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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CAMPUS DE TOLEDO CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA PRÁTICA 10 – CALOR LATENTE DE VAPORIZAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA PURA GABRIELA JULIANI MOREIRA LUÍSA ROBERTO MARTINS MARJHORIE THAIS MENEGUZZO DEON ROBERTA GONÇALVES BENETTI TOLEDO– PR, NOVEMBRO – 2015. GABRIELA JULIANI MOREIRA LUÍSA ROBERTO MARTINS MARJHORIE THAIS MENEGUZZO DEON ROBERTA GONÇALVES BENETTI PRÁTICA 10 – CALOR LATENTE DE VAPORIZAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA PURA Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Prof. Me. Lucas Maycon Hoff Zeni TOLEDO – PR, NOVEMBRO – 2015. 1. EXPOSIÇÃO DO PROBLEMA Deseja-se determinar a entalpia de vaporização de uma substância pura a partir da curva de pressão de vapor. Para isso, utilizou-se um módulo experimental no qual eram obtidos dados de equilíbrio da curva de pressão de saturação. Além disso, verificar a confiabilidade do método com valores encontrados na literatura. 2. SOLUÇÃO DO PROBLEMA O conhecimento de dados de pressão de vapor e entalpia de vaporização é fundamental para o desenvolvimento de novos equipamentos industriais, para operações de destilação, arraste de gases e extração supercrítica. A entalpia de vaporização ou calor latente de vaporização é a quantidade de energia necessária para que uma molécula de um elemento ou de uma substancia que se encontra em equilíbrio líquido-vapor, passe totalmente para o estado gasoso. Para a realização do experimento primeiramente colocou-se 300 mL de acetona no balão e conectaram-se as saídas adequadamente. Em seguida, regulou-se a pressão desejada na bomba de vácuo e o banho termostático foi acionado. Mediu-se a temperatura de ebulição do líquido no termostato e a diferença de nível do mercúrio no manômetro em U, com a utilização de uma régua (após o sistema se encontrar em equilíbrio). Sendo assim, esse procedimento foi repetido mais cinco vezes, variando a pressão na bomba. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a determinação da entalpia de vaporização, fez-se necessário montar a curva de pressão de vapor. Os dados experimentais da pressão na bomba, da temperatura de ebulição da acetona e a diferença do nível de mercúrio no manômetro, após o sistema entrar em equilíbrio, foram anotados e estão apresentados na Tabela 1. Tabela 1 – Dados experimentais da variação da altura, temperatura da acetona e pressão na bomba. Medição ∆H (mm) Temperatura (°C) Pressão na bomba (mmHg) 1 207 35,1 400 2 178 37,7 360 3 139 39,4 320 4 107 40,9 280 5 78 42,2 240 6 44 43,6 200 A pressão de saturação é a pressão absoluta sobre o sistema em equilíbrio durante sua fase de vaporização, é dada pela soma das pressões atmosférica e manométrica, conforme a Equação (01). A pressão atmosférica de referência foi considerada 760 mmHg (101325 Pa) e a pressão manométrica é determinada pela Equação (02). (01) (02) Para a determinação da pressão manométrica a massa específica do mercúrio é de 13600 kg/m3 (PERRY, R.H.,1980) e a aceleração da gravidade é 9,81 m/s2. Sendo que, a pressão manométrica do experimento é negativa, já que foi utilizada a bomba de vácuo para diminuir a pressão no sistema. As pressões manométrica e de saturação calculadas estão apresentadas na Tabela 2, para as 6 medidas. Tabela 2 - Pressão manométrica e pressão de saturação para cada medição. Medição (Pa) (Pa) 1 27617,11 73707,89 2 23748,05 77576,95 3 18544,82 82780,18 4 14275,51 87049,49 5 10406,45 90918,55 6 5870,304 95454,70 Para representar a pressão de vapor em função da temperatura, a Equação de Antoine (Equação 03) é uma das mais utilizadas. (03) Para determinar os parâmetros da Equação de Antoine (03), é necessário fazer a linearização dos dados de versus, sendo que a equação da reta nos fornecerá os parâmetros. O logaritmo natural da pressão de saturação e o inverso da temperatura estão presentes na Tabela 3. Tabela 3 – Valores do inverso da temperatura e do logaritmo natural da pressão de saturação para cada medição. Medição 1/T (10-3)(K-1) 1 11,21 3,24 2 11,26 3,22 3 11,32 3,20 4 11,37 3,18 5 11,42 3,17 6 11,47 3,16 A partir dos dados da Tabela 3 construiu-se o gráfico de em função do inverso da temperatura, para determinar os parâmetros de Antoine, considerando o parâmetro C=0. A Figura 1 apresenta o gráfico, os dados foram ajustados de forma linear, a fim de obter uma reta do tipo . Figura 1 - Gráfico de versus 1/T Comparando o ajuste linear com a Equação de Antoine (03), os parâmetros obtidos foram A=21,11 e B=3055,57. Considerou-se também, um