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Aula de Consumidor

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Aula de Consumidor 	18/07/2014	�PAGE \* MERGEFORMAT�1�
Fundamentos Constitucionais de Proteção aos Consumidores
Art. 5º, XXXII, art. 170, V e art. 48, ADCT
CDC (Lei 8078/90)
O art. 1º diz que as normas tem certas características:
Natureza de suas normas: são de ordem pública (norma cogente, imperativa) e de interesse social, logo, devem ser aplicadas de ofício pelo juiz e não podem ter sua incidência afastada por vontade das partes.
	
Incidência: quando estiver caracterizada a relação jurídica de consumo.
Consumidor: art. 2º, caput – toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como destinatário final.
(Ficam excluídas as aquisições que sejam intermediárias de um processo produtivo.
(Hipóteses de consumidores por equiparação:
§único, art. 2º - é a coletividade de pessoas, ainda que indeterminada, que haja intervindo nas relações de consumo. Isso permite o MP, por exemplo, promova ação para proteger a coletividade de consumidores;
Art. 17 – todas as vítimas do evento danoso (do acidente de consumo);
Art. 29 – todas as pessoas, determinadas ou não, que tenham sido expostas às práticas comerciais previstas no CDC, que são:
1ª) Oferta – arts. 30 a 35;
2ª) Publicidade – arts. 36 a 38;
3ª) Práticas Abusivas – arts. 39 a 41;
4ª) Cobrança de dívidas – arts. 42 e 42-A: quem é cobrado indevidamente e paga, tem direito a exigir de volta e em dobro;
5ª) Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores – arts. 43 e 44.
Fornecedor: art. 3º, caput - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
(O Estado só será considerado fornecedor quando o serviço público por ele prestado for remunerado de forma direta, através de tarifa ou preço público (transporte, energia elétrica, esgoto, água, etc.); quando a remuneração for indireta, ou seja, por tributos (saúde, educação, segurança), não se aplica o CDC.
Produtos: art. 3º, §1º - é toda coisa móvel ou imóvel, material ou imaterial.
(Podem ser: a) Duráveis: os que não se extinguem pelo simples uso (computador) – 90 dias para reclamar dos vícios; b) Não duráveis: os que se extinguem com o uso – o prazo para reclamar vício é de 30 dias.
Serviço: art. 3º, §2º - qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração (direta ou indireta), inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
(Aplica-se o CDC:
Às instituições financeiras;
Nas relações entre as entidades de previdência privada e seus participantes;
Aos planos de saúde.
(Não se aplica o CDC:
Nos contratos de locação;
Nas relações entre condôminos e condomínio.
Política Nacional das Relações de Consumo: 
Objetivos: art. 4º, caput
Instrumentos: art. 5º
Princípios: incisos do art. 4º - o mais importante é o descrito no inciso I.
 I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
(Espécies de Vulnerabilidade: 
Fática / de fato: é a que decorre da necessidade e da dependência dos consumidores;
Técnica: é a que decorre da ignorância do processo produtivo;
Jurídica / científica: é a que decorre da ignorância de seus direitos.
(Para o consumidor pessoa física, há presunção absoluta de vulnerabilidade; para pessoa jurídica, ela deve ser demonstrada no caso concreto.
(A vulnerabilidade, que tem caráter material, não se confunde com a hipossuficiência, que tem caráter processual e que, se estiver presente, autoriza a inversão do ônus da prova em consumidor; trata-se de hipossuficiência probatória, ou seja, quando para aquele consumidor a produção daquela prova for impossível ou muito difícil. 
(Proteção Contratual que decorre da vulnerabilidade: arts. 46 a 54.
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 
O contrato só obriga o consumidor quando ele puder conhecer o seu conteúdo.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. 
A oferta vincula o fornecedor e o seu cumprimento é obrigatório.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Este é o direito de arrependimento ou prazo de reflexão. Normalmente se dá pela internet.
Art. 51 – prevê uma lista de cláusulas abusivas que são nulas de pleno direito.
Art. 52, §1º - nos contratos que importem em financiamento ou outorga de crédito, a multa por atraso da parcela não pode ser superior a 2%.
Art. 53 - é nula a cláusula que prevê a perda total das parcelas pagas. Cláusula de decaimento.
Direitos Básicos do Consumidor: art. 6º, incisos e art. 7º
O rol é exemplificativo; outros direitos podem ser previstos por Tratados e Convenções Internacionais.
(Art. 6º, I: direito básico de proteção à vida, saúde e segurança, contra produtos ou serviços perigosos ou nocivos. VER arts. 8º, 9º e 10 – tratam de produtos perigosos ou nocivos.
(Art. 6º, III: direito à informação clara e adequada, sobre todos os aspectos do produto ou serviço.
