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Trabalho de analises clinicas teoria 
 
Prof. : Eliane 
 
Identificação das variáveis que levam a erros nos processos de coleta de amostras 
biológicas em segurança do paciente. 
A realização de exames laboratoriais é essencial para a manutenção do equilíbrio corporal e 
para a detecção precoce de alterações clínicas. Para assegurar resultados fidedignos e 
evitar interpretações errôneas, todos os procedimentos vinculados ao diagnóstico clínico 
devem ser realizados com o máximo de rigor e o mínimo de interferência. A competência 
técnica dos profissionais e a padronização dos processos são fatores imprescindíveis para 
a minimização de riscos, tanto para as amostras quanto para os envolvidos. 
A qualidade dos exames depende de cuidados em todas as fases do processo laboratorial: 
desde a fase pré-analítica, que inclui o preparo do paciente, a coleta, o armazenamento, o 
transporte e a recepção das amostras, passando pela fase analítica propriamente dita, até a 
fase pós-analítica, que compreende a interpretação dos resultados e a orientação clínica ou 
epidemiológica. 
Estudos indicam que até 75% dos erros na medicina laboratorial ocorrem na fase 
pré-analítica. Esta fase é crucial, pois engloba todas as etapas iniciais que antecedem a 
análise propriamente dita, como a indicação do exame, a redação do pedido, o preparo do 
paciente, a coleta e o acondicionamento da amostra. Considerando que cerca de 70% das 
decisões médicas são baseadas nos resultados laboratoriais, garantir a qualidade em cada 
uma dessas etapas é fundamental para um diagnóstico acertado e um tratamento eficaz. 
Apesar dos avanços nas metodologias laboratoriais e na automação dos processos, os 
exames ainda estão sujeitos a falhas, principalmente nas etapas manuais da fase 
pré-analítica. Por isso, o comprometimento com a excelência em todas as fases do exame é 
essencial para assegurar a segurança do paciente e a eficiência do atendimento clínico. 
1. Coleta, preparação e identificação de amostras 
Para segurança do meio e de seus envolvidos, um comitê de normatização (ABNT - 
Associação Brasileira de Normas Técnicas) desenvolveu protocolos a fim de minimizar os 
riscos e danos iminentes num ambiente de análises clínicas. Os fatores que devem ser 
evidenciados referem-se a requisições de materiais, procedimentos de coleta, identificação 
da amostra (tipo de exame e data de coleta), paciente (nome completo, idade, sexo, 
endereço, telefones, número do registro, utilização medicamentosa, incidência de anomalias 
preexistentes) e médico solicitante (nome completo do médico, CRM, solicitações 
laboratoriais). Durante os procedimentos, ainda devem-se observar as condições físicas do 
paciente, mantendo-o em estado de relaxamento (acomodações propícias para coleta), 
evitando alterações no metabolismo dos indivíduos, assegurando os procedimentos 
corretos. 
 
Para as técnicas de coleta de material, é necessário compreender a fundamentação teórica 
do exame solicitado, para a destinação técnica dos procedimentos trabalhados. A técnica 
mais utilizada em um laboratório de análises clínicas é a coleta de sangue total, para 
evidência de plasma e elementos figurados, permitindo a coleta de amostra em conjunto 
com um anticoagulante. Já na obtenção e estudo do soro, a metodologia deve proceder em 
tubos de armazenamento da amostra sem anticoagulante, podendo conter, ou não, gel 
separador e ativador de coágulo, formando uma barreira no fundo do tubo. 
 
Materiais biológicos devem ser mantidos verticalmente à temperatura ambiente (evitando 
hemólise = rompimento da membrana celular das hemácias), porém, dependendo do tempo 
de armazenamento para análise, cada tipo de amostragem segue uma padronização de 
acondicionamento, permitindo a máxima disponibilidade do material biológico em seus 
devidos fins. 
 
1.2 Amostras inadequadas 
 
As amostras biológicas que apresentem hemólise, lipemia (flutuabilidade nos níveis de 
gordura no sangue) e hiperbilirrubinemia (concentração elevada irregular dos níveis de 
bilirrubina no sangue) deverão ser descartadas, pois serão ineficientes nos processos e 
resultados. Amostras mal conservadas, transportadas inadequadamente e recipientes sem 
identificação retratam a não conformidade com as normas e legislação, sendo consideradas 
irregulares. Devem então ser descartadas seguindo os protocolos vigentes nas Normas 
Brasileiras de Biossegurança. 
 
