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03.2._Analise_dos_Alimentos

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Análise de alimentos
Voltando aos nutrientes: 
Água 
Proteínas
Carboidratos
Lipídeos
Vitaminas
Minerais
	Inicialmente, não seria o objetivo deste tópico caracterizar as funções ou estruturas de cada nutriente; uma vez que estes aspectos serão detalhados em tópicos específicos para cada um deles, no entanto, algumas observações devem ser colocadas, de modo a situar-se com relação à análise dos mesmos.
	A proteína tem dupla função (analisando amplamente), que seria o fornecimento de aminoácidos para a formação de tecidos e também o fornecimento de energia XE "energia" . Já os carboidratos XE "carboidratos" tem como função principal o fornecimento de energia, assim como os lipídeos.
	Tanto as proteínas XE "proteínas" , quanto carboidratos XE "carboidratos" e lipídeos XE "lipídeos" vão entrar nos ciclos metabólicos, em rotas variadas, produzindo substâncias intermediárias iguais ou distintas. Muitos destes produtos serão oxidados em CO2 e H2O produzindo nestes processos ATPs (Adenosina Trifosfato).
	Com relação aos minerais, pode-se dizer que desempenham as mais diversas funções, podendo ser divididos, de acordo com sua quantidade nos tecidos animais, em macro e micronutrientes.
	Já as vitaminas não são homogêneas quimicamente, mas podem ser agrupadas de acordo com suas funções, uma vez que quimicamente podem ser consideradas como proteínas XE "proteínas" , carboidratos XE "carboidratos" ou lipídeos XE "lipídeos" .
Para estudar nutrição temos que ter conhecimento teórico em alguns campos:
Conhecimento dos alimentos
Conhecimento dos nutrientes
Fisiologia digestiva das espécies
Exigências nutricionais de cada espécie
	A partir destes pontos vamos passar a parte prática, que seria a composição de uma dieta ou de várias dietas montando um programa nutricional para categorias dentro de uma mesma espécie.
	Basicamente, para formular uma dieta, é necessário saber que alimentos podem ser utilizados ou que são disponíveis no mercado, alem do fator custo. Além disso, é importante conhecer a necessidade nutricional de cada espécie ou categoria animal. (Esta necessidade, para algumas espécies, já está definida, por exemplo, na avicultura, no entanto, para algumas espécies de animais domésticos, ainda existem grandes falhas e desconhecimento. Por exemplo: bovinos ainda deixam a desejar com relação à microelementos minerais e outros, e animais silvestres não existem quase nada a respeito de requisitos nutricionais.)
	Os estudos levados a cabo para uma série de espécie e categorias animais, forneceram dados para montagem de tabelas de requisitos nutricionais. Podemos citar, entre outras, o National Research Council (NRC). Estas tabelas são utilizadas pela maioria dos nutricionistas, mas deve ser citado que ainda não são totalmente satisfatórias. Como exemplo, na maioria das vezes trabalhamos com tabelas que não se adaptam ao nosso ambiente (tropical) e mesmo aos nossos animais.
	Da mesma forma ocorre com os alimentos, com tabelas que fornecem valores médios nutricionais de inúmeros alimentos, mas que também apresentam várias deficiências. A avaliação destes alimentos começou a mais de um século, com o desenvolvimento de metodologias para análise de alimentos, como veremos a seguir.
Metodologia de análise de alimentos
	Segundo Nunes (1995) mais de 40 nutrientes essenciais são atualmente conhecidos e a análise de todos eles em cada amostra de alimento seria demorada, extremamente cara, pouco prática, além de desnecessária.
	Só como observação quase nunca utilizou mais que 10 nutrientes em um cálculo de ração.
	Em 1864, na Estação experimental de Weende XE "Weende" , na Alemanha, foi desenvolvido um conjunto de métodos químicos simples, rápidos e baratos, que simulam a digestão em monogástricos XE "monogástricos" . 
	Este conjunto de métodos foi denominado de método de Weende, análise proximal, análise de rotina, análise bromatológica. Seria interessante observar que esta metodologia tem inúmeras falhas. Uma delas é que o método fornece um perfil quantitativo e não qualitativo, dos alimentos. Isto é: não informa se o alimento analisado pode ou não ser utilizado pelo animal.
A metodologia pode ser esquematizada como se segue:
	
	
	
	Amostra
	
	
	
	
	( Calor
	(105o C)
	
	
	
	
	
	
	
	MATÉRIA SECA
	
	
	
	
	ÁGUA
	
	( Calor
	(650 o C)
	
	
	
	
	CINZAS
	
	
	 MATÉRIA ORGÂNICA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Proteína Bruta
	
	Extrato Etéreo
	
	
	Fibra Bruta
 Descrição da metodologia de Weende XE "Weende" :
Matéria seca XE "Matéria seca" 
	A amostra é aquecida em estufa a 105o C até obter peso constante (cerca de 12 horas).
	A partir deste ponto, todas as análises são feitas com base na matéria seca, com o objetivo de padronizar os resultados. Isto não significa que as amostras para análises vão ser retiradas do material no qual foi feito o aquecimento a 105( C, ao contrário, o material que foi aquecido é descartado, uma vez que umas séries de reações ocorreram, inutilizando este material para análises posteriores.
 O restante das análises será feito no material ao natural ou pré-seco (procedimento que será descrito posteriormente), e depois de obtidos os resultados, as correções para a base de 100 % de matéria seca serão efetuadas através de cálculos. 
Pré-secagem XE "Pré secagem" 
	Muitos alimentos chegam com alto teor de água para serem analisados (isto dificulta o manuseio e a armazenagem). Pode ser citada a silagem, forragens verdes etc. Para facilitar o armazenamento, impedindo o crescimento de microrganismos, realizamos a pré-secagem.
	Uma vez que este procedimento é feito no material que será submetido às análises posteriores, o mesmo não pode provocar reações que alterem o valor nutricional do material.
OBS.: Reação de Maillard XE "Maillard:reação" = Reação química provocada por altas temperaturas (acima de 70o C, entre o grupo ( amino livre da lisina (aminoácido presente na proteína) e a carboxila terminal do carboidrato. Esta reação torna os dois nutrientes indisponíveis e descaracterizados.
Procedimento para a pré-secagem: Amostra é pesada e colocada em uma estufa com ventilação forçada 65o C. O tempo não é predeterminado, sendo dependente do grau de umidade do material. Normalmente obtêm-se uma boa pré-secagem em torno de 72 horas.
Ex.: Peso inicial: 1000 gramas de capim
 Peso final: 350 gramas de MPS
	Significa que o material tem 35% MPS, no entanto é interessante observar que este material ainda apresenta certa porcentagem de água, sendo que a MS total só poderá ser obtida após uma análise de MS (105o C).
Ex.: Peso inicial 1,0 grama (coletado do material que sofreu a pré-secagem)
 Peso final: 0,90 g de MS
Significa que o material pré-seco ainda apresenta 10 % de umidade.
Ou seja: As 350 gramas de capim ainda apresentavam 10 % de água.
Se 35 gramas é água ( 315 é matéria seca.
Então: O alimento tem 31,5 % de MS.
Proteína bruta 
	Partindo se princípio que toda proteína tem N e que tomadas em conjunto apresentam cerca de 16% de proteína, determina-se o nitrogênio total e multiplica por um fator de 6,25 (16 g N - 100 g de P então 100 / 16 = 6,25).
	A análise e realizada em um aparelho denominado Digestor de Kjeldahl XE "Kjeldahl" e apresenta três etapas distintas: digestão, destilação e titulação.
Digestão - ácido sulfúrico libera carbono como CO2 e H com H2O
Nitrogênio é transformado em NH3 (amônia) e fixado como sal amoniacal - sulfato de amônia
Destilação - Hidróxido de sódio
 Catalisador - Sulfato de zinco e sulfato de sódio
	O hidróxido de sódio libera a amônia que e recebida em uma recipiente com ácido bórico com um título conhecido (normalidade). Coloca-se um indicador misto (verde de bromocrezol e vermelho de metila)
Titulação - ácido clorídrico (com título conhecido).O ponto de viragem seria quando o ácido clorídrico consegue neutralizar a solução básica, determinada pela mudança da cor verde para rosa. Cor verde = pH básico (amônia), ponto de viragem é o pH neutro (rosa claro) e se continuamos acrescentar ácido teremos o pH ácido (vermelho)
Por uma série de contas chega a nitrogênio x 6,25 = PB
	
	(Volume 1 - Volume 2) x N x F x 0,014
	% de N =
	_______________________________________________ x 100
	
