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Aula 9 – Farmacogenômica Flavia Thiebaut (thiebaut@bioqmed.ufrj.br) BQM101 – Bioquímica Curso de Farmácia 11 de dezembro 2012 Estudo da variabilidade da expressão individual de genes relevantes a suscetibilidade de uma doença bem como a reposta a uma determinada droga em nível celular, tecidual, individual ou populacional. Esse termo é amplamente aplicável ao design de drogas, descoberta e desenvolvimento clínico. Farmacogenômica: a busca de um medicamento ideal para cada paciente Resposta individual idade sexo Estado nutricional Funções: renal e hepática Doenças associadas Interações medicamentosas OBJETIVOS PRINCIPAIS Maximização de benefícios Minimização de riscos para o paciente •Redução de custos •Otimização do tempo de tratamento •Determinação de grupos mais homogêneos para tratamento •Redução ou eliminação das reações adversas Predisposição genética Pacientes sob tratamento •Efeitos colaterais •Reações adversas •Resposta inadequada Farmacogenômica Análise de polimorfismo genético no paciente antes da terapia Reação adversa a droga Métodos de identificação Cada indivíduo tem pequenas variações em sua sequência de DNA chamadas SNPs (Poliformismos Singulares de Nucleotídeo). O genoma tem aproximadamente 3,5 bilhões pb e as pessoas são 99,99% iguais. Logo, apenas 0,01% podem ser responsáveis pelas diferenças fenotípicas entre nós. Ou seja, 35.000 pb são diferentes. São justamente os SNPs que iluminam a relação entre determinados genes (e suas variações) com doenças ou com a resistência a elas, e outras funções dos genes em relação ao organismo em geral. Tecnologia do SNP (Single Nucleotide Polymorphism) ou Polimorfismo Singulares de Nucleotídeo SNP (Single Nucleotide Polymorphism) Nome Símbolo Abreviação Classificação Glicina Gly, Gli G Apolar Alanina Ala A Apolar Leucina Leu L Apolar Valina Val V Apolar Isoleucina Ile I Apolar Prolina Pro P Apolar Fenilalanina Phe F Aromáticos Serina Ser S Polar (não carregado) Treonina Thr, The T Polar (não carregado) Cisteina Cys, Cis C Polar (não carregado) Tirosina Tyr, Tir Y Aromáticos Asparagina Asn N Polar (não carregado) Glutamina Gln Q Polar (não carregado) Aspartato Asp D Polar (negativo) Glutamato Glu E Polar (negativo) Arginina Arg R Polar (positivo) Lisina Lys, Lis K Polar (positivo) Histidina His H Polar (positivo) Triptofano Trp, Tri W Aromáticos Metionina Met M Apolar atggacgtactggtg 5’UTR TFBS promotor tctgagtgctccgcg AG 3’UTR (3) G/T (2) G/T (1) A/G Transcrip. Factor Binding Sites Tipos de SNP (Single Nucleotide Polymorphism): Região não codificadora Quantidade de mRNA mRNA Type 1 transcript (normal) (1) A/G ++++ Type 1 transcript (normal) (2) G/T + Type 2 transcript (sem processamento) (3) G/T ++++ Metodologia para o estudo de SNPs Definição dos haplótipos: combinação de alelos de um cromossoma (nós somos diplóides – 2n – dois cromossomos) A a Herança materna Herança paterna Individuo diplóide Aa Apenas uma condição, ou o A ou o a é o haplótipo 1. Sequenciamento do maior número possível de genes (ou regiões do DNA) de indivíduos da população alvo. 2. Definição dos haplótipos 5’AC C GTTCGAT C TACTTGATGG A 3’ 5’AC A GTTCGAT G TACTTGATGG T 3’ 5’AC T GTTCGAT C TACTTGATGG A 3’ 5’AC G GTTCGAT C TACTTGATGG T 3’ 5’AC A TTTCGAT G TACTTGATGG A 3’ Haplótipos: combinação de alelos que tendem a ser herdados juntos. 3. Estudos de população: definição dos haplótipos que contribuem para o fenótipo. Os SNPs são mudanças genéticas que ocorrem devido a eventos naturais Metodologia para o estudo de SNPs 5’ACCGTTCGATCTACTTGATGGA 3’ 5’ACAGTTCGATCTACTTGATGGC 3’ 5’ACTGTTCGATCTACTTGATGGG 3’ 5’ACGGTTCGATCTACTTGATGGT 3’ 5’ACCTTTCGATCTACTTGATGGA 3’ 5’ACCGTTCGATATACTTGATGGA 3’ 5’ACAGTTCGATATACTTGATGGG 3’ 5’ACTGTTCGATATACTTGATGGC 3’ 5’ACGGTTCGATATACTTGATGGT 3’ 5’ACATTTCGATATACTTGATGGA 3’ 3. Estudos de população: definição dos haplótipos que contribuem para o fenótipo Metodologia para o estudo de SNPs Grupo de pacientes que NÃO responderam à droga Grupo de pacientes que responderam à droga Foram-se estudados 2 grupos de pacientes com uma doença muito comum chamada preguicite-aguda! Experimento: teste da droga chamada de preguicialina. 4. Aplicação do conhecimento sobre a ligação de determinado SNP e seu fenótipo. Aplicação de PCR e sequenciamento: Seqüenciamento do paciente: 5’ ACTGTTCGATCTACTTGATGGA 3’ Neste caso, você acha que o médico deve usar a preguicialina para tratar a doença? Grupo de pacientes que NÃO responderam à droga. Haplótipo: Grupo de pacientes que responderam à droga. Haplótipo: Metodologia para o estudo de SNPs 5’ ACXGTTCGATCTACTTGATGGX 3’ 5’ ACXGTTCGATATACTTGATGGX 3’ Correlação do C nesta posição com a “resistência” a droga Correlação do A nesta posição com a “sensibilidade” a droga Aplicações da Manipulação do DNA: Na identificação e tratamento de doenças condicionadas geneticamente; No diagnóstico muito sensível de doenças infecciosas; No diagnóstico pré-natal; Na manipulação terapêutica de genes; Na criação de organismos híbridos e transgênicos na medicina, agricultura e pecuária; Na indústria farmacêutica; Em estudos evolutivos e de descendência; Na medicina legal, etc. https://www.23andme.com/ Tecnologia Existem ~ 550.000 SNPs mapeados no genoma humano e que tem correlação com doenças A presença de um determinado SNP ou grupo de SNPs é correlacionada com uma probabilidade de desenvolver doenças Esta probabilidade pode ser maior ou menos do que o acaso e a 23andMe identifica os nucleotídeos em cada uma destas posições e faz a estatística 23andMe: uma companhia de serviços genéticos personalizados Como funciona? 1. Peça o kit pelo correio Ao receber o kit, cuspa no tubo (DNA das células da muca da bocheca) e devolva para o 23andMe Seus resultados genéticos irão aparecer numa página pessoal É possivel relacionar seu padrão de SNPs com diferentes ancestrais É possível identificar parentes pelo mundo E comparar propriedades genéticas Seus SNPs são comparados com SNPs que foram associados à probabilidade de desenvolver doenças
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