Prévia do material em texto
Legislação Bromatológica Brasileira Aditivos Profª Drª Nathania R. Santiago Introdução/importância Antigamente - pouco conhecimento do homem pela composição dos alimentos e ele mesmo produzia, colhia e consumia Hoje - ciência dos alimentos - conhecimento sobre composição dos alimentos, suas propriedades físico-químicas e seu valor nutricional. Processo de produção de alimentos necessita estar de acordo com legislações para que o consumidor esteja assegurado. - significado toxicológico de possíveis alterações e contaminações - atua em diversos segmentos do controle de qualidade, coleta, transporte da matéria-prima e a venda do alimento - esterilização, embalagens, rótulos, desenhos, tipos de letras e tintas - princípios nutricionais robustos na formulação de alimentos Rotulagem de alimentos Definições Rotulagem: é toda inscrição, legenda, imagem ou matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento. Rotulagem de alimentos Definições Embalagem: é o recipiente, o pacote ou a embalagem destinada a garantir a conservação e facilitar o transporte e manuseio dos alimentos. Embalagem primária ou envoltório primário: é a embalagem que está em contato direto com os alimentos. Embalagem secundária ou pacote: é a embalagem destinada a conter a(s) embalagem(ns) primária(s). Embalagem terciária ou embalagem: é a embalagem destinada a conter uma ou várias embalagens secundárias. Alimento embalado: é todo alimento que está contido em uma Embalagem pronta para ser oferecida ao consumidor. Rotulagem de alimentos Definições Denominação de venda do alimento: é o nome específico e não genérico que indica a verdadeira natureza e as características do alimento. Será fixado no regulamento técnico específico que estabelecer os padrões de identidade e qualidade inerentes ao produto. Fracionamento de alimento: é a operação pela qual o alimento é dividido e acondicionado, para atender a sua distribuição, comercialização e disponibilização ao consumidor (BRASIL, 2002). Alimento: é toda substância que se ingere no estado natural, semielaborada ou elaborada, destinada ao consumo humano, incluídas as bebidas e qualquer outra substância utilizada em sua elaboração, preparo ou tratamento, excluídos os cosméticos, o tabaco e as substâncias utilizadas unicamente como medicamentos. Rotulagem de alimentos Definições Aditivo alimentar: é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, o processamento, a preparação, o tratamento, a embalagem, o acondicionamento, a armazenagem, o transporte ou a manipulação de um alimento. Isso, direta ou indiretamente, faz com que o próprio aditivo ou os seus produtos se tornem componentes do alimento. Essa definição não inclui os contaminantes ou as substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais. História dos aditivos alimentares População humana começou a plantar e a criar animais - melhora no suprimento de comida - busca incessante por formas de conservar alimentos Período Neolítico (6.000 a.C.) elegiam partes mais escuras e frescas da caverna Foram aprendendo que frio conservava melhor. História dos aditivos alimentares substâncias protetoras: argila, mel, azeite, vinho, vinagre, gordura ervas e especiarias para dar sabor as preparações. Com o sol e o ar aprenderam a secar a comida Com o fogo aprenderam a defumar Aprenderam a salgar e secar carnes e pescados com a indústria alimentícia (século XX) foram introduzidos novos aditivos permitindo a produção em larga escala e o transporte de alimentos a grandes distâncias. Importância do emprego de aditivos Importante para a indústria alimentícia - Conservação, estabilidade e aparência; - Melhora das características organolépticas; - Manutenção ou amento do valor nutricional dos alimentos. Cumprir as normas!!! Não podem oferecer riscos à saúde!!! IMPORTÂNCIA DO EMPREGO DE ADITIVOS Segurança no Emprego de Aditivos o - Efeitos cumulativos e colaterais; o - Monitoramento e reavaliação constante; Avaliação toxicológica (estudo de substâncias tóxicas presentes em alimentos, sejam elas de origem natural ou sintéticas, inerentes ou adicionadas ao alimento). “Tudo pode ser tóxico! A toxicidade depende da dose” (Paracelsus séc. XVI) EUA: Food and Drug Administration (FDA) Brasil: ANVISA • avaliar o potencial tóxico e a carcinogenicidade; •recomendar ou não o uso de um determinado aditivo; • estabelecer o valor de Ingestão Diária Aceitável (IDA); quantidade diária que pode ser ingerida, a longo prazo, sem apresentar riscos à