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Material de Apoio _ Direito Civil_Pablo Stolze_ Aula 02 FATO JURIDICO

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1 
 
CARREIRA JURÍDICAS INTENSIVO I 
Disciplina: Direito Civil 
Prof: Pablo Stolze 
Aula: 02 
Monitor: Simone 
 
 
 
 MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
I Anotações de aula 
 
 
 
ANOTAÇÕES DE AULA 
1.0 Teoria do fato jurídico 
1.1 Conceito: fato jurídico em sentido amplo é todo acontecimento natural ou 
humano, que deflagra defeito na orbita do direito. Segundo Agostinho Alvim, é todo 
fato relevante para o direito. 
O fato jurídico, em nosso sentir, pode ser assim classificado: 
 
 1. Fato jurídico em sentido estrito: Ordinário/ Extraordinário 
 
Fato jurídico 2. Ato fato 
 
 3. Ações humanas: Licitas /ilícitas 
 
1. Fato jurídico em sentido estrito é todo acontecimento natural que deflagra 
efeitos na orbita do direito. Esses fatos, que não têm plano de validade podem ser 
comuns ou ordinários (morte natural. Decurso do tempo, forte chuva de verão ou 
extraordinários). 
 
3. Ações humanas - Licitas /ilícitas 
Ações humanas licitas é o ato jurídico 
Ações humanas ilícitas é o ato ilícito 
 
De acordo com a opção metodológica que seguimos inspiradas em autores como 
Orlando Gomes etc., a ação humana lícita configura o ato jurídico, ao passo que a 
ação humana ilícita configura o ato ilícito. No próprio CC o ato ilícito, é tratado em 
título separado, (título III), no art. 186 separado dos atos jurídicos trata-se da 
nossa posição teórica, que é amparada no próprio sistema 
 
O ato jurídico, por sua vez, subdivide-se em: 
a) Ato jurídico em sentido estrito 
b) Negócio jurídico 
 
 O Ato jurídico em sentido estrito ou ato jurídico não negocial foi objeto de estudo 
de grandes autores. CC reserva-lhe o art.185 o qual apenas manda aplicar-lhe a 
normatização do negócio, no que couber. Em verdade, como bem lembra Luiz 
Edson Fachin, em seu artigo dos atos não negociais à superação do transito jurídico 
tradicional a partir de pontes de Miranda, O CC adotou um sistema dualista ao 
reconhecer, tanto o ato jurídico em sentido estrito como o negócio jurídico. Mas não 
se pode negar a importância muito maior do ato negocial. 
 
 2 
O ato jurídico em sentido estrito é um simples comportamento humano 
voluntário e consciente, cujos efeitos estão previamente determinados na 
lei. 
Vale diz, realizado este tipo de ato voluntário, não há liberdade ou autonomia na 
escolha dos efeitos jurídicos produzidos, previamente determinados na lei. 
 
2. Ato fato 
Observação: Embora não haja sido disciplinado pelo CC, merece referência a 
categoria do ato fato, especialmente desenvolvida por Pontes de Miranda. Para 
aprofundamento, recomendamos as obras de Marcos Mello 
2.1 Conceito de ato fato: em linhas gerais o ato fato é aquele comportamento que, 
embora provenha do ser humano, é desprovido de uma vontade consciente 
projetada em face do resultado jurídico produzido. 
Diferentemente do ato em sentido strito visto acima, no ato fato não se pode dizer 
que a uma vontade consciente, como matriz do efeito jurídico produzido. 
Excelente exemplo para entendimento desta figura é dado por Jorge Ferreira ( a 
boa fé e a violação positiva do contrato) , a compra de um doce por uma criança 
em tenra idade trata-se de uma ato fato pois, embora desprovido de uma vontade 
consciente em face do que se realiza, gera efeitos jurídicos. 
 
