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04 - UNIDADE IV - AGENCIA E DISTRIBUIÇÃO - aula o7

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UNIDADE IV - DA AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
4.1. CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
Configura-se o contrato de agência quando uma pessoa assume, com autonomia, a obrigação de promover habitualmente, por conta de outra, mediante remuneração, a realização de certos negócios, em zona determinada.
Constitui contrato de distribuição, quando a coisa a ser negociada estiver à disposição do agente. 
O art. 710 do Código Civil preceitua:
 “Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.
Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos”.
OBSERVAÇÃO: Quando ocorre a situação prevista no parágrafo único do art. 710 CC, nos casos em que o proponente confere poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos, configura-se o contrato de representação comercial autônoma, regido pela Lei n. 4.886, de 9 de dezembro de 1965, com as alterações feitas pela Lei n. 8.420, de 8 de maio de 1992. 
Nos contratos regidos pela lei 4.886, de 9 de dezembro de 1965 as partes necessariamente serão empresárias. 
No contrato de agência, regulamentado pelo Código Civil, não é necessário que o agente ou o proponente sejam empresários, como sucede, por exemplo, com o agente de um atleta profissional ou de renomado ator ou cantor.
O art. 721 CC proclama que:
 “aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes de lei especial”. 
A expressão “no que couber” indica que se trata de aplicação subsidiária, preponderando as normas específicas traçadas no novo diploma para os contratos de agência e distribuição. 
As regras especiais da Lei n. 4.886/65 que disciplinou a profissão e os direitos e deveres do representante comercial continuam em vigor, isso porque o Código Civil traçou apenas normas gerais concernentes ao contrato de agência. 
Apenas quando alguma norma do Código Civil estiver conflitando com preceito da mencionada lei especial é que terá havido revogação parcial da Lei 4.886/65.
O agente atua como promotor de negócios em favor de uma ou mais empresas, em determinadas praças. 
Não é corretor, porque não efetua a conclusão dos negócios jurídicos. 
Não é mandatário, nem procurador, 
Não é empregado ou prestador de serviço no sentido técnico. 
OBSERVAÇÃO: O agente fomenta o negócio do agenciado, mas não o representa, nem com ele possui vínculo trabalhista. 
O agente apenas efetua a coleta de propostas ou pedidos para transmiti-los ao representado. Promove o negócio, mas nada obriga que o conclua. 
Pode até intermediar e fazer jus a comissões, mas tal circunstância não o transforma em corretor nem em mandatário.
Como exemplos de pessoas que exercem essa atividade podem ser citados:
Os agentes de seguros, de aplicações financeiras, 
Os agentes de atividades artísticas, 
O agente que se encarrega de indicar novos atletas de futebol ou de outro esporte para determinada agremiação esportiva. 
A atividade do agente limitar-se-á aos atos preparatórios que lhe foram incumbidos: prepara o negócio em favor do agenciado, mas não o conclui necessariamente. 
►►Agora, no que concerne à obrigação do representante comercial autônomo, ao contrário, sua atividade incumbe de concluir o negócio.
►►Natureza jurídica: O contrato de agência tem a mesma natureza jurídica do contrato de comissão. 
Sendo assim, possui as seguintes características:
bilateral ou sinalagmático, 
consensual, 
oneroso, 
comutativo, 
não solene e 
intuitu personae .
4.2. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE AGÊNCIA
Da conceituação legal (CC, art. 710), demanda para a caracterização do contrato de agência os seguintes elementos: 
a obrigação do agente de promover e fomentar negócios do agenciado; 
b) habitualidade do serviço; 
c) delimitação da zona onde deve ser prestado; 
d) direito do agente à retribuição do serviço que presta; 
e) exclusividade e independência de ação. 
O traço marcante é a autonomia na prestação de serviço.
►►DELIMITAÇÃO DA ZONA ONDE OS SERVIÇOS SÃO PRESTADOS. 
Compete ao agente praticar o agenciamento dentro de um território estipulado pelo contrato, ou algo que a isso corresponda, como determinado setor ou determinada categoria de pessoas.
