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Plano de Aula-Execução Fiscal 01

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	NOTA DE ENSINO:
	
	1.1 Ementa da Aula
	
Execução Fiscal. Lei no. 6.830/1980
	1.2 Objetivos Pedagógicos
	
Gerais
Indicar o regime jurídico aplicável à petição inicial de execução fiscal, conforme os requisitos previstos na Lei de Execução Fiscal.
 
Específicos
O aluno deverá ser capaz de elaborar uma petição inicial de execução fiscal, levando em consideração as atuais decisões jurisprudenciais do Superior Tribunal de Justiça a respeito dos requisitos indispensáveis à sua propositura.
	1.3 Métodos de Ensino
	
Abordagem e síntese dos princípios jurídicos aplicáveis a Execução Fiscal.
Exposição, passo a passo, dos requisitos à propositura da Execução Fiscal.
Discussão e soluções para o exercício prático.
	1.4 Recursos didáticos
	
Exposição no Quadro Negro e Legislação Tributária
	1.5 Meios de Avaliação
	
Participação em Sala de Aula
1.6 Roteiro de Aula
	Tempo
	Desenvolvimento da aula
	40 minutos
	Considerações Gerais : 
1. Leitura dos Arts. 585, VII, e 586 do CPC. Fundamentação para a propositura do processo de execução e noções conceituais a respeito do título líquido, certo e exigível. Vamos tratar do processo de execução por quantia certa, fundado em título extrajudicial, buscando a satisfação do direito já acertado e não adimplido, representado pelo título executivo extrajudicial, previsto no artigo 585, inciso VII do CPC., ou seja, a Certidão de Dívida Ativa – CDA, que é extraída do livro de registro de dívida ativa.
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: VII – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
Atenção: O novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015) alterou a numeração correspondente aos dispositivos supracitados, a saber:
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais: IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
O art. 586 foi suprimido no Novo CPC, sendo que surgiram os seguintes dispositivos quanto à matéria tratada no referido artigo:
Art. 786.  A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único.  A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
A discussão quanto à aplicação equivocada dos juros de mora e juros de mora da multa, aplicadas em taxas muito superiores à SELIC, quando praticadas pelos Estados-membros e Municípios não mais tornará ilíquida a Certidão de Dívida Ativa, a partir da interpretação do parágrafo único, do art. 786? 
Acreditamos que nesse aspecto, quando se trata de lançamento consubstanciado em norma jurídica considerada ilegal ou inconstitucional, por interpretação dos Tribunais Superiores, que consideram indevida a aplicação dos juros de mora e juros de mora da multa em índices superiores ao adotado pela Selic aos tributos federais, o título executivo extrajudicial (CDA) carece de validade, liquidez e certeza, não podendo dar objeto jurídico válido a cobrança do crédito tributário em execução fiscal.
Situação que difere completamente da perspectiva do parágrafo único do art. 786, do novo CPC, que trata unicamente de adequação de atualização monetária da CDA, que pela fluência do tempo atualiza-se os juros de mora e multa, com base na legislação vigente, dependente somente de cálculo aritmético.
Tal premissa tem pressuposto de adequação ao Código Tributário Nacional, conforme a previsão do Art. 201, parágrafo único, que prevê que a fluência de juros de mora não exclui a liquidez do crédito.
Para tanto, complementa-se este raciocínio com a norma prevista no Art. 2º da LEF, Parágrafo Segundo, que permite a inclusão da atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei, em face da cobrança da dívida ativa.
O art. 1º da Lei nº 6.830/80. A propósito, dispõe que a execução judicial para a cobrança da dívida ativa da União, Estados-membros. Distrito Federal e Municípios e respectivas autarquias será regida por essa lei e, subsidiariamente, pelo CPC. 
Por conta disso, as alterações havidas no processo de execução, por força da Lei n٥ 11.382/2006, somente se aplicam à execução naquilo em que não forem contrárias à Lei de Execuções Fiscais, não só à sua literalidade, mas também ao seu espírito, aferível de uma visão sistemática de suas disposições.
Tal interpretação não se altera com o advento do Novo Código de Processo Civil.
2. Certidão de Dívida Ativa. Presunção de certeza e liquidez : art. 3º da LEF. Inexistência de sentença na Execução Fiscal.
Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez.
Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.
Dívida Ativa compreende os débitos tributários e não tributários (Art. 39 da Lei 4.320 de 17 de março de 1964 : « dívida ativa não-tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval, ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais). 