4.0 Negócio Jurídico 
A categoria do negócio jurídico é fruto do labor da doutrina germânica. Em verdade, 
a teoria do negócio jurídico experimentou uma verdadeira transformação 
reconstrutiva ao longo do século XX, o que acarretou forte impacto na própria 
teoria do contrato (ver texto de Alinne Leite na obra Problema de Direitos Civil 
constitucional – Editora Renovar). 
A reconstrução da teoria do negocio explica-se, fundamentalmente, por meio da 
moderna concepção da autonomia privada, isso porque, conforme veremos, a 
autonomia privada é a pedra fundamental do negócio jurídico. 
Esta autonomia, modernamente, sofreria a incidência de determinados “elementos 
principiológicos de contenção”, como a função social e a boa fé objetiva. Por isso 
viemos à autonomia solidária. 
Diferentemente do ato em sentido estrito, o negocio jurídico não é um mero 
comportamento voluntário cujos efeitos estão previamente determinados em lei. 
Trata-se de uma declaração de vontade, emitida com base na autonomia privada, 
nos limites da função social e da boa fé pela qual o sujeito, pretende alcançar, 
escolhidos e juridicamente possíveis. Existe, portanto, no negócio, uma margem, 
ainda que mínima, de autonomia e liberdade em face dos efeitos que se pretende 
alcançar. 
 
Observação: 
Mesmo no contrato por adesão, a autonomia privada, caracterizadora do negócio 
esta presente, ainda que seja na liberdade de aderir ou não o que lhe foi proposto. 
Durante décadas, a doutrina discutiu a natureza jurídica do negócio merecendo 
referência a teoria da vontade e a teoria da declaração. 
A primeira teoria afirma que o negócio explica-se pela vontade interna ou a 
intenção do agente (aparentemente influenciou o art. 112 do CC). A segunda 
teoria, por sua vez, sustentava que o negócio confundia-se, não com a intenção, 
mais com a própria vontade declarada. 
Em verdade, as duas teorias complementam-se, na medida em que, o negócio 
jurídico é formado tanto pela vontade interna, como pelo que se declara. 
 
 
Observação: 
Logicamente outras teorias foram criadas em face da categoria do negócio a 
exemplo da teoria da pressuposição. 
 
 
 3 
5.0 Planos de Analise do negócio jurídico 
Por influência Pontiana etmos o negócio jurídico deve ser analisado em uma 
perspectiva tríplice 
� Plano de existência 
� Plano de validade 
� Plano de eficácia 
Plano de existência, não expressamente contemplado na parte geral do CC. Neste 
plano, segundo Marcos Bernardes de Mello, antes de analisarmos a sua validade, 
estudamos a realidade da existência do negócio. Vale dizer, os pressuposto ou 
requisitos sem os quais os negócios não existem. 
 
5.1 Pressupostos de existência do negócio jurídico 
 a) Vontade 
 b) Agente 
 c) Objeto 
 d) Forma 
 
A vontade é elemento fundamental de existência do negócio. Sem vontade 
(consciente), a exemplo do que se dá da coação física absoluta ou no 
sonambulismo, o negócio não existe. 
O agente emissor da vontade é o sujeito que emite a declaração negocial em geral 
pessoa física ou jurídica. 
Todo negocio jurídico para existir tem que ter um objeto, ou seja, um bem da vida 
a que o negócio se refira. Negócio sem objeto não existe (Empréstimo de dinheiro 
sem dinheiro). 
Para que o negócio exista tem que haver uma forma, ou seja, um meio pelo qual a 
vontade se manifeste. 
Seguindo o pensamento de alguns autores, todo negócio, para existir pressupõe um 
meio ou forma - verbal, escrita, libras... , pelo qual a vontade se manifeste. 
O Silêncio como forma de manifestação de vontade – em regra, o silêncio é a 
abstenção da vontade. 
Sucede que, na linha do direito estrangeiro (Portugal, Bélgica,França ), o nosso CC 
em seu art. 111 excepcionalmente, admite o silêncio como forma de manifestação 
da vontade . 
Art 111 O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a 
liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a 
declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.

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