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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DE CURITIBA (PR) 
Distribuição de Urgência
				JOANA DAS QUANTAS, solteira, de prendas do lar, residente e domiciliada na Rua Y, nº. 0000, em Curitiba (PR) – CEP 11222-44, inscrita no CPF(MF) sob o nº. 333.222.111-44, , por si, e representando (CPC, art. 8º) KAROLINE DAS QUANTAS, menor impúbere, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo assina – instrumento procuratório acostado --, para com supedâneo no art. 1.562 do Código Civil c/c art. 855 e segs. e art. 888, inc. VI, estes da Legislação Adjetiva Civil, ajuizar a presente 
AÇÃO CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS
COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR DE
“ARROLAMENTO”, “ALIMENTOS PROVISÓRIOS” e “GUARDA DE MENOR”
contra JOÃO DOS SANTOS, casado, bancário, residente e domiciliado na Rua Y, nº. 0000, em Curitiba(PR) – CEP 11222-44, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 444.333.222-11, pelas seguintes razões de fato e de direito.
1 – EXPOSIÇÃO SUMÁRIA DOS FATOS
(CPC, art. 801, inc. IV) 
“Na medida cautelar o juiz não entra no mérito do pedido principal, apenas julga sobre meros fatos para a concessão da medida. Assim, a prova que a parte deve fazer é sobre os fatos alegados no seu pedido cautelar e não sobre a ação principal, salvo se entrelaçados que não possam ser separados.” (VILAR, Willard de Castro. Medidas Cautelares, 1972, p. 114, apud Humberto Theodoro Júnior. Curso de Direito Processual Civil. 45ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010. Pág. 528)
				1.1. DA PROVA DA CONVIVÊNCIA MARITAL
				A Autora conviveu maritalmente com o Réu no período compreendido de xx/yy/zzzz a yy/zz/xxxx, sob o ângulo jurídico de união estável, período este que colaborou firmemente na formação do patrimônio do casal. 
	Da união nasceu a menor Karoline das Quantas, atualmente com 8 anos de idade, registrada em nome do casal.(docs. 01)
	Especifique, de outro norte, a Promovente e o Réu desde os idos de xx/yy/zzzz, quando iniciaram o relacionamento, sempre mantiveram um convívio de união estável, como se casados fossem, com afetividade mútua, demonstrando estabilidade no relacionamento e com propósito de uma vida em comum efetivamente compromissados, nos moldes justos do que registra a Legislação Substantiva Civil.(CC, art. 1.723, caput). 
	Assim, como casos fosse, freqüentaram, durante anos, a ambientes públicos, com passeios juntos e, maiormente, assim mostrando-se ao círculo de amizades e profissional, o que se destacada pelas fotos anexas(docs. 02/18), acrescidas dos respectivos negativos.(CPC, art. 385, § 1º)
	Não bastasse isto, verifica-se que os mesmos são únicos sócios da empresa Xispa Fictícia Ltda, o que se observa pelo contrato social pertinente.(doc. 19). Embora ela tão-somente figure como sócio, sem nada representar efetivamente. Nesta empresa, todos os empregados tem conhecimento da união entre ambos, sendo a Autora reconhecida por aqueles como “esposa” do Réu, como se efetivamente casados fossem.
	O plano de saúde da Autora e de sua filha sempre foram custeados pelo Réu, inclusive lançando-os em sua declaração de imposto de renda. 
	Ademais, em todas as festas de aniversário da filha do casal o Réu apresentou-se a todos na qualidade de “marido” da Autora, o que se observa pelo álbum de fotos(apenas para exemplificar) do aniversário da menor quando completara 5 anos de idade, onde o mesmo, por inúmeras vezes, aparece junto com mãe e filha, aqui Promoventes. (docs. 20/32) 
	Outrossim, todas as correspondências destinadas à Autora sempre foram direcionadas ao endereço de convivência mútua do casal, consoante prova anexa.(docs. 33/37)
	
	Mais acentuadamente neste último ano, o Réu passou a ingerir bebidas alcoólicas com frequência (embriaguez habitual) e, por conta disto, os conflitos entre o casal tornou-se contumaz. Preocupou mais a Autora, porquanto todas estas constantes e desmotivadas agressões foram, em regra, presenciada pela filha menor e, mais, por toda vizinhança. 
	As agressões, de início eram verbais, com xingamentos e palavras de baixo calão direcionados à Autora. Nos últimos meses, entrementes, usualmente este, por vezes embriagado, passou a agredir fisicamente a Autora, desferindo contra o rosto da, no dia xx/yy/zzzz, um soco que lhe deixou seqüelas, a qual tivera de fazer um boletim de ocorrência pela agressão sofrida.(doc. 38). 
	Não bastasse isto, não intimado com a possível sanção penal pelo gesto grosseiro, o mesmo mais acentuadamente tornou a ameaçá-la, não restando outro caminho à mesma senão obter novo Boletim de Ocorrência, o qual, em síntese, descreve o ocorrido no dia zz/xx/yyyy.(doc. 39). 
	Temendo por sua integridade física e, mais, caracterizada a inviabilidade da vida em comum, assim como a ruptura pelo Promovido dos deveres de lealdade, respeito e assistência, a Autora tivera que sair da residência em xx/yy/zzzz, pondo fim ao relacionamento, não restando a esta um outro caminho senão adotar esta providência processual. 
1.2. DO DIREITO AOS BENS EM COMUM
( CPC, art. 857, inc. I )
		
