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aula03_crimes_contra_patrimonio

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Crimes contra o patrimônio 
 
Furto 
O Artigo 155 do Código Penal prevê o delito de furto, isto é, a subtração 
patrimonial não violenta. O crime de furto pode ser praticado por qualquer 
pessoa, não se exigindo qualquer circunstância especial ou específica. Só 
não pode praticar o furto o proprietário que pode ser responsabilizado 
pelo crime previsto no Artigo 3461, CP, se a posse estiver com outrem, e 
legítimo detentor da coisa. É essencial, para o estudo da infração, que o 
seu objeto seja coisa alheia móvel. Ao contrário do Direito Civil, o Direito 
Penal trabalha com o conceito natural de coisa móvel. Coisa móvel, 
portanto, será tudo aquilo passível de remoção, ou seja, tudo o que puder 
ser removido, retirado, mobilizado. Assim, até mesmo uma casa poderá 
ser subtraída, desde que possível a sua locomoção, ou seja, a sua retirada 
do local na qual estava afixada, como é a hipótese das casas de madeira 
que podem ser transportadas de um lugar para outro, sem que ocorra sua 
destruição. 
Os animais também são considerados coisa móvel para efeito de aplicação 
da lei penal, da mesma forma que os cadáveres que estiverem sendo 
utilizados em pesquisas em universidades. O ser humano vivo jamais 
poderá se amoldar ao conceito de coisa, razão pela qual qualquer remoção 
forçada poderá configurar crime de sequestro ou cárcere privado. Além de 
móvel, ou seja, passível de remoção, a coisa, obrigatoriamente, deverá 
ser considerada “alheia”, ou seja, pertencente a alguém que não aquele 
que a subtrai. Desta forma, não se configurará no delito de furto a 
subtração de: 
 Coisa de ninguém, que jamais teve dono. 
 Coisa abandonada. 
 Coisa de uso de todos. 
 
 
 
 
1 Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por 
determinação judicial ou convenção: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Por exemplo, aquele que, percebendo que numa lata de lixo deixada do 
lado de fora de uma residência se encontrava um guarda-chuva, retira-o 
daquele lugar, levando-o consigo, não pratica crime de furto, uma vez que 
se cuida de coisa abandonada. Coisa de uso de todos como o ar, a luz ou 
o calor do sol, a água dos mares e rios, não são suscetíveis de ocupação 
na sua totalidade. Entretanto, parcialmente captada e aproveitada como 
força ou energia, nesse caso, incidindo essa parte especializada na 
propriedade de alguém, pode-se tornar objeto adequado de furto. Outra 
situação é a chamada “coisa perdida”. Imagine a hipótese em que o 
agente, no interior de um veículo coletivo, encontre, caído próximo ao seu 
assento, um relógio de pulso. Aproveitando-se da oportunidade, o agente 
toma o relógio e o coloca no bolso, apropriando-se dele. Poderia o sujeito, 
nesse caso, responder por delito de furto? A resposta só pode ser 
negativa, pois que, aqui, seu comportamento se enquadra no inciso II, do 
Artigo 169 do CP2, que prevê o delito de apropriação de coisa achada. 
Furto de energia - § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou 
qualquer outra que tenha valor econômico. Com essa redação, ficam 
eliminadas as discussões sobre a não possibilidade de subtração de 
energia não somente a elétrica como também a calor, a térmica, a sonora, 
a atômica, a mecânica e etc.; ou seja, qualquer energia que tenha valor 
econômico poderá ser objeto de subtração nos moldes preconizados pelo 
mencionado parágrafo. Merece destaque, no que diz respeito à energia 
elétrica, que o fato poderá se configurar no delito de furto, ou mesmo no 
crime de estelionato. Dessa forma, aquele que desvia corrente elétrica 
antes que ela passe pelo relógio comete o crime de furto. É o que ocorre, 
normalmente, naquelas hipóteses em que o agente traz a energia para a 
sua casa diretamente do poste, fazendo aquilo que popularmente é 
chamado de “gato”; ao contrário, se a ação do agente consiste em 
modificar o medidor para acusar um resultado menor do que é consumido, 
há fraude e o crime é de estelionato. 
 
 
 
 
 
2 Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso 
fortuito ou força da natureza: 
Apropriação de coisa achada 
 II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao 
dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Roubo 
A figura típica do roubo é composta pela subtração, característica do 
crime de furto, conjugada com o emprego de grave ameaça ou violência à 
pessoa; portanto, são os elementos que compõem a figura típica do 
roubo: 
1) O núcleo subtrair. 
2) O especial fim de agir caracterizado pela expressão para si ou para 
outrem. 
3) Coisa alheia móvel. 
4) Emprego de violência ou grave ameaça. 
 
O núcleo subtrair diz respeito a retirar, tomar de alguém a coisa alheia 
móvel que deve ser conjugado com a finalidade especial do agente de 
retê-la para si ou para outrem. A violência deve ser empregada contra 
pessoa, por isso denominada física, que se consubstancia na prática de 
lesão corporal ou mesmo vias de fato, como por exemplo: empurrões, 
tapas e etc.. A violência pode ser entendida, ainda, como direta ou 
imediata e indireta ou mediata. Direta é a violência física exercida contra 
a pessoa de quem se quer subtrair os bens. Assim, por exemplo, o agente 
agride violentamente a vítima com socos para que possa levar a efeito a 
subtração de seu relógio. Indireta é a violência empregada contra pessoas 
que estão próximas da vítima. Na verdade, a violência entendida como 
indireta se configura mais como “grave ameaça” do que propriamente 
violência, pois sua prática interfere no espírito da vítima, fazendo com que 
se submeta por medo, pavor, receio de também ser agredida. 
Grave ameaça é aquela capaz de determinar temor à vítima, permitindo 
que seja subjugada pelo agente que, assim, subtrai-lhe os bens. A 
ameaça deve ser verossímil, vale dizer, o mal proposto pelo agente para 
fins de subtração dos bens da vítima deve ser crível, razoável, capaz de 
infundir temor. Sujeito ativo do roubo é qualquer pessoa, trata-se de 
crime comum e não especial. O dolo é a vontade de subtrair com o 
emprego de violência ou grave ameaça.

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