	 Peso da amostra (g)
Onde:
Volume 1= Volume de HCl gasto na titulação de amostra
Volume 2 = Volume de HCl gasto na titulação do branco
N = Normalidade do HCl (normalmente = 0,1 N)
F = Fator de correção para a normalidade do HCl
0,014 = meq do nitrogênio
Extrato etéreo XE "Extrato etéreo" 
	Extração com éter em aparelho tipo Soxhlet XE "Soxhlet" ou Goldfish. XE "Goldfish" 
	O éter entra em ebulição e arrasta toda a fração solúvel em éter (fração lipídica), que será recolhida em um tubo coletor.
Fibra bruta XE "Fibra bruta" 
	Fibra seria a denominação dada aos carboidratos XE "carboidratos" estruturais da parede celular XE "parede celular" (celulose XE "Celulose" , hemicelulose XE "hemicelulose" ) mais a lignina XE "lignina" (não digerido por enzimas XE "enzimas" de animais superiores).
	A análise é efetuada na amostra seca e desengordurada (gordura interfere com digestão).
	A amostra é digerida por uma solução ácida diluída (sulfúrico - 1,25%) e depois por uma básica (hidróxido de sódio a 1,25%) por 30 min cada, exatamente. Logo é filtrado e incinerado para retirar as cinzas (por diferença encontramos o resíduo).
	O que resiste a esta digestão é chamado de fibra bruta - (celulose XE "Celulose" , hemicelulose XE "hemicelulose" e lignina XE "lignina" ).
Cinzas
	Incineração do material em mufla a 650(C (4 horas em média) para combustão da MO. O resíduo resistente a queima seria as cinzas XE "cinzas" ou matéria mineral.
	Depois realizadas estas análises, deve-se obter os valores de carboidratos XE "carboidratos" solúveis.
Carboidratos Solúveis ou Extrativo Não Nitrogenado (ENN)
	Existem técnicas para dosagem, mas são laboriosas e demoradas, desta forma utiliza-se como rotina o método de cálculo.
Extrativo não nitrogenado XE "Extrativo não nitrogenado" = Carboidratos solúveis XE "Carboidratos solúveis" (amido, glicose, frutose, galactose etc.) e podem ser definidos matematicamente como 100 - (U + PB + EE + FB + Cinzas). 
Falhas na metodologia de Weende XE "Weende" .
Umidade XE "Umidade" - Volatiliza ácidos (AGV) e bases (NH3) (quando presentes) e alguns minerais voláteis (Na, Cl e F).
Proteína bruta - Considera como proteína o nitrogênio não protéico, como uréia, aminas, nitratos, vitaminas do complexo B, ácidos nucléicos.
	O fator de 6,25 também não se aplica à proteína de todos os alimentos (soja, ovo, milho e leite já têm fator conhecido e pode ser usado).
Extrato etéreo - Extrai gorduras e óleos, mas também ceras, pigmentos, vitaminas lipossolúveis.
	(Em alimentos verdes é problemática - a primeira porção fornece energia XE "energia" , mas as outras não - superestimam o valor energético do alimento).
Fibra Bruta - O método mais problemático - A digestão solubiliza grande parte da celulose e hemicelulose XE "hemicelulose" , e esta solubilização não é constante nem mensurável, uma vez que é dependente da lignificação e da relação da lignina XE "lignina" com estas substâncias.
Cinzas - Somam todos os elementos minerais presentes, menos os voláteis, mais os carbonatos formados durante a ignição (C e H é matéria orgânica)
ENN - Acumula todos os erros - Parte da celulose e hemicelulose digerida são considerados como açucares e amido (superestima o alimento em termos de energia XE "energia" - muito problemático em alimentos mais fibrosos)
	Também são considerados como “CHO solúvel”, os taninos e pigmentos não solúveis em éter, frutosanas e pectinas.
Técnicas complementares 
	Além da análise proximal, outras técnicas podem ser realizadas por laboratório de análise de alimentos como rotina:
Cálcio
Oxidometria ou permanganatometria - Precipita o cálcio XE "cálcio" e oxalato de amônio, dissolve com ácido sulfúrico e depois titula com permanganato de sódio. 
Titulometria - Varias reações - solução alcalina contendo íons cálcio XE "cálcio" é titulada com EDTA - (Técnica perigosa, pois utiliza cianeto de potássio).
Espectofotometria de Absorção Atômica - Leitura em aparelho (será comentado posteriormente).
OBS.: O magnésio pode ser dosado pelo mesmo método utilizado para o cálcio XE "cálcio" .
Fósforo 
Gravimetria - Complexação do fósforo XE "fósforo" e pesagem do composto formado multiplicado por um fator.
Colorimetria - Várias reações e formação de compostos coloridos - leitura em aparelhos colorimétricos. O princípio utilizado é baseado no fato de que toda cor absorve luz e transmite luz. Exemplo:- azul ( absorve todas e reflete o azul. O aparelho lê esta absorção ou esta reflexão, chamada de absorbância ou transmitância.
Sódio e Potássio
Fotômetro de chama 
Espectofotômetro de absorção atômica
	Determinação de Ca, Mg, Fe, Zn, Cu, Se, Co, Mn (como rotina). Alguns laboratórios determinam mercúrio, chumbo, cádmio etc. (tóxicos).
	O princípio, a grosso modo, consiste na queima da amostra, excitando os átomos. Isto leva os elétrons a trocarem de nível e, para isto, necessitam de energia XE "energia" .
	O aparelho tem varias lâmpadas, que emite um feixe de luz com um determinado comprimento de onda para cada elemento. (Para cada elemento é necessário usar uma lâmpada). Quando cada elemento rouba a energia XE "energia" para a elevação de camada, o feixe de luz daquela lâmpada, especifica para o elemento, sofre uma queda. E exatamente esta queda que é medida pelo aparelho (Absorção de energia pelos Átomos).
Outras análises complementares
Análises químicas:
pH e acidez;
Índice de Eber - Decomposição e putrefação protéica - aminoácidos sulfurados;
Índice de peróxido - rancificação de óleos;
Atividade ureásica e solubilidade protéica (Importante na soja, devido à relação da atividade ureásica com fatores antinutricionais - Antitripsínicos);
Método de Van Soest XE "Van Soest" - FDN e FDA - Próximo tópico;
Digestibilidade com pepsina;
Aminograma - Dosagem de aminoácidos;
Ácidos graxos voláteis - Silagens – Cromatografia;
Micotoxinas - Importante - princípio tóxico – Aflatoxinas;
Resíduos de defensivos – Cromatografia;
Nitrogênio não protéico - Submete o alimento à ação de uréases.
Análises físicas:
Cor;
Odor;
Granulometria;
Densidade;
Microscopia.
	Em grande parte das análises físicas são usados métodos qualitativos e subjetivos.
Rotina do laboratório 
Antes das análises:
Trituração prévia - com facas ou tesouras no caso de forragens e quebra de alimentos compactos.
Pré-secagem (se necessário).
Para minerais e alimentos farelados ( quarteamento e homogeneização.
Para minerais ( Trituração em gral de porcelana e rotulação da amostra. Guardar em frascos de vidro hermeticamente fechados.
Para grãos, rações e forragens após pré-secas ( moagem em moinho de faca e passagem por peneira de 1 mm.
Amostras úmidas ( Às vezes são necessárias analisar o material como oferecido ( fezes, silagem e resíduos de cervejaria. Homogeneizar no liquidificador e guardar em sacos plásticos hermeticamente fechados no congelador.
	As análises citadas acima seriam as mais comuns de serem realizadas, porém não pretendem ser uma lista completa. As maiores partes destas técnicas estão descritas nas publicações da AOAC (Association Official Analitical Chemists) e AOCS (Americam Oil Chemist Society)
Envio de amostra ao laboratório
	É um dos pontos principais para a obtenção de um bom resultado laboratorial. Se ocorrer erros na coleta de amostra, prejudica-se todo o trabalho de análise, gerando resultados pouco confiáveis.
	A amostragem de alimentos deve ser representativado material a ser avaliado.
Para rações, mineral, grãos etc., coletar em vários sacos da partida a ser analisada, mais ou menos 100 g por saco (ter bom senso), homogeneizar, retirar do “pool” cerca de 500 gramas e enviar em saco de plástico ou papel limpo. 
Rotular com todos os dados (de preferência em papel = colado por fora da amostra).
Água ( Frasco de vidro inócuo - conservar na geladeira.
Silagens, forragens e material com alta umidade ( saco plástico limpo - conservar na geladeira e enviar o mais depressa possível.
Forragem: colher em vários pontos (zig - zag)- imitando o que o animal come.
	Não selecionar pontas ou tirar caule e folhas mortas. 10 amostras por hectare (200 g cada, homogeneizar, fazer amostra composta, e enviar cerca de 500 gramas). Não colher perto de estrada ou cochos de sal mineral, evitar coletar terra ou raízes.
	Ter bom senso. Por exemplo, seria impossível coletar 10 amostras por hectare em uma fazenda de 10000 hectares - dividir a fazenda por áreas tentar ser o mais preciso possível.
	Secar a sombra - homogeneizar e colocar em saco de papel limpo. Evitar saco de plástico (fermentação). 
Rótulo:
Número ou nome da amostra;
Nome do produtor;
Data da coleta;
Dados sobre a amostra, nome da forragem ou ração etc;
Análises a serem feitas.
	Objetivo da análise (cálculo de ração, minerais, avaliação da qualidade nutricional, detecção de fraudes). Tudo isto pode ajudar o laboratorista. 
Procurar conversar com o responsável técnico pelo laboratório (pode indicar mais análises ou retirar análises sem importância).
Basicamente, o que analisar para:
Formular ração (Análise Proximal + Ca e P);
Formular dieta completa: Forragens e alimentos (Análise proximal mais cálcio XE "cálcio" e fósforo XE "fósforo" - FDN e FDA);
Formular sal mineral: capim e água (Macro e microminerais, MS e N - super importante se for trabalhar com sal + uréia);
Fraudes (específico);
Soja (toda análise proximal, Ca e P, solubilidade e atividade ureásica).
Produtos de origem animal com MO (análise proximal, MO, Ca, P e teste de Eber).
Bibliografia consultada
Nunes, I.J. Nutrição Animal Básica, 1995, 333 p.
OFFICIAL methods of the association of official analytical chemist. 13 ed., Washington, D.C.: Association of Analytical Chemist, 1980. 1015 p.
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ANEXO:
Simulação para cálculos LABORATORIAIS
Chegam ao Laboratório 3 amostras:
Amostra 1: Silagem - Vacas Leiteiras
Amostra 2: Ração concentrada - aves de postura
Amostra 3: Sal Mineral - Gado de corte
Condições: O laboratório efetua como rotina a análise proximal e mineral (Ca, P, Mg, Na, K, Cu, Zn, Fe, Co, Mn, e Se)
Perguntas do produtor:
O que deverá ser analisado em cada uma das amostras?
Amostra 1 (Silagem) = Proximal completa.
Amostra 2 (Ração) = Proximal completa + Ca e P se possível analisar os outros minerais.
Amostra 3 (Sal mineral) = Todos os minerais e Nitrogênio (importante para a detecção de NNP - uréia ou fosfato monoamônio, etc).
Rotina:
Amostra 1 (Silagem)
Passo 1:
Pré-secagem (Estufa ventilada a 65o C = 72 horas):
Peso verde: 358 g
Peso seco: 121 g
Então:
358 ---- 100
121 ----- X onde: X = 33, 80 %
Passo 2: 
Moagem (peneira de 1mm).
Moer cerca de 100 gramas, rotular e guardar em vidro fechado.
Passo 3:
Matéria Seca (Estufa 105o C = 12 horas)
Peso inicial: 4,472 gramas
Peso final: 3,980 gramas
Onde:
4,472 -----100
3,980 ----- X logo: X = 89,0 %
Significa que: O material pré-seco ainda continha 11,0 % de umidade.
Então:
Matéria Seca total da Silagem:
33,80 ---- 100
 X ---- 89,0 logo: X = 30,082
A partir deste ponto realizam-se as análises. Não esquecer ( as análises são realizadas no material pré-seco, isto é, no material que ainda contém 11,0% de umidade. Os resultados deverão ser dados em 100% de MS, portanto, deverão ser corrigidos.
O valor que vamos utilizar para a correção será o da MS = 89,00
Próximos passos:
Análises de PB, EE, FB e Cinzas e ENN.
Resultados:
PB = 7,4 %
FB = 18,52 %
EE = 2,34 %
Cinzas = 3,8 % 
ENN = 100 - (Umidade + PB + FB + EE + Cinzas) então:
ENN = 100 - (11,00 + 7,4 + 18,52 + 2,34 + 3,8) 
ENN = 56,94
Próximo passo:
Correções:
PB ( 7,4 ---- 89,00
 X ---- 100,00 onde X = 8,31
FB ( 18,52 ---- 89,00
 X ---- 100,00 onde X = 20,81
EE ( 2,34 ---- 89,00
 X ---- 100,00 onde X = 2,63
Cz ( 3,80 ---- 89,00
 X --- 100,00 onde X = 4,27
ENN ( 56,94 ---- 89,00
 X ---- 100,00 onde X = 63,98
Ou:
ENN = 100 - (8,31 + 20,81 + 2,63 + 4,27) = 63,98
Resultados: Expressos em % (gramas / 100 gramas) e na base de 100% de MS.
	Amostra 1 (Silagem)
Expressos em % (g/100 gramas)
	PB
	FB
	EE
	CZ
	ENN
	8,31
	20,81
	2,63
	4,47
	63,98
	 Observações: Os resultados estão expressos em 100% de MS
	 Matéria Seca da Silagem: 30,082 
Se o produtor quiser transformar os resultados para matéria natural é simples:
Ex.: PB = 8,31 ----100,00
 X ---- 30, 082 onde: X = 2,5 % de PB no Material como oferecido.
Atenção: É importante que saibam fazer estas transformações, uma vez que as tabelas de alimentos não são padronizadas. Algumas apresentam os valores nutricionais dos alimentos como oferecido, outras na base de 100% de MS, etc. 
AMOSTRA 2 (Ração Concentrada)
	Normalmente, este tipo de amostra apresenta valores de MS altos (acima de 80%). Neste caso não seria necessário fazer pré-secagem.
Passo 1: 
Moagem (peneira de 1mm)
Moer cerca de 100 gramas, rotular e guardar em vidro fechado.
Passo 2:
Matéria Seca (Estufa 105o C = 12 horas)
Peso inicial: 5,324 gramas
Peso final: 4,937 gramas
Onde:
5,324 -----100
4,937 ----- X logo: X = 92,73%
Significa que: O material pré-seco ainda continha 7,27% de umidade.
A partir deste ponto realizam-se as análises. Não esquecer ( as análises são realizadas no material como oferecido, isto é, no material que ainda contem 7,27% de umidade. Os resultados deverão ser dados em 100% de MS, portanto, deverão ser corrigidos.
O valor que vamos utilizar para a correção será o da MS = 92,73%
Próximos passos:
Análises de PB, EE, FB e Cinzas e ENN.
Supondo os seguintes resultados:
PB = 17,92 %
EE = 4,20 %
FB = 3,54 %
Cinzas = 5,82 % 
ENN = 100 - (Umidade + PB + FB + EE + Cinzas) então:
ENN = 100 - (7,72 + 17,90 + 4,20 +3,54 + 5,82) 
ENN = 61,25
	Aqui vamos ter duas opções: Liberar os resultados no material como oferecido, ou corrigidos para 100% de MS.
	