“	É de se notar que o demandante não precisará demonstrar, em sede cautelar, que é titular dos direitos aos bens, mas – tão somente – que tal direito provavelmente existe (fumus boni iuris). Há que se tomar cuidado, portanto, com a redação do art. 857, I, do CPC, uma vez que o demandante não precisa demonstrar, repita-se, a existência do direito, mas apenas a probabilidade de sua existência. “( CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, Vol. III. Pág. 212)
	Não resta qualquer dúvida, embora pela sumária prova dos fatos ora levados a efeito, que Autor e Réu viveram sob o regime de união estável, na medida em que sempre tiveram a firme intenção de viverem publicamente como casados, dentro do que a doutrina chama de affectio maritalis. O casal-convinente, pois, por todos estes anos foram reconhecidos pela sociedade como marido e mulher, com os mesmos sinais exteriores de um casamento. Houvera, repise-se, colaboração mútua na formação do patrimônio e, mais, para a formação e crescimento da menor, filha de ambos. 
	No mais, em que pese a legislação não exigir qualquer período mínimo de convivência, verifica-se que esta fora estável, com duração prolongada por quase uma década de relacionamento, período efetivamente comprometido para a estabilidade familiar. 
	Neste compasso, seguindo as mesmas disposições atinentes ao casamento, da união estável em relevo resulta que a Autora faz jus à meação dos bens adquiridos na constância da relação, presumidamente adquiridos por esforço em comum. 
	A propósito, salientamos as lições de Carlos Roberto Gonçalves: 
“ 	Em suma, os bens adquiridos a título oneroso na constância da união estável pertencem a ambos os companheiros, devendo ser partilhados, em caso de dissolução, com observância das normas que regem o regime da comunhão parcial de bens. “(GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 9ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012, vol. 6. Pág. 630)
 	Nos respeitáveis dizeres de Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, ainda temos que:
“ 	Desse modo, seguindo as mesmas regras do casamento, também na união estável haverá direito à meação dos bens adquiridos por esforço comum (que é presumido), durante a convivência, excetuados os bens provenientes de sucessão hereditária e doação, bem assim como os bens adquiridos antes da convivência. “ (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. 4ª Ed. Bahia: JusPodivm, 2012, vol. 6. Pág. 545)
 	É de todo oportuno, ainda, gizar as palavras de Caio Mário da Silva Pereira:
“ 	Conclui-se que o Código Civil reconheceu aos companheiros o direito de pactuarem com maior liberdade os efeitos patrimoniais da União Estável. Adotado o regime de comunhão parcial de bens na União Estável, reporte-se aos arts. 1.559e 1.660 do CC, admitindo-se o direito à meação quanto aos bens adquiridos a título oneroso, na constância da União Estável, salvo contrato escrito. “(PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, vol. 5. Pág. 586-587)
 	Lúcido o magistério de Paulo Lôbo, quando ensina que:
“ 	O regime de bens para os companheiros, a partir do início da união estável, é da comunhão parcial de bens. Este é o regime supletivo, incidente sobre a união estável, quando os companheiros não tiverem adotado regime diferente. Configurado o início da união estável, o bem adquirido por qualquer dos companheiros ingressa automaticamente na comunhão, pouco importando em cuja titularidade esteja. “(LÔBO, Paulo. Direito Civil: Famílias. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Págs. 179-180)
Escudado nestas sólidas considerações doutrinárias, ilustrativo transcrever alguns julgados que tratam do tema em vertente:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 
1. Afirmada a união estável, e não existindo pacto escrito em sentido diverso, incidem as regras do regime da comunhão parcial de bens, havendo presunção de que os bens adquiridos na constância da relação e a título oneroso são considerados frutos do trabalho e da colaboração comum. 2. Manutenção da sentença no ponto em que reconheceu o direito de meação da companheira sobre o percentual do veículo correspondente ao valor alcançado no pagamento da entrada e das parcelas do financiamento adimplidas durante a relação. 3. Inexistindo prova segura nos autos acerca da existência de uma dívida do casal no valor de R$ 6.000,00 ao tempo da ruptura, inviável a pretendida inclusão na partilha. Apelo desprovido. (TJRS - AC 512801-27.2013.8.21.7000; Carazinho; Oitava Câmara Cível; Rel. Des. Ricardo Moreira Lins Pastl; Julg. 27/02/2014; DJERS 11/03/2014)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS. PRESUNÇÃO DE ESFORÇO COMUM DAS PARTES. APLICAÇÃO DAS REGRAS DO ART. 1725 DO CÓDIGO CIVIL. PARTILHA DE DIREITOS E AÇÕES CONCERNENTES À EDIFICAÇÃO EFETUADA EM TERRENO DE TERCEIRO. FENÔMENO DA ACESSÃO. PARTILHA QUE SE RESOLVE NA VIA INDENIZATÓRIA. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 
1. Na união estável, conforme dicção do art. 1.725 do Código Civil, no silêncio de contrato escrito entre os companheiros, aplica-se o regime da comunhão parcial de bens. Ausente a prova de que o bem pertence unicamente a uma das partes, presume-se a comunicabilidade. 2. Em se tratando de partilha de bem imóvel, a divisão reclama prova efetiva da propriedade, a teor do disposto no art. 1.245 da Lei Civil brasileira. 3. Entretanto, nas hipóteses de edificação em imóvel de terceiros, embora não seja possível a partilha do imóvel em si, certo é que ocorre o fenômeno da acessão, o que garante às partes a meação apenas dos direitos sobre a construção, resolvendo-se a partilha na via indenizatória. 4. Recurso não provido. 5. Sentença mantida. (TJMG; APCV 1.0297.09.012084-3/001; Rel. Des. Raimundo Messias Junior; Julg. 18/02/2014; DJEMG 06/03/2014)
	A propósito, reza o Código Civil que:
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.725 – Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime de comunhão parcial de bens. 
	Portanto, segundo o que reza o artigo supra mencionado, tomou-se como modelo, para fins patrimoniais, o mesmo regime adotado no casamento, sendo a hipótese o tratamento concedido à comunhão parcial de bens.
	Assim, resta saber que Autor e Réu adquiriram onerosamente, durante a convivência, os bens a seguir relacionados, todos em nome do Réu(docs. 40/47):
1 – Imóvel residencial sito na Rua X, nº 0000, em Curitiba(PR), local onde residiram, objeto da matrícula nº 112233, do Cartório de Registro de Imóveis da 00ª Zona;
2 – Uma fazenda situada no município ...., objeto da matrícula nº 0000, do Cartório de Registro de Imóveis da cidade de ....;
3 – Veículos de placas ....; 
4 – Cota social da empresa Xista Ltda;
5 – todos os bens móveis que guarnecem a residência do casal;
6 – saldo na conta corrente nº 0000, da Ag. 1122, do Banco Zeta S/A, a qual de titularidade do Réu(doc. 48)
	