A lei não exige a forma escrita. Por essa razão, prova-se o contrato por todos os meios em direito admitidos, especialmente troca de correspondência, notas fiscais, formulários de pedidos, publicidade, conduta e comportamento das partes.
Destaca Humberto Theodoro Júnior o sentido restrito com que a lei qualifica o contrato de agência, afirmando que o agente “é sempre um prestador de serviços, cuja função econômica e jurídica se localiza no terreno da captação de clientela. A distribuição que eventualmente lhe pode ser delegada ainda faz parte da prestação de serviços”.
4.3. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO
O Código Civil de 2002 trata conjuntamente dos contratos de agência e distribuição, uma vez que não são, a rigor, dois contratos distintos, mas o mesmo contrato de agência, no qual se pode atribuir maior ou menor soma de funções ao preposto. 
►►O código os distingue pelo fato de que, no contrato de agência, não tem o agente a disposição da coisa a ser negociada. 
►►O contrato de distribuição resta caracterizado “quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”.
Assinala Humberto Theodoro Júnior que, a teor do mencionado dispositivo legal, a distribuição não é a revenda feita pelo agente. Este nunca compra a mercadoria do preponente. 
→ O agente age como depositário apenas da mercadoria a este pertencente, de maneira que, ao concluir a compra e venda e promover a entrega de produtos ao comprador, não age em nome próprio, mas o faz em nome e por conta da empresa que representa. 
→ O agente em vez de atuar como vendedor, atua como mandatário do vendedor. 
O contrato de agência difere do contrato de concessão comercial, este, sim, baseado na revenda de mercadorias e sujeito a princípios que nem sequer foram reduzidos a contrato típico pelo Código Civil.
A jurisprudência tem respeitado a liberdade de contratar e também a de extinguir o contrato, 01 - seja ao seu termo final, 02 - seja pela denúncia unilateral do contrato de termo indeterminado, seja, finalmente, 03 - pela negativa de renovação do contrato. 
Em caso de contrato por prazo indeterminado, “qualquer das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de 90 (noventa) dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente” (CC, art. 720). 
No caso de divergência entre as partes, “o juiz decidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido” (parágrafo único). 
A regra é salutar, porque inibe a ocorrência de danos mais graves que possam advir a qualquer das partes em virtude da cessação do negócio. 
O juiz, chamado a solucionar a divergência, decidirá se transcorreu um prazo razoável, compatível com a natureza e o vulto do investimento feito pelo agente.
4.4. REMUNERAÇÃO DO AGENTE
Segundo dispõe o art. 714 do Código Civil, salvo estipulação em contrário:
 “o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência”. 
O proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, “mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência”, salvo estipulação diversa; “nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes” (CC art. 711).
Por conseguinte, se o proponente realiza, ainda que indiretamente, negócios que competiam ao agente, deve pagar a este a remuneração. 
Em geral a remuneração é estipulada em porcentagem sobre os negócios bem-sucedidos, podendo também ser fixa. 
►►Se não adotadonenhum critério para a remuneração devida ao agente, “será ela arbitrada segundo os usos correntes no lugar”, como proclama o art. 701 do Código Civil, aplicável à agência e à distribuição.
É permitido às partes dispor de forma diferente, admitindo-se mais de um distribuidor para a mesma área. Se o contrato não contiver, neste caso, cláusula sobre a divisão da remuneração devida em caso de negociação concluída sem a interferência dos agentes ou distribuidores, o quantum será partilhado por igual entre eles.
O agente encaminha as propostas e terá direito à indenização se o proponente, sem justa causa, “cessar o atendimento” destas “ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato” (CC art. 715). 
A remuneração será devida ao agente “também quando o negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente” (art. 716). 
Se o agente cumpre a sua parte, promovendo a aproximação útil das partes, e o negócio não se conclui por desinteresse ou negligência do proponente, terá o agente direito à remuneração pelos serviços prestados de forma diligente. 