No primeiro caso não existe necessidade de correções, e a ficha de resultados seria desta maneira:
	Amostra 2 (RAÇÃO)
Expressos em % (g/100 gramas)
	Umidade
	PB
	FB
	EE
	CZ
	ENN
	7,27
	17,92
	3,54
	4,20
	5,82
	61,25
	 Observações: Os resultados estão expressos no material como oferecido (natural)
	 Matéria Seca da ração: 92,73 
	Uma das formas de confirmar os resultados seria somar todas as colunas, tendo que, obrigatoriamente, fechar em 100.
	No segundo caso, ou seja, apresentar os resultados em 100% de MS tem que fazer as correções:
Correções:
PB ( 17,92 --- 92,73
 X ---- 100,00 onde X = 19,32
FB ( 3,54 ---- 92,73
 X ---- 100,00 onde X = 3,82
EE ( 4,20 ---- 92,73
 X ---- 100,00 onde X = 4,53
Cz ( 5,82 ---- 92,73
 X ---- 100,00 onde X = 6,28
ENN ( 61,25 ---- 92,73
 X ---- 100,00 onde X = 66,05
Resultados: Expressos em % (gramas / 100 gramas) e na base de 100 % de MS.
	Amostra 2 (Ração)
Expressos em % (g/100 gramas)
	PB
	FB
	EE
	CZ
	ENN
	19,32
	3,82
	4,536,28
	66,05
	 Observações: Os resultados estão expressos em 100% de MS
	 Matéria Seca da Ração: 92,73 
Amostra 3 (Sal mineral)
	Tritura-se a amostra em um gral de porcelana e passa por uma peneira de 1 mm.
	Não é necessário fazer matéria seca. Efetuam-se as análises e lança os resultados no material como oferecido.
Atenção: Os resultados de Nitrogênio são lançados como tal, não sendo necessário multiplicar por 6,25.
CURIOSIDADE: Se observarmos os valores de carboidratos XE "carboidratos" solúveis (ENN) das duas amostras, veremos que são muito semelhantes, apesar de uma das amostras (Silagem) conterem altos teores de fibra. A super estimativa deste resultado na amostra de silagem deve-se, principalmente, à falhas na análise de fibra bruta. Neste caso, como podemos contornar este problema?
 METODOLOGIA de VAn Soest (FDN e FDA)
	Em 1965, um século após a metodologia de Weende XE "Weende" , o pesquisador Van Soest XE "Van Soest" e seus colaboradores propuseram um método que, aplicado para forragens, predizia melhor o valor de fibra.
	Para relembrar, fibra é a denominação dada à parede celular dos vegetais, compostas por substâncias altamente heterogêneas, basicamente a Celulose XE "Celulose" , Hemicelulose (glicose com ligações  1-4), lignina XE "lignina" (Polímeros fenólicos), entre outros. 
	A parede celular dos vegetais não é atacada por enzimas XE "enzimas" dos animais superiores, mas pode ser quebrada por enzimas de microrganismos.
 Daí pode-se deduzir que a fibra tem pouco valor para animais monogástricos XE "monogástricos" não herbívoros, que apresentam baixa fermentação (a fisiologia digestiva será vista mais adiante em aula específica), mas tem grande valor para herbívoros ruminantes e não ruminantes (com o ceco e o intestino grosso com grandes locais de fermentação).
A metodologia basicamente pode ser assim dividida:
	Inicialmente ocorre uma separação da parede celular do conteúdo celular, por aquecimento da amostra em detergente neutro. 
O conteúdo celular seria solubilizado, enquanto que a parede celular não. Isto é muito importante, pois, enquanto o conteúdo celular seria potencialmente digerido por todas as espécies, a parede celular é dependente das simbioses que o animal apresente. Sobrariam então a celulose XE "Celulose" , hemicelulose, lignina XE "lignina" e sílica. Após a queima deste resíduo em mufla a 650(C, obtêm-se as cinzas insolúveis por diferença obtêm-se a Fibra Detergente Neutro (FDN).
Resumindo: A fibra detergente neutro seria pouco aproveitada por monogástricos XE "monogástricos" , enquanto que para herbívoros, ainda pode ser parcialmente aproveitada.
	
	Os microrganismos presentes no trato digestivo dos herbívoros (bactérias, protozoários e fungos) podem quebrar as ligação da celulose e hemicelulose XE "hemicelulose" , mas não as da lignina XE "lignina" ou de outras substâncias ligadas a ela.
	Desta forma, a próxima etapa da metodologia de Van Soest XE "Van Soest" seria separar o que é potencialmente aproveitado por herbívoros da fração indigestível.
	O próximo passo seria aquecer uma amostra com detergente ácido, O detergente ácido solubiliza toda a hemicelulose XE "hemicelulose" . Sobraria a celulose e lignina XE "lignina" , resíduo este que ainda seria parcialmente aproveitado por ruminantes. Este resíduo, depois de retirada à sílica, seria denominado Fibra Detergente Ácido (FDA).
	A metodologia poderia ser assim esquematizada:
	
	Amostra
	
	
	
	(
	Detergente neutro
	
	
	Fibra detergente Neutro (FDN)
	 (Celulose XE "Celulose" , Hemicelulose, lignina XE "lignina" )
	
	
	(
	Detergente ácido
	
	
	Fibra detergente ácido (FDA)
	 (Lignina + Celulose)
 FDN - FDA = Valor da Hemicelulose
	
	
	(
	Ácido Sulfúrico
	
	
	Lignina + cinzas insolúveis
	 FDA - lignina XE "lignina" e sílica = valor de celulose
	
	
	(
	Mufla (650o C) 
	
	
	Cinzas insolúveis
	 
	
	