O critério jurídico determinado na LEF é o de submeter o crédito não-tributário, decorrente de um ato ou contrato administrativo, ao controle de inscrição em Dívida Ativa. CUIDADO: Exceção aos créditos oriundos de indenização por responsabilidade civil oriunda de dano ao patrimônio da pessoa jurídica de direito público. 
Outro ponto relevante é a exclusão das empresas públicas e sociedades de economia mista, regidas pelas normas aplicáveis aos empreendimentos privados, da perspectiva de cobrança de seus créditos não-tributários por meio do procedimento de execução fiscal.
4. Requisitos de Validade da Execução Fiscal : arts. 201 a 204 do CTN c/c o Parágrafo Quuinto e segs. do art. 2o. da LEF.
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.
 Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituiçãoda certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
 Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.
§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
§ 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.
§ 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:
I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o valor da dívida.
§ 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade competente.
§ 7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão ser preparados e numerados por processo manual, mecânico ou eletrônico.
§ 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos.
§ 9º - O prazo para a cobrança das contribuições previdenciárias continua a ser o estabelecido no artigo 144 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960.
a) o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros;
b) o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei;
c) a origem, a natureza e o fundamento legal;
d) a indicação se for o caso de estar a dívida sujeita a atualização monetária, bem como o respectivo momento legal e o termo inicial para o cálculo;
e) a data e o número da inscrição, no registro de dívida ativa;
f) o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver apurado o valor da dívida (art. 202 do CTN). 
g) Posição do STF sobre o abrandamento da nulidade da CDA para a falta de um dos requisitos. Contudo, deve ser observado o requisito quanto a liquidez do título. 
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
4.1. Substituição da CDA Defeituosa: Parágrafo Oitavo do art. 2o. da LEF. Importante aqui frisarmos que o § 8º do artigo 2º da LEF prevê: “§ 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos”. (Art. 203 do CTN). Muito cuidado: esse permissivo legal somente autoriza a correção de vícios do título executivo extrajudicial (erros materiais ou defeitos formais). 
Se ocorrer equívoco no próprio lançamento ou na inscrição em dívida, fazendo-se necessária alteração de fundamento legal ou do sujeito passivo, nova apuração do tributo com aferição de base de cálculo por outros critérios, será indispensável que o próprio lançamento seja revisado, se ainda for isso viável e não ter ocorrido o prazo decadencial, oferecendo ao contribuinte o direito à impugnação. Assim, não é possível corrigir, na certidão, vícios do lançamento e/ou da inscrição. Nos exemplos acima referidos, será inviável simplesmente substituir-se a CDA.
SÚMULA nº 392 STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. Rel. Min. Luiz Fux, em 23/9/2009.
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. ALIENAÇÃO DO IMÓVEL. ALTERAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. SÚMULA 392/STJ. REDIRECIONAMENTO DO FEITO EXECUTÓRIO PARA O ATUAL PROPRIETÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. NULIDADE DA CDA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A teor da Súmula 392/STJ: "A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução", ainda que em decorrência de sucessão tributária focada no art. 130 do CTN. Precedentes: AgRg no AREsp 131.469/RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe 02/05/2012; REsp 880.724/BA, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJ 25/02/2008. 2. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no AREsp: 551384 RS 2014/0178573-0, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 14/10/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/10/2014)
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. SUBSTITUIÇÃO DA CDA. MUDANÇA DO SUJEITO PASSIVO. ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO. 1. Inadmissível alteração da CDA quando necessária a modificação do próprio lançamento, por não se enquadrar nos casos de mero erro material ou formal. Precedentes. 2. Agravo Regimental não provido. (STJ - AgRg no Ag: 1016780 BA 2008/0038141-2, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 23/04/2009, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/05/2009)
RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. A FALÊNCIA DA EMPRESA EXECUTADA FORA DECRETADA ANTES DO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA SOCIEDADE. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE FORMALISMO. IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DA CDA EM RELAÇÃO AO SUJEITO PASSIVO. SÚMULA 392/STJ. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O exercício do direito de ação pressupõe o implemento de três condições, quais sejam: (a) a possibilidade jurídica do pedido; (b) o interesse de agir; e (c) a legitimidade das partes. 2. Não foi preenchido o requisito da legitimidade passiva da parte acionada, haja vista que o processo de execução fiscal foi ajuizado contra a empresa devedora, quando deveria ter sido promovida em face da sua Massa Falida, porquanto a sua decretação foi anterior à propositura da execução, e portanto, a Massa Falida é a responsável pelo patrimônio remanescente e dívidas da empresa. 3. A jurisprudência do STJ - inclusive sumulada - não admite que a alteração do CDA, após ajuizada a execução fiscal, alcance o sujeito passivo da obrigação: a Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolaçãoda sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução (Súmula 392/STJ). 4. Recurso Especial da FAZENDA NACIONAL a que se nega provimento. (STJ - REsp: 1359237 SE 2012/0268361-1, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 28/08/2013, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 16/09/2013)
TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – IPVA – AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 282/STF – NULIDADE DA CDA – AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO DOS VALORES POR EXERCÍCIO E INDIVIDUALIZAÇÃO DO VEÍCULO – OBRIGATORIEDADE DE OPORTUNIZAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO OU EMENDA DA CDA ATÉ A PROLATAÇÃO DA SENTENÇA. 1. Aplica-se o teor da Súmula 282/STF quanto às questões não prequestionadas. 2. A CDA é título formal, cujos elementos devem estar bem delineados para não impedir a defesa do executado. 3. Hipótese dos autos em que a CDA deixou de discriminar os valores do IPVA cobrado por exercício, bem como de individualizar o veículo que desencadeou a presente execução, o que prejudica a defesa do executado, que se vê tolhido de questionar a origem, as importâncias e a forma de cálculo. 4. A Fazenda Pública pode substituir ou emendar a Certidão de Dívida Ativa até a prolação da sentença, a teor do disposto no § 8º do art. 2º da Lei 6.830/80. 5. Não é possível o indeferimento da inicial do processo executivo, por nulidade da CDA, antes de se possibilitar à exequente a oportunidade de emenda ou substituição do título. 6. Recurso especial provido em parte. (STJ- Nº 837.250 - RS (2006/0080485-4)-Relatora: Ministra ELIANA CALMON. Data de Julgamento: 27/02/2007, T2- SEGUNDA TURMA-STJ, Data de Publicação: DJe 14/03/2007). (destaca-se)
4.1.1. A matéria dos embargos é justamente a nulidade da CDA sanada com a substituição da CDA. Como ficam os honorários de sucumbência? Não são devidos, em face da inexistência de decisão judicial terminativa de mérito sobre a matéria substitutída.
4.2. No parágrafo 3º do artigo 2º. da LEF encontramos uma aberração jurídica, pois está flagrantemente contrário aos ditames do art. 174 do CTN, que por sua vez, não contempla “a suspensão da prescrição” e somente sua interrupção. 
Pois bem, não há o que se falar em suspensão da prescrição, já que a mesma integra as normas gerais em matéria tributária, sob reserva de lei complementar, nos termos do art. 146, III, “b” da CF/88 e o art. 174 do CTN. Atualmente, o entendimento de ambas as Turmas da 1ª Seção do STJ são neste sentido, considerando-o inaplicável à execução dos créditos tributários o dispositivo da LEF.
§3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
4.3. Legitimação para Propor a Execução Fiscal. União, Estado-Membro, Distrito Federal e Municípios. Atentar para as Autarquias Econômicas (regidas pelas normas aplicáveis aos empreendimentos privados), bem como empresas públicas de idêntico regime que não pode se valer da LEF para a cobrança de seus créditos (STF RE 115.062-9).
EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL MOVIDA PELO BRDE PELO PROCEDIMENTO DA LEI DAS EXECUÇÕES FISCAIS - OFENSA AO ART. 170 E PARAGRAFOS DA CONSTITUIÇÃO (EC N. 1/69). O BANCO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DO EXTREMO SUL - BRDE - EMPRESA ESTATAL QUE EXPLORA ATIVIDADE ECONÔMICA, NÃO PODE VALER-SE DE MECANISMO DE EXECUÇÃO DE DIVIDAS DE QUE AS EMPRESAS PRIVADAS SE VEEM EXCLUIDAS, INDEPENDENTEMENTE DO FATO DE O BANCO SE AFIRMAR AUTARQUIA. A NORMA DO PARAGRAFO 2. DO ART. 170 DA CONSTITUIÇÃO DE 1967 (EC N. 1/69) CONTEM GARANTIA CIVIL, POR ELA CONCEDIDA A TODAS AS PESSOAS FISICAS E JURIDICAS NACIONAIS OU ESTRANGEIRAS, QUE AOS ESTADOS NÃO E LICITO SEQUER MODIFICAR, MUITO MENOS, NEGAR E DESCONHECER. RE CONHECIDO E PROVIDO.
