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MECÂNICA DOS SOLOS PERÍODO ACADÊMICO 2016/1 AULA 02 – 22/02/2016 SEMANA 02 CARGA HORÁRIA (1,5 SALA + 1,5 CASA) PROFESSORA: LARISSA CAMPOREZ ARAÚJO PLANO DA DISCIPLINA II – TENSÕES NO SOLO II.1. Conceito de tensões no meio particulado II.2. Tensões devidas ao peso próprio II.3. Tensões devidas ao peso próprio Conceito de tensões efetivas II.4. Exemplos de cálculo Conceito de tensões em um meio particulado Os solos são constituídos por partículas. As forças aplicadas a uma massa de solo são transmitidas de partícula a partícula. Quando os vazios do solo estão preenchidos por água parte das forças aplicadas a uma massa de solo são suportadas pela água. A transmissão de forças entre as partículas depende do tipo de mineral que forma o solo: Solos constituídos por partículas maiores, em que as 3 dimensões ortogonais são aproximadamente iguais, como são os siltes e areias, a transmissão de forças se faz através do contato direto de mineral a mineral. Solos constituídos por partículas do mineral argila, sendo elas em número muito grandes, as forças em cada contato são muito pequenas e a transmissão pode ocorrer através da água quimicamente adsorvida. Nos dois casos, entretanto, a transmissão se faz nos contatos e, portanto, em áreas muito reduzidas em relação a área total envolvida. Conceito de tensões em um meio particulado Na figura temos um plano hachurado com forças normais (N) e tangenciais (T) sendo transmitidas pelos diversos grãos do solo. As somatórias das forças Normais e Tangenciais dividia pela área são referidas como Tensões Normais e Cisalhante respectivamente. Esta consideração pode ser também assumida para qualquer outro plano como o plano P e também para a superfície Q. Conceito de tensões em um meio particulado 𝜎𝑛 = 𝑁 Á𝑅𝐸𝐴 𝜏 = 𝑇 Á𝑅𝐸𝐴 As tensões normais e cisalhante no plano (raramente chegam a 1 MPa) são bem menores do que as tensões que ocorrem nos contatos reais entre as partículas (chegam a 700 MPa). Isso porque as áreas de contato entre as partículas são menores que 1% da área total do plano. O conceito de tensão na mecânica dos solos é apresentado para um meio contínuo e por isso as tensões entre partículas são desprezadas. Isso também ocorre por exemplo nas estruturas de concreto porém ela e uma massa rígida e no solo temos uma massa solta. Conceito de tensões em um meio particulado TENSÕES NA MASSA DE SOLO 1. Tensões devido ao peso próprio; 2. Tensões devido a propagação de cargas externas aplicadas ao terreno. Tensões devidas ao peso próprio do solo Na análise do comportamento dos solos, as tensões devidas ao peso próprio têm valores consideráveis, e não podem ser desconsideradas. Quando a superfície do solo é horizontal aceita-se intuitivamente, que a tensão atuante num plano horizontal a uma certa profundidade seja normal ao plano sem existir tensão de cisalhamento. Tensões devidas ao peso próprio do solo 𝜎𝑣 = 𝑃𝐸𝑆𝑂 Á𝑅𝐸𝐴 = 𝛾 ∙ 𝑏2 ∙ 𝑧 𝑏2 = 𝛾 ∙ 𝑧 Tensão vertical no solo em um suposto plano horizontal é igual ao peso específico da massa de solo multiplicado pelo valor da profundidade onde está localizado este plano. 𝜎𝑉 = 𝛾 ∙ 𝑍 Tensões devidas ao peso próprio do solo Para o caso de um perfil de solo com camadas horizontais de massas de solos com peso específico diferentes a tensão vertical resulta da somatória do efeito das diversas camadas. Tensões devidas ao peso próprio do solo 𝜎𝑣 = 𝛾1 ∙ 𝑧1 + 𝛾2 ∙ 𝑧2 [Exemplo 01] - Calcule as tensões verticais a 3 e 5 metros de profundidade. EXEMPLO DE CÁLCULO 𝜎𝑣 = 𝛾1 ∙ 𝑧1 + 𝛾2 ∙ 𝑧2 𝜎𝑣 𝑧=−3 = 16 ∙ 3 = 48 𝑘𝑁/𝑚 2 𝜎𝑣 𝑧=−5 = 16 ∙ 3 + 21 ∙ 2 = 90 𝑘𝑁/𝑚 2 3,0m 2,0m 3,0m 2,0m [Exemplo 01] - Calcule as tensões verticais a 3 e 5 metros de profundidade. EXEMPLO DE CÁLCULO Revisão de peso específico do solo. 𝛾 = 𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑉𝑂𝐿𝑈𝑀𝐸 Revisão de peso específico do solo. Revisão de peso específico do solo. Revisão de peso específico do solo. Revisão de peso específico do solo. Revisão de peso específico do solo. Revisão de peso específico do solo. Revisão de peso específico do solo. Pressão Neutra e conceito de Tensões Efetivas Na figura vemos a camada 2 abaixo do nível d’água e, por tanto, saturada. No solo saturado (abaixo do nível d’água) a água no interior dos vazios estará sob uma pressão que independe da porosidade do solo; depende só de sua profundidade em relação ao nível freático. 