	Desta forma, pode-se fazer uma partição dos componentes da fibra, o que não seria possível na metodologia de fibra bruta. Evidentemente que a metodologia de Van Soest XE "Van Soest" apresenta falhas, mas falhas bem menores que a metodologia de Weende XE "Weende" para fibra Bruta.
Sintetizando:
O conteúdo celular é totalmente digerido (teoricamente) por todas as espécies animais;
A fibra detergente neutro XE "fibra detergente neutro" (FDN) é pouco aproveitada por animais monogástricos XE "monogástricos" que não possuam câmaras fermentativas (existe no estômago de suíno e no intestino grosso de diversas espécies de monogástricos não herbívoros alguma fermentação, mas esta é em quantidades muito menores que nos herbívoros, tornando-se desprezível teoricamente);
A fibra detergente ácido XE "fibra detergente ácido" (FDA) ainda é parcialmente aproveitada por ruminantes outros herbívoros, em uma extensão dependente da lignina XE "lignina" e grau de lignificação da celulose;
Então, se pretende analisar um alimento para monogástricos XE "monogástricos" não herbívoros, basta efetuar a FDN e, para ruminantes e outros herbívoros deve ser efetuado FDN e FDA.
Bibliografia consultada:
VAN SOEST, P. J. Forage evaluation techniques In: Nutritional Ecology of the Ruminant, 2 ed. Copyright, Cornell University Press, 1984, p. 108 - 121.
Nunes, I. J. Nutrição Animal Básica, 1995. 333p.
CARACTERIZAÇÃO DOS ALIMENTOS
	Após o estudo das análises dos alimentos, podemos agrupar os vários alimentos com relação às suas características em termos de nutrientes. Este agrupamento pode dar um dimensionamento com respeito ao aproveitamento dos vários alimentos por diversas espécies animais. Ao mesmo tempo facilita com relação á cálculos de dietas e substituição de matérias-primas nas rações, uma vez que cada grupo possui características nutricionais próprias. A seguir, apresenta ( a classificação dos alimentos proposta pela Tabela Latina Americana de Composição de Alimentos (1972)
Alimentos volumosos XE "volumosos" :
	Engloba todos os alimentos com baixo valor energético, por unidade de peso, principalmente em virtude do seu elevado teor em fibra ou em água. A tabela citada acima sugere que todos os alimentos que possuam mais que 18% de fibra sejam agrupados nesta categoria, e faz a seguinte subdivisão:
 (1) Forragens secas e volumosos:
(Fenos - Leguminosas
Gramíneas
 (Palhas e espigas (Milho, palha de feijão e soja, etc.)
 (Cascas de sementes (Casca de algodão, amendoim. etc.)
	Incluem nesta classe todas as forragens e volumosos que foram cortados e desidratados.
 (2) Forragens com alto teor de umidade:
	Incluem-se nesta classe aquelas forragens verdes que não sofreram processo de desidratação, sendo utilizadas verde. Nesta classe incluem-se também os alimentos que foram desidratados, mas que deverão passar por um processo de re-hidratação quando forem ofertados aos animais.
(Pastagens verdes
(Raízes e tubérculos 
 (3) Silagens (Milho, leguminosas, gramíneas, etc.)
Alimentos concentrados XE "concentrados" 
	São todos aqueles alimentos que possuem menos que 18% de fibra e contêm alto teor de energia XE "energia" utilizável, devido a um alto teor de lipídeos XE "lipídeos" e carboidratos XE "carboidratos" , assim como proteínas XE "proteínas" . Esta categoria permite as seguintes subdivisões:
 (4) Alimentos energéticos.
	São aqueles que possuem menos que 20 % de proteína e menos que 18% de fibra 
(Grãos de cereais
(Subprodutos de moinhos
(Frutas
(Castanhas e nozes
(Raízes
(5) Alimentos protéicos
	São todos aqueles que apresentam menos que 18% de fibra e mais que 20% de proteína
(Alimentos de origem vegetal
(Alimentos de origem animal
Outros alimentos
(6) Suplementos minerais
 (7) Suplementos vitamínicos
 (8) Aditivos
(Antibióticos
(Corantes
(Flavorizantes
(Hormônios
(Medicamentos
Como encontrar um alimento na Tabelacitada anteriormente?
	A tabela Latino Americana de alimentos apresenta sua lista de valores de alimentos seguindo os seguintes critérios:
	
	Alimento 1
	Alimento 2
	Alimento 3
	Gênero
	Zea
	Brachiária
	Gossypium
	Espécie
	Mays
	Brizanta
	ssp
	Variedade ou cultivar
	Indentata
	Marandú
	--------
	Nome comum
	Milho
	Braquiarão
	Algodão
	Parte utilizada como alimento 
	Parte aérea
	Parte aérea
	Sementes e casca
	Processamento ou tratamento
	ensilado
	fresca
	solvente
	Estágio de maturidade
	------
	florescência
	-------
	Corte ou colheita
	------
	1o corte
	-------
	Grau ou qualidade
	-------
	---------
	36 % proteína
	Classificação
	(3)
	(2)
	(5)
Numero 1: Zea mays, milho, parte aérea, ensilado (3)
Numero 2 - Braquiária brizanta, Braquiarão, parte aérea, fresca, florescência, 1o corte, (2)
Numero 3 - Gossypium sp, Algodão, sementes e cascas, ex. solvente, 36 % proteína, (5)
Os valores são apresentados no alimento com oferecido e com base em 100% de MS.
	Valores nutricionais que podem ser obtidos na Tabela (Nem todos os alimentos fornecem todos os valores citados a seguir):
Matéria seca
Energia digestível (para bovinos, equinos, caprinos, carneiros e suínos)
Energia metabolizável (para bovinos, eqüinos, caprinos, carneiros, suínos e aves)
Energia líquida para manutenção (bovinos)
Energia líquida para ganho (bovinos)
Energia líquida para lactação (vacas)
NDT (para bovinos, equinos, caprinos, carneiros)
Proteína bruta 
Proteína digestível (para bovinos, caprinos, equinos, carneiros e suínos)
Parede celular (Van Soest XE "Van Soest" ( em poucos alimentos)
Fibra bruta 
Outros (minerais, vitaminas, aminoácidos)
Observações: Os alimentos volumosos constituem a base alimentar dos herbívoros, principalmente dos ruminantes. Nos monogástricos XE "monogástricos" , a principal função dos alimentos ricos em fibra seria formar o bolo fecal e permitir uma taxa de passagem da dieta dentro de parâmetros normais.
Comparação entre os vegetais e os animais:
	Basicamente, a principal diferença seria a forma de armazenamento energético e a deposição tecidual. Enquanto que os vegetais acumulam amido como reserva energética, os animais os fazem na forma de gordura. A membrana celular animal é constituída por lipídeos e proteínas XE "proteínas" , enquanto que os vegetais teriam, além da membrana propriamente dita, outra, chamada de parede celular, composta por celulose, hemicelulose XE "hemicelulose" , lignina XE "lignina" , etc. 
	A composição química dos vegetais pode sofrer uma grande variação, dependente da espécie da planta e estádio vegetativo. Em linhas gerais, as forragens verdes possuem proteína de média a baixa e fibra de média a alta.
	 Já as sementes possuem elevado teor de amido, moderado a baixa em fibras, moderado a alta em proteínas XE "proteínas" , baixo em minerais e moderado a alta em vitaminas. Por outro lado, a composição corporal dos animais parece ser uniforme.
	 A composição corporal de um mamífero adulto corresponde a 60% de água, 16% de proteínas XE "proteínas" , 20% de lipídeos e 4% de minerais. As quantidades de glicogênio depositadas no fígado e músculo são desprezíveis (menor que 1%). Nos animais, a grande mudança com a idade seria com relação à deposição de gordura. Os animais acumulam gordura à dispensa da água. Quer dizer, à medida que a porcentagem de gordura corporal aumenta, a porcentagem de água diminui. Na tabela seguinte apresentam-se alguns valores da composição corporal dos animais. 
	Espécies
	Água
	Proteína
	Gordura
	Minerais
	Bezerro (recém-nascido)
	74
	19
	3
	4
	Novilho
	64
	19
	12
	5
	Suíno (100 kg)
	49
	12
	36
	3
	Aves
	57
	21
	19
	3
	Cavalo
	60
	18
	18
	4
	Coelhos
	69
	18
	8
	5
	Homem
	60
	18
	18
	4
	
