscal, não podendo ser penalizado por um benefício que foi instituído com o intuito de regularização.”( Emb Decl. No Resp nº 508.319/RS, Min. José Delgado)
Sobre o mesmo tema, assim se pronunciou o Tribunal Federal da 1º Região:
“...omississ...
2. Fundamentação – A opção pelo Refis imprescinde de garantias apresentadas pela empresa devedora. Se já houver gravame em medida cautelar fiscal ou garantia prestada em execução fiscal, as salvaguardas patrimoniais permanecem, como estabelece o § 3º do art. 4º da Lei nº 9.964/00.
Se isso não tiver ocorrido – uma situação, portanto, exclui a outra – a opção fica condicionada a prestação de garantia na adesão ao Programa, como fiança, hipoteca, penhor, anticrese ou seguro, segundo preceitua o art. 11 do Decreto nº 3.431, de 24/04/00, que regulamenta o Refis; ou, a critério da pessoa jurídica, ao arrolamento de bens de sua propriedade, na forma do art. 64 da lei nº 9.532, de 10/12/97 (cf. art. 40, §40).”(Agravo de Instrumento nº 2000.01.00.138610-4/RO, Juiz Olindo Menezes, TRF da 1ª Região)
O Tribunal Federal da 4ª Região assim se pronunciou sobre o tema:
“...omississ...
2. Não se mostra razoável efetivar a constrição de bens na execução fiscal, quando outras garantias, inclusive o arrolamento, podem ser realizadas perante o Comitê Gestor do Refis.
3. Não há utilidade em continuar a persecução do débito na via judicial, enquanto não for apreciada a opção ao Refis, pois se o Comitê Gestor vier a homologá-lo no decurso do processo, antes que se efetive qualquer ato constritório, todos os atos processuais já realizados não terão serventiaalguma.” (Agravo de Instrumento nº 2001.04.01.002465-0/SC, extraído da Revista Dialética de Direito Tributário nº 76, pág. 237)
Por estes três acórdãos proferidos, se a empresa devedora já prestou garantias ou fez arrolamento de bens no parcelamento do Programa de Recuperação Fiscal – como é o caso em pauta – não há que se falar na manutenção das garantias dada na Execução Fiscal objeto do parcelamento. E, isto se dá por uma razão muito simples, ou opta pela garantia dada na Execução fiscal, ou pela garantia prestada no REFIS. Ficar com as duas é contra a própria lei instituída e bom senso jurídico.
IV – DA NOVAÇÃO OCORRIDA ENTRE O, INSS E EMPRESA DEVEDORA.
A lei que instituiu o REFIS no ordenamento jurídico, mudou as relações existentes. Dando à elas uma nova regra para o pagamento dos tributos federais, das quais destacamos a seguinte cláusula legal:
§ 3º. A opção implica manutenção automática dos gravames decorrentes de medida cautelar fiscal e das garantias prestadas nas ações de execução fiscal.
(§ 3º, art. 3º da Lei nº 9.964/2000)
O Decreto regulamentar da matéria assim materializou a cláusula legal acima:
Art. 12. A adesão ao REFIS não implica a desconstituição da penhora, arresto de bens ou outras garantias efetivadas nos autos de execução fiscal, que integrarão a garantia oferecida no âmbito do programa.
(art. 12 do Decreto nº 3431/2000)
Por estas duas regras, ressalvado o entendimento dado pela jurisprudência para o caso, no item III desta petição, podemos tirar as seguintes conclusões sobre os bens que compõem as garantias:
a) somente os bens dados em garantia judicial permanecem sujeitos a manutenção dos gravames e integram a garantia oferecida no âmbito do programa;
b) somente as garantias efetivadas nos autos de execução fiscal permanecem também como garantia no REFIS.
Com estas duas condições, o legislador manteve na garantia automática apenas aqueles bens já oferecidos em garantia em processo judicial e ressalvou que esta garantia haveria que já estar efetivada. Conclui-se que as demais formas de garantia, que não sejam judiciais ou em sendo judiciais, não estejam efetivada nos autos, não compõem os bens que irão garantir a execução do programa denominado REFIS.
