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DPC SEMESTRAL 
Direito Penal – Parte Especial 
Denis Pigozzi 
Data: 02/04/2013 
Aula 8 
DPC SEMESTRAL – 2013 
Anotador(a): Tiago Ferreira 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
SUMÁRIO 
 
1) Dos crimes contra a pessoa...continuação; 
2) Dos crimes contra o patrimônio (Disposições gerais). 
 
 
TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Capítulo I 
Dos Crimes Contra a Vida - Artigos 121 / 128 do CP 
 
ABORTO (Arts. 124 /128 do CP): 
 
 
4) ARTIGO 127 DO CP: 
 
“Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência 
do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.” 
 
Em primeiro lugar, com o devido respeito ao legislador, não se trata de forma qualificada, mas sim de duas 
causas de aumento de pena. 
 
Tais hipóteses de aumento de pena são exclusivamente preterdolosas, ou seja, dolo de abortar e culpa em um 
desses resultados. 
 
Importante: Não se esquecer que o crime preterdoloso sempre se consuma com a produção do resultado 
agravador que ocorre a título de culpa. 
Não se esquecer também que o crime preterdoloso não admite tentativa. 
 
Por sua vez, o artigo 127 do CP aplica-se somente AO ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO dos artigos 125 e 
126 do CP. 
 
Na verdade, tal dispositivo não se aplica ao artigo 124 porque a lei não pune a chamada autolesão. 
 
A título de complemento de aula, a autolesão pode gerar dois crimes: 
 
a) Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro do Art. 171, §2º, inciso V do CP; e 
b) Crime militar. 
 
As hipóteses preterdolosas de causas de aumento de pena são as seguintes: 
 
a) Se a vítima sofre lesões graves (ou gravíssimas); 
b) Quando a vítima morre. 
 
 
 
 
2 de 3 
Casos práticos: 
 
1º) Se alguém provoca culposamente a morte de uma mulher supondo que ela esteja grávida, mas 
posteriormente descobre que não existia qualquer feto, o agente responde apenas pelo crime de homicídio 
culposo, uma vez que não havia feto. 
 
2º) Se o agente tem dolo de matar a gestante e também o feto, o agente deve responder pelos crimes de 
homicídio e aborto (simples), sem o aumento aqui tratado, em concurso formal impróprio do Art. 70, caput, 2ª 
parte, porque agiu com desígnios autônomos. 
 
5) ABORTO LEGAL OU PERMITIDO - ART. 128: 
 
Há duas espécies de aborto legal: 
 
I - Aborto necessário ou terapêutico (NT) - Art. 128, I do CP. 
 
É aquele feito por médico quando não há outro meio de salvar a vida da gestante. 
 
Este aborto é possível quando os exames constatarem que o prosseguimento da gestação pode causar a morte 
da gestante. 
 
O aborto pode ser feito AINDA QUE A GESTANTE NÃO ESTEJA CORRENDO RISCO DE VIDA NAQUELE 
MOMENTO, pois se já existisse risco de vida à gestante já estaria acobertada pela excludente de ilicitude do 
estado de necessidade, SENDO QUE QUALQUER UM PODERIA FAZER O ABORTO NELA. 
 
Atenção: Neste tipo de aborto legal NÃO SE EXIGE O CONSENTIMENTO DA GESTANTE. 
 
II - Aborto sentimental ou humanitário (SH) -Art. 128, II do CP. 
 
Tem que ser feito EXCLUSIVAMENTE por médico na hipótese em que a gravidez é oriunda de estupro 
(conjunção carnal ou outro ato libidinoso diverso), desde que haja consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
 
OBS: É lógico que não se exige prévia condenação pelo crime de estupro, sendo necessária apenas a 
comprovação por um simples boletim de ocorrência. 
 
**Se a gestante inventar um estupro que não aconteceu e conseguir enganar o médico, ela responde pelos 
crimes de aborto e comunicação falsa de crime do Art. 340 do CP. 
 
6) ABORTO EUGÊNICO: 
 
É aquele que é feito em razão de os exames pré-natais terem constatado alguma anomalia no feto. 
 
Este tipo de aborto é crime, como por exemplo, quando se faz aborto na descoberta de síndrome de down no 
feto. 
 
Como fica a questão do anencéfalo (feto sem cérebro)? Recentemente o STF decidiu por maioria de votos (08 
a 02) que nesse caso deve-se falar em interrupção da gravidez e não propriamente aborto, dada a ausência de 
vida do feto. 
 
 
3 de 3 
O STF deixou a critério da gestante em prosseguir ou não com a gravidez, e se ela optar pela interrupção não 
há necessidade de autorização judicial. 
 
 
TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
Capítulo VIII 
Das Disposições Gerais - Artigos 181/183 do CP 
 
Este capítulo trata exclusivamente das IMUNIDADES PENAIS aplicáveis aos crimes contra o patrimônio, a 
saber: 
 
1) Imunidades penais absolutas ou escusas absolutórias - Art. 181: 
 
Natureza Jurídica: São consideradas excludentes de punibilidade, ficando a autoridade policial impedida de 
instaurar o inquérito policial (O professor Damásio de Jesus diz em seu livro que as escusas absolutórias têm a 
mesma natureza jurídica das causas extintivas de punibilidade). 
 
OBS: A título de complemento de aula, quando o legislador coloca a expressão “isento de pena”, na maioria 
das vezes quer se reportar a uma escusa absolutória, alias também aplicável ao crime de favorecimento 
pessoal do Art. 348, §2º do CP, ou às chamadas causas excludentes de culpabilidade (causas dirimentes). 
O professor mencionou “na maioria das vezes” porque entende, por exemplo, que o legislador errou ao 
colocar tal expressão no Art. 143 do CP, quando trata da retratação nos crimes de difamação e calúnia. 
 
Hipóteses: 
 
I) Quando o agente pratica crime contra o patrimônio em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade 
conjugal - aplica-se mesmo se o casal encontra-se separado de fato (ainda continua casado no papel); 
independe do regime de bens adotado; aplica-se também aos casos de união estável envolvendo pessoas de 
sexos opostos ou não, inclusive ao casamento gay, em razão da analogia in bonam partem. 
 
Fica afastada a hipótese do Art. 7º, IV da L. 11.340/06, Lei Maria da Penha, e sendo assim deve ser aplicada a 
imunidade prevista no Código Penal. 
 
II) Quando o crime é praticado em prejuízo de parentes apenas na linha reta, não havendo limite de graus, 
incluindo os filhos adotados. 
 
**Engloba os crimes cometidos entre pais e filhos, avós e netos, bisavós e bisnetos. 
**Tal hipótese não alcança o parentesco por afinidade, como por exemplo, sogro, cunhado e enteado. 
 
2) Imunidades penais relativas ou processuais - Art. 182 do CP: 
 
Natureza jurídica: É a transformação de um crime que de ação penal pública incondicionada passa a ser 
apurado por ação penal pública condicionada à representação, alias condição de procedibilidade. 
 
Cuidado: É lógico que o artigo 182 do Código Penal não será aplicado aos crimes já apurados por meio da ação 
penal privada (dano simples do Art. 163, caput e dano qualificado do Art. 163, parágrafo único, inciso IV) e 
nem também aos crimes já processados por meio da ação penal pública condicionada à representação (furto 
de coisa comum do Art. 156, §1º).

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