	Para fins comparativos, a composição corporal se expressa em uma base livre de gordura ou base seca livre de gordura. Quando expressa-se em uma base livre de gordura, a composição corporal característica da maioria dos animais é de 75% de água, 20% de proteína, e 5% de minerais, enquanto que na base seca livre de gordura encontram-se de 79 - 84% de proteína e 16 - 21% de minerais.
Então:
Animais:
Reserva energética = lipídeos XE "lipídeos" 
Membrana celular lipoprotéica
Variações dos constituintes corporais menor
Vegetais:
Reserva energética = Amido e CHO solúveis
Parede celular = Fibra
Variações dos constituintes corporal maior em função da espécie ou maturidade
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Fundamentos de Nutrición y ALIMENTACIÓN de animales, Church, D.C. & Pong, W. P., 1987
Latin american tables of feed composition, 1972
Nutrição Animal - as bases e fundamentos da nutrição animal, J. M. Andrigueto et. al, vol. 1, 1986.
�Processamento de alimentos
	A alimentação representa o principal custo na produção animal, portanto, é importante que uma dieta seja adequada sob o ponto de vista nutricional e, além disto, estimule o consumo sem desperdícios.
	Pode-se definir o processamento dos alimentos como sendo modificações físicas, químicas, térmicas ou bacterianas que se efetuam nos alimentos antes de ofertá-los aos animais.
O processamento é efetuado para:
Alteração de sua forma física ou tamanho de partículas;
Conservação;
Aumento da aceitabilidade ou digestibilidade;
Modificação de sua composição nutricional;
Eliminação de elementos tóxicos;
Etc.
	Geralmente, os métodos de preparação de alimentos tornam-se mais importantes à medida que se aumenta o nível de alimentação com o objetivo de uma produção máxima.
	Inicialmente podemos separar os processamentos em secos ou úmidos. Além disto, podemos citar processamentos com as altas temperaturas e pressões, acidificações, etc. Não caberia aqui detalhar todas as formas de processamento de alimentos para a produção animal, no entanto, devem ser comentados alguns processamentos mais importantes.
Moagem
	É um dos processamentos mais simples e baratos, normalmente visando o aumento da digestibilidade dos ingredientes para rações. Por exemplo, o grão de milho inteiro pode passar pelo trato digestivo sem sofrer digestão, problema bastante diminuído com a moagem. Normalmente não modifica a quantidade dos nutrientes do alimento
Prensagem ou laminação 
	Consiste em submeter o alimento a rolos compressores, em um processo de achatamento. Muito parecido com a moagem grosseira (parece ser mais atrativo que grãos inteiros).
Tostagem 
	Tratamento do alimento com calor seco. Na maioria das vezes visa o aumento da palatabilidade ou a eliminação de algum elemento anti-nutritivo (no caso da soja, por exemplo, elimina os fatores antitripsínicos).
Extrusão
	Consiste em submeter o alimento a variações de pressão abruptas, elevando a pressão interna do alimento e diminuindo a externa, o que causaria uma expansão da matéria. 
Cocção e tratamento com vapor
	Tratamentos com alta temperatura e umidade. Aumenta a digestibilidade do amido, mas pode diminuir a qualidade nutricional da proteína e destruir vitaminas.
Autoclavagem XE "Autoclavagem" 
	Tratamentos com calor, pressão e vapor, visando aumentar a digestibilidade e reduzir contaminações por microrganismos (ex: farinha de ossos autoclavada).
Peletização XE "Peletização" 
	O processo consiste em submeter os alimentos a moagem e posteriormente a pressão, umidade e calor, de forma que se consiga obter comprimidos (pélets), de vários tamanhos ou formas. Neste processamento muitas vezes utilizam-se ligantes (aditivos).
	A peletização oferece uma série de vantagens e desvantagens:
Vantagens:
Aumenta a densidade física de rações muito volumosas, reduzindo o custo de transporte e armazenagem;
Aumenta o consumo da ração pelos animais;
Reduz a pulverulência de rações muito secas (evita os problemas respiratórios e facilita o manuseio);
Elimina a seleção de ingredientes (particularmente em aves);
Reduz o desperdícioem comedouros.
Desvantagens:
Custos elevados (peletizadoras);
Destruição pelo calor, umidade e pressão de parte das vitaminas e antibióticos adicionados à mistura (entre 10 - 20%), necessitando de quantidades maiores destes aditivos;
Problemas com alimentos com alto teor de lipídeos (os pélets desmancham);
Em ruminantes aumenta o tempo de passagem ruminal dos alimentos, diminuindo a digestibilidade neste local (Segundo Nunes 1995, o ganho de peso final é maior).
Tratamentos em alimentos volumosos:
Fenação XE "Fenação" :
	Consiste na desidratação ao sol de forragens verdes que foram anteriormente cortadas. Não melhora o valor nutritivo do alimento, chegando, no máximo, em ótimas condições de processamento, a igualar ao alimento natural. Seria uma forma de conservação do alimento para épocas de escassez. Para fins de armazenamento pode ser enfardado ou peletizado, podendo também ser deixado a campo, em montes.
Fontes: pastos e capineiras, gramíneas, leguminosas (complicado)
Um bom feno deve ter:
Alto valor nutritivo;
Coloração natural da folha;
Boa relação haste/folha;
Não ter material estranho;
Cheiro característico.
	Dia ideal para fenar = céu azul, sem nuvens (veranico)
Etapas:
Corte (de manhã, depois da saída do orvalho).
Ponto de corte: Associar valor nutritivo com produção de MS.
Secagem:
Sol, vento, UR, chuvas (perdas);
Á campo ou galpões (Revirar material com ancinho, enleirar à noite);
Ponto de feno - 15 a 20% MS.
Armazenamento:
Medas e fardos;
Campo ou galpões;
Combustão espontânea ( material muito úmido;
Perda de folhas (passou o ponto).
Silagens XE "Silagens" 
	Consiste na conservação dos alimentos através de acidificação. O processamento em forragens normalmente é obtido por fermentação bacteriana anaeróbia. Pode ser obtido também por adição de ácidos. É importante ressaltar que, igualmente à fenação, o produto quase sempre tem menor valor nutritivo comparado à matéria prima, mas é uma boa opção para reserva de alimentos para suprir a época das secas.
Podem-se utilizar gramíneas (milho, sorgo, napier), maça, rama de mandioca, aveia.
Preparo da silagem:
Colheita (Conteúdo de MS)
30-35% MS
Milho - ponte de maturidade fisiológica - ponte de pamonha duro
Napier – pré-murcha
Tamanho de partícula - 2,5 -3,0 cm
Facilitar eliminação de ar 
> MS < tamanho
Contaminação (terra) - regular altura do corte
Enchimento do silo
Preferencialmente no mesmo dia
Fechamento do silo - Lona
Terra e cerca
Classificação
Muito boa: 3,5 - 4,2 pH, < 10% NH3, cheiro e gosto de ácidos, sem mofo;
Boa: 4,2 - 4,5 pH e < 15% NH3;
Regular: 4,5 - 4,8 pH e < 20% NH3;
Ruim: Alto teor de butírico XE "butírico" e NH3 - mofada e escura.
Tratamentos químicos
	Consiste no tratamento de restos agro-industriais de baixo valor nutritivo (palhas culturais, bagaço de cana, etc.) com produtos químicos que melhorem a digestibilidade da celulose. Podem ser citados como exemplos, os tratamentos com soluções alcalinas como hidróxido de sódio (NaOH), uréia e amônia (NH3). Os dois últimos tratamentos (uréia e NH3) também aumentam o conteúdo de NNP do alimento (incrementam o teor de PB). 
Bibliografia consultada:
Fundamentos de Nutrición y ALIMENTACIÓN de animales, Church, D.C. & Pong, W. P., 1987
Nutrição Animal - as bases e fundamentos da nutrição animal, J. M. Andrigueto et. al, vol. 1, 1986.
Apontamentos de aula da disciplina de Forragicultura - Professor Lúcio Carlos GONÇALVES
Utilização de óleos e gorduras para diversas espécies
Monogástricos:
Aves e Suínos
	A utilização de óleos e gorduras às dietas destas espécies pode ser muito útil em períodos de estresse calórico, aumentando o aporte energético em um menor volume ingerido.
	Deve ser observada qual a composição da fonte de lipídeos, uma vez que determinados ácidos graxos podem conferir gosto estranhos a carne e outros produtos. Os ácidos graxos polinsaturados, particularmente os de peixe, podem imprimir seu sabor e odor característicos aos ovos e carne, devendo, portanto, serem evitados no período de terminação ou postura. Além disso, um excesso de ácidos graxos insaturados pode levar a uma maior deposição de gordura mole, mais susceptível a rancificação, principalmente em suínos.
Carnívoros domésticos
	Além do aporte energético, a adição de óleos e gorduras às dietas de cães e gatos tem relação com palatabilidade da ração, a ponto de misturas de ácidos graxos tornarem-se segredos comerciais.
	Segundo Nunes (1995) a resposta dos gatos em função da palatabilidade é de natureza quadrática, isto é, respondem positivamente até determinado nível de adição de gordura às dietas. Acima deste nível (entre 20 e 25% da MS), a ingestão diminui. Aparentemente, existe uma predileção por gorduras de origem animal, particularmente as de boi e frango.
	Não deve ser esquecido que, tanto cães quanto gatos, necessitam de um aporte mínimo de ácido linoléico (em torno de 10 g. / dia). Além disso, em dietas para felinos devem ser adicionado certas quantidades de ácido araquidônico (em torno de 1 g / dia, para gatos de porte médio), uma vez que estes animais não o sintetizam a partir do linoléico. Deve ser acrescentado, também, 10000 U.I., de vitamina A (equivalente a 1,5 mg de retinol), já que os gatos não conseguem sintetizá-la a partir de carotenos.
Ruminantes
Vacas leiteiras de alta produção
	Um dos grandes problemas com vacas leiteiras de alta produção, no início de lactação, seria o déficit energético provocado pela limitação da capacidade de ingestão de matéria seca (MS). Quer dizer, as vacas não conseguem ingerir todos nutrientes necessários para sua produção, simplesmente porque existe uma limitação determinada pela capacidade do rúmen.
	Neste caso, pode-se pensar igualmente às aves, em ofertar uma dieta mais energética, em um volume menor. A utilização de gorduras nas dietas de vacas leiteiras de alta produção pode ajudar a contornar este problema, entretanto, esbarra em um limite fisiológico: rações com mais de 7% de gordura ou óleo deprimem o apetite, por ação direta sobre o centro de saciedade (teoria lipostática) e, também, por redução da digestibilidade da dieta.
	Quatro mecanismos podem, em parte, explicar como a gordura afeta a digestibilidade da dieta, principalmente da fibra:
Proteção ou envolvimento físico da fibra pela gordura, impedindo a colonização (consequentemente impede o ataque enzimático e diminui o crescimento das bactérias celulolíticas);
Modificação da microbiota ruminal, por ação tóxica da gordura, particularmente dos ácidos graxos polinsaturados;
Inibição da atividade enzimática microbiana, por efeito da ação tenso ativa dos AGL sobre a membrana celular;
Disponibilidade reduzida de cátions (particularmente, Ca e Mg) para a formação de complexos insolúveis com ácidos graxos de cadeia longa (estes últimos inibem as bactérias produtoras de propionato).
	Uma da formas de contornar estes problemas seria adicionar gordura protegida às dietas.
	Gordura protegida ou sobre passante é a denominação dada aos lipídeos que não sofrem degradação ou hidrogenação pelos microrganismos ruminais, chegando íntegros ao intestino delgado. Este tipo de gordura não interfere negativamente sobre a fermentação ruminal, e pode ser obtida por várias formas:
Associação com proteína protegida - obtida envolvendo minúsculas gotículas de gordura com uma camada de proteína tratada com formoldeído. Nesta forma, a mistura não é atacada pelas enzimas XE "enzimas" bacteriana, passando intacta ao abomaso, onde, devido à acidez do meio, quebram-se as ligações proteína-formoldeído;
Saponificação das gorduras - resultante da formação de complexos de lipídeos com sais de cálcio XE "cálcio" ou magnésio. Este tipo de tratamento não substitui o tratamento com formoldeído, pois, somente AG saturados de cadeia longa formam sabões, enquanto que os insaturados continuam a agir.A utilização de gordura protegida nas dietas de vacas de alta produção resulta em um aumento de a eficiência alimentar e estimula a produção de leite.
Ação DINÂMICA associativa das gorduras
	Além de fornecer energia XE "energia" , melhorar a absorção das vitaminas, diminuírem a pulverulência, aumentar a palatabilidade, etc., as gorduras e os óleos, quando adicionados de 3 a 5% às rações, aumenta a eficiência de utilização da energia consumida, por causa do menor incremento calórico do metabolismo de lipídeos XE "lipídeos" .
	Cerca de 30% da energia XE "energia" das proteínas XE "proteínas" e perdida como incremento calórico, enquanto que para CHO fica em torno de 6% e, para lipídeos, em torno de 3%.
 	Este fenômeno, também denominado valor extra-calórico das gorduras, provavelmente se dá por duas causas principais:
Sinergismo entre ácidos graxos saturados e polinsaturados (fenômeno não observado com gorduras altamente saturadas);
Redução da velocidade de passagem da ingesta pelo trato intestinal (absorção melhor de todos os nutrientes da dieta).
Avaliação dos alimentos protéicos
	O valor biológico das proteínas XE "proteínas" é afetado por fatores intrínsecos e extrínsecos, já comentados no tópico anterior. A eficiência de utilização dos alimentos protéicos pelos animais pode ser avaliada por uma série de metodologias, descritas a seguir:
Balanço de nitrogênio
	O animal é alimentado com quantidades conhecidas de proteína (N), observando-se os seguintes pontos:
Quantidade consumida = Quantidade oferecida - sobras
Coleta de fezes e urina
Retenção de N = nitrogênio consumido - nitrogênio nas fezes e urina
Balanço negativo: o animal esta perdendo peso.
Balanço positivo: o animal está ganhando peso.
 “Protein efficciency ratio” (PER)
	Utilizam-se pintos de uma semana, com ração inicial de 23% de proteína, e nas duas semanas subseqüentes utilizam-se rações com 13% de proteína (proteínas XE "proteínas" testes). Após estas 3 semanas pesam-se as aves, com 12 horas de jejum.
 “Net protein utilization” (NPU)
NPU = N corporal com a proteína teste - N corporal com dieta livre de N
Consumo de N
 “Relative nutritive value”
	Utiliza-se um protozoário (Tetrahimena piriformis), que necessita dos mesmos aminoácidos essenciais que a maioria das espécies de animais domésticos.
Métodos químicos
Determinação do perfil de aminoácidos;
Solubilidade da proteína (saliva artificial, soro fisiológico);
Digestibilidade pela pepsina (método “ïn vitro”);
Fracionamento do nitrogênio (desdobramento da PB em proteína verdadeira e NNP);
Disponibilidade da lisina (reações com 1-flúor-4-dinitrobenzeno e o grupo (-amino livre da lisina).
Valor biológico
VB = N consumido - (N fetal + N da urina) x 100
N consumido - N fecal
	