No presente caso de adesão ao REFIS, foram oferecidos os bens da própria empresa devedora e o bem da O não está há garantir a dívida em questão, ou seja, o bem da empresa não consta no rol dos bens dados em garantia, pela empresa devedora, no programa REFIS. (doc.06)
E ainda, o bem da O não está garantindo nenhuma execução fiscal em andamento perante o judiciário, bem como também não compareceu a empresa em nenhum cartório de quaisquer Varas Federais para efetivar a garantia, conforme os extratos da Justiça Federal de Xxx (doc....anexo – retiradas pela internet.)
Com esta mudança – que ora é chamada de transação e em outras situações de novação – o bem da O deixou de ser o garantidor da dívida da empresa devedora com o INSS, que está devidamente equacionada junto ao programa do REFIS. Esta é a interpretação da própria legislação.
Para que o bem da O passasse a responder pelos débitos oriundos do REFIS, precisava necessariamente da anuência da empresa para que este bem integrasse o rol dos bens garantidores da dívida do devedor em relação ao fisco federal.
Como isto também não existe, mais razão assiste a autora para ter de volta o seu imóvel sem a restrição da garantia hipotecária em favor do INSS.
V – DOS REQUISITOS DO ARTIGO 273 
DO CPC.
Excelência, o Código de Processo Civil prevê no seu artigo 273 a concessão antecipada, total ou parcialmente, dos efeitos da tutela pretendida. Para tanto, prescreve alguns requisitos para a sua concessão, quais sejam, a prova inequívoca da alegação e o periculum in mora ou, ainda, o abuso do direito de defesa.
Pois bem. Neste sentido, resta demonstrar nesta exordial além da verossimilhança das alegações postas, o fundado receio de dano irreparável em virtude da demora no julgamento da lide.
É de fácil percepção, conforme foi demonstrado anteriormente, o direito da autora em ter o seu imóvel liberado do ônus hipotecário imposto no parcelamento efetuado, por outra empresa, perante o Instituto Nacional de Seguridade Social.
Assim sendo, novamente, destaca alguns pontos que comprovam inequivocamente o direito da autora.
Conforme dito, a autora cedeu a empresa W o imóvel descrito na “Escritura Pública de Confissão de Dívida Hipotecária”, documento no anexo 04, para garantir o parcelamento da dívida desta perante o INSS.
Ocorre que, em momento posterior, a empresa W ingressou no programa de Recuperação Fiscal – REFIS, conforme anexo n.º 5, sendo que para o ingresso ao programa arrolou os bens descritos no documento n.º 06. 
Cediço é o entendimento que ao ingressar no programa de Recuperação Fiscal a empresa citada realizou o negócio jurídico denominado Novação, nos termos do artigo 360 do Código Civil e artigo 3.º da Lei 9.964/2000.
Ora, ao realizar este negócio a obrigação que deu origem ao ônus hipotecário restou extinta e desta forma aplica-se in casu os artigos 1419 e 1499 do CC:
Artigo 1.419 – Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.
Artigo 1.499 – A hipoteca extingue-se:
I – pela extinção da obrigação principal;
			Nobre julgador, veja que a dívida não mais existe, uma vez que ao ingressar no REFIS , documento n.º05, a empresa contraiu nova obrigação.
			Ainda mais, na presente exordial encontram-se em anexo os documentos que comprovam inequivocamente que a autora não tem mais relação com a obrigação constituída pela empresa W ao ingressar no REFIS e, desta forma não mais subsiste o ônus hipotecário gravado no seu imóvel. 
No presente momento, os únicos bens que garantem a dívida da empresa citada por lei, nos termos do parágrafo 4.º do artigo 3.º da Lei 9.964/2000, são os arrolados pela empresa W para ingressar no REFIS, conforme documento n.º 06.
O outro requisito para a concessão antecipada dos efeitos da tutela é o receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Assim, cumpre destacar algumas considerações sobre o imóvel dado em garantia hipotecária da dívida agora inexistente.
Trata-se de terreno situado na cidade de Xxx, Xxx, com área aproximadamente de 16.168,50 m2 (dezesseis mil, cento e sessenta e oito metros e cinqüenta decímetros quadrados) avaliado em mais de R$ 1.450.000,00 (um milhão e quatrocentos e cinqüenta mil reais) na época da hipoteca.