(RE 115062, Relator(a):  Min. CÉLIO BORJA, Segunda Turma, julgado em 03/03/1989, DJ 31-03-1989 PP-04333 EMENT VOL-01535-04 PP-00544)
5. Requisitos da Petição Inicial : art. 6o. da LEF
Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:
I - o Juiz a quem é dirigida;
II - o pedido; e
III - o requerimento para a citação.
§ 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse transcrita.
§ 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único documento, preparado inclusive por processo eletrônico.
§ 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na petição inicial.
§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais.
5.1. Juízo Competente
O art. 5º preceitua que “a competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro juízo, inclusive o da falência, da concordata (leia-se recuperação judicial – lei nº 11.101/05), da liquidação, da insolvência ou do inventário. Aqui aplica-se a regra do artigo 578 do CPC, que dispõe: “A execução fiscal será proposta:
 a) no foro do domicílio do réu;
 b) se não o tiver, no de sua residência ou no lugar onde for encontrado.
O parágrafo único do art. 578 cria, de certo modo, alguns privilégios para a Fazenda Pública:
a) a Fazenda Pública poderá escolher o foro de qualquer um dos devedores, quando houver mais de um foro;
b) se o devedor tiver mais de um domicílio caberá à Fazenda escolher o que prefere para a execução;
c) poderá, também, deixar de ajuizar a execução no domicílio ou residência do devedor, e optar pelo foro onde se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida;
d) e, finalmente, sem atentar para o domicílio ou residência do devedor, pode a Fazenda ajuizar a execução no foro da situação dos bens, com referência à dívida fiscal deles originada.
Tanto no âmbito federal como no estadual, as leis de Organização Judiciária ou Resoluções dos Tribunais podem estabelecer a especialização de varas para cuidar das Execuções Fiscais, de modo que, nestes casos, observada a competência territorial, serão distribuídas à Vara Especializada.
Assim, no endereçamento, teremos:
a) se tributo federal: EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE...;
Caso o tenha, será: EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA.........VARA DAS EXECUÇÕES FISCAIS DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE...............................................
b) se tributos estaduais e municipais: EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA................VARA DAS EXECUÇÕES FISCAIS DA COMARCA DE....................... OU DO ANEXO FISCAL DA COMARCA DE ...
Atenção:
A Lei nº 13.105/2015 (novo Código de Processo Civil), a qual entrará em vigor em 16/03/2016 suprimiu o texto do artigo 578 e parágrafo único supracitado. Deste modo, a competência no tocante à Execução Fiscal está prevista na nova lei no art. 46, § 5º, que assim disciplina:
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
Todavia, o privilégio da Fazenda Pública, anteriormente previsto no art. 578, parágrafo único, não foi suprimido, uma vez que a certidão de dívida ativa é um título executivo extrajudicial e no tocante a estes títulos o novo Código de Processo Civil assim disciplina a competência, a saber:
Art. 781.  A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será propostano foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
5.2. Pedido
O art. 652, § 2º do CPC, na redação dada pela Lei nº 11.382/06 autoriza à Fazenda Pública indicar os bens do devedor a serem penhorados.
Além do mais alargou o rol, como alterou a ordem de nomeação, a fim de oferecer maior rapidez e liquidez, como se infere a partir da leitura desse dispositivo, em detrimento do disposto no art. 11 da LEF, a saber:
“Art. 655 do CPC – “A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II – veículos de via terrestre;
III – bens móveis em geral;
IV – bens imóveis;
V – navios e aeronaves;
VI – ações e quotas de sociedades empresárias;
VII – percentual do faturamento de empresa devedora;
VIII – pedras e metais preciosos;
IX – títulos da dívida pública da União, Estados e DF;
X- títulos e valores mobiliários;
XI – outros direitos.
Mas, cumpre esclarecer que tanto a nossa doutrina e principalmente, a jurisprudência estão bem desordenadas no tocante à aplicação da LEF ou as normas do CPC introduzidas pela Lei nº 11.382/06.