	No entanto, uma parte do N das fezes é metabólica, assim como parte do N da urina é endógeno, desta forma, foi sugeridas modificações na formula anterior.
VB = N consumido - (N fetal - NFM) - (N da urina - NEU) x 100
N consumido - (N fecal - NFM)
Onde:
NFM = Nitrogênio fecal metabólico
NEU = Nitrogênio endógeno urinário
	A primeira equação fornece o valor biológico aparente e a segunda o valor biológico real.
Utilização líquida das proteínas XE "proteínas" (NPU) de fontes protéicas animais e vegetais
	
	UNP
	Fontes protéicas animais
	Ovo inteiro
	91,0
	Peixe (bacalhau)
	83,0
	Albumina de ovo
	82,5
	Soro desidratado
	82,0
	Leite desidratado
	75,0
	Músculo de bovino
	71,5
	Coração de bovino
	66,6
	Fígado de bovino
	65,0
	Caseína
	60,0
	Farinha de carne
	35,5
	Farinha de pescado
	44,5
	Farinha de penas
	21,2
	Farinha de pelo
	11,14
	Sangue
	3,8
	Gelatina
	2,0
	Fontes protéicas vegetais
	Germe de trigo
	67,0
	Pasta de soja
	56,0
	Salvado de trigo
	55,3
	Milho
	55,0
	Pasta de amendoim
	42,8
	Levedura desidratada
	42,3
	Algas marinhas
	42,0
	Glúten de trigo
	37,0
	Glúten de arroz
	36,0
	Alimento
	Valor Biológico
	Leite
	95-97
	Farinha de peixe
	74-89
	Farelo de soja
	63-76
	Farelo de algodão
	63
	Milho
	49-61
	Cevada
	57-71
	Ervilha
	62-65
Adaptado de Borges (1994).
Recomendações quanto à utilização do NNP.
	O NNP só poderá ser utilizado por animais com desenvolvimento ruminal completo, sendo que, a idade mínima dos mesmos será dependente do sistema de desmama adotado, (desenvolvimento ruminal do bezerro).
	Cavalos são menos susceptíveis à intoxicação da uréia que os ruminantes. Alguns autores sugerem que a taxa de passagem dos alimentos pelo estômago e intestino delgado é muito alta, diminuindo as chances de absorção da amônia pela mucosa. A uréia que chega ao intestino grasso seria aproveitada, levando a um maior crescimento microbiano e uma maior degradabilidade da fibra. A proteína microbiana formada não será aproveitada, uma vez que já se passou os sítios de maior absorção deste nutriente.
	A população microbiana deve estar adaptada para a utilização de uréia. O aumento da quantidade de NNP deve ser gradativo, de modo a favorecer uma alteração no equilíbrio entre os diversos microrganismos do rúmen.
Como recomendações práticas podem ser citadas:
A quantidade máxima de uréia que pode ser fornecida e aproveitada gira em torno de 40 gramas /100 kg de peso vivo. Este dado é somente para orientação, uma vez que os limites vão depender da quantidade de energia XE "energia" da dieta, além da capacidade de síntese da microbiota. Em dietas com baixa energia e animais não adaptados, 40g / 100 kg PV poderiam causar intoxicações, já em outro extremo, em dietas com alta energia e boa adaptação a uréia, pode-se chegar a níveis de ingestão de, até, 60 g/ 100 kg de PV, com bom aproveitamento e sem intoxicações.
Período de adaptação - A população microbiana deve esta adaptada para utilização da uréia, de modo que o oferecimento de forma gradativa, inicialmente, seleciona a microflora de rúmen, favorecendo o desenvolvimento das bactérias capazes de utilizar a amônia. Os animais devem ser adaptados por um período de, no mínimo, duas semanas. Se a quantidade de uréia a ser administrada for alta, recomenda-se um período de adaptação maior.
Parcelamento do consumo diário - Quanto maior a quantidade de uréia, mais parcelado deve ser seu fornecimento, evitando-se a formação de altas concentrações de NH3 no rúmen, alem do melhor aproveitamento do N amoniacal (figura 5).
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EQUIVALENTE PROTÉICO DA URÉIA
Uréia = 45% de N 
Se proteína bruta = %N x 6,25 
45 x 6,25 = 280 % (equivalente protéico)
Intoxicação pela uréia
Elevação dos níveis de NH3 sangüíneos, acima da capacidade de destoxificação do fígado.
O tecido mais sensível a amônia é o cérebro (razão da sintomatologia nervosa).
Sintomas: inquietação, surdez, tremores de pele e músculo, salivação excessiva, micção e defecação constante, respiração ofegante, incoordenação motora, enrijecimento dos membros, intumescimento do ventre, colapso circulatório, asfixia e morte. Em alguns casos pode ocorrer timpanismo. Os sintomas começam 1 hora após a ingestão da uréia.
	O excesso de amônia pode sangüíneo pode, alem da intoxicação, levar a transtornos reprodutivos, modificando pH uterino e impedindo a nidação do óvulo.
Prevenção: 
Observar idade do animal; 
Homogeneidade da mistura; 
Quantidade oferecida por vez; 
Adaptação do animal;
Presença de carboidratos XE "carboidratos" solúveis, etc.
Tratamento:
Uso de ácidos (diminuição das formas não ionizáveis de amônia - por formação de acetato de amônia) - ácido acético XE "acético" (5,0 %) ou vinagre (por via oral - 4 a 6 litros por bovino repetindo após 6 horas);
Caso ocorra timpanismo usar trocáter;
Forçar ingestão de água (água fria);
Tetania (soluções de cálcio XE "cálcio" e magnésio).
Utilização de uréia nas dietas
Generalizando:
Sal mineral 30 a 60%
Volumosos 0,5- 1,0 %
Concentrados 1,5 - 3,0 %
Melaço 10%
Nível de uréia segundo o peso vivo
	Respeitar os 40 g / 100 kg ou 17 g PM/ 100 g MOFR
Adaptação:
1ª Semana (ou quinzena) - 33% do total ou 13,0 g /100 kg PV
2ª Semana (ou quinzena) - 66% do total ou 26,0 g /100 kg PV
3ª Semana (ou quinzena) - Quantidade total a ser oferecida.
	Se o nível for alto, adaptar por mais tempo e fracionar o fornecimento em várias vezes ao dia.
Uréia com volumosos:
	Em volumosos, geralmente teor de PB é baixo ou médio (com exceção de fenos e palhas de leguminosas). Palhas, capins de corte, fenos de gramíneas, silagens, bagaços, casca de cereais podem ser mais bem aproveitados quando se eleva os teores de PB da dieta total (vantagem da adição de uréia). Os níveis de adição variam com o teor de energia XE "energia" e umidade do volumoso utilizado:
Úmidos (20 - 40% de MS) - silagens, capins de corte, cana ( 0,5 a 1,0% de uréia (acima deste nível libera cheiro de amônia e diminui o consumo).
Secos (70 a 90% de MS) - palhas culturais, fenos, cascas de cereais ( até 2,0 % de uréia.
	Considerar o consumo diário do animal (de volumoso) para estabelecer a proporção de uréia.
	Dissolver em água e aplicar com regador facilita a homogeneização no volumoso (evita intoxicações).
As sobras devem ser descartadas.
Respeitar os limites (40 a 50g).
Adaptação de 2 a 4 semanas.
Uréia na silagem
	Adição durante a ensilagem é considerado o mais indicado, sendo que o teor de matéria seca deve-se situar por volta de 30 - 35 (abaixo tem perda de líquidos - perda de nutrientes e da própria uréia).	O excesso de uréia pode reduzir o consumo (material úmido, pouca homogeneidade da uréia, etc.), por isso, restringe-se a uma utilização de, no máximo, 0,5% de uréia em silagens (em casos especiais, com a utilização de palatabilizantes, pode-se chegar a 1,0%).
	Além desta forma, a uréia pode ser adicionada na hora do fornecimento (seca ou em solução).
Usar cochos livres da entrada de água (furos, caída de 3% e cobertura) e retirar as sobras sempre
Uréia com cana
Recomendações da EMBRAPA - CNPGL:
100 kg cana ( 550g de uréia + sulfato de amônia (9:1) (primeira semana); 
100 kg cana ( 1000g de uréia + sulfato de amônia (9:1) (segunda semana); 
Diluir a uréia em água ( 4 litros de água para 1 kg da mistura (uréia + sulfato de amônia);
Distribuir sobre a cana picada no cocho (regador).
Uréia com concentrados
	A utilização de uréia permite uma economia de alimentos protéicos (normalmente mais caros).
Usar até 2% (para não ter problemas com palatabilidade e consumo).
Não fornecer esta mistura úmida (especialmente em cochos sem divisão).
Cada 1% de adição de uréia aumenta em 2,8 % o teor de PB.
Não deve ultrapassar a 3%.
Uréia no sal mineral
	Muito utilizado no Brasil na época das secas, no entanto, é necessário que o pasto apresente disponibilidade de matéria seca por hectare, isto é, o pasto não pode estar muito baixo, uma vez que o mesmo vai ser o responsável pelo fornecimento de matéria orgânica fermentável no rúmen.
	Nesta época, os níveis de proteína bruta normalmente estão muito baixos (entre 3 a 5%), sendo que a necessidade no rúmen é de, pelo menos, 6,25% (ou 1,0% de N). Neste caso, a adição de uréia evitaria a limitação do crescimento microbiano.
	Os animais devem estar adaptados ao sal mineral; animais não adaptados tem avidez pela mistura, principalmente nas primeiras semanas, podendo consumir excessivamente e se intoxicar.
	Recomenda-se a adição de palatabilizantes e anti-empedrantes à mistura (farelos têm esta dupla função, e, em maior quantidade, funcionam como energéticos. Este aspecto será mais bem detalhado em formulação de minerais).
	As quantidades adicionadas podem chegar até 60%, dependendo da composição da mistura ‘mineral e seus níveis de ingestão.
	Se a fonte de fósforo XE "fósforo" da mistura for o fosfato monoamônio (12% de N) recomenda-se diminuir as proporções de uréia utilizadas.
	Adicionar uma fonte de enxofre altamente disponível (sulfatos de cálcio XE "cálcio" e de amônia, etc.), na proporção de 12 a 15:1 de uréia: enxofre.
	A mistura pode ser fornecida a vontade, em cochos cobertos e com furos.
	A mistura de sal com uréia e normalmente, suspensa no inicio do período das chuvas. Para as fêmeas em idade reprodutiva, recomenda-se a suspensão no final de outubro, para evitar possíveis diminuições nas taxas de fertilidade (uréia interfere no pH uterino).
Uréia + melaço
	A utilização recomendada é de 10% de uréia ou 1,0 kg para 9,0 kg de melaço. O fornecimento pode ser à vontade, em cochos com grade de proteção, para que os animais possam apenas lamber a mistura.
	Além desta possibilidade, é possível a adição da mistura melaço: uréia, a volumosos de baixa qualidade, respeitando-se os limites de ingestão do melaço (2,0 kg/ animal adulto) e da uréia (40g/100 kg de PV). A aplicação pode ser feita com regador, diluindo a mistura em água.
Outros compostos nitrogenados não PROTÉICOS
	Além da uréia, podem ser utilizados o biureto (menos tóxico, porem muito caro), os fosfatos nitrogenados (fosfatos mono e diamônio), isobutilideno diuréia (baixa solubilidade no rúmen e melhor eficiência de aproveitamento pelas bactérias), fosfato de uréia, cama de frango, etc.
Bibliografia consultada
Fundamentos de Nutrición y ALIMENTACIÓN de animales, Church, D.C. & Pong, W. P., 1987
IMPORTÂNCIA DA DEGRADABILIDADE DA PROTEÍNA NO RÚMEN PARA A FORMULAÇÃO DE RUMINANTES. Norberto Mário Rodriguez. Cadernos técnicos da EV- UFMG. (1), 1996.
Material didático sobre nitrogênio não protéico (transparências utilizadas em aula), Ana Luiza da Costa C. Borges, 1994.
Nutrição Animal Básica, Ilto José Nunes, 1995
Uso da uréia na alimentação animal, Paulo Campos C. Fernandes, Trabalho apresentado à disciplina Alimentos e Alimentação (pós graduação).
Aditivos de alimentos
Difícil conceituação genérica.
São utilizados para vários fins: conservação, coloração, estímulo ao crescimento, aumento da lucratividade, etc.
Crença: Toda substância sintética adicionada ao alimento é prejudicial à saúde e toda substância natural é benéfica.
 