Durante os procedimentos de coleta do material sanguíneo, o procedimento de jejum (não 
ingestão de alimentos) só é necessário para análises de glicemia, colesterol, triglicerídeos, 
pois estes apresentam alterações com o processo de assimilação de nutrientes. Porém, o 
procedimento de jejum não representa a não ingestão de água, mas sim sua redução. É 
importante informar antes da coleta a ministração medicamentosa, uma vez que antibióticos 
e anti-inflamatórios podem interferir em análises de coagulograma; o ácido acetilsalicílico 
pode causar flutuabilidade nos índices de coagulograma e dosagens do hormônio T4 
(produzido pela tireoide); dipirona e vitamina C provoca interferência na leitura de creatinina; 
e vitamina E inviabiliza as análises de agregação plaquetária. 
 
Drogas também ocasionam interferência nos exames clínicos, dependendo da dosagem e 
do tempo de ministração. Entre as drogas lícitas mais comuns estão o cigarro, que pode 
gerar interferência no exame de glicemia e agregação plaquetária, e o álcool, que pode 
gerar variação nos índices de triglicerídeos e colesterol. 
 
2. Principais erros na fase pré-analítica 
Os erros pré-analíticos correspondem a até 75% dos erros na medicina laboratorial. A fase 
pré-analítica engloba todas as etapas iniciais que antecedem a análise laboratorial. Isto é, inclui 
a indicação do exame, a redação do pedido, o preparo do paciente, os procedimentos de 
coleta, o acondicionamento, o transporte e o preparo da amostra biológica. 
No momento em que se solicita um teste laboratorial para avaliação do paciente, o médico 
espera que todos os eventos relacionados à realização dos testes ocorram de maneira correta, 
ou seja, sem erros. Até 70% da tomada de decisão médica é baseada nos exames 
laboratoriais, influenciando um diagnóstico correto e o tratamento adequado ao paciente. Por 
isso, a qualidade na entrega do resultado é fundamental. 
Assim os avanços nas metodologias e técnicas, bem como os processos de automação dos 
laboratórios estão diminuindo drasticamente os erros relacionados às metodologias. Apesar 
disso, o exame ainda é suscetível a várias falhas, principalmente quando falamos nos 
processos manuais, realizados na fase pré-analítica. 
Impactos dos erros pré-analíticos 
Os erros na entrega do resultado têm um impacto significativo na segurança do paciente, na 
carga de trabalho da equipe e nos custos para o laboratório. Existem fases do processo 
pré-analítico que não estão sob a gestão do laboratório, mas os prestadores de serviços devem 
reconhecer a importância de uma boa coleta e processamento das amostras, além do efeito 
que isso tem nos testes de laboratório e nos resultados dos pacientes. 
No entanto, o resultado analítico depende do sucesso de todos os processos que envolvem a 
realização do exame, desde a identificação do paciente até a análise adequada e a liberação 
do resultado. 
Dessa forma, estabelecer processos rigorosos de controle, além do treinamento e orientação da 
equipe são essenciais para alcançar resultados precisos. Confira com a Kasvi quais são os 
principais erros na fase pré-analítica e o que é possível fazer para minimizá-los. 
Fases da análise laboratorial 
Existem três fases para a realização dos exames laboratoriais: pré-analítica, analítica e 
pós-analítica. 
Pré-analítica 
A fase pré-analítica envolve todos os fatores que devem ser levados em conta antes da 
realização do exame propriamente dito e que exercem influência direta na interpretação dos 
resultados. Prescrição do exame, preparação e orientaçãoao paciente, coleta da amostra, 
identificação, triagem, transporte e armazenamento. 
Analítica 
Essa fase dá continuidade aos processos iniciados na fase pré-analítica, compreende o teste 
da amostra propriamente dito. Utilizam-se diferentes metodologias que realizam a determinação 
analítica e geram um resultado. Na etapa analítica são evidenciadas as principais 
consequências dos avanços tecnológicos, envolvendo automação, e o desenvolvimento de 
novas metodologias. 
Pós-analítica 
A fase pós-analítica abrange os procedimentos realizados após a realização do exame. Incluem 
cálculo de resultados, análise de consistência dos resultados, liberação dos laudos, 
armazenamento de material ou amostra do paciente, transmissão e arquivamento de 
resultados. 
Erros da fase pré-analítica 
Cada etapa possui fontes de erros que podem afetar a qualidade e confiabilidade dos 
resultados. No entanto, a fase pré-analítica ainda concentra o maior número de erros 
identificados. 
Existem diversos fatores que influenciam a qualidade dos resultados. As principais fontes de 
variação pré-analítica podem ser divididas em variáveis fisiológicas (idade, sexo, raça, jejum, 
postura, exercício físico etc.), variáveis de coleta e manipulação da amostra e variáveis 
endógenas. 
 