Comecemos pela figura muito debatida a chamada Penhora “on line”. Ora, fazendo-se um paralelo entre a penhora “on line” do artigo 185-A do CTN, e o artigo 655-A do CPC, temos:
 Artigo 185-A CTN Artigo 655-A do CPC
 Lei Complementar Lei Ordinária
 Pressupõe a não Não contempla tal pressuposto
 Indicação pelo
 Devedor de bens
 Penhoráveis 
 Está subordinado à ordem
 Dos bens penhoráveis
 (art. 11 da LEF) Não está subordinado à ordem 
 do art. 655 do CPC.
Ora, o art. 655-A do CPC admite, a princípio, a indisponibilidade on line em termos mais amplos e incondicionados, que os do art. 185-A do CTN.
Assim, são exigidos os seguintes pressupostos de fato:
existência de um processo de execução fiscal;
realização de citação válida;
decurso do prazo legal para pagamento ou oferecimento de bens a serem penhorados;
insucesso na tentativa de localização de bens pelo exeqüente e pelo Poder Judiciário.
Em suma, grande parte da doutrina entende que a penhora “on line” em execução fiscal é especial e, como tal, não está sujeita ao regime implantado pela Lei nº 11.382/06. Ademais, o art. 185-A, do CTN deveria ser aplicado em detrimento do artigo 655-A, do CPC, uma vez que aquela norma tem hierarquia complementar, enquanto esta hierarquia ordinária. Por fim, A regra prevista no art. 185-A, CTN é menos gravosa para o devedor, devendo ser respeitado este dispositivo, consoante prevê o art. 620, do CPC. 
Ainda, que pesem argumentos desfavoráveis a interpretação de que a lei Complementar não poderia adquirir foro de hierarquia de superior ao CPC, pois se trata de norma de nítida competência material de lei ordinária processual, é forçoso reconhecer que o CTN é uma norma especial de processo eu deva prevalecer em face do CPC, assim como é considerado o procedimento especial em lei própria do procedimento de cobrança do crédito tributário previsto na Lei nº 6.830/80.
Por todos esses motivos artigo 185-A do CTN prevalece sobre os ditames do art. 655-A do CPC.
Todavia, o STJ decidiu em sede de Recurso Especial Representativo de Controvérsia (REsp 1.184.765/PA) que as reflexões supracitadas têm valor tão somente doutrinário, pois o entendimento da referida Colenda Corte é sem sentido contrário, a saber:
EMENTA RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ELETRÔNICA. SISTEMA BACEN-JUD. ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS PARA A LOCALIZAÇÃO DE BENS PASSÍVEIS DE PENHORA. ARTIGO 11, DA LEI 6.830/80. ARTIGO 185-A, DO CTN. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INOVAÇÃO INTRODUZIDA PELA LEI 11.382/2006. ARTIGOS 655, I, E 655-A, DO CPC. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DAS LEIS. TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES. APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI DE ÍNDOLE PROCESSUAL. 1. A utilização do Sistema BACEN-JUD, no período posterior à vacatio legis da Lei 11.382/2006 (21.01.2007), prescinde do exaurimento de diligências extrajudiciais, por parte do exeqüente, a fim de se autorizar o bloqueio eletrônico de depósitos ou aplicações financeiras (Precedente da Primeira Seção: EREsp 1.052.081/RS, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, julgado em 12.05.2010, DJe 26.05.2010. Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 1.194.067/PR, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 22.06.2010, DJe 01.07.2010; AgRg no REsp 1.143.806/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 08.06.2010, DJe 21.06.2010; REsp 1.101.288/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 02.04.2009, DJe 20.04.2009; e REsp 1.074.228/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07.10.2008, DJe 05.11.2008. Precedente da Corte Especial que adotou a mesma exegese para a execução civil: REsp 1.112.943/MA, Rel. Ministra Nancy Andrighi, julgado em 15.09.2010). 2. A execução judicial para a cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias é regida pela Lei 6.830/80 e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. 3. A Lei 6.830/80, em seu artigo 9º, determina que, em garantia da execução, o executado poderá, entre outros, nomear bens à penhora, observada a ordem prevista no artigo 11, na qual o "dinheiro" exsurge com primazia. Documento: 13211433 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 03/12/2010 Página 1 de 5 Superior Tribunal de Justiça 4. Por seu turno, o artigo 655, do CPC, em sua redação primitiva, dispunha que incumbia ao devedor, ao fazer a nomeação de bens, observar a ordem de penhora, cujo inciso I fazia referência genérica a "dinheiro". 