Classificação
Quanto à origem: naturais e sintéticos;
Quanto ao metabolismo: nutriente e não nutrientes;
Quanto à função:
Aditivos não nutrientes
Enquadram em 4 categorias, com as seguintes funções:
Assegurar que os nutrientes sejam ingeridos, digeridos, preservados na luz intestinal, absorvidos e utilizados;
Alterar o metabolismo animal (crescimento mais rápido, maior conversão, qualidade do produto, etc.);
Assegurar a saúde do animal e do homem;
Preservar alimentos e nutrientes durante a estocagem.
Nenhum aditivo isoladamente cumpre todas estas funções.
Grupos
Ligantes
Flavorizantes
Enzimas
Antioxidantes, estabilizantes e emulsificantes
Antifúngicos e antiparasitários
Corantes e pigmentantes
Antiestressantes e tranqüilizantes
Promotores de crescimento
Manipuladores ruminais
Repartidores de nutrientes
Ligantes
Propriedade de aglutinação (peletização)
Bom poder aderente
Alto poder de lubrificação
Inerte
Economicamente viável
Produtos:
Bentonita (2,5%)
Hemicelulose (2,5%)
Caulim (1-2,5%)
Ligninas
Pentoses (5%)
Sebo e outros lipídeos (até 5%)
Gomas vegetais, etc.
Flavorizantes
Afetam o sabor, odor, cor e aparência dos alimentos.
Criam um flavor especifico
Exaltam um flavor já existente
Mascaram ou modificam um flavor
Glutamato monossódico (exalta o sabor)
Sal de cozinha
Enzimas
Todas as enzimas XE "enzimas" possuem as seguintes características:
Não apresentam modificações ao final da reação;
Atuam em quantidades muito pequenas (uma molécula da enzima transforma milhares de moléculas de substrato por minuto;
Aceleram a velocidade da reação, porém não modificam a posição de equilíbriode uma reação reversível;
As enzimas XE "enzimas" industriais devem ser:
Estáveis e inativas durante o armazenamento;
Compatíveis com minerais, vitaminas e outros microingredientes encontrados no premix;
Termoestáveis a todas as temperaturas encontradas durante o processo de produção do alimento;
Resistente a pH externos e atividade proteolítica no trato digestivo do animal.
Alguns microrganismos e suas enzimas XE "enzimas" , utilizados na alimentação animal.
	Biomassa
	Enzimas
	Produtos finais
	
	
	
	Celulose XE "Celulose" 
	Celulases
	Celobiose e glicose
	
	
	
	Gomas
	-glucanases
	Celobiose e glicose
	
	
	
	Hemicelulose
	Hemicelulases
	Xilose, arabinose, manose, galactose, maltose e glicose
	
	
	
	Amido
	-amilase
-amilase
Amiloglucosidases
	Glicose
	
	
	
	Proteínas
	Proteases
	Peptídeos e aminoácidos
	
	
	
	Lipídeos
	Lipases
	Ácidos graxos, glicerol, monoglicerídeos
	
	
	
	Fitatos
	Fitases
	Acido fítico, Ácido fosfórico
	
	
	
Adaptada de Vanbelle (1992).
Antioxidantes, estabilizantes e emulsificantes
	Antioxidantes são substâncias que, na maioria das vezes, são mais susceptíveis de oxidação do que o alimento em questão.
BHT (di-t-butil-hidroxitolueno)
Santoquin (6-ethoxy-2,2,4-trimethylquinoleine)
	