 Pré-analítica Analítica Pós-analítica 
• Pedido ou interpretação 
inadequada da requisição 
médica 
• Orientação inadequada 
ao paciente 
• Tempo de jejum 
• Coleta inadequada 
• Estase venosa 
prolongada 
• Utilização de tubo de 
coleta inadequado 
• Incorreta proporção entre 
sangue e anticoagulante 
• Volume insuficiente de 
amostra 
• Identificação incorreta do 
paciente 
• Recipiente impróprio 
• Transporte e 
armazenamento 
inadequados 
• Centrifugação 
inadequada 
• Falha no equipamento 
• Perda da amostra 
• Troca da amostra 
• Contaminação entre 
amostras 
• Sistema analítico não 
validado previamente à 
análise 
• Falhas não detectadas no 
controle interno de qualidade: 
erro sistemático e erro 
randômico 
• Perda do resultado 
• Interpretação equivocada 
do resultado e ação 
subsequente 
• Erro na transcrição dos 
resultados 
• Tempo de liberação dos 
resultados acima do 
especificado 
• Problemas com o sistema 
de informação laboratorial 
• Valores de referência e 
limites de decisão 
inapropriados 
Fonte: SILVA, Paulo da, ALVES, Hemerson Bertassoni, COMAR, Samuel Ricardo, 
HENNEBERG, Railson, MER. Hematologia Laboratorial. ArtMed, 2015. 
 
Solicitação do exame e orientação ao paciente 
Desde a solicitação do exame pelo médico podem ocorrer erros: letra ilegível, nome do 
paciente incompleto, falta da idade, do sexo, da cor, da profissão (as vezes é muito importante), 
dados clínicos, uso de medicamentos etc. 
A preparação e orientação do paciente também é importante. Muitos analitos medidos 
requerem um estado de jejum e são medidos com base em alguns valores de referência, por 
isso o paciente deve ser questionado quanto às suas atividades, alimentação e inclusive o uso 
de medicamentos. A não realização de dieta prévia, por exemplo, pode causar lipemia, 
interferindo no resultado de diversos parâmetros do hemograma. 
Medicamentos e analitos 
Vários medicamentos como anti-inflamatórios, anticoagulantes orais, antirretrovirais, entre 
outros, interferem nos exames hematológicos. Por isso, o paciente deve ser questionado 
https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-interferentes-sangue/
https://kasvi.com.br/hemograma/
quanto ao uso de medicamentos eventuais ou crônicos e a forma de administração. O 
laboratório deve estabelecer um protocolo de questionamentos a ser respondido pelo paciente. 
Identificação do paciente 
Erros na identificação do paciente podem ocorrer quando procedimentos adequados não são 
seguidos, os tubos de coleta de amostra não são rotulados ou são identificados incorretamente. 
Os tubos devem conter, no mínimo, o nome completo do paciente, a data e hora da coleta. 
Procedimento de coleta da amostra 
A técnica adequada de punção venosa deve selecionar o local correto e não deixar o torniquete 
por mais de um minuto, pois pode causar hemoconcentração e hemólise. 
Todo processo analítico requer um volume fixo de soro/plasma para análise. A coleta de um 
pequeno volume de sangue pode causar a rejeição da amostra, sendo esta uma das causas 
mais frequentes. A coleta de pequeno volume de sangue em tubo com EDTA, por exemplo, 
pela sobra de anticoagulante pode desidratar os eritrócitos (crenados) causando diminuição do 
hematócrito e do volume corpuscular médio (VCM). 
Até mesmo a posição (sentado x deitado) pode afetar os resultados do teste de laboratório de 
alguns constituintes químicos (colesterol, aldosterona). 
Ordem dos tubos de coleta 
No momento da coleta, durante a troca de tubos, existe a possibilidade de contaminação de um 
tubo para outro com aditivos e até mesmo de microrganismos. Seguir a ordem correta garantirá 
que não haja contaminação cruzada de aditivos nos tubos de coleta de sangue. 
Eles também devem ser preenchidos até que o vácuo esteja esgotado. Isso garante que o 
volume correto de sangue para a proporção de aditivo seja preciso. 
Após a coleta, os tubos de coleta de sangue devem ser homogeneizados adequadamente. A 
homogeneização deficiente produzirá amostras com coágulos, já a agitação vigorosa pode 
causar hemólise. 
 