	Sobre estes bens, e outros a serem destacados eventualmente durante a instrução processual, a Autora faz jus à meação, maiormente porquanto não houvera entre os ora litigantes qualquer acerto contratual que dispunha sobre a divisão dos bens. 
2 – DA NECESSIDADE DE ARROLAMENTO DE BENS
“FUNDADO RECEIO DE DISSIPAÇÃO DO PATRIMÔNIO”
( CPC, art. 857, inc. II ) 
	É de se perceber, pelos documentos anexos, que o Réu encontra-se atualmente afundado em dívidas, o que se observa inclusive pelas anotações nos órgãos de proteção ao crédito e correspondências originárias de empresas de cobranças.(docs. 49/53)	
	De outro contexto, o mesmo vem anunciando, em jornal de grande circulação local, a venda do fazenda acima mencionada(item 2), pelo preço de R$ 175.000,00(cento e setenta e cinco mil reais), o que se observa pelo anúncio publicado por intermédio da Imobiliária Xista Ltda. (doc. 54)
	Leve-se em conta, outrossim, que todos os bens estão em nome do Réu e em sua exclusiva posse, correndo o risco de serem alienados sem qualquer necessidade de anuência da Autora, maiormente com possíveis saques de valores contidos na conta corrente acima aludida, prejudicando, por este ângulo, na futura divisão dos bens adquiridos durante a união estável. 
	Ademais, o Réu, nos últimos meses que antecederam ao rompimento, continuadamente asseverou que a Autora, em caso de separação dos mesmos, sairia “com uma mão na frente e outra atrás”, numa clara e óbvia intenção de dilapidar o patrimônio de ambos, sem a divisão legal. 
	E, nesta circunstâncias, justamente para preservar os interesses da divisão de bens futura, a lei resguardou ao magistrado a hipótese de restringir esta possível dilapidação, concedendo-lhe regras processuais para o fito de fazer um arrolamento do patrimônio do casal. 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 855 – Procede-se arrolamento sempre que há fundado receio de extrativo ou de dissipação de bens. 
 	Vejamos, a propósito, as lições doutrinárias que aludem que, nestas circunstâncias, mister a medida acautelatória para preservar-se o patrimônio do casal:
“ 	Pode-se, pois, afirmar que o arrolamento de bens é medida que tem por fim inventariar e proteger bens litigiosos, que se encontrem em perigo de extravio ou dilapidação. Efetiva-se pela descrição dos bens e seu depósito em mãos de um depositário judicial.“(CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, Vol. III. Pág. 210)
	Não devemos olvidar o magistério de Humberto Theodoro Junior, quando professa que:
“ 	O fundado receio deve ser extraído de fatos concretos apurados na conduta daquele que detém os bens em seu poder, como vida desregrada, ocultação de bens, negócios ruinosos, etc.
( . . . )
A medida cautelar terá, assim, além da separação judicial e da anulação de casamento, exata aplicação em várias ações, como as de dissolução de sociedade, de prestação de contas do gestor de negócio alheios e nas relativas a sociedade de fato.” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 45ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, Vol. II. Pág. 613)
 		
 	Não discrepa deste entendimento Daniel Amorim Assumpção Neves:
“ 	Ainda que a tradição do arrolamento de bens seja voltada ao direito hereditário, não existe tal limitação pelas regras processuais que disciplinam essa espécie de processo cautelar, sendo medida cabível para todo aquele que demonstrar interessa na conservação dos bens em poder de outrem. O interesse do requerente deve se amparar no receio de extravio ou dilapidação dos bens, e não meramente na sua descrição como formade preparação de futura divisão dos bens. “(NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 4ª Ed. São Paulo: Método, 2012. Pág. 1291)
	Trilhando a mesma ótica doutrinária supramencionada, tomemos os seguintes julgados:
AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE ARROLAMENTO DE BENS DECISÃO QUE DETERMINA A RESERVA DE 50% DOS BENS EM FAVOR DA SUPOSTA COMPANHEIRA DO DE CUJUS INCONFORMISMO DA VIÚVA. FALECIDO QUE JÁ HAVIA VIVIDO MARITALMENTE COM OUTRA MULHER. INDÍCIOS DA EXISTÊNCIA DE UMA SEGUNDA UNIÃO ESTÁVEL. 
Possibilidade de promoção da reserva de patrimônio para garantir eventual pagamento da meação da companheira e sua participação na herança Medida cautelar que visa garantir o resultado útil de eventual procedência da ação de reconhecimento de união estável proposta pela recorrida Manutenção do despacho. Não provimento, com determinação para que a reserva incida sobre os bens adquiridos durante a afirmada união estável. (TJSP; EDcl 0147484-68.2013.8.26.0000/50000; Ac. 7317416; São Paulo; Quarta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Ênio Santarelli Zuliani; Julg. 31/10/2013; DJESP 18/02/2014)
AGRAVO DE INSTRUMENTO MEDIDA CAUTELAR DE ARRESTO DE BENS LIMINAR DETERMINANDO O ARROLAMENTO DE BENS SUPOSTAMENTE ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL E CASAMENTO ENTRE AS PARTES COMPROVADO O INTERESSE DA AGRAVADA NA CONSERVAÇÃO DOS BENS E A REITERADA NEGATIVA DO AGRAVANTE ACERCA DA EXISTÊNCIA DE BENS A SEREM PARTILHADOS SÃO SUFICIENTES PARA A CONCESSÃO DA LIMINAR DE ARROLAMENTO DE BENS - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR - AI 0875712-2 - Relª Juíza Conv. Substª Angela Maria Machado Costa - DJe 31.07.2012 - p. 331)
		
- AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEPARAÇÃO JUDICIAL. ARROLAMENTO DE BENS. DIVÓRCIO. SALVAGUARDA VISANDO ULTERIOR PARTILHA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 
Como medida cautelar, o arrolamento de bens exige para seu deferimento os requisitos/pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in mora, os quais, para esta medida específica, encontram-se disciplinados, respectivamente, nos artigos 855 e 856, ambos do CPC. Assim, "procede-se ao arrolamento sempre que há fundado receio de extravio ou de dissipação dos bens" - É o perigo da demora - E pode requerê-lo "todo aquele que tem interesse na conservação dos bens" - É a fumaça do bom direito. Terminada a sociedade conjugal, a cautelar de arrolamento de bens, medida de natureza acautelatória/preventiva, mostra-se instrumento idôneo para assegurar a efetividade do processo principal, mormente em se tratando de futura partilha em ação de divórcio, com o fito de salvaguardar interesses e precaverem-se direitos. (TJMT - AI 32388/2012; Capital; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Dirceu dos Santos; Julg. 24/10/2012; DJMT 06/11/2012; Pág. 18)
		Destaque-se, primeiramente, que o Boletim de Ocorrência colacionado com esta inaugural traz presunção de veracidade do quanto contido no mesmo.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 364 – O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença. 
	Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. PRODUÇÃO EXTENSIVA DE PROVAS. 
Não ocorre cerceamento de defesa quando vislumbrada a produção extensiva de provas, seja documental, seja por depoimentos testemunhais. Apelação cível. Ação de indenização por danos derivados de acidente de trânsito. Sabe-se que, em ação de indenização por acidente de trânsito, se o conjunto probatório dos autos, principalmente as testemunhas, o boletim de ocorrência, bem como os demais documentos instrutórios, demonstram a culpa e o nexo de causalidade entre o sinistro e o dano sofrido, caracterizados estão os requisitos da responsabilidade civil e, por conseguinte, evidente o dever de reparação dos abalos material e moral (artigo 186 c/c artigo 927, ambos do Código Civil). Contemplando esta premissa, "no caso sub judice a ação culposa atribuída a jósimo marcos pamplona, de ter invadido sua contramão de direção, ficou plenamente evidenciada, eis que sua conduta foi causadora do lamentável evento e prejuízo considerável à empresa ora autora, surgindo a esta o direito de obter indenização. Senão vejamos. Analisando-se detidamente o boletim de ocorrência de fls. 24, verifica-se que tal documento demonstra que o ponto de choque entre a camioneta ford/ranger e a fiat/marea, ocorreu na mão de direção em que transitava esta última, isto é, na contramão de direção do veículo dirigido pelo réu jósimo marcos pamplona, visto que este invadiu a pista contrária à sua. O policial rodoviário federal evaristo Augusto batista, servidor público que elaborou o boletim de ocorrência, depôs às fls. 228, "que o depoente confirma a descrição contida no boletim de ocorrência lavrado, consignada às fls. 04 da carta precatória; que confirma também que segundo apuraram o ponto de impacto entre a ford ranger e o fiat marea se deu conforme mostrado no mesmo bo, ou seja, na contra mão de direção da caminhonete". O documento elaborado pela polícia é a única prova idônea e imparcial produzida no presente feito, a fim de elucidar com clareza de como os acontecimentos decorreram e vieram a causar os lamentáveis resultados. Em tal contexto, o boletim de ocorrência, como documento público sujeito à incidência do comando contido no art. 364 do código de processo civil, faz prova não apenas de sua formação, como também do conteúdo nele inserto, o que induz presunção juris tantum de veracidade dos fatos narrados. Em assim sendo, é por demais sabido que aquele motorista que invade sua contramão de direção dando causa a acidente de trânsito, age com culpa na forma de imprudência. " (Dr. Ricardo machado de andrade, juiz de direito. Fls. 268 e 269). Apelação cível. Majoração dos honorários advocatícios. Procedência. Sabe-se que o artigo 20, § 3º, do CPC estabelece que a verba honorária será fixada entre o mínimo de 10% (dez por cento) e o máximo de 20% (vinte por cento) do valor da condenação, dependendo do grau de zelo do advogado, do lugar da prestação do serviço, da natureza do litígio e da dificuldade contida na causa. Na espécie, laborou o representante da autora de forma condizente com o grau de zelo profissional esperado, instruindo a inicial com os documentos necessários, replicando a contestação, apresentando alegações finais e acompanhando a produção de prova testemunhal, inclusive via precatória, na qual esteve presente. (TJSC - AC 2008.054921-4; Araranguá; Primeira Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Carlos Prudêncio; Julg. 18/05/2012; DJSC 06/06/2012; Pág. 106)
 				De outro norte, é de geral ciência que são requisitos da medida cautelar a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora.
 				Portanto, os pressupostos para alcançar-se uma providência de natureza cautelar são, basicamente, dois: 
I - Um dano potencial, um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser objetivamente apurável; 
II - A plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o fumus boni iuris. 
 				Sobre o fumus boni iuris, esclarece-se que, segundo a melhor doutrina, para a ação cautelar, não é preciso demonstrar-se cabalmente a existência do direito material em risco, mesmo porque esse, freqüentemente, é litigioso e só terá sua comprovação e declaração no processo principal. Para merecer a tutela cautelar, o direito em risco há de revelar-se apenas como o interesse que justifica o "direito de ação", ou seja, o direito ao processo de mérito.
 				 
 				No caso ora em análise, claramente restaram comprovados, objetivamente, os requisitos do "fumus boni iuris" e do "periculum in mora", a justificar o deferimento da medida ora pretendida, sobretudo quanto ao segundo requisito a demora na prestação jurisdicional ocasionará gravame potencial à Autora, quando existe farta documentação provando que oRéu encontra-se dissipando os bens que serão alvo de divisão futura.				 
				Observe-se que é possível a concessão da medida cautelar em espécie, sem a oitiva prévia da parte adversa ou mesmo a realização de audiência de justificação, na medida que a Autora corre sério risco de encontrar o patrimônio dilapidado – maiormente quando já anúncio em jornal de venda de imóvel do casal --, em real prejuízo financeiro, não importando isto em cerceamento de defesa.
“ 	Se as circunstâncias não revelarem maior perigo de frustração da medida, o juiz determinará a citação do possuidor ou detentor dos bens, para pronunciar-se em cinco dias.(arts. 803 e 858, parágrafo único).
Convencendo-se, porém, de que o interesse do requerente corre sério risco, o arrolamento será liminarmente deferido.(art. 858).” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 45ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, Vol. II. Pág. 615)
( destacamos )
				Diante disto, a Autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte adversa, medida cautelar de arrolamento de bens, onde pleiteia-se:
a) expedir-se mandado, com a finalidade realizar-se a o arrolamento dos bens dos litigantes, a ser cumprido no endereço estipulado nas considerações proemais, com a descrição minuciosa dos bens, nomeando-se depositário judicial terceiro estranho à lide(CPC, art. 859); 
b) seja determinado, via BACEN-JUD, o bloqueio de todo ativo financeiro em nome do Réu, maiormente direcionado à conta corrente aludida nesta peça vestibular, determinando-se, empós disto, a liberação da meação do Promovido;
c) instar a expedição de ofícios aos cartórios de registro de imóveis das Comarcas de X e Y, determinando a inalienabilidade de imóveis em nome do Réu;
d) ordenar ao Banco Zeta S/A, no qual o Réu mantém conta corrente, que este informe a este Juízo, mediante extratos, toda a movimentação financeira do Promovido nos últimos cinco anos;
e) oficiar ao DETRAN, para que proceda a anotação de “não transferir” junto aos prontuários dos veículos em nome do Réu; 
f) oficiar, também, à Receita Federal, solicitando que este Órgão traga aos autos a declaração de bens e renda do Promovido, dos últimos cinco anos;
g) ordenar à Junta Comercial do Estado do Paraná para que proceda a anotação de indisponibilidade das cotas sociais de empresas em nome do Réu. 
 					
