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Medidas Diretas, Medidas Indiretas e Propagação de erros Ricardo Abrahão* Engenharia Metalúrgica e De Materiais, CCT, UENF. Arthur Sipoli Engenharia Metalúrgica e De Materiais, CCT, UENF. Mariah Monteiro Engenharia Metalúrgica e De Materiais, CCT, UENF. (Dated: 21 de novembro de 2015) Este artigo tem por finalidade abranger a teoria de propagação de erros, tanto sistemático quanto o grosseiro, aplicado ao experimento de obtenção da densidade de esferas através de medições diretas em balanças, paquímetros e micrômetros. O experimento apresenta mínima discrepância na medição do diâmetro por ambos instrumentos, alem do erro percentual máximo de 30% acima da Densidade real do material. Seguindo o fato dos materiais poderem estar fora da faixa de densidade estipuladas pela tabela utilizada. I. Introdução Baseado na fundamentação da Metodologia Científica, a experimentação é considerada um dos pilares para a proposição de leis físicas consistentes. Para isso, medimos cada grandeza física em padrões chamadas unidades. Ex: S.I. [1] Consequentemente, a necessidade de maior precisão nestas medições de grandezas tornou-se vital, sendo assim desenvolvidos novos instrumentos e métodos matemáticos para reduzir a dispersão das fontes de erros sempre existentes.[4] No laboratório, foram efetuadas dois tipos de medições: diretas e indiretas. Sendo a primeira citada é realizada diretamente com o padrão. Ex: Medição do diâmetro de uma esfera maciça através do paquímetro. O segundo citado é calculado através de formulas relacionando grandezas de medições diretas e indiretas. Ex: Cálculo da Densidade (eq. 5) através da massa fornecida pela balança e cálculo do volume a partir do diâmetro. No resultado das medições estão intrínsecos erros sistemáticos, aqueles que prejudicam a exatidão por ser feitas consistentemente acima ou abaixo do valor real, e erros aleatórios, aqueles que afetam a precisão da medida fazendo que metade de suas medidas sejam desviadas para mais e outra metade para menos. Além dos erros grosseiros realizados por falhas humanas.[3] Estes resultados devem ser expressos através de algarismos significativos, pois a quantidade deles indica a precisão da medida, sendo ainda estipulado 1 algarismo duvidoso ao final. O foco principal deste artigo é explicar de forma clara como os erros se combinam e propagam quando realizadas operações aritméticas nos resultados experimentais com objetivo de obter novas grandezas físicas. Além de aprender o uso de instrumentos de medição. Ex: Paquímetro e Micrômetro. A. Fundamentação Teórica Expressão dos resultados experimentais: Δ (1) Sendo Δx um intervalo do qual o valor verdadeiro realmente se encontra(erro). Normalmente calculado pela razão da menor divisão do instrumento pelo número de subdivisões. Formas de propagação do erro nos resultados: Estas Propriedades acima se baseiam nas propriedades Derivadas parciais, dada pela equação geral abaixo. Grandeza Erro Propagado Fonte:Cadernos Didáticos da UFRJ: Tratamento e Análise de Dados Experimentais –Ricardo Borges Barthem, UFRJ (3) O corpo de Prova utilizado no experimento foi uma esfera, seu volume é dado como: Posteriormente para calcular a densidade deste corpo é utilizado, a equação geral dada: Com a Propagação de Erros, a equação (4) se torna, em função do diâmetro: E também com a Propagação de Erros, a equação (5) se torna: II. Metodologia Os objetos de estudo foram 3 esferas maciças de diferentes tamanhos e diferentes materiais: plástico, vidro e metal com densidades a serem determinadas. Foram determinados os diâmetros das três esferas através de 2 instrumentos de precisão, sendo eles o paquímetro e micrômetro com suas respectivas resoluções. Figura 1- Paquímetro de resolução 0,05mm Fonte:laminar-parafusos.blogspot.com.br/ Figura 2- Micrômetro de resolução 0,005 mm Fonte: industriahoje.com.br/ Os algarismos significativos de cada medição