5. Entrementes, em 06 de dezembro de 2006, sobreveio a Lei 11.382, que alterou o artigo 655 e inseriu o artigo 655-A ao Código de Processo Civil, verbis: "Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira ; II - veículos de via terrestre; III - bens móveis em geral; IV - bens imóveis; V - navios e aeronaves; VI - ações e quotas de sociedades empresárias; VII - percentual do faturamento de empresa devedora; VIII - pedras e metais preciosos; IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado; X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; XI - outros direitos. (...) Art. 655-A. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução . § 1 o As informações limitar-se-ão à existência ou não de depósito ou aplicação até o valor indicado na execução. (...)" 6. Deveras, antes da vigência da Lei 11.382/2006, encontravam-se consolidados, no Superior Tribunal de Justiça, os entendimentos jurisprudenciais no sentido da relativização da ordem legal de penhora prevista nos artigos 11, da Lei de Execução Fiscal, e 655, do CPC (EDcl nos EREsp 819.052/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Primeira Seção, julgado em 08.08.2007, DJ 20.08.2007; e EREsp 662.349/RJ, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, PrimeiraSeção, julgado em 10.05.2006, DJ 09.10.2006), e de que o bloqueio eletrônico de depósitos ou aplicações financeiras (mediante a expedição de ofício à Receita Federal e ao BACEN) pressupunha o esgotamento, pelo exeqüente, de todos os meios de obtenção de informações sobre o executado e seus bens e que as diligências restassem infrutíferas (REsp 144.823/PR, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em 02.10.1997, DJ 17.11.1997; AgRg no Ag 202.783/PR, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, Terceira Turma, julgado em 17.12.1998, DJ 22.03.1999; AgRg no REsp 644.456/SC, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 15.02.2005, DJ 04.04.2005; Documento: 13211433 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 03/12/2010 Página 2 de 5 Superior Tribunal de Justiça REsp 771.838/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 13.09.2005, DJ 03.10.2005; e REsp 796.485/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 02.02.2006, DJ 13.03.2006). 7. A introdução do artigo 185-A no Código Tributário Nacional, promovida pela Lei Complementar 118, de 9 de fevereiro de 2005, corroborou a tese da necessidade de exaurimento das diligências conducentes à localização de bens passíveis de penhora antes da decretação da indisponibilidade de bens e direitos do devedor executado, verbis: "Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial . § 1 o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. § 2 o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido." 8. Nada obstante, a partir da vigência da Lei 11.382/2006, os depósitos e as aplicações em instituições financeiras passaram a ser considerados bens preferenciais na ordem da penhora, equiparando-se a dinheiro em espécie (artigo 655, I, do CPC), tornando-se prescindível o exaurimento de diligências extrajudiciais a fim de se autorizar a penhora on line (artigo 655-A, do CPC). 9. A antinomia aparente entre o artigo 185-A, do CTN (que cuida da decretação de indisponibilidade de bens e direitos do devedor executado) e os artigos 655 e 655-A, do CPC (penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira) é superada com a aplicação da Teoria pós-moderna do Dialógo das Fontes, idealizada pelo alemão Erik Jayme e aplicada, no Brasil, pela primeira vez, por Cláudia Lima Marques, a fim de preservar a coexistência entre o Código de Defesa do Consumidor e o novo Código Civil. 10. Com efeito, consoante a Teoria do Diálogo das Fontes, as normas gerais mais benéficas supervenientes preferem à norma especial (concebida para conferir tratamento privilegiado a determinada categoria), a fim de preservar a coerência do sistema normativo. 11. Deveras, a ratio essendi do artigo 185-A, do CTN, é erigir hipótese de privilégio do crédito tributário, não se revelando coerente "colocar o credor privado em situação melhor que o credor público, principalmente no que diz respeito à cobrança do crédito tributário, que deriva do dever fundamental de pagar tributos (artigos 145 e Documento: 13211433 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 03/12/2010 Página 3 de 5 Superior Tribunal de Justiça seguintes da Constituição Federal de 1988)" (REsp 1.074.228/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07.10.2008, DJe 05.11.2008). 12. Assim, a interpretação sistemática dos artigos 185-A, do CTN, com os artigos 11, da Lei 6.830/80 e 655 e 655-A, do CPC, autoriza a penhora eletrônica de depósitos ou aplicações financeiras independentemente do exaurimento de diligências extrajudiciais por parte do exeqüente. 