2 – DA SEPARAÇÃO DE CORPOS
( CC, art. 1.562 ) 
	No que toca aos deveres da união estável, estabelece a Legislação Substantiva Civil que:
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.724 – As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
 
	Como destacado nas linhas fáticas desta peça, maiormente em face dos Boletins de Ocorrências policiais acostados, a Autora vem sofrendo agressões e várias ameaças do Réu. Em verdade, a simples existência de conflito entre os conviventes já aponta para a quebra dos deveres na união estável, motivo este que recomenda o deferimento de medida de separação de corpos, pois cabe ao Poder Judiciário conceder as medidas necessárias para preservar a integridade físicas das partes, mormente em direito de família, quando, na hipótese, como afirmado, há forte animosidade entre o casal. 	
	Neste diapasão, necessário se faz a separação de corpos antes mesmo da Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável que apresentar-se-á no prazo legal:
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.562 – Antes de mover a ação de nulidade de casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos. 
	Nesse sentido:
PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS C/C AFASTAMENTO COERCITIVO. CONCESSÃO LIMINAR. INCONFORMISMO DA EX-COMPANHEIRA. NULIDADE DO DECISUM. PRECLUSÃO PRO JUDICATO. INACOLHIMENTO. PROVISORIEDADE DA MEDIDA. MODIFICAÇÃO A QUALQUER TEMPO. LIMINAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS. IMPOSSIBILIDADE. IMÓVEL COMUM. ALEGAÇÃO AFASTADA. UNIÃO ESTÁVEL INCONTROVERSA. ANIMOSIDADE ENTRE AS PARTES. DECISUM MANTIDO. PROVIMENTO NEGADO. 
Não há peclusão pro judicato em provimento cautelar, que é dotado de caráter provisório, podendo ser revogado ou modificado a qualquer tempo, a teor do art 807 do cpc. para a separação de corpos com pedido de afastamento de um dos cônjuges da moradia do casal, basta a prova da existência de união entre ambos, sendo do prudente arbítrio do magistrado conceder a medida, mormente quando há risco de exacerbação no ânimo dos litigantes. (TJSC - AI 2012.002834-2; Blumenau; Quinta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Antônio do Rêgo Monteiro Rocha; Julg. 04/10/2012; DJSC 17/10/2012; Pág. 282)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO. CONCESSÃO DE MEDIDA CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS. AFASTAMENTO DO AGRAVANTE DO LAR CONJUGAL E FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISIONAIS NO PATAMAR DE 20% (VINTE PORCENTO). PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES PARA A CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR. MANUTENÇÃO, IN TOTUM, DA DECISÃO OBJURGADA. 
I- O Agravo interposto não merece ser provido, visto que a cautelar de separação de corpos e o afastamento do Agravante provisoriamente do lar em que convivia com a Agravada não tem qualquer dependência com o direito patrimonial dimanado da união estável, pois seu desígnio precípuo é tutelar a incolumidade física da vítima e de seus 02 (dois) filhos, consoante prescrição dos arts. 1.562, 1.585, do CC/ 02, e, em especial, o art. 22, II, da Lei nº. 11.340/06 (Lei Maria da Penha). 
II- Com isto, adimplidos os requisitos para a concessão da medida cautelar de separação de corpos, é permitido o afastamento do ex-companheiro do antigo lar em comum até a finalização do procedimento de individualização e divisão dos bens, não obstante, por óbvio, permaneça virgíneo o seu direito de propriedade sobre o imóvel sob altercação, a teor do art. 1.687, do CC/02. 
III- Agravo de Instrumento conhecido, por atender aos requisitos de admissibilidade, conforme estatuem os arts. 525 e 526, do Código de Processo Civil, mas para negar-lhe provimento, mantendo incólume a decisão objurgada, que está escorada nos requisitos necessários à medida cautelar de separação de corpos e de afastamento do lar. 
IV- Recurso conhecido e improvido. 
V- Jurisprudência dominante dos tribunais pátrios. VI- Decisão por votação unânime. (TJPI - Proc 2011.0001.001630-3; Primeira Câmara Especializada Cível; Rel. Desig. Des. Raimundo Eufrásio Alves Filho; DJPI 09/01/2012; Pág. 20)
3 – QUANTO À GUARDA DA FILHA MENOR
	Reza a Legislação Substantiva Civil que:
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.583 – A guarda será unilateral ou compartilhada.
( . . . )
§ 2º - A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições de exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos os seguintes fatores:
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II – saúde e segurança;
III – educação
. 		 	
				Ficou documentado na inicial que o casal tem uma filha. 
	Postula-se, nesta, a guarda em favor da mãe(ora Autora) e justifica-se.
	Nos casos em que envolva menores, prevalece os interesses destes, a predominância da diretriz legal lançada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
	Assim, a decisão quanto à guarda deve pautar-se não sobre a temática dos direitos do pai ou mãe. Ao revés, o direito da criança deve ser apreciado sob o enfoque da estrutura familiar que lhe será propiciada. 
	Como constatado preliminarmente pelos documentos imersos, existem fatos que destacam que o Réu fez agressões físicas e morais à Autora, na presença da filha. Estes estão sofrendo igualmente como a mãe e merecem tratamento judicial pertinente. 
	Portanto, o presente pedido de guarda deve ser analisada sob o manto do princípio da garantia prioritária do menor, erigido à ótica dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal, tais como o direito à vida, à saúde,à alimentação, à educação, à dignidade da pessoa humana e à convivência familiar, competindo aos pais e à sociedade torná-los efetivos.
Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA)
Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 6º - Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em desenvolvimento.
	De outro norte, absoluta e "prioritariamente" a criança e o adolescente têm direito à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, competindo aos pais, primordialmente, assegurar-lhes tais condições, sendo vedada qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (CF, art. 227, caput).
	Assim, qualquer que seja o objeto da lide, envolvendo um menor, cabe ao Estado zelar pelos seus interesses, pois se trata de ser humano em constituição, sem condições de se autoproteger. Portanto, é dever do Estado velar por seus interesses, em qualquer circunstância.
 	