Sistema de tubos de coleta e interferentes na análise de sangue 
 
https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-vacuo-analise-sangue-cores-beneficios/
https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-interferentes-sangue/
https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-interferentes-sangue/
Material do tubo de coleta 
A técnica de coleta de sangue pode ser realizada através do sistema a vácuo ou com seringa e 
agulha. 
Os tubos de coleta a vácuo, além de proporcionar maior segurança para o profissional e menor 
risco de contaminação, oferecem a garantia de aspiração de um volume adequado da amostra. 
A quantidade de sangue é proporcional à quantidade de aditivo presente no tubo de coleta. 
Consequentemente, há uma redução de causas de erro, como hemodiluição, volumes 
insuficientes, hemólise e formação de microcoágulos. 
Transporte e armazenamento 
A qualidade da amostra pode ser comprometida pela exposição a extremos de temperatura, 
pressão e forças físicas durante o transporte. Alguns espécimes devem ser transportados 
imediatamente após a coleta, por exemplo, gasometria arterial. As amostras para soro ou 
plasma devem ser centrifugadas e separadas dentro de 2 horas. 
Além disso, o transporte deve ser feito a uma temperatura apropriada, dependendo do teste 
requerido, sempre no menor tempo possível. Na hematologia, é fundamental respeitar 
principalmente as temperaturas de transporte a fim de não alterar os fatores de coagulação e 
não degenerar as células sanguíneas. 
Caso não seja armazenada adequadamente pode ainda sofrer quebras acidentais, saída da 
tampa (perda do material) e contaminação de outros tubos, hemólise por trepidação e agitação 
forte etc. 
Centrifugação 
A maioria das análises laboratoriais em amostras de sangue, urina ou líquidos cavitários requer 
uma centrifugação prévia para separar o soro ou o plasma das células sanguíneas. O 
cumprimento de requisitos na fase de centrifugação minimiza problemas que possam afetar as 
amostras biológicas, como a centrifugação incompleta, afetando dosagens hormonais, erros 
propiciando aumento de índices de hemólise ou perdas de amostras, gerando recoleta. 
Para amostras de soro, deve-se verificar a completa coagulação do sangue antes da 
centrifugação. A coagulação é processada em um tempo médio de 30 a 60 minutos à 
temperatura ambiente (22 a 25º C). 
 
Hematologia laboratorial / Elizângela Marty, Roseli Mari Marty. - São Paulo : Érica, 2015. 
120 p 
 
XAVIER, Ricardo M., DORA, José Miguel, BARROS, Elvino. Laboratório na Prática 
Clínica, 3rd edição. ArtMed, 2016. 
SILVA, Paulo da, ALVES, Hemerson Bertassoni, COMAR, Samuel Ricardo, HENNEBERG,Railson, MER. Hematologia Laboratorial. ArtMed, 2015. 
 
 
 
 
 
 
	2.​Principais erros na fase pré-analítica 
	Impactos dos erros pré-analíticos 
	Fases da análise laboratorial 
	Pré-analítica 
	Analítica 
	Pós-analítica 
	Erros da fase pré-analítica 
	Solicitação do exame e orientação ao paciente 
	Medicamentos e analitos 
	Identificação do paciente 
	Procedimento de coleta da amostra 
	Ordem dos tubos de coleta 
	Material do tubo de coleta 
	Transporte e armazenamento 
	Centrifugação

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