13. À luz da regra de direito intertemporal que preconiza a aplicação imediata da lei nova de índole processual, infere-se a existência de dois regimes normativos no que concerne à penhora eletrônica de dinheiro em depósito ou aplicação financeira: (i) período anterior à égide da Lei 11.382, de 6 de dezembro de 2006 (que obedeceu a vacatio legis de 45 dias após a publicação), no qual a utilização do Sistema BACEN-JUD pressupunha a demonstração de que o exeqüente não lograra êxito em suas tentativas de obter as informações sobre o executado e seus bens; e (ii) período posterior à vacatio legis da Lei 11.382/2006 (21.01.2007), a partir do qual se revela prescindível o exaurimento de diligências extrajudiciais a fim de se autorizar a penhora eletrônica de depósitos ou aplicações financeiras. 14. In casu, a decisão proferida pelo Juízo Singular em 30.01.2008 determinou, com base no poder geral de cautela, o "arresto prévio" (mediante bloqueio eletrônico pelo sistema BACENJUD) dos valores existentes em contas bancárias da empresa executada e dos co-responsáveis (até o limite do valor exeqüendo), sob o fundamento de que "nos processos de execução fiscal que tramitam nesta vara, tradicionalmente, os executados têm se desfeito de bens e valores depositados em instituições bancárias após o recebimento da carta da citação" . 15. Consectariamente, a argumentação empresarial de que o bloqueio eletrônico dera-se antes da regular citação esbarra na existência ou não dos requisitos autorizadores da medida provisória (em tese, apta a evitar lesão grave e de difícil reparação, ex vi do disposto nos artigos 798 e 799, do CPC), cuja análise impõe o reexame do contexto fático-probatório valorado pelo Juízo Singular, providência obstada pela Súmula 7/STJ. 16. Destarte, o bloqueio eletrônico dos depósitos e aplicações financeiras dos executados, determinado em 2008 (período posterior à vigência da Lei 11.382/2006), não se condicionava à demonstração da realização de todas as diligências possíveis para encontrar bens do devedor. 17. Contudo, impende ressalvar que a penhora eletrônica dos valores depositados nas contas bancárias não pode descurar-se da norma inserta no artigo 649, IV, do CPC (com a redação dada pela Lei 11.382/2006), segundo a qual são absolutamente impenhoráveis "os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal" . Documento: 13211433 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJe: 03/12/2010 Página 4 de 5 Superior Tribunal de Justiça 18. As questões atinentes à prescrição dos créditos tributários executados e à ilegitimidade dos sócios da empresa (suscitadas no agravo de instrumento empresarial) deverão se objeto de discussão na instância ordinária, no âmbito do meio processual adequado, sendo certo que o requisito do prequestionamento torna inviável a discussão, pela vez primeira, em sede de recurso especial, de matéria não debatida na origem. 19. Recurso especial fazendário provido, declarando-se a legalidade da ordem judicial que importou no bloqueio liminar dos depósitos e aplicações financeiras constantes das contas bancárias dos executados. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.
(STJ -: 1184765 PA 2010/0042226-4, Relator: MIN. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 24/11/2010, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 03/12/2010)
Atenção: A Lei 13.105/15 (Novo Código de Processo Civil) inovou quanto aosbens passíveis de penhora e alterou a ordem prevista no art. 655, em especial na inclusão dos §1º e §2º, no seguinte sentido:
Art. 835.  A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
O §1º reforça o entendimento pacificado pelo STJ no sentido de que o dinheiro é a forma prioritária de garantia. A novidade neste dispositivo é a possibilidade de alteração da ordem pelo juiz conforme o caso concreto.
Já o §2º normatiza a possibilidade de oferecimento de fiança bancária e seguro garantia, como se dinheiro fosse, desde que haja acréscimo de 30% do valor do débito a ser garantido.
Outra questão interessante: a Justiça Paulista (TJSP) já está colocando em prática, a chamada penhora on-line de imóveis, prevista no parágrafo 6º do artigo 659 da Lei nº 11.382/06 e o tribunal paulista é o primeiro do país a normatizar o uso com a publicação do Provimento nº 06, de 2009 e a desenvolver um sistema próprio de penhora dos imóveis, por meio de um programa específico, entrando o juízo em contacto direto com os cartórios de imóveis para efetuar a busca das propriedades e a possível penhora desses bens.
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6. Elaboração da Petição Inicial de Execução Fiscal
Execução Fiscal
Processo Judicial Tributário 
01
 
pergunta (auxilia a manter o foco da aula)
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