 				No mesmo sentido reza o Estatuto da Criança e do Adolescente que:
Art. 17 – O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
Art. 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório e constrangedor. 
Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. 
Art. 129 – São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
( . . . )
VIII – a perda da guarda; 
 	Por conseguinte, a guarda dos menores deve ser avaliada sob a égide de circunstâncias que demonstrem e possibilitem o desenvolvimento estável e saudável dos filhos, não apenas sob o aspecto material, mas também afetivo e social.
	Alguns aspectos a serem ponderados são as condições emocionais e psicológicas de cada um dos pais para cuidar dos filhos e zelar pelos seus interesses. No caso ora tratado, há indícios de que o Réu é agressivo e usuário de álcool com habitualidade, prejudicando sobremaneira a figura paterna e um salutar ambiente de convívio familiar. 
 	A esse respeito, Flávio Tartuce e José Fernando Simão assinalam que:
" 	A respeito da atribuição ou alteração da guarda, deve-se dar preferência ao genitor que viabiliza a efetiva convivência da criança e do adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada (art 7º). Desse modo, a solução passa a ser a guarda unilateral, quebrando-se a regra da guarda compartilhada constantes dos arts. 1583 e 1584 do CC.” (TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito Civil. 7ª Ed. São Paulo: Método, 2012, vol. 5. Pág. 394)
	Não devemos olvidar as lições de Válter Kenji Ishida, quando professa que:
“ 	A perda do poder familiar (pátrio poder) para ser decretada deve estar de acordo com as regras do ECA em combinação com o CC. Assim, incide a decisão de destituição do pátrio poder na conduta omissiva do genitor diante de suas obrigações elencadas no art. 22 do ECA e no art. 1.634 do CC, infra-assinalado. Mais, deve o genitor amoldar-se a uma ou mais hipóteses do art. 1638 do CC: “(ISHIDA, Válter Kenji. Estatuto da Criança e do Adolescente: doutrina e jurisprudência. 12ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. Pág. 38)
	
	Do conjunto desses elementos deverá ser formado o juízo acerca da parte que demonstra melhores condições para exercer a guarda, atendendo, ao máximo, ao interesse dos menores em enfoque.
	E a gravidade desta sanção (perda da guarda), há de prevalecer quando presente o mau exercício do poder-dever, que os pais têm em relação aos filhos menores.
	Desta forma, segundo os relatos e documentos acostados, como prova provisórias, a guarda da menor deve ser preservada unilateralmente à mãe, ora Autora. 
4 – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS 
“Comprovada a união estável e cessando o relacionamento entre os companheiros, foram assegurados os benefícios da Lei nº. 5.478, de 25 de julho de 1968, para o futuro. O requerente pode comprovar que viveu(passado) em união com seu parceiro. Enquanto subsistiu a união estável, e recebeu assistência alimentar, nada poderia reclamar, porque seu direito fora satisfeito durante a vida em comum. Fundamental é, e sempre será, a prova da necessidade e da dependência econômica de quem os pleiteia. A lógica jurídica não pode tolerar que qualquer dos companheiros pretenda o reconhecimento aos alimentos com base em uma relação pretérita já encerrada depois de grande lapso de tempo. “( PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2010, Vol. V. Pág. 582)
		No tocante aos alimentos em favor da Autora, esposa do Réu, a obrigação alimentar deste decorre do dever de mútua assistência prevista na Legislação Substantiva Civil.
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.694 – Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
Art. 1.695 - São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
		Ressalte-se que a Autora não tem emprego, a qual tinha como única forma de rendimentos indiretos aqueles antes prestados pelo Réu, maiormente para seus cuidados pessoais. 
		O Promovido, pois, deve prover alimentos provisório de sorte a assegurar à Autora o necessário à sua manutenção, garantindo-lhe meios de subsistência, quando na hipótese impossibilitada de sustentar-se com esforço próprio, visto que sua atenção volta-se, devido à tenra idade dos menores, aos cuidados destes. 
 		Nesse sentido é o magistério de Paulo Nader:
“ 	Na constância do casamento ou da união estável há o dever de mútua assistência. Cada cônjuge ou companheiro deve contribuir, na proporção de seus ganhos ou rendimentos, para as despesas familiares. As regras de alimentos não se direcionam para os casamentos e uniões bem estruturados, mas para os que vivem momentos de crise, quando se verifica a separação de fato ou se pleiteia a dissolução da sociedade. “(NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011, vol. 5. Pág. 469)
 	Não discrepa desse entendimento Sílvio Rodrigues, quando leciona que:
“ 	Ainda no campo da necessidade, para nascer o direito de pedir alimentos, mister se faz que o alimentário não possa prover, pelo seu trabalho, à própria mantença. Assim, se quem os pede tem emprego que lhe proporciona o suficiente para manter-se; ou se não trabalha prefere o ócio, tratando-se de pessoa válida que, se quisesse, obteria colocação; ou se se cogita de indivíduo cujos bens seriam capazes de proporcionar renda bastante para a sobrevivência do dono, em todas essas hipóteses deve o pedido de alimentos ser indeferido. “(RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil. 28ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2004, vol. 6. Pág. 383)
(sublinhamos)
	Nesse sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. 
Ação de dissolução de união estável c/c alimentos, partilha, guarda e regulamentação de visita. Interlocutório de fixação das visitase de alimentos à companheira. Recurso do alimentante. I. Gratuidade. Hipossuficiência. Ausência de prova em contrário. Deferimento. II. Visitas. Posterior acordo sobre. Não conhecimento, no ponto. III. Alimentos em favor de pessoa jovem. Desemprego e dever de cuidados com criança de tenra idade (2 anos). Arbitramento em 15% dos rendimentos do agravante por período certo (3 meses). Razoabilidade. Afastamento inviável. Decisão mantida. Recurso parcialmente conhecido e desprovido. I. Não existindo elementos hábeis a derruir a presunção de hipossuficiência a que alude o art. 4º da Lei nº 1.060/50, urge o deferimento da benesse em favor do agravante. II. Materializado acordo entre os litigantes (após a interposição do recurso) acerca da regulamentação das visitas, consenso que não se revela prejudicial à menor, não se conhece do agravo nesse tópico. III. É razoável a manutenção de alimentos provisórios no patamar de 15% (quinze por cento) dos rendimentos do agravante pelo prazo de 3 (três) meses em favor de ex-companheira que, embora jovem (32 anos), está desempregada e precisa dedicar-se à filha comum de 2 (dois) anos, sob sua guarda, notadamente se as possibilidades do adverso autorizam. (TJSC - AI 2012.031758-6; Capital; Quinta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Henry Petry Junior; Julg. 20/09/2012; DJSC 22/11/2012; Pág. 88)
DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C ALIMENTOS. ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM BENEFÍCIO DE EX-MULHER E FILHOS. INCONFORMISMO. ILEGITIMIDADE ATIVA. MATÉRIA NÃO DEBATIDA NO JUÍZO A QUO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE DA EX-COMPANHEIRA DE AUTOSSUSTENTO. AFASTAMENTO. NECESSIDADE DEMONSTRADA. QUANTUM EXCESSIVO. INACOLHIMENTO. OBSERVÂNCIA DO BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. DECISUM MANTIDO. PROVIMENTO NEGADO. 
Cabe ao juízo ad quem a análise acerca do acerto ou desacerto da decisão agravada, sendo vedada a apreciação de matérias não discutidas no juízo de primeiro grau, sob pena de supressão de instância. devem ser mantidos os alimentos provisórios fixados em benefício de ex-companheira que mantém a guarda dos filhos menores e não aufere renda suficiente para prover o autossustento. mantém-se o quantum alimentar fixado com arrimo no binômio necessidade/possibilidade. (TJSC - AI 2012.045420-0; Videira; Quinta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Antônio do Rêgo Monteiro Rocha; Julg. 01/11/2012; DJSC 21/11/2012; Pág. 113)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
Ação de reconhecimento e dissolução de união estável c/c partilha de bens c/c alimentos c/c indenização por danos morais. Preliminar de conversão em agravo retido. Afastada. Decisão singular que indeferiu o pedido de alimentos provisórios. Necessidade de reforma. Requisitos presentes. Periculum in mora e fumus boni iuris. Fixação em quantia inferior à pleiteada. Recurso conhecido e provido parcialmente. (TJMS - AI 0600852-48.2012.8.12.0000; Campo Grande; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso; DJMS 20/11/2012; Pág. 30)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL E ALIMENTOS. MENOR. PEDIDO DE REDUÇÃO. DESCABIMENTO. Devem ser mantidos os alimentos provisórios, diante da situação fática, até a instrução processual. Negado seguimento ao recurso. (TJRS - AI 503424-66.2012.8.21.7000; Caxias do Sul; Sétima Câmara Cível; Relª Desª Liselena Schifino Robles Ribeiro; Julg. 09/11/2012; DJERS 19/11/2012)
		Respeitante à filha menor, mister que referidos alimentos sejam concedidos de sorte a atender às necessidades dos mesmos em sua integridade, compreendendo os recursos para cobrir despesas de educação, moradia, alimentação especial, assistência médica, hospitalar e psicológica.
		Assim, mister que, ao despachar esta inicial, sejam definidos alimentos provisórios aos menores.
LEI DE ALIMENTOS
Art. 4º - Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. 
Parágrafo único – Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, caso pelo regime de comunhão universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor. 
 