►►O fortuito e a força maior, como uma greve ou um fenômeno inevitável e imprevisível da natureza, que impedem, por exemplo, a realização do espetáculo teatral ou do show musical agenciados, excluem, todavia, a responsabilidade do proponente.
Na mesma linha, dispõe o art. 717 do aludido diploma: 
“Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos”. 
A importância da aproximação útil é destacada no artigo 717. 
Nem mesmo a justa causa, motivada pelo agente ou distribuidor, acarreta a perda do direito à retribuição pelos serviços úteis por estes prestados. 
Não fosse assim, o agenciado experimentaria uma vantagem indevida, incompatível com o princípio da boa-fé contratual consagrado no art. 422 do novo Código.
Por outro lado, a parte final do mencionado art. 717 estabelece que:
... o proponente, por sua vez, prejudicado pelo ato do agente configurador da justa causa que motivou a resilição do contrato, tem o direito de haver deste “perdas e danos”. 
No caso de perdas e danos, poderá haver a compensação dos valores devidos por ambas as partes, desde que líquidos. 
Mesmo quando o agente “não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte” (CC art. 719). 
O dispositivo reitera o princípio de que serviço efetivamente prestado pelo agente ou distribuidor deve ser retribuído. 
Mais uma vez objetiva a lei evitar o enriquecimento sem causa da parte favorecida pelo resultado útil do serviço.
►►O art. 718 do Código Civil, por sua vez, trata da resilição unilateral do contrato de agência ou distribuição sem culpa do agente ou distribuidor. 
Neste caso, o agente fará jus não só às comissões dos negócios por ele promovidos e não pagas, como também às devidas pelos agenciados utilmente e ainda pendentes de conclusão por parte do agenciado. 
►►A esses valores devem ser acrescidas as indenizações previstas em lei especial, ou seja, na referida Lei n. 4.886/65, com as alterações da Lei n. 8.420/92.
4.5. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS PARTES
Prescreve o art. 712 do Código Civil que:
 o “agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente”.
Embora relativa autonomia na execução dos serviços que presta, o agente ou distribuidor deve exercer sua atividade na conformidade das instruções recebidas, com zelo e dedicação, para o bom e útil desempenho de sua obrigação.
Por outro lado, é direito do agente ou distribuidor ver atendidos seus pedidos, bem como exigir lhe sejam proporcionadas as condições de exercer plenamente sua atividade. 
►►Se não houver previsão no contrato sobre o volume de negócios que lhe incumbe promover, terá o agente liberdade de ação. Não deve, todavia, realizar negócios em quantidade que exceda a capacidade de produção do proponente.
Em princípio, são de responsabilidade do agente as despesas decorrentes do exercício de sua atividade profissional, inclusive as efetuadas com propaganda, salvo estipulação em contrário.
Dentre os principais direitos do agente destacam-se:
os de exclusividade territorial, 
de receber remuneração e 
de indenização se o proponente, sem justa causa, cessar os fornecimentos ou reduzi-los de tal forma que se torne antieconômica a manutenção do contrato. 
Por outro lado, incumbem-lhe as seguintes obrigações: 
exercer sua atividade com diligência;
 seguir as instruções do agenciado; 
não assumir, na mesma zona, negócios de outros proponentes; 
manter o agenciado informado quanto às condições mercadológicas e solvabilidade dos clientes;
 prestar contas ao proponente dos serviços realizados à sua conta etc.
O agenciado, por sua vez, tem direito:
à retenção do pagamento por resilição contratual do agente para garantia do ressarcimento que for devido, 
de exigir que o agente lhe preste contas dos negócios realizados no seu interesse, 
de outorgar poderes a este para a conclusão de contratos etc. 
Em contrapartida, tem a obrigação:
de remunerar os serviços promovidos pelo agente; 
de não constituir mais de um agente na mesma zona; 
de indenizar o agente na hipótese de, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-las a níveis que tornem antieconômica a continuação da agência etc.