𝑢 = 𝛾𝑊 ∙ 𝑍𝑊 Pressão Neutra e conceito de Tensões Efetivas Pressão Neutra e conceito de Tensões Efetivas Todos os efeitos mensuráveis resultantes de variações de tensões nos solos, como compressão, distorção e resistência ao cisalhamento são devidos a variações de tensões efetivas. Nos solos, as deformações correspondem a variações de forma ou de volume do conjunto, resultantes do deslocamento relativo de partículas. Deformações no solo versus tensão efetiva: A compressão das partículas, individualmente, é totalmente desprezível perante as deformações decorrentes dos deslocamentos das partículas, umas em relação às outras. A tensão efetiva corresponde a parcela das tensões referente às forças transmitidas pelas partículas. Deformações no solo versus tensão efetiva: Ensaio pra mostrar conceito de tensão efetiva versus deformação do solo: Coloca-se uma esponja cúbica em um recipiente com água; Coloca-se sobre a esponja um peso; Retira-se o peso e acrescenta-se água ao recipiente. A B C Deformações no solo versus tensão efetiva: O Aumento da quantidade de água no recipiente (C) gera um aumento de pressão no mesmo valor do peso aplicado a esponja (B). O acréscimo de pressão pela adição de água ao recipiente não deforma a esponja. Dizemos que houve um aumento de pressão neutra. A B C Deformações no solo versus tensão efetiva: Se um carregamento é feito na superfície de um terreno, as tensões efetivas se aumentam e o solo se comprime. Se o nível da água em uma lagoa se eleva, o aumento de tensão total provocado pela elevação é igual ao aumento de pressão neutra nos vazios e o solo não se comprime. Por esta razão um solo submerso a mil metros de profundidade pode se encontrar tão fofo quanto a um solo submerso a um metro de profundidade. Deformações no solo versus tensão efetiva: [Exemplo 02] – Calcule para as cotas -1 (N.A.), -3, -7, -10 as tensões totais, as pressões neutras e as tensões efetivas. EXEMPLO DE CÁLCULO 𝜎 −3 = 19 ∙ 3 = 57 𝜎 −7 = 19 ∙ 3 + 16 ∙ 4 = 121 𝜎 −10 = 19 ∙ 3 + 16 ∙ 4 + 21 ∙ 3 = 184 𝜎 −1 = 19 ∙ 1 = 19 TENSÕES TOTAIS [Exemplo 02] – Calcule para as cotas -1 (N.A.), -3, -7, -10 as tensões totais, as pressões neutras e as tensões efetivas. EXEMPLO DE CÁLCULO PRESSÃO DA ÁGUA 𝑢 −1 = 10 ∙ 1− 1 = 0 𝑢 −3 = 10 ∙ 3− 1 = 20 𝑢 −10 = 10 ∙ 10− 1 = 90 𝑢 −7 = 10 ∙ 7− 1 = 60 [Exemplo 02] – Calcule para as cotas -1 (N.A.), -3, -7, -10 as tensões totais, as pressões neutras e as tensões efetivas. EXEMPLO DE CÁLCULO TENSÕES EFETIVAS [Exemplo 02] – Calcule para as cotas -1 (N.A.), -3, -7, -10 as tensões totais, as pressões neutras e as tensões efetivas. EXEMPLO DE CÁLCULO 𝜎′ −1 = 1 ∙ 19 = 19 𝜎′ −3 = 1 ∙ 19 + 2 ∙ 19 − 10 = 37 𝜎′ −7 = 1 ∙ 19 + 2 ∙ 9 + 4 ∙ 16 − 10 = 61 𝜎′ −10 = 1 ∙ 19 + 2 ∙ 9 + 4 ∙ 6 + 3 ∙ 11 = 94 [Exemplo 02] – Calcule para as cotas -1 (N.A.), -3, -7, -10 as tensões totais,as pressões neutras e as tensões efetivas. EXEMPLO DE CÁLCULO Podemos concluir analisando o exemplo 02: A tensão total do solo não aumenta para o solo abaixo do nível d’água (solo saturado); O solo abaixo do nível d’água tem uma parcela de pressão de água; A parcela de tensão efetiva do solo diminui devido o aumento de pressão de água; No solo seco a tensão efetiva é igual a tensão total, em quanto que, no solo saturado a tensão efetiva é igual a tensão total menos a pressão de água. EXEMPLO DE CÁLCULO SOUSA PINTO, C. Curso Básico de Mecânica dos Solos – 3ª edição. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2006. CAPÍTULO 05 DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica – tradução da 7ª edição norte-americana. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2011. CAPUTO H.P. Mecânica dos Solos e suas aplicações – Fundamentos – Volume 1 – 6ª edição. Rio de Janeiro: editora LTC, 1988. BIBLIOGRAFIA: LIVRO: SOUSA PINTO, C. Curso Básico de Mecânica dos Solos – 3ª edição. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2006. CAPÍTULO 05 Exercícios: 5.1 até 5.6 EXERCÍCIOS:
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