	Diante da situação financeira do Réu, o qual tem empresa de médio porte, exercendo as funções de principal administrador, tem-se que o mesmo tem retirada mensal superior a R$ .x.x.x.x ( .x.x.x.x ) . 
	Observados o binômio necessidade e possibilidade de pagamento, a Autora requer a título de alimentos provisórios:
a) Para si, como cônjuge necessitada dos alimentos, o valor correspondente a 3(três) salários mínimos, a ser depositado até o dia 05, na conta corrente da Autora(conta nº. 11222, Ag. 3344, do Banzo Beta S/A); 
b) para a menor, o valor correspondente a 2(dois) salários mínimos, a ser depositado até o dia 05, na conta corrente da Autora(conta nº. 11222, Ag. 3344, do Banzo Beta S/A);
5 – DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR 
DE SEPARAÇÃO DE CORPOS
	Destaque-se, primeiramente, que o Boletim de Ocorrência colacionado com esta inaugural traz presunção de veracidade do quanto contido no mesmo.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 364 – O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença. 
	Neste sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. PRODUÇÃO EXTENSIVA DE PROVAS. 
Não ocorre cerceamento de defesa quando vislumbrada a produção extensiva de provas, seja documental, seja por depoimentos testemunhais. Apelação cível. Ação de indenização por danos derivados de acidente de trânsito. Sabe-se que, em ação de indenização por acidente de trânsito, se o conjunto probatório dos autos, principalmente as testemunhas, o boletim de ocorrência, bem como os demais documentos instrutórios, demonstram a culpa e o nexo de causalidade entre o sinistro e o dano sofrido, caracterizados estão os requisitos da responsabilidade civil e, por conseguinte, evidente o dever de reparação dos abalos material e moral (artigo 186 c/c artigo 927, ambos do Código Civil). Contemplando esta premissa, "no caso sub judice a ação culposa atribuída a jósimo marcos pamplona, de ter invadido sua contramão de direção, ficou plenamente evidenciada, eis que sua conduta foi causadora do lamentável evento e prejuízo considerável à empresa ora autora, surgindo a esta o direito de obter indenização. Senão vejamos. Analisando-se detidamente o boletim de ocorrência de fls. 24, verifica-se que tal documento demonstra que o ponto de choque entre a camioneta ford/ranger e a fiat/marea, ocorreu na mão de direção em que transitava esta última, isto é, na contramão de direção do veículo dirigido pelo réu jósimo marcos pamplona, visto que este invadiu a pista contrária à sua. O policial rodoviário federal evaristo Augusto batista, servidor público que elaborou o boletim de ocorrência, depôs às fls. 228, "que o depoente confirma a descrição contida no boletim de ocorrência lavrado, consignada às fls. 04 da carta precatória; que confirma também que segundo apuraram o ponto de impacto entre a ford ranger e o fiat marea se deu conforme mostrado no mesmo bo, ou seja, na contra mão de direção da caminhonete". O documento elaborado pela polícia é a única prova idônea e imparcial produzida no presente feito, a fim de elucidar com clareza de como os acontecimentos decorreram e vieram a causar os lamentáveis resultados. Em tal contexto, o boletim de ocorrência, como documento público sujeito à incidência do comando contido no art. 364 do código de processo civil, faz prova não apenas de sua formação, como também do conteúdo nele inserto, o que induz presunção juris tantum de veracidade dos fatos narrados. Em assim sendo, é por demais sabido que aquele motorista que invade sua contramão de direção dando causa a acidente de trânsito, age com culpa na forma de imprudência. " (Dr. Ricardo machado de andrade, juiz de direito. Fls.268 e 269). Apelação cível. Majoração dos honorários advocatícios. Procedência. Sabe-se que o artigo 20, § 3º, do CPC estabelece que a verba honorária será fixada entre o mínimo de 10% (dez por cento) e o máximo de 20% (vinte por cento) do valor da condenação, dependendo do grau de zelo do advogado, do lugar da prestação do serviço, da natureza do litígio e da dificuldade contida na causa. Na espécie, laborou o representante da autora de forma condizente com o grau de zelo profissional esperado, instruindo a inicial com os documentos necessários, replicando a contestação, apresentando alegações finais e acompanhando a produção de prova testemunhal, inclusive via precatória, na qual esteve presente. (TJSC - AC 2008.054921-4; Araranguá; Primeira Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Carlos Prudêncio; Julg. 18/05/2012; DJSC 06/06/2012; Pág. 106)
				De outro norte, é de geral ciência que são requisitos da medida cautelar a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora.
 				Portanto, os requisitos para alcançar-se uma providência de natureza cautelar são, basicamente, dois: 
I - Um dano potencial, um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser objetivamente apurável; 
II - A plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o fumus boni iuris. 
 				Sobre o fumus boni iuris, esclarece-se que, segundo a melhor doutrina, para a ação cautelar, não é preciso demonstrar-se cabalmente a existência do direito material em risco, mesmo porque esse, freqüentemente, é litigioso e só terá sua comprovação e declaração no processo principal. Para merecer a tutela cautelar, o direito em risco há de revelar-se apenas como o interesse que justifica o "direito de ação", ou seja, o direito ao processo de mérito.
				No caso ora em análise, claramente restaram comprovados, objetivamente, os requisitos do "fumus boni iuris" e do "periculum in mora", a justificar o deferimento da medida ora pretendida, sobretudo quanto ao segundo requisito a demora na prestação jurisdicional ocasionará gravame potencial à Autora, alvo de agressões verbais e físicas.
				Ademais, em sede de ação cautelar de separação de corpos, como na hipótese, com pedido de afastamento compulsório do varão da morada comum do casal, é desnecessária a cognição plena, sendo suficiente e razoável a comprovação de que é fundado o temor da esposa de sofrer agressão física, como ora relatado. 
				Devemos sopesar, outrossim, constituem motivos suficientes para a concessão da medida liminar em estudo, os indícios de desarmonia da vida em comum com ameaças ou agressões físicas, havendo claro constrangimento moral, pois o objetivo da medida é preservar a segurança física e o equilíbrio emocional das partes, evitando que continuem dividindo o mesmo lar durante o processamento da ação principal, pois é incontroversa a ruptura da vida marital e há manifesta beligerância. 
				Diante disto, a Autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte adversa, medida cautelar de separação de corpos, onde pleiteia-se:
a) expedir-se mandado para afastamento coercitivo do Réu do lar, a ser cumprido com força policial e ordem de arrombamento, para ser utilizado se necessário for, a ser cumprido no endereço constante no preâmbulo desta peça processual; 
b) requer-se, mais, a expedição do alvará de separação de corpos;
6 – A LIDE PRINCIPAL E SEU FUNDAMENTO(CPC, ART. 801, III)
VIOLAÇÃO DOS DEVERES DA UNIÃO ESTÁVEL
 				