saúde. objetivos OMS/WHO A liberação ou exclusão do uso de aditivo ocorre principalmente pelo seu grau de toxicidade. Regulamentação do uso de aditivos Segundo a Agência Americana de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), uma empresa americana detectou baixas quantidades do fungicida carbendazim em suco de laranja concentrado comprado do Brasil. O uso da substância é proibido em produtos cítricos nos EUA, mas é permitido no Brasil e empregado no combate à "pinta-preta", um tipo de fungo comum em pomares de laranja. A FDA afirmou que os níveis de carbendazim detectados não eram nocivos à saúde e que não pretendia fazer um recall do produto brasileiro, mas que intensificaria os testes e bloquearia todos os carregamentos que apresentassem altas quantias do fungicida. A agência não determinou, no entanto, qual será o limite tolerado do produto. Em nota, a Associação Nacional de Exportadores de Cítricos (CitrusBR) afirmou que a utilização do carbendazim é permitida no Brasil e nos outros principais mercados consumidores do suco brasileiro (União Europeia, Japão e Canadá), e que os EUA aceitam o uso do fungicida em vários outros produtos alimentícios. Uso de fungicida ameaça venda de suco de laranja brasileiro nos EUA (janeiro/2012) Aditivos permitidos no Brasil (proibidos em outros países) • Cantaxantina – ração de peixes – antioxidante – Anemia, náuseas, diarreia, problemas de visão • Corantes sintéticos – amarelo crepúsculo, azorrubina, vermelho 40, tartrazina, ponceau 4R, caramelo IV – Câncer, hiperatividade • Hormônios sintéticos – ração animal - ractopamina (suínos), somatotropina recombinante bovina (rbST) – Infertilidade, câncer de mama e próstata, fraqueza muscular Origem e tipos de aditivos • ADITIVOS SEGUNDO SUA ORIGEM: – Naturais: obtidos por processos extrativos (óleo essenciais de cravo da índia, canela, resinas). – Semi-sintéticos: obtidos de subst. naturais + sintetizados artificialmente (eugenol de cravo). – Sintéticos: obtidos em laboratório por processo de síntese (ex. propilenoglicol). Origem e tipos de aditivos • ADITIVOS SEGUNDO SUA PRESENÇA NO PRODUTO: – Intencionais: agregada ao alimento propositalmente. – Incidentais: adicionados a matéria-prima ou decorrente do processamento do alimento (resíduo de pesticida, produtos farmacêuticos, coadjuvantes tecnológicos e substancias que migram da embalagem). Antiespumante Previne ou reduz a formação de espumas Antiumectante/antia glutinante São capazes de reduzir características higroscópicas de alimentos Antioxidante Retarda o aparecimento de alteração oxidativa do alimento Corante Confere, intensifica ou restaura a cor do alimento. Conservante Impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada por microrganismos e enzimas Edulcorante Transmite sabor doce (adoçante – sintético) Espessante Aumenta a viscosidade dos alimentos Antiespumante Antiumectante/ antiaglutinante Antioxidante Corante Conservante EspessanteEdulcorante Estabilizante/ Emulsificante Manutenção de dispersão uniforme de duas ou mais substancias imiscíveis em um alimento. Aromatizante/flavoriz ante capazesde dar ou reforçar o aroma, o sabor ou ambos dos alimentos. Umectante Protege os alimentos da perda de umidade em ambiente de baixa umidade relativa Ressaltante de sabor Ressalta e realça o sabor e/ou aroma de um alimento Abrilhantadores Substâncias que quando aplicadas na superfície do alimento proporcionam aparência brilhante ou dão revestimento protetor Estabilizante/ Emulsificante Ressaltante de sabor Aromatizante/ flavorizante Abrilhantadores Umectante Agente de firmeza ou endurecedor ou texturizante mantem os tecidos de frutas ou hortaliças firmes e crocantes, ou interagem com agentes gelificantes para fortalecer um gel Sequestrante/ conservantes Complexos químicos com os íons metálicos Espumantes Possibilitam a formação ou manutenção da dispersão uniforme de uma fase gasosa em um alimento líquido ou sólido. Gelificante Dá textura através da formação de gel Fermentos químicos/ melhoradores de farinha São substâncias ou misturas de substâncias que liberam gás e desta maneira, aumentam o volume de massa. Gelificante Fermentos químicos/ melhoradores de farinha Agente de firmeza ou endurecedor ou texturizante Sequestrante/ conservantes Espumantes Acidulantes - Qualquer substância que reduza pH dos alimentos - Utilizados para impedir crescimento bacteriano, para melhorar sabor e cor. - Intensificam o gosto ácido (azedo) - Os mais usuais são os ácidos orgânicos idênticos aos