	Estabilizantes são substâncias que mantém uma mistura ou composto sem modificações na sua forma ou natureza química.
	Os emulsificantes permitem que dois ou mais líquidos imiscíveis permaneçam em emulsão estável.
Antifúngicos e antiparasitários
As infecções fúngicas podem atingir os animais das seguintes formas:
Parasitando os alimentos no campo, antes da colheita;
Infectando os alimentos durante a estocagem, após a colheita;
Infectando as misturas prontas;
Infectando diretamente o trato gastrointestinal ou respiratório dos animais.
	Após a contaminação dos alimentos por fungos, pouco se pode fazer; mesmo que se elimine o fungo suas toxinas permanecerão (Aflatoxinas - muito problemático).
Corantes e pigmentantes
	Diferença entre colorante e pigmentante: os primeiros são adicionados aos produtos ou alimentos e os segundos são ofertados ao animal, absorvidos e depositados em tecidos e produtos (carcaça, ovo, leite, etc.).
Urucum
Colorau
Pimentão vermelho (páprica)
Açafrão
Cravo de defunto, etc.
Semente de tomate
Outros carotenóides presentes em forragens (alfafa), cereais (milho, glúten de milho), etc.
ANTIESTRESSANTES E	TRANQÜILIZANTES
	Utilizados em condições desconfortáveis: muda das aves, estresse calórico, deslocamento de animais, quarentenas, adaptações, mudanças de ambiente, mudanças de manejo, desmama.
Promotores de crescimento
Antibióticos 
Em dose (menores que as preventivas e curativas pode estimular o crescimento).
Modo de ação:
Estimulam a proliferação de microrganismos sintetizadores de nutrientes e inibem o crescimento dos competidores;
Inibem a proliferação de microorganismos produtores de amônia;
Sendo menos agredida, a parede intestinal diminui de espessura e aumenta a absorção;
Aumento no consumo de água e alimento, como resultado final.
Probióticos
Inócuos de bactérias lactoprodutoras (lactobacilos).
Modo de ação:
Produzem ácido lático, baixando o pH e impedindo crescimento de microrganismos patogênicos como o Clostridium;
Produção de peróxido de hidrogênio (ação bactericida);
Produção de substâncias antibióticas;
Possuem enzimas XE "enzimas" digestivas (importância em animais novos);
Produção de vitaminas do complexo B;
Previnem o acumulo de aminas tóxicas e amônia;
Estimulam o apetite (mecanismo desconhecido).
Sais de cobre
Sulfato de cobre - resposta semelhante às promovidas por antibióticos.
Doses 25 a 50 vezes maiores que os requisitos nutricionais.
Zeólitas
Silicatos de alumínio (usada para tratar água dura. troca de cátions)
Modo de ação:
Captação de substâncias nocivas e eliminação com as fezes;
Torna minerais disponíveis;
Melhora as condições sanitárias ambientes (elimina mau cheiro e amônia).
Hormônios
Anabolizantes, catabolizantes e anti-hormonais.
Anabolizantes:
Promovem a síntese protéica;
Aumentam deposição de gordura abdominal em aves;
Reduzem gordura da carcaça em bovinos;
Induzem a um maior crescimento ósseo, aumento de massa muscular. Retenção de água e minerais;
Agem melhor na fase de acabamento, em boas condições de manejo, sanidade e nutrição (ao contrário de outros promotores de crescimento).
Usados como aditivos de ração ou implantes.
Apresentam baixa disponibilidade quando ingeridos (rapidamente degradados).
Efeito dos hormônios sobre o metabolismo
	Hormônios
	Efeitos
	Andrógenos
	Geralmente anabólicos, síntese protéica
	Estrógenos
	Dependente das doses e da espécie. Tendem a ser anabólicos em ruminantes.
	Insulina
	Promove síntese de proteína e gorduras, com efeitos predominantemente anabólicos
	Hormônio do crescimento
Somatomedinas
Peptídeos fatores de crescimento
	Síntese protéica
	Somatostatina hipotalâmica
	Inibe secreção do hormônio do crescimento
	Somatostatina pancreática
	Inibe secreção de glucagon e insulina. Catabólico
	Corticosteroides
(glicocorticóides)
(cortisol)
	Catabólicos
	Tiroxina
	Catabólico
	Hormônios tireoidianos
	Catabólicos
	Glucagon
	Promove a produção de carboidratos XE "carboidratos" a partir de aminoácidos desviando a síntese protéica
	Catecolaminas
(Epinefrina e norepinefrina)
	Catabólicos
Alguns esteróides naturais e sintéticos são proibidos no Brasil:
Manipuladores ruminais
Ionóforos
Propriedades antibióticas e normalmente utilizadas como coccidicidas avícolas.
Modo de ação:
Captam íons bivalentes, alterando a permeabilidade da membrana celular e matando o microorganismo.
São produzidos por cepas de Streptomyces.
Monensina
Lasalocid
Salinomicina
Narasina
Em ruminantes: aumenta a eficiência da fermentação ruminal.
Efeitos sobre a fermentação no rúmen:
Modificam a relação acetato: propionato, beneficiando este último;
Aumento da produção de propionato via acrilato;
Diminuição da deaminação de proteínas XE "proteínas" , menor produção de amônia;
Inibem microorganismo produtores de metano (cerca de 12% da energia XE "energia" pode ser perdida como metano);
Inibem microrganismos Gram-positivos (produtores de H+ e formato);
Preservam microrganismos Gram-negativos (produtores de succinato-propionato).
Isoácidos
Termo aplicado a quatro ácidos graxos de cadeia curta:
isobutírico, isovalérico, 2-metilbutírico – ramificados;
valérico - cadeia simples.
Modo de ação:
Aumentam a síntese de proteína microbiana;
Melhoram retenção de N;
Aumentam produção leiteira e persistência de lactação.
	São produzidos normalmente no rúmen a partir dos aminoácidos leucina, valina e isoleucina (ramificados) e prolina (válerico), e são essenciais às bactérias, particularmente as celulolíticas, para a produção dos respectivos aminoácidos.
	Em dietas com alta fibra e baixa proteína a ausência dos isoácidos pode diminuir a síntese. Nestas condições, a suplementação com isoácidos pode aumentar a degradabilidade da matéria seca e celulose e aumentar a retenção de N.
Repartidores de nutrientes
Betagonistas
Agentes betadrenégicas - células possuem receptores alfa e beta. 
Mecanismo de ação:
Os betagonistas ativam um receptor betadrenégico que estimula o catabolismo dos lipídeos e acelera a oxidação dos ácidos graxos liberados. 
A energia XE "energia" liberada é desvia para a síntese de proteínas. XE "proteínas" 
Clembuterol
Cimaterol
Ractopamina
	Os efeitos são maiores em machos castrados e fêmeas (aumentam a deposição protéica na carcaça).
	Qualidade de carcaça - redução de gordura abdominal nas aves e aumento do “olho de lombo” em suínos.
	Redução de glicogênio da carcaça - pobre glicólise post mortem. Rápido resfriamentoe encurtamento da carcaça - carne dura.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
NUNES, I. J. Minerais In: Nutrição Animal Básica, Copiadora Breder Ltda., 334p. 1995.
Borges, F.M.O. Enzimas. Anais do Simpósio Mineiro de Produção Avícola, Belo Horizonte, Escola de Veterinária - UFMG, 1996.
ANEXO:
UTILIZAÇÃO de misturas minerais MÚLTIPLAS para bovinos EM sistema EXTENSIVO.
 (Trabalho apresentado à disciplina Minerais, no curso de Doutorado en Ciência Animal, ministrada pelo Dr.: Henrique Otávio da Silva Lopes.)
	No Brasil, a parte sistemas de confinamentos intensivos, a produção de bovinos de corte é realizada em sistema extensivo, dependendo exclusivamente das pastagens e sem nenhuma suplementação adicional.
	Com respeito aos minerais, nossas pastagens não são aptas em suprir todas os requisitos minerais das várias categorias, tornando-se imprescindível para a maximização da produção o fornecimento de determinados minerais aos animais.
	E acordo com as exigências das categorias, alguns minerais encontram-se abaixo dos requisitos dos animais durante todo o ano, nas forrageiras, como por exemplo, o fósforo XE "fósforo" , o sódio e alguns microelementos, devendo ser suplementados continuamente. .
	A suplementação é tradicionalmente na forma de complexos minerais, utilizando-se da capacidade que os ruminantes possuem de auto regular, teoricamente, a ingestão de sódio. Dessa forma, as misturas minerais são calculadas vinculando a ingestão dos vários elementos minerais à ingestão de cloreto de sódio.
	Um ponto deve ser ressaltado; normalmente, os cálculos para o fornecimento de misturas minerais baseiam-se nos requisitos médios dos animais e não consideram as variações (extensas) no aporte de minerais pelas forragens. Estas variações ocorrem devido à espécie da forrageira, tipo de solo, ciclo vegetativo da planta, estações do ano, etc.
	No inverno, a deficiência de alguns minerais nas pastagens tende a acentuar-se, uma vez que existe um processo de migração de alguns minerais para a semente, como forma de reserva. Após a queda destas ultimas a forrageira fica particularmente pobre em alguns elementos, particularmente o fósforo XE "fósforo" .
	É certo, dessa forma, que o fornecimento de minerais deveria ser mais intenso neste período. Entretanto, os limitantes primários na época das secas não seriam os minerais, e sim energia XE "energia" e proteína. Nestas condições, a qualidade das forrageiras é baixa e, na maioria das vezes, também a quantidade. Em síntese, faltam alimentos para manter um ganho de peso ou, pelo menos, suportar os processos metabólicos normais a um nível de manutenção. Dessa forma, tornou-se habitual, nos últimos anos, a veiculação da uréia ao suplemento mineral, na época da seca, numa tentativa de minimizar a deficiência de proteína, partindo-se do pressuposto de que o fornecimento nitrogênio aos microrganismos do rúmen poderia suavizar o déficit deste nutriente
	Entretanto, os suprimentos das necessidades nutricionais do animal, em épocas de escassez de alimentos, deve também seguir uma ordem: primeiro: energia XE "energia" , depois proteína e, finalmente, minerais e vitaminas, e isto é verdadeiro também para os microrganismos. 
	Neste ponto, torna-se claro que existe a necessidade de fornecer, além de minerais e equivalentes protéicos, certa quantidade de energia. XE "energia" 
	Este aporte energético não teria o objetivo suprir os requisitos do animal, pois tornaria o sistema extensivo oneroso, mas sim o intuito de manter a crescimento microbiano em um nível aceitável pelo menos para manter a degradabilidade da parede celular em um nível suficiente para garantir que, pelo menos, os animais não percam peso.
	Sob este aspecto, torna-se vantajoso a utilização de misturas minerais múltiplas que, além do aporte de minerais, forneceriam também energia XE "energia" e nitrogênio à flora ruminal.
	Em vista do exposto, este anexo objetiva a discussão de alguns pontos a respeito da elaboração de misturas minerais múltiplas, baseando-se no conhecimento do metabolismo microbiano no rúmen, exposto no tópico 12 (Nitrogênio Não Protéico).
1. METABOLISMO de Ruminal do nitrogênio
	Segundo Rerat (1991) teoricamente, a produção de proteína microbiana está, primariamente, em função do N e da MOFR disponível:
21 g PM/100 g de MOFR em pastagens de ótima qualidade (> 60% de MOFR)
19 g PM/100 g de MOFR em pastagens de boa qualidade (50 a 60% de MOFR)
17g PM/100g de MOFR em pastagens de qualidade mediana (40 a 50% de MOFR)
14 g PM/100g de MOFR em pastagens de baixa qualidade (35 a 40% de MOFR)
Abaixo de 35% de MOFR a síntese protéica estaria deprimida a menos de 10g de proteína microbiana/ 100g MOFR.
Estes dados, juntamente com os conhecimentos teóricos a respeito da degradabilidade de carboidratos XE "carboidratos" (tópico 12) serão utilizados para a elaboração de um projeto hipotético de mistura mineral múltipla.
2. PASTAGENS
A mistura múltipla pode ser válida em várias situações:
	Na época das secas, desde que exista certa quantidade de forragem disponível, mesmo que com baixa degradabilidade. Neste caso, este suplemento deveria fornecer energia XE "energia" , equivalente protéico e mineral, baseando-se a quantidade diária a ser fornecida na quantidade e qualidade das forrageiras.
	Em sistema de semi-confinamento, com o fornecimento de volumoso como cana ou Napier em quantidades controladas. Este seria o sistema mais viável economicamente para a utilização da mistura mineral múltipla na época das secas, possibilitando, em algumas situações um ganho de peso dos animais á um custo menor que o sistema de confinamento total.
	Na época das águas, onde muitas vezes, a pastagem aporta uma quantidade de matéria orgânica fermentável no rumem suficiente para suportar um crescimento microbiano máximo, entretanto, o nitrogênio torna-se o fator limitante. Este fato pode ocorrer em pastagens nativas, sem fertilização.
3. ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE MINERALIZAÇÃO MÚLTIPLA
Coleta de Amostras
	O modo de coletar as amostras deve ser distinto no período das secas e período das águas.
	Na época das águas existe oferta maior de forragens, de forma que o animal seleciona. Deste modo deve-se observar o comportamento dos animais antes de proceder à colheita. A amostragem deve refletir, tanto quanto possível, as preferências do animal, portanto, deve-se coletar de forma seletiva. Neste caso, a amostragem normalmente e composta de forragens tenras (pontas e brotos), isentas de leguminosas e invasoras.
	Na época das secas a amostragem deve ser realizada de modo não seletivo, coletando-se rente ao solo, sem terra ou raízes.
	O número de amostras deverá ser realizado de acordo com a extensão da área de pastagens.
	Em propriedades menores que 10 hectares recomendam-se, teoricamente, 10 pontos de coleta por hectare, para a obtenção de uma amostra composta. Em propriedades extensas esta recomendação torna-se inviável, devendo-se traçar um perfil da propriedade e efetuar a coleta de forma que esta retrate a medida do possível, as condições das pastagens.
	A quantidade a ser coletada em cada ponto deve ser em média de 500 g. Após a coleta dos pontos deve-se proceder a homogeneização para obtenção das amostras compostas. Não é necessário enviar o material fresco ao laboratório uma vez que todos os cálculos são efetuados com base na matéria seca. O material deve ser desidratado á sobra e enviado ao laboratório em embalagens próprias, devidamente identificadas e com todos os dados pertinentes. (Data da coleta, tipo de pastagem, identificação do piquete, categoria animal, etc.).
	Piquetes com espécies distintas de forragens devem ser coletados e analisados separadamente, entretanto, não existe a necessidade de formulações diferentes, a não ser em pastoreio separado por categorias. Este procedimento possibilita traçar um perfil das condições das pastagens, inclusive para um dimensionamento com relação à

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