ajuste satisfatório, pois o coeficiente de determinação (R²) foi de 0,97905. O parâmetro C pode ser considerado nulo em uma região estreita de temperatura, geralmente do ponto triplo ao ponto de ebulição à condições normais de temperatura e pressão. Porém, a equação de Antoine é mais adequada quando faz-se o uso dos três parâmetros, A,B e C, sendo que os valores teóricos destes são encontrados na literatura. Para a determinação dos parâmetros de Antoine com C≠0, foi feito um ajuste não-linear utilizando a ferramenta Solver do programa Microsoft Office Excel®. Os valores obtidos experimentalmente para o ajuste não-linear e para o ajuste linear, bem como os valores encontrados na literatura (PEIXOTO e GAMA, 2006) estão dispostos na tabela 4. Tabela 4 - Valores para as constantes de Antoine resultantes dos ajustes linear e não-linear e valores obtidos da literatura. Constantes Ajuste Linear Ajuste não-linear Valores obtidos da literatura Desvio relativo do ajuste linear Desvio relativo do ajuste não-linear A 21,11 21,0400 14,6363 0,4423 0,4375 B 3055,57 2998,5193 2940,45 0,0391 0,0197 C - -3,7651 -35,903 - 0,8951 Pela análise da Tabela 4 observa-se um desvio significante dos dados experimentais em relação aos encontrados na literatura, tanto para o ajuste linear quanto para o ajuste não-linear. Essa discrepância se deve a erros instrumentais e do operador, bem como ao módulo utilizado, pois as temperaturas não permaneceram constantes, o que inviabiliza uma medição exata das variações de altura do mercúrio no manômetro. Pode-se perceber também que o ajuste não-linear obteve menor discrepância para as constantes A e B, do que o ajuste linear. Isso é esperado, uma vez que para as condições de pressão e temperatura utilizadas no experimento é adequado considerar a constante C, como já citado anteriormente. Tais parâmetros são utilizados para o cálculo da entalpia de vaporização da acetona, a qual é determinada pela equação de Clausius-Clapeyron (04). (04) Pela equação de Clausius-Clapeyron, no equilíbrio, o volume molar do líquido é considerado desprezível em relação ao da fase de vapor longe do ponto crítico. Além disso, considera-se que o vapor saturado comporta-se idealmente, . Então, utilizando-se dos coeficientes linear (A= 21,11) e angular (B= 3055,57) do ajuste linear entre logaritmo da pressão de saturação em função do inverso da temperatura (Figura 1) e considerando o valor de R como 8,314 J/mol.K, tem-se: A equação Clausius-Clapeyron relaciona diretamente o calor latente de vaporização à curva de pressão de vapor. Uma vez que o ∆Hvap é proporcional a inclinação da reta do gráfico de ln Psat vs 1/T, tem-se que ∆Hvap diminui com o aumento da temperatura do ponto triplo ao ponto crítico, quando se torna igual a zero. Além disso, a equação de Clausius-Clapeyron possui validade apenas para baixas pressões. Partindo do valor de calor latente encontradona literatura (PEIXOTO e GAMA, 2006), , tem-se uma discrepância de 12,76% do valor obtido experimentalmente pela equação de Clausius-Clapeyron, . Essa diferença pode estar associada a erros do módulo experimental, uma vez que sua vedação não pode ser considerada perfeita permitindo a evaporação da substância. Além disso, uma vez que o critério de determinação da temperatura de equilíbrio era momento em que não mais se visualizava a variação da temperatura, fez-se necessário mensurar temperaturas aproximadas para o equilíbrio do sistema, pois os instrumentos utilizados não proporcionaram tal estabilização. A instabilidade da bomba pode ser levada em consideração como outra fonte de erro, pois não mantinha a pressão fixada, influenciando na altura do mercúrio no manômetro. Desta forma, os valores de temperatura e pressão registrados poderiam não ser a do equilíbrio perfeito do sistema. Tendo em vista que o valor da discrepância foi irrelevante, o método utilizado para realizar o cálculo da entalpia de vaporização é considerado válido para o sistema trabalhado. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PERRY, R. H., CHILTON, C. H., KIRKPATRICK, S. D., Chemical Engineer’s Handkook. 4ª Edição. McGraw-Hill Book Company, 1980. VEIT, M, T.; POTRICH, L.; BASSI, A. Apostila dos Roteiros da Disciplina de Laboratório de Engenharia Química I – Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Toledo, 2015. SMITH, J. M. VAN NESS, H. C. Introdução à termodinâmica da engenharia química. 5ª ed., LTC, Rio de Janeiro, 2000. Tabelas termodinâmicas. Peixoto e Gama, 2006. http://www.academia.edu/3855891/REFERENCIA_8_TABELAS_TERMO. Acesso em 10/11/2015.
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