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Síntese da Unidade 1 (1)

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Disciplinas 
 
LIBRAS 
Docentes 
 
Prof. Tatiana Palazzo 
Curso 
 
 PEDAGOGIA 
Módulo 
 
5.1 
 Síntese da Unidade I: CAMINHOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO DE SURDOS 
 
 
 
 Apontar como, em diferentes épocas, a sociedade teve concepções diferentes referentes às 
pessoas com deficiência auditiva: Discutir as idéias dos principais educadores de surdos e o seu 
reflexo na atualidade; Enfatizar a trajetória da educação de surdos no Brasil, desde a época de D. 
Pedro II; Discutir sobre o número de surdos que chegam até as universidades e como chegam; 
Para melhor entender as mudanças na formação oferecida às pessoas com surdez, é necessário; 
conhecer a trajetória percorrida, para que hoje, no século XXI, tenhamos um ensino baseado na 
língua de sinais e a opção da educação em escolas comuns. 
 Vamos voltar no tempo e conhecer as principais concepções que existiam quanto a “ser surdo”; 
e as possibilidades sociais, educacionais e legais das pessoas surdas, sempre contextualizando 
as questões mundiais, as influências religiosas e as tendências políticas. 
 Podemos citar o que a teoria evolucionista de Darwin dizia quanto à evolução do homem; e de 
todos os animais: ambos, homem e animal, passaram por um processo de seleção natural 
constante e severo, e desta seleção sobreviveram os mais aptos, adaptando-se às condições de 
vida do meio e da época em que existiram. 
 Sempre foi uma guerra pela existência, em que somente os “melhores” sobreviveram; com a 
evolução, surgiram dúvidas, questionamentos e Incertezas, quanto a tudo o que rodeava; as 
pessoas, questões sobre a vida, a morte, enfim, como se dava a formação da sociedade; Milhares 
de anos após o surgimento da espécie humana, o homem já se organizava em grandes e 
complexas sociedades. Foi então que ele começou a dar seus primeiros passos na moral e na 
ética. O homem começou a filosofar, a pensar na sua existência. O mistério do universo, do 
insondável de sua alma e do além morte começava a incomodar as primeiras grandes mentes 
humanas. 
 A deficiência era vista como incapacidade, as pessoas não produziam e nem eram livres para 
“cuidar” de suas vidas. 
 A deficiência era justificada pela religião, vista como castigo, e assim nada era feito de 
atendimento educacional e social. As pessoas surdas nem mesmo participavam da família como 
membros. 
 Porém, no século V a.C., Sócrates (470-399 a.C.) já afirmava que os surdos tinham que usar o 
gesto e a pantomima para se comunicarem. Aristóteles (384-322 a.C.) a falta da audição fazia 
com que o aprendizado ficasse comprometido ou mesmo nem ocorresse. Também, segundo ele, 
era inútil o Estado investir na educação da pessoa surda, pois “o pensamento é impossível sem a 
palavra. 
 Na sociedade medieval, havia posturas contraditórias em relação às pessoas com deficiência, a 
igreja cuidava, fazia caridade e os nobres as usavam como “bobas da corte”. Os surdos eram 
considerados pessoas impossíveis de serem educadas, impedidas para o sacerdócio, somente 
respeitadas juridicamente se falassem e só poderiam casar-se com a permissão do papa. Mas 
somente no séc. XVI é que o médico Girolano Cardano diz que os surdos poderiam ser 
ensinados. O monge Pedro Ponce de León é citado como primeiro professor de surdos na 
história e ele já utilizava a datilologia associada à fala e à escrita, utilizava também a oralidade, 
pois o uso da palavra era um meio de o surdo fazer parte da sociedade. Pelo seu método, seus 
alunos podiam participar da missa e confessar, falar grego, latim e italiano e discutir física e 
astronomia. Levantaram-se questões sobre as causas da deficiência auditiva e dos problemas da 
comunicação oral, citou-se a idade ideal para as crianças surdas serem educadas (de 6 a 8 anos) 
e também ensinava-se a falar através do alfabeto digital, da leitura e da gramática. Mesmo 
usando sinais, percebe-se que o objetivo educacional da época era a oralidade. 
 O oralismo, ou filosofia oralista, usava a integração da criança surda à comunidade de 
ouvintes, dando-lhe condições de desenvolver a língua oral (no caso do Brasil, o português). O 
oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada através da estimulação 
auditiva. Porém, no II Congresso Mundial, em Milão, em 1880, mudariam toda a história por 100 
anos: foi declarada a superioridade incontestável da fala para incorporar os surdos-mudos na vida 
social; e foi considerado que a utilização simultânea dos gestos e da oralidade é prejudicial, pois 
dificultam a fala, a leitura labial e a precisão das idéias. O Congresso declarou que o método oral 
puro era o ideal para a educação dos surdos. 
 Porém, em 1821, ele reconsidera a sua posição anterior, afirma que a língua gestual é a língua 
natural dos surdos e pode proporcionar as mesmas vantagens da linguagem falada. Percebendo 
a necessidade de se organizarem a educação e os rumos a serem tomados mundialmente quanto 
à comunicação das pessoas com surdez foi fundada a Federação Mundial de Surdos (WFD) em 
Roma, 1951. A filosofia da Comunicação Total tem como principal preocupação os processos 
comunicativos entre surdos e surdos e entre surdos e ouvintes. Essa filosofia também se 
preocupa com a aprendizagem da língua oral pela criança surda, mas acredita que os aspectos 
cognitivos, emocionais e sociais não devem ser deixados de lado em prol do aprendizado 
exclusivo da língua oral. Por esse motivo, esta filosofia defende a utilização de recursos espaço-
visuais como facilitadores da comunicação. 
 No Brasil, a história da educação de surdos teve início em 1857, quando foi criado o Imperial 
Instituto dos Surdos-Mudos pela lei nº839, cuja proposta de comunicação baseava no método 
combinado. Essa instituição foi fundada durante o império de D. Pedro II, com a chegada do 
professor francês Hernest Huet, que era surdo. O Instituto era um asilo, onde só eram aceitos 
surdos do sexo masculino que vinham de todos os pontos do país, sendo que muitos eram 
abandonados pelas famílias. Inicialmente utilizava-se a língua dos sinais, mas em 1911 adotou-se 
o oralismo como forma de comunicação. 
 Atualmente, trabalhamos com um sistema bilíngüe para surdos, mas, para que se pudesse 
entender como se chegou a esta conclusão, é necessário entender como se desenvolveu o 
processo educacional dos surdos, hoje séc. XXI, e reconhecermos que a libras é um idioma e, 
como tal, necessita ser estudado e entendido como aquisição de uma língua, que tem estruturas 
sintáticas, semânticas e morfológicas próprias. 
 
 
 
 
 
Bom estudo! 
Equipe de Dependência Pedagogia.

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