(Art. 6º, IV: proteção contra as práticas abusivas e também contra a publicidade ilícita:
	a. clandestina ou disfarçada;
	b. enganosa – aquela que por ação ou omissão contem informação falsa, capaz de induzir o consumidor em erro. O ônus da prova da veracidade da peça publicitária é sempre do fornecedor;
	c. abusiva. EX: a que é discriminatória, a que incita à violência ou que o consumidor se comporte de modo perigoso, que explora o medo ou a superstição ou a inexperiência das crianças, etc.
(Art. 6º, V: direito à modificação das cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais ou a sua revisão quando, por fato superveniente, a prestação se tornar excessivamente onerosa.
OBS.: o CDC não exige que o fato novo seja imprevisível; basta a desproporção.
(Art. 6º, VI: direito à efetiva prevenção e reparação de danos materiais, morais, individuais, coletivos ou difusos, inclusive danos estéticos.
Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo
	Responsabilidade pelo 
fato do produto ou serviço – arts. 12 a 17
	Responsabilidade pelo 
vício do produto ou serviço – arts. 18 a 25
	(Quando se aplica?
Quando apresentar defeito, ou seja, falha + dano= acidente de consumo.
	(Quando se aplica?
Quando houver falha de qualidade ou quantidade que torne o produto improprio para o consumo.
	(Fundamento específico: é a violação do dever de segurança dos produtos ou serviços.
	(Fundamento específico: é a violação do dever de adequação do produto ou do serviço.
	(Mecanismos que conferem maior proteção aos consumidores-vítimas:
1. Os fornecedores respondem de forma objetiva, ou seja, não se exige demonstração de culpa (basta a prova do dano e do nexo de causalidade).
EXCEÇÃO – quando o fornecedor for profissional liberal (autônomo) a responsabilidade será subjetiva.
Pelo fato do produto, respondem: a. O fabricante; b. O produtor; c. O construtor; d. O importador.
O comerciante tem responsabilidade subsidiária nos seguintes casos:
a. Quando o produto for de origem desconhecida;
b. Quando for responsável pela má conservação do produto,ainda que o produto tenha origem conhecida.
2. Quando o produto tiver mais de um fabricante, todos os envolvidos na cadeia produtiva respondem de forma solidária perante a vítima.
O fornecedor que paga a indenização tem direito de regresso contra o efetivo responsável; como o CDC proíbe a denunciação da lide, o regresso deve ser exercido em ação autônoma ou em continuação nos próprios autos.
3. O prazo prescricional, pelo CDC, é de 5 anos a contar da ciência do dano e de sua autoria.
4. Proibição à cláusula de não indenizar – aquela que impossibilita, exonera ou atenua a responsabilidade do fornecedor.
Quando o consumidor for pessoa jurídica, a indenização pode ser limitada se houver motivo justificável.
5. Art. 28 – Desconsideração da Personalidade Jurídica: é a possibilidade de que os bens dos sócios, ou administradores, sejam atingidos para o pagamento da indenização.
	(Mecanismos que conferem maior proteção aos consumidores-vítimas:
1. Direito de Reclamação. 
Fases:
 a. Iniciativa do consumidor, dentro dos prazos decadenciais da garantia legal (30 ou 90 dias).
OBS.: Se o vício for de fácil constatação, conta-se da entrega o prazo; se for oculto, conta-se da ciência.
OBS.: Quando houver garantia contratual ou convencional, a ela é somado o prazo da garantia legal.
 b. Em regra, o fornecedor tem o direito de sanar o vício em até 30 dias.
OBS.: por cláusula em separado, o prazo pode ser reduzido para, no mínimo, 7 dias, ou aumentado para, no máximo, 180 dias.
OBS.: não haverá direito de sanar o vício quando:
 I. O produto for essencial;
 II. a substituição da parte viciada puder comprometer a segurança ou valor do bem.
 c. Se o vício não for sanado, ou não puder ser, o consumidor poderá escolher entre:
 I. Substituição por outro produto idêntico (pode aceitar similar mediante complemento ou devolução do preço);
 II. Abatimento proporcional do preço;
 III. Devolução das quantias pagas atualizadas mais perdas e danos.
OBS.: a responsabilidade pelo vício é solidária de todos os fornecedores, inclusive o comerciante.
	(Excludentes de responsabilidade do fornecedor - ele só se exonera se provar:
a. que não colocou o produto no mercado ou não executou o serviço.
b. que o defeito não existe.
c. culpa exclusiva da vítima (quando houver uso anormal ou negligente do produto) ou de terceiro.
 OBS.: quando houver culpa concorrente da vítima, o valor da indenização poderá ser reduzido proporcionalmente.
d. caso fortuito ou força maior – eventos imprevistos, inevitáveis e externos à atividade desenvolvida pelo responsável.
 OBS.: o fortuito interno não rompe o nexo.
 Súmula 479, STJ: as instituições financeiras respondem objetivamente pelo fortuito interno consistente em fraudes ou delitos praticados por terceiros no âmbito das operações bancárias.

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