Ainda mais, consta na “Escritura Pública de Confissão de Dívida Hipotecária” que os impostos e taxas referentes ao imóvel serão adimplidos pelo Devedor (W) e pelo Interveniente Anuente (Autora), documento 04.
Outrossim, a autora e o devedor estão obrigados, conforme a Clausula Oitava da “Escritura Pública de Confissão de Dívida Hipotecária”, em manter “em companhia idônea, seguro contra risco de incêndio, do bem constante na clausula terceira, dado em garantia hipotecaria,[...]”.
Excelência, pela descrição do bem dado em garantia vê-se que se trata de imóvel de voluptuosa área e desta forma, de difícil comercialização.
Por exemplo, como é um imóvel de grande extensão e de valor considerável a autora só conseguirá alienar o bem se este estiver sem qualquer ônus gravado. Ora, nenhum comprador despenderá um alto valor para adquirir o imóvel sabendo que este possui ônus real !!!
A autora não possui recursos para implantar uma atividade econômica compatível com a área do imóvel citado e de outro lado, em virtude do ônus hipotecário não consegue exercer plenamente o seu direito a propriedade, uma vez que não consegue usar, gozar ou dispor da coisa.
 Assim, o imóvel está fadado a não cumprir a sua função social, conforme determina a Constituição Federal:
Art. 5.º ...omissis...
XXI – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – apropriedade atenderá a função social;
Excelência, a impossibilidade de exercer o direito a propriedade até o julgamento definitivo da lide ocasiona um dano evidente e incomensurável a autora.
Ainda mais, a autora está impedida de imprimir à propriedade citada a função social acarretando outros prejuízos que posteriormente não poderá ou dificilmente serão reparados. Explica-se:
Veja o que dispõe parágrafo 1.º do artigo 156 da Constituição Federal após a Emenda Constitucional n.º 29/2000:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
A partir da Emenda Constitucional n.º 29/2000 o Imposto sobre Propriedade Rural – IPTU – é progressivo, sendo que um dos requisitos para a majoração das alíquotas é o uso que se dá ao imóvel.
Desta forma, o imóvel que não atender a sua função social deverá ter alíquota diferente, diga-se majorada, do IPTU, como forma de “punir” o proprietário pela destinação dada ao imóvel.
Ora, assim vê-se que a autora está ou poderá ser punida em virtude da impossibilidade de uso do seu imóvel. E, certamente não haverá como ressarci-la do imposto pago a maior.
Por fim, conforme relatou-se outrora, a clausula oitava da “Escritura Pública de Confissão de Dívida Hipotecária” impõe a autora manter um seguro incêndio em companhia idônea sobre o imóvel.
Não obstante esta cláusula referir-se a preservação do imóvel ou o ressarcimento dos danos causados acaso sobrevenha o fenômeno da natureza acobertado pelo seguro, é importante destacar que se trata de uma imposição a autora.
Ora, é evidente que esta imposição, sendo benéfica ou não, limita o direito a propriedade, vez que o direito ao uso da coisa está condicionada a imposições descritas na “Escritura Pública de Confissão de Dívida Hipotecária”.
Assim, resta indagar a Vossa Excelência estes danos poderão ser ressarcidos após o trânsito em julgado da lide, que poderá ser de até 10 (dez) anos ou mais? Mesmo que estes danos fossem convertidos em danos materiais, como mensurá-los? 
Evidente que o periculum in mora do julgamento definitivo da lide está presente, vez que os danos ocasionados pela manutenção do ônus hipotecário gravado no imóvel não poderão ser ressarcidos ou dificilmente serão ressarcidos da forma que se darão.