foi anotado e tabelado de acordo com a precisão de seu instrumento e o erro compatível com as decimais da medida representado a partir da expressão [1]. O erro do diâmetro foi aconselhado utilizar 1 ou 2 algarismos significativos. Os dados do diâmetro serão indispensáveis para o cálculo do volume (medição indireta) através da derivada da formula [3], sendo diâmetro o dobro do raio. Faltou-se então verificar a grandeza física restante segundo a formula [4] na balança OHAUS (resolução = 0,5g): a massa(medição direta). Assim anotado seus resultados com seus respectivos erros[1], foi realizado o cálculo da densidade [4] e tabelado separadamente para paquímetro e micrômetro, com objetivo de serem comparadas as propagações de erros posteriormente. IV. Resultados e Discussões Nesta seção serão apresentados os dados das medições dos diâmetros feitos pelo paquímetro e pelo micrômetro nos diferentes tipos de esfera, além de suas respectivas massas medidas na balança. Daí então, serão dispostos as densidades e volumes calculados com os dados referentes nos dois instrumentos de medição. Na Tabela 1 estão reunidos os dados de diâmetro e massa nos 2 instrumentos das 3 esferas. Material Diâmetro Paquímetro (mm) Diâmetro Micrômetro (mm) Massa (g) Vidro 25,00 ±0,05 25,033 ±0,005 14,55 ±0,05 Plástico 19,10 ±0,05 19,098 ±0,005 4,15 ±0,05 Metal 18,00 ±0,05 17,983 ±0,005 18,35 ±0,05 A Tabela 2 mostra os resultados dos volumes calculados das 3 esferas nos 2 instrumentos. Material Volume Paquímetro (mm³) Volume Micrômetro (mm³) Vidro 8180±49 8213±5 Plástico 3648±29 3647±3 Metal 3053±25 3044±3 A Tabela 3 contém as densidades calculadas das 3 esferas nos 2 instrumentos. Material Densidade Paquímetro (g/mm³) Densidade Micrômetro (g/mm³) Densidade Real (g/cm³) Vidro 1,8.10-³ ±1,7.10-5 1,8.10-3 ±1,4.10-5 2,6 Plástico 1,1.10-3 ±6,6.10-5 1,1.10-3 ± 1,5.10-5 0,96 Metal 6,0.10-3 ±6,6.10-5 6,0.10-3 ± 2,2.10-5 7,85 Fonte: http://www.euroaktion.com.br/Tabela%20de%20Densidade%20dos%20Materiais.pdf Podemos verificar que mesmo com o aumento da precisão do paquímetro para o micrômetro as medidas de diâmetros da tabela 1 encontram-se muito próximas, podendo dizer que o operador dos instrumentos estava atento a aferição das medidas. Entretanto, houve disparidades um pouco maiores no calculo do volume pelo fato de mínimas diferenças na medida unidimensional ser elevada ao cubo.Assim, a densidade depende quase isoladamente da medição mais precisa da massa para aproximar-se do seu valor real. Calculado o erro percentual de cada material obtivemos: Vidro Comum (30%), Plástico Polietileno (14%) e Metal Aço Inox (23,5%). Todos estão fora da faixa de erro estipulada. O mais provável a se apontar seria a negligência do operador medindo as massas ou danos na balança. IV. Conclusões Neste experimento comprovamos que mesmo grandezas físicas medidas diretamente possuem diversos tipos de erros que se propagam e tornam-se improváveis de atingir a medida exata. Entretanto, com a teoria de propagação de erros pode-se encontrar a faixa onde a medida exata estará de acordo com a precisão do instrumento. Além disso, o modo como os erros incidem no resultado final de medidas indiretas ficou claro através de propriedades do Cálculo Diferencial e Integral. V. Referências [1] D. Halliday and R. Resnick, Fundamentos da Física, 9ª ed., Rio de Janeiro: LTC, 2014. Cap 1, v.1. [2] H. Moysés Nussenzveig, Curso de Física Básica - Mecânica, 4ª ed., São Paulo: Edgard Blucher, 2002. Cap 1, v.1. [3] Cadernos Didáticos da UFRJ: Tratamento e Análise de Dados experimentais - Ricardo Borges Barthem, UFRJ (1997). [4]http://www.ifi.unicamp.br/~brito/graferr.pdf :"Guia para Física Experimental, Caderno de Laboratório, Gráficos e Erros. Instituto de Física, Unicamp." Prof. Dr. Carlos Henrique de Brito Cruz, 1997. [5]http://aquino.wdfiles.com/local--files/fisica-experimental-i/Apostila-Medidas.pdfH
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