 	Com respeito aos deveres da união estável, estabelece a Legislação Substantiva Civil que:
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.724 – As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
 
	
 	Segundos os indícios de provas já colacionados nestes autos, o Réu, corriqueiramente, agrediu fisicamente a Autora e, mais, na presença de sua filha menor. 
	Ademais, quanto à guarda dos menores, destaca-se que deve ser preservada a guarda unilateral em favor da Autora, porquanto:
Art. 17 – O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
Art. 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório e constrangedor. 
Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. 
Art. 129 – São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
( . . . )
VIII – a perda da guarda; 
 		No tocante aos alimentos em favor da Autora, esposa do Réu, a obrigação alimentar deste decorre do dever de mútua assistência prevista na Legislação Substantiva Civil, levando-se em conta sobretudo que a mesma não tem emprego fixo, destinando seu tempo aos cuidados da infante. 
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.694 – Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
Art. 1.695 - São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
 
				Daí, Excelência, como ação principal futura, a ser impetrada no trintídio legal do cumprimento da medida acautelatória almejada (CPC, art. 806), a Autora, com fulcro nas disposições da Legislação Adjetiva Civil(CPC, art. 801, inc. III), tem como fundamentos a violação dos deveres da união estável e ofensa ao direito de proteção e guarda da menor. 
indica que ajuizará a competente 
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
"COM PEDIDO DE PARTILHA DE BENS, GUARDA DE MENOR E ALIMENTOS”
7 – PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação Cautelar, a Autora requer que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Conceder, inicialmente, as medidas acautelatórias ora requestadas; 
b)determinar a citação do Réu, no endereço especificado no preâmbulo desta peça vestibular, para, no prazo de cinco(05) dias, querendo, oferecer contestação aos pedidos ora formulados, sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos articulados na presente peça processual.(CPC, art. 802 c/c 803);
c) julgar procedentes os pedidos formulados na presente Ação Cautelar Preparatória, nos termos do quanto pleiteado, acolhendo, por definitivo, a medida cautelar requerida, concedendo os alimentos nos montantes estabelecidos nesta ação, a guarda unilateral da menor em favor da Autora, a homologação por sentença do arrolamento dos bens, além do afastamento definitivo do Promovido do lar conjugal;
d) instar a manifestação do Ministério Público(CPC, art. 82, inc. II c/c art. 202, do ECA); 
e) pede a condenação no ônus de sucumbência;
f) protesta, ademais, justificar os fatos que se relacionam com os pressupostos desta Ação Cautelar(periculum in mora e fumus boni juris), por todos os meios de provas admissíveis em direito, nomeadamente pelo depoimento pessoal do Réu, oitiva das testemunhas abaixo arroladas(LA, art. 8º), onde de já pede a intimações das mesmas para comparecerem à audiência de instrução, juntada posterior de documentos como contraprova, tudo de logo requerido.
			 		Atribui-se a presente Ação Cautelar o valor estimativo de R$100,00(cem reais). 
 
 						Respeitosamente, pede deferimento.
				 Curitiba(PR), 00 de dezembro de 0000.Beltrano de tal
 							 Advogado – OAB(PR) 112233
 					
ROL DE TESTEMUNHAS
1) Fulano de tal, solteiro, comerciário, residente e domiciliado na Rua x, nº 000 – Curitiba(PR);
2) Cicrano de tal, solteiro, comerciário, residente e domiciliado na Rua y, nº 000 – Curitiba(PR);
3) João Fictício, solteiro, comerciário, residente e domiciliado na Rua z, nº 000 – Critiba(PR);
						Data Supra. 
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