V.I – DA INEXISTÊNCIA DE CONSEQUÊNCIA DO PROVIMENTO ANTECIPADO
Demonstrados os requisitos para a concessão da tutela antecipada, cumpre discorrer sobre o fato impeditivo posto no § 2.º do artigo 273 do CPC, qual seja:
Art. 273
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
Para um maior aprofundamento sobre o tema destaca-se os comentários feitos pelo eminente jurista Nelson Nery Junior ao dispositivo em comento:
§ 2.º: 33. Irreversibilidade dos fatos. A norma fala na inadmissibilidade da concessão da tutela antecipada, quando o provimento for irreversível. O provimento nunca é irreversível, porque provisório e revogável. O que pode ser irreversível são as conseqüências de fato ocorridas pela executada da medida, ou seja, os efeitos decorrentes da execução. De toda a sorte, essa irreversibilidade não é óbice intransponível à concessão do adiantamento, pois, caso o autor seja vencido na demanda, deve indenizar a parte contrária pelos prejuízos que ela sofreu com a execução da medida. (Nery Junior, Nelson. Código de Processo Civil comentado. 7.ed. rev. ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003. P.653)
Primeiramente, na lide posta não há como o INSS sofrer qualquer dano com a concessão da antecipação da tutela, já que a dívida foi garantida pela W ao ingressar no REFIS.
Com efeito, a devedora, W, arrolou bens do seu patrimônio para ingressar no Programa de Recuperação Fiscal (doc. 06), nos termos da lei 9.964/2000. Assim sendo, o credor – INSS – não terá prejuízo algum, vez que, repita-se, a dívida está garantida.
Segundo, a empresa-devedora está cumprindo rigorosamente com os pagamentos da nova obrigação contraída, conforme documentos acostados no anexo 07.
Por fim, mesmo que a concessão antecipada da tutela ocasione prejuízos a ré, o que certamente na lide não acontecerá em conseqüência do acima exposto, a autora deverá, conforme as lições da doutrina, ressarcir estes danos originados.
Destarte, conclui-se que in casu não há qualquer óbice que impeça a concessão da tutela pleiteada.
Diante do exposto, requer-se de Vossa Excelência a liberação do ônus hipotecário do imóvel dado em garantia pela autora com a conseqüente expedição de ofício ao Cartório de Registro de Imóveis, no qual se encontra o bem registrado, informando sobre a decisão.
VI – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se de Vossa Excelência:
Antecipadamente:
A concessão de liminar inaudita altera parts, determinando ao INSS que proceda a liberação do ônus hipotecário gravado no imóvel, uma vez presentes os requisitos do artigo 273 do CPC;
a.1) E, determinando prazo para o cumprimento da obrigação descrita no item anterior sob pena de aplicação de pena de multa - diária, nos termos do artigo 461, § 5.º do CPC;
Caso não seja este o vosso entendimento, que seja prolatada a decisão sobre a concessão da tutela após a manifestação da ré;
 b.1) E concedida a antecipação da tutela pleiteada, determine prazo para cumprimento da obrigação nos termos do item a.1);
No mérito:
a) seja julgada procedente a presente ação para fins de:
			a.1) DECLARAR a extinção do gravame constante no documento “Escritura Pública de Confissão de Dívida com garantia hipotecária”;
			a.2) DECLARAR que a autora não possui vínculo obrigacional com a dívida assumida pela empresa W ao ingressar no REFIS;
			a.3) DECLARAR 	sem validade o ônus hipotecário gravado no imóvel da autora;
a.4) DECLARAR que o imóvel da autora não serve como garantia da dívida assumida pela W ao ingressar no REFIS;
			b) DETERMINAR ao INSS para que proceda a liberação do ônus hipotecário gravado no imóvel, determinando prazo para o cumprimento da decisão sob pena de aplicação de multa diária;
			c) DETERMINAR à Vara Federal a expedição de Ofício ao Cartório de Registro de Imóveis do 2.º Ofício da Comarca de Xxx – Xxx informando sobre o conteúdo da decisão de Vossa Excelência.
	
Requer-se ainda:
d) a citação da ré para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de lhe serem impostos os efeitos da revelia;
e) a oitiva do Ministério Público;
f) a produção de todas as provas em direito admitidas, sem exceção;
g) a condenação do INSS no ônus da sucumbência, ou seja, no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência com fulcro no artigo 20 e seguintes do Código de Processo Civil.
Dá-se a causa o valor de R$ 1.450.000,00 (um milhão, quatrocentos e cinqüenta mil reais.).
Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Cidade, 18 de Novembro de 2005.
advogado
 OAB/xxxx
	
	
Processo Judicial Tributário 
Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica Tributária
 
pergunta (auxilia a manter o foco da aula)
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