encontrados nas frutas. Ex: para se acidular um refrigerante sabor laranja, usa-se o Ácido Cítrico, que é o ácido encontrado nas laranjas; Ácido Fosfórico – Segundo ácido mais utilizado na indústria e o único ácido inorgânico utilizado em alimentos. Sua maior aplicação é em refrigerantes do tipo “cola” Antioxidantes • substâncias (vitaminas, minerais, pigmentos naturais, enzimas) que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres; • previnem a deterioração dos alimentos por mecanismos oxidativos; • procuram manter os alimentos em boas condições de consumo por mais tempo; • principal aplicação em óleos e gorduras, impedindo ou retardando sua deterioração, evitando a formação de “ranço” por algum processo de oxidação; Ex.: sorvetes, leite em pó instantâneo, leite de côco, produtos de cacau, conservas de carne, cerveja, margarina, óleos e gorduras em geral, farinhas, polpa e suco de frutas, refrescos e refrigerante. São substâncias, de diferentes origens, que proporcionam, intensificam ou modificam a cor de alimentos ou outros produtos, como remédios e cosméticos. Corantes Aparência dos alimentos estimula ou deprime o apetite e a cor tem grande influência na aceitação de um produto alimentício. Corantes orgânicos naturais • Provenientes de plantas, não toleram altas temperaturas sem perder a tonalidade. • Acentuada característica de inocuidade – sem grandes restrições regulamentares. Classificação Corantes Orgânico Natural Açafrão Cacau Caramelo Clorofila Urucum Vermelho de beterraba São obtidos por síntese orgânica mediante o emprego de processo tecnológico adequado. Razões da preferência industrial para a utilização de corantes artificiais Corantes naturais Corantes artificias 1. Menor disponibilidade de obtenção 2. Cores mais desbotadas 3. Menor poder tintorial 1. Maior disponibilidade de obtenção 2. Cores mais vivas 3. Maior poder tintorial Corantes artificias Aromatizantes e Flavorizantes - Não podem ser apreciados separadamente – Aromatizantes: atuam sobre o olfato – Saborizantes: atuam sobre o paladar - São utilizadas para conferir, acentuar e/ou modificar o sabor e aroma dos alimentos. - obtidos por métodos físicos, microbiológicos ou enzimáticos, a partir de matérias-primas aromatizantes naturais. - Óleos essenciais, sucos de vegetais, aromas de frutas baunilhacravo da índiamostarda canela Conservantes • OMS – 20% da produção mundial de alimentos se perde por contaminação. • Estes aditivos retardam os processos de deterioração dos alimentos, protegendo-os contra ação de micro- organismos. • Beneficia os supermercados e indústrias de alimentos, bem como os consumidores, porque o alimento dura mais nas prateleiras e nos lares, ficam disponíveis fora de suas safras. Conservantes – Propionatos – principalmente de sódio – utilizado em massas, aumenta a resistência a crescimento de fungos. – Benzoatos – Derivados do ácido benzoico (presente no cravo e canela). São eficientes contra bolores e são aplicados em produtos ácidos (conservas, molhos, sucos, refrigerantes). – Ácido sórbico e sorbatos – Utilizados desde os anos 50 , também são eficientes contra fungos e bolores, mas possuem baixa resistência a temperatura. – Nitratos e nitritos – não são considerados 100% seguros para consumo. São utilizados em produtos cárneos e acentuam o tom vermelho da carne. – Dióxido de enxofre e derivados (sais de sulfito e bissulfito) – Evitam o escurecimento enzimático e inibem crescimento de bactérias. Usado em vinhos. Edulcorantes Adoçantes de origem sintética e não nutritiva. Ex: sacarina, aspartame, ciclamato, sucralose, xilitol, sorbitol, maltodextrina. Características: - substâncias que produzem o sabor doce ou melhoram sua percepção; - origem vegetal ou artificial; - poder edulcorante maior em relação aos açúcares naturais; Ressaltantes de Sabor gentes Flavorizantes: Reforçar o sabor os alimentos e dos ingredientes presentes no mesmo. Exemplos: - Glutamato Monossódico; - Lactonas; - Malte; - Proteínas vegetais hidrolisadas. Glutamato Monossódico - Pó branco cristalino, similar em aparência ao sal ou açúcar. - Estudos revelam que pode estimular os receptores de glutamato na língua, o que aumenta a percepção de sabores parecidos com a da carne. - Há dúvidas a respeito das consequências do glutamato quando adicionado aos alimentos, podendo contribuir para o aparecimento de doenças neurológicas (FDA, 1995). Espessantes e estabilizantes Espessantes: aumentam a viscosidade de soluções, emulsões e suspensões. Principais aplicações – Melhorar a textura e consistência de produtos como sorvetes, pudins, molhos, produtos “lights e diets” em substituição de açúcar e gordura (que também atuam aumentando a viscosidade) Estabilizantes (emulsionantes): favorecem e mantêm as características das emulsões e suspensões. São também utilizados para retardar a retrogradação do amido. São usados em massas, chocolates, margarinas, maioneses, molhos, produtos cárneos Alimentação adequada e saudável é essencial - potencial de desenvolvimento - saúde. Mudanças no padrão alimentar (globalização) – diminuição da subnutrição e aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), obesidade, diabetes, hipertensão, Alimentos industrializados e também artesanais necessitam seguir uma série de conformidades legais para serem comercializados Importante = Rotulagem nutricional - listagem padronizada dos principais nutrientes presentes no alimento informa o consumidor sobre as propriedades que o alimento contém e deve atender especificações quantitativas dos nutrientes e também informações adicionais. Le gi sl aç õ e s b ro m at o ló gi ca s b ra si le ir as Tendo em vista a importância dos rótulos nutricionais foi criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde (MS) - 1999 Obrigatoriedade do uso de rotulagem nutricional em produtos alimentícios industrializados no Brasil Resoluções da Anvisa: regras que normatizam as rotulagens nutricionais e gerais no país. Principais legislações: Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 259/2002 e a RDC nº. 360/2003 Base para a elaboração das determinações das legislações: Codex Alimentarius, órgão internacional de normas de segurança e rotulagem de alimentos. • RDC nº. 259, de 20 de setembro de 2002 Regulamento técnico para rotulagem de alimentos embalados: “O presente Regulamento Técnico se aplica à rotulagem de todo alimento que seja comercializado, qualquer que sejasua origem, embalado na ausência do cliente, e pronto para oferta ao consumidor.” É vedado aos alimentos embalados conter nos rótulos descrições ou qualquer tipo de informação que possa induzir o consumidor ao equívoco ou erro rotulagem deverá ser feita exclusivamente nos estabelecimentos processadores • Denominação de venda do alimento. • Lista de ingredientes e aditivos químicos. • Indicação da origem. • Apresentação do conteúdo líquido ou conteúdo drenado (se for o caso). • Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de produtos importados. • Identificação do lote. • Endereço completo do fabricante e do produtor. • CNPJ, ou CPF para alimentos com dispensa de registro. • Instruções sobre preparo e uso do alimento, excetuando os alimentos já prontos para consumo. • Tradução de informações em língua estrangeira para a língua nacional. • Prazo de validade. • Advertências, quando for o caso ROTULAGEM DOS ALIMENTOS EMBALADOS ROTULAGEM DOS ALIMENTOS EMBALADOS • RDC nº. 360, de 23 de dezembro de 2003 Regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados: “O presente Regulamento Técnico se aplica à rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados, qualquer que seja sua origem, embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos consumidores.” Descreve que a quantificação dos nutrientes é disposta de forma proporcional à quantidade de porção especificada no rótulo e apresenta a porcentagem do valor diário (%VD) para cada nutriente. Bebidas alcoólicas. Aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia. Especiarias. Águas minerais naturais e as demais águas de consumo humano. Vinagres. Sal. Café. Erva-mate. Outros chás de ervas sem adição de outros ingredientes. Alimentos preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais, prontos para o consumo. Produtos fracionados nos pontos de venda a varejo, comercializados como pré-medidos. Frutas, vegetais e as carnes in natura, refrigerados e congelados. Alimentos com embalagens cuja superfície visível para rotulagem seja menor ou igual a 100 cm2 Não é aplicável: A resolução obriga os produtores de alimentos a declarar as seguintes informações nutricionais: Valor energético em quilocalorias (kcal) ou em quilojoules (kj). Carboidratos (g). Proteínas (g). Gorduras totais (g). Gorduras saturadas (g). Gorduras trans (g). Fibra alimentar (g). Sódio (mg) A legislação admite uma tolerância de +/- 20% de variação em relação aos valores dos nutrientes declarados no rótulo São nutrientes de declaração obrigatória: • Aqueles exigidos por regulamentos técnicos específicos. • Aquele sobre o qual se faça claim nutricional/declaração de propriedades nutricionais O que são claims? São informações complementares nas embalagens que agregam valor ao produto, trazendo em destaque seu benefício. Devem ser comprovados em suas informações nutricionais ou de composição e usados como uma chamada extra na embalagem para atrair o consumidor. • São nutrientes de declaração optativa: vitaminas e minerais (≥ 5% da ingestão diária recomendada [IDR] por porção); outros nutrientes Qualquer declaração de propriedade nutricional deve vir acompanhada da apresentação de conteúdo do nutriente ao qual se refere o destaque nutricional. A informação nutricional é expressa como zero ou 0 ou não contém para valor energético e/ou nutrientes quando o alimento contiver quantidades inferiores ou iguais às estabelecidas como não significativas É importante que a mensuração dos nutrientes seja tratada com zelo, pois são estritamente ligados à alimentação saudável. Fibras alimentares promovem a regulação do trato gastrointestinal, o sódio regula a pressão osmótica do sangue, do plasma e dos fluidos intracelulares, as gorduras trans e saturadas acarretam problemas cardiovasculares, carboidratos são necessários para fornecer energia para as células, etc. • RDC nº. 359, de 23 de dezembro de 2003 Aprova o Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional Definições: Porção: quantidade média do alimento que deveria ser consumida por pessoas sadias, maiores de 36 meses de idade em cada ocasião de consumo, com a finalidade de promover uma alimentação saudável. Medida caseira: utensílio comumente utilizado pelo consumidor para medir alimentos. Unidade: cada um dos produtos alimentícios iguais ou similares contidos em uma mesma embalagem. Fração: parte de um todo Aplicação dos rótulos Na elaboração dos rótulos, existem três maneiras físicas para a disposição dos rótulos nutricionais: Modelo vertical. Modelo horizontal. Modelo linear Regras para o desenvolvimento dos rótulos nutricionais: informação nutricional expressa por porção e em %VD; informação nutricional pode ser expressa por 100 g ou 100 ml; para o cálculo de porcentagem do VD do valor energético e de cada nutriente do alimento serão utilizados os Valores Diários de Referência de Nutrientes (VDR) e a IDR; deve ser incluída a frase “seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas”; as quantidades mencionadas devem corresponder ao alimento; pode-se declarar, também, informações do alimento preparado, desde que se indiquem as instruções específicas de preparação, se for o caso Este Guia foi elaborado em 2009 a fim de adequar as terminologias e inconsistências decorrentes das constantes mudanças na área, de refletir a transferência de competências ocorridas ao longo do tempo e de harmonizar o entendimento dos atores envolvidos no processo, o guia foi atualizado em 2015 pela GEARE. GERÊNCIA DE AVALIAÇÃO DE RISCO E EFICÁCIA PARA ALEGAÇÕES I. INTRODUÇÃO A elaboração e a publicação da legislação brasileira que dispõe sobre o uso de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia de fabricação são atribuições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme estabelece a Lei n. 9782/99. Tendo em vista o caráter positivo dessa legislação (artigo 24 do Decreto Lei n. 986/69), um aditivo ou coadjuvante somente pode ser utilizado pela indústria alimentícia quando explicitamente previsto em legislação específica, com suas respectivas funções, limites máximos e categorias de alimentos permitidas. As substâncias que não constarem da legislação não podem ser utilizadas. .... Essa legislação também dispõe que o emprego do aditivo não deve resultar em exposição que exceda o valor da sua Ingestão Diária Aceitável (IDA). É proibido o uso de aditivos em alimentos quando: i) houver evidências ou suspeita de que o aditivo não é seguro para consumo humano; ii) servir para encobrir falhas no processamento e/ou manipulação do alimento; iii) encobrir alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produto já elaborado; iv) induzir o consumidor a erro, engano ou confusão; e v) interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento. Desta forma, a segurança de uso dos aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia é primordial, o que torna necessário o constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando proteger a saúde da população. II. OBJETIVOS Este Guia de Procedimentos tem como objetivos: Fornecer instruções claras e objetivas sobre como submeter à Anvisa pedidos de inclusão ou extensão de uso de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia na legislação brasileira, bem como informar os documentos exigidos. • Padronizar o processo de avaliação de pedidos de inclusão ou extensão de uso de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia de fabricação na legislação brasileira. Durante a avaliação do pedido, a Gerência Geral de Alimentos pode solicitar informações complementares ao interessado. Caso as informações não sejam apresentadas, o pedido pode ser indeferido. Os pedidos deferidos serão incluídos em proposta de Resolução e podem ser objeto de Consulta Pública (CP). O uso do aditivo e docoadjuvante só passa a ser autorizado a partir da publicação do ato normativo pela Anvisa 1.3. Método de análise da substância no alimento: identificar e descrever método de análise do aditivo alimentar ou coadjuvante de tecnologia no(s) alimento(s) solicitado(s). Seção 2: Uso proposto 2.1. Categoria e subcategoria do alimento em que a substância será utilizada: listar o alimento em que se pretende utilizar o aditivo e classificá-lo conforme o Sistema Brasileiro de Categorização, constante do Anexo I deste Guia. 2.2. Classe funcional: identificar a classe funcional em que o aditivo alimentar ou coadjuvante de tecnologia será utilizado no alimento (conforme Portaria SVS/MS n. 540/1997, listada no Anexo III). 2.3. Limite máximo de uso: identificar o limite máximo de uso (em g/100g ou g/100mL) do aditivo alimentar ou coadjuvante de tecnologia. 2.4. Justificativa tecnológica: identificar e descrever a justificativa tecnológica de uso, abrangendo: a) características do alimento ou do processo que justifiquem o uso da substância; b) descrição da forma de atuação e interação da substância com o alimento; e c) demonstração das vantagens em relação a outras substâncias já aprovadas da mesma classe funcional. 2.5. Fluxograma de produção do alimento: enviar fluxograma de produção do alimento que identifique a etapa de incorporação da substância. No caso de coadjuvante de tecnologia, identificar e descrever os métodos utilizados para sua eliminação ou inativação no alimento, quando aplicável. 3.1. Comprovação de que o uso do aditivo alimentar atende aos demais princípios de uso de aditivos alimentares: encaminhar justificativas e informações (referenciadas, quando aplicável) de que o uso do aditivo alimentar atende aos demais princípios de uso de aditivos alimentares constantes na Portaria SVS/MS n. 540/1997, de forma a comprovar que: a) o efeito tecnológico não pode ser alcançado por operações de fabricação mais adequadas ou por maiores precauções de ordem higiênica ou operacional; b) o uso do aditivo alimentar não serve para encobrir falhas no processamento e/ou nas técnicas de manipulação; c) o uso do aditivo alimentar não irá interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento; d) o uso do aditivo alimentar não serve para encobrir alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produto já elaborado; e e) o uso do aditivo não induz o consumidor a erro, engano ou confusão. Seção 5: Estudos e ensaios toxicológicos 5.1 Estudos e ensaios toxicológicos: para substâncias que não foram avaliadas por comitês científicos internacionalmente reconhecidos, apresentar dados de absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME) e ensaios toxicológicos conduzidos com a substância de interesse segundo os métodos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD- Guidelines for the Testing of Chemicals) e de acordo com as Boas Práticas Laboratoriais que forneçam as seguintes informações, conforme detalhado a seguir: a) Aspectos bioquímicos: - absorção, distribuição e excreção; - metabolismo e biotransformação; e - efeitos sobre enzimas e outros parâmetros biológicos, incluindo a flora intestinal (quando pertinente). b) Estudos toxicológicos: - toxicidade aguda; - toxicidade a curto prazo; - toxicidade crônica/carcinogênese; - genotoxicidade; - toxicidade reprodutiva; e - toxicidade no desenvolvimento de animais. c) Observação em humanos. Seção 6: Estimativa de ingestão provável decorrente do uso proposto 6.1. Ingestão Diária Máxima Teórica (IDMT): a) apresentar o cálculo da Ingestão Diária Máxima Teórica (IDMT), conforme modelo a seguir, utilizando dados mais recentes de consumo derivados de pesquisa de âmbito nacional (realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE) ou, quando não existente, dados de pesquisa